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EXPRESSOES ARTISTICAS NO ENSINO PRE ESCOLAR

Expressões Artísticas no Ensino Pré escolar

Entender o pensamento como complexo, integrado, dinâmico e aberto é o desafio que é proposto nas
sociedades atuais. Como tal, deve-se, desde muito cedo, estimular a descoberta das possibilidades
dos vários sentidos, a capacidade de intervir, o uso da liberdade e da análise crítica. Pretende-se,
cada vez mais, apelar à diversidade e à criatividade individual, por isso, considero que a qualidade e
diversidade das atividades propostas nas diferentes idades das crianças que frequentam o ensino
pré-primário e básico são elementos fundamentais para esse desenvolvimento. A Arte surge, assim,
como essencial para uma educação integral e para a construção de indivíduos desafiadores da pro-
cura, da crítica, do conhecimento partilhado, da intervenção social e da autonomia, num contexto rico,
diversificado e desafiador que é o nosso mundo atual.

Como é referido por muitos autores, a educação pela Arte e com a Arte origina um crescimento e en-
riquecimento pessoal e coletivo a todos aqueles que com ela se envolvam. Por isso, todos os agentes
educativos devem assegurar caminhos que reforcem a importância das expressões artísticas no pro-
cesso educativo, onde o desenvolvimento global da criança é encorajado.

As crianças que frequentam o jardim de infância e o ensino básico, devem ter a possibilidade de ace-
der e participar na realização de atividades desafiadoras, que promovam o diálogo estético através de
projetos que as envolvam na própria arte, com atividades criativas e impulsionadoras da reflexão crí-
tica.

É importante que as práticas educativas no ensino, nomeadamente nos graus em que estamos dire-
tamente envolvidos, pré-escolar e básico, se orientem para uma educação onde sobressaia a criação
de espaços, tempos e desafios educativos com e através da Arte, onde a criança possa desenvolver
o seu potencial em toda a sua dimensão.

Arriscando-nos a reduzir a realidade, sentimos que frequentemente não existe por parte dos docentes
destes graus de ensino, uma cultura de intencionalidade e de reflexão sobre a operacionalização de
atividades ou projetos no domínio das expressões artísticas, quer por falta de preparação, quer por
falta de adequação de estratégias às novas realidades emergentes.

Por isso, sentimos a necessidade da realização desta Ação de Formação onde as expressões fossem
trabalhadas/experienciadas inicialmente por nós, de forma a fornecer elementos inovadores que alar-
gassem o nosso conhecimento neste domínio e nos dessem pistas para uma reflexão sobre a nossa
atuação direta com os alunos.

A criança tem múltiplas linguagens naturais, ou modos de expressão, incluindo palavras, movimento,
desenhos, pinturas, montagens, esculturas, teatro de sombras, colagens, dramatizações, música, en-
tre outras, e necessariamente, temos de possibilitar e estimular a exploração de relações com estas
diversas formas de expressão.

Diversos autores, entre eles Vigotsky, confirmam o valor dos domínios expressivos/artísticos no de-
senvolvimento das capacidades cognitivas e sociais, e afirmam que desde muito cedo se devem pro-
mover práticas pedagógicas com enfoque nas expressões artísticas, onde as várias linguagens ex-
pressivas sejam desenvolvidas.

É importante oferecer às crianças todas as ocasiões possíveis de descoberta, experimentação e cria-


ção nos domínios artístico e cultural, considerando-as como motores do seu desenvolvimento.

A Lei - Quadro da Educação Pré-escolar (Lei no 5/97, de 10 de fevereiro) refere que um dos objetivos
da educação pré-escolar é desenvolver a expressão e a comunicação através de linguagens múlti-
plas como meios de relação, de informação, de sensibilização estética e de compreensão com o
mundo.

Igualmente, as Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar (ME, 1997) menciona, que na
área da expressão e comunicação, onde se engloba o domínio das expressões, se devem intenciona-
lizar ações que permitam fornecer suportes para a ampliação da imaginação criadora como procura e
descoberta de soluções e exploração de novos mundos.

Mais recentemente, as Metas de Aprendizagem emanadas pelo Ministério da Educação vêm reforçar

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a estruturação e sistematização da prática educativa no domínio das expressões artísticas, de forma


a originar uma intencionalidade que promova a aprendizagem e desenvolvimento das crianças neste
domínio.

