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A CRIANÇA E O NÚMERO

A Criança e o Número

A natureza do número. É estruturada em três tipos: conhecimento físico, lógico-matemático e social


(convencional), o conhecimento físico e o social são parcialmente externos ao indivíduo, já a fonte de
conhecimento lógico-matemático é interna.

O conhecimento físico é aquele adquirido através da observação da criança com objetos da realidade
externa, entretanto a relação entre a propriedades físicas de dois objetos é construída a partir do co-
nhecimento lógico-matemático. A criança tem dois tipos de abstração, a empírica que a criança ob-
serva apenas uma propriedade do objeto e ignora as outras; e a abstração reflexiva que constrói uma
relação entre dois objetos realizada pela mente, e é usada para construir o conceito de número, es-
sas formas de abstração são interdependentes.

Objetivos para ‘ensinar’ número: estimula a autonomia na criança que para Piaget o desenvolvi-
mento da autonomia deve estar no centro de qualquer proposta educativa, o conceito de número não
pode ser ‘ensinado’ para as crianças é preciso que elas construam estruturas mentais para abarcar o
conceito de número.

Princípios de ensino: o educador deve propor vários tipos de relações da criança com o objeto por
exemplo suas quantidades de forma significativa para ela; a criança precisa trabalhar com objetos
móveis, ter uma interação social com os colegas durante as atividades podendo entre eles chegar a
uma resposta sem a intervenção direta do professor.

Situações escolares que o professor pode usar para ‘ensinar’ número: na vida diária quando o
professor pede para a criança distribuir material para os colegas; na hora do lanche distribuir bola-
chas entre eles em partes iguais; registrar o número de crianças presente e ausentes; na hora da ar-
rumação o professor pede que cada aluno guarde apenas quatro objetos. O professor pode promover
uma votação que é importante não só para comparar quantidade, mas também para trazer autonomia
para a vida da criança, entre outras situações de ensinar números, estão os jogos em grupos, jogos
de esconder, corridas e brincadeiras de pegar etc.

Todos seres humanos nascem heterônimos, ou seja, governados por outra pessoa e aos poucos vai
se transformando em uma pessoa autônoma e é essa a finalidade da educação.

A Construção do Conhecimento Físico e a do Conhecimento Lógico-matemático: a Abstração


Reflexiva e Empírica

A abstração empírica ou simples seria a abstração das propriedades a partir dos objetos. Ex.: A cri-
ança abstrai a cor de um objeto e ignora as outras propriedades.

Quando as relações não têm existência na realidade externa, e envolve a construção de relações en-
tre os objetos é abstração reflexiva, a expressão abstração construtiva poderia ser mais fácil de en-
tender do que abstração reflexiva, pois é construída pela mente.

No âmbito da realidade psicológica da criança não é possível que um tipo de abstração exista sem o
outro. Sendo assim, um sistema de referência lógico-matemático construído pela abstração reflexiva
é necessário para a abstração empírica. Durante os estágios, sensório-motor e pré-operacional, a
abstração reflexiva não pode acontecer independentemente da empírica, entretanto mais tarde ela
poderá acontecer. Os números são aprendidos pela abstração reflexiva, através da construção de re-
lações realizadas pela criança.

O Conhecimento Lógico-Matemático e Social (Convencional)

As pessoas falham ao acreditar que os conceitos numéricos devem ser ensinados através da trans-
missão social, isto demonstra que não fazem a distinção entre, o conhecimento social e o lógico-ma-
temático, cuja base fundamental do conhecimento é a própria criança.

O conhecimento físico como o social é um conhecimento de conteúdo e requer uma estrutura lógico-
matemático para sua assimilação e organização. A origem fundamental do conhecimento social são
as convenções construídas pelas pessoas. Enquanto no conhecimento lógico-matemático a base fun-
damental é a própria criança.

