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CURSO MEGE
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Turma: TJ-PR, 1ª fase (Reta Final)
Material: Rodada 3

MATERIAL DE APOIO
(Rodada 3) 2
SUMÁRIO

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DA RODADA 3 ............................................................................................. 4

1. DIREITO PROCESSUAL CIVIL .................................................................................................................... 5


1.1 DOUTRINA (RESUMO) ........................................................................................................................................... 5

1.2. LEGISLAÇÃO E SÚMULAS ................................................................................................................................... 27

1.3 JURISPRUDÊNCIA ................................................................................................................................................ 33

1.4 QUESTÕES DE CONCURSOS ................................................................................................................................ 38

1.5 GABARITO ........................................................................................................................................................... 42

2. DIREITO PENAL ......................................................................................................................................43


2.1 DOUTRINA (RESUMO), LEGISLAÇÃO, SÚMULAS E JURISPRUDÊNCIA................................................................ 43

2.2 QUESTÕES DE CONCURSOS ................................................................................................................................ 67

2.3 GABARITO ........................................................................................................................................................... 69

3. CÓDIGO DE ORGANIZAÇÃO E DIVISÃO JUDICIÁRIAS DO ESTADO DO PARANÁ (LEI ESTADUAL Nº


14.277/2003) .............................................................................................................................................70
3.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ................................................................................................................................... 70
3
3.2. LEGISLAÇÃO DESTACADA .................................................................................................................................. 72

3.3 QUESTÕES DE CONCURSOS.................................. .......................................................................................... 135

3.4 GABARITO ......................................................................................................................................................... 140


CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DA RODADA 3
(Conforme Edital de Abertura)

1) DIREITO PROCESSUAL CIVIL

Ação: conceito, natureza jurídica, teorias, condições, identificação e Classificação. Processo:


conceito, natureza jurídica, teorias. Pressupostos processuais. Sujeitos do processo. Partes e
capacidade processual. Deveres processuais e responsabilidade. Sucessão e substituição.
Procuradores. (...) Juiz: poderes, deveres e responsabilidades. Impedimento e suspeição.
Auxiliares da Justiça. Ministério Público. Advocacia Pública. Defensoria Pública. Assistência
judiciária. (Pontos 3 e 4 do Edital)

2) DIREITO PENAL

Dosimetria da pena. (Aborda temas elencados nos Pontos 18 e 27, tratando ainda de assuntos
de diversos outros pontos do Edital)

3) CÓDIGO DE ORGANIZAÇÃO E DIVISÃO JUDICIÁRIAS DO ESTADO


DO PARANÁ (LEI ESTADUAL Nº 14.277/2003) 4
Todos os pontos referentes ao conteúdo.
1. DIREITO PROCESSUAL CIVIL
1.1 DOUTRINA (RESUMO)

DIREITO DE AÇÃO

Conceito - É o direito subjetivo a um procedimento estatal que solucione o litígio,


fazendo desaparecer a incerteza ou a insegurança gerada pelo conflito de interesses, pouco
importando qual seja a solução a ser dada pelo juiz. Dessa forma, a ação é o meio de se
provocar a tutela jurisdicional.

Direito de Ação Vs. Direito ao Processo - art. 5º da CF - A lei não excluirá da


apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. Dessa forma, o que a CF assegura é o
direito ao processo, ou seja, de simples apresentação da lide ao Judiciário. Entretanto, para se
obter o direito de ação é necessário o cumprimento de determinados requisitos (teoria
eclética da ação), ou seja, às condições da ação.

Teorias da Ação:

- Teoria Imanentista ou Civilista - Segundo essa teoria a ação é imanente ao direito


material controvertido, de forma que a jurisdição só pode ser acionada se houver o direito
postulado. Em outras palavras, a ação seria o próprio direito material violado em estado de
reação. 5
Segundo essa teoria não há ação sem direito material; não há direito sem ação; e a
ação segue a natureza do direito material alegado.

- Teoria Concretista (Chiovenda) - Esta teoria fez uma distinção entre o direito de ação
e o direito material. Entretanto, segundo essa teoria, o direito de ação só existiria quando a
sentença fosse favorável.

Críticas à Teoria do Direito Concreto de Ação: havendo uma sentença de


improcedência tem-se uma declaração de inexistência do direito material alegado pelo autor,
mas houve um direito de ação, já que o Estado prestou a jurisdição dando ao autor uma
resposta de mérito, podendo-se concluir que o direito de ação é autônomo ao direito material,
contrariando a Teoria do Direito Concreto de ação. Havendo uma sentença de procedência na
ação declaratória negativa, em que busca a declaração de que a relação jurídica de direito
material não existe (ex.: ação declaratória negativa de paternidade), estará presente o direito
de ação inexistindo o direito material, sepultando a Teoria Concretista/do Direito Concreto de
Ação.

- Teoria da Ação como Direito Autônomo e Abstrato - Segundo essa teoria a ação não
tem qualquer relação de dependência com o direito material controvertido, existindo
independentemente de qualquer condição. Assim, o direito de ação é abstrato, amplo,
genérico e incondicionado.

Esta teoria também é chamada da teoria da abstração na vertente incondicionada,


pois a ação existe independentemente de qualquer condição.
- Teoria Eclética ou Instrumental (Liebman) - Segundo essa teoria o direito de ação
não está vinculado a uma sentença favorável, mas também não é completamente
independente do direito material (teoria abstrata). Há, de fato uma abstração do direito de
ação, no sentido de que a existência do processo não está condicionada à do direito material
invocado; porém, sustenta-se pela teoria eclética que a ação é direito a uma sentença de
mérito, seja qual for o seu conteúdo, isto é, de procedência ou improcedência. Entretanto,
para surgir tal direito, devem estar presentes certos requisitos, denominados de condições da
ação; aliás, a ausência de tais condições gera o fenômeno designado por "carência de ação".

Esta teoria também é chamada da teoria da abstração na vertente condicionada, pois


a ação só existe quando presentes as condições da ação.

A teoria eclética ou instrumental da ação foi a adotada pelo Brasil no Código de


Processo Civil (art. 485, VI, do NCPC).

- Teoria da Asserção (status assertionis, della propettazione): Bedaque e Marinoni: o


direito de ação é independente e diferente do direito material. Somente pode se falar em
condições da ação diante das alegações do autor, assim, diante das meras alegações do autor
se o Juiz já for capaz de analisar a ausência das condições da ação haverá a extinção do
processo por carência de ação (art. 485, VI do NCPC). Mas se para analisar as condições da
ação o Juiz for obrigado a se aprofundar na cognição, ou seja, sendo necessários mais
elementos de convicção, aquilo que um dia foi condição da ação passa a ser mérito, e ao invés
de gerar a carência da ação, acarretará a improcedência do pedido.
6
Características da Ação (“ASPA”) - Decorrência da teoria eclética da ação:

- Direito Autônomo - A ação não está vinculado a um direito material;

- Direito Subjetivo - A ação é um direito inerente a toda e qualquer pessoa (natural ou


jurídica);

- Direito Público - A ação é um direito exercido em face do Estado (no sentido do


Estado como Poder Judiciário); e

- Direito Abstrato - A ação garante uma resposta, ainda que seja negativa.

CONDIÇÕES DA AÇÃO

IMPORTANTE!

Para alguns doutrinadores diante da supressão da expressão “condições da ação” do


art. 485, VI do NCPC em comparação com o art. 267, VI, do CPC de 1973, as condições da ação
teriam sido extirpadas tanto da lei quanto da teoria geral do processo, sendo suas hipóteses
recebidas ora como pressuposto processual ora como análise de mérito. Entretanto, ainda se
mantém firme a existência de tais hipóteses como condições da ação, conforme doutrinadores
do porte de Humberto Theodoro Júnior e Daniel Amorim Neves em suas mais recentes obras.
NOVIDADE DO NCPC: Por fim, desaparece no NCPC (artigo 485, VI) a possibilidade jurídica do
pedido, enquanto condição da ação. Todavia, conforme Daniel Amorim Neves: ainda que não
seja mais prevista como condição da ação, a possibilidade jurídica do pedido não deixará
faticamente de existir, cabendo sua análise mesmo que no Novo Código de Processo Civil sua
presença passe a levar à extinção do processo por falta de interesse de agir, pressuposto
processual ou improcedência da ação (pedido).

Era clássica a lição que a ausência de condições da ação gerava a carência da ação e
consequente extinção do processo sem resolução de mérito. Com o NCPC, porém, foi
extirpado do sistema processual o gênero “condições da ação”. Não existe mais essa rubrica,
embora subsistam duas de suas “espécies”, a legitimidade ad causam e o interesse de agir.

A ausência de possibilidade jurídica do pedido, agora, é questão meritória, que pode


gerar, inclusive, a improcedência liminar do pedido.

Por fim, confira-se um comparativo entre a previsão do CPC atual e o NCPC:

CPC/1973 CPC/2015
Art. 267. Extingue-se o processo, sem Art. 485. O juiz não resolverá o mérito
resolução de mérito: quando:
VI – quando não concorrer qualquer das VI – verificar ausência de legitimidade ou
condições da ação, como a possibilidade de interesse processual. 7
jurídica, a legitimidade das partes e o
interesse processual.

Conceito - as condições para o provimento final ou para o legítimo exercício do direito


de ação, são duas, a saber:

- Interesse de agir; e
- Legitimidade das partes.

Interesse de Agir em Juízo (Interesse Processual ou Interesse Instrumental) - O


interesse de agir relaciona-se com a necessidade ou utilidade da providência jurisdicional
solicitada e com a adequação do meio utilizado para obtenção da tutela. Em outras palavras, a
prestação jurisdicional em cada caso concreto deverá ser necessária, adequada e útil.

Necessidade - Como necessidade compete ao autor demonstrar que sem a


interferência do Judiciário a sua pretensão não será satisfeita espontaneamente pelo réu, ou
ainda, quando esta necessidade decorre da imposição legal.
Adequação - Como adequação compete ao autor a formulação da pretensão apta a
resolver a lide (uso da ação adequada para a espécie de direito que se pretende buscar).

Utilidade - Como utilidade é exigido do autor da ação que demonstre que esta irá
tornar sua posição jurídica mais vantajosa (será útil para sua esfera de direito).

Ex.: Não existe interesse de agir daquele que entra com ação de cobrança quando se
tem título executivo extrajudicial, pois falta utilidade na ação de cobrança.
Interesse de Agir Vs. Interesse Material - Não se deve confundir interesse de agir com
interesse material:

Interesse Material - O Interesse material está relacionado com o bem da vida


(presente na qualificação de LIDE).

Interesse de Agir (Interesse Processual) - O interesse de agir (processual) está


relacionado com o meio adequado para a busca desse bem da vida.

Legitimidade das Partes (ad causam) - art. 18 do NCPC - São legítimos para figurar em
uma demanda judicial os titulares dos interesses em conflito (legitimidade ordinária).
Entretanto, pode o ordenamento jurídico autorizar terceiros a virem a juízo, em nome próprio,
litigar direito alheio (legitimação extraordinária).

Formas de Legitimação:

Legitimação Ordinária - Nesse caso cada um está legitimado a defender seu próprio
interesse, ou seja, a parte defente interesse próprio em nome próprio.

Legitimação Extraordinária - Ocorre quando o ordenamento jurídico autorizar outro a


pleitear em juízo, em nome próprio, o direito alheio. Aquele que pleiteia age como parte no
processo, mas não na relação litigiosa (ex.: MP pede ação de investigação de paternidade).
Ressalta-se a novidade do art. 18 do NCPC que substituiu a expressão “lei” do art. 6º do CPC de
1973 por “ordenamento jurídico”, expressão esta que abrange não só a autorização por lei em 8
sentido estrito, incluindo aquela que decorre logicamente do sistema, como exemplo, a
possibilidade do advogado recorrer do capítulo da sentença que diz respeito aos honorários
advocatícios. Afirma-se que existem duas formas de Legitimação Extraordinária:

Subordinada - Quando for imprescindível a presença do legitimado ordinário para a


regularidade da relação processual.

Autônoma - Quando o legitimado estiver autorizado a ir a juízo e conduzir o processo


independentemente da participação do legitimado ordinário. Esta não se confunde com a
legitimação autônoma do processo coletivo. Se divide em duas:
Legitimação Exclusiva - Nesses casos apenas o legitimado extraordinário, e não o
legitimado ordinário pode ir a juízo (ex.: ação popular, onde o cidadão é substituto da
coletividade).

Legitimação Concorrente - Nesta legitimação tanto o legitimado extraordinário como


ordinário podem ir a juízo, isoladamente ou em litisconsórcio facultativo.

Legitimação Autônoma do Processo Coletivo - As regras do processo civil (legitimação


ordinária e extraordinária), não são adequadas para qualificar a legitimação na ação civil
pública. No âmbito dos interesses coletivos, prepondera a indeterminação dos sujeitos, em
que o titular do direito de ação é distinto dos próprios titulares do direito material.

Assim, a doutrina classifica a legitimação para a defesa de direitos difusos e coletivos


como uma legitimação autônoma para a condução do processo.
Entretanto, no que se refere aos direitos individuais homogêneos, dada a
possibilidade de individualização específica dos titulares do direito haverá a legitimação
extraordinária.

Substituição Processual Vs. Sucessão Processual - Substituição é a legitimidade


extraordinária, na qual terceiro, em nome próprio, litiga direito alheio. A sucessão se refere a
troca de uma parte por outra. Nesse último caso todos os envolvidos têm que concordar com a
sucessão (art. 108 e ss. do NCPC).

Exceção à Necessidade de Autorização - Na sucessão causa mortis não é necessária a


autorização. Entretanto, ressalta-se que os direitos personalíssimos não podem ser sucedidos
pela sucessão causa mortis.

Representante Processual - Esta hipótese diferencia-se da legitimidade extraordinária.


Nessa situação terceiro está em juízo em nome alheio buscando a defesa de direito alheio (ex.:
MP em defesa de menores).

Concomitância da Legitimidade Ordinária e Extraordinária - É possível a existência de


legitimidade ordinária e extraordinária ao mesmo tempo. Ex.: Condômino defendendo direito
próprio dele e dos demais condôminos.

Carência de Ação - As condições da ação são matérias de ordem pública, logo, sua
falta, pode ser reconhecida em qualquer grau de jurisdição, até mesmo de ofício pelo juiz,
assim não estão sujeitas a preclusão. A consequência da falta de uma das condições da ação é 9
a extinção do processo sem a resolução do mérito.

Objeções Processuais - Independentemente de não ter sido arguida a carência de


ação, esta pode ser alegada a qualquer tempo. Trata-se de uma objeção de natureza
processual.

Carência de Ação no STJ e STF - Em sede de STJ e STF a ausência das condições da
ação não pode ser conhecida se não houver o preenchimento do requisito do
prequestionamento, ou seja, se não tiverem sido discutidas anteriormente.

Ressalta-se que esta posição vem sendo modificada pelos tribunais superiores, mas
ainda não houve uma mudança completa de posicionamento sobre o tema. Esta matéria será
melhor estudada em tópico específico.

Teorias Sobre a Carência de Ação:

- Teoria da Exposição - Segundo essa teoria as condições da ação devem ser


demonstradas pela parte, que pode, para tal desiderato, valer-se da produção de provas para
formar o convencimento do juiz.

- Teoria da Asserção - Segundo essa teoria as condições da ação são verificadas pelas
afirmações e assertivas deduzidas da petição inicial. Dessa forma, o juiz tem o poder/dever de
reavaliar as condições da ação a qualquer momento na tramitação do processo.

Entretanto, a análise posterior das condições da ação, com a possibilidade de


produção de provas e sob cognição exauriente, faz com que o pronunciamento sobre tais
aspectos configure matéria referente ao mérito do processo. Dessa maneira, se forma coisa
julgada material sobre tal decisão.

Existem algumas decisões do STJ que adotam a teoria da asserção. Entretanto, há


fortes críticas a essa teoria em virtude da impossibilidade de se modificar a natureza de um
instituto jurídico tomando-se por base a diferente carga cognitiva ou o momento em que o
pronunciamento é proferido.

Objeção Vs. Exceção (stricto sensu):

Objeção - É defesa relacionada a interesse público (norma cogente). Estas devem ser
conhecidas de ofício, caso percebidas pelo juiz.

Exceção em Sentido Estrito - É defesa relacionada a interesse da parte (norma


dispositiva). Nesse caso o juiz não conhece de ofício.

Momentos para o Reconhecimento da Carência de Ação:

- Juízo Prévio de Admissibilidade (art. 330 do NCPC) - Nesse momento se o juiz defere
a inicial faz-se o despacho liminar positivo (trata-se de mero despacho); se indefere faz-se
despacho negativo (trata-se de sentença, cabendo apelação).

- Após a Contestação (arts. 337, XI e 354 do NCPC) - Nesse momento tal preliminar é
alegada pelo réu. 10
- A Qualquer Tempo (art. 485, § 3º e 337, § 5º do NCPC) - Como se trata de matéria de
ordem pública pode ser alegada de ofício pelo juiz a qualquer momento.

Obs! O NCPC NÃO prevê mais que o réu que não alegar em momento oportuno e vier
a alegar posteriormente arcará com as custas do prolongamento da ação, como era previsto
no art. 267, § 3º do CPC de 1973.

Carência Superveniente ou Posterior - É aquela que ocorre no curso do processo.


Assim, inicia-se o processo com todas as condições da ação. Entretanto, no seu desenrolar
alguma das condições acaba deixando de existir por uma causa superveniente. Esta
geralmente surge pelo desaparecimento do interesse de agir, exemplo: reconhecimento de
débito em fazer pagamento parcelado.

Quanto as custas processuais nesse situação se aplica o princípio da causalidade.


Assim, quem deu causa indevida ao processo paga as custas processuais.

Legitimidade para a Causa Vs. Legitimidade para o Processo Vs. Capacidade Para ser
Parte:

- Legitimidade para a Causa (ad causam) - É condição da ação conforme visto nas
anotações acima.

- Legitimidade para o Processo (ad processum) - É requisito processual de validade


que se relaciona com a capacidade para estar em juízo, quer dizer, de praticar atos processuais
independentemente de assistência ou representação.
Dessa forma, pode-se dizer que refere-se a capacidade processual, ou seja, para
participar do processo sem necessidade de assistente (relativamente incapaz) ou
representante (absolutamente incapaz).

Esta refere-se a Capacidade de Fato ou de Exercício, que consiste na possibilidade do


sujeito estar a frente de seus direitos e deveres (é o que os incapazes não podem fazer). Ou
seja, é a aptidão que o ser humano tem ou não de exercer os seus direitos.

- Capacidade para ser Parte - A capacidade para ser parte relaciona-se com a aptidão
para adquirir direitos e contrair obrigações na órbita civil (personalidade judiciária). Todas as
pessoas naturais e jurídicas detêm capacidade para ser parte. Além dessas pessoas, reconhece-
se capacidade de ser parte a entes despersonalizados, como o espólio, a massa falida e a
herança jacente.

Esta refere-se à Capacidade de Direito também chamada de Capacidade de Gozo,


consiste na possibilidade que toda pessoa tem de ser sujeito de Direito, isto é, figurar num dos
polos da relação jurídica. É característica inerente ao ser humano, e nenhum pode ser privado
dessa capacidade pelo ordenamento jurídico, como está no Art. 1º do Código Civil: "Toda
pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil

ELEMENTOS DA AÇÃO
11
Estes são:

- Partes (elementos subjetivos);

- Pedidos (elementos objetivos); e

- Causas de Pedir (elementos causais).

O elemento “partes” será analisado em tópico separado abaixo. E o elemento pedido


será tratado em momento próprio, no material referente à petição inicial.

Objetivo dos Elementos da Ação - Estes tem a função de identificação/individualização


da ação. A individualização de um ação, que ocorre somente com a tríplice identidade, serve
para identificar a existência de:

- Litispendência (art. 485, V do NCPC) - "Lide Pendente" - Ocorre quando a ação


proposta é idêntica a outra já em trâmite, ou seja, possui os mesmos elementos da ação.
Quando há litispendência o novo processo é extinto sem julgamento de mérito.
A litispendência resulta do próprio ajuizamento da ação. Dessa forma, buscando-se
impedir a repetição de ações em processamento.

- Perempção - É sanção processual imposta ao autor contumaz (desidioso) que


consiste na proibição legal de repropositura da mesma ação. Para se concretizar a perempção
devem ocorrer 3 abandonos da causa pelo autor (art. 485, III e § 1º do NCPC). Ressalta-se a
mudança do prazo para a parte suprir a falta: antes era de 48 (quarenta e oito horas), com o
NCPC passou a ser 5 (cinco) dias, e, se tratando de prazo processual dependente de atividade
de procurador, este prazo é contado em dias úteis.

Ressalta-se que a perempção atinge apenas o direito processual e não o direito


material. Assim, este ainda poderá ser exercitado em defesa. Entretanto, a reconvenção, que
tem natureza de ação, não poderá ser utilizada nesses casos dada a vedação imposta pela
perempção.

Não confundir com preempção, que é sinônimo de prelação (direito de preferência).

- Coisa Julgada (material) - "Res Iudicata" (aquilo que foi julgado em juízo) - É a
definitividade da decisão, apesar de nada ter a ver com a sentença. Relaciona-se a
indiscutibilidade da solução que se obteve por meio do processo, impedindo-se que seja
proposta a mesma ação já julgada.
Coisa Julgada Formal (Preclusão) - É um fenômeno que ocorre internamente no
processo interferindo em direitos e faculdades processuais (irrecorribilidade da sentença).
Existem 4 tipos de preclusão:

Temporal - É a perda de direito ou faculdade em virtude do seu não-exercício regular


pelo interessado no prazo correto.

Consumativa - Ocorre quando o interessado já exercitou regularmente o direito ou


faculdade processual. Dessa forma, não pode exercitá-lo novamente.
12
Lógica - Fundamenta-se na ideia de que não podem haver atos incompatíveis no
processo (ex.: emenda da mora e contestação na ação de despejo). Assim, a prática de um ato
impede a prática de outro incompatível com este, ainda que, em tese, os dois fossem cabíveis
para o caso concreto.

Mista (LIEBMAN) - Nesta ocorrem duas preclusões em apenas uma situação.

- Conexão - art. 55 do NCPC - Duas ou mais ações apesar de diferentes serão conexas
quando tiverem em comum o pedido ou a causa de pedir.

CAUSA DE PEDIR

Conceito - Estas são os fundamentos do pedido. O juiz acolhe ou rejeita o pedido com
base na causa de pedir. Dessa forma, não é o pedido que é justo ou injusto e sim a causa de
pedir.

- Causas Fáticas (Causa Próxima) - São os fatos constitutivos do afirmado direito do


autor à obtenção do bem da vida.

- Causas Jurídicas (Causa Remota) - É a demonstração de que os fatos narrados se


enquadram em determinada categoria jurídica (fundamento jurídico) e de que a sanção
correspondente é pretendida pelo demandante.

Não se deve confundir fundamento jurídico com fundamento legal. Fundamento


jurídico é o liame jurídico entre os fatos e o pedido, ou seja, é a explicação à luz do
ordenamento jurídico porque o autor merece o que está pedindo diante dos fatos que narrou.
Fundamento legal é apenas o dispositivo de lei referente ao caso.

Ressalta-se que há doutrinadores que invertem o conceito de causa de pedir remota e


causa de pedir próxima.

Terias Sobre a Causa de Pedir:


- Teoria da Individualização - A teoria da Individualização ou Individuação diz que a
causa de pedir é composta apenas pelo fundamento jurídico, sendo irrelevantes os fatos.

Assim, a causa petendi consiste na relação jurídica que se pretende fazer valer em
juízo. As causas de pedir entre duas ações são iguais quando a causa jurídica é a mesma.

- Substanciação (adotada pelo Brasil) - A teoria da substanciação ou substancialização


é adotada pelo CPC (art. 319, III do NCPC) e preleciona que a causa de pedir é composta pelos
fatos e fundamentos jurídicos.

Nessa teoria as causas de pedir são iguais quando a causa fática (fatos) for a mesma.
Ressalta-se que alguns adotantes dessa teoria entendem que ainda que se entenda que a
identidade de causas de pedir depende da causa fática, também deve-se levar em
consideração a causa jurídica.

CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES 13


Quanto a Natureza do Provimento Jurisdicional Pretendido:

- Ação de Cognição (conhecimento) - Visa ao acertamento do direito.

a) Declaratória - Busca tão somente a solução de um conflito, sem que seja necessária
uma providência suplementar de natureza coercitiva para a consecução da decisão final.
Destina apenas a declarar a certeza da existência, inexistência ou do modo de ser de uma
relação jurídica, ou de autenticidade ou falsidade de documento (art. 19 do NCPC).

b) Constitutiva - Busca a solução de conflito, mas a decisão tem o condão de criar,


modificar ou extinguir uma relação jurídica, contudo, sendo também desnecessário a utilização
de alguma medida executiva.

c) Condenatória - Soluciona um conflito, mas com a necessidade da utilização de uma


fase de execução, para assim viabilizar a eficácia da decisão, caso o devedor não cumpra
voluntariamente a sua obrigação.

- Ação de Execução - Busca a satisfação ou realização de um direito já acertado, por


meio de um título extrajudicial ou judicial, podendo ocorrer respectivamente, por processo
autônomo ou mera fase do processo de conhecimento.

ATENÇÃO! O novo Código aboliu a ação cautelar como objeto de processo autônomo.
Destarte, as tutelas urgentes conservativas (cautelares), satisfativas ou da evidência devem ser
requeridas incidentalmente no bojo do processo principal (Humberto Theodoro Júnior).
Segundo a Natureza da Relação Jurídica Discutida:

- Ação Real - Esta demanda se funda em direito real.


- Ação Pessoal - Esta demanda se funda em direito pessoal.

Segundo o Objeto do Pedido Mediato:

- Ação Imobiliária - O bem jurídico pretendido é um bem imóvel.


- Ação Mobiliária - O bem jurídico pretendido é um bem móvel.

PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS

Conceito - Constituem exigências que possibilitam o surgimento de uma relação


jurídica válida e seu desenvolvimento imune a vício que possa nulificá-la, no todo, ou em parte.

Os pressupostos processuais não se confundem com as condições da ação.

Divisão do Pressupostos Processuais:

- Pressupostos de Existência:
a) Subjetivos:
a.1. Capacidade de ser Parte; 14
a.2. Existência de Órgão Investido de Jurisdição (investidura);
b) Objetivos:
b.1. Existência de uma Demanda.

- Requisitos de Validade:
a) Subjetivos:
a.1. Competência do órgão jurisdicional;
a.2. Imparcialidade do Juízo;
a.3. Capacidade processual;
a.4. Capacidade postulatória;

b) Objetivos:
b.1. Intrínsecos - Respeito ao formalismo processual;
b.2. Extrínsecos (negativos) - Litispendência; coisa julgada, perempção, convenção de
arbitragem, transação e citação válida.

PARTES E PROCURADORES

Conceito

Partes são os sujeitos parciais do processo, que pedem ou contra quem é pedida uma
providência jurisdicional e, por essa razão, integram o contraditório e são atingidos pelos
efeitos da coisa julgada.

Parte Material x Parte Processual:


- Parte Material - Parte material é o sujeito da lide, ou seja, refere-se àquele que
afirma ser titular da relação jurídica material controvertida em juízo.

- Parte Processual – Parte processual, por sua vez, engloba aqueles que ocupam um
dos polos na relação jurídica processual.

- Parte Complexa - Carnelutti afirma que existem também a parte complexa, formada
por pluralidade organizada de indivíduos, e parte simples, que está sozinha em juízo.

Modalidades de partes

- Principal e Secundária - Principal é a que participa do conflito. Secundária é aquela


que participa do processo, mas não do conflito (ex.: MP na ação de divórcio).

- Original e Sucessora - Parte original é aquela que participa do processo quando este
já acabou. Parte sucessora é aquela que sucede a parte original (ex.: espólio). Refere-se a
sucessão processual.

- Substituta e Substituída - Parte substituída é aquela que é representada pela parte


substituta no processo (ex.: MP representando menor). Refere-se a substituição processual
(legitimação extraordinária).
15
Capacidade de ser parte

Consiste na pessoa, natural ou jurídica (direito público ou privado), que figura em


relação processual, seja no polo ativo (autor) ou passivo (réu). Assim, é a aptidão para figurar
em um dos polos da relação processual.

OBSERVAÇÃO: Capacidade de ser parte do nascituro - Já é pacífico na doutrina e


jurisprudência que o nascituro pode figurar como parte em um processo.

- Capacidades Especiais (entes despersonalizados) - A lei, em rol exemplificativo,


estende a capacidade de figurar como parte a algumas universalidades de bens ou de pessoas,
muito embora não sejam dotadas de personalidade jurídica, quais sejam (art. 75 do NCPC):

a) Massa Falida - representada pelo administrador judicial (inciso V);

b) Herança jacente ou vacante – representada por seu curador


(inciso VI);

c) Espólio – representado pelo inventariante (inciso VII);

d) Sociedade e associação irregulares e outros entes organizados


sem personalidade jurídica – representadas por aquele a quem couber
a administração de seus bens (inciso IX);
e) Condomínio – representado pelo administrador ou síndico (inciso
X).

- Pessoas Jurídicas - As pessoas jurídicas regularmente constituídas tanto terão a


capacidade de ser parte como capacidade para estar em juízo (capacidade processual).

OBSERVAÇÃO: Segundo a jurisprudência do STJ e STF, os entes despersonalizados terão


excepcionalmente a capacidade de ser parte e a capacidade processual quando a ação tiver
por objeto a defesa dos interesses institucionais.

STJ Súmula 525 - A Câmara de Vereadores não possui personalidade jurídica, apenas
personalidade judiciária, somente podendo demandar em juízo para defender os seus direitos
institucionais.

Capacidade processual (ou capacidade para estar em juízo, legitimação ad processum


ou capacidade judiciária)

Consiste na verificação se a pessoa legitimada para causa possui ou não capacidade


para defender os seus próprios interesses em juízo. Trata-se de uma identificação objetiva,
diferentemente da legitimidade, que se aproxima do caráter subjetivo. 16
Também denominada de capacidade de fato ou de exercício - é a aptidão para exercer
por si só direitos e obrigações na ordem civil. Tem esta capacidade quem não for relativa ou
absolutamente incapaz (arts. 3º e 4º do CC).

Trata-se de matéria de ordem pública que, como tal, poderá ser alegada a qualquer
momento e em qualquer grau de jurisdição.

Falta de Capacidade - Quando o juiz identifica a ausência ou irregularidade de


capacidade processual, cumpre-lhe conferir um prazo razoável para que a irregularidade
possa ser sanada. Somente depois de decorrido esse prazo, e caso o vício não seja sanado,
poderá o juiz adotar uma postura punitiva, nos termos previstos no art. 76 do NCPC. A situação
ora examinada também se aplica à irregularidade de representação (capacidade postulatória).
Pode-se falar, pois, em direito subjetivo da parte de sanar o vício de representação dentro do
prazo que lhe for assinalado (STJ, RMS 19.311/PB).

A situação de incapacidade processual ou irregularidade de representação está


prevista no art. 76 do CPC/2015. A redação do CPC/1973 apenas previa que o terceiro, nesses
casos, seria excluído do processo. O NCPC corrige o defeito da lei anterior e prevê que o
terceiro ou é excluído (se estiver no polo ativo) do processo ou é considerado revel (se estiver
no polo passivo). Ex.: no caso de uma denunciação da lide, caso não corrija sua representação
processual, não será excluído da lide, mas sim considerado revel, haja vista que o denunciado
assume o polo passivo da demanda.
O NCPC deixou claro, ademais, que as providências acima aplicam-se em qualquer
grau de jurisdição. Antes, havia um debate na doutrina acerca da aplicação do art. 13 do
CPC/1973 ao segundo grau de jurisdição.

O fundamental é perceber que a possibilidade de correção de um defeito relativo à


capacidade processual é admitida mesmo em grau recursal e mesmo em Tribunal Superior.

CPC/1973 CPC/2015
Art. 13. Verificando a incapacidade Art. 76. Verificada a incapacidade processual
processual ou a irregularidade de ou a irregularidade da representação da
representação das partes, o juiz, parte, o juiz suspenderá o processo e
suspendendo o processo, marcará prazo designará prazo razoável para que seja
razoável para ser sanado o defeito. Não sanado o vício.
sendo cumprido o despacho dentro do § 1º Descumprida a determinação, caso o
prazo, se a providência couber: processo esteja na instância originária:
I – ao autor, o juiz decretará a nulidade do I – o processo será extinto, se a providência
processo; couber ao autor;
II – ao réu, reputar-se-á revel; II – o réu será considerado revel, se a
III – ao terceiro, será excluído do processo. providência lhe couber;
III – o terceiro será considerado revel ou
excluído do processo, dependendo do polo
em que se encontre.
§ 2º Descumprida a determinação em fase
recursal perante tribunal de justiça, tribunal 17
regional federal ou tribunal superior, o
relator:
I – não conhecerá do recurso, se a
providência couber ao recorrente;
II – determinará o desentranhamento das
contrarrazões, se a providência couber ao
recorrido.

MUITO IMPORTANTE! Com o parágrafo 2º do art. 76, ao se fazer expressa menção ao


saneamento do vício da instância recursal, ficou SUPERADA A SÚMULA 115 DO STJ, cujo teor
é: “Na instância especial é inexistente recurso interposto por advogado sem procuração nos
autos”.

Enunciado 83 do Fórum Permanente de Processualistas Civis (FPPC): (art. 932


parágrafo único; art. 76, par. 2º; art. 104, par. 2º; art. 1.029, par. 3º) Fica superado o
enunciado 115 da Súmula do STJ após a entrada em vigor do CPC.

ATENÇÃO! art. 352 do NCPC determina que o prazo para a correção de irregularidades ou de
vícios sanáveis não será superior a 30 (trinta) dias úteis.
- Representante ou Assistente - não são partes no processo, mas viabilizam a
consecução da capacidade processual dos incapazes. Apenas auxiliam o titular do direito, haja
vista que este último não tem capacidade para sozinho defender seus interesses em juízo.

Curador especial (art. 72)

Em algumas situações, a incapacidade processual deve ser suprida por meio da


designação de um representante processual ad hoc, denominado curador especial. Há
situações em que há incapacidade processual, a despeito da existência de capacidade de
direito material (decorrente da autonomia da relação jurídica processual).

A figura já estava prevista no CPC/73, mas sua regulamentação sofreu mudanças e


aperfeiçoamentos com o advento do NCPC.

São hipóteses de nomeação de curador especial:

a) Parte incapaz, se não tiver representante legal ou se os interesses


deste colidirem com os daquele, enquanto durar a incapacidade (inciso
I)
A nomeação de curador especial, nessas causas, não dispensa a
intervenção do MP como fiscal da ordem jurídica, a teor do art. 178, II,
NCPC.

b) Réu preso revel, enquanto não for constituído advogado (inciso II, 18
primeira parte)
Não é qualquer réu preso que tem direito ao curador especial, mas
apenas o réu revel. O CPC/1973 previa que o réu preso, qualquer que
seja ele, tinha direito ao curador especial. Uma vez constituído
advogado, cessam as funções do curador especial.

c) Réu revel citado por edital ou com hora certa, enquanto não for
constituído advogado (inciso II, segunda parte)
A nomeação do curador especial para o réu-revel citado fictamente
deve-se à incerteza quanto a ter o ato citatório atingido o seu escopo.
Se o réu revel aparecer, cessa a atuação do curador especial.

ATENÇÃO! O curador especial está autorizado a, nos termos do parágrafo único do art. 341 do
NCPC, formular defesa genérica.

O CPC/2015 deixou claro, ademais, que a curatela especial será exercida, em


regra, pela Defensoria Pública, consagrando no par. único do art. 72 o que já vinha previsto no
art. 4º, XVI, da Lei Complementar n. 80/94 (que atribuiu expressamente as funções de curatela
especial à Defensoria Pública).

Capacidade processual dos cônjuges e companheiros (arts. 73 e 74)

Via de regra, os cônjuges e companheiros possuem capacidade processual plena,


ou seja, não necessitam do consentimento do outro para estar em juízo. O art. 73 do NCPC
elenca, porém, as seguintes exceções (situações processuais em que o cônjuge ou
companheiro necessita do consentimento do outro):

NOVIDADE DO NCPC: A primeira mudança é a adequação do CPC ao Código Civil. O CPC/1973


era apenas um reflexo do regramento previsto no então Código Civil de 1916. Havia urgente
necessidade, pois, de a lei processual se adequar ao regime do Código Civil de 2002. Por essa
razão, o par. 3º do art. 73 do CPC/2015 prevê que se aplica “o disposto neste artigo à união
estável comprovada nos autos”.

a) Capacidade processual ativa para ações que versem sobre direitos reais
imobiliários (art. 73, caput)

Para propositura de ações que versem sobre direitos reais imobiliários


(reivindicatórias, usucapião, divisória, adjudicação compulsória, desapropriação indireta,
exceção hipotecária, entre outras), será necessário o consentimento do outro cônjuge ou
companheiro, exceto se casados sob regime de separação absoluta de bens.