Dentro destas tão claras alusões à necessidade de se desenvolverem atividades no domínio das ex-
pressões artísticas com crianças em idade pré-escolar, mas com a intenção de aferirmos se proporci-
onamos situações diversificadas, participadas, envolventes e relevantes, partimos para esta ação de
formação, para enriquecimento das nossas práticas diárias com as crianças de forma a que estas se
tornem num instrumento de aprofundamento de competências, de inovação e sensibilização para
uma educação com e pela arte, ou como foi declarado pela UNESCO, uma educação artística.

As Expressões Artísticas na Educação Pré-Escolar

A arte, na educação pré-escolar, passa pela alusão às várias expressões artísticas que têm lugar no
currículo da educação pré-escolar. A Educação de Infância é uma preocupação e motivo de investi-
gação em todo o mundo.

A integração das teorias da psicologia, da sociologia e as correntes pedagógicas fornecem-nos infor-


mações sobre o modo como as crianças agem, pensam, aprendem, como comunicam e se expres-
sam, e o modo como devem ser criadas as condições necessárias para essas manifestações.

Um largo número de investigadores defende que as práticas educativas na educação pré-escolar de-
vem orientar-se para a criação de espaços/tempos de desafios educativos, onde a criança possa de-
senvolver o seu potencial em toda a sua dimensão, porque os anos que antecedem as aprendizagens
formais são cruciais para todo o desenvolvimento posterior, particularmente, para o desenvolvimento
cognitivo e da criatividade da criança. Com a publicação das Orientações Curriculares para a Educa-
ção Pré-Escolar [OCEPE] preconizam-se oportunidades educativas desafiadoras, relacionadas com
as chamadas áreas de expressões artísticas, de modo a se estabelecerem boas práticas pedagógi-
cas. Importa, pois, que nesta etapa, se forneçam suportes que permitam desenvolver a imaginação
criadora como procura e descoberta de soluções e explorações de diferentes “mundos” (ME, 1997, p.
56).

Para se efetivarem estas práticas, o contributo das várias teorias indica-nos que as expressões artísti-
cas, que vão desde a expressão dramática, passando pela plástica e musical, devem estar associa-
das ao jogo, ao brincar, ao lúdico, para que se estimule a construção do conhecimento, essencial ao
desenvolvimento das crianças. Para as crianças, o jogo é a realização, é um assunto sério, é um
exercício físico e psíquico interligado com o movimento e o divertimento, que são a essência da sua
vida. Elas necessitam de representar as suas experiências, sentimentos e ideias, e o jogo ocupa um
papel muito importante nesta sua necessidade.

Para além do jogo expressar o modo como as crianças veem o mundo e o que este lhes provoca, Vi-
gotsky afirma que é a partir dele que partem todos os aspetos ligados à atividade criadora nas crian-
ças. Ao existir um paralelismo entre criatividade e arte nas crianças, devem ser-lhes dados estímulos
para que haja criação artística, com o jogo a representar o tronco comum de todas as atividades artís-
ticas. No entanto, o jogo deve ser conduzido corretamente, com objetivos, para que a sua função não
se limite ao brincar na aprendizagem, mas sim, aprender através do brincar.

Para que o jogo, integrado nas diversas linguagens artísticas aconteça, deve-se criar um ambiente
propício. Este ambiente deve proporcionar a expressão criativa e, também, a fruição. A intencionali-
dade e consciência pedagógica que o educador deve possuir quando promove uma educação onde
as diversas linguagens artísticas se revelem, potenciam o desenvolvimento pessoal da criança, a in-
tegração de saberes numa visão mais lata, a educação para a cidadania, permanente e fazedora de
cultura.

Dessa forma, o contributo das expressões artísticas impõe-se enquanto espaço de representação do
que se sente, do que se sabe, do já vivido, do que se deseja ou teme, o que permite também poten-
ciar o autoconhecimento e a autoconfiança da criança. Todas as áreas de expressão artística privile-
giam a expressão e comunicação criativa, porque a criança é por natureza criadora. Gosta de inven-
tar e tudo deve ser posto em ação para favorecer as suas possibilidades de criação.

