Você está na página 1de 39

Formação de

matemática
Provoc - ação

“O educador hoje instrui, treina, informa, forma, controla, executa, faz


tudo exceto educar.
Que educação é esta: que impede o homem de ser; que limita a
experiência do educando, encerrando-o dentro dos limites da escola e
da sala de aula.”

Martha Guanaes Nogueira


A construção do conceito de número, por exemplo, começa muito antes da entrada na
escola. Desde que em sua casa, nas relações cotidianas, a criança tenha oportunidades de
lidar com situações que envolvam ordenação, seriação, classificação, já estará se iniciando a
construção deste conceito.
Organizar experiências que privilegiem a formação de diferentes conceitos. Através de jogos e
brincadeiras vão se estruturando experiências que levarão à construção dos conceitos de
tempo, espaço, distância, limites, entre outros.
O professor não ensina conceitos aos alunos. Ele os ajuda a construí-los.
NÚMERO: QUALIDADE / QUANTIDADES
As Qualidades dos seres e objetos que nos rodeiam são suas características. Podemos explorá-
las através da:
SEQUÊNCIAS: é o ato de
fazer suceder a cada elemento
CLASSIFICAÇÃO: Classificar “as um outro, sem considerar a
coisas” por meio de jogos e ordem entre eles; portanto, é
brincadeiras... ordenação sem critério
preexistente.

COMPARAÇÃO: identificar
características de semelhanças e
SERIAÇÃO: é o ato de ordenar uma
diferenças.
sequência segundo um critério.
Como comparar seres ou objetos em relação a seus atributos, é concreto e através dessa
atividade podemos classificá-los;

Classificar é um importante ato de significação pelo qual os alunos podem compreender e


organizar o mundo a sua volta.
A ordenação (seriação) permite estabelecer uma organização entre os objetos, não
necessariamente espacial, mas que permita contar todos os elementos de uma coleção
sem que nenhum seja ignorado ou contado mais de uma vez.
SEQUENCIAÇÃO
É o ato de fazer suceder a cada elemento um outro sem considerar a ordem entre eles.
A criança elabora por ABSTRAÇÃO REFLEXIVA dois tipos de relações entre os objetos para
chegar ao número:

• Uma é a ORDEM;
• E a outra é a INCLUSÃO HIERÁRQUICA.

A relação de ordem é construída mentalmente pela criança. Ela ordena os objetos para
garantir que não se esqueça de contar nenhum dos objetos, que não conte objetos
inexistentes e nem conte mais de uma vez determinado objeto. A característica mais
comum em crianças que não ordenam mentalmente os objetos no ato de contar, faz com
que as mesmas esqueçam de contar algum objeto, ou contem mais de uma vez um
determinado objeto.

Chamamos de princípios de contagem


A relação de inclusão hierárquica compreende a inclusão mental do 1 no número 2, do 2
no número 3, etc.

• Se uma criança, ao contar até 10, for capaz de identificar um sequência ordenada e se
compreender a estrutura da inclusão hierárquica, podemos afirmar que esta criança está
em pleno processo de construção do conceito de número, o qual será reconstruído
durante toda a sua vida

NO CONJUNTO ABAIXO, HÁ DEZ (10)


BOLINHAS AZUIS, VEJA
QUANTOS GRUPOS DE TRÊS (3) VOCÊ
CONSEGUE FORMAR A
PARTIR DESSAS BOLAS.
A compreensão de sucessor e antecessor são saberes importantes nas práticas de contagem,
recontagem e sobrecontagem.

recontagem: iniciar no primeiro para encontrar um novo resultado;

sobrecontagem: contar além da quantidade conhecida, percebendo que uma quantidade está
incluída na outra não necessitando contar tudo novamente.

Ao realizar sobrecontagem a criança deve compreender a ordem, a inclusão e a conservação


das quantidades envolvidas.
Construção da capacidade de contar – desenvolvida quando a criança consegue coordenar
diferentes ações sobre os objetos, como conservação da quantidade (cardinalidade) e
conservação da série numérica (ordinalidade).
Ensinar matemática hoje exige do professor não só um
conhecimento profundo dos conteúdos, como também de
procedimentos de ensino mais eficazes para promover a
aprendizagem de seus alunos, procedimentos estes que
não se reduzam somente a quadro, giz e livros.
...procedimentos que podem auxiliar o professor a
conferir sentido aos conhecimentos matemáticos
trabalhados na escola e a tornar suas aulas mais
interessantes é o uso de materiais manipuláveis.
(OSHIMA, p.2, 2018)
(...) de nada adianta o aluno simplesmente manusear um material
didático se este manuseio não lhe propiciar o desenvolvimento de
conceitos matemáticos, o que somente ocorre quando o estudante puder
sintetizar suas ideias, colocá-las no papel, compará-las com a dos
colegas, apresentar e questionar argumentos relativos à validade de
soluções.
(OSHIMA, p.7, 2018,, apud VALENTE, 1991)
Controle de Jogadas

PONTOS PONTOS PONTOS PONTOS TOTAL


AZUIS VERDES VERMELHOS AMARELOS
“É fundamental que a escola, no ciclo de alfabetização,
valorize o uso dos dedos na realização das contagens e
cálculo com pequenas quantidades. Contar nos dedos pode
implicar tanto a descoberta, pela criança, dos 5 dedos em
cada mão, como os dois grupos de cinco formando 10. Mais
que isto, a descoberta das quantidades maiores e menores
que o cinco, quanto falta para cinco, quanto falta para dez.”