* Essa ressalva se aplica à separação de bens legal e à convencional ou se aplica


apenas à separação convencional?

Doutrina (ex.: Fredie Didier Jr.) defende que a ressalva seria aplicável apenas ao
regime de bens de separação convencional, pois, no regime da separação legal, o patrimônio
constituído após o casamento se comunica (Súmula 377 do STF).
19
Súmula 377 do STF: No regime de separação legal de bens, comunicam-se os adquiridos na
constância do casamento”.

b) Capacidade processual passiva (art. 73, par. 1º) – ambos os cônjuges e


companheiros serão necessariamente citados para a ação (litisconsórcio passivo necessário):
I - que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de
separação absoluta de bens;

II - resultante de fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou de ato praticado por
eles;

III - fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da família;

IV - que tenha por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção de ônus


sobre imóvel de um ou de ambos os cônjuges.

c) Ações possessórias (art. 73, par. 2º) – nas ações possessórias, a participação do
cônjuge do autor ou do réu somente é indispensável nas hipóteses de composse ou de ato por
ambos praticados.

- Substituição da autorização do cônjuge (art. 74 do NCPC) - o consentimento previsto


no art. 73 pode ser suprido judicialmente quando for negado por um dos cônjuges sem justo
motivo, ou quando lhe seja impossível concedê-lo.
- Inexistência de autorização ou suprimento judicial - art. 74, parágrafo único, do
NCPC - A falta de consentimento, quando necessário e não suprido pelo juiz, invalida o
processo.

Substituição e sucessão processual (arts. 18 e 108 a 112 do NCPC)

- Substituição Processual - a regra é que ninguém pode pleitear direito alheio em


nome próprio (art. 18 do NCPC), ou seja, em princípio, tem legitimidade para propor ação
quem for o detentor do direito material controvertido.

Entretanto, o ordenamento jurídico, em casos excepcionais, autoriza a propositura


da ação por pessoa estranha à relação jurídica. Nesse caso diz-se que ocorre a substituição
processual, legitimação extraordinária ou anômala.

CPC/1973 CPC/2015
Art. 6º. Ninguém poderá pleitear, em nome Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito
próprio, direito alheio, salvo quando alheio em nome próprio, salvo quando
autorizado por lei autorizado pelo ordenamento jurídico.

OBSERVAÇÃO: A coisa julgada recairá sobre o substituído e também sobre o substituto. Nas
ações coletivas, em caso de procedência do pedido, a coisa julgada terá eficácia erga omnes,
ou ultra partes, valendo para todos os titulares dos direitos individuais defendidos na ação (art.
103, III, do CDC). Por outro lado, a improcedência por insuficiência de provas não impedirá que 20
titulares do direito ajuízem demandas individuais, a não ser que tenham integrado a ação
coletiva como litisconsortes (art. 103, §§ 1º e 2º, do CDC).

- Sucessão Processual (Sucessão das Partes) - no curso do processo, somente é lícita a


sucessão voluntária das partes nos casos expressos em lei (art. 108 do NCPC). Duas são as
hipóteses de sucessão das partes ou sucessão processual:

a) A primeira hipótese, facultativa, ocorre quando o bem litigioso é


alienado a título particular, por ato entre vivos. Nesse caso, o
adquirente pode suceder o alienante ou cedente, desde que haja
consentimento da outra parte (art. 109 do NCPC).

Via de regra, a alienação da coisa ou do direito litigioso por ato entre


vivos, a título particular, não altera a legitimidade das partes (caput).

Necessidade de consentimento - o adquirente ou o cessionário não


poderá ingressar em juízo, sucedendo o alienante ou cedente, sem que
o consinta a parte contrária (par. 1º).
Intervenção como assistente litisconsorcial – o adquirente ou o
cessionário poderá intervir no processo como assistente litisconsorcial
do alienante ou cedente (par. 2º).
Extensão dos efeitos da sentença – estendem-se os efeitos da
sentença proferida entre as partes originárias ao adquirente ou
cessionário (par. 3º).
b) A segunda hipótese é obrigatória e ocorre na hipótese de morte
de qualquer das partes (art. 110 do NCPC).

Ocorrendo a morte de qualquer das partes, dar-se-á a sucessão pelo seu espólio ou
pelos seus sucessores.
Sucessão do MP na Ação Popular e na ACP - é também prevista a sucessão do MP na
ação popular e na ação civil pública quando a parte originária desiste da ação.

Capacidade postulatória

É o dever que a parte tem de se fazer representar em juízo por um advogado.

- Quem pode exercer (art. 103 do NCPC) - em regra é exercida por um advogado,
regularmente inscrito na OAB, com habilitação comprovada pela apresentação da carteira de
advogado ou por certidão que a substitua. Ao juiz não cabe analisar questões administrativas,
como por exemplo, a regularidade da anuidade.

Excepcionalmente, poderá ser exercida pela própria pessoa natural, como nos
juizados especiais (causas até 20 salários mínimos), Justiça do Trabalho, Habeas Corpus etc.

- Mandato/Procuração - para o advogado atuar este deve estar autorizado através de


uma procuração. Esta pode ser por instrumento público ou particular. Ressalta-se que para
determinados atos (atos especiais) o advogado deverá ter poderes específicos para isso (art. 21
105 do NCPC).

- Prática de atos urgentes sem mandato (art. 104 do NCPC)

Art. 104 do NCPC - O advogado não será admitido a postular em juízo


sem procuração, salvo para evitar preclusão, decadência ou prescrição,
ou para praticar ato considerado urgente.
§ 1º Nas hipóteses previstas no caput, o advogado deverá,
independentemente de caução, exibir a procuração no prazo de 15
(quinze) dias, prorrogável por igual período por despacho do juiz.
§ 2º O ato não ratificado será considerado ineficaz relativamente
àquele em cujo nome foi praticado, respondendo o advogado pelas
despesas e por perdas e danos.

OBSERVAÇÃO: O prazo do § 1º conta-se em dias úteis.

- Dispensa de mandato para o procurador de autarquia - Súmula 644 do STF - Ao


titular do cargo de procurador de autarquia não se exige a apresentação de instrumento de
mandato para representá-la em juízo.

- Da Substituição dos Procuradores:

a) Falecimento e perda da capacidade postulatória - art. 313, § 3º do NCPC - A


substituição deve ocorrer em 15 dias.
b) Revogação - No próprio ato, o constituinte já deve nomear um outro procurador
(art. 111 do NCPC);

c) Renúncia - nesse caso, segundo o art. 112 do NCPC, a renúncia ocorrerá com a
devida prova de sua comunicação e prática dos atos por um prazo de 10 dias, contados a partir
da juntada do instrumento de comunicação. Dispensa-se a comunicação referida quando a
procuração tiver sido outorgada a vários advogados e a parte continuar representada por
outro, apesar da renúncia.

DOS PODERES, DOS DEVERES E DA RESPONSABILIDADE DO JUIZ

PARA PROVAS DE PRIMEIRA FASE: Observa-se que, no edital, há inclusão das figuras dos
sujeitos que atuam no processo (Auxiliares de Justiça, Ministério Público, Advocacia Pública e
Defensoria Pública). Para provas de magistratura, a maior incidência deve ser da
regulamentação da figura do juiz, seus poderes, deveres e responsabilidade. Por tal razão será
objeto abaixo de breve resumo.

Aconselha-se, por outro lado, a leitura linear dos dispositivos legais que tratam do Ministério
Público (arts. 176 a 181) e da Defensoria Pública (arts. 185 a 187), que deve ser suficiente
para provas objetivas. Com relação aos mediadores e conciliadores, já foram tratados em
material prévio.

Dos poderes e dos deveres do juiz 22


Serão aqui analisado os principais poderes e deveres do magistrado, em especial as
novidades trazidas pelo NCPC. Para provas de concurso público, a leitura dos dispositivos de lei
costuma ser suficiente para a resolução das questões.

O novo art. 139, em comparação ao art. 125 do CPC/73, traz novidades importantes, o
que se pode sentir já no número de incisos do novo dispositivo.

Cabe ao juiz assegurar às partes igualdade de tratamento, nos termos do art. 125, I,
do CPC/1973 e repetido no art. 139, I, do Novo CPC. No inciso II do art. 139 do Novo CPC há
uma mudança apenas redacional do art. 125, II, do CPC/1973, cabendo ao juiz velar pela
duração razoável do processo, exigência essa consagrada no art. 5.º, LXXXVIII, da CF. O inciso III
repete a incumbência de o juiz prevenir e reprimir qualquer ato contrário à dignidade da
justiça, passando também a prever o indeferimento de postulações meramente protelatórias.

- Medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias (art. 139, inciso IV)

IV – determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais


e sub-rogatórias necessárias para assegurar o cumprimento de ordem
judicial, inclusive as ações que tenham por objeto prestação pecuniária;

Trata-se do poder geral de efetivação das decisões; houve consagração legislativa do


princípio da atipicidade das formas executivas. O juiz tem o poder de determinar medidas
judiciais atípicas com o escopo de cumprir as decisões judiciais. Esse poder já existia, em certa
medida, no CPC/1973, no par. 5º do art. 461. O problema do CPC anterior é que esse poder de
efetivação é previsto apenas para as execuções de fazer, de não-fazer e de dar coisa diversa de
dinheiro (esta por força do art. 461-A, par. 3º).

A grande novidade do NCPC é prever essa cláusula de atipicidade de meios executivos


para as execuções para prestação de dinheiro. Esse poder significa que o juiz deverá criar os
meios executivos adequados às peculiaridades do caso concreto.

Enunciado 12 do Fórum Permanente de Processualistas Civis (FPPC): A aplicação das


medidas atípicas sub-rogatórias e coercitivas é cabível em qualquer obrigação no cumprimento
de sentença ou execução de título executivo extrajudicial. Essas medidas, contudo, serão
aplicadas de forma subsidiária às medidas tipificadas, com observação do contraditório, ainda
que diferido, e por meio de decisão à luz do art. 499, par. 1º, I e II (486 [atual art. 489]).

Há uma imprecisão técnica neste inciso que pode dar margem a dúvidas. Medidas
indutivas, coercitivas e mandamentais são rigorosamente a mesma coisa, as medidas de
coerção indireta. Revolveu-se adotar todas as nomenclaturas utilizadas pela doutrina.

As medidas sub-rogatórias, por sua vez, são de execução direta.

No inciso V do artigo analisado vem prevista a incumbência de o juiz promover, a


qualquer tempo, a autocomposição, preferencialmente com auxílio de conciliadores e
mediadores judiciais. Trata-se de modernização do previsto no art. 129, IV, do CPC/1973.

- Dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção de prova (art. 139, 23


inciso VI)

VI – dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos


meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a
conferir maior efetividade à tutela do direito;
Parágrafo único. A dilação de prazos prevista no inciso VI somente pode
ser determinada antes de encerrado o prazo regular.

Aqui, há dois poderes:


- dilatação dos prazos;
- alteração da ordem de produção de prova.

Ambos são poderes de adequação do processo às peculiaridades da causa.

Observe-se que o juiz apenas pode ampliar os prazos processuais, e não reduzi-los.

A dilação do prazo tem que ser anterior ao esgotamento deste. Ou seja, o juiz não
pode dilatar o prazo quando este já acabou. Não pode, com esse poder, superar preclusão
temporal.

Segundo o inciso VII do artigo ora comentado, cabe ao juiz o exercício do poder de
polícia, requisitando, quando necessário, força policial, além da segurança interna dos fóruns e
tribunais. Trata-se de norma que mais se adéqua à administração dos trabalhos forenses do
que ao processo civil.

- Interrogatório (art. 139, inciso VIII)


VIII – determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal das
partes, para inquiri-las sobre os fatos da causa, hipótese em que não
incidirá a pena de confesso;

O interrogatório saiu do capítulo do depoimento pessoal e alocou-se dentre os


poderes do juiz. Deixou-se claro, ademais, que o interrogatório não pode ser determinado sob
pena de confissão.

Agora, o depoimento pessoal ficou mais bem dividido:

- Depoimento pessoal provocado;


- Depoimento pessoal determinado de ofício (interrogatório).
- Suprimento e saneamento (art. 139, IX)

IX – determinar o suprimento de pressupostos processuais e o


saneamento de outros vícios processuais;

É mais um dispositivo que confirma o princípio da primazia da decisão de mérito e o


princípio da cooperação.

- Dever de comunicação (art. 139, X)

X – quando se deparar com diversas demandas individuais repetitivas, 24


oficiar o Ministério Público, a Defensoria Pública e, na medida do
possível, outros legitimados a que se referem o art. 5º da Lei n. 7.347,
de 24 de julho de 1985, e o art. 82 da Lei n. 8.078, de 11 de setembro
de 1990, para, se for o caso, promover a propositura da ação coletiva
respectiva.

Essa regra foi importada da Lei de Ação Civil Pública (art. 7º). Trata-se de dispositivo
que compõe o microssistema de causas repetitivas.

O juiz também tem o poder de provocar o respectivo Tribunal para a fixação de tese
diante de causas repetitivas.

Da responsabilidade do juiz

A responsabilidade está prevista no art. 143 do NCPC (“o juiz responderá, civil e
regressivamente, por perdas e danos”), que deixa claro que a responsabilidade do magistrado
é regressiva. É preciso propor uma ação contra o Estado ou a União, a depender se se trata da
Justiça Estadual ou da Justiça Federal, e esses entes, por sua vez, regredirão contra o juiz.

OBSERVAÇÃO: Essa responsabilidade regressiva se estendeu a todos os agentes públicos


operadores do direito, como advogados públicos, membros do Ministério Público, Defensores
Públicos e servidores.

Com isso, consagra-se o entendimento do STF que considera que a responsabilidade


dos servidores públicos é regressiva.
Da atuação do juiz no caso de lacuna ou obscuridade do ordenamento jurídico

CPC/1973 CPC/2015
Art. 126. O juiz não se exime de sentenciar Art. 140. O juiz não se exime de decidir sob a
ou despachar alegando lacuna ou alegação de lacuna ou obscuridade do
obscuridade da lei. No julgamento da lide ordenamento jurídico.
caber-lhe-á aplicar as normas legais; não as Parágrafo único. O juiz só decidirá por
havendo, recorrerá à analogia, aos costumes equidade nos casos previstos em lei.
e aos princípios gerais de direito.

Primeiramente, ao juiz não cabe aplicar apenas as normas legais, mas todo o direito.
Pode aplicar uma resolução do CNJ, uma resolução do BACEN, uma medida provisória, a
Constituição (o direito, o ordenamento jurídico).

A previsão dos princípios gerais do direito como a última técnica de integração de


lacunas é equivocada, pois os princípios são normas legais, compõem o direito.

Observe-se que o NCPC silenciou quanto ao uso da analogia, dos costumes e dos
princípios gerais de direito. Esse silêncio significa a opção de uma Teoria Geral do Direito bem
diferente do que aquela que lastreou o CPC/1973.

O juiz, em seu julgamento, deve guiar-se pelo juízo da legalidade, ainda que não numa
acepção de positivismo acrítico, devendo no caso concreto aplicar a norma legal inspirado 25
pelos princípios constitucionais e os direitos fundamentais. Mesmo diante desse panorama
mais moderno de interpretação e aplicação da lei, o juízo de equidade é residual, sendo, nos
termos do art. 140, parágrafo único, do Novo CPC, reservado apenas para os casos previstos
em lei.

Caso de simulação das partes ou de objetivo vedado por lei

CPC/1973 CPC/2015
Art. 129. Convencendo-se, pelas Art. 142. Convencendo-se, pelas
circunstâncias da causa, de que autor e réu circunstâncias da causa, de que autor e réu
se serviram do processo para praticar ato se serviram do processo para praticar ato
simulado ou conseguir fim proibido por lei, o simulado ou conseguir fim vedado por lei, o
juiz proferirá sentença que obste aos juiz proferirá decisão que impeça os
objetivos das partes. objetivos das partes, aplicando, de ofício, as
penalidades da litigância de má-fé.

É o poder do juiz de controlar a simulação processual.

Sob a égide do CPC/1973, esse poder era utilizado para combater lide simulada. No
CPC/2015, há uma ampliação desse poder, que visa a combater toda e qualquer simulação
ocorrida ao longo do processo. Por isso a significativa mudança do termo “sentença” para
“decisão”. O reconhecimento da simulação não levará necessariamente a uma sentença de
extinção do feito.
Esse poder pode ser utilizado também para combater negócios processuais simulados,
por exemplo.

Da Representação do juiz por excesso de prazo

CPC/1973 CPC/2015
Art. 198. Qualquer das partes ou o órgão do Art. 235. Qualquer parte, o Ministério
Ministério Público poderá representar ao Público ou a Defensoria Pública poderá
Presidente do Tribunal de Justiça contra o representar ao corregedor do tribunal ou ao
juiz que excedeu os prazos previstos em lei. Conselho Nacional de Justiça contra juiz ou
Distribuída a representação ao órgão relator que injustificadamente exceder os
competente, instaurar-se-á procedimento prazos previstos em lei, regulamento ou
para apuração da responsabilidade. O regimento interno.
relator, conforme as circunstâncias, poderá Par. 1º. Distribuída a representação ao órgão
avocar os autos em que ocorreu excesso de competente e ouvido previamente o juiz,
prazo, designando outro juiz para decidir a não sendo caso de arquivamento liminar,
causa. será instaurado procedimento para
apuração da responsabilidade, com
intimação do representado por meio
eletrônico para, querendo, apresentar
justificativa no prazo de 15 (quinze) dias.
Par. 2º. Sem prejuízo das sanções
administrativas cabíveis, em até 48
(quarenta e oito) horas após a apresentação 26
ou não da justificativa de que trata o par. 1º,
se for o caso, o corregedor do tribunal ou o
relator no Conselho Nacional de Justiça
determinará a intimação do representado
por meio eletrônico para que, em 10 (dez)
dias, pratique o ato.
Par. 3º. Mantida a inércia, os autos serão
distribuídos ao substituto legal do juiz ou do
relator contra o qual se representou para
decisão em 10 (dez) dias.

Passa a existir uma procedimentalização da representação. Prevê-se o respeito ao


contraditório (como processo administrativo que é), com a oitiva prévia do juiz e possibilidade
de apresentar justificativa no prazo de 15 (quinze) dias.

Essa defesa prévia, similar ao que ocorre no procedimento da ação de improbidade


administrativa, serve para verificar se há justa causa ou se é caso de arquivamento liminar.

O CPC/1973 não previa o substituto do juiz que excedeu os prazos. Dava margem a
interpretação de que o Tribunal poderia designar, livremente, o substituto. O CPC/2015 deixou
claro que o substituto é o legal, ou seja, aquele que substitui sempre o juiz ou o relator que se
excedeu nos prazos.
1.2. LEGISLAÇÃO E SÚMULAS

a) Novo Código Processual Civil:

LIVRO III
DOS SUJEITOS DO PROCESSO

TÍTULO I
Das partes e dos procuradores

CAPÍTULO I
Da Capacidade Processual

Art. 70. Toda pessoa que se encontre no exercício de seus direitos tem capacidade para estar
em juízo.

Art. 71. O incapaz será representado ou assistido por seus pais, por tutor ou por curador, na
forma da lei.

Art. 72. O juiz nomeará curador especial ao:

I - incapaz, se não tiver representante legal ou se os interesses deste colidirem com os 27


daquele, enquanto durar a incapacidade;

II - réu preso revel, bem como ao réu revel citado por edital ou com hora certa, enquanto não
for constituído advogado.

Parágrafo único. A curatela especial será exercida pela Defensoria Pública, nos termos da lei.

Artigos relacionados:
Art. 341. (...)
Parágrafo único. O ônus da impugnação especificada dos fatos não se aplica ao defensor
público, ao advogado dativo e ao curador especial.

Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que verse sobre
direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens.
§ 1º Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação:

I - que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação
absoluta de bens;

II - resultante de fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou de ato praticado por eles;
III - fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da família;

IV - que tenha por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção de ônus sobre imóvel
de um ou de ambos os cônjuges.
§ 2º Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu somente é
indispensável nas hipóteses de composse ou de ato por ambos praticado.

§ 3º Aplica-se o disposto neste artigo à união estável comprovada nos autos.

Art. 74. O consentimento previsto no art. 73 pode ser suprido judicialmente quando for
negado por um dos cônjuges sem justo motivo, ou quando lhe seja impossível concedê-lo.
Parágrafo único. A falta de consentimento, quando necessário e não suprido pelo juiz, invalida
o processo.

Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente:

I - a União, pela Advocacia-Geral da União, diretamente ou mediante órgão vinculado;

II - o Estado e o Distrito Federal, por seus procuradores;

III - o Município, por seu prefeito ou procurador;

IV - a autarquia e a fundação de direito público, por quem a lei do ente federado designar;

V - a massa falida, pelo administrador judicial;

VI - a herança jacente ou vacante, por seu curador;


28
VII - o espólio, pelo inventariante;

VIII - a pessoa jurídica, por quem os respectivos atos constitutivos designarem ou, não havendo
essa designação, por seus diretores;

IX - a sociedade e a associação irregulares e outros entes organizados sem personalidade


jurídica, pela pessoa a quem couber a administração de seus bens;

X - a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou administrador de sua filial,


agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil;

XI - o condomínio, pelo administrador ou síndico.

§ 1º Quando o inventariante for dativo, os sucessores do falecido serão intimados no processo


no qual o espólio seja parte.

§ 2º A sociedade ou associação sem personalidade jurídica não poderá opor a irregularidade


de sua constituição quando demandada.

§ 3º O gerente de filial ou agência presume-se autorizado pela pessoa jurídica estrangeira a


receber citação para qualquer processo.

§ 4º Os Estados e o Distrito Federal poderão ajustar compromisso recíproco para prática de


ato processual por seus procuradores em favor de outro ente federado, mediante convênio
firmado pelas respectivas procuradorias.
Art. 76. Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da representação da parte,
o juiz suspenderá o processo e designará prazo razoável para que seja sanado o vício.

§ 1º Descumprida a determinação, caso o processo esteja na instância originária:

I - o processo será extinto, se a providência couber ao autor;

II - o réu será considerado revel, se a providência lhe couber;

III - o terceiro será considerado revel ou excluído do processo, dependendo do polo em que se
encontre.

§ 2º. Descumprida a determinação em fase recursal perante tribunal de justiça, tribunal


regional federal ou tribunal superior, o relator:

I - não conhecerá do recurso, se a providência couber ao recorrente;

II - determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a providência couber ao recorrido.

Artigos relacionados:

Art. 352. Verificando a existência de irregularidades ou de vícios sanáveis, o juiz determinará


sua correção em prazo nunca superior a 30 (trinta) dias. 29
Art. 932. Incumbe ao relator:

(...)

Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator concederá o prazo de 5


(cinco) dias ao recorrente para que seja sanado o vício ou complementada a documentação
exigível.

Art. 1.029. O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos previstos na Constituição
Federal, serão interpostos perante o presidente ou o vice-presidente do tribunal recorrido, em
petições distintas que conterão:

(...)

Par. 3º. O Supremo Tribunal Federal ou o Superior Tribunal de Justiça poderá desconsiderar
vício formal de recurso tempestivo ou determinar sua correção, desde que não o repute grave.

TÍTULO IV
DO JUIZ E DOS AUXILIARES DA JUSTIÇA

CAPÍTULO I
DOS PODERES, DOS DEVERES E DA RESPONSABILIDADE DO JUIZ

Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe:
I - assegurar às partes igualdade de tratamento;

II - velar pela duração razoável do processo;

III - prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da justiça e indeferir postulações
meramente protelatórias;

IV - determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias


necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que
tenham por objeto prestação pecuniária;

V - promover, a qualquer tempo, a autocomposição, preferencialmente com auxílio de


conciliadores e mediadores judiciais;

VI - dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova,


adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do
direito;

VII - exercer o poder de polícia, requisitando, quando necessário, força policial, além da
segurança interna dos fóruns e tribunais;

VIII - determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal das partes, para inquiri-las
sobre os fatos da causa, hipótese em que não incidirá a pena de confesso;
30
IX - determinar o suprimento de pressupostos processuais e o saneamento de outros vícios
processuais;

X - quando se deparar com diversas demandas individuais repetitivas, oficiar o Ministério


Público, a Defensoria Pública e, na medida do possível, outros legitimados a que se referem
o art. 5º da Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985, e o art. 82 da Lei no 8.078, de 11 de setembro
de 1990, para, se for o caso, promover a propositura da ação coletiva respectiva.

Parágrafo único. A dilação de prazos prevista no inciso VI somente pode ser determinada
antes de encerrado o prazo regular.

Art. 140. O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do
ordenamento jurídico.
Parágrafo único. O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei.

Art. 141. O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes, sendo-lhe vedado
conhecer de questões não suscitadas a cujo respeito a lei exige iniciativa da parte.

Art. 142. Convencendo-se, pelas circunstâncias, de que autor e réu se serviram do processo
para praticar ato simulado ou conseguir fim vedado por lei, o juiz proferirá decisão que
impeça os objetivos das partes, aplicando, de ofício, as penalidades da litigância de má-fé.

Art. 143. O juiz responderá, civil e regressivamente, por perdas e danos quando:

I - no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude;


II - recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que deva ordenar de ofício ou a
requerimento da parte.

Parágrafo único. As hipóteses previstas no inciso II somente serão verificadas depois que a
parte requerer ao juiz que determine a providência e o requerimento não for apreciado no
prazo de 10 (dez) dias.
TÍTULO V
DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Art. 176. O Ministério Público atuará na defesa da ordem jurídica, do regime democrático e
dos interesses e direitos sociais e individuais indisponíveis.

Art. 177. O Ministério Público exercerá o direito de ação em conformidade com suas
atribuições constitucionais.

Art. 178. O Ministério Público será intimado para, no prazo de 30 (trinta) dias, intervir como
fiscal da ordem jurídica nas hipóteses previstas em lei ou na Constituição Federal e nos
processos que envolvam:

I - interesse público ou social;

II - interesse de incapaz;

III - litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana. 31


Parágrafo único. A participação da Fazenda Pública não configura, por si só, hipótese de
intervenção do Ministério Público.

Art. 179. Nos casos de intervenção como fiscal da ordem jurídica, o Ministério Público:

I - terá vista dos autos depois das partes, sendo intimado de todos os atos do processo;

II - poderá produzir provas, requerer as medidas processuais pertinentes e recorrer.

Art. 180. O Ministério Público gozará de prazo em dobro para manifestar-se nos autos, que
terá início a partir de sua intimação pessoal, nos termos do art. 183, § 1o.

§ 1º Findo o prazo para manifestação do Ministério Público sem o oferecimento de parecer, o


juiz requisitará os autos e dará andamento ao processo.

§ 2º Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma


expressa, prazo próprio para o Ministério Público.

Art. 181. O membro do Ministério Público será civil e regressivamente responsável quando
agir com dolo ou fraude no exercício de suas funções.

TÍTULO VII
DA DEFENSORIA PÚBLICA
Art. 185. A Defensoria Pública exercerá a orientação jurídica, a promoção dos direitos
humanos e a defesa dos direitos individuais e coletivos dos necessitados, em todos os graus,
de forma integral e gratuita.

Art. 186. A Defensoria Pública gozará de prazo em dobro para todas as suas manifestações
processuais.

§ 1º O prazo tem início com a intimação pessoal do defensor público, nos termos do art. 183, §
1o.

§ 2º A requerimento da Defensoria Pública, o juiz determinará a intimação pessoal da parte


patrocinada quando o ato processual depender de providência ou informação que somente
por ela possa ser realizada ou prestada.

§ 3º O disposto no caput aplica-se aos escritórios de prática jurídica das faculdades de Direito
reconhecidas na forma da lei e às entidades que prestam assistência jurídica gratuita em razão
de convênios firmados com a Defensoria Pública.

§ 4º Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma


expressa, prazo próprio para a Defensoria Pública.

Art. 187. O membro da Defensoria Pública será civil e regressivamente responsável quando
agir com dolo ou fraude no exercício de suas funções.
32
b) Súmulas:

Superior Tribunal de Justiça

Legitimidade ad causam
Súmula 259 - A ação de prestação de contas pode ser proposta pelo titular de conta-corrente
bancária.

Súmula 525 - A Câmara de Vereadores não possui personalidade jurídica, apenas


personalidade judiciária, somente podendo demandar em juízo para defender os seus direitos
institucionais.

Ação
Súmula 181 - É admissível ação declaratória, visando a obter certeza quanto à exata
interpretação de cláusula contratual.

Súmula 89 - A ação acidentária prescinde do exaurimento da via administrativa.

Súmula Cancelada: Ministério Público não tem legitimidade para pleitear, em ação civil
pública, a indenização decorrente do DPVAT em benefício do segurado.
1.3 JURISPRUDÊNCIA

- Sobre Condições da Ação:

PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543-C DO CPC.


CONDOMÍNIO. DESPESAS COMUNS. AÇÃO DE COBRANÇA. COMPROMISSO DE COMPRA E
VENDA NÃO LEVADO A REGISTRO. LEGITIMIDADE PASSIVA. PROMITENTE VENDEDOR OU
PROMISSÁRIO COMPRADOR. PECULIARIDADES DO CASO CONCRETO. IMISSÃO NA POSSE.
CIÊNCIA INEQUÍVOCA.
1. Para efeitos do art. 543-C do CPC, firmam-se as seguintes teses: a) O que define a
responsabilidade pelo pagamento das obrigações condominiais não é o registro do
compromisso de compra e venda, mas a relação jurídica material com o imóvel, representada
pela imissão na posse pelo promissário comprador e pela ciência inequívoca do condomínio
acerca da transação.
b) Havendo compromisso de compra e venda não levado a registro, a responsabilidade pelas
despesas de condomínio pode recair tanto sobre o promitente vendedor quanto sobre o
promissário comprador, dependendo das circunstâncias de cada caso concreto.
c) Se ficar comprovado: (i) que o promissário comprador se imitira na posse; e (ii) o
condomínio teve ciência inequívoca da transação, afasta-se a legitimidade passiva do
promitente vendedor para responder por despesas condominiais relativas a período em que
a posse foi exercida pelo promissário comprador.

33
2. No caso concreto, recurso especial não provido.
(REsp 1345331/RS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em
08/04/2015, DJe 20/04/2015)

PROCESSO CIVIL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. RESPONSABILIDADE CIVIL. ERRO MÉDICO


OCORRIDO EM HOSPITAL PRIVADO CREDENCIADO PELO SUS. ILEGITIMIDADE PASSIVA DA
UNIÃO. COMPETÊNCIA ATRIBUÍDA AO MUNICÍPIO PARA CELEBRAR E CONTROLAR A EXECUÇÃO
DE CONTRATOS E CONVÊNIOS COM ENTIDADES PRIVADAS PRESTADORAS DO SERVIÇO DE
SAÚDE.
1. A União Federal não é parte legítima para figurar no polo passivo de ação ajuizada para o
ressarcimento de danos decorrentes de erro médico praticado em hospital privado
credenciado pelo SUS. Isso porque, de acordo com o art. 18, inciso X, da Lei n. 8.080/90,
compete ao município celebrar contratos e convênios com entidades prestadoras de serviços
privados de saúde, bem como controlar e avaliar sua execução. Precedentes: AgRg no CC
109.549/MT, Rel. Min. Herman Benjamin, Primeira Seção, DJe 30/06/2010; REsp 992.265/RS,
Rel. Min. Denise Arruda, Primeira Turma, DJe 05/08/2009; REsp 1.162.669/PR, Rel. Min. Herman
Benjamin, Segunda Turma, DJe 06/04/2010.
2. Não se deve confundir a obrigação solidária dos entes federativos em assegurar o direito à
saúde e garantir o acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção,
proteção e recuperação, com a responsabilidade civil do Estado pelos danos causados a
terceiros. Nessa última, o interessado busca uma reparação econômica pelos prejuízos sofridos,
de modo que a obrigação de indenizar sujeita-se à comprovação da conduta, do dano e do
respectivo nexo de causalidade entre eles.
3. No caso, não há qualquer elemento que autorize a responsabilização da União Federal, seja
porque a conduta não foi por ela praticada, seja em razão da impossibilidade de aferir-se a
existência de culpa in eligendo ou culpa in vigilando na espécie, porquanto cumpre à direção
municipal realizar o credenciamento, controlar e fiscalizar as entidades privadas prestadoras de
serviços de saúde no âmbito do SUS.
4. Embargos de divergência a que se dá provimento.
(EREsp 1388822/RN, Rel. Ministro OG FERNANDES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 13/05/2015,
DJe 03/06/2015)

PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543-C DO CPC.


AÇÃO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS. CONTRATOS DE MÚTUO E FINANCIAMENTO. INTERESSE DE
AGIR. INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA.
1. Para efeitos do art. 543-C do CPC, firma-se a seguinte tese: "Nos contratos de mútuo e
financiamento, o devedor não possui interesse de agir para a ação de prestação de contas." 2.
No caso concreto, recurso especial não provido.
(REsp 1293558/PR, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em
11/03/2015, DJe 25/03/2015)

PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPETITIVO. AÇÃO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS.