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A Implicação da Tarefa de Conservação para os Educadores

Para os educadores, a tarefa de conservação repousa principalmente na epistemologia que formula


indagações como: "Qual é a natureza do número? De que modo as pessoas chegaram a conhecer o
número?” Piaget inventou a tarefa de conservação para responder a esses tipos de pergunta e pro-
vou através dela que os conceitos numéricos não são adquiridos através da linguagem. Ele e seus
colaboradores demonstraram que o número é alguma coisa que cada ser humano constrói através da
criação e coordenação de relações.

A tarefa da conservação também pode ser usada para responder a perguntas psicológicas referentes
ao ponto em que se encontram cada criança na seqüência de desenvolvimento.

A Representação dos Conceitos de Número

Os símbolos diferem dos signos no sentido de que os símbolos mantêm uma semelhança figurativa
com os objetos representados e são criados pela criança.

A representação com signos está em segundo plano ao contrário da super-enfatização na educação


inicial. Concluindo, ela diz que o objetivo para "ensinar" o número é o da construção que a criança faz
da estrutura mental de número. A tarefa do professor é a de encorajar o pensamento espontâneo da
criança, pois a maioria deles foi treinada para obter das crianças a produção de respostas “certas".

Princípios de Ensino

"Ensinar" é uma forma abreviada que se refere ao ensino "indireto", pois o meio ambiente pode pro-
porcionar muitas coisas, que indiretamente facilitam o desenvolvimento do conhecimento lógico-mate-
mático. Neste capítulo seis princípios de ensino são apresentados sob três títulos, com diferentes
perspectivas.

1-A criação de todos os tipos de relações. Encorajar a criança a estar alerta e colocar todos os tipos
de objetivos, eventos e ações em todas as espécies de relações. Uma criança que pensa ativamente
na vida diária pensa sobre muitas coisas simultaneamente.

2- A quantificação de objetos.

a) encorajar a criança a pensar sobre número e quantidades de objetos que sejam significativos, para
elas. Se a autonomia é a finalidade da educação, a criança deve ser mentalmente ativa para construir
o número e encorajada a agir de acordo com sua escolha e convicção ao invés de agir com obediên-
cia ou submissão.

b) encorajar a criança a quantificar objetos logicamente e a comparar conjuntos em vez de encorajá-


las a contar. Piaget ilustra a importância de deixar a criança escolher o melhor caminho para ela.

c) encorajar a criança a fazer conjuntos com objetos móveis.

3- Interações Social com os Colegas e Professores

a) encorajar a criança a trocar ideias com seus colegas. Um princípio fundamental no âmbito lógico-
matemático é o de encorajar a troca de ideias entre as crianças.

b) Imaginar como é que a criança está pensando e intervir de acordo com o que parece que está
acontecendo em sua cabeça.

Se as crianças cometem erros é porque, geralmente estão usando sua inteligência a seu modo, se
todo erro é um reflexo do pensamento da criança, a tarefa do professor seria corrigir o raciocínio, cri-
ando um ambiente que encoraje a autonomia e o pensamento.

Situações Escolares Que o Professor Pode Usar Para "Ensinar" Número

As situações que conduzem à quantificação de objetos são apresentadas sob dois títulos: vida diária
e jogos em grupo.

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Vida diária: o professor na organização das atividades pode gerar situações nas quais a quantifica-
ção acontece de maneira natural e significativa. Por ex.: a distribuição de materiais; a divisão de obje-
tos, a coleta de coisas, manutenção de quadros e registros, arrumação da sala de aula, votação.

Jogos em grupo; Vemos que muitos jogos em grupo proporcionam um contexto excelente para o
pensamento em geral e para a comparação de quantidades. A autora cita exemplos de jogos com al-
vos, jogos de esconder, corridas e jogos de pegar, adivinhação, jogos de tabuleiro e baralho. Os jo-
gos em grupos apresentam muitas oportunidades de trabalhar outras relações.

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