(MUNIZ, P. 12,2014)

Brincadeira das dezenas e unidades usando as mãos


Vamos pensar em atividades:

Que envolva a contagem de cinco em


cinco

Que envolva o agrupamento de


diferentes crianças e assim ampliemos
as quantidades

Que outros jogos vocês conhecem que


usam as mãos?
Materiais
manipulativos
Momento de partilha
1. Qual é a maior dificuldade em usar materiais manipulativos?

2. Qual é a frequência desse uso dentro da sala de aula?

3. Que experiências positivas e negativas há no grupo envolvendo o


uso desses materiais?
O jogo
Conceituando

“ O trabalho com jogo, no que se refere ao


aspecto cognitivo, visa a contribuir para que
as crianças possam adquirir conhecimento e
desenvolver suas habilidades e
competências.”
(MACEDO, 2005, p.24)
O jogo faz parte do cotidiano do aluno, por isso, ele se torna um
instrumento motivador no processo de ensino e aprendizagem, além
de possibilitar o desenvolvimento de competências e habilidades. Em
síntese a educação lúdica, entendida como o aprender brincando,
integra na sua essência uma concepção teórica profunda e uma
concepção pratica atuante e concreta. Seus objetivos são as
estimulações das relações cognitivas, afetivas, verbais, psicomotoras,
sociais, a mediação socializadora do conhecimento e a provocação
para uma reação critica e criativa dos alunos.

(MATTOS, 2009, p.56) 


Contextualizando
a
ação do jogo
“ Ao mudar o foco de nosso pensamento daquilo que
‘nós fazemos’ para ‘como as crianças se desenvolvem’,
podemos começar a ver os temas acadêmicos e a
educação partindo do ponto vista de como as crianças
aprendem.”
(KAMII, 2012, p.112)
 O jogo e a brincadeira permitem ao aluno criar, imaginar, fazer de
conta, funciona como laboratório de aprendizagem, permitem ao aluno
experimentar, medir, utilizar, equivocar-se e fundamentalmente
aprender.

(VYGOTSKY e LEONTIEV, 1998, p. 23)


Brincadeira
Em situações de brincadeira, mais precisamente, em atividade com o
uso de jogos, que permite a geração de uma realidade presente em
outros contextos pedagógicos fora da escola, os educadores precisam
compreender os sentidos da mediação pedagógica que o jogo pode
trazer entre as questões epistemológicas e da ludicidade. Isso porque,
as crianças inteligentes como são, costumam produzir e revelar
conhecimento que pode não estar previamente prescrito seja nos
currículos escolares, seja nos livros didáticos, seja nas formações
docentes.

(MUNIZ, P. 38,2014).
https://www.youcubed.org/pt-br/task
s/lobo-mau/
Material: giz, chão e corpo
Na prática
As sequências que envolvem o jogo:
• Uma das linguagens das crianças é a tátil, por isso a manipulação
concreta é importante estar presente;

• Como estão aprendendo a conviver em sociedade, desenvolvendo


senso crítico e social, é importante discutir as regras e combinar com
a turma o andamento do jogo;

• São jogos e atividades que tem como intencionalidade o ensino, por


isso deixar um espaço para que mostrem e discutam como
resolveram faz parte da construção do conhecimento.
Proposta de criação
Partindo de uma história, música ou brincadeira significativa, elaborar
uma sequência didática que contenha pelo menos um conceito
matemático.

• Pense nesse momento de acolhida, de sondagem, de conhecer o que


as crianças já sabem e o que precisam de ajuda;

• Valorize as múltiplas linguagens infantis;


Momento da
troca
REFERÊNCIAS

LORENZATO, S. Educação Infantil e percepção matemática. Campinas, SP: Autores


Associados, 2008, 2. Edição rev. e ampliada.

KAMII, Constance. A criança e o número: implicações da teoria de Piaget para atuação


junto a escolares de 4 a 6 anos. Campinas, São Paulo : Papirus, 1990.

O conceito de número. Disponível em:


<http://proletramentomatematicapocosdecaldas.blogspot.com.br/p/o-conceito-
denumero.html>. Acesso em: 24/jan./2016.

https://mentalidadesmatematicas.org.br/na-pratica/atividades/?serie=3%C2%BA+ano&un=
N%C3%BAmeros

Você também pode gostar