SEGUNDA FASE. CONTRATO DE ABERTURA DE CRÉDITO EM CONTA CORRENTE. JUROS
REMUNERATÓRIOS E CAPITALIZAÇÃO DOS JUROS. IMPOSSIBILIDADE DE REVISÃO DOS
ENCARGOS CONTRATUAIS, QUE DEVEM SER MANTIDOS NOS TERMOS EM QUE PRATICADOS
NO CONTRATO BANCÁRIO SEM PREJUÍZO DA POSSIBILIDADE DE AJUIZAMENTO DE AÇÃO
REVISIONAL.
1. Tese para os efeitos do art. 543-C do Código de Processo Civil de 1973: - Impossibilidade de
revisão de cláusulas contratuais em ação de prestação de contas. 34
2. O titular da conta-corrente bancária tem interesse processual para propor ação de
prestação de contas, a fim de exigir do banco que esclareça qual o destino do dinheiro que
depositou, a natureza e o valor dos créditos e débitos efetivamente ocorridos em sua conta,
apurando-se, ao final, o saldo credor ou devedor. Exegese da Súmula 259.
3. O rito especial da ação de prestação de contas não comporta a pretensão de alterar ou
revisar cláusula contratual, em razão das limitações ao contraditório e à ampla defesa.
4. Essa impossibilidade de se proceder à revisão de cláusulas contratuais diz respeito a
todo o procedimento da prestação de contas, ou seja, não pode o autor da ação deduzir
pretensões revisionais na petição inicial (primeira fase), conforme a reiterada jurisprudência
do STJ, tampouco é admissível tal formulação em impugnação às contas prestadas pelo réu
(segunda fase).
5. O contrato de conta-corrente com abertura de limite de crédito automático (cheque
especial) é negócio jurídico complexo. Se o cliente não utiliza o limite de crédito, não há
dúvida de que o banco está empregando o dinheiro do correntista na compensação dos
cheques, ordens de pagamento e transferências por ele autorizadas.
Havendo utilização do limite do cheque especial, concretiza-se contrato de empréstimo,
cuja possibilidade era apenas prevista no contrato de abertura da conta.
6. A taxa de juros do empréstimo tomado ao banco não diz respeito à administração dos
recursos depositados pelo autor da ação. Ela compreende a remuneração do capital
emprestado e flutua, conforme as circunstâncias do mercado e as vicissitudes particulares,
em cada momento, da instituição financeira e do cliente. A taxa de juros em tal tipo de
empréstimo é informada por meios diversos, como extratos, internet e atendimento
telefônico.
7. Não se sendo a ação de prestação de contas instrumento processual adequado à revisão de
contrato de mútuo (REsp. 1.293.558/PR, julgado sob o rito do art. 543-C do CPC/1973, relator
Ministro Luís Felipe Salomão), da mesma forma não se presta esse rito especial para a
revisão de taxas de juros e demais encargos de empréstimos obtidos por meio de abertura de
limite de crédito em conta-corrente.
8. O contrato bancário que deve nortear a prestação de contas e o respectivo julgamento -
sem que caiba a sua revisão no rito especial - não é o simples formulário assinado no início do
relacionamento, mas todo o conjunto de documentos e práticas que alicerçaram a relação
das partes ao longo dos anos. Esse feixe de obrigações e direitos não cabe alterar no exame
da ação de prestação de contas.
9. Caso concreto: incidência do óbice da Súmula n. 283 do STF, no tocante à alegação de
decadência quanto ao direito de impugnar as contas. No mérito, o Tribunal de origem, ao
decidir substituir a taxa de juros remuneratórios aplicada ao longo da relação contratual e
excluir a capitalização dos juros, ao fundamento de que não houve comprovação da
pactuação de tais encargos, efetuou, na realidade, revisão do contrato de abertura de crédito
em conta corrente, o que não é compatível com o rito da prestação de contas.
10. Recurso especial a que se dá parcial provimento para manter os juros remuneratórios e a
capitalização nos termos em que praticados no contrato em exame, sem prejuízo da
possibilidade de ajuizamento de ação revisional.
(REsp 1497831/PR, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, Rel. p/ Acórdão Ministra
MARIA ISABEL GALLOTTI, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 14/09/2016, DJe 07/11/2016)

RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS AJUIZADA MEDIANTE REPRESENTAÇÃO


POR CURADOR PROVISÓRIO. MORTE DO INTERDITANDO NO CURSO DA AÇÃO DE INTERDIÇÃO.
EXTINÇÃO DA AÇÃO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS SEM EXAME DE MÉRITO. INADMISSIBILIDADE.
SUBSTITUIÇÃO DO POLO ATIVO PELO ESPÓLIO. 35
1. A representação do interditando por seu curador provisório, assim nomeado dentro do
poder geral de cautela do juiz, visa suprir a incapacidade postulatória, que não se confunde
com a capacidade de ser titular de direitos.
2. Embora a morte do interditando acarrete a extinção da ação de interdição sem julgamento
de mérito, dada sua natureza personalíssima, com a cassação da liminar que nomeara
curador provisório, isso não implica igual extinção da ação de prestação de contas, pois o
direito nesta tutelado e titularizado pelo interditando passa, com sua morte, a ser
titularizado pelo espólio.
3. Recurso especial conhecido e desprovido.
(REsp 1444677/SP, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, TERCEIRA TURMA, julgado em
03/05/2016, DJe 09/05/2016)

AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE. INTERESSE MORAL. JUSTO INTERESSE DA


VIÚVA, NÃO HERDEIRA, DO SUPOSTO PAI, PARA CONTESTAR. ART. 365 DO CÓDIGO CIVIL DE
1916 E 1.615 DO CÓDIGO CIVIL DE 2002.
1. A ação de investigação de paternidade post mortem, em regra, é ajuizada em face dos
herdeiros do suposto pai falecido.
2. Hipótese em que a viúva do suposto pai não ostenta a condição de herdeira, não sendo
litisconsorte passiva necessária. Assiste-lhe, todavia, o direito de contestar a ação, uma vez
que tem justo interesse moral, albergado pelo art. 365 do Código Civil de 1916 e 1.615 do
Código Civil de 2002, recebendo o processo no estado em que se encontrava quando requereu
a intervenção.
3. Recurso especial provido.
(REsp 1466423/GO, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado em
23/02/2016, DJe 02/03/2016)
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE PETIÇÃO DE HERANÇA. ILEGITIMIDADE
PASSIVA DA VIÚVA. MEAÇÃO INVARIÁVEL. AÇÃO UNIVERSAL. INEXISTÊNCIA DE ALTERAÇÃO NA
SITUAÇÃO FÁTICA DOS BENS.
1. A viúva-meeira não detém legitimidade para integrar o pólo passivo de ação de petição de
herança, visto que o exercício do direito reconhecido em investigatória de paternidade
poderá alcançar tão-somente o quinhão destinado aos herdeiros, permanecendo invariável a
fração ideal da meeira.
2. Por ser uma ação universal, a ação de petição de herança visa ao reconhecimento do direito
sucessório e o recebimento de quota-parte pelo herdeiro, e não o recebimento de bens
singularmente considerados, motivo pelo qual não haverá alteração na situação fática dos
bens, que permanecerão em condomínio pro indiviso.
3. Recurso especial provido.
(REsp 1500756/GO, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado em
23/02/2016, DJe 02/03/2016)

RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE PATERNIDADE SOCIOAFETIVA EM RELAÇÃO À


GENITORA JÁ FALECIDA. ILEGITIMIDADE ATIVA DOS NETOS DOS INVESTIGADOS PARA A
PROPOSITURA DA AÇÃO. DIREITO PESSOAL QUE SÓ SE TRANSFERE POR SUCESSÃO. RECURSO
DESPROVIDO.
1. O direito ao reconhecimento judicial de vínculo paternal, seja ele genético ou
socioafetivo, é pessoal, podendo ser transferido entre filhos e netos apenas de forma 36
sucessiva, na hipótese em que a ação tiver sido iniciada pelo próprio filho e não houver
sido extinto o processo. Interpretação do art. 1.606 e parágrafo único, do Código Civil.
2. A ação foi proposta pelos netos objetivando o reconhecimento de vínculo socioafetivo
entre a mãe, pré-morta, e os avós, um deles também já falecido, que a teriam criado como
filha desde os 3 (três) anos de idade, carecendo os autores, portanto, de legitimidade ativa ad
causam, sendo-lhes resguardado, porém, o direito de demandar em nome próprio.
3. Recurso especial desprovido.
(REsp 1492861/RS, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em
02/08/2016, DJe 16/08/2016)

RECURSO ESPECIAL. AÇÃO INDENIZATÓRIA. EMPRESA QUE FUNCIONA EM ESPAÇO DENTRO DO


SHOPPING CENTER. CONTRATO LOCATÍCIO CELEBRADO ENTRE O SÓCIO E O EMPREENDEDOR.
LEGITIMIDADE ATIVA CONCORRENTE DA SOCIEDADE EMPRESÁRIA.
1. Em um contrato de shopping center, a sociedade empresária tem legitimidade ativa "ad
causam", em concorrência com o locatário - pessoa física -, para demandar o empreendedor
nas causas em que houver interesses relativos ao estabelecimento empresarial, desde que, no
contrato firmado entre as partes, haja a expressa destinação do espaço para a realização das
atividades empresariais da sociedade da qual faça parte.
2. Recurso especial a que se nega provimento.
(REsp 1358410/RJ, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em
04/08/2016, DJe 05/09/2016)

RECURSO ESPECIAL. DIREITO DAS COISAS. PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO POSSESSÓRIA.


ESBULHO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO, CONTRADIÇÃO OU OBSCURIDADE. NÃO
OCORRÊNCIA. REGULARIDADE DA REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL. HARMONIA ENTRE O
ACÓRDÃO RECORRIDO E A JURISPRUDÊNCIA DO STJ. PRESENÇA DOS REQUISITOS PARA A
CONCESSÃO DA LIMINAR. REEXAME DE FATOS E PROVAS. INADMISSIBILIDADE.
POSSIBILIDADE DO PEDIDO E LEGITIMIDADE AD CAUSAM. CONDIÇÕES DA AÇÃO. TEORIA DA
ASSERÇÃO. POSSE DE BEM PÚBLICO DE USO COMUM. DESPROVIMENTO.
1. Ação ajuizada em 20/10/2010. Recurso especial interposto em 09/05/2011. Conclusão ao
gabinete em 25/08/2016.
2. Trata-se de afirmar se i) teria ocorrido negativa de prestação jurisdicional; ii) a
representação processual das recorridas estaria regular e se competiria ao recorrente a prova
da irregularidade;
iii) particulares podem requerer a proteção possessória de bens públicos de uso comum; e
iv) estariam presentes os requisitos necessários ao deferimento da liminar de reintegração de
posse.
3. Ausentes os vícios do art. 535 do CPC, rejeitam-se os embargos de declaração.
4. O reexame de fatos e provas em recurso especial é inadmissível.
5. As condições da ação devem ser averiguadas segundo a teoria da asserção, sendo
definidas da narrativa formulada inicial e não da análise do mérito da demanda.
6. O Código Civil de 2002 adotou o conceito de posse de Ihering, segundo o qual a posse e
a detenção distinguem-se em razão da proteção jurídica conferida à primeira e expressamente
excluída para a segunda.
7. Diferentemente do que ocorre com a situação de fato existente sobre bens públicos
dominicais - sobre os quais o exercício de determinados poderes ocorre a pretexto de
mera detenção -, é possível a posse de particulares sobre bens públicos de uso comum, a qual,
inclusive, é exercida coletivamente, como composse. 37
8. Estando presentes a possibilidade de configuração de posse sobre bens públicos de uso
comum e a possibilidade de as autoras serem titulares desse direito, deve ser reconhecido o
preenchimento das condições da ação.
9. Recurso especial parcialmente conhecido e, nesta parte, desprovido.
(REsp 1582176/MG, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 20/09/2016,
DJe 30/09/2016)
1.4 QUESTÕES DE CONCURSOS

1. (2016 – CESPE – PGE-AM – Procurador do Estado) A respeito das normas processuais civis
pertinentes a jurisdição e ação, julgue o item seguinte.
Segundo as regras contidas no novo CPC, a legitimidade de parte deixou de ser uma condição
da ação e passou a ser analisada como questão prejudicial. Sendo assim, tal legitimidade
provoca decisão de mérito.

2. (2016 – CESPE – PGE-AM – Procurador do Estado) Pedro, motorista da Secretaria de Saúde


do Estado do Amazonas, conduzia um veículo do referido ente público, quando provocou
acidente automobilístico que resultou na incapacidade física e mental de Flávio. Após a
interdição de Flávio, seu advogado pretende ajuizar ação de reparação de danos materiais e
morais.
Com referência a essa situação hipotética, julgue o item que se segue.
Proposta a ação de reparação de dano, o MP do Estado do Amazonas deverá ser intimado para
intervir como custos legis na relação processual em apreço.

3. (2016 – CESPE – FUNPRESP-JUD – Analista-Direito) Com relação aos poderes, aos deveres e à
responsabilidade do juiz, julgue o item seguinte.
O magistrado poderá solicitar o comparecimento da parte caso entenda ser necessário o
esclarecimento de fatos narrados na contestação. Nessa situação, a parte será ouvida
38
informalmente.

4. (2016 – CESPE – FUNPRESP-JUD – Analista-Direito) Com relação aos poderes, aos deveres e à
responsabilidade do juiz, julgue o item seguinte.
Ao analisar a especificidade do caso, o juiz da causa poderá conferir prazo de vinte e cinco dias
para que o réu apresente sua contestação, mesmo após o encerramento do prazo regular.

5. (2016 – CESPE – FUNPRESP-JUD – Analista-Direito) Acerca dos processos nos tribunais e dos
meios de impugnação das decisões judiciais, julgue o item subsequente.
O Ministério Público tem legitimidade para suscitar o incidente de resolução de demandas
repetitivas nas situações que envolvam relevante interesse social e para intervir nos incidentes
dos quais não seja o requerente.

6. (2016 – CESPE – TCE-PA – Auditor de Controle Externo-Área Administrativa-Direito) No que


diz respeito às normas processuais, aos atos e negócios processuais e aos honorários de
sucumbência, julgue o item que se segue, com base no disposto no novo Código de Processo
Civil.
A nulidade decorrente da falta de intervenção do Ministério Público como fiscal da ordem
jurídica nos processos em que deveria atuar como tal somente pode ser decretada após a
manifestação do membro do Ministério Público sobre a existência ou inexistência de prejuízo.

7. (2016 – CESPE – TCE-PA – Auditor de Controle Externo-Área Administrativa-Direito) A


respeito da jurisdição, da ação e dos sujeitos do processo, julgue o item subsecutivo.
Situação hipotética: Determinado réu criou embaraço à efetivação de decisão judicial
provisória. Considerando a gravidade dessa conduta, o magistrado aplicou multa de 15% sobre
o valor da causa.
Assertiva: Nessa situação, a imposição da multa é legítima, visto que a conduta do réu constitui
ato atentatório à dignidade da justiça.

8. (2016 – CESPE – TCE-PA – Auditor de Controle Externo-Área Administrativa-Direito) No que


se refere à intervenção de terceiros em processos e aos poderes, deveres e responsabilidade
do juiz, julgue o item subsequente.
De acordo com a legislação processual civil, o juiz poderá determinar a dilação de prazo
processual antes de encerrado o prazo regular, a fim de conferir maior efetividade à tutela do
direito.

9. (2016 – FCC – DPE-ES – Defensor Público) Dr. Carlos é magistrado na comarca de Vitória, no
Espírito Santo. No desenvolvimento do seu trabalho percebe que inúmeros consumidores
ingressam com ações individuais na busca de reparação de danos decorrentes de direitos
individuais homogêneos. Dr. Carlos, decide acertadamente, com base no novo CPC
a) encaminhar o caso aos centros de conciliação, na busca de uma solução direta para todos os
casos, transformando a demanda individual em coletiva.
b) suspender os casos individuais até a propositura de uma ação coletiva correspondente, com
o intuito de evitar decisões contraditórias e permitir, assim, a melhor distribuição da justiça.
c) oficiar o Ministério Público, já que a Defensoria não possui legitimidade para propor
eventual ação por não restringir a demanda coletiva aos hipossuficientes.
d) não oficiar a ninguém, sob pena de violar a inércia e a imparcialidade do magistrado. 39
e) oficiar a Defensoria Pública para, se for o caso, promover a propositura da ação coletiva
respectiva.

10. (2016 – TRT 4ª Região – TRT 4ª Região – Juiz do Trabalho Substituto) Assinale a
assertiva incorreta sobre processo de conhecimento.
a) Até o trânsito em julgado da ação, poderá o Juiz conhecer de ofício, em qualquer tempo e
grau de jurisdição, a ausência dos pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e
regular do processo, a existência de perempção, litispendência ou coisa julgada, a ausência de
legitimidade ou interesse processual, bem como a intransmissibilidade da ação, por disposição
legal, em caso de morte.
b) A não regularização da representação processual pelo autor, no prazo fixado pelo Juízo de
primeiro grau, acarreta a extinção do processo sem resolução do mérito.
c) São condições da ação, conforme previsão expressa, e, portanto, matéria de ordem pública,
sobre as quais o Juiz deve se pronunciar de ofício, a legitimidade de parte, o interesse
processual e a possibilidade jurídica do pedido.
d) É permitido ao Juiz decidir parcialmente o mérito em julgamento antecipado quando um ou
mais pedidos ou parcela deles se mostrarem incontroversos ou em condições de imediato
julgamento, podendo a parte liquidar ou executar, desde logo, a obrigação parcialmente
reconhecida, ainda que existente recurso interposto.
e) A audiência poderá ser integralmente gravada em imagem e áudio, podendo ser realizada a
gravação diretamente por qualquer das partes, ainda que sem autorização judicial.

11. (2016 – CONSULTEC – Prefeitura de Ilhéu-BA – Procurador) Com base no Art. 19, do novo
Código de Processo Civil (CPC), o interesse do autor pode limitar-se à declaração
a) apenas do interesse.
b) apenas de uma relação jurídica.
c) da existência, da inexistência de uma relação jurídica.
d) da autenticidade e falsidade de documento.
e) da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação jurídica.

12. (2016 – TRF 4ª Região – TRF 4ª Região – Juiz Federal Substituto) Dadas as assertivas abaixo,
assinale a alternativa correta.
Considerando as regras do Código de Processo Civil de 2015:
I. As condições da ação não estão previstas no Código, o que impede o indeferimento da
petição inicial por ilegitimidade para a causa ou falta de interesse processual.
II. Quando, além do autor, todos os réus manifestarem desinteresse na realização da audiência
de conciliação, o prazo de contestação tem início, para todos os litisconsortes passivos, com o
despacho judicial que acolhe as manifestações de desinteresse na realização da audiência de
conciliação.
III. O juiz pode, independentemente de citação, julgar improcedente o pedido que contrariar
súmula, desde que seja vinculante. Se o pedido contrariar enunciado de súmula não vinculante
ou julgado em recurso repetitivo, deve ordenar a citação, estando em condições a petição
inicial, para só depois decidir a questão, em atenção ao princípio do contraditório.
IV. Caso a decisão transitada em julgado seja omissa em relação aos honorários de
sucumbência, eles não poderão ser cobrados nem em execução, nem em ação própria.
a) Estão corretas apenas as assertivas I e III.
b) Estão corretas apenas as assertivas II e III.
c) Estão corretas apenas as assertivas I, II e IV.
d) Estão corretas todas as assertivas.
e)Nenhuma assertiva está correta. 40
13. (2016 – FCC – Prefeitura de Campinas-SP – Procurador) Em relação à capacidade
processual, é correto afirmar:
a) Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da representação da parte, o juiz
extinguirá o processo na primeira hipótese e suspendê-lo-á na hipótese de irregularidade.
b) O juiz nomeará curador especial ao réu preso revel, bem como ao réu revel citado por edital
ou com hora certa, enquanto não for constituído advogado.
c) Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação que verse sobre direto real,
mobiliário ou imobiliário.
d) A falta de consentimento de um cônjuge a outro, para ajuizamento de demandas, quando
necessário mas não suprido pelo juiz, caracteriza mera irregularidade processual.
e) A sociedade ou associação sem personalidade jurídica pode opor a irregularidade de sua
constituição quando demandada, por não possuir capacidade postulatória.

14. (2016 – CESPE – FUNPRESP-EXE – Especialista – Área Jurídica) Acerca da capacidade


postulatória e do litisconsórcio, julgue o item a seguir.
A capacidade postulatória, definida como a autorização legal para atuar em juízo, é
prerrogativa de advogados públicos e privados e defensores públicos, por exemplo.

15. (2016 – MPE-PR – MPE-PR – Promotor Substituto) Sobre os dispositivos legais pertinentes
ao Ministério Público, no Código de Processo Civil, assinale a alternativa correta:
a) Processos que envolvam interesse de incapaz e nos quais participa a Fazenda Pública são
hipóteses de intervenção obrigatória do Ministério Público, nos termos do Código de Processo
Civil de 2015;
b) Quando atua como fiscal da ordem jurídica, o Ministério Público não pode ser considerado
parte, pois não tem direito de produzir provas nem de recorrer;
c) O Ministério Público goza de prazo em dobro, contados em dias corridos, nos termos do
Código de Processo Civil de 2015, salvo nas hipóteses em que a lei lhe prescreve prazo próprio
de forma expressa;
d) O membro do Ministério Público que é amigo íntimo do advogado de uma das partes é
considerado suspeito para atuar no feito, nos termos do Código de Processo Civil de 2015;
e) O membro do Ministério Público que estiver na livre administração de seus bens pode
oferecer lance em leilão de alienação judicial, salvo nos casos em que atuou na fase de
cumprimento de sentença.

16. (2016 – MPE-GO – MPE-GO – Promotor de Justiça Substituto) Sobre o Ministério Público,
de acordo com as disposições do Código de Processo Civil de 2015, é correto afirmar:
a) Nas causas em que atuar, mesmo que na condição de fiscal da ordem jurídica, o Ministério
Público somente pode alegar a incompetência absoluta, cabendo-lhe emitir parecer caso a
incompetência relativa seja suscitada por uma das partes.
b) O Ministério Público terá prazo em dobro para manifestar-se nos autos, a partir de sua
intimação pessoal, mas não gozará do prazo dilatado quando a lei estabelecer, de forma
expressa, prazo próprio para o órgão ministerial.
c) Como fiscal da ordem jurídica, o Ministério Público será intimado para intervir, além das
hipóteses previstas na Constituição Federal ou na lei, nos processos que envolvam interesse
público ou social, interesse de incapaz e em todos os processos de interesse das Fazendas
Públicas Estadual e Municipal.
d) No incidente de resolução de demandas repetitivas, o Ministério Público intervirá se o
incidente versar sobre processos que contenham repetidamente controvérsia relativa a
questão inserida no rol das hipóteses legais de intervenção do órgão. 41
17. (2016 – MPE-SC – MPE-SC – Promotor de Justiça) Nos termos do novo Código de Processo
Civil, a legitimidade do Ministério Público para promover interdição em caso de doença mental
grave é subsidiária e extraordinária, funcionando como substituto processual e intervirá como
fiscal da ordem jurídica nas ações de interdição que não propõe.
1.5 GABARITO

1. RESPOSTA: ERRADO
2. RESPOSTA: CERTO
3. RESPOSTA: CERTO
4. RESPOSTA: ERRADO
5. RESPOSTA: CERTO
6. RESPOSTA: CERTO
7. RESPOSTA: CERTO
8. RESPOSTA: CERTO
9. RESPOSTA: E
10. RESPOSTA: C
11. RESPOSTA: E
12. RESPOSTA: E
13. RESPOSTA: B
14. RESPOSTA: CERTO
15. RESPOSTA: D
16. RESPOSTA: B
17. RESPOSTA: CERTO

42
2. DIREITO PENAL

2.1 DOUTRINA (RESUMO), LEGISLAÇÃO, SÚMULAS E JURISPRUDÊNCIA

DOSIMETRIA DA PENA

Trata-se de tema MUITO cobrado nas provas de magistratura estadual organizadas pelo
CESPE/CEBRASPE. Portanto, pedido do MEGE: leiam com bastante atenção! No resumo, estão
elencados os dispositivos legais, os julgados e as súmulas relevantes.

Bons estudos!

I - Fixação da pena privativa de liberdade

- Art. 68, CP:

Art. 68. A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste


Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes;
por último, as causas de diminuição e de aumento.

Parágrafo único. No concurso de causas de aumento ou de diminuição 43


previstas na parte especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou a uma só
diminuição, prevalecendo, todavia, a causa que mais aumente ou diminua.

- O Brasil adotou o sistema trifásico (ou sistema Nelson Hungria): há 3 etapas para a
aplicação da pena privativa de liberdade.

a) 1ª fase: pena simples ou pena qualificada

- O juiz fixa a pena-base, considerando as circunstâncias judiciais do art. 59 do CP.

b) 2ª fase: pena intermediária ou provisória

- O juiz deve considerar as circunstâncias agravantes (arts. 61 e 62, CP) e atenuantes


(arts. 65 e 66, CP).

c) 3ª fase: pena definitiva

- O juiz deve considerar as causas de aumento (majorantes) e de diminuição de pena


(minorantes).

CUIDADO! A qualificadora não entra no sistema trifásico, sendo, em verdade, o seu ponto de
partida.
- O método trifásico de cálculo da pena privativa de liberdade tem por objetivo
viabilizar o exercício do direito de defesa, explicando para o réu os parâmetros que
conduziram o juiz na determinação da reprimenda.

Obs.: Calculada a pena privativa de liberdade, o juiz, em seguida, deve anunciar o


regime inicial de cumprimento da pena.

Obs.: Depois de fixado o regime inicial, o magistrado deve analisar a possibilidade de


substituição da pena privativa de liberdade por penas alternativas (multa, restritivas de
direitos, sursis).

1ª fase de aplicação da pena privativa de liberdade

- Finalidade: fixar a pena-base.

- Ponto de partida: pena simples ou qualificada.

- Instrumentos à disposição do juiz: circunstâncias judiciais do art. 59 do CP.

Art. 59. O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à


personalidade do agente, aos motivos (circunstâncias judiciais subjetivas), às
circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima,
estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção
do crime: 44
I - as penas aplicáveis dentre as cominadas;
II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos (é a pena-base);
III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade;
IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de
pena, se cabível.

Atenção! Deve o juiz considerar as circunstâncias judiciais subjetivas (relacionadas ao autor do


fato), obedecendo, assim, ao princípio da individualização da pena. Isso porque o Brasil adotou
o direito penal do fato, levando-se em consideração a pessoa do autor.

Atenção! O Código Penal não fixou quantum para as circunstâncias judiciais, ficando a critério
do juiz, que deve sempre fundamentar a sua decisão.

Obs.: A jurisprudência sugere 1/6 para cada circunstância; a doutrina, 1/8.

Cuidado! A pena-base não pode extrapolar os limites máximo e mínimo previstos no preceito
secundário (art. 59, II, CP).
Art. 59. […].
II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos;

E se houver concurso de circunstâncias judiciais desfavoráveis e favoráveis?

Resposta: Deve-se aplicar, por analogia, o art. 67 do CP, desde que se favoreça o réu.

Art. 67. No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite


indicado pelas circunstâncias preponderantes, entendendo-se como tais as que
resultam dos motivos determinantes do crime, da personalidade do agente e da
reincidência.

a) Culpabilidade do agente

- Trata-se do maior ou menor grau de reprovabilidade da conduta do agente (STJ).

Atenção! Não se confunde com a culpabilidade elemento do crime (3º substrato do crime).

- Ex.: a conduta do Promotor de Justiça que falsifica documento é mais reprovável do


que a conduta de um particular que falsifica documento.
45
DIREITO PENAL. MAIOR GRAU DE REPROVABILIDADE DA CONDUTA DE
PROMOTOR DE JUSTIÇA EM CRIME DE CORRUPÇÃO PASSIVA. O fato de o crime de
corrupção passiva ter sido praticado por Promotor de Justiça no exercício de suas
atribuições institucionais pode configurar circunstância judicial desfavorável na
dosimetria da pena. Isso porque esse fato revela maior grau de reprovabilidade da
conduta, a justificar o reconhecimento da acentuada culpabilidade, dada as
específicas atribuições do promotor de justiça, as quais são distintas e incomuns se
equiparadas aos demais servidores públicos latu sensu. Assim, a referida
circunstância não é inerente ao próprio tipo penal. REsp 1.251.621-AM, Rel. Min.
Laurita Vaz, julgado em 16/10/2014. (Informativo 552, STJ)

- Ex.: o STJ considerou o IDH do município que teve verbas desviadas para aferir a
reprovabilidade da conduta do agente (quanto menor o IDH do município, maior a
reprovabilidade da conduta do agente).

- Ex.: Aquele que exerce cargo de alta relevância pode ter a pena-base exasperada no
crime de uso indevida de informação privilegiada.

DIREITO PENAL. USO INDEVIDO DE INFORMAÇÃO PRIVILEGIADA E AUMENTO DE


PENA-BASE.
Representa circunstância judicial idônea a exasperar a pena-base do condenado
pelo crime de uso indevido de informação privilegiada (art. 27-D da Lei n.
6.385/1976) o exercício de cargo de alta importância que possibilitou o acesso à
"informação relevante". Isso porque o crime em questão não exige que o sujeito
ativo seja ocupante de determinado cargo. O referido tipo penal estabelece apenas
que a pessoa, relativamente à informação, "tenha conhecimento e da qual deva
manter sigilo". Desse modo, o exercício de cargo de alta relevância que
possibilitou o acesso à "informação privilegiada" demonstra maior culpabilidade
na ação perpetrada, situação que não se traduz em dupla punição pelo mesmo
fato (bis in idem). REsp 1.569.171-SP, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em
16/2/2016, DJe 25/2/2016.

- Ex.: O fato de o agente ter se aproveitado, para a prática do crime, da situação de


vulnerabilidade emocional e psicológica da vítima decorrente da morte de seu filho em razão
de erro médico pode constituir motivo idôneo para a valoração negativa de sua culpabilidade.
STJ. 5ª Turma. HC 264.459-SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 10/3/2016 (Info
579).

ATENÇÃO! Circunstâncias inerentes ao tipo penal não podem ser utilizadas para agravar a
pena-base.

DIREITO PENAL. INDEVIDA EXASPERAÇÃO DA PENA-BASE DE HOMICÍDIO E DE


LESÕES CORPORAIS CULPOSOS PRATICADOS NA DIREÇÃO DE VEÍCULO
AUTOMOTOR. Na primeira fase da dosimetria da pena, o excesso de velocidade
não deve ser considerado na aferição da culpabilidade (art. 59 do CP) do agente
que pratica delito de homicídio e de lesões corporais culposos na direção de
veículo automotor.O excesso de velocidade não constitui fundamento apto a
justificar o aumento da pena-base pela culpabilidade, por ser inerente aos delitos
de homicídio culposo e de lesões corporais culposas praticados na direção de
veículo automotor, caracterizando a imprudência, modalidade de violação do 46
dever de cuidado objetivo, necessária à configuração dos delitos culposos. AgRg
no HC 153.549-DF, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 2/6/2015, DJe 12/6/2015.

b) Antecedentes do agente

- Representa a vida pregressa do agente.

CUIDADO! Fatos posteriores ao crime não são considerados nesta etapa.

- Não configuram maus antecedentes:

 Inquérito Policial (arquivado ou em andamento): princípio da presunção


de inocência ou não-culpa.

 Ação penal (com absolvição ou em curso): princípio da presunção de


inocência ou não-culpa.

Súmula 444, STJ - É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações


penais em curso para agravar a pena-base.

 Atos infracionais.

O fato de o réu já ter praticado atos infracionais anteriormente não pode ser
considerado para fins de reincidência nem se caracteriza como maus
antecedentes. No entanto, tais atos infracionais podem servir para justificar a
decretação ou manutenção da prisão preventiva como garantia da ordem pública.
STJ. 5ª Turma. RHC 47.671-MS, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 18/12/2014
(Info 554).

CUIDADO! Divergência entre a 5ª e a 6ª Turmas do STJ sobre a possibilidade de o ato


infracional justificar a decretação da prisão preventiva.

No processo penal, o fato de o suposto autor do crime já ter se envolvido em ato


infracional não constitui fundamento idôneo à decretação de prisão preventiva.
Isso porque a vida na época da menoridade não pode ser levada em consideração
pelo Direito Penal para nenhum fim. Atos infracionais não configuram crimes e,
por isso, não é possível considerá-los como maus antecedentes nem como
reincidência, até porque fatos ocorridos ainda na adolescência estão acobertados
por sigilo e estão sujeitos a medidas judiciais exclusivamente voltadas à proteção
do jovem. STJ. 6ª Turma. HC 338.936-SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em
17/12/2015 (Info 576).

- O que configura maus antecedentes?

 Condenações definitivas que não caracterizam a agravante da reincidência, ou seja,


quando haja decorrido o tempo depurador da reincidência (5 anos).

PARA O STJ: SIM. Para o entendimento pacificado no STJ, mesmo ultrapassado o


47
lapso temporal de cinco anos, a condenação anterior transitada em julgado pode
ser considerada como maus antecedentes, nos termos do art. 59 do CP. Enquanto a
reincidência obedece ao sistema da temporariedade, os maus antecedentes
obedecem ao sistema da perpetuidade.

Os efeitos deletérios da reincidência perduram pelo prazo máximo de cinco anos,


contados da data do cumprimento ou da extinção da pena. Após esse período,
ocorre a caducidade da condenação anterior para fins de reincidência. É o que
afirma o art. 64, I, do CP. Para o entendimento pacificado no STJ, mesmo
ultrapassado o lapso temporal de cinco anos, a condenação anterior transitada
em julgado é considerada como maus antecedentes. Apesar disso, em um caso
concreto, o STJ decidiu relativizar esse entendimento e afirmou que era possível a
aplicação da minorante prevista no § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343/2006 em
relação a réu que, apesar de ser tecnicamente primário ao praticar o crime de
tráfico, ostentava duas condenações (a primeira por receptação culposa e a
segunda em razão de furto qualificado pelo concurso de pessoas) cujas penas
foram aplicadas no mínimo legal para ambos os delitos anteriores
(respectivamente, 1 mês em regime fechado e 2 anos em regime aberto, havendo
sido concedido sursis por 2 anos), os quais foram perpetrados sem violência ou
grave ameaça contra pessoa, considerando-se ainda, para afastar os maus
antecedentes, o fato de que, até a data da prática do crime de tráfico de drogas,
passaram mais de 8 anos da extinção da punibilidade do primeiro crime e da baixa
dos autos do segundo crime, sem que tenha havido a notícia de condenação do réu
por qualquer outro delito, de que ele se dedicava a atividades delituosas ou de que
integrava organização criminosa. Vale ressaltar que o STJ não mudou seu
entendimento acima explicado. A decisão foi tomada com base nas circunstâncias
do caso concreto. STJ. 6ª Turma. REsp 1.160.440-MG, Rel. Min. Rogerio Schietti
Cruz, julgado em 17/3/2016 (Info 580).

Para o STF: NÃO. A existência de condenação anterior, ocorrida em prazo superior a


cinco anos, contado da extinção da pena, também não poderá ser considerada
como maus antecedentes. Após o prazo de cinco anos previsto no art. 64, I, do CP,
cessam não apenas os efeitos decorrentes da reincidência, mas também quaisquer
outras valorações negativas por condutas pretéritas praticadas pelo agente. Tanto a
reincidência como os maus antecedentes obedecem ao sistema da
temporariedade.

 Crimes militares próprios (art. 64, CP).

Art. 64. Para efeito de reincidência:


I - não prevalece a condenação anterior, se entre a data do cumprimento ou
extinção da pena e a infração posterior tiver decorrido período de tempo superior
a 5 (cinco) anos, computado o período de prova da suspensão ou do livramento
condicional, se não ocorrer revogação;
II - não se consideram os crimes militares próprios e políticos.

 Quando houver a prática, no Brasil, de contravenção penal antecedente a um crime (a


contravenção penal praticada no Brasil gera maus antecedentes para crime futuro). A 48
contravenção penal praticada no estrangeiro não gera maus antecedentes.

c) Conduta social

- É o papel do réu na comunidade, inserido no contexto da família, do trabalho, da


escola, da vizinhança, etc.

d) Personalidade do agente

- Verificação da índole, da sensibilidade ético-social e do eventual desvio de caráter.

- Em outras palavras, verifica-se se o crime constitui um episódio acidental na vida do


réu.

e) Motivos do crime

- São as razões que levaram o agente a cometer a infração penal.

O juiz, na análise dos motivos do crime (art. 59 do CP), pode fixar a pena-base
acima do mínimo legal em razão de o autor ter praticado delito de homicídio e de
lesões corporais culposos na direção de veículo automotor, conduzindo-o com
imprudência a fim de levar droga a uma festa. Isso porque o fim de levar droga a
uma festa representa finalidade que desborda das razoavelmente utilizadas para
esses crimes, configurando justificativa válida para o desvalor. STJ. 6ª Turma. AgRg
no HC 153.549-DF, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 2/6/2015 (Info 563).
f) Circunstâncias do crime

- Elementos acidentais que, embora não integrem a figura típica, influem na


quantificação da pena. Ex.: lugar do crime, tempo de duração do crime, etc.

O cometimento de estelionato em detrimento de vítima que conhecia o autor do


delito e lhe depositava total confiança justifica a exasperação da pena-base em
razão da consideração desfavorável das circunstâncias do crime.
STJ. 6ª Turma. HC 332.676-PE, Rel. Min. Ericson Maranho (Desembargador
convocado do TJ/SP), julgado em 17/12/2015 (Info 576).

Na fixação da pena do crime de evasão de divisas (art. 22, parágrafo único, da Lei
nº 7.492/86), o fato de o delito ter sido cometido por organização criminosa
complexa e bem estruturada pode ser valorado de forma negativa a título de
circunstâncias do crime. STJ. 6ª Turma. REsp 1.535.956-RS, Rel. Min. Maria Thereza
de Assis Moura, julgado em 1º/3/2016 (Info 578).

g) Consequências do crime

- É o mal causado pela infração penal, que transcende o resultado previsto na norma
penal incriminadora.

Para a consumação do delito de gestão temerária, não se exige que tenha havido 49
prejuízo à instituição financeira. No entanto, esta circunstância pode ser utilizada
na 1ª fase da dosimetria para aumentar a pena-base, considerando que se trata
de consequência negativa do crime.
STJ. 6ª Turma. REsp 1.613.260-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em
9/8/2016 (Info 588).

h) Comportamento da vítima

- Se a vítima contribuiu de alguma forma para a prática do crime.

Em se tratando de crime sexual praticado contra menor de 14 anos, a experiência


sexual anterior e a eventual homossexualidade do ofendido não servem para
justificar a diminuição da pena-base a título de comportamento da vítima. A
experiência sexual anterior e a eventual homossexualidade do ofendido, assim
como não desnaturam (descaracterizam) o crime sexual praticado contra menor de
14 anos, não servem também para justificar a diminuição da penabase, à título de
comportamento da vítima.
STJ. 6ª Turma. REsp 897.734-PR, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 3/2/2015 (Info
555).

ATENÇÃO! Caso o Tribunal, na análise de apelação exclusiva da defesa, afaste uma das
circunstâncias judiciais (art. 59 do CP) valoradas de maneira negativa na sentença, a pena base
imposta ao réu deverá, como consectário lógico, ser reduzida, e não mantida inalterada.
2ª fase de aplicação da pena privativa de liberdade

- Finalidade: fixar a pena intermediária ou provisória.

- Ponto de partida: pena-base.

- Instrumentos à disposição do juiz: agravantes (arts. 61 e 62, CP) e atenuantes (arts.


65 e 66, CP).

ATENÇÃO! Legislação extravagante pode criar outras agravantes e atenuantes.

- As agravantes e atenuantes podem ser definidas como circunstâncias objetivas ou subjetivas


que não integram a estrutura do tipo penal, mas que se vinculam ao crime, devendo ser
consideradas pelo juiz no momento de aplicação da pena.

CUIDADO! O legislador não estipulou o quantum para as circunstâncias agravantes e


atenuantes, ficando a critério do juiz, que deve sempre fundamentar a sua decisão.

CUIDADO! As agravantes e as atenuantes também devem respeitar os limites mínimo e


máximo previstos no preceito sancionador.

Súmula 231, STJ - A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à redução da
50
pena abaixo do mínimo legal.

- Na ausência de agravantes e atenuantes, a pena intermediária confirma a pena-base.

- No concurso de agravantes e atenuantes, deve-se aplicar o art. 67 do CP.

Art. 67. No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve


aproximar-se do limite indicado pelas circunstâncias preponderantes,
entendendo-se como tais as que resultam dos motivos determinantes
do crime, da personalidade do agente e da reincidência.

Obs.: A jurisprudência estabeleceu uma ordem de preponderância:

1ª) Circunstância atenuante da menoridade (menor de 21 anos na data do


fato) ou da senilidade (maior de 70 anos na data da sentença).

2ª) Agravante da reincidência.

3ª) Atenuante ou agravante subjetiva.

4ª) Atenuante ou agravante objetiva.

ATENÇÃO! A jurisprudência admite a compensação se as agravantes e atenuantes


estiverem no mesmo patamar. Ex.: agravante objetiva e atenuante objetiva.
a) Agravantes

- Arts. 61 e 62 do CP: rol taxativo.

Art. 61. São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não
constituem ou qualificam o crime:

I - a reincidência;

II - ter o agente cometido o crime:

a) por motivo fútil ou torpe;

b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou


vantagem de outro crime;

c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso


que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido;

d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio


insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum;

e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;


51
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações
domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra
a mulher na forma da lei específica;

g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício,


ministério ou profissão;

h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher


grávida;

i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade;

j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer


calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido;

l) em estado de embriaguez preordenada.

Art. 62. A pena será ainda agravada em relação ao agente que:

I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade


dos demais agentes;

II - coage ou induz outrem à execução material do crime;


III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua
autoridade ou não-punível em virtude de condição ou qualidade
pessoal;

IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de


recompensa.

As agravantes sempre agravam a pena?

Resposta: Em regra, sim, mas há exceções:

1) Quando constituem ou qualificam o crime não são consideradas, evitando a


dupla valoração em prejuízo do réu (bis in idem). Ex.: a agravante prevista no art.
61, II, h, do CP, que agrava a pena do crime cometido contra mulher grávida, não
pode ser aplicada no crime de aborto.
2) Quando a pena-base foi fixada no máximo. Isso porque, nessa etapa da fixação
da pena, o juiz também está atrelado aos limites máximo e mínimo. Esse limite
não tem previsão legal, sendo criação da jurisprudência.
3) Quando a atenuante for preponderante.
4) Não se aplicam aos crimes culposos, com exceção da reincidência (Informativo
735, STF).

52
Obs.: As agravantes incidem nos crimes preterdolosos (Informativo 541, STJ).

a.1) Reincidência
- É agravante de pena.

- Pressupostos (art. 63, CP):

1) Trânsito em julgado de sentença condenatória por crime anterior.


2) Cometimento de novo crime.

ATENÇÃO! O art. 63 do CP deve ser complementado pelo art. 7º da Lei de Contravenções


Penais.
Sentença definitiva Nova infração Consequência

Crime (Brasil ou estrangeiro) Crime Reincidente (art. 63)


Crime (Brasil ou estrangeiro) Contravenção penal Reincidente (art. 7º)
Contravenção penal (Brasil) Contravenção penal Reincidente (art. 7º)
Contravenção penal (Brasil) Crime Maus antecedentes
Contravenção penal
Contravenção penal Maus antecedentes
(estrangeiro)

Obs.: Nos termos do art. 9º do CP, não há necessidade de homologação, pelo STJ, da
sentença condenatória estrangeira para caracterizar reincidência.

Obs.: Se o crime praticado no estrangeiro é fato atípico no Brasil, não gera


reincidência.

A espécie de pena imposta ao crime antecedente interfere na reincidência?

Espécie de pena Caracterização de reincidência

Privativa de liberdade Caracteriza reincidência 53


Restritiva de direitos Caracteriza reincidência

De acordo com a maioria, a pena de multa é


Multa
apta a gerar reincidência

CONCLUSÃO: Não importa a espécie de pena

- Art. 77, §1º, CP:

Art. 77. A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2


(dois) anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde
que: […].

§ 1º - A condenação anterior a pena de multa não impede a concessão


do benefício.

CONCLUSÃO: A condenação anterior a pena de multa, apesar de caracterizar reincidência, não


impede a concessão do benefício.

A extinção da punibilidade do crime anterior caracteriza reincidência?

Resposta: Depende do momento da extinção da punibilidade, se antes ou depois da sentença


condenatória definitiva.
Antes da sentença condenatória definitiva Depois da sentença condenatória definitiva

Não gera reincidência Gera reincidência


(Ex.: prescrição da pretensão punitiva) (Ex.: prescrição da pretensão executória)
Exceções:
-
1) Anistia.
2) Abolitio criminis.

- A concessão do perdão judicial não impede a caracterização da reincidência (art.


120, CP).

Art. 120. A sentença que conceder perdão judicial não será considerada
para efeitos de reincidência.

- O Brasil adotou o sistema da temporariedade da reincidência. O art. 64, I, CP


estabelece o período depurador da reincidência.

Art. 64. Para efeito de reincidência:

I - não prevalece a condenação anterior, se entre a data do 54


cumprimento ou extinção da pena e a infração posterior tiver decorrido
período de tempo superior a 5 (cinco) anos, computado o período de
prova da suspensão ou do livramento condicional, se não ocorrer
revogação;

Obs.: Para caracterizar reincidência, o novo crime deve ser praticado depois do
trânsito em julgado da condenação por crime anterior. Se praticado até o dia do trânsito em
julgado, não há reincidência.

Obs.: No prazo depurador da reincidência, computa-se o período de prova do sursis e


do livramento condicional, se não ocorrer revogação.

- A natureza de determinados crimes impede a reincidência (art. 64, II, CP).

Art. 64. Para efeito de reincidência:


[…]
II - não se consideram os crimes militares próprios e políticos.

 Crimes militares próprios: tipificados no CPM e que só podem ser praticados por
militares. Ex.: deserção.

 Crimes políticos: art. 2º, Lei 7.170/83.

Art. 2º - Quando o fato estiver também previsto como crime no Código


Penal, no Código Penal Militar ou em leis especiais, levar-se-ão em
conta, para a aplicação desta Lei:
I - a motivação e os objetivos do agente;
II - a lesão real ou potencial aos bens jurídicos mencionados no artigo
anterior.

CUIDADO! O crime militar próprio somente não gera reincidência para outro crime comum
(art. 71, CPM).

Art. 71. Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime,


depois de transitar em julgado a sentença que, no país ou no
estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior.

Crime anterior Crime posterior Reincidência Fundamento


Crime militar próprio Crime comum Não Art. 64, II, CP
Crime militar
Crime comum Sim Art. 64, II, CP
impróprio
Crime militar próprio Crime militar próprio Sim Art. 71, CPM

ATENÇÃO! A reincidência é uma circunstância subjetiva incomunicável, não se transmitindo


aos demais coautores e partícipes.

Obs.: A reincidência deve ser comprovada por meio de certidão cartorária. 55


ATENÇÃO! O STJ, no HC 141.705, flexibilizou essa exigência, admitindo como prova folha de
antecedentes criminais.

- Classificação doutrinária:

I. Reincidência real
- Ocorre quando o agente comete novo crime após ter efetivamente cumprido a
totalidade da pena pelo crime anterior (e antes do prazo depurador de 5 anos).

II. Reincidência ficta


- O agente comete novo crime após ter sido condenado definitivamente, mas antes de
ter cumprido a totalidade da pena do crime anterior.

III. Reincidência genérica


- Ocorre quando os crimes praticados pelo agente são de espécies distintas.

IV. Reincidência específica


- Ocorre quando os crimes praticados pelo agente são da mesma espécie.

ATENÇÃO! No RE 453.000, o STF entendeu que a utilização da reincidência como agravante de


pena é constitucional, não configurando bis in idem.
Condenação passada pode servir como maus antecedentes e, ao mesmo tempo, como
agravante da reincidência?

Resposta: Não, pois isso caracterizaria bis in idem (Súmula 241, STJ).

Súmula 241, STJ: A reincidência penal não pode ser considerada como circunstância
agravante e, simultaneamente, como circunstância judicial.

CUIDADO! Sendo duas as condenações passadas, uma pode ser utilizada como agravante de
reincidência, e a outra, como maus antecedentes. Nesse caso, não há bis in idem, não se
aplicando a Súmula 241 do STJ.

b) Atenuantes

- Art. 65, CP:

Art. 65. São circunstâncias que sempre atenuam a pena:

I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de

56
70 (setenta) anos, na data da sentença;

II - o desconhecimento da lei;

III - ter o agente:

a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral;

b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o


crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as consequências, ou ter, antes do
julgamento, reparado o dano;

c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em


cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a influência de
violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima;

d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do


crime;

e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o


provocou.
As atenuantes sempre atenuam a pena?

Resposta: Em regra, sim, mas há exceções:

1) Não incide a atenuante quando a circunstância já constitui ou privilegia o crime


(evitar dupla valoração, ou seja, bis in idem).

2) Não incide a atenuante quando a pena-base foi fixada no mínimo legal (Súmula
231, STJ). A pena intermediária não pode ficar aquém do mínimo.

Súmula 231, STJ: A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à


redução da pena abaixo do mínimo legal.

Obs.: Diferentemente das agravantes, as atenuantes incidem nos crimes dolosos e


culposos.

b.1) Menoridade relativa


- Art. 65, I, 1ª parte, CP:

Art. 65. São circunstâncias que sempre atenuam a pena:


I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de
70 (setenta) anos, na data da sentença;
57
ATENÇÃO! Data do fato = data da ação ou omissão (art. 4º, CP).

ATENÇÃO! Mesmo com o CC/02, a atenuante permanece. O Direito Penal está preocupado
com a idade biológica, e não com a capacidade civil.

Súmula 74, STJ: Para efeitos penais, o reconhecimento da menoridade do réu requer prova por
documento hábil.

b.2) Senilidade

- Art. 65, I, 2ª parte, CP:

Art. 65. São circunstâncias que sempre atenuam a pena:

I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de


70 (setenta) anos, na data da sentença;

ATENÇÃO! Data da sentença = decisão condenatória de 1º grau, salvo se absolutória, hipótese


em que abrange o acórdão condenatório.

ATENÇÃO! A atenuante não alcança todos os idosos, mas, apenas, os idosos maiores de 70
anos. De acordo com o Estatuto do Idoso (Lei 10.741/03), idoso é a pessoa com idade igual ou
superior a 60 anos.
b.3) Confissão espontânea

- Art. 65, III, d, CP:

Art. 65. São circunstâncias que sempre atenuam a pena:


[…]
III - ter o agente:
[…]
d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do
crime;

- Requisitos:

I. A confissão deve ser espontânea

- Não basta ser voluntária.

- Confissão espontânea = livre de interferência subjetiva externa.

II. Deve ser feita perante a autoridade

- Autoridade: juiz ou delegado de polícia.

A confissão perante a autoridade policial retratada em juízo atenua a pena?


58
Resposta: A confissão policial retratada em juízo atenua a pena se for utilizada para embasar
a conclusão condenatória.

Súmula 545, STJ: Quando a confissão for utilizada para a formação do convencimento do
julgador, o réu fará jus à atenuante prevista no artigo 65, III, d, do Código Penal.

Cabe a atenuante quando a confissão é parcial?


- Se a confissão, ainda que parcial, serviu de suporte para a condenação, ela deverá ser
utilizada como atenuante no momento de dosimetria da pena (Súmula 545, STJ).

Cabe a atenuante quando a confissão é qualificada?


- Diferentemente da confissão simples, na confissão qualificada, o agente admite ser o
autor, mas alega fato impeditivo de responsabilidade (motivo que excluiria o crime ou o
isentaria de pena – ex.: legítima defesa).

- Para o STJ, a confissão qualificada (aquela na qual o agente agrega teses defensivas
discriminantes ou exculpantes), quando efetivamente utilizada como elemento de
convicção, enseja a aplicação da atenuante prevista na alínea “d” do inciso III do art. 65 do
CP.

- Para o STF, a confissão qualificada não é suficiente para justificar a atenuante prevista no
art. 65, III, “d”, do Código Penal.
É possível a compensação entre a agravante da reincidência e a atenuante da confissão
espontânea?

Posição do STJ: em regra, reincidência e confissão se COMPENSAM. Exceção: se o réu for


multirreincidente, prevalece a reincidência.

Posição do STF: a agravante da REINCIDÊNCIA prevalece.

b.4) Circunstâncias atenuantes inominadas

- Art. 66, CP:

Art. 66. A pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância


relevante, anterior ou posterior ao crime, embora não prevista
expressamente em lei.

ATENÇÃO! Diferentemente das agravantes, as atenuantes estão num rol exemplificativo.

ATENÇÃO! Circunstâncias ocorridas após o delito também podem configurar atenuante. Ex.:

59
confissão voluntária, coculpabilidade.

 Coculpabilidade: parte da premissa de que a sociedade, muitas vezes, é


desorganizada, discriminatória, excludente, marginalizadora, criando condições sociais
que reduzem o âmbito de determinação e liberdade do agente, contribuindo,
portanto, para o delito. Essa postura da sociedade deve atenuar a reprovação.

Obs.: Atualmente, a teoria da coculpabilidade é mais criticada do que elogiada. Hoje, a


doutrina tem preferido a teoria da vulnerabilidade.

 Teoria da vulnerabilidade: quem conta com alta vulnerabilidade de sofrer a


incidência do Direito Penal (e esse é o caso de quem não tem instrução, nem status,
nem família, etc.) tem a sua reprovação reduzida; quem desfruta de baixa
vulnerabilidade deve ser mais severamente punido.
3ª fase de aplicação da pena privativa de liberdade

- Finalidade: fixar a pena definitiva.

- Ponto de partida: pena intermediária.

- Instrumentos à disposição do juiz: causas de aumento e de diminuição de pena.

Obs.: O quantum das causas de aumento e de diminuição está identificado na lei,


podendo ser em quantidade fixa ou variável.

Obs.: Na terceira fase, o juiz não está atrelado aos limites mínimo e máximo previstos
no preceito secundário. Ex.: tentativa.

ATENÇÃO! Não se pode confundir causas de aumento e de diminuição com agravantes e


atenuantes. Também não se pode confundir causas de aumento com qualificadoras.

Agravantes e atenuantes Causas de aumento e de diminuição

Também chamadas de circunstâncias legais Também chamadas de majorantes e minorantes

São consideradas na 2ª fase de aplicação da São consideradas na 3ª fase de aplicação da


pena pena 60
Estão localizadas na parte geral e na parte
Estão localizadas na parte geral do CP ou na
especial do CP, bem como na legislação
legislação extravagante
extravagante
Não há previsão legal do quantum de aumento Há previsão legal do quantum de aumento e de
e de diminuição diminuição
O juiz está adstrito aos limites mínimo e O juiz não está adstrito aos limites mínimo e
máximo previstos na lei máximo previstos na lei

Causa de aumento Qualificadora


Qualifica o delito, substituindo penas
Majora a pena do delito
abstratamente cominadas
Serve como ponto de partida para o cálculo da
É considerada na 3ª fase de aplicação da pena
pena-base

- Havendo uma só causa de aumento ou de diminuição, o juiz, com base no quantum


previsto em lei, deve aumentar ou diminuir a pena.

- É possível (aliás, muito comum) o concurso de causas de aumento e/ou diminuição.


Ex.: duas causas de aumento, duas causas de diminuição, uma causa de aumento e uma de
diminuição.
◦ Duas causas de aumentou ou duas causas de diminuição: concurso homogêneo.
◦ Uma causa de aumento e uma de diminuição: concurso heterogêneo.

a) Concurso homogêneo de causas de aumento

a.1) Duas causas de aumento previstas na Parte Geral do CP

- O juiz, sem escolha, deve aplicar as duas causas de aumento.

CUIDADO! Deve-se observar o princípio da incidência isolada, e não da incidência


cumulativa. Isso significa que o segundo aumento recai sobre a pena precedente, e não sobre a
pena já aumentada.

- Ex.:

 Pena intermediária: 6 anos.


 Causa de aumento 1: 1/3.
 Causa de aumento 2: 1/2.

6 anos + 1/3 de 6 anos = 2 anos.


6 anos + 1/2 de 6 anos = 3 anos.
6 anos + 5 anos = 11 anos.
61
a.2) Duas causas de aumento previstas na Parte Especial do CP
- Aplica-se o art. 68, parágrafo único, CP:

Art. 68. […].


Parágrafo único. No concurso de causas de aumento ou de diminuição
previstas na parte especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou
a uma só diminuição, prevalecendo, todavia, a causa que mais aumente
ou diminua.

- O juiz escolhe:

 Aplica as duas causas de aumento (incidência isolada).


 Aplica somente a que mais aumenta a pena.

Obs.: O juiz deve decidir com base nos fins da pena (qual das duas opções atende
melhor aos fins da pena).

a.3) Duas causas de aumento, sendo uma prevista na Parte Geral e outra na Parte
Especial do CP

ATENÇÃO! Não de aplica o art. 68, parágrafo único, CP, que exige que as duas causas de
aumento estejam previstas na Parte Especial.
- O juiz deve, obrigatoriamente, aplicar as duas causas de aumento, observando a
incidência isolada.

b) Concurso homogêneo de causas de diminuição

b.1) Duas causas de diminuição previstas na Parte Geral do CP


- O juiz, sem escolha, deve aplicar as duas causas de aumento.

CUIDADO! Nesse caso, deve-se observar a incidência cumulativa, e não isolada. Isso significa
que a segunda diminuição recai sobre a pena já diminuída.

- Ex.:
 Pena intermediária: 6 anos.
 Causa de diminuição 1: 1/2.
 Causa de diminuição 2: 1/2.

6 anos - 1/2 de 6 anos = 3 anos.


3 anos - 1/2 de 3 anos = 1 ano e 6 meses.

CUIDADO! A incidência isolada pode resultar em pena igual a zero.

b.1) Duas causas de diminuição previstas na Parte Especial do CP


- Aplica-se o art. 68, parágrafo único, CP:
62
Art. 68. […].
Parágrafo único. No concurso de causas de aumento ou de diminuição
previstas na parte especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou
a uma só diminuição, prevalecendo, todavia, a causa que mais aumente
ou diminua.

- O juiz escolhe:

 Aplica as duas causas de diminuição (incidência cumulativa).


 Aplica somente a que mais diminua a pena.

Obs.: O juiz deve decidir com base nos fins da pena (qual das duas opções atende
melhor os fins da pena).

b.3) Duas causas de diminuição, sendo uma prevista na Parte Geral e outra na Parte
Especial do CP

ATENÇÃO! Não de aplica o art. 68, parágrafo único, CP, que exige que as duas causas
de diminuição estejam previstas na Parte Especial.

- O juiz deve, obrigatoriamente, aplicar as duas causas de aumento, observando a


incidência cumulativa.

c) Concurso heterogêneo de causas de aumento e de diminuição


- Nesse caso, o juiz deve aplicar as duas, sendo a incidência cumulativa.

ATENÇÃO! Segundo a doutrina, o juiz primeiro aumenta e depois diminui.

II - Regime inicial de cumprimento de pena

- Depois de calculada a pena definitiva, o juiz deve anunciar o regime inicial de


cumprimento, observando, principalmente, o art. 33 do CP.

Art. 33. A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado,


semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou
aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado.

§ 1º - Considera-se:

a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de


segurança máxima ou média;

b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola,


industrial ou estabelecimento similar;

c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou


estabelecimento adequado. 63
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em
forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os
seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime
mais rigoroso:

a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a


cumpri-la em regime fechado;

b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro)


anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em
regime semi-aberto;

c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4


(quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.

§ 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-


á com observância dos critérios previstos no art. 59 deste Código.

§ 4º - O condenado por crime contra a administração pública terá a


progressão de regime do cumprimento da pena condicionada à
reparação do dano que causou, ou à devolução do produto do ilícito
praticado, com os acréscimos legais.
- O juiz, na fixação do regime inicial, deve observar:

 Espécie de pena: reclusão ou detenção.


 Quantum da pena definitiva.
 Condições especiais do condenado, principalmente a reincidência.
 Circunstâncias judiciais do art. 59 do CP.

Art. 59. O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta


social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e
consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima,
estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e
prevenção do crime:
[…]
III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade;

a) Crimes com pena de reclusão


- Admitem regime inicial fechado, semiaberto e aberto.

a.1) Regime fechado: pena imposta na sentença superior a 8 anos.

a.2) Regime semiaberto: pena imposta na sentença superior a 4 anos e


igual ou inferior a 8 anos, desde que o agente seja primário.

Obs.: Se o agente for reincidente, o regime será o fechado. 64


a.3) Regime aberto: pena imposta na sentença igual ou inferior a 4 anos,
desde que o agente seja primário.

Obs.: Para o Código Penal, sempre que o agente for reincidente, o regime
inicial será o fechado. A Súmula 269 do STJ, no entanto, tempera o rigorismo do CP.

Súmula 269, STJ: É admissível a adoção do regime prisional semi-aberto


aos reincidentes condenados a pena igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as
circunstâncias judiciais.

ATENÇÃO! De acordo com a Súmula 718 do STF, o juiz não pode fugir da regra do art. 33 do CP
alegando a gravidade em abstrato do crime.

Súmula 718, STF: A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime


não constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o
permitido segundo a pena aplicada.

ATENÇÃO! Se o juiz pretende fixar regime mais severo do que aquele estipulado no art. 33 do
CP, deve motivar, analisando a gravidade em concreto do crime (Súmula 719, STF).

Súmula 719, STF: A imposição do regime de cumprimento mais severo do que a


pena aplicada permitir exige motivação idônea.
b) Crimes com pena de detenção
- Admitem regime inicial semiaberto e aberto.

ATENÇÃO! Não admitir regime inicial fechado não significa que o cumprimento da pena de
detenção não possa ocorrer em regime mais severo. Isso é perfeitamente possível por meio da
regressão.

CONCLUSÃO:
 A pena de detenção não pode ter regime inicial fechado.
 A pena de detenção pode ser cumprida no regime fechado (se ocorrer a
regressão).

b.1) Regime semiaberto: pena imposta na sentença superior a 4 anos.

b.2) Regime aberto: pena imposta na sentença igual ou inferior a 4 anos,


desde que o agente seja primário.

Se o agente for reincidente, o regime poderá ser o semiaberto (Súmula 269, STJ).

Súmula 493 - É inadmissível a fixação de pena substitutiva (art. 44 do CP) como


condição especial ao regime aberto.

ATENÇÃO! Consoante o STJ, fixada a pena-base no mínimo legal (circunstâncias judiciais


65
favoráveis) e sendo o acusado primário e sem antecedentes criminais, não se justifica a fixação
do regime prisional mais gravoso do que o previsto para a quantidade de pena imposta no art.
33 do Código Penal.

No crime de roubo, o emprego de arma de fogo não autoriza, por si só, a imposição
do regime inicial fechado se, primário o réu, a pena-base foi fixada no mínimo legal.
Nesse sentido, dispõe a Súmula 440 do STJ que, "fixada a pena-base no mínimo
legal, é vedado o estabelecimento de regime prisional mais gravoso do que o
cabível em razão da sanção imposta, com base apenas na gravidade abstrata do
delito"; e a Súmula 719 do STF, "a imposição do regime de cumprimento mais
severo do que a pena aplicada permitir exige motivação idônea". Precedente citado
do STJ: AgRg no HC 303.275-SP, Quinta Turma, DJe 24/2/2015. Precedente citado do
STF: HC 118.230-RS, Primeira Turma, DJe 11/3/2009. HC 309.939-SP, Rel. Min.
Newton Trisotto (Desembargador convocado do TJ-SC), julgado em 28/4/2015, DJe
19/5/2015.
A detração (art. 42, CP) influencia na fixação do regime inicial de cumprimento da pena?

 Antes da Lei 12.736/12: Não, tratando-se de instituto a ser considerado pelo juiz da execução
penal.

 Depois da Lei 12.736/12: Sim (art. 387, §2º, CPP).

Art. 387. […].


§ 2º - O tempo de prisão provisória, de prisão administrativa ou de internação, no Brasil
ou no estrangeiro, será computado para fins de determinação do regime inicial de pena
privativa de liberdade. (Incluído pela Lei nº 12.736/2012)

Principal Referência bibliográfica:


CUNHA, Sanches Rogério. Manual de Direito Penal – Parte Geral. Editora Juspodivm, 2016.

66
2.2 QUESTÕES DE CONCURSOS

1. (TJ/AM 2016) Determinada sentença justificou a dosimetria da pena em um crime de roubo


da forma seguinte.
A culpabilidade do réu ficou comprovada, sendo a sua conduta altamente reprovável; não
constam informações detalhadas sobre seus antecedentes, mas consta que ele foi
anteriormente preso em flagrante acusado de roubo — embora não haja prova do trânsito em
julgado da condenação — e que responde também a dois inquéritos policiais nos quais é
acusado de furtar. A conduta social do réu não é boa e denota personalidade voltada para o
crime; os motivos e as circunstâncias do crime não favorecem o réu; e as consequências do fato
são muito graves, pois as vítimas, que em nada contribuíram para a deflagração do ato
criminoso, tiveram prejuízo expressivo, já que houve desbordamento do caminho usualmente
utilizado para a consumação do crime. É relevante observar que, sendo o réu pobre,
semianalfabeto, sem profissão e sem emprego, muito provavelmente voltará ao crime, fato
que, por si, justifica o aumento da pena-base como forma de prevenção.

Tendo em vista os elementos apresentados na justificação hipotética descrita, assinale a opção


correta de acordo com a jurisprudência do STJ.

a) Por ser inerente ao crime de roubo, compondo a fase de criminalização primária, a perda
material não poderia justificar o aumento da pena-base como consequência negativa do crime.
b) O juiz decidiu corretamente, pois apresentou justificação convincente, baseada no princípio
do livre convencimento.
c) Considerando que o réu já tinha sido preso em flagrante por roubo e, mesmo sem o trânsito 67
em julgado da respectiva sentença, ele ainda responde a dois inquéritos policiais por furtos,
justifica-se a exacerbação da pena-base.
d) O juiz deveria ter levado em conta o fato de as vítimas em nada terem contribuído para a
ocorrência do crime também como motivo para exasperação da pena-base do réu, a fim de
atender as funções repressivas e preventivas da sanção penal.
e) A exasperação da pena-base por causa da pobreza, ignorância ou desemprego caracteriza a
prática do que a doutrina denomina direito penal do inimigo.

2. (TJ/PB 2015) Segundo a doutrina dominante e o CP, o juiz, ao aplicar a pena, deve:

a) A aplicar pena inferior ao mínimo legal se houver circunstância atenuante.


b) agravar a sanção a ser aplicada a quem tiver coagido outrem a praticar o crime no caso de
concurso de pessoas.
c) valer-se de sua discricionariedade no que diz respeito à fixação do regime prisional em que o
condenado começará a cumprir a sanção.
d) indicar, no caso de condenado a pena de reclusão, que o cumprimento da sanção deve ser
iniciado em regime fechado.
e) considerar eventuais causas de aumento de pena do condenado na segunda fase da
dosimetria.

3. (TJ/DFT 2016 – adaptada) As agravantes e as atenuantes previstas no CP são numerus


clausus, ou seja, não é possível invocar circunstância atenuante ou agravante que não tenha
sido expressamente prevista no texto legal. ( )
4. (TJ/DFT 2016 – adaptada) Fixada a pena-base no mínimo legal, a decisão, fundamentada na
gravidade abstrata do delito, poderá estabelecer ao sentenciado regime prisional mais gravoso
do que o cabível em razão da sanção imposta. ( )

5. (TJ/PB 2015) Segundo a doutrina dominante e o CP, o juiz, ao aplicar a pena, deve
a) aplicar pena inferior ao mínimo legal se houver circunstância atenuante.
b) agravar a sanção a ser aplicada a quem tiver coagido outrem a praticar o crime no caso de
concurso de pessoas.
c) valer-se de sua discricionariedade no que diz respeito à fixação do regime prisional em que o
condenado começará a cumprir a sanção.
d) indicar, no caso de condenado a pena de reclusão, que o cumprimento da sanção deve ser
iniciado em regime fechado.
e) considerar eventuais causas de aumento de pena do condenado na segunda fase da
dosimetria.

6. (TJ/PB 2015 – adaptada) O condenado a pena superior a oito anos pode começar a cumpri-la
em regime fechado, desde que o juiz fundamente as razões que ensejam regime inicial
diferenciado. ( )

68
7. (TJ/DFT 2014) Assinale a opção correta em relação à segunda fase da dosimetria da pena,
com base nos dispositivos legais pertinentes e à jurisprudência dominante dos tribunais
superiores.
a) Consoante expressa previsão legal, a embriaguez culposa é circunstância atenuante apta a
reduzir a reprimenda nessa fase.
b) A prática de delito sob a influência de multidão em tumulto constitui atenuante da pena,
desde que o incidente não tenha sido provocado pelo próprio agente.
c) Em caso de concurso da atenuante da menoridade relativa com a agravante da reincidência,
a pena deverá ser aumentada, dada a preponderância da reincidência sobre a atenuante.
d) Em atendimento ao princípio da legalidade, não é possível a aplicação de circunstância
atenuante que não esteja expressamente tipificada no CP.
e) Nessa fase, a incidência de diversas circunstâncias agravantes poderá conduzir ao aumento
da pena acima do patamar máximo previsto no preceito secundário do tipo penal.
2.3 GABARITO

1. E
2. B
3. Errada
4. Errada
5. B
6. Errada
7. B

69
3. CÓDIGO DE ORGANIZAÇÃO E DIVISÃO JUDICIÁRIAS DO ESTADO
DO PARANÁ (LEI ESTADUAL Nº 14.277/2003)

3.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Para o estudo deste tópico do edital é importante que façamos a leitura da legislação
sem maiores preocupações doutrinárias ou até mesmo jurisprudenciais sobre determinados
assuntos. Como veremos mais adiante, o tema "legislação estadual específica" quando tratado
em concursos de Magistratura Estadual tende a ser reduzido ao texto de lei. Diante disso,
optamos por selecionar os principais artigos com maior potencial de cobrança em prova do
Código de Organização e Divisão Judiciárias do Estado do Paraná ORGANIZAÇÃO E DIVISÃO (LEI
ESTADUAL Nº 14.277/2003), o qual passou por alterações no ano de 2016.

O Código analisado dispõe sobre a Organização e Divisão Judiciárias do Estado do Paraná e


disciplina a constituição, a estrutura, as atribuições e a competência do Tribunal de Justiça, de Juízes e
dos Serviços Auxiliares. O outro conteúdo pertinente à legislação estadual específica é o Código
de Normas da Corregedoria-Geral da Justiça (que será tratado em outra rodada). Para facilitar
uma maior intimidade com estes conteúdos, optamos por enviar a aula de orientação
pertinente somente após o envio deste material inicial. Certamente, a leitura dos artigos
destacados facilitará não só o estudo mas também a revisão na reta final e a percepção 70
aguçada do que deve ser destacado.

Apresentamos nesta rodada: a lei com os potenciais artigos de cobrança grifados;


breves apontamentos sobre informações que possam ajudar na compreensão de alguns focos
de questões; além de questões passadas que trataram do assunto em concursos e nos
simulados do Mege pensados para a prova objetiva estudada para esta turma. Em nossa leitura
vamos perceber que muitos dos dispositivos apenas repetem o texto constitucional e o de
outras legislações, o que facilita a compreensão sobre as temáticas relacionadas, em especial,
ao contexto do magistrado. A leitura deste conteúdo ajudará, de forma destacada, em uma
sucinta revisão do tema "Poder Judiciário" em Direito Constitucional.

Será perceptível para nossos alunos o quanto alguns assuntos serão mais óbvios para
cobrança em prova. É isso que esperamos nesta atuação, que não se desgaste um valioso
tempo de estudo em outras vertentes com este conteúdo que é tão valioso para nossa
pontuação e não deve ser visto como mais complexo do que precisa ser encarado. Na verdade,
aqui não teremos complexidade.

Não passaremos de um exercício de memorização e reconhecimento de conteúdo em


prova. Basicamente isso. Não teremos maiores diferenças em relação aos concursos de
técnicos e analistas que tratam desta matéria. As questões mais complexas mesclarão
conteúdos de artigos sem serem óbvias, mas nada que a leitura atenta ao que destacamos
deixe em risco o candidato comprometido com sua aprovação. Os dispositivos que
nitidamente são de menor importância, segundo nossa avaliação, sequer foram inseridos no
material.

Lembrem-se: as questões do bloco final desta 1ª fase precisam ser contabilizadas ao


máximo, pois contam com um conteúdo mais previsível - quem quiser passar para a 2ª fase vai
ter que garantir um ótimo desempenho em seu final de prova. Os candidatos mais preparados
não se prejudicarão em questões simples. Certamente, vocês estarão entre eles.

Sejamos objetivos nesta disciplina. Certamente, receberemos pontos valiosos com o


gabarito final.

Bons estudos!

71
3.2. LEGISLAÇÃO DESTACADA

CÓDIGO DE ORGANIZAÇÃO E DIVISÃO JUDICIÁRIAS DO ESTADO DO PARANÁ


(LEI ESTADUAL Nº 14.277/2003)

Dispõe sobre a Organização e Divisão Judiciárias do Estado do Paraná e adota outras providências.

Art. 1º. Este Código dispõe sobre a Organização e Divisão Judiciárias do Estado do Paraná e disciplina
a constituição, a estrutura, as atribuições e a competência do Tribunal de Justiça, de Juízes e dos
Serviços Auxiliares, observados os princípios constitucionais que os regem (redação dada pela Lei nº
14.925 de 24/11/2005 – DOE nº 7109 de 25/11/2005).
§ 1º. São regentes do presente código, dentre outros os seguintes princípios constitucionais:
I – legalidade:
II – impessoalidade;
III – moralidade;
IV – publicidade;
V – eficiência.
72
LEMBRAR DA CF/88:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
19, de 1998)

§ 2º. Além dos princípios referidos no parágrafo anterior, também se aplicam à presente lei, os
seguintes:
I – probidade;
II – motivação;
III – finalidade;
IV – razoabilidade;
V – proporcionalidade;
VI – Vetado;
VII – interesse público;
VIII – modicidade das custas e emolumentos.

§ 3º. Na constituição e alteração das atribuições e competência dos Tribunal de Justiça, de Juízes e
dos Serviços Auxiliares, deverão ser observados, além dos princípios previstos nos parágrafos
anteriores, os critérios de democratização da gestão e do acesso à Justiça, qualificação
permanente, efetividade e celeridade (redação dada pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 – DOE nº
7109 de 25/11/2005).

§ 4º. Os aludidos princípios e critérios são condições de aplicação e hermenêutica, vedada a sua
afastabilidade, sob pena de nulidade absoluta, decretável de ofício.

§ 5º . Ficam estatizadas as serventias do foro judicial, inclusive as criadas por esta lei, respeitados os
direitos dos atuais titulares.

§ 6º. O Poder Judiciário, observadas as suas disponibilidades financeiras e orçamentárias,


encaminhará mensagem à Assembléia Legislativa dispondo sobre o Quadro de Servidores e
respectivos vencimentos, para cumprimento do disposto no parágrafo anterior.

§ 7º. A administração da Justiça é exercida pelo Poder Judiciário.

LIVRO I
ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA

TÍTULO I
ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA
73
CAPÍTULO ÚNICO
ÓRGÃOS DO PODER JUDICIÁRIO

Art. 2º. São órgãos do Poder Judiciário do Estado:


I - o Tribunal de Justiça;
II - REVOGADO; (pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 – DOE nº 7109 de 25/11/2005).
III - os Tribunais do Júri;
III - os Juízes de Direito;
IV - os Juízes de Direito Substitutos de entrância final;
V - os Juízes Substitutos;
VI os Juizados Especiais;
VII - os Juízes de Paz.

MUITO IMPORTANTE: Lembrar de todos os incisos como órgãos do Poder Judiciário


paranaense! Não há maiores novidades em relação a outras legislações estaduais neste tópico.
Talvez, a não presença expressa de um "Conselho da Justiça Militar" ou até mesmo das
"Turmas Recursais" possam ser pegadinhas neste sentido, pois são comuns em outros Estados
quando tratam desta classificação.
Parágrafo único. Para executar decisões ou diligências que ordenarem, poderão os tribunais e
Juízes requisitar o auxílio da força pública.

Art. 3º. É vedada a convocação ou a designação de Juiz de primeiro grau para exercer cargo ou
função no Tribunal de Justiça, ressalvada a substituição de seus integrantes e o auxílio direto do
Presidente do Tribunal de Justiça, dos Vice-Presidentes, do Corregedor- Geral da Justiça e do
Corregedor, em matéria administrativa, jurisdicional e correicional (redação dada pela Lei nº
16.181 de 17/07/2009 – DOE nº 8015 de 17/07/2009).

§ 1º. O Presidente do Tribunal de Justiça poderá designar Juízes de Direito da Comarca da Região
Metropolitana de Curitiba para atuarem junto aos órgãos superiores do Tribunal de Justiça, nos
termos do caput deste artigo.

§ 2º. As designações a que se refere o parágrafo anterior não implicarão vantagem pecuniária aos
Juízes designados, salvo o ressarcimento de despesas de transporte e o pagamento de diárias,
sempre que estes tiverem que se deslocar da sede.

TÍTULO II
TRIBUNAL DE JUSTIÇA

CAPÍTULO I 74
COMPOSIÇÃO

Art. 4º. O Tribunal de Justiça, órgão máximo do Poder Judiciário estadual, composto por cento e
quarenta e cinco (145) Desembargadores, tem sede na Capital e jurisdição em todo o território do
Estado (redação dada pela Lei nº 17.550 de 24/04/2013 – DOE nº 8944 de 24/04/2013).

ATENÇÃO: TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ com 145 DESEMBARGADORES!

Art. 5º. Os Juízes de última entrância serão promovido ao cargo de Desembargador pelo Presidente
do Tribunal de Justiça nas vagas correspondentes à respectiva classe, por antigüidade e
merecimento, alternadamente, observado o disposto no artigo 6º deste Código (redação dada pela
Lei nº 14.925 de 24/11/2005 – DOE nº 7109 de 25/11/2005).

LEMBRAR DA CF/88 (critérios de antiguidade e merecimento, alternadamente):

Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da
Magistratura, observados os seguintes princípios:
I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, mediante concurso público de provas
e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases, exigindo-se do
bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à
ordem de classificação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II - promoção de entrância para entrância, alternadamente, por antiguidade e merecimento, atendidas
as seguintes normas:
a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes consecutivas ou cinco alternadas em lista
de merecimento;
b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de exercício na respectiva entrância e integrar o
juiz a primeira quinta parte da lista de antiguidade desta, salvo se não houver com tais requisitos quem
aceite o lugar vago;
c) aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos critérios objetivos de produtividade e
presteza no exercício da jurisdição e pela frequência e aproveitamento em cursos oficiais ou
reconhecidos de aperfeiçoamento; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
d) na apuração de antigüidade, o tribunal somente poderá recusar o juiz mais antigo pelo voto
fundamentado de dois terços de seus membros, conforme procedimento próprio, e assegurada ampla
defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
e) não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu poder além do prazo legal,
não podendo devolvê-los ao cartório sem o devido despacho ou decisão; (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
III o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por antiguidade e merecimento, alternadamente,
apurados na última ou única entrância; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

75
§ 1º. No caso de antiguidade, apurada na última entrância, o Tribunal de Justiça somente poderá
recusar o Juiz mais antigo pelo voto fundamentado de dois terços (2/3) de seus membros,
conforme procedimento próprio e assegurada ampla defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a
indicação (redação dada pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 – DOE nº 7109 de 25/11/2005).

ATENÇÃO:
RECUSA DO JUIZ MAIS ANTIGO = VOTO DE 2/3.
NÃO É ADOTADO O QUÓRUM DE 2/3 PARA O CRITÉRIO DE MERECIMENTO.

§ 2º. Tratando-se de vaga a ser provida pelo critério de merecimento, a promoção recairá no Juiz
que for incluído na lista tríplice organizada pelo Tribunal de Justiça e com o maior número de votos,
sem prejuízo dos remanescentes mantidos em lista e observado o disposto no art.93, II, letras "a" e
"b", da Constituição Federal.

LISTA TRÍPLICE PARA ESCOLHA DO JUIZ POR MERECIMENTO ORGANIZADA PELO TRIBUNAL DE
JUSTIÇA.

§ 3º. Não será promovido o Juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu poder além do prazo
legal, não podendo devolvê-lo ao cartório sem o devido despacho ou decisão (redação dada pela Lei
nº 14.925 de 24/11/2005 – DOE nº 7109 de 25/11/2005).

Ver art. 93, II, e) da CF/88.


Art. 6º. Um quinto (1/5) dos lugares do Tribunal de Justiça será composto de membros do
Ministério Público, com mais de dez (10) anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico
e de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista
sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes (redação dada pela Lei nº 14.925 de
24/11/2005 – DOE nº 7109 de 25/11/2005).

COMPOSIÇÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA


JUÍZES DE CARREIRA 2/5
MEMBROS DO MP (10 anos de carreira) e 1/5
ADVOGADOS (10 anos de atividade profissional)

§ 1º. Sendo ímpar o número de vagas destinadas ao quinto constitucional, uma delas será alternada
e sucessivamente preenchida por membro do Ministério Público e por advogados, de tal forma
que, também sucessiva e alternadamente, os representantes de uma dessas classes superem os da
outra em uma unidade (redação dada pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 – DOE nº 7109 de
25/11/2005).

§ 2º. Quando resultar em fração o número de vagas destinadas ao quinto constitucional,


corresponderá ela ao número inteiro seguinte (redação dada pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 –
DOE nº 7109 de 25/11/2005). 76
§ 3º. Recebidas as indicações, o Tribunal de Justiça formará lista tríplice, enviando-a ao Poder
Executivo, que, nos vinte (20) dias subseqüentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação
(redação dada pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 – DOE nº 7109 de 25/11/2005).

ATENÇÃO:
Indicação > Tribunal de Justiça (Lista Tríplice) > Poder Executivo (20 dias) > nomeação de 1 membro.

Art. 7º. Verificada vaga de Desembargador, a ser preenchida por magistrado de carreira, o
Presidente do Tribunal de Justiça convocará o órgão competente para o preenchimento do
respectivo cargo (redação dada pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 – DOE nº 7109 de 25/11/2005).

Parágrafo único. Se a vaga de Desembargador destinar-se ao quinto constitucional, o Presidente do


Tribunal de Justiça oficiará ao órgão de classe a que couber a vaga para os fins do artigo 6º (redação
dada pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 – DOE nº 7109 de 25/11/2005).
CAPÍTULO II
FUNCIONAMENTO

Art. 8º. O Tribunal de Justiça é dirigido pelo Presidente, pelos Vice-Presidentes, Corregedor-Geral da
Justiça e Corregedor (redação dada pela Lei nº 16.181 de 17/07/2009 – DOE nº 8015 de
17/07/2009).

§ 1º. Vetado (pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 – DOE nº 7109 de 25/11/2005).

§ 2º. Não figurará mais entre os elegíveis quem tiver exercido o cargo de Presidente ou quaisquer
outros cargos de direção, pelo período de quatro (4) anos, até que se esgotem todos os nomes na
ordem de antiguidade, salvo quando houver recusa manifestada por um elegível e aceita antes da
eleição.

§ 3º. O disposto no parágrafo anterior não se aplica aos Desembargadores eleitos para qualquer
dos cargos da cúpula diretiva, com a finalidade de completar período de mandato inferior a um (1)
ano.

Art. 9º. Vagando a Presidência, o 1º Vice-Presidente a exercerá pelo período restante, se inferior a
seis (6) meses.
77
§ 1º. Caracterizada a hipótese supra, tratando-se da 1ª Vice-Presidência ou da Corregedoria-Geral
da Justiça, o cargo será exercido, respectivamente, pelo 2º Vice- Presidente e pelo Corregedor,
para período restante, quando inferior a seis (6) meses (redação dada pela Lei nº 16.181 de
17/07/2009 – DOE nº 8015 de 17/07/2009).

§ 2º. Se, entretanto, a vacância de quaisquer cargos descritos se der em razão de o eleito não ter
assumido o correspondente cargo diretivo na oportunidade prevista pelo Regimento Interno do
Tribunal de Justiça, nova eleição deverá ser realizada, para o preenchimento daquela função,
observando-se o que dispuserem as normas regimentais.

Art. 10. O Tribunal de Justiça funcionará em Tribunal Pleno, Órgão Especial, Conselho da
Magistratura e em órgãos fracionários, na forma que dispuserem a lei e o Regimento Interno
(redação dada pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 – DOE nº 7109 de 25/11/2005).

Parágrafo único. O Presidente, os Vice-Presidentes, o Corregedor-Geral da Justiça e o Corregedor


não integrarão Câmaras ou Grupos de Câmaras (redação dada pela Lei nº 16.181 de 17/07/2009 –
DOE nº 8015 de 17/07/2009).

Art. 11. O Tribunal de Justiça constituirá comissões internas, permanentes ou não, cuja composição,
atribuições e funcionamento serão disciplinados no Regimento Interno.
CAPÍTULO III
TRIBUNAL PLENO E ÓRGÃO ESPECIAL

Art. 12. O Tribunal Pleno e o Órgão Especial terão sua competência estabelecida no Regimento
Interno.

CAPÍTULO IV
CONSELHO DA MAGISTRATURA

Art. 13. O Conselho da Magistratura, do qual são membros natos o Presidente do Tribunal de
Justiça, o 1º Vice-Presidente e o Corregedor-Geral da Justiça, compõe-se de mais quatro (4)
Desembargadores eleitos (redação dada pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 – DOE nº 7109 de
25/11/2005).

CONSELHO DA MAGISTRATURA (COMPOSIÇÃO)


PRESIDENTE DO TRIBUNAL (Membro nato)
1º Vice-Presidente (Membro nato)
Corregedor-Geral da Justiça (Membro nato) 78
Quatro (4) Desembargadores eleitos

§ 1º. A eleição será realizada na mesma sessão em que for eleito o corpo diretivo do Tribunal de
Justiça, com mandato coincidente com o deste.

§ 2º. O Conselho da Magistratura terá suas atribuições estabelecidas no Regimento Interno.

CAPÍTULO V
CORREGEDORIA-GERAL DA JUSTIÇA

Art. 14. A Corregedoria-Geral da Justiça, que tem como incumbência a inspeção permanente dos
Magistrados, das serventias do foro judicial e dos serviços do foro extrajudicial, terá sua
competência e atribuições estabelecidas no Regimento Interno.
TÍTULO III
ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIA DOS DIRIGENTES DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

CAPÍTULO I
PRESIDENTE, 1º e 2º VICE-PRESIDENTES DO TRIBUNAL

Art. 15. O Presidente, o 1º e o 2º Vice-Presidentes do Tribunal terão sua competência e atribuições


estabelecidas no Regimento Interno.

CAPÍTULO II
CORREGEDOR-GERAL DA JUSTIÇA E CORREGEDOR
(pela Lei nº 16.181 de 17/07/2009 – DOE nº 8015 de 17/07/2009).

Art. 16. O Corregedor-Geral da Justiça, além de realizar inspeções e correições permanentes nos
serviços judiciários, terá sua competência e atribuições estabelecidas no Regimento Interno.
Parágrafo único. O Corregedor terá sua competência e atribuições estabelecidas no Regimento
Interno (redação dada pela Lei nº 16.181 de 17/07/2009 – DOE nº 8015 de 17/07/2009).
79
LIVRO II
MAGISTRADOS

TÍTULO I
MAGISTRADOS DE PRIMEIRO GRAU

CAPÍTULO ÚNICO
CONSTITUIÇÃO

Art. 25. A magistratura de primeiro grau de jurisdição é constituída de:


I - Juiz Substituto;
II - Juiz de Direito de entrância inicial;
III - Juiz de Direito de entrância intermediária;
IV - Juiz de Direito de entrância final, titular da vara, titular de turma recursal ou substituto em
primeiro e segundo graus. (redação do inciso dada pela Lei nº 17.395 de 10/12/2012 – DOE nº 8859
de 14/12/2012).

§ 1º. São Juízes Substitutos os de início de carreira, para substituição nas entrâncias inicial e
intermediária com sede na comarca que encabeçar a respectiva seção, nomeados mediante
concurso, nos termos dos arts. 28 a 32, e com competência definida no art. 33 deste Código.
§ 2º. São Juízes de Direito Substitutos de primeiro grau os de entrância final, quando não titulares
de varas, para substituição nas comarcas dessa categoria sediadas na Região Metropolitana de
Curitiba, na Região Metropolitana de Londrina, na Região Metropolitana de Maringá, em Ponta
Grossa, Foz do Iguaçu, Cascavel, Guarapuava e Umuarama, promovidos entre os de entrância
intermediária ou removidos de uma para outra das comarcas de entrância final. (redação do
parágrafo dada pela Lei nº 17.210 de 02/07/2012 – DOE nº 8745 de 02/07/2012)

§ 3º. São Juízes de Direito Substitutos em Segundo Grau os classificados na entrância final, com
preenchimento do cargo mediante remoção, observados, alternadamente, os critérios de
antiguidade e de merecimento (redação dada pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 – DOE nº 7109 de
25/11/2005).

§ 4º. Os Juízes de Direito Substitutos em Segundo Grau, durante a substituição, terão a mesma
competência dos membros do Tribunal de Justiça, EXCETO EM MATÉRIA ADMINISTRATIVA, ficando
vinculados aos feitos em que tenham lançado visto como relator ou revisor, e, ainda, se tiverem
solicitado vista ou proferido voto, hipótese em que continuarão o julgamento (redação dada pela
Lei nº 14.925 de 24/11/2005 – DOE nº 7109 de 25/11/2005).

§ 5º. Caberá ao Presidente do Tribunal de Justiça a designação dos Juízes de Direito Substituto em
Segundo Grau (redação dada pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 – DOE nº 7109 de 25/11/2005).

§ 6º. Em regime de exceção, decorrente do acúmulo de processos, os Juízes de Direito Substituto


80
em Segundo Grau poderão ser designados para auxiliar no Tribunal de Justiça, caso em que atuarão
exclusivamente nos processos acumulados, constantes de relação específica (redação dada pela Lei
nº 14.925 de 24/11/2005 – DOE nº 7109 de 25/11/2005).

Art. 26. Vago o cargo de Desembargador ou encontrando-se o titular afastado por trinta (30) dias ou
mais, far-se-á a convocação de Juiz de Direito Substituto de Segundo Grau. (redação dada pela Lei nº
14.925 de 24/11/2005 – DOE nº 7109 de 25/11/2005).

Art. 27. Antes de decorrido o biênio do estágio probatório e desde que indicada pelo Conselho da
Magistratura a aplicação da pena de demissão, o Juiz Substituto e o Juiz de Direito, quando for o
caso, ficarão automaticamente afastados das respectivas funções, com perda do direito à
vitaliciedade, ainda que a aplicação da pena ocorra após o decurso daquele prazo.

TÍTULO II
JUÍZES SUBSTITUTOS
CAPÍTULO I
NOMEAÇÃO

Art. 28. O ingresso na carreira da magistratura, cujo cargo inicial será o de Juiz Substituto, dar-se-á
mediante concurso público de provas e títulos, este com prazo de validade de até dois (2) anos,
prorrogável uma única vez e, no máximo, por igual período.
Art. 29. O concurso, salvo outra forma de realização estabelecida pelo Órgão Especial, será
prestado perante comissão examinadora integrada pelo Presidente do Tribunal de Justiça, pelo
Corregedor-Geral da Justiça, por um representante da Ordem dos Advogados do Brasil e por
Desembargadores indicados pelo Órgão Especial.
Parágrafo único. Para inscrever-se no concurso, o interessado deverá preencher, na data da
inscrição, os seguintes requisitos:
I - ser brasileiro;
II - estar em pleno exercício dos direitos civis e políticos e quite com as obrigações eleitoral
e militar;
III – ser bacharel em Direito;
IV - gozar de boa saúde física e mental e não apresentar deficiência que o incapacite ao exercício
da magistratura;
V - não possuir antecedentes criminais, nem ter sofrido penalidade no exercício de cargo público
ou de atividade profissional.
VI - comprovar, por documento, o exercício de, no mínimo, três (03) anos de atividade jurídica, na
forma da lei (redação dada pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 – DOE nº 7109 de 25/11/2005).

Art. 30. No pedido de inscrição, deverá o candidato indicar todos os cargos ou atividades que tiver
exercido profissionalmente.

Art. 31. O Tribunal de Justiça, mediante convênio com a Associação dos Magistrados do Paraná e 81
com a Escola da Magistratura, às quais repassará os necessários recursos financeiros, organizará
cursos permanentes voltados tanto à preparação para ingresso na magistratura quanto ao
aperfeiçoamento de magistrados.

Parágrafo único. No concurso público referido no art. 28, será atribuído valor relevante à conclusão
do curso de preparação ministrado pela Escola da Magistratura do Paraná.

Art. 32. O Regimento Interno do Tribunal de Justiça disciplinará a forma e as condições do concurso,
cabendo ao Conselho da Magistratura elaborar o seu regulamento.

Parágrafo único. Serão indicados para nomeação os candidatos correspondentes ao número de


vagas, respeitados a ordem de classificação e o prazo de validade do concurso.

CAPÍTULO II
COMPETÊNCIA

Art. 33. O Juiz Substituto, quando no exercício de substituição, ou designado para auxiliar os Juízes
de Direito das comarcas que integram as correspondentes seções judiciárias, terá a mesma
competência destes.
Parágrafo único. Caberá ao substituto, na ausência, mesmo eventual, do Juiz titular, decidir os
pedidos cíveis e criminais de natureza urgente e comunicar, incontinenti, o fato ao Corregedor-
Geral da Justiça (redação dada pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 – DOE nº 7109 de 25/11/2005).

TÍTULO III
JUÍZES DE DIREITO

CAPÍTULO ÚNICO
COMPETÊNCIA

Art. 34. Salvo disposições em contrário, compete ao Juiz de Direito, em primeiro grau de jurisdição, o
exercício de toda a jurisdição.

§ 1º. O Tribunal de Justiça, por ato de seu Presidente, poderá designar Juízes de Direito de
entrância final para conhecer e julgar conflitos fundiários, no âmbito de todo o Estado, atribuindo-
lhes competência exclusiva.

§ 2º. Cumpre ao Juiz defender, pelas vias regulares de direito, a sua competência.

Art. 35. Nas comarcas onde houver mais de um Juízo, proceder-se-á à distribuição dos feitos.
82

Art. 36. O Presidente do Tribunal de Justiça, ouvido o Corregedor-Geral da Justiça, se este não for o
proponente da medida, poderá designar Juízes de Direito de primeiro grau de jurisdição para,
cumulativamente com suas funções, proferirem sentença ou, nos limites das respectivas comarcas,
responderem por matéria da competência de outros Juízos (redação dada pela Lei nº 16.220 de
26/08/2009 – DOE nº 8043 de 26/08/2009).

Art. 37. Nas Comarcas e Foros de entrância final, a Direção do Fórum será exercida por um dos
Juízes Titulares designado pelo Presidente do Tribunal de Justiça, pelo prazo máximo de dois anos.

§ 1º. Nas Comarcas e Foros de entrância intermediária e inicial com mais de uma secretaria do foro
judicial com cargo de Juiz de Direito, a Direção do Fórum será exercida por um dos Juízes Titulares,
pelo prazo máximo de dois anos, independentemente de designação, mediante sucessão automática
e obedecendo-se à ordem de antiguidade na Comarca ou Foro.

§ 2º. Nas Comarcas ou Foros de Juízo Único a Direção do Fórum será exercida pelo Juiz Titular,
enquanto nela judicar.

§ 3º. Na hipótese do § 1º, o Juiz Diretor do Fórum, ao assumir suas funções, deve comunicar à
Presidência do Tribunal de Justiça.

§ 4º. A substituição eventual do Juiz Diretor do Fórum será exercida pelo Juiz de Direito Titular mais
antigo na comarca ou foro, independente de designação.
§ 5º. O Juiz Substituto responderá pela Direção do Fórum, independente de designação, quando na
Comarca ou Foro não se encontrar em exercício nenhum dos Juízes titulares de varas.

§ 6º. Na hipótese do § 5 deste artigo, havendo na Seção Judiciária mais de um Juiz Substituto,
responderá pela Direção do Fórum aquele mais antigo na Seção.

§ 7º. Além daquelas previstas em lei e outros atos normativos, o Juiz Diretor do Fórum possuirá
outras atribuições definidas pelo Conselho da Magistratura. (redação do artigo e parágrafos dados
pela Lei nº 18.571 de 24/09/2015 – DOE nº 9543 de 25/09/2015).

Art. 38. Nas Comarcas ou Foros onde houver mais de um prédio destinado às dependências do
Fórum, o Presidente do Tribunal de Justiça designará, para cada um, entre magistrados nele
atuantes, o Juiz Diretor do Fórum, com atribuições limitadas ao gerenciamento do edifício, bem
como, entre os Juízes Diretores dos Fóruns, o Juiz Diretor-Geral do Fórum, com as demais atribuições
definidas pelo Conselho da Magistratura.

Parágrafo único. As atribuições inerentes à Secretaria da Direção do Fórum serão exercidas pelos
servidores próprios, onde houver, ou pela Secretaria Judicial do órgão de que for titular o Juiz Diretor
do Fórum, salvo determinação contrária deste. (redação do artigo e parágrafo único dados pela Lei
nº 18.571 de 24/09/2015 – DOE nº 9543 de 25/09/2015).
83
Art. 39. Em todas as Comarcas e Foros haverá uma Secretaria da Direção do Fórum com estrutura
funcional própria e subordinada ao respectivo Juiz Diretor do Fórum.

§ 1º. A instalação da Secretaria da Direção do Fórum nas Comarcas ou Foros será precedida de ato
do Presidente do Tribunal de Justiça.

§ 2º. Salvo nas hipóteses em que existir quadro próprio nas Secretarias da Direção do Fórum, até o
provimento dos cargos a ela vinculados, serão mantidas as designações dos servidores efetuadas
com base na legislação anterior. (redação do artigo e parágrafos dados pela Lei nº 18.571 de
24/09/2015 – DOE nº 9543 de 25/09/2015).

Art. 40. Além daquelas previstas em lei ou em normativas emanadas do Tribunal de Justiça, a
Secretaria da Direção do Fórum exercerá as seguintes atribuições:

I – Supervisionar a Central de Mandados;


II – Dar suporte e apoio às atividades desempenhadas pelo Juiz Diretor do Fórum. (redação do
artigo e incisos dados pela Lei nº 18.571 de 24/09/2015 – DOE nº 9543 de 25/09/2015).

Art. 41. À Secretaria da Direção do Fórum poderão ser acumuladas outras secretarias do foro judicial,
no interesse da Justiça.
Parágrafo único. A hipótese prevista neste artigo não implicará no aumento ou acumulação das
gratificações legalmente estabelecidas para cada secretaria. (redação do artigo e parágrafo único
dados pela Lei nº 18.571 de 24/09/2015 – DOE nº 9543 de 25/09/2015).

TÍTULO IV
DA JUSTIÇA MILITAR
Obs:(redação do TÍTULO, dada pela Lei nº 17.257 de 31/07/2012 – DOE nº 8766 de 31/07/2012)

CAPÍTULO I
COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO

Obs:(redação dos arts. 42 ao 47, dada pela Lei nº 17.257 de 31/07/2012 – DOE nº 8766 de
31/07/2012)

Art. 42. A Justiça Militar Estadual será exercida:

I – pelo Juiz de Direito da Vara da Justiça Militar e pelos Conselhos de Justiça previstos na
legislação militar, com jurisdição em primeiro grau em todo o Estado;
84
II – pelo Tribunal de Justiça, em segundo grau de jurisdição.

JUSTIÇA MILITAR
Juiz de Direito da Vara da Justiça Militar e pelos 1º grau
Conselhos de Justiça previstos na legislação
militar
Tribunal de Justiça 2ª grau

Art. 43. A titularidade da Vara da Justiça Militar será exercida por Juiz de Direito de entrância final.

Art. 44. A Justiça Militar Estadual, em primeiro grau de jurisdição, terá uma secretaria cível e uma
secretaria criminal.

I – a Secretaria Cível compor-se-á de um Diretor de Secretaria e Técnicos Judiciários em número


suficiente para o bom desempenho dos trabalhos da serventia.

II – a Secretaria Criminal compor-se-á de um Diretor de Secretaria e Auxiliares em número


suficiente para o bom desempenho dos trabalhos da serventia.
Parágrafo único. O Juiz de Direito titular da Vara da Justiça Militar requisitará da corporação um
Oficial Subalterno ou intermediário para a função de Diretor da Secretaria Criminal e praças para
atuarem como seus auxiliares, excepcionando-se a regra contida no § 1º do art. 5º da Lei
16.023/2008.

Art. 45. Na composição do Conselho de Justiça, observar-se-á, no que for aplicável, o disposto na
legislação da Justiça Militar.

Art. 46. Em seus eventuais impedimentos ou ausências, o Juiz da Justiça Militar será substituído por
Juiz de Direito Substituto designado pelo Presidente do Tribunal de Justiça.

CAPÍTULO II
COMPETÊNCIA

Art. 47. Compete à Justiça Militar processar e julgar os militares do Estado, nos crimes militares
definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a competência
do Tribunal do Júri quando a vítima for civil. Obs:(redação dos arts. 42 ao 47, dada pela Lei nº
17.257 de 31/07/2012 – DOE nº 8766 de 31/07/2012)

85
TÍTULO V
TRIBUNAL DO JÚRI

CAPÍTULO I
COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO

Art. 48. O Tribunal do Júri, instalado nas sedes das comarcas, obedecerá, em sua composição e
funcionamento, às normas do Código de Processo Penal.

Art. 49. As reuniões do Tribunal do Júri serão mensais, devendo instalar-se mediante convocação do
Juiz Presidente.

§ 1º. Será dispensada a convocação das reuniões quando não houver processo preparado para
julgamento.

§ 2º. O Presidente do Tribunal de Justiça poderá determinar, sempre que o exigir o interesse da
Justiça, reunião extraordinária do Tribunal do Júri em qualquer comarca.
CAPÍTULO II
ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIA

Art. 50. Compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos crimes dolosos contra a vida e dos que lhe
forem conexos, consumados ou tentados.

§ 1º. Aos Juízos das Varas do Tribunal do Júri compete a organização e presidência deste e a
instrução e julgamento de todos os processos de sua competência.

§ 2º. No Foro Central da Comarca da Região Metropolitana de Curitiba, a competência será definida
por distribuição entre as varas privativas dos Tribunais do Júri.

Art. 51. Nas comarcas que não contarem com vara privativa do júri, mas que tenham mais de uma
vara criminal, os processos relativos a crimes dolosos contra a vida a que se refere o caput do
artigo anterior serão distribuídos entre essas varas e ali processados até a fase dos arts. 408 a 411
do Código de Processo Penal.

§ 1º. O réu será submetido a julgamento pelo Tribunal do Júri, presidido pelo Juiz da 1ª. Vara
Criminal, para onde serão remetidos os autos.

§ 2º. A cada julgamento realizado pelo Tribunal do Júri, a respectiva vara receberá um processo a
86
menos na distribuição.

Art. 52. No Foro Central da Comarca da Região Metropolitana de Curitiba, cada Tribunal do Júri
contará com dois magistrados, sendo um deles Juiz Sumariante, e o outro, Juiz Presidente.

Art. 53. Competirá ao Juiz Sumariante:


I – receber ou rejeitar a denúncia;
II - presidir a instrução, proferir sentença e processar o eventual recurso que for interposto.

Parágrafo único. Ficará preventa a competência do Juiz Sumariante na hipótese de desclassificação,


salvo se operada pelo Tribunal do Júri.

Art. 54. Ao Juiz Presidente competirá:


I – receber o libelo;
II - preparar o processo para julgamento;
III - presidir a sessão de julgamento e proferir sentença;
IV - processar os recursos interpostos contra decisões que proferir;
V - organizar a lista geral de jurados anualmente;
VI - fazer o sorteio e a convocação dos vinte e um (21) jurados componentes do júri para a
sessão.
Art. 55. Ao Juiz Sumariante e ao Juiz Presidente, nas respectivas fases do processo em que
exercerem a competência funcional, caberá decretar, relaxar ou regular a prisão do réu, bem como
conceder-lhe liberdade provisória.
Parágrafo único. Nos impedimentos e ausências justificadas, os Juízes Sumariante e Presidente
substituir-se-ão reciprocamente sempre que não houver incompatibilidade ao desenvolvimento de
suas específicas funções, independentemente de designação.

TÍTULO VI
JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS E CRIMINAIS

CAPÍTULO I
ESTRUTURA DO SISTEMA

Art. 56. Integram o Sistema dos Juizados Especiais:


I - o Conselho de Supervisão;
II - as Turmas Recursais;
III – os Juizados Especiais Cíveis;
IV – os Juizados Especiais Criminais.

CAPÍTULO II
87
CONSELHO DE SUPERVISÃO DOS JUIZADOS ESPECIAIS

Art. 57. Compõem o Conselho de Supervisão dos Juizados Especiais:


I – o Presidente do Tribunal de Justiça;
II – o Vice-Presidente do Tribunal de Justiça;
III – o Corregedor-Geral da Justiça;
IV – um Juiz Diretor dos Juizados Especiais da Capital;
V – um Juiz Supervisor dos Juizados Especiais de uma das comarcas de entrância final do interior;
VI – um Juiz Presidente de Turma Recursal.

Parágrafo único. Os Juízes a que se referem os incisos IV, V e VI serão indicados pelo Conselho da
Magistratura.

Art. 58. Ao Conselho de Supervisão dos Juizados Especiais compete:


I – elaborar o seu Regimento Interno;
II – propor ao Presidente do Tribunal de Justiça a designação de Juízes leigos e de
conciliadores;
III – expedir editais de concurso e homologar concurso para provimento de cargos para a
estrutura administrativa e de apoio dos Juizados Especiais;
IV – referendar portarias de designação de Juízes togados para compor as Turmas
Recursais;
V – processar e julgar os recursos e as reclamações contra o resultado de concursos
levados a efeito no âmbito dos Juizados Especiais;
VI – aprovar, anualmente, o relatório de atividades elaborado pela Supervisão-Geral dos Juizados
Especiais no âmbito do Estado;
VII - referendar ou alterar, por proposta da Supervisão-Geral, a designação de substituto
aos servidores da Justiça no âmbito dos Juizados Especiais, no caso de vacância, licença ou
férias;
VIII - regulamentar procedimentos;
IX – receber reclamações e sugestões;
X - decretar regime de exceção nos Juizados Especiais, mediante proposição do
Supervisor do Sistema;
XI – organizar cursos de preparação e aperfeiçoamento para juízes togados e leigos,
conciliadores e servidores;
XII – promover encontros para acompanhamento, orientação e avaliação das atividades dos
Juizados Especiais;
XIII - planejar e supervisionar, no plano administrativo, a instalação e funcionamento dos
Juizados Especiais, sem prejuízo da competência da Corregedoria-Geral da Justiça;
XIV - exercer outras atribuições definidas em lei.
88
Art. 59. A Supervisão-Geral do Sistema dos Juizados Especiais no Estado competirá ao Presidente do
Tribunal de Justiça, que poderá delegá-la a um dos Vice-Presidentes.

CAPÍTULO III
TURMAS RECURSAIS

Art. 60. A Turmas Recursais serão compostas por Juízes de Direito de entrância final.
(redação dada pela Lei nº 17.395 de 10/12/2012 – DOE nº 8859 de 14/12/2012).

§ 1º. O Presidente do Tribunal de Justiça, após parecer do Conselho de Supervisão, poderá criar
tantas Turmas Recursais quantas forem necessárias e dispor a respeito da sua composição, sede e
competência territorial, bem como designar Juízes para exercerem as funções de suplentes em
número suficiente para atender eventual aumento da quantidade de recursos para julgamento
(redação dada pela Lei nº 16.030 de 19/12/2008– DOE nº 7875 de 19/12/2008).

§ 2º. Compete à Turma Recursal processar e julgar os recursos interpostos contra decisões dos
Juizados Especiais, bem como os embargos de declaração de suas próprias decisões.

§ 3º. A Turma Recursal é igualmente competente para processar e julgar os mandados de


segurança e os habeas corpus impetrados contra atos dos Juízes de Direito dos Juizados Especiais.
§ 4º. A Turma Recursal será presidida pelo Juiz mais antigo entre os seus componentes.

§ 5º. Nos impedimentos e ausências, o Presidente será automaticamente substituído pelo


membro mais antigo.

§ 6º. Em caso de afastamento temporário de qualquer dos membros integrantes da turma, não
haverá redistribuição de processos.

§ 7º. As funções administrativas e de chefia serão exercidas por Secretário.

§ 8º. As demais normas de organização e funcionamento das Turmas Recursais serão objeto de
resolução do Conselho de Supervisão.

CAPÍTULO IV
JUIZADOS ESPECIAIS E SUAS UNIDADES JURISDICIONAIS

Art. 61. Os Juizados Especiais, divididos por secretarias, constituem unidades jurisdicionais
compostas por Juízes de primeiro grau.
89
Art. 62. Em cada unidade jurisdicional, o Juiz de Direito poderá contar com o auxilio de juízes leigos
e conciliadores, cujas atividades são consideradas como de serviço público relevante, podendo a
estes ser atribuído valor pecuniário referente a prestação de serviços, o que, em nenhuma hipótese,
importará em vínculo empregatício com o Poder Judiciário.

§ 1º. O Presidente do Tribunal de Justiça, depois de ouvido o Conselho de Supervisão, poderá,


conforme as disponibilidades orçamentárias, limitar o número de conciliadores e juízes leigos, bem
como corrigir os valores pelos serviços por eles prestados.

§ 2º. Os pagamentos dos valores pecuniários por serviços prestados pelos juízes leigos e
conciliadores não terão efeito retroativo e serão regulamentados por resolução do Conselho de
Supervisão, ao que se dará ampla publicidade.

§ 3º. As despesas decorrentes dos valores pecuniários pagos pelos serviços prestados pelos juízes
leigos e conciliadores correrão à conta da dotação orçamentária própria do Poder Judiciário,
suplementada, se necessário, observado o limite financeiro imposto pela Lei Complementar nº 101,
de 4 de maio de 2000.

Art. 63. As unidades dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais, que funcionarão em todas as
comarcas, contarão com a estrutura prevista no anexo VII.

§ 1º. Nas comarcas onde não existirem cargos próprios dos Juizados Especiais, o Presidente do
Tribunal de Justiça, mediante proposta do Juiz de Direito, poderá designar servidores para
cumprirem as funções nas respectivas unidades jurisdicionais.

§ 2º. O cargo de Secretário é privativo de bacharel em Direito (redação dada pela Lei nº 16.008 de
05/12/2008 – DOE nº 7865 de 05/12/2008).

§ 3º. ...Vetado...

§ 4º. Aos Oficiais de Justiça que funcionarem nos Juizados Especiais poderá ser atribuída ajuda de
custo para transporte, a ser regulamentada por resolução do Conselho de Supervisão.

Art. 64. Às unidades dos Juizados Especiais Cíveis compete, por distribuição, a conciliação,
processamento, julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade, assim definidas
nos termos da lei. Às unidades dos Juizados Especiais Criminais compete, por distribuição, a
conciliação, processo, julgamento e a execução de seus julgados, proferidos em processos relativos
a infrações penais de menor potencial ofensivo, nos termos da lei, ressalvados o disposto no art. 74
da Lei Federal 9.099/95 e os casos de competência exclusiva da Vara de Execuções Penais e da Vara
de Execução de Penas e Medidas Alternativas, respectivamente.

90
Art. 65. Nas comarcas de entrância intermediária com mais de uma vara, a competência prevista
neste título será fixada por resolução do Conselho de Supervisão.

§ 1º. Nas comarcas de entrância intermediária de Juízo único e nas de entrância inicial, a
competência do Juízo será plena e concomitante.

§ 2º. Em casos excepcionais, o Conselho de Supervisão poderá dispor de maneira diversa.

CAPÍTULO V
FUNCIONAMENTO DOS JUIZADOS ESPECIAIS

Art. 66. Os Juizados Especiais poderão funcionar descentralizadamente, em unidades a serem


instaladas em Distritos Judiciários que compõem as comarcas, bem como nos bairros do município-
sede, inclusive de forma itinerante em áreas de elevada densidade populacional, para maior
comodidade e presteza no atendimento ao jurisdicionado.

§ 1º. A instalação de unidades fixas descentralizadas dependerá de prévia aprovação do Presidente


do Tribunal de Justiça, mediante requerimento fundamentado do Supervisor do Sistema dos
Juizados Especiais Cíveis e Criminais.

§ 2º. As unidades centrais já instaladas poderão ser objeto de descentralização, cuja iniciativa caberá
ao Supervisor do Sistema.
§ 3º. Aos Juízes de Direito e servidores do quadro de pessoal do Tribunal de Justiça que funcionarem
perante as unidades avançadas poderá ser atribuída ajuda de custo para transporte, a ser
regulamentada por resolução do Conselho de Supervisão, observado o limite financeiro imposto pela
Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000.

Art. 67. Sem prejuízo do cumprimento do horário de expediente para os ofícios de justiça do foro
judicial, as unidades jurisdicionais cíveis e criminais dos Juizados Especiais poderão funcionar fora do
expediente normal de trabalho, atendidas as necessidades do serviço e as peculiaridades de cada
comarca. (redação dada pela Lei nº 17.250 de 31/07/2012– DOE nº 8766 de 31/07/2012).

Art. 68. Os processos e atos relativos aos Juizados Especiais Cíveis e Criminais estão sujeitos à
distribuição, observando-se para tanto o contido nos arts. 4º, 6º, 16, 76 e §§ e 84, parágrafo único,
da Lei Federal 9.099/95, além das disposições do Código de Normas da Corregedoria-Geral da Justiça,
no que for pertinente.
Parágrafo único. O Conselho de Supervisão baixará instruções relativamente à forma de
distribuição dos feitos cíveis e criminais, no prazo de até noventa (90) dias, contados da vigência
desta Lei, observando-se que:

a) No Foro Central da Comarca da Região Metropolitana de Curitiba, a distribuição dos feitos cíveis e
criminais será feita pelo 5º Ofício Distribuidor, e no Foro Central da Comarca da Região
Metropolitana de Londrina, a distribuição será feita pelo 2º Ofício Distribuidor, Contador, Partidor e
Depositário Público, sem antecipação de custas; (redação da alínea ‘a’ dada pela Lei nº 17.210 de
91
02/07/2012 – DOE nº 8745 de 02/07/2012).

b) nas demais comarcas do Estado, a distribuição ou o registro, conforme o caso, serão feitos pelos
Distribuidores, sem antecipação de custas.

Art. 69. O acesso ao Juizado Especial Cível, no primeiro grau de jurisdição, não dependerá do
pagamento de custas, taxas ou de outras despesas.

§ 1º. O preparo de recurso, na forma do art. 42, § 1º, da Lei Federal 9.099/95, compreenderá todas
as despesas processuais, inclusive aquelas dispensadas em primeiro grau de jurisdição, bem como
as taxas recursais, ressalvada a hipótese de assistência judiciária.

§ 2º. Para efeito do disposto no parágrafo anterior, bem assim do contido no art. 55, primeira parte,
da Lei Federal 9.099/95, deverão ser cotadas, no curso do processo, as custas, taxas e outras
despesas previstas em lei ou resolução.

§ 3º. A isenção de custas, taxas e despesas previstas no caput deste artigo não se aplica a terceiros
não-envolvidos na relação processual, para efeito de expedição de certidões.

§ 4º. As custas, taxas e despesas pagas pelas partes reverterão, na forma da lei, em favor do Fundo
de Reequipamento do Poder Judiciário - FUNREJUS, excetuadas aquelas devidas aos ofícios não-
integrantes do Sistema de Juizados Especiais.
Art. 70. Os atos dos Depositários Públicos, Contadores, Partidores e Avaliadores serão praticados
pelos respectivos ofícios das comarcas do Estado, sem antecipação de custas.

TÍTULO VII
NOMEAÇÃO, REMOÇÃO, OPÇÃO, PROMOÇÃO E PERMUTA DOS JUÍZES

CAPÍTULO I
NOMEAÇÃO

Art. 71. A nomeação do Juiz Substituto para o cargo de Juiz de Direito será feita com observância
da ordem de classificação no respectivo concurso.

CAPÍTULO II
OPÇÃO E PERMUTA

Art. 72. A opção e a permuta far-se-ão no interesse da Justiça por deliberação do Órgão Especial.

CAPÍTULO III
PROMOÇÃO E REMOÇÃO 92
Art. 73. A promoção e a remoção serão feitas com observância da Constituição Federal, da Lei
Orgânica da Magistratura Nacional e da Constituição Estadual.

Art. 74. A antiguidade será apurada na entrância, e o merecimento será aferido mediante critérios
objetivos, levando-se em conta:

a) a colocação do juiz, observando-se inicialmente, o primeiro quinto da lista de antiguidade e,


vencida esta etapa, o do segundo, do terceiro e assim sucessivamente;
b) a dedicação e o esmero com que desempenha a função;
c) a produtividade e a qualidade dos serviços prestados;
d) o número de vezes que tenha figurado em listas;
e) a frequência a cursos oficiais de aperfeiçoamento; e
f) a publicação de trabalhos jurídicos.

TÍTULO VIII
COMPROMISSO, POSSE, EXERCÍCIO E ANTIGÜIDADE

CAPÍTULO I
COMPROMISSO, POSSE E EXERCÍCIO

Art. 75. Nenhuma autoridade judiciária poderá entrar em exercício do cargo sem apresentar o
título de nomeação ao órgão ou à autoridade competente para dar-lhe a posse; esta se efetivará
mediante compromisso solene de honrar o cargo e de desempenhar com retidão suas funções.

§ 1º. O compromisso será reduzido a termo, e a posse somente se completará pela entrada em
exercício.

§ 2º. No ato de posse, o Juiz deverá apresentar declaração pública de seus bens, sob pena de não
se consumar o ato, ou de anulá-lo, caso já investido.

Art. 76. O prazo para o Juiz entrar em exercício é de trinta (30) dias, contados da publicação do ato
oficial de nomeação, prorrogável por idêntico período mediante solicitação do interessado.

§ 1º. O pedido de prorrogação será dirigido ao Presidente do Tribunal de Justiça e deverá ser
justificado.

§ 2º. Nos casos de promoção, remoção ou permuta, o prazo de entrada em exercício é de quinze
(15) dias, prorrogável, justificadamente, por igual prazo, exceto se não houver mudança de
comarca, caso em que a assunção deverá ocorrer imediatamente após a publicação do ato. 93
Art. 77. Perderá o direito ao cargo, que será havido como vago, o Juiz que não prestar
compromisso ou não entrar em exercício nos prazos do artigo anterior.
Parágrafo único. O órgão ou a autoridade competente para empossar o Juiz verificará se foram
satisfeitas, no ato da investidura, as condições estabelecidas em lei.

Art. 78. Os Desembargadores tomarão posse perante o Tribunal, em sessão plenária, salvo
manifestação em contrário do empossando (redação dada pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 – DOE
nº 7109 de 25/11/2005).

§ 1º. Quando do ingresso na magistratura, os Juízes Substitutos tomarão posse perante o


Presidente do Tribunal de Justiça.

§ 2º. Os atos em referência poderão ocorrer em período de férias.

§ 3º. O termo de compromisso será lavrado em livro próprio, anotando-se a data da posse no verso
do título de nomeação.

§ 4º. O Departamento da Magistratura manterá registro atualizado das atividades dos


Desembargadores, dos Juízes de Direito e dos Juízes Substitutos (redação dada pela Lei nº 14.925 de
24/11/2005 – DOE nº 7109 de 25/11/2005).
§ 5º. As anotações aludidas no parágrafo anterior, que serão iniciadas após o nomeado prestar o
compromisso legal e entrar em exercício, referir-se-ão a remoções, promoções, licenças,
interrupções de exercício e quaisquer ocorrências que possam interessar ao cômputo do tempo de
serviço.

CAPÍTULO II
ANTIGUIDADE

Art. 79. O quadro de antigüidade dos Desembargadores, dos Juízes de Direito e dos Juízes
Substitutos, composto das listas correspondentes a cada categoria de magistrado, será atualizado
anualmente pelo Presidente do Tribunal de Justiça e publicado no Diário de Justiça (redação dada
pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 – DOE nº 7109 de 25/11/2005).

§ 1º. O quadro será publicado até o dia quinze (15) de fevereiro seguinte, e os que se considerarem
prejudicados poderão reclamar, no prazo de dez (10) dias, contados da publicação.

§ 2º. Se a reclamação não for rejeitada liminarmente por manifesta improcedência serão ouvidos os
interessados cuja antigüidade possa ser prejudicada pela decisão no prazo de dez (10) dias, findo o
qual será apreciada pelo Órgão Especial.

§ 3º. Julgada procedente a reclamação, a lista de antigüidade será republicada, com as pertinentes
94
correções.

Art. 80. A antiguidade será apurada na data do efetivo exercício na entrância, prevalecendo, no
caso de empate, a colocação na imediatamente inferior, e assim por diante, até se fixar a indicação,
considerando-se para esse efeito,
Parágrafo único. Se persistir a igualdade, a antigüidade será determinada pelo tempo de serviço
público prestado ao Estado do Paraná.

TÍTULO IX

SUBSÍDIO, REPRESENTAÇÕES, GRATIFICAÇÕES, AJUDAS DE CUSTO, DIÁRIAS E AUXÍLIO


FUNERAL (redação DO ARTIGO 81 AO 98, dada pela Lei nº 16.747 de 29/12/2010 – DOE nº
8373 de 29/12/2010).

CAPÍTULO I
SUBSÍDIO, REPRESENTAÇÕES E GRATIFICAÇÕES (redação DO ARTIGO 81 AO 98, dada pela Lei nº
16.747 de 29/12/2010 – DOE nº 8373 de 29/12/2010).
Art. 81. O subsídio mensal do Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná
corresponde a 90,25% (noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento) do subsídio mensal
de Ministro do Supremo Tribunal Federal. (redação DO ARTIGO 81 AO 98, dada pela Lei nº 16.747
de 29/12/2010 – DOE nº 8373 de 29/12/2010).

§ 1° É irredutível o subsídio dos magistrados, sujeitando-se esse, entretanto, aos impostos gerais,
inclusive ao de renda e aos extraordinários, bem como aos descontos fixados em lei.

§ 2º As alterações do subsídio de Ministro do Supremo Tribunal Federal serão estendidas ao


subsídio de Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, não podendo constituir
paradigma para a remuneração de qualquer outro servidor público do Estado.

§ 3° O subsídio dos demais Magistrados serão escalonados, na forma de sua estrutura e com a
diferença estabelecida em lei.

§ 4º Os Juízes de entrância final receberão 95% (noventa e cinco por cento) do subsídio do
Desembargador e a diferença de uma entrância para outra será de 5% (cinco por cento).

95
§ 5º Para efeito do parágrafo anterior, os Juízes Substitutos serão considerados de categoria
imediatamente inferior aos de entrância inicial.

§ 6 O Juiz de Direito que, por ato do Presidente do Tribunal de Justiça, for convocado para substituir
em Comarca de entrância imediatamente superior perceberá, durante o período de designação, a
diferença de subsídio correspondente ao cargo que passa a exercer.

§ 7º O Juiz de Direito Substituto em Segundo Grau que for designado para substituir no Tribunal
perceberá, durante o período da designação, o subsídio devido ao substituto, salvo as vantagens de
caráter pessoal.

Art. 82. Além do subsídio mensal, poderão ser outorgadas aos magistrados, nos termos da lei, as
seguintes vantagens: (redação DO ARTIGO 81 AO 98, dada pela Lei nº 16.747 de 29/12/2010 – DOE
nº 8373 de 29/12/2010, e, nova redação DOS INCISOS DO ARTIGO 82, dada pela Lei nº 17.961 de
11/03/2014 – DOE nº 9162 de 11/03/2014).
I - ajuda de custo para despesas com transporte e mudança, cursos e seminários de
aperfeiçoamento e estudos;
II - diárias;
III - representação;
IV – auxílio-moradia;
V - décimo terceiro salário;
VI - gratificação de férias;
VII - gratificação de direção de Fórum; e
VIII - gratificação por tempo de serviço.
Art. 83. Aos magistrados será concedida a gratificação adicional de que trata o inciso IV do artigo
anterior, no limite de cinco por cento (5%) sobre seu subsídio, por qüinqüênio de serviço, até o
máximo de sete (7).
Parágrafo único. É vedada a percepção, a qualquer título, de gratificação adicional por tempo de
serviço de forma diversa da disposta neste artigo. (redação DO ARTIGO 81 AO 98, dada pela Lei nº
16.747 de 29/12/2010 – DOE nº 8373 de 29/12/2010).

Art. 84 O Presidente do Tribunal de Justiça perceberá, mensalmente, pelo exercício do cargo,


gratificação correspondente a vinte e cinco por cento (25%) sobre o subsídio. O 1º Vice-Presidente
do Tribunal de Justiça e o Corregedor-Geral da Justiça perceberão vinte por cento (20%). O 2º Vice-
Presidente do Tribunal de Justiça e o Corregedor perceberão quinze por cento (15%) e os Juízes
Diretores do Fórum, farão jus a cinco por cento (5%). (redação DO ARTIGO 81 AO 98, dada pela Lei
nº 16.747 de 29/12/2010 – DOE nº 8373 de 29/12/2010).

§ 1º Pela substituição transitória, o substituto terá direito à percepção da gratificação de direção de


Fórum, proporcionalmente aos dias em que exercer a substituição.

§ 2º Quando o substituto tiver que responder cumulativamente por duas ou mais comarcas, ser-lhe-á
devida apenas uma gratificação de direção de fórum, quando a tenha exercido nas condições
previstas no parágrafo anterior.

CAPÍTULO II
96
AJUDAS DE CUSTO E DIÁRIAS

Art. 85. A ajuda de custo prevista no inciso I do art. 82, em importância de até uma (1)
remuneração mensal do cargo que exercia, será devida apenas uma vez a cada período de dois
anos e desde que o magistrado tenha que transferir residência para outra comarca em decorrência
de promoção ou remoção. (redação DO ARTIGO 81 AO 98, dada pela Lei nº 16.747 de 29/12/2010 –
DOE nº 8373 de 29/12/2010).

§ 1º Em caso de permuta, não será devida ajuda de custo.

§ 2º A critério do Presidente do Tribunal de Justiça, a ajuda de custo poderá ser adiantada.


Art. 86. A diária, correspondente a um trinta avos (1/30) do subsídio do magistrado, será paga até
o limite de quinze (15) por mês, sempre que este, devidamente autorizado pelo Presidente do
Tribunal de Justiça, deslocar-se da respectiva sede a serviço do Poder Judiciário. (redação DO
ARTIGO 81 AO 98, dada pela Lei nº 16.747 de 29/12/2010 – DOE nº 8373 de 29/12/2010).

§ 1º O valor da diária será reduzido à metade quando, no âmbito interno, não houver necessidade de
pernoite.
§ 2º Ao Juiz Substituto que, autorizado pelo Presidente do Tribunal de Justiça, deslocar- se da
seção judiciária para atender outra comarca, serão pagas diárias até o limite de dez (10) por mês.
Em seus deslocamentos no âmbito da seção judiciária, ao Juiz Substituto serão atribuídas diárias em
casos excepcionais mediante decisão do Presidente do Tribunal de Justiça.

Art. 87. A atribuição de diárias aos magistrados é prerrogativa do Presidente do Tribunal de Justiça.
(redação DO ARTIGO 81 AO 98, dada pela Lei nº 16.747 de 29/12/2010 – DOE nº 8373 de
29/12/2010).

Parágrafo único. O afastamento do Presidente do Tribunal de Justiça, dos Vice- Presidentes, do


Corregedor-Geral da Justiça e do Corregedor, quando no desempenho de suas correspondentes
funções, não depende de autorização.

CAPÍTULO III

AUXÍLIO FUNERAL

Art. 88. Ao cônjuge sobrevivente, ao companheiro pela união estável ou aos herdeiros necessários
do magistrado, em caso de falecimento deste, pagar-se-á importância correspondente a um subsídio
para atender às despesas de funeral.
Parágrafo único. Na falta das pessoas apontadas, quem houver custeado o funeral será indenizado 97
pelas despesas comprovadas até o montante referido neste artigo. (redação DO ARTIGO 81 AO 98,
dada pela Lei nº 16.747 de 29/12/2010 – DOE nº 8373 de 29/12/2010).

TÍTULO X
LICENÇAS, CONCESSÕES E FÉRIAS

CAPÍTULO I
LICENÇAS

Art. 89. O magistrado poderá afastar-se do cargo em razão de: (redação DO ARTIGO 81 AO 98, dada
pela Lei nº 16.747 de 29/12/2010 – DOE nº 8373 de 29/12/2010).

I - licença para tratamento de saúde;


II - licença por motivo de doença em pessoa da família;
III - licença para repouso à gestante;
IV - licença-paternidade;
V - licença para freqüentar cursos, congressos, seminários ou reuniões de interesse do Poder
Judiciário;
VI - licença especial;
VII – licença para tratar de assuntos particulares por um período de até oito (8) dias, conforme
disposto em resolução.
Art. 90. A licença para tratamento de saúde será concedida por até trinta (30) dias, mediante
apresentação de atestado médico oficial ou do médico assistente do requerente, tendo esse
atestado que indicar a classificação internacional da doença (CID). (redação DO ARTIGO 81 AO 98,
dada pela Lei nº 16.747 de 29/12/2010 – DOE nº 8373 de 29/12/2010).

§ 1º A concessão de licença, por prazo superior a trinta (30) dias, assim entendida a prorrogação,
dependerá de laudo expedido por junta médica oficial, nomeada pelo Presidente do Tribunal de
Justiça, quando se tratar de Desembargador ou de Juiz de primeiro grau.

§ 2º Se não houver junta médica oficial na Comarca de exercício do magistrado, a licença poderá ser
concedida à vista de atestado assinado por mais de um médico e visado pela junta médica do
Tribunal de Justiça, que poderá exigir o exame pessoal do paciente sempre que assim o entender.

Art. 91. A licença para tratamento de saúde terá o prazo máximo de dois (2) anos, cuja contagem
não se interromperá quando da reassunção do exercício por período de até trinta (30) dias.
(redação DO ARTIGO 81 AO 98, dada pela Lei nº 16.747 de 29/12/2010 – DOE nº 8373 de
29/12/2010).

§ 1º Após vinte e quatro (24) meses de afastamento consecutivo, nos termos do caput deste artigo,
o magistrado será submetido à inspeção de saúde, perante junta médica oficial nomeada pelo
Presidente do Tribunal de Justiça. 98
§ 2º Se a junta médica concluir pelo restabelecimento do magistrado, deverá este reassumir o
cargo dentro de dez (10) dias, contados da data do laudo.

§ 3º Se o laudo concluir pela continuação da enfermidade, deverá ser iniciado o processo de


aposentadoria do magistrado.

Art. 92. O magistrado que houver gozado licença-enfermidade pelo período máximo não poderá
ser novamente licenciado, senão depois de um (1) ano de efetivo exercício do cargo, contado da
reassunção. (redação DO ARTIGO 81 AO 98, dada pela Lei nº 16.747 de 29/12/2010 – DOE nº 8373
de 29/12/2010).

Parágrafo único. Antes de decorrido o prazo de que trata este artigo, só excepcionalmente poderá
ser-lhe concedida outra licença para tratamento de saúde por deliberação do Órgão Especial.

Art. 93. O magistrado licenciado não poderá exercer nenhuma de suas funções jurisdicionais ou
administrativas, nem outra função pública ou privada, ressalvado o disposto no parágrafo
seguinte. (redação DO ARTIGO 81 AO 98, dada pela Lei nº 16.747 de 29/12/2010 – DOE nº 8373 de
29/12/2010).

Parágrafo único. Salvo contra-indicação médica, o magistrado licenciado poderá proferir decisões
em processos que, antes da licença, foram-lhe conclusos para julgamento ou tenham recebido seu
visto como relator ou revisor.
Art. 94. O requerimento de licença para tratamento de saúde em pessoa da família do magistrado,
além de instruído na forma estabelecida no art. 90 deste Código, deverá conter a expressa
declaração acerca da indispensabilidade da assistência pessoal do magistrado ao paciente e sobre a
incompatibilidade da prestação com o exercício do cargo. (redação DO ARTIGO 81 AO 98, dada pela
Lei nº 16.747 de 29/12/2010 – DOE nº 8373 de 29/12/2010).

Parágrafo único. A licença por motivo de doença em pessoa da família será concedida ao
magistrado que perceberá seu subsídio integral pelo prazo máximo de trinta (30) dias; além desse
tempo, a licença será sem a percepção dos subsídio, salvo situações excepcionais, a critério do
Órgão Especial do Tribunal de Justiça.

Art. 95. O direito ao gozo de licença maternidade, com duração de cento e vinte (120) dias, é
assegurado à magistrada, sem prejuízo do subsídio e de outras vantagens. (redação DO ARTIGO 81
AO 98, dada pela Lei nº 16.747 de 29/12/2010 – DOE nº 8373 de 29/12/2010).

Art. 96. A licença-paternidade de que trata o art. 89, IV, deste Código será concedida pelo prazo de
cinco (5) dias, necessariamente contados a partir do dia do nascimento, ainda que a apresentação
da correspondente certidão de nascimento ocorra posteriormente. (redação DO ARTIGO 81 AO 98,
dada pela Lei nº 16.747 de 29/12/2010 – DOE nº 8373 de 29/12/2010).
99
CAPÍTULO II
CONCESSÕES

Art. 97. Sem prejuízo da percepção do subsídio e das vantagens legais, o magistrado poderá
afastar-se de suas funções por até oito (8) dias consecutivos, sempre contados a partir do evento,
por motivo de: (redação DO ARTIGO 81 AO 98, dada pela Lei nº 16.747 de 29/12/2010 – DOE nº
8373 de 29/12/2010).

I - casamento;
II - falecimento do cônjuge, ascendente, descendente, sogro, sogra ou irmão.

Parágrafo único. No caso do inciso I deste artigo, o magistrado comunicará, com antecedência, o seu
afastamento, inclusive a seu substituto legal e, na hipótese do inciso II, as comunicações deverão ser
feitas logo que possível.

Art. 98. Conceder-se-á afastamento ao magistrado, sem prejuízo da percepção dos subsídio e
vantagens: (redação DO ARTIGO 81 AO 98, dada pela Lei nº 16.747 de 29/12/2010 – DOE nº 8373
de 29/12/2010).
I - para frequentar cursos ou seminários de aperfeiçoamento e estudos, a critério do Órgão
Especial do Tribunal de Justiça;
II – para prestação de serviços exclusivamente à Justiça Eleitoral;
III - para exercer a presidência da Associação dos Magistrados do Paraná e Associação dos
Magistrados Brasileiros;
IV - para exercer o cargo de Diretor-Geral da Escola da Magistratura do Paraná. (redação DO
ARTIGO 81 AO 98, dada pela Lei nº 16.747 de 29/12/2010 – DOE nº 8373 de 29/12/2010).
CAPÍTULO III
FÉRIAS

Art. 99. Os magistrados gozarão de férias anuais consoante disposto no Estatuto da Magistratura e
nos períodos fixados por resolução.

CAPÍTULO II
SUBSTITUIÇÕES NAS COMARCAS

Art. 101. Os Juízes de Direito, titulares de varas das comarcas de entrância final, serão substituídos
por Juízes de Direito Substitutos em primeiro grau, da seção judiciária respectiva, quando for o caso,
ou por designação do Presidente do Tribunal de Justiça, que excepcionalmente poderá valer-se de
Juízes Substitutos ou de titulares de outras varas.

Art. 102. O Presidente do Tribunal de Justiça, sempre que as circunstâncias exigirem, poderá
designar Juiz de Direito Substituto em primeiro grau para, cumulativamente, substituir o titular em
duas ou mais varas da mesma ou de diversa seção judiciária da mesma comarca de entrância final.

Art. 103. As substituições decorrentes de férias, licença, afastamento, impedimento e vacância de


100
cargo pelos Juízes Substitutos no âmbito das comarcas que integram a respectiva seção judiciária,
serão incontinenti e automaticamente comunicadas ao Presidente do Tribunal de Justiça e à
Corregedoria-Geral da Justiça.

Parágrafo único. As substituições a serem feitas pelos Juízes de Direito Substitutos em primeiro e
segundo graus, conforme seja o caso, processar-se-ão em consonância com as determinações da
Presidência do Tribunal de Justiça.

Art. 104. Os Juízes Substitutos substituirão, ordinariamente, os Juízes de Direito das comarcas de
entrância intermediária e inicial que compuserem a respectiva seção judiciária.

Parágrafo único. Nos casos de impedimento, de suspeição e de encontrar-se vago o cargo de Juiz
Substituto, ou conforme as exigências do serviço, as substituições poderão ser excepcionalmente
feitas por Juiz de Direito, mediante designação do Presidente do Tribunal de Justiça.

Art. 105. Sempre que conveniente à administração da Justiça, o Presidente do Tribunal poderá
deslocar temporariamente Juízes Substitutos de uma para outra seção judiciária, ou designá-los para
atender cumulativamente a mais de uma seção ou comarca.
TÍTULO XII
APOSENTADORIA, REVERSÃO E APROVEITAMENTO
CAPÍTULO I
APOSENTADORIA

Art. 106. A aposentadoria dos magistrados será concedida nos termos da Constituição Federal.

CF/88:

Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da
Magistratura, observados os seguintes princípios:
(...)
VI - a aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus dependentes observarão o disposto no art. 40;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

Art. 107. Reajustar-se-ão os proventos de aposentadoria com a mesma periodicidade e proporção do


aumento do subsídio concedido, a qualquer título, aos magistrados em atividade. (redação dada pela
Lei nº 16.747 de 29/12/2010 – DOE nº 8373 de 29/12/2010).
101
Art. 108. Computar-se-á em favor dos magistrados, para efeito de aposentadoria e disponibilidade,
o tempo de efetivo exercício da advocacia, até o máximo de quinze (15) anos, comprovada a
correspondente contribuição previdenciária.

Art. 109. O Regimento Interno disciplinará o processo de verificação de invalidez do magistrado, para
efeito de sua aposentadoria, com observância dos seguintes requisitos:
I - o processo terá início a requerimento do magistrado, por ordem do Presidente do Tribunal, de
ofício, em cumprimento de deliberação do Órgão Especial, ou por provocação da Corregedoria-Geral
da Justiça;
II - tratando-se de incapacidade mental, o Presidente do Tribunal nomeará curador ao paciente,
sem prejuízo da defesa que este queira oferecer pessoalmente ou por procurador que constituir;
III – o paciente deverá ser afastado, desde logo, do exercício do cargo até final decisão, devendo o
processo ser concluído no prazo de sessenta (60) dias;
IV – a recusa do paciente de submeter-se à perícia médica permitirá o julgamento, este baseado em
quaisquer outras provas;
V - o magistrado que, por dois (2) anos consecutivos, afastar-se ao todo por seis (6) meses ou
mais para tratamento de saúde, deverá sujeitar-se, ao requerer nova licença para igual fim, dentro
de dois (2) anos, a exame para verificação de invalidez;
VI - se o Órgão Especial concluir pela incapacidade do magistrado, os autos serão encaminhados ao
Presidente do Tribunal de Justiça.

CAPÍTULO II
REVERSÃO E APROVEITAMENTO
Art. 110. A reversão de magistrado, aposentado por invalidez, bem como o aproveitamento daquele
em disponibilidade, dependerá de requerimento do interessado, podendo o Órgão Especial do
Tribunal de Justiça deixar de acolher o pedido, se assim for do interesse da Justiça.

§ 1º. Em qualquer caso, será necessária a existência de vaga a ser preenchida pelo critério de
merecimento, em comarca de categoria igual à que ocupara o requerente, que deverá provar idade
não superior a sessenta e cinco (65) anos e aptidão física e mental, mediante laudo de inspeção de
saúde expedido por junta médica nomeada pelo Presidente do Tribunal, ouvido o Conselho da
Magistratura e tendo como relator o Corregedor-Geral da Justiça.

§ 2º. A reversão e o aproveitamento não excluem o cumprimento dos interstícios de trinta (30)
anos de serviço público e de cinco (5) anos de efetiva atuação na magistratura, este contado a
partir do novo exercício.

TÍTULO XIII
TRATAMENTO, VESTES TALARES E EXPEDIENTE

102
CAPÍTULO ÚNICO.
TRATAMENTO, VESTES TALARES E EXPEDIENTE

Art. 111. Ao Tribunal de Justiça, suas Câmaras e Grupos, cabe o tratamento de egrégio, e a todos os
magistrados o de excelência (redação dada pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 – DOE nº 7109 de
25/11/2005).

Art. 112. Os membros do Tribunal de Justiça têm o título de Desembargador e os Magistrados de


primeiro grau, o de Juiz de Direito e Juiz Substituto (redação dada pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005
– DOE nº 7109 de 25/11/2005).

Parágrafo único. O magistrado aposentado perderá o tratamento correspondente ao cargo se:


I - inscrever-se nos quadros da Ordem dos Advogados do Brasil;
II - dedicar-se a atividades político-partidárias.

Art. 113. Nos Juízos colegiados e nos atos solenes da Justiça é obrigatório o uso de vestes talares,
conforme modelo aprovado pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça.

Art. 114. Os magistrados de primeiro grau de jurisdição deverão comparecer diariamente à sede do
Juízo, salvo quando em diligência externa, conforme estabelecer o Regimento Interno do Tribunal de
Justiça.
§ 1º. As disposições deste artigo não se aplicam aos Juízes de varas de atendimento permanente, que
terão seu funcionamento disciplinado por ato do Presidente do Tribunal de Justiça, ouvido o
Corregedor-Geral da Justiça.

§ 2º. Serão instituídos, conforme definição do Órgão Especial do Tribunal de Justiça e por ato de seu
Presidente, sistemas de plantões permanentes no Tribunal, nas comarcas de entrância final e
naquelas que forem sede de seções judiciárias, para atendimento nos dias em que não houver
expediente forense normal (redação dada pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 – DOE nº 7109 de
25/11/2005).

LIVRO III
JUÍZES DE PAZ

TÍTULO I
JUÍZES DE PAZ

CAPÍTULO ÚNICO
NOMEAÇÃO, ATRIBUIÇÕES, COMPETÊNCIA E SUBSTITUIÇÃO

103
Art. 115. A justiça de paz será composta de cidadãos com competência para celebrar casamentos;
verificar, de ofício ou em face de impugnação apresentada, o processo de habilitação; exercer
atribuições conciliatórias e outras sem caráter jurisdicional.
Parágrafo único. O Juiz de Paz, na celebração de casamento, usará faixa verde e amarela de 10 (dez)
centímetros de largura, posta a tiracolo, do lado direito para o esquerdo.

Art. 116. Em cada distrito das comarcas de entrância inicial e intermediária e em cada circunscrição
do registro civil das comarcas de entrância final, haverá um (1) Juiz de Paz e dois (2) suplentes, que
reúnam os seguintes requisitos:
I - cidadania brasileira e maioridade civil;
II – gozo dos direitos civis, políticos e quitação com o serviço militar;
III - ter domicílio e residência na sede do distrito ou da comarca, conforme seja o caso;
IV – ter escolaridade correspondente ao segundo grau;
V – ter bons antecedentes e não ser filiado a partido político.

Art. 117. O Juiz de Paz tomará posse e entrará no exercício da função perante o Juiz de Direito
Diretor de Fórum da circunscrição onde deva servir.

§ 1º. Nos impedimentos, nas ausências ou no abandono do cargo, a substituição do Juiz de Paz será
feita, sucessivamente, pelo primeiro e pelo segundo suplentes.

§ 2º. Não havendo suplente para substituição, o Juiz de Direito Diretor de Fórum designará Juiz de
Paz ad hoc para intervir nos processos de habilitação de casamento.
LIVRO IV
AUXILIARES DA JUSTIÇA

TÍTULO I
SERVENTUÁRIOS E FUNCIONÁRIOS DA JUSTIÇA E AGENTES DELEGADOS DO FORO EXTRAJUDICIAL

CAPÍTULO ÚNICO
COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO

Art. 118. Os serviços auxiliares do Poder Judiciário são desempenhados por servidores com a
denominação específica de:
I - funcionários da justiça;
II - serventuários da justiça do foro judicial;
III – agentes delegados do foro extrajudicial.

Art. 120. Denominam-se agentes delegados do foro extrajudicial os ocupantes da atividade


notarial e de registro, a saber:
I – Tabeliães de Notas; 104
II – Tabeliães de Protesto de Títulos;
III – Oficiais de Registro de Imóveis;
IV – Oficiais de Registro de Títulos de Documentos e Civis das Pessoas Jurídicas;
V – Oficiais de Registro Civis das Pessoas Naturais;
VI - Oficiais de Registro de Distribuição Extrajudicial;
VII - Oficiais Distritais.

§ 1º. Os serviços notariais e de registro poderão funcionar acumulados precariamente, no interesse


da Justiça ou em razão do volume da receita e dos serviços.

§ 2º. Os Oficiais Distritais poderão acumular as funções de registrador civil de pessoas naturais e as
de tabelião de notas.

§ 3º. Compete ao Presidente do Tribunal de Justiça outorgar a delegação para a atividade notarial e
de registro.

Art. 121. Os titulares de ofícios de justiça do foro judicial não remunerados pelos cofres públicos
poderão admitir, sob sua responsabilidade e às expensas próprias, tantos empregados quantos
forem necessários ao serviço, ficando as relações empregatícias respectivas subordinadas à legislação
trabalhista.
§ 1º. Sob proposta do titular do ofício ao Juiz Diretor de Fórum, este poderá juramentar um ou mais
empregados para subscrever atos da serventia, sem alteração da correspondente relação
empregatícia.

§ 2º. Para os fins do parágrafo anterior, os empregados indicados deverão ter o segundo grau
completo e preencher os requisitos enumerados no art .126, incisos I a III, deste Código.

§ 3º. Caberá ao Juiz Diretor de Fórum encaminhar cópia da portaria de juramentação, no prazo de
três (3) dias, à Corregedoria-Geral da Justiça, para verificação da regularidade do ato e anotações.

Art. 122. Os agentes delegados da justiça do foro extrajudicial poderão admitir, sob sua
responsabilidade e às expensas próprias, tantos empregados quantos forem necessários ao serviço,
ficando as relações empregatícias respectivas subordinadas à legislação trabalhista.

§ 1º. Os agentes delegados indicarão, por escrito, seus substitutos e escreventes, para praticar atos,
observadas as condições previstas no art. 121, § 2º, deste Código e as normas fixadas pela
Corregedoria-Geral da Justiça, sem alteração da correspondente relação empregatícia, que
continuará subordinada à legislação laboral.

§ 2º. Para os fins do parágrafo anterior, as indicações serão feitas ao Juiz Corregedor do foro
extrajudicial, que, após verificar quanto ao cumprimento das formalidades indispensáveis, submeterá
as respectivas propostas ao Juiz Diretor de Fórum, a quem caberá lavrar portaria de juramentação
105
com encaminhamento de cópia à Corregedoria- Geral da Justiça.

Art. 123. Denominam-se funcionários da justiça os servidores que constituem o quadro do Tribunal
de Justiça, distinguindo-se em: (redação dada pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 – DOE nº 7109 de
25/11/2005).
I - os integrantes dos cargos da Secretaria do Tribunal; (redação dada pela Lei nº 14.925 de
24/11/2005 – DOE nº 7109 de 25/11/2005).
II - os Auxiliares de Cartório;
III – os Auxiliares Administrativos;
IV - os Oficiais de Justiça;
V – os Comissários de Vigilância;
VI - os Assistentes Sociais;
VII – os Psicólogos;
VIII - os Porteiros de Auditório;
IX – os Agentes de Limpeza;
X - os Secretários do Conselho de Supervisão do Juizado Especial;
XI – os Secretários de Turma Recursal do Juizado Especial;
XII – os Secretários do Juizado Especial;
XIII – os Oficiais de Justiça do Juizado Especial;
XIV – os Auxiliares de Cartório do Juizado Especial;
XV – os Auxiliares Administrativos do Juizado Especial;
XVI – os Contadores e Avaliadores do Juizado Especial.
Parágrafo único. Os funcionários da justiça subordinam-se às normas do Estatuto dos Funcionários
Públicos Civis do Estado do Paraná no que lhes for aplicável.

Art. 124. Consideram-se auxiliares da justiça, entre outros, enquanto estiverem participando de atos
judiciais, os administradores, os depositários, os intérpretes, os peritos, os tradutores e os leiloeiros,
eventualmente nomeados para fins específicos.

TÍTULO II
CONCURSO, NOMEAÇÃO E POSSE

CAPÍTULO I
SERVENTUÁRIOS DA JUSTIÇA DO FORO JUDICIAL

Art. 125. Os serventuários da justiça serão nomeados mediante concurso de provas e títulos, por
ato do Presidente do Tribunal de Justiça.
Parágrafo único. A realização do concurso será determinada pelo Presidente do Tribunal de Justiça,
após vacância do cargo.

Art. 126. Para ser admitido ao concurso, o candidato deverá preencher os seguintes requisitos
106
no momento da inscrição:
I - ser brasileiro, estar no exercício dos direitos civis e políticos e quite com o serviço militar,
quando for a hipótese;
II - ter idade mínima de dezoito (18) anos;
III - apresentar cédula de identidade fornecida pela repartição estadual;
IV - fazer prova do recolhimento da taxa de inscrição que for fixada pelo Conselho Diretor
do FUNREJUS.

Parágrafo único. Os candidatos classificados deverão comprovar sanidade física e mental, por meio
de laudo fornecido por órgão oficial do Estado, apresentar prova de bons antecedentes e indicar
fontes de informações pessoais, na forma do regulamento do concurso.

Art. 127. O Regimento Interno do Tribunal de Justiça disporá sobre as formalidades administrativas
do concurso, cabendo ao Conselho da Magistratura elaborar seu Regulamento.

CAPÍTULO II
FUNCIONÁRIOS DA SECRETARIA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA
(pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 – DOE nº 7109 de 25/11/2005).
Art. 128. O Tribunal de Justiça, constituído de quadro próprio, somente admitirá funcionários
mediante concurso público de provas, ou de provas e de títulos, excetuados os cargos em comissão
(redação dada pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 – DOE nº 7109 de 25/11/2005).

Parágrafo único. O concurso obedecerá ao que dispuser o regimento interno e as normas do


regulamento que for elaborado pela Comissão de Concursos e de Promoções do Tribunal de Justiça
(redação dada pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 – DOE nº 7109 de 25/11/2005).

Art. 129. Para ser admitido ao concurso, o candidato, com idade mínima de dezoito (18) anos
completos quando da inscrição, deverá preencher os requisitos estabelecidos no art. 126, incisos I
e III, deste Código, além de outras condições que vierem a ser impostas pelo regulamento,
inclusive quanto ao grau de escolaridade e de habilitação profissional ou técnica exigidos,
conforme a natureza do cargo a ser ocupado.

Art. 130. A nomeação dos candidatos aprovados será efetivada por ato do Presidente do Tribunal de
Justiça (redação dada pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 – DOE nº 7109 de 25/11/2005).

CAPÍTULO IV
POSSE

107
Art. 135. Os funcionários da Secretaria do Tribunal tomarão posse perante o Secretário. (redação
dada pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 – DOE nº 7109 de 25/11/2005).

Parágrafo único. Os serventuários da justiça tomarão posse perante o Juiz Diretor de Fórum da
comarca onde exercerão suas funções.

Art. 136. A Secretaria do Tribunal manterá registro apropriado referente a seus serviços, devendo
nele ser anotada toda e qualquer alteração ocorrida na carreira funcional de seus quadros. (redação
dada pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 – DOE nº 7109 de 25/11/2005).
TÍTULO III
REMOÇÕES, PERMUTAS E PROMOÇÕES

CAPÍTULO ÚNICO
REMOÇÕES, PERMUTAS E PROMOÇÕES

Art. 138. A remoção ou promoção dos Titulares de Oficio, correrá por ato do Presidente do
Tribunal de Justiça, entre o serventuário que esteja respondendo pela designação da serventia, se
assim o requerer e os demais candidatos indicados pelo Conselho da Magistratura de acordo com as
regras por este aprovadas.

§ 1º. A permuta dar-se-á por requerimento das partes, por ato do Presidente do Tribunal de
Justiça.

§ 2º. A promoção e remoção observarão os critérios de antiguidade e merecimento,


alternadamente.

Art. 139. No caso de vacância de ofício, o Juiz Diretor de Fórum fará imediata comunicação ao
Presidente do Tribunal de Justiça, que autorizará a expedição de edital, convocando os interessados
à remoção, à promoção ou ao provimento, mediante concurso público, se não houver interessado
em remoção. 108
Art. 140. Decorrido o prazo legal, os pedidos serão reunidos em uma só autuação e encaminhados à
Corregedoria-Geral de Justiça, que, após parecer, submetê-los-á à prévia deliberação do Conselho da
Magistratura.
Parágrafo único. Será excluído o pretendente que tenha sofrido pena disciplinar, salvo se, não-
reincidente, já decorridos mais de dois (2) anos da última punição.

Art. 141. Vencidas as fases de que trata o artigo anterior, o Corregedor-Geral da Justiça relatará o
processo perante o Conselho da Magistratura, que deliberará quanto à indicação ou não de
pretendentes.

Parágrafo único. Publicado o decreto de remoção, o serventuário da justiça do foro judicial terá o
prazo de dez (10) dias para assumir as novas funções, salvo em caso de remoção no âmbito da
mesma comarca, quando a assunção será imediata.

Art. 142. Não havendo candidatos à remoção ou à promoção, quando for o caso, ou tendo sido
indeferidos pedidos eventualmente feitos, será expedido edital de chamamento a concurso público
para provimento do cargo vago por nomeação

Art. 143. Aplicam-se aos Oficiais de Justiça, assim como aos Auxiliares de Cartório, aos Auxiliares
Administrativos e Comissários de Vigilância, no que couberem, as disposições contidas neste
Capítulo.
Art. 144. Ao concurso de remoção somente poderão ser admitidos titulares que exerçam a
atividade por mais de dois (2) anos, salvo se não houver candidato que atenda este requisito.

TÍTULO IV
SERVENTUÁRIOS DA JUSTIÇA DO FORO JUDICIAL

CAPÍTULO ÚNICO
ATRIBUIÇÕES

Art. 145. Aos servidores do foro judicial em geral incumbe:


I – aos Escrivães, a prática de todos os atos privativos previstos em lei, observados as formas, usos,
estilos e costumes seguidos no foro.
II - aos Distribuidores, a distribuição de todos os processos e atos entre Juízes, Escrivães, titulares
de ofícios de justiça e agentes delegados do foro extrajudicial, observadas as seguintes regras:
a) estão sujeitos à distribuição, unicamente, os processos e atos pertencentes à competência de
dois ou mais Juízes ou de dois ou mais serventuários ou ainda de dois ou mais agentes delegados;
b) é vedado ao Distribuidor reter quaisquer processos e atos destinados à distribuição, a qual deve
ser feita imediatamente e em ordem rigorosamente sucessiva, à proporção que lhe forem
apresentados;
c) no caso de incompatibilidade ou suspeição daquele a quem for distribuído algum processo ou 109
ato, em tempo oportuno se lhe fará a compensação;
d) distribuir-se-ão, por dependência, os feitos de qualquer natureza que se relacionarem com outros
já distribuídos e ajuizados;
e) os atos e processos que não estiverem sujeitos à distribuição por não pertencerem à competência
de dois ou mais Juízes ou de dois ou mais serventuários ou ainda de dois ou mais agentes delegados,
serão, não obstante, prévia e obrigatoriamente registrados pelo Distribuidor em livro próprio;
f) cumprir as normas editadas pela Corregedoria-Geral da Justiça e pelo Juiz Diretor de Fórum.
III – aos Contadores:
a) contar, em todos os feitos, antes da sentença ou de qualquer despacho definitivo, mediante
ordem do Juiz, os emolumentos e as custas, conforme previsto no regimento respectivo;
b) proceder à contagem do principal e dos juros nas ações referentes a dívidas em quantia certa e
nos cálculos aritméticos que se fizerem necessários relativamente a direitos e obrigações;
c) fazer o cálculo para pagamento de impostos;
d) cumprir, sob pena de responsabilidade, as disposições legais sobre recolhimento de
importâncias devidas a instituições ou fundos.
IV – aos Partidores, organizar as partilhas judiciais.
V - aos Depositários Públicos, ter sob sua guarda e segurança, com obrigação legal de os restituir
na oportunidade própria, os bens corpóreos apreendidos judicialmente, salvo os que forem
confiados a depositários particulares.
VI - aos Avaliadores Judiciais, por distribuição nas comarcas em que houver mais de um, expedir
laudo de avaliação de bens, rendimentos, direitos e ações, segundo o que for determinado no
mandado.
TÍTULO V
OUTROS AUXILIARES DA JUSTIÇA
CAPÍTULO ÚNICO
ATRIBUIÇÕES

Art. 146. Aos Oficiais de Justiça incumbe:


I - fazer citações, arrestos, penhoras e demais diligências que lhe forem cometidas;
II - lavrar autos e certidões referentes aos atos que praticarem;
III - convocar pessoas idôneas para que testemunhem atos de sua função, quando a lei assim o
exigir;
IV - exercer, onde não houver, as funções de porteiro de auditório, mediante designação do Juiz;
V - exercer cumulativamente quaisquer outras funções previstas neste Código e dar
cumprimento às ordens emanadas da Corregedoria-Geral da Justiça e do Juízo pertinentes aos
serviços judiciários.

Art. 147. Incumbe aos Porteiros de Auditórios:


I - apregoar e fazer a chamada das partes e testemunhas;
II - apregoar os bens, nas praças e leilões judiciais;
III - passar certidões de pregões, editais, praças, arrematações ou de quaisquer outros atos que 110
praticarem no exercício da função.

Art. 148. Aos Comissários de Vigilância incumbe:


I - exercer vigilância sobre as crianças e adolescentes e fiscalizar a execução das leis de assistência
e proteção que lhes digam respeito;
II - proceder mediante determinação judicial às investigações relativas a crianças e adolescentes,
seus pais, tutores ou encarregados de sua guarda, com o fim de esclarecer a ocorrência de fatos ou
circunstâncias que possam comprometer sua segurança física e moral;
III - apreender e conduzir, por determinação judicial, crianças e adolescentes abandonados ou
infratores e proceder, a respeito deles, às investigações referidas no inciso anterior;
IV - manter o serviço de fiscalização de crianças e adolescentes sujeitos à liberdade assistida ou
entregues mediante termo de responsabilidade e guarda;
V - auxiliar no preparo de processos relativos a crianças e adolescentes, promover medidas
preliminares de instrução determinadas pelo Juiz, incluindo a tomada de declarações de pais, tutores
ou responsáveis e de demais pessoas que possam oferecer esclarecimentos;
VI - exercer vigilância sobre crianças e adolescentes em ambientes públicos, em cinemas, teatros e
casas de diversão públicas em geral, mediante ordem de serviço específica para a diligência;
VII - proceder a todas as investigações concernentes a crianças e adolescentes junto ao meio em
que vivem e às pessoas que os cercam e efetivar o encaminhamento necessário dessa pesquisa aos
órgãos e entidades competentes;
VIII - investigar os antecedentes de crianças e adolescentes e de seus familiares;
IX - colaborar junto aos programas oficiais de voluntariado do Poder Judiciário ou sob a fiscalização
deste.
Art. 149. REVOGADO; (pela Lei nº 15.950, de 24/09/2008 – DOE nº 7813 de 24/09/2008).

Art. 150. Aos Auxiliares de Cartório e Administrativos incumbe desempenhar serviços compatíveis
com as funções, sob a responsabilidade do titular respectivo.

TÍTULO VI

VENCIMENTOS, AJUDAS DE CUSTO, LICENÇAS E FÉRIAS

CAPÍTULO I
VENCIMENTOS

Art. 151. Os vencimentos dos titulares de ofícios da justiça remunerados, exclusivamente, pelos
cofres públicos e os dos funcionários da justiça serão fixados em lei, observados os princípios
constitucionais.

§ 1º. Nenhum dos auxiliares da justiça referidos no caput deste artigo poderá perceber,
mensalmente, remuneração bruta superior à percebida pelos Juízes de Direito de entrância final,
salvo a acumulação de proventos com vencimentos de cargo em comissão.
111
§ 2º. O Presidente do Tribunal de Justiça baixará, no prazo de noventa (90) dias, contados da vigência
deste Código, ato dispondo sobre a forma de aplicação da norma contida no parágrafo anterior.

CAPÍTULO II
AJUDAS DE CUSTO

Art. 152. Aos auxiliares da justiça do foro judicial é devida a ajuda de custo no valor de até uma (1)
remuneração mensal, para cobrir despesas de transporte, quando tiverem que transferir residência
para outra comarca, em virtude de promoção ou de remoção.
Parágrafo único. Na fixação do valor da ajuda de custo, que não será concedida em intervalo
inferior a dois (2) anos, tomar-se-á em conta a distância a ser percorrida com a mudança.

CAPÍTULO III
LICENÇAS

Art. 153. A licença para tratamento de saúde será concedida à vista de atestado médico, com
indicação da classificação internacional da doença (CID). Se superior a trinta (30) dias, mediante a
apresentação de laudo expedido por junta médica nomeada pelo Presidente do Tribunal.
Parágrafo único. Aplicam-se no que couber as disposições do Estatuto dos Funcionários Públicos
Civis do Estado do Paraná.
CAPÍTULO IV
FÉRIAS

Art. 154. Os titulares de ofício das escrivanias remuneradas pelos cofres públicos e os funcionários da
justiça gozarão férias previstas no Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado do Paraná,
mediante escala organizada no princípio de cada ano pelo Juiz Diretor de Fórum ou pelo chefe de
serviço a que estiverem subordinados, com comunicação ao Presidente do Tribunal de Justiça e ao
Corregedor-Geral da Justiça.

§ 1º. As férias deverão ser gozadas nos doze (12) meses seguintes, a contar da data em que se
completou o período aquisitivo, salvo imperiosa necessidade da administração da justiça, quando
as férias poderão ser cassadas, assegurada sua oportuna fruição.

§ 2º. Havendo comprovada necessidade do serviço, a critério da autoridade a que estiver


imediatamente subordinado o servidor, as férias poderão ser interrompidas, assegurado o direito de
gozo dos dias remanescentes oportunamente.

TÍTULO VII
SUBSTITUIÇÕES

CAPÍTULO ÚNICO 112


SUBSTITUIÇÕES

Art. 155. Em caso de afastamento do servidor ocupante do cargo de Escrivão remunerado pelos
cofres públicos ou Secretário dos Juizados Especiais, o Juiz de Direito da respectiva unidade indicará
servidor ocupante de cargo efetivo de Analista Judiciário, da área jurídica, ou Técnico Judiciário ou
Técnico de Secretaria, desde que bacharel em Direito, para o exercício precário das funções, cuja
designação dar-se-á por ato do Presidente do Tribunal de Justiça (redação dada pela Lei nº 17.532 de
09/04/2013 – DOE nº 8933 de 09/04/2013).

§ 1º. Poderá ser excepcionado, para efeito de substituição, o critério de escolaridade, na hipótese de
inexistir, na unidade, servidor que preencha tal requisito (redação dada pela Lei nº 17.532 de
09/04/2013 – DOE nº 8933 de 09/04/2013).

§ 2º. O servidor designado para o exercício precário das funções do titular da Escrivania ou Secretaria
dos Juizados Especiais, durante o período de substituição, perceberá proporcionalmente o valor
correspondente à gratificação de função de Chefe de Secretaria (redação dada pela Lei nº 17.532 de
09/04/2013 – DOE nº 8933 de 09/04/2013).

Art. 156. A substituição dos servidores do Tribunal de Justiça far-se-á de acordo com o regulamento
próprio (redação dada pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 – DOE nº 7109 de 25/11/2005).
TÍTULO VIII
INCOMPATIBILIDADES IMPEDIMENTOS E SUSPEIÇÕES
CAPÍTULO ÚNICO
INCOMPATIBILIDADES, IMPEDIMENTOS E SUSPEIÇÕES

Art. 157. As incompatibilidades dos serventuários da justiça do foro judicial e dos funcionários da
justiça regulam-se pelo Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado do Paraná, e os
impedimentos e suspeições, pelas normas contidas no Código de Processo Civil, no que forem
pertinentes.

TÍTULO IX
APOSENTADORIA
CAPÍTULO ÚNICO
APOSENTADORIA

Art. 158. A aposentadoria dos serventuários do foro judicial sujeitar-se-á à legislação específica.
Parágrafo único. O pedido de aposentadoria dos serventuários da Justiça do foro judicial tramitará
junto à secretaria do Tribunal de Justiça, levando-se a efeito mediante decreto do Presidente.

Art. 159. O processo de aposentadoria dos funcionários da Justiça tramitará perante a Secretaria do
113
Tribunal de Justiça, e será efetivada por decreto do Presidente (redação dada pela Lei nº 14.925 de
24/11/2005 – DOE nº 7109 de 25/11/2005).

TÍTULO X
DIREITOS E GARANTIAS

CAPÍTULO ÚNICO
DIREITOS E GARANTIAS

Art. 160. Os direitos e garantias dos auxiliares da justiça do foro judicial são os estabelecidos em lei e
neste Código.

TÍTULO XI
FORO JUDICIAL

CAPÍTULO I
DEVERES
Art. 161. Os auxiliares da justiça deverão exercer suas funções com dignidade e compostura,
obedecendo às determinações de seus superiores e cumprindo as disposições a que estiverem
sujeitos. (Obs.: redação dada pela Lei nº 14.351 de 10/03/2004 – DOE nº 6687 de 15/03/2004– sub-
judice ADI 3517)

Art. 162. Os auxiliares da justiça terão domicílio e residência na sede da comarca em que exercerem
suas funções e, sendo titulares de ofício do foro judicial, deverão permanecer à frente das
respectivas serventias.

CAPÍTULO II
PENALIDADES

Art. 163. Os auxiliares da justiça do foro judicial, pelas faltas cometidas no exercício de suas
funções, ficarão sujeitos às seguintes penas disciplinares:
I - de advertência, aplicada por escrito em caso de mera negligência;
II - de censura, aplicada por escrito em caso de falta de cumprimento dos deveres previstos neste
Código, e também de reincidência de que tenha resultado aplicação de pena de advertência;
III - de devolução de custas em dobro, aplicada em casos de cobrança de custas que excedam os
valores fixados na respectiva tabela, a qual ainda poderá ser cumulada com outra pena disciplinar;
IV - de suspensão, aplicada em caso de reincidência em falta de que tenha resultado na aplicação
de pena de censura, ou em caso de infringência às seguintes proibições:
114
a) exercer cumulativamente dois ou mais cargos ou funções públicas, salvo as exceções
permitidas em lei;
b) retirar, modificar ou substituir, sem prévia autorização da autoridade competente,
qualquer documento de órgão estatal, com o fim de criar direito ou obrigação ou de alterar a
verdade dos fatos;
c) valer-se do cargo ou função para obter proveito pessoal em detrimento da dignidade do
cargo ou função; (redação dada pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 – DOE nº 7109 de
25/11/2005).
d) praticar usura;
e) REVOGADO; (pela Lei nº 18.787 de 23/05/2016 – DOE nº 9704 de 24/05/2016).
f) revelar fato ou informação de natureza sigilosa de que tenha ciência em razão do cargo
ou função;
g) delegar, salvo nos casos previstos em lei, o desempenho de encargo que a si competir ou
a seus subordinados;
h) deixar de comparecer ao trabalho sem causa justificada;
i) retirar ou utilizar materiais e bens do Estado indevidamente;
j) deixar de cumprir atribuições inerentes ao cargo no prazo estipulado;

V - de demissão, aplicada nos casos de:


a) crimes contra a administração pública;
b) abandono de cargo;
c) falta ao serviço, sem justa causa, por sessenta (60) dias alternados durante o ano;
d) ofensa grave, física ou moral, em serviço, contra servidor ou particular, salvo escusa legal;
e) reincidência, em caso de insubordinação;
f) aplicação irregular de dinheiro público;
g) transgressão dolosa a proibição legal de natureza grave;
h) reincidência na prática de infração disciplinar pelo funcionário que, nos quatro (4) anos
imediatamente anteriores, tenha sido punido com pena de suspensão igual ou superior a cento
e oitenta (180) dias, aplicada isoladamente ou resultante da soma de várias penas de
suspensão.

§ 1º. A pena de suspensão poderá ser convertida em multa quando houver conveniência para o
serviço, à razão de cinqüenta por cento (50%) do valor do salário a que no período imposto fizer jus o
servidor, que fica obrigado neste caso a permanecer em atividade.

§ 2º. Para os fins do inciso V, alínea "b", deste artigo, considera-se abandono de cargo a ausência ao
serviço, sem justa causa, por mais de trinta (30) dias.

§ 3º. Durante o período de suspensão, o auxiliar da justiça perderá todas as vantagens decorrentes
do exercício do cargo.

§ 4º. Na aplicação das penalidades, considerar-se-ão a natureza e a gravidade da infração, os meios


empregados, os danos que dela provierem para o serviço público e os antecedentes funcionais do 115
servidor.

Art. 164. Será cassada a aposentadoria se ficar provado que o inativo:


I – praticou falta grave no exercício do cargo ou função;
II – aceitou ilegalmente cargo ou função pública;
III– aceitou representação de Estado estrangeiro sem prévia autorização do Presidente da
República;
IV – praticou usura em qualquer de suas formas;
V – perdeu a nacionalidade brasileira.

Art. 165. São competentes para aplicação das penalidades disciplinares o Conselho da
Magistratura, Corregedor-Geral da Justiça e os Juízes perante os quais servirem ou a quem estiverem
subordinados os servidores, observado o seguinte:
I - o Conselho da Magistratura poderá aplicar quaisquer das penalidades previstas nos artigos 163 e
164 (redação dada pela Lei nº 16.010/2008, de 05/12/2008 – DOE nº 7865 de 05/12/2008);
II - o Corregedor-Geral da Justiça e os Juízes poderão aplicar as penas de advertência, censura,
devolução de custas em dobro e suspensão até trinta (30) dias (redação dada pela Lei nº
16.010/2008, de 05/12/2008 – DOE nº 7865 de 05/12/2008).

Art. 166. As penas de advertência, censura e devolução de custas em dobro poderão ser aplicadas
em sindicância, respeitados o contraditório e a ampla defesa.
Art. 167. Qualquer penalidade imposta ao auxiliar da justiça será comunicada à Corregedoria-Geral
da Justiça para as devidas anotações.

Art. 168. Se a pena imposta for a de demissão ou de cassação de aposentadoria, a decisão será
remetida ao Presidente do Tribunal de Justiça, que expedirá o respectivo decreto, comunicando o
fato, na segunda hipótese, ao Tribunal de Contas.

Art. 169. Sempre que houver comprovação de prática de crime de ação penal pública, remeter-se-ão
peças ao Ministério Público (redação dada pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 – DOE nº 7109 de
25/11/2005).

Art. 170. As penalidades de advertência, censura e devolução de custas em dobro terão seus
registros cancelados após o decurso de três (3) anos, e a de suspensão após cinco (5) anos,
respectivamente, contados da aplicação ou do cumprimento da pena, se o servidor não houver,
nesse período, praticado nova infração disciplinar.

Art. 171. Mediante decisão do Corregedor-Geral da Justiça, os auxiliares da justiça de que trata este
capítulo poderão ser afastados do exercício do cargo quando criminalmente processados ou
condenados enquanto estiver tramitando o processo ou pendente de execução a pena aplicada.
Parágrafo único. Recebida a denúncia ou transitada em julgado a sentença, o Juiz do processo
remeterá ao Corregedor-Geral da Justiça cópias das respectivas peças.
116
Art. 172. O Corregedor-Geral da Justiça, por decisão fundamentada, poderá afastar os auxiliares da
justiça do exercício do cargo, pelo prazo de sessenta (60) dias, prorrogável por igual período, se
houver necessidade de acautelamento a fim de evitar a continuidade dos ilícitos administrativos
praticados, para garantia da normalidade do serviço público ou por conveniência da instrução do
processo administrativo.

Art. 173. Fica assegurado ao serventuário titular da serventia, desde que não perceba remuneração
dos cofres públicos, quando do afastamento ocorrido pela aplicação das normas contidas nos arts.
171 e 172 deste Código, o direito à percepção mensal de metade da renda líquida da serventia; a
outra metade será depositada em conta bancária remunerada à disposição do Juízo.

Art. 174. Afastado o titular, o Corregedor-Geral da Justiça designará interventor para responder pela
serventia, fixando-lhe a remuneração.

Art. 175. A pena de demissão ou de cassação de aposentadoria será aplicada ao auxiliar da justiça
do foro judicial:
I - em virtude de sentença que declare a perda de cargo ou de função pública;
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa.

Art. 176. A punição dos funcionários da Secretaria do Tribunal será efetivada por ato do Presidente
(redação dada pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 – DOE nº 7109 de 25/11/2005).
CAPÍTULO III
PRESCRIÇÃO

Art. 177. Prescreverá o direito de punir:


I - em três (3) anos, para as infrações sujeitas às penalidades de advertência, censura, devolução
de custas em dobro e suspensão (redação dada pela Lei nº 17.201 de 26/06/2012 – DOE nº 8741 de
26/06/2012);
II - em cinco (5) anos, para as infrações sujeitas à pena de demissão e de cassação de
aposentadoria (redação dada pela Lei nº 17.201 de 26/06/2012 – DOE nº 8741 de 26/06/2012);

Parágrafo único. A punibilidade da infração, também prevista na lei penal como crime, prescreve
juntamente com este.

Art. 178. O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se tornou conhecido pela
autoridade competente para aplicar a penalidade.
§ 1º. Interrompe-se a contagem do prazo de prescrição com: (redação dada pela Lei nº 17.201 de
26/06/2012 – DOE nº 8741 de 26/06/2012).
I – a abertura da sindicância;(redação dada pela Lei nº 17.201 de 26/06/2012 – DOE nº 8741 de
26/06/2012);
II – a instauração do processo administrativo;(redação dada pela Lei nº 17.201 de 26/06/2012 –
DOE nº 8741 de 26/06/2012);
117
III – a decisão de mérito proferida em sindicância ou no processo administrativo;
(redação dada pela Lei nº 17.201 de 26/06/2012 – DOE nº 8741 de 26/06/2012);
IV – o acórdão proferido no julgamento do recurso interposto em face da decisão a que se refere
o inciso III deste parágrafo;(redação dada pela Lei nº 17.201 de 26/06/2012 – DOE nº 8741 de
26/06/2012)

§ 2º. A abertura da sindicância meramente preparatória do processo administrativo, desprovida de


contraditório e da ampla defesa, não interrompe a prescrição.

§ 3º. Suspende-se o prazo prescricional quando a autoridade reputar conveniente o sobrestamento


do processo administrativo até a decisão final do inquérito policial, da ação penal ou da ação civil
pública, desde que originadas no mesmo fato do processo administrativo.

§ 4º. Interrompida a prescrição, todo o prazo começa a correr novamente do dia da interrupção.

CAPÍTULO IV
PROCESSO ADMINISTRATIVO

Art. 179. O processo administrativo terá início após a certeza dos fatos, por portaria baixada por Juiz
ou pelo Corregedor-Geral da Justiça, na qual se imputarão os fatos ao servidor, delimitando-se o teor
da acusação.
Parágrafo único. Os atos instrutórios do processo poderão ser delegados pelo Corregedor-Geral da
Justiça a Juiz ou a assessor lotado na Corregedoria-Geral da Justiça.

Art. 180. Ao servidor acusado será dada a notícia dos termos da acusação, devendo ele ser citado
para, no prazo de dez (10) dias, apresentar defesa e requerer a produção de provas.

§ 1º. A citação far-se-á:


I - por mandado ou pelo correio, por meio de ofício sob registro e com aviso de
recebimento;
II - por carta precatória ou de ordem;
III - por edital, com prazo de quinze (15) dias.

§ 2º. O edital será publicado três (3) vezes no Diário da Justiça e afixado no átrio do Fórum ou
no da Corregedoria-Geral da Justiça.

Art. 181. Em caso de revelia, será designado pela autoridade competente defensor dativo ao
servidor.

118
Art. 182. Apresentada defesa, seguir-se-á a instrução com a produção das provas deferidas, podendo
a autoridade instrutora determinar a produção de outras necessárias à apuração dos fatos.

§ 1º. A autoridade que presidir a instrução deverá interrogar o servidor acusado acerca da
imputação, designando dia, hora e local e determinando sua intimação bem como a de seu
advogado.

§ 2º. Em todas as cartas precatórias e de ordem, a autoridade processante declarará o prazo dentro
do qual elas deverão ser cumpridas. Vencido esse prazo, o feito será levado a julgamento
independentemente de seu cumprimento.

§ 3º. Encerrada a instrução, será concedido um prazo de cinco (5) dias para as alegações finais do
acusado.

§ 4º. Apresentadas as alegações finais, a autoridade competente proferirá decisão.

§ 5º. Instaurado o processo administrativo por determinação do Corregedor-Geral da Justiça, este,


após receber os autos com o relatório elaborado pela autoridade instrutora, decidi-lo-á ou o relatará,
conforme o caso, perante o Conselho da Magistratura.

§ 6º. A instrução deverá ser ultimada no prazo de cento e vinte (120) dias, prorrogáveis por mais
sessenta (60) dias.

CAPÍTULO V
ABANDONO DO CARGO
Art. 183. Caracterizada a ausência do servidor na forma do art. 163, § 2º, deste Código, fará o Juiz a
respectiva comunicação à Corregedoria-Geral da Justiça.

Art. 184. Diante da comunicação da ausência do servidor, e havendo indícios de abandono de cargo,
o Corregedor-Geral da Justiça baixará portaria instaurando processo administrativo, com expedição
de edital de chamamento e citação, que será publicado no Diário da Justiça por três (3) dias
consecutivos, convocando o servidor a justificar sua ausência ao serviço no prazo de dez (10) dias,
contados da última publicação.

Art. 185. Se procedente a justificativa apresentada pelo servidor, deverá ele reassumir
imediatamente suas funções.

Parágrafo único. Não ocorrendo o retorno do servidor à atividade, segue-se o procedimento


estabelecido nos arts. 180 e 181 deste Código.

Art. 186. Declarado o abandono do cargo pelo Conselho da Magistratura, os autos serão
encaminhados ao Presidente do Tribunal de Justiça, que expedirá o decreto de demissão do servidor.

119
CAPÍTULO VI
RECURSOS

Art. 187. Das decisões do Juiz ou do Corregedor-Geral da Justiça caberá recurso em último grau ao
Conselho da Magistratura no prazo de quinze (15) dias.

Art. 188. Das decisões originárias do Conselho da Magistratura cabe recurso ao Órgão Especial no
prazo de quinze (15) dias.

Art. 189. O recurso será interposto perante a autoridade que houver proferido a decisão recorrida, a
qual, se o receber, encaminhá-lo-á no prazo de dois (2) dias ao órgão competente para julgamento.

§ 1º. Só não será recebido o recurso em caso de intempestividade.

§ 2º. O recurso será sempre recebido nos efeitos devolutivo e suspensivo.

TÍTULO XI
FORO EXTRAJUDICIAL

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 190. Aplica-se o regime deste título aos Notários e Registradores.

Parágrafo único. Aos oficiais de registro de pessoas naturais, aos de registro de imóveis, aos de
registro de títulos e documentos, aos tabeliães de protestos e aos tabeliães de notas, incumbem as
atribuições inerentes aos seus ofícios, segundo as disposições legais e observados os limites
circunscricionais, quanto aos dois primeiros.

Art. 191. Além do contido no art. 13 da Lei Federal 8935/94, observar-se-á o seguinte:

I - quanto às escrituras, será permitido às partes indicar o tabelião de sua preferência, que
encaminhará ao ofício de registro e distribuição, para fins de registro, relação contendo todas as
escrituras lavradas em prazo não superior a dez (10) dias, contados da lavratura;
II - nos distritos, esses registros serão feitos pelo próprio oficial distrital, em livro próprio, com
encaminhamento no prazo de dez (10) dias da correspondente relação das escrituras lavradas ao
Ofício de Registro de Distribuição para os devidos fins.
III - nas comarcas onde haja dois ou mais ofícios de títulos e documentos e de pessoas jurídicas, o
ofício de registro de distribuição procederá, antes da realização de seu registro, à distribuição
eqüitativa dos títulos e documentos em número e valores. Serão também registrados, previamente,
no Distribuidor os aditivos, alterações, averbações e anexos. As notificações e interpelações são de
livre escolha do interessado, não ensejando compensação entre os ofícios, os quais deverão
comunicar o Distribuidor para fins de registro, no prazo máximo de quarenta e oito (48) horas, a
contar do protocolo; 120
IV - da relação a que alude os itens anteriores deverá constar o valor recolhido, quando devido, em
favor do Fundo de Reequipamento do Poder Judiciário - FUNREJUS, sob pena de responsabilidade;
V - em caso de inobservância do disposto no item anterior, o oficial titular do ofício de registro de
distribuição comunicará ao Juiz competente, sob pena de responsabilidade.

CAPÍTULO II
DEVERES

Art. 192. São deveres dos Notários e Registradores:


I - manter em ordem os livros, papéis e documentos de sua serventia, guardando-os em local
seguro;
II - atender as partes com eficiência, urbanidade e presteza;
III - atender prioritariamente as requisições de papéis, documentos, informações ou providências
que lhes forem feitas pelas autoridades judiciárias ou administrativas para defesa das pessoas
jurídicas de direito público em Juízo;
IV - manter em arquivo as leis, regulamentos, resoluções, provimentos, regimentos, ordens de
serviço e quaisquer outros atos que digam respeito a sua atividade;
V - proceder de forma a dignificar a função exercida, tanto nas atividades profissionais como na vida
privada;
VI - guardar sigilo sobre a documentação e os assuntos de natureza reservada de que tenham
conhecimento em razão do exercício de sua profissão;
VII - afixar em local visível, de fácil leitura e acesso ao público, as tabelas de emolumentos em
vigor;
VIII - observar os emolumentos fixados para a prática dos atos do seu ofício;
IX - dar recibo discriminado dos emolumentos percebidos;
X - observar os prazos legais fixados para a prática dos atos do seu ofício;
XI - fiscalizar o recolhimento dos valores devidos incidentes sobre os atos que devam praticar;
XII - facilitar por todos os meios o acesso à documentação existente às pessoas legalmente
habilitadas;
XIII - encaminhar ao Juízo competente as dúvidas suscitadas, obedecida a sistemática processual
fixada pela legislação respectiva;
XIV - observar as normas técnicas estabelecidas pela autoridade competente e as prescrições legais
e normativas;
XV - residir na sede da comarca ou no distrito em que exerçam suas funções;
XVI - comparecer pontualmente à hora de iniciar seu expediente e não se ausentar
injustificadamente antes do término das atividades;
XVII - cumprir as instruções da Corregedoria-Geral da Justiça.

CAPÍTULO III
PROIBIÇÕES

Art. 193. Aos Notários e Registradores, além de outras previstas em lei, são estabelecidas as
seguintes proibições: 121
I - o exercício da advocacia, da intermediação de seus serviços ou o exercício de qualquer cargo,
emprego ou função pública, ainda que em comissão, salvo cargo eletivo nos termos da lei;
II - no serviço de que é titular, praticar pessoalmente qualquer ato de seu interesse ou de seu
cônjuge ou de parentes, na linha reta ou na colateral, consangüíneos ou afins até o terceiro grau;
III - a conduta atentatória às instituições notariais e de registro;
IV - a cobrança indevida ou excessiva de custas, ainda que sob a alegação de urgência ou a qualquer
outro título;
V – valer-se do cargo para obter proveito indevido para si ou para outrem.

CAPÍTULO IV
PENALIDADES

Art. 194. São penas disciplinares:


I - repreensão;
II – multa;
III - suspensão por noventa (90) dias, prorrogáveis por mais trinta (30);7
IV - perda da delegação.