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A expressão dramática é uma das atividades que corresponde à criação artística na criança. As vi-
vências e a ação são os fatores que fazem com que esta expressão seja tanto do seu gosto por ter
origem na utilização livre de cinco elementos: corpo, voz, objectos, espaço e linguagem. O jogo e o
brincar da criança estão intimamente ligados ao faz-de-conta, ao jogo simbólico e ao jogo de papéis,
à sua exploração induzida pela dinâmica da espontaneidade e da improvisação. Assim, a expressão
dramática deve ser encarada como uma atividade lúdico-expressiva, tornando-se num elemento que
não só desenvolve as competências próprias de cada criança: de perceção, expressão e comunica-
ção, como também promove a construção de novas ideias e posições pessoais sobre o mundo.

A educação artística desenvolve-se maioritariamente através de 3 grandes áreas:

— Expressão Corporal

— Expressão Musical

— Expressão Plástica

Expressão Corporal

Desde a sua chegada ao mundo a criança descobre o corpo e as suas possibilidades de ação e ex-
ploração.

As primeiras experiências do movimento são muito simples e baseadas no prazer de repetir. São no
entanto feitas como um jogo. O prazer que a criança sente em subir e descer, em saltar e correr, dura
o tempo que os seus jogos sensoriais lho permitem para a evolução do desenvolvimento de novas
habilidades motoras.

Nos primeiros tempos a criança prefere experimentar o movimento por ele mesmo, pelas impressões
que este lhe oferece. A necessidade de imitar os gestos, as atividades e o desempenho do seu papel
parece combinar melhor com o jogo dramático e a expressão plástica. No entanto, sempre que hou-
ver possibilidades de reunir o jogo dramático com a dança, é importante fazê-lo e importante encora-
jar.

É essa a ocasião da educadora ajudar a observar os movimentos ou as ações do personagem e ini-


ciar a criança a modificá-los a ampliá-los progressivamente, diminuindo-os ou acelerando-os.

Experimentar e reconhecer o salto, identificar a parte do corpo que mexe, controlar as paragens, re-
produzir um ritmo em movimentos, explorar a amplitude destes últimos, perceber a sensação de girar,
de cair, são maneiras da criança se preparar progressivamente para uma expressão corporal estrutu-
rada. O trabalho que se segue foi realizado pelas Educadoras Ana Pinto e Lurdes Silva com os dois
grupos do Jardim de Infância. Foi a aplicação prática do exercício/jogo "Atravessar a Lama", realizado
durante a Ação de Formação. A minha colaboração neste trabalho foi apenas fazer o registo multimé-
dia.

A Dança
As crianças gostam de movimentar o seu corpo. Com ou sem música, a dança é uma das formas de
expressão que provoca momentos de grande prazer. O potencial desta atividade no sentido de am-
pliar a experimentação e as capacidades práxicas e cinéticas do corpo das crianças deverá ser explo-
rado.

Com a possibilidade de a criança jogar com o corpo, com o espaço e com o movimento, a dança
torna-se numa ferramenta educacional muito relevante, porque responde às suas necessidades lú-
dico-expressivas.

Por outro lado, ela promove também a criação, ao possibilitar produções de movimentos veiculados
pelo corpo.

O movimento, o jogo, a expressão e a criação são as principais necessidades da criança. Por isso, a
dança deve surgir na educação como uma atividade que dê resposta a estas necessidades. Assim, a

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atuação da educadora de infância no campo da dança deve ser pautada por estímulos atrativos e cri-
ativos, com o propósito de levar as crianças a desenvolverem a sua expressividade, criatividade, ca-
pacidade de análise e crítica, numa dimensão estética.

A nível do ensino básico, criámos um grupo de dança no qual que participam os alunos que assim o
desejam e que ensaiam durante os intervalos de forma autônoma. A coreografia que se segue foi
concebida e realizada pelo grupo tendo sido enviada para um concurso promovido pelo Projeto Eco-
escolas. EXPRESSÃO PLÁSTICA

“Quando a criança pinta, o mundo encolhe-se ás dimensões de uma folha de papel(…) a folha trans-
borda os seus limites e torna-se o Mundo”
Arno Stern

Pedagogos e peritos em educação defendem que a expressão criadora é própria da infância. A Ex-
pressão Plástica é um dos meios que a criança encontra de exteriorizar e comunicar, de forma parti-
cular, o modo como observa o mundo que a rodeia, manipulando a matéria, de forma criativa. É uma
necessidade que a criança sente, de compartilhar com os outros, o seu estado emocional e apre-
senta-se como um meio de aquisição permanente de noções da realidade onde se insere.

A expressão criadora plástica implica para além do saber fazer, um saber ser, saber pensar, um sa-
ber agir, dominando, criativa e imaginativamente, os objetos plásticos de forma livre. A necessidade
natural que a criança tem de exprimir e de comunicar sensações corporais, sentimentos de alegria,
tristeza e serenidade, desejos, ideias, curiosidade e experiências, um conjunto de factos emotivos,
implica que a educadora, como orientador, a ajude a exprimir-se pela pintura, pelo desenho, pelos
trabalhos manuais ou por qualquer outra expressão.

O trabalho das artes com as crianças, é muito importante na medida em que a criança de uma forma
mais direta se pode refletir, desenvolver e reconhecer. A primeira forma de manifestação é o desenho
e pressupõe uma divisão em dois grupos: a expressão através de movimento específico onde se en-
quadra (a fala, a escrita, o desenho, a pintura, a modelagem e a construção) e a expressão através
do movimento global, designada por expressão cinética e que inclui a dança, o drama e a música (rit-
mos, canções, etc.)

Em simultâneo com o desenho e com a pintura, a criança pode modelar, rasgar, recortar e colar, com
diversos materiais. Também, através da modelagem, a criança exercita os seus próprios dedos e de-
senvolve o seu sentido do volume e do espaço. A percepção táctil dos materiais, (areia, barro, argila,
plasticina, tecidos, lixa, cartão, papel) permite à criança descobrir através do uso das mãos, (apalpar,
tocar, agarrar, modelar) a forma e a textura. A utilização de diferentes matérias e materiais é, acima
de tudo, um “estímulo para a criança”. As crianças começam assim a descobrir diferentes aplicações
para os materiais.

Através destas técnicas que conferem uma maior coordenação psicomotora, que consiste em que a
criança faça com as mãos o que a mente concebe e imagina, permite-lhe ainda, adquirir uma percep-
ção visual mais nítida das formas e imagens. Quantas mais matérias e formas de expressão a criança
conheça, mais perfeita é a sua técnica, melhor pode organizar o espaço, as linhas, as formas e as co-
res e, de forma mais inteligível, se expressa para os outros, enriquecendo assim o valor de comunica-
ção da expressão gráfica e a criatividade. Tendo como base os exercícios que fizemos sobre ima-
gem/palavra/desenho, realizei com quatro alunos do 2º ano um trabalho com base numa visita de es-
tudo ao planetário do Porto. Estes alunos usufruem de 3 horas de apoio educativo semanal comigo.
Iniciei a atividade com um exercício de relaxamento ao que se seguiu uma conversa sobre a visita
efetuada.

Expressão Musical

Já Platão defendia que “a música é um instrumento educacional mais potente do que qualquer outro”
e atualmente, são amplamente reconhecidos os benefícios da expressão e educação musical no de-
senvolvimento integral dos nossos alunos. A música deve ser considerada uma verdadeira "lingua-
gem de expressão”, parte integrante da formação global da criança por desempenhar um papel im-
portante na educação, contribuindo para o desenvolvimento psicomotor, sócio afetivo, cognitivo, cria-
tivo, linguístico, sendo um elemento facilitador do processo de aprendizagem e gosto artístico. É im-
portante criar momentos em que a criança possa descobrir processos, pesquisar sons, combinações

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rítmicas, melódicas e até harmonicas. Estas atividades constituem para a criança um grande prazer e
satisfação. Ela poderá manipular livremente sons que produzirá através das suas próprias experiên-
cias, organizando-os, no início, de acordo com regras estipuladas por ela mesma. Esse momento é
de fundamental importância, porque a criança estará bastante recetiva e desinibida para se envolver
num "fazer musical", desbloqueada de preconceitos como os de que não sabe cantar ou não tem
ritmo.

Assegurar à criança a compreensão de que ela canta porque identifica sons, que bate o ritmo na pul-
sação porque incorporou essa pulsação é proporcionar-lhe confiança na sua própria capacidade de
expressar-se, o que, indubitavelmente, a beneficiará e a estimulará a novas experiências. Os elemen-
tos que despoletam e geram todo o processo de conquista dos meios expressivos são construídