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Kamii
1. A natureza do número.
2. Objetivos para ‘ensinar’ número.
3. Princípios de ensino.
4. Situações escolares que o professor pode usar para ‘ensinar’ número.
Numa breve revisão sobre a prova da conservação, a autora esclarece que as
crianças de quatro anos tendem a acreditar que uma determinada quantidade
de objetos se altera em função da disposição destes numa superfície. Por
exemplo, se uma professora coloca oito pedaços de isopor enfileirados e
entrega outros oito pedaços para a criança enfileirar, a tendência é que a
criança os disponha de forma mais espaçada e que, por causa desse
espaçamento, acredite ter enfileirado mais pedaços de isopor que a professora.
Isso significa que a criança ainda não conserva quantidades, entretanto, não
significa que a professora deve “ensiná-la” a conservar fazendo, por exemplo, a
correspondência um a um.
Sumário
1. 1. A Natureza do Número
2. 2. Objetivos para “ensinar” número
3. 3. Princípios de ensino
4. 4. Situações escolares que o professor pode “utilizar” para ensinar número
5. A autonomia como finalidade da Educação: implicações da Teoria de Piaget
1. A Autonomia Moral
2. A Autonomia Intelectual
6. A Criança e o Número – Resenha
1. A Natureza do Número
Para Piaget, os conhecimentos diferenciam-se, considerando suas fontes
básicas e o modo de estruturação, em três tipos: conhecimento físico, lógico-
matemático e social (convencional). O conhecimento físico e o social são
parcialmente externos ao indivíduo enquanto que a fonte do conhecimento
lógico-matemático é interna.
Segundo Piaget, existem dois tipos de abstração: a empírica (ou simples) que
consiste em focalizar uma certa propriedade do objeto e ignorar as outras; e a
abstração reflexiva que envolve a construção de relações entre os objetos. Por
não ter existência na realidade externa, a abstração reflexiva é uma construção
realizada pela mente. A abstração reflexiva é usada para construir o conceito
de número. Entretanto, esses dois tipos de abstração são interdependentes: “a
criança não poderia construir a relação ‘diferente’ se não pudesse observar
propriedades de diferença entre os objetos” (p.17), por outro lado, para
perceber que um certo peixe é vermelho(abstração empírica), ela necessita
possuir um esquema classificatório para distinguir o vermelho de todas as
outras cores.
Assim, o conceito de número não pode ser “ensinado” às crianças pela via da
apresentação e repetição desse conceito pelo professor. É preciso que as
crianças construam estruturas mentais para abarcar esse conceito e a melhor
forma de fazer isso é estimulando-as a colocar todas as coisas em todos os
tipos de relações.
3. Princípios de ensino
a) A criação de todos os tipos de relações.
o O educador deve encorajar a criança a estar alerta e colocar
todos os tipos de objetos, eventos e ações em todas as espécies
de relações possíveis.
b) A quantificação de objetos.
o I. O educador deve encorajar as crianças a pensarem sobre
número e quantidades de objetos em situações que sejam
significativas para elas, ou seja, as crianças devem pensar sobre
quantidade sempre que sentirem necessidade e
interesse.
o II. O educador deve encorajar a criança a quantificar objetos
logicamente e a comparar conjuntos (em vez de encorajá-las a
contar). O educador pode, por exemplo, pedir a uma criança que
apanhe guardanapos ou copos suficientes para todas as crianças
de uma mesa, em vez de dizer-lhe para apanhar uma quantidade
definida de objetos.
o III. O educador deve encorajar a criança a fazer conjuntos com
objetos móveis. Folhas de exercícios com desenhos não são
apropriadas para ensinar o número elementar, pois pode conduzir
à resposta certa pela maneira errada. O ideal é que a criança
trabalhe com objetos móveis.
c) Interação social com os colegas e os
professores.
o I. O educador deve encorajar a criança a trocar ideias com seus
colegas. Através da troca de ideias e do questionamento entre
colegas, as crianças podem chegar à resposta certa sem a
correção feita pelo professor.
o II. O educador deve imaginar como é que a criança está
pensando e intervir de acordo com o que parece estar sucedendo
em sua cabeça. Mais do que corrigir a resposta dada pela
criança, o professor deve tentar reconstituir o seu raciocínio para
entender a base do “erro”. Por exemplo, se uma criança está
distribuindo xícaras e falta uma, pode ser que ela tenha
esquecido de contar a si própria. Nesse caso, o professor pode
perguntar casualmente: “você contou a si mesmo?”
a) VIDA DIÁRIA
A Autonomia Moral
Todos os seres humanos nascem heterônimos e vão se tornando,
progressivamente, mais autônomos. Entretanto, boa parte das pessoas não
desenvolve a autonomia de forma ideal. A questão é que grande parte dos
adultos reforçam a heteronomia natural das crianças através de recompensas e
castigos, quando deveriam estimular o desenvolvimento da autonomia trocando
pontos de vistas com os pequenos.
A Autonomia Intelectual
A natureza do número;
Objetivos para o ensino do número;
Princípios de ensino;
Situações problemas que o educador pode usar para a aprendizagem do
número.
Apresenta-se uma pequena revisão sobre a conservação de número, onde o
material usado são 20 fichas vermelhas e 20 azuis.
No início do segundo capítulo, a autora comenta sobre Piaget, onde ele declara
que “a finalidade da educação deve ser a de desenvolver a autonomia da
criança, que é indissociavelmente social, moral e intelectual” (p.33). Autonomia
significa agir por leis próprias, na educação tem o objetivo de não opinar sobre
o que não acreditam.
Estudos feitos mostram que alunos do primeiro ano do ensino superior não
estão capacitados para serem críticos; deve-se ressaltar a diferença entre a
construção do número (não é observável, pois existe apenas na cabeça da
criança) e quantificação de objetos (a observação é feita em partes, pois
podemos ver o comportamento da criança, mas não vemos o pensamento que
se desenvolveu mentalmente).