Art. 195. Na aplicação da pena, levar-se-ão em conta as disposições do art. 163, § 4º, deste Código.
Art. 196. São cabíveis penas disciplinares de:
I- repreensão, aplicada no caso de falta leve;
II - multa, em caso de reincidência ou de infração que não configure falta mais grave;
III - suspensão, aplicada em caso de reiterado descumprimento dos deveres ou de falta grave;
IV - perda da delegação nos casos de:
a) crimes contra a administração pública;
b) abandono da serventia por mais de trinta (30) dias;
c) transgressão dolosa a proibição legal de natureza grave.
Parágrafo único. As penas serão impostas pelo órgão competente, independentemente da ordem
de gradação, conforme a gravidade do fato.

Art. 197. O valor da pena de multa será fixado, considerados os rendimentos da delegação, em dias-
multa, observados os critérios previstos no Código Penal.

§ 1º. O recolhimento da multa a que se refere o caput deste artigo deverá ser efetuado nos termos
do art. 3º, inciso XXIII, da Lei Estadual 12.216/98.

§ 2º. A comprovação do pagamento a que se refere este artigo far-se-á com a juntada ao respectivo
procedimento de guia de recolhimento, devidamente autenticada pelo banco oficial, que
encaminhará as demais guias ao seu destino.
122
Art. 198. As penalidades de repreensão e de multa terão seus registros cancelados após o decurso
de dois (2) anos e a de suspensão após o decurso de três (3) anos, se o servidor não houver nesse
período praticado nova infração disciplinar.

Art. 199. São competentes para aplicação das penalidades disciplinares o Conselho da Magistratura e
o Corregedor-Geral da Justiça e os Juizes perante os quais servirem ou a quem estiverem
subordinados os servidores, observado o seguinte:

I - O Conselho da Magistratura poderá aplicar quaisquer das penalidades previstas no art. 194 deste
Código;
II – Os Juízes e o Corregedor-Geral da Justiça poderão aplicar as penas de repreensão e de multa.

Art. 200. As penas de repreensão e de multa poderão ser aplicadas em sindicância, assegurados o
contraditório e a ampla defesa.

Art. 201. Da imposição de penalidade dar-se-á ciência à Corregedoria-Geral da Justiça.

Art. 202. Se a pena imposta pelo Conselho da Magistratura for a de perda da delegação, a decisão
será remetida ao Presidente do Tribunal de Justiça, que expedirá o respectivo decreto.
Art. 203. Sempre que houver comprovação da prática de crime de ação penal pública, remeter-se-ão
peças ao Ministério Público (redação dada pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 – DOE nº 7109 de
25/11/2005).

Art. 204. No caso de afastamento do agente delegado para a apuração de faltas imputadas,
proceder-se-á na forma do art. 173 deste Código.

Art. 205. Fica assegurado ao agente delegado, quando do afastamento ocorrido pela aplicação do
artigo anterior, o direito à percepção mensal de metade da renda líquida da delegação; a outra
metade será depositada em conta bancária remunerada à disposição do Juízo.

Art. 206. Afastado o agente delegado, aplicar-se-á o disposto no art. 174 deste Código.

Art. 207. A perda da delegação dependerá de:


I - decisão definitiva em processo administrativo;
II - sentença transitada em julgado.

CAPÍTULO V
PRESCRIÇÃO
123
Art. 208. Prescreverá o direito de punir:
I - em três (3) anos, para as infrações sujeitas às penalidades de repreensão, multa e suspensão;
(redação dada pela Lei nº 17.201 de 26/06/2012 – DOE nº 8741 de 26/06/2012)
II - em cinco (5) anos, para as infrações sujeitas à pena de perda da delegação; (redação dada pela
Lei nº 17.201 de 26/06/2012 – DOE nº 8741 de 26/06/2012).
Parágrafo único. A punibilidade da infração também prevista na lei penal como crime prescreve
juntamente com este.

Art. 209. O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato tornou-se conhecido pela
autoridade competente para aplicar a penalidade. (redação dada pela Lei nº 17.201 de 26/06/2012
– DOE nº 8741 de 26/06/2012).

§ 1º. Interrompe-se a contagem do prazo de prescrição com: (redação dada pela Lei nº 17.201 de
26/06/2012 – DOE nº 8741 de 26/06/2012).

I – a abertura da sindicância; (redação dada pela Lei nº 17.201 de 26/06/2012 – DOE nº 8741 de
26/06/2012);

II – a instauração do processo administrativo; (redação dada pela Lei nº 17.201 de 26/06/2012 –


DOE nº 8741 de 26/06/2012);
III – a decisão de mérito proferida em sindicância ou no processo administrativo;
(redação dada pela Lei nº 17.201 de 26/06/2012 – DOE nº 8741 de 26/06/2012);

IV – o acórdão proferido no julgamento do recurso interposto em face da decisão a que se refere o


inciso III deste parágrafo; (redação dada pela Lei nº 17.201 de 26/06/2012 – DOE nº 8741 de
26/06/2012)

§ 2º. A abertura da sindicância meramente preparatória do processo administrativo,


desprovida de contraditório e da ampla defesa, não interrompe a prescrição.

§ 3º. Interrompida a prescrição, o prazo começa a correr novamente do dia da


interrupção.

CAPÍTULO VI
PROCESSO ADMINISTRATIVO

Art. 210. O processo administrativo reger-se-á pelos arts. 179 a 186 deste Código.

CAPÍTULO VII
124
RECURSOS

Art. 211. Aplicam-se aos recursos os arts. 187 a 189 deste Código.

TÍTULO XII
VESTES TALARES, EXPEDIENTE E HORÁRIO

CAPÍTULO ÚNICO
VESTES TALARES, EXPEDIENTE E HORÁRIO

Art. 212. Nos atos solenes da justiça é obrigatório o uso de vestes talares, conforme modelo
aprovado.

Art. 213. O expediente dos ofícios de justiça será fixado pelo Órgão Especial.
LIVRO V
DIVISÃO JUDICIÁRIA
TÍTULO I
DIVISÃO JUDICIÁRIA

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 214. O território do Estado constitui circunscrição única, dividindo-se, para efeito da
administração da Justiça, em seções judiciárias, comarcas, foros regionais, municípios e distritos.

§ 1º. As seções judiciárias serão integradas por grupos de comarcas, conforme anexo II.

§ 2º. Cada comarca, constituída de um ou mais municípios e distritos, terá a denominação do


município que a ela servir de sede.

Art. 215. Em caso de necessidade ou de relevante interesse público, mediante aprovação do Órgão
Especial, poderá ser transferida provisoriamente a sede da comarca ou da seção judiciária, bem
como ser determinada a sua agregação.
125
CAPÍTULO II
CRIAÇÃO E INSTALAÇÃO DE COMARCAS, VARAS E DISTRITOS

Art. 216. São requisitos para a criação e instalação de comarcas:


I – Para criação:
a) cidade-sede de município;
b) população não inferior a trinta mil (30.000) habitantes, com um mínimo de dez mil (10.000)
eleitores;
c) existência de renda tributária significativa do desenvolvimento econômico do município ou da
microrregião, que não poderá ser inferior ao dobro da exigida para a criação de municípios no
Estado;
d) movimento forense anual, nos municípios que comporão a comarca, equivalente, no mínimo, à
distribuição de quatrocentos (400) feitos, observando-se o que for estabelecido pelo Órgão
Especial quanto à natureza dos processos.

II – Para instalação:
a) existência de edifícios públicos apropriados ao Fórum, à Delegacia de Polícia e à Cadeia Pública,
esta dotada da indispensável segurança e em condições de abrigar presos;
b) existência de prédios públicos apropriados para residência do Juiz de Direito e do Promotor de
Justiça;
c) preenchimento de todos os cargos judiciais, por designação, até o provimento efetivo, este no
prazo de seis (6) meses.

§ 1º. As condições referidas no inciso I deste artigo poderão ser excepcionalmente dispensadas pelo
Órgão Especial do Tribunal de Justiça se a distância e a dificuldade de acesso à sede da comarca de
origem aconselharem a criação de nova unidade judiciária.

§ 2º. A comarca poderá ser extinta por proposta do Órgão Especial do Tribunal de Justiça, quando
deixarem de existir quaisquer dos requisitos que justificaram sua criação, ressalvando-se o disposto
no parágrafo anterior.

Art. 217. Para a criação de vara, observar-se-ão, além dos requisitos enumerados no artigo anterior,
no que couber, a ocorrência das seguintes condições:

a) se vara cível, um mínimo de quatrocentos (400) feitos contenciosos por ano, não computadas
as execuções não-embargadas;
b) se criminal, um mínimo de duzentos (200) processos por ano.

Art. 218. A instalação de comarca será feita em audiência pública.


§ 1º. Presidirá a audiência de instalação o Presidente do Tribunal de Justiça ou o magistrado
designado. 126
§ 2º. Do termo lavrado, remeter-se-ão cópias autenticadas aos Presidentes dos Tribunais de Justiça e
Regional Eleitoral, ao Governador do Estado, ao Presidente da Assembléia Legislativa, ao Procurador-
Geral de Justiça e às Justiças Federal e do Trabalho no Estado (redação dada pela Lei nº 14.925 de
24/11/2005 – DOE nº 7109 de 25/11/2005).

Art. 219. Distribuídos, no ano imediatamente anterior, mais de oitocentos (800) feitos cíveis, não
computados nesse número as execuções fiscais e execuções não-embargadas, os pedidos de alvarás,
as ações consensuais e as precatórias, ou quatrocentos (400) processos criminais, o Juiz da comarca
ou da vara dará conta do ocorrido à Corregedoria- Geral da Justiça, para as providências necessárias
à criação de nova unidade judicial, observado o disposto neste Capítulo (redação dada pela Lei nº
14.925 de 24/11/2005 – DOE nº 7109 de 25/11/2005).

Parágrafo único. No caso de comarca de Juízo único, computar-se-á a soma das ações penais com as
cíveis para os fins da comunicação de que trata este artigo.

Art. 220. Para a criação de Distrito Judiciário, ressalvado o previsto no § 1º do art. 216, exige-se a
preexistência de Distrito Administrativo, de população não inferior a quatro mil (4.000) habitantes e
de colégio eleitoral de, no mínimo, mil e quinhentos (1.500) eleitores.
Parágrafo único. Os Distritos Judiciários serão instalados mediante prévia autorização do Presidente
do Tribunal de Justiça.
TÍTULO II
PRESTAÇÃO JURISDICIONAL

CAPÍTULO ÚNICO
PRESTAÇÃO JURISDICIONAL

Art. 221. A prestação jurisdicional no Estado é exercida por Desembargadores, Juízes de Direito de
entrância final, intermediária e inicial e por Juízes Substitutos nos termos do anexo V (redação dada
pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 – DOE nº 7109 de 25/11/2005).

TÍTULO III
CLASSIFICAÇÃO DAS COMARCAS, SEÇÕES JUDICIÁRIAS E DISTRITOS JUDICIÁRIOS

CAPÍTULO I
CLASSIFICAÇÃO DAS COMARCAS

Art. 222. As comarcas, segundo a importância do movimento forense, a densidade demográfica, a


situação geográfica e a condição de sede de seção judiciária, são classificadas em:
I - de entrância inicial; 127
II – de entrância intermediária; e
III – de entrância final;

Parágrafo único. Para os fins constantes deste artigo, as comarcas obedecem ao elenco previsto no
anexo I.

CAPÍTULO II
SEÇÕES JUDICIÁRIAS

Art. 223. As seções judiciárias constituem agrupamento de comarcas ou foros regionais ou varas,
assim organizadas para facilitar o exercício da prestação jurisdicional por Juízes Substitutos e por
Juízes de Direito Substitutos, com a definição dos limites de competência atribuídos a cada um.

§ 1º. A composição das seções judiciárias é estabelecida conforme o contido no anexo II.

§ 2º. Na Comarca da Região Metropolitana de Curitiba e nas Comarcas de entrância final de


Londrina, Maringá, Cascavel, Ponta Grossa, Foz do Iguaçu e Guarapuava, a competência do Juiz de
Direito Substituto será definida por resolução.
CAPÍTULO III
DISTRITOS JUDICIÁRIOS

Art. 224. Distritos são seções territoriais em que se divide a circunscrição judiciária de cada uma
das comarcas.
Parágrafo único. Os Distritos Judiciários agrupam-se em torno de comarcas-sede ou foro central ou
foros regionais, conforme estabelece o anexo III.

TÍTULO IV
COMARCAS, JUÍZOS E SERVIÇOS AUXILIARES
CAPÍTULO I
COMPOSIÇÃO DAS COMARCAS E COMPETÊNCIA DOS JUÍZOS

Art. 225. As comarcas compõem-se de Juízo único ou de duas ou mais varas judiciais, cuja
denominação e competência serão fixadas e alteradas por Resolução do Órgão Especial do Tribunal
de Justiça.

Parágrafo único. Os Juizados Especiais com unidade administrativa própria e cargo de Juiz são
considerados, para fins deste artigo, varas judiciais. (redação do artigo e parágrafo único dada pela
128
Lei nº 17.585 de 04/06/2013 – DOE nº 8970 de 04/06/2013)

Art. 226. REVOGADO (pela Lei nº 17.585 de 04/06/2013 – DOE nº 8970 de 04/06/2013)

Art. 227. As comarcas e varas poderão ser declaradas em regime de exceção, em casos especiais, por
ato do Conselho da Magistratura, ouvido o Corregedor-Geral da Justiça quando este não for o
proponente da medida.

Parágrafo único. Configurada a hipótese de que trata este artigo, o Presidente do Tribunal de Justiça
designará Juiz para exercer, cumulativamente com o titular, a jurisdição na comarca ou na vara,
fixando-lhe a competência, definindo a forma de distribuição dos processos e estabelecendo o limite
temporal da medida em até seis (6) meses prorrogáveis.

CAPÍTULO II
SERVIÇOS AUXILIARES

Art. 228. Os serviços do foro judicial e extrajudicial, nas comarcas, serão executados por
serventuários, funcionários da justiça e agentes delegados com as atribuições previstas para cada um
dos correspondentes ofícios, observadas as disposições deste Código e na forma dos anexos I, IV e VI,
tabelas 1, 2, 3 e 4.
Art. 229. É mantida a atual constituição dos ofícios da justiça, com as alterações, supressões e
acréscimos previstos neste Código.

Art. 230. Nas varas e nos ofícios criados por esta Lei, a constituição das serventias do foro judicial e
dos ofícios do foro extrajudicial obedecerá aos critérios estabelecidos para as demais comarcas de
igual entrância, ressalvadas as peculiaridades de cada caso.

Art. 231. Em cada Juízo único ou vara servirão, no mínimo, dois (2) Oficiais de Justiça.

Art. 232. Os Técnicos de Secretaria e Auxiliares Administrativos da Comarca da Região Metropolitana


de Curitiba serão lotados pelo Presidente do Tribunal de Justiça, enquanto os de idênticos cargos nas
demais comarcas, pelo Juiz Diretor do Fórum, de acordo com a necessidade do serviço.

§ 1º. Os Oficiais de Justiça e Técnicos Judiciários com a mesma atribuição serão lotados junto à
Secretaria da Direção do Fórum das respectivas Comarcas ou Foros.

§ 2º. Aos Oficiais de Justiça e Técnicos Judiciários com a mesma atribuição serão distribuídos
indistinta e equitativamente, mandados para cumprimento. (redação do artigo e parágrafos dados
pela Lei nº 18.571 de 24/09/2015 – DOE nº 9543 de 25/09/2015).

Art. 233. No Foro Central da Comarca da Região Metropolitana de Curitiba, os ofícios distribuidores,
129
contadores e partidores, de 1º a 5º, terão suas atribuições previstas em resolução do Órgão Especial,
observadas as seguintes disposições:

I – o 1º Ofício de Distribuidor, Contador e Partidor terá competência em matéria criminal, do


Tribunal do Júri, da Fazenda Pública, de Falência e de Recuperação Judicial, de Família e de Delitos de
Trânsito, nas notas que se destinem aos Tabelionatos de Notas de 8º a 12º, e como Contador e
Partidor, nos créditos que se destinam aos Tabelionatos de Protestos de Títulos de 1º ao 6º.

II – o 2º Ofício de Distribuidor terá competência em matéria Cível, da Vara da Auditoria da Justiça


Militar, nas notas que se destinem aos Tabelionatos de Notas de 1º a 7º, nos Títulos e Documentos e
Cívil das Pessoas Jurídicas de 1º a 4º.

III – o 3º Ofício de Distribuidor terá competência em matéria da Infância e da Juventude e Adoção


de Adolescentes em conflito com a Lei, de Execução de Penas e Medidas Alternativas e Precatórias
Criminais, nos créditos que se destinem aos Tabelionatos de Protesto de Títulos de 1º a 6º.

IV – o 4º Ofício de Contador e Partidor terá competência em matérias que não se refiram ao 1º


Ofício;
V – o 5º Ofício de Distribuidor terá competência em matéria de Execuções Penais, dos Juizados
Especiais Cíveis e dos Juizados Especiais Criminais, de Registros Públicos e Acidentes do Trabalho e
Precatórias Cíveis, de Inquéritos Policiais, no registro dos atos lavrados nos Serviços Distritais do
Bacacheri, Barreirinha, Boqueirão, Cajuru, Campo Comprido, Portão, Santa Felicidade, Santa Quitéria,
Mercês, Novo Mundo, Pinheirinho, São Casemiro Taboão, Tatuquara, Uberaba e Umbará, e nas notas
que se destinem aos Tabelionatos de Notas de 13º a 16º.

Parágrafo Único. As atribuições dos Ofícios não instalados ou extintos poderão, provisoriamente, ser
redistribuídas, equitativamente, por resolução do Órgão Especial. (redação do artigo e incisos dada
pela Lei nº 18.471 de 14/05/2015 – DOE nº 9452 de 15/05/2015)

Art. 234. No Foro Central da Comarca da Região Metropolitana de Londrina, os 1º e 2º Ofícios


Distribuidores terão suas atribuições previstas em resolução do Órgão Especial, observadas as
seguintes disposições:

I – o 1º Ofício de Distribuidor, Contador, Partidor e Depositário Público terá competência em matéria


Cível, da Infância e da Juventude, nos créditos que se destinem aos Tabelionatos de Protestos de
Títulos de 1º a 3º, e nos títulos que se destinem aos Ofícios de Registro de Títulos e Documentos e
Civil das Pessoas Jurídicas de 1º e 2º.

130
II – o 2º Ofício de Distribuidor, Contador, Partidor e Depositário Público terá competência em
matéria Criminal, de Execuções Penais, de Família, de Registros Públicos e Corregedoria do Foro
Extrajudicial, de Acidentes do Trabalho, dos Juizados Especiais Cíveis e dos Juizados Especiais
Criminais, nas notas que se destinem aos Tabelionatos de Notas de 1º a 7º, no registro dos atos
lavrados no Serviço Distrital de Tamarana, Warta, Guaravera, Irerê, Lerro Ville, Paiquerê, São Luís e
Maravilha.

Parágrafo Único. As atribuições dos Ofícios não instalados ou extintos poderão, provisoriamente, ser
redistribuídas equitativamente, por resolução do Órgão Especial. (redação do artigo e incisos dada
pela Lei nº 18.471 de 14/05/2015 – DOE nº 9452 de 15/05/2015)

CAPÍTULO III
DISTRITOS JUDICIÁRIOS

Art. 235. Em cada Distrito Judiciário, excetuado o da sede da Comarca, haverá um oficial distrital
com as atribuições definidas neste Código.

TÍTULO V
COMARCA DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA
CAPÍTULO ÚNICO
COMPOSIÇÃO, COMPETÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO

Art. 236. A Comarca da Região Metropolitana de Curitiba é composta pelo Município de Curitiba, em
que se situarão o Foro Central e ainda, pelos seguintes Foros Regionais:
I – Foro Regional de Almirante Tamandaré, compreendendo a sede e os Distritos Judiciários de
Tranqueira (Município de Almirante Tamandaré), Campo Magro (Município do mesmo nome);
II – Foro Regional de Araucária, compreendendo o Distrito da sede;
III - Foro Regional de Campo Largo, compreendendo a sede e os Distritos Judiciários de Três
Córregos, Bateias (Município de Campo Largo), Balsa Nova (Município do mesmo nome) e São Luiz do
Purunã (Município de Balsa Nova);
IV - Foro Regional de Bocaiúva do Sul, compreendendo a sede e os Distritos Judiciários de
Adrianópolis e Tunas do Paraná (Municípios do mesmo nome) e Marquês de Abrantes (Município de
Tunas do Paraná), reclassificado em comarca de entrância inicial (redação dada pela Lei nº 16.027 de
19/12/2008 – DOE nº 7875 de 19/12/2008);
V - Foro Regional de Campina Grande do Sul, compreendendo a sede e os Distritos Judiciários de
Paiol de Baixo (Município de Campina Grande do Sul), Quatro Barras (Município do mesmo nome),
Jardim Paulista e Borda do Campo (Município de Quatro Barras);
VI - Foro Regional de Colombo, compreendendo a sede e os Distritos Judiciários de Guaraituba e
Roça Grande (Município de Colombo);
VII - Foro Regional de Fazenda Rio Grande, compreendendo a sede e os Distritos Judiciários de
Mandirituba (Município do mesmo nome), Areia Branca dos Assis (Município de Mandirituba),
131
Agudos do Sul (Município do mesmo nome) e Quintandinha (Município do mesmo nome);
VIII – ...Vetado...
IX - Foro Regional de Pinhais, compreendendo o Distrito da sede;
X - Foro Regional de Piraquara, compreendendo o Distrito da sede;
XI - Foro Regional de Rio Branco do Sul, compreendendo a sede e o Distrito Judiciário de Itaperuçu
(Município do mesmo nome), reclassificado em comarca de entrância intermediária (redação dada
pela Lei nº 16.027 de 19/12/2008 – DOE nº 7875 de 19/12/2008); XII - Foro Regional de São José dos
Pinhais, compreendendo a sede e os Distritos Judiciários de Cachoeira de São José, Campo Largo da
Roseira, Colônia Murici, Borda do Campo de São Sebastião, São Marcos (Município de São José dos
Pinhais), e Tijucas do Sul (Município do mesmo nome).
LIVRO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS

TÍTULO I
DISPOSIÇÕES FINAIS

CAPÍTULO ÚNICO
DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 240. A expedição de certidões não poderá exceder o prazo de vinte e quatro (24) horas, sob
pena de responsabilidade do serventuário, do funcionário da justiça ou do agente delegado,
ressalvado o caso de comprovado acúmulo de serviço, hipótese em que o Presidente do Tribunal de
Justiça, o Corregedor-Geral da Justiça ou Juiz competente, conforme a situação, marcarão prazo de
até quarenta e oito horas (48) horas excedentes para efetivo atendimento (redação do artigo dada
pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 – DOE nº 7109 de 25/11/2005).

Art. 241. Os atos processuais devem ser praticados de ordinário na sede do Juízo, salvo razões de
interesse da Justiça ou de obstáculos argüidos pelas partes e acolhidos pelo Juiz.

Art. 242. A delimitação territorial das delegações será fixada e alterada por lei de iniciativa do Poder
Judiciário.
132

Art. 243. Os Desembargadores que integram a cúpula diretiva do Tribunal de Justiça não participarão
do Tribunal Regional Eleitoral.

Art. 244. Aos oficiais maiores e aos escreventes juramentados ainda remanescentes quando da
entrada em vigor deste Código e com direitos assegurados pelo art. 200 da Resolução nº 01/70,
aplicam-se as disposições previstas no Livro IV, Título XI, Capítulo II.

Art. 245. O Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado do Paraná aplicar-se-á supletivamente,
no que couber, aos servidores do Poder Judiciário e à magistratura, exceto nos procedimentos
disciplinares.

Art. 246. Nas comarcas de entrância inicial, as escrivanias cível e criminal poderão ser anexadas, a
título precário, à medida que qualquer delas venha a vagar, mediante deliberação do Conselho da
Magistratura.

Art. 247. Os cargos de oficial maior e escrevente juramentado serão extintos à medida que vagarem,
ressalvados a seus ocupantes os direitos assegurados nas leis anteriores.

Art. 248. Os serviços do foro extrajudicial precariamente acumulados aos ofícios do foro judicial
serão desacumulados quando da vacância da titularidade destes, por decisão do Conselho da
Magistratura.
Art. 249. Ficam mantidos os efeitos do art. 2º do Decreto Judiciário nº. 320/2000, até a realização de
concurso público e a conseqüente outorga de delegação.

Art. 250. Os serviços do foro extrajudicial precariamente acumulados serão desacumulados quando
da vacância da titularidade, excetuando-se os desmembrados no disposto do art. 262 da presente lei.

Art. 251. Fica criada a Comissão Estadual Judiciária de Adoção (CEJA), vinculada à Corregedoria-Geral
da Justiça, presidida pelo Corregedor-Geral da Justiça, com atribuições e competência fixadas em
resolução do Tribunal de Justiça.

Art. 252. Ficam criados e extintos os cargos de magistrados conforme o contido no anexo IX, tabela 1.

Art. 253. Os cargos do foro judicial ficam criados, extintos e transformados conforme o contido no
anexo IX, tabelas 2, 3, 4, 5, 7 e 8.

Art. 265. A categoria do Juiz não será alterada por efeito de nova classificação dada à comarca,
continuando nela a ter exercício.

§ 1º Em caso de mudança da sede da comarca, ao Juiz é facultado remover-se para a nova sede ou
para comarca de igual entrância ou ainda obter disponibilidade sem prejuízo de seus direitos.
133
§ 2º O Juiz que permanecer na Comarca elevada de entrância poderá, se promovido, nela
continuar, desde que o requeira antes de findo o prazo para assumir o exercício na Comarca para o
qual tenha sido promovido.

§ 3º A disposição acima somente se aplica quando a elevação se der para Comarca de entrância
imediatamente superior.

Art. 266. Havendo desdobramento ou criação de vara ou comarca, o Juiz Titular da vara ou comarca
desdobrada ou da qual saírem as atribuições, terá o direito de optar pela de sua preferência,
respeitados, os seus direitos, nos dez dias seguintes à publicação do ato respectivo e, não o
fazendo, entender-se-á que preferiu aquela de que é titular (redação dada pela Lei nº 17.532 de
09/04/2013 – DOE nº 8933 de 09/04/2013).

Art. 267. Por ato do Presidente do Tribunal de Justiça, mediante proposta do Corregedor-Geral da
Justiça, poderá ser instituída como serviço auxiliar uma central de mandados.

Art. 268. Nas Comarcas das Regiões Metropolitanas de Curitiba, Londrina e Maringá, poderá o
tribunal de Justiça distribuir as varas ou Juízos em Foros Regionais, estabelecendo a respectiva
competência. (redação do artigo dada pela Lei nº 17.210 de 02/07/2012 – DOE nº 8745 de
02/07/2012)
Art. 301. As despesas com a criação de cargos e com a execução do presente Código correrão à
conta das dotações orçamentárias do Poder Judiciário.

Art. 302. A instalação das varas e o preenchimento dos cargos criados por esta Lei, assim como
qualquer alteração que aumente a despesa, ficam condicionados aos limites constantes da Lei
Complementar nº 101, de 5 de maio de 2000 (LRF), e ao interesse da justiça, bem como a
autorização específica do Órgão Especial, por maioria absoluta de seus membros.

Art. 303. Este Código entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em
contrário.

PALÁCIO DO GOVERNO EM CURITIBA, em 30 de dezembro de 2003.


Roberto Requião
Governador do Estado
Aldo José Parzianello
Secretário de Estado da Justiça e da Cidadania Caíto
Quintana
Chefe da Casa Civil

134
3.3 QUESTÕES DE CONCURSOS

Prova do TJ-PR (2011). Juiz de Direito.

1. Considerando o Código de Organização e Divisão Judiciárias do Tribunal de Justiça do


Estado do Paraná, assinale a única alternativa CORRETA:
a) O Conselho da Magistratura, do qual são membros natos o Presidente do Tribunal de
Justiça, o Vice-Presidente e o Corregedor-Geral da Justiça, compõe-se de mais seis (6)
desembargadores eleitos.
b) É vedada a convocação ou a designação de juiz de primeiro grau para exercer cargo ou
função nos tribunais, ressalvada a substituição ocasional de seus integrantes e o auxílio direto
ao Presidente do Tribunal de Justiça, Vice-Presidente e Corregedor-Geral da Justiça, em
matéria administrativa, jurisdicional e correicional, pelo prazo de 2 (dois) anos, vedada a
recondução.
c) Vagando a Presidência do Tribunal de Justiça, o 1º Vice-Presidente a exercerá pelo período
restante, se inferior a seis (6) meses. 135
d) O Presidente do Tribunal de Justiça, ouvido o Conselho da Magistratura, poderá designar
Juízes de Direito de primeiro grau de jurisdição para proferir sentenças em outros Juízos.

2. Considerando o Código de Organização e Divisão Judiciárias do Tribunal de Justiça do


Estado do Paraná, assinale a única alternativa CORRETA:
a) É requisito para a criação de comarca população superior a quinze mil (15.000) habitantes,
com um mínimo de cinco mil (5.000) eleitores.
b) É condição para a criação de vara cível um mínimo de quatrocentos (400) feitos
contenciosos por ano, não computadas as execuções não embargadas.
c) Em cada juízo único ou vara servirão, no mínimo, três (3) oficiais de justiça.
d) Aos auxiliares da justiça do foro judicial é devida a ajuda de custo no valor mínimo de uma
(1) remuneração mensal, para cobrir despesas de transporte, quando tiverem que transferir
residência para outra comarca, em virtude de promoção ou de remoção.
3. Considerando o Código de Organização e Divisão Judiciárias do Tribunal de Justiça do
Estado do Paraná, assinale a única alternativa CORRETA:

a) Os Juízes de Direito Substitutos de Segundo Grau, durante a substituição, terão a mesma


competência dos membros dos Tribunais de Justiça e de Alçada, inclusive em matéria
administrativa, ficando vinculados aos feitos em que tenham lançado visto como relator ou
revisor, e, ainda, se tiverem solicitado vista ou proferido voto, hipótese em que continuarão no
julgamento.
b) Antes de decorrido o biênio do estágio probatório e desde que indicada pelo Corregedor-
Geral da Justiça a aplicação da pena de demissão, o Juiz Substituto e o Juiz de Direito, quando
for o caso, ficarão automaticamente afastados das respectivas funções, com perda do direito à
vitaliciedade, ainda que a aplicação da pena ocorra após o decurso daquele prazo.
c) Em cada distrito das comarcas de entrância inicial e intermediária e em cada circunscrição
do registro civil das comarcas de entrância final, haverá um (1) Juiz de Paz e dois (2) suplentes,
que reúnam, dentre outros requisitos, ter escolaridade correspondente ao segundo grau.
d) A reversão de magistrado, aposentado por invalidez, bem como o aproveitamento daquele 136
em disponibilidade, independe de requerimento do interessado, podendo o Conselho da
Magistratura deixar de acolher o pedido, se assim for do interesse da Justiça.

Prova do TJ-PR (2009). Técnico Judiciário.

4. Segundo o Código de Organização e Divisão Judiciárias do Estado do Paraná, integram o


Sistema dos Juizados Especiais:
a) o Conselho de Supervisão, as Turmas Recursais, os Juizados Especiais Cíveis e os Juizados
Especiais Criminais.
b) o Conselho Tutelar, as Turmas de Apelação, os Juizados Especiais Cíveis e os Juizados
Especiais Criminais.
c) o Conselho de Supervisão, as Turmas de Apelação, os Juizados Especiais Cíveis e os Juizados
Especiais Criminais.
d) o Conselho Pleno, as Turmas de Apelação, os Juizados Especiais Cíveis e os Juizados
Especiais Criminais.
Questão extraída do 39º Simulado Mege

5. Considere os itens abaixo sobre os órgãos do Poder Judiciário:


I – É vedada a convocação ou a designação de Juiz de primeiro grau para exercer cargo ou função no
Tribunal de Justiça, ressalvada a substituição de seus integrantes e o auxílio direto do Presidente do
Tribunal de Justiça, dos Vice-Presidentes, do Corregedor-Geral da Justiça e do Corregedor, em
matéria administrativa, jurisdicional e correicional;
II – O Presidente do Tribunal de Justiça poderá designar Juízes de Direito da Comarca da Região
Metropolitana de Curitiba para atuarem junto aos órgãos superiores do Tribunal de Justiça; e
III – As designações de Juízes de Direito da Comarca da Região Metropolitana de Curitiba para
atuarem junto aos órgãos superiores do Tribunal de Justiça não implicarão vantagem pecuniária aos
Juízes designados, salvo o ressarcimento de despesas de transporte e o pagamento de diárias,
sempre que estes tiverem que se deslocar da sede.
Correto o que consta nos itens:
(A) III, apenas.
(B) II e III, apenas.
(C) I, II e III.
137
(D) II, apenas.

Prova do TJ-PR (2009). Analista Judiciário.

6. Assinale a alternativa incorreta.


a) O Código de Organização e Divisão Judiciárias do Estado do Paraná disciplina a
constituição, a estrutura, as atribuições e a competência do Tribunal de Justiça, de Juízes e
dos Serviços Auxiliares.
b) É vedada a afastabilidade dos princípios que regem o Código de Organização e Divisão
Judiciárias do Estado do Paraná, sob pena de nulidade absoluta, decretável de ofício.
c) É vedado ao Tribunal de Justiça constituir comissões internas, permanentes ou não.
d) O Tribunal de Justiça, órgão máximo do Poder Judiciário estadual, tem jurisdição em todo o
território do Estado.
e) O Tribunal de Justiça funcionará em Tribunal Pleno, Órgão Especial, Conselho da
Magistratura e em órgãos fracionários.
Questão adaptada da Prova do TJ-PR (2009). Analista Judiciário.

7. São princípios que regem o Código de Organização e Divisão Judiciárias do Estado do


Paraná, exceto a:
a) legalidade.
b) generalidade.
c) publicidade.
d) eficiência.

Questão extraída do 39º Simulado Mege

8. Considere os itens abaixo sobre as regras referentes à antiguidade, constantes no Código


de Organização e Divisão Judiciárias do Estado do Paraná:
I – O quadro de antiguidade dos Desembargadores, dos Juízes de Direito e dos Juízes
Substitutos, composto das listas correspondentes a cada categoria de magistrado, será
atualizado anualmente pelo Presidente do Tribunal de Justiça e publicado no Diário de 138
Justiça.
II – O quadro será publicado até o dia quinze (15) de fevereiro seguinte, e os que se
considerarem prejudicados poderão reclamar, no prazo de dez (10) dias, contados da
publicação.
III – A antiguidade será apurada na data do efetivo exercício na entrância, prevalecendo, no
caso de empate, a colocação na imediatamente inferior, e assim por diante, até se fixar a
indicação, considerando-se para esse efeito, sucessivamente, o tempo exercido como Juiz
Substituto e a ordem de classificação no respectivo concurso. Se persistir a igualdade, a
antiguidade será determinada pelo tempo de serviço público prestado ao Estado do Paraná.
Correto o que consta nos itens:
(A) III, apenas.
(B) II e III, apenas.
(C) I, II e III.
(D) II, apenas.
Questões extraídas do 34º Simulado Mege

9. Sobre o funcionamento do Tribunal de Justiça do Paraná, marque a alternativa incorreta:


(A) Vagando a Presidência, o 1º Vice-Presidente a exercerá pelo período restante, se inferior
a um (01) ano.
(B) O Tribunal de Justiça funcionará em Tribunal Pleno, Órgão Especial, Conselho da
Magistratura e em órgãos fracionários, na forma que dispuserem a lei e o Regimento
Interno.
(C) O Presidente, os Vice-Presidentes, o Corregedor-Geral da Justiça e o Corregedor não
integrarão Câmaras ou Grupos de Câmaras;
(D) O Tribunal de Justiça é dirigido pelo Presidente, pelos Vice-Presidentes, Corregedor-Geral
da Justiça e Corregedor .

10. Considere os itens abaixo sobre o Conselho da Magistratura:


I – O Conselho da Magistratura, do qual são membros natos o Presidente do Tribunal de
Justiça, o 1º Vice-Presidente e o Corregedor-Geral da Justiça, compõe-se de mais seis (6) 139
Desembargadores eleitos.
II – A eleição dos membros do Conselho da Magistratura será realizada na mesma sessão em
que for eleito o corpo diretivo do Tribunal de Justiça, com mandato coincidente com o
deste.
III – O Conselho da Magistratura terá suas atribuições estabelecidas no Regimento Interno.
Correto o que consta nos itens:
(A) III, apenas.
(B) II e III, apenas.
(C) I, II e III.
(D) II, apenas.
3.4 GABARITO

1. C
2. B
3. C
4. A
5. C
6. C
7. B
8. C
9. A
10. B

140
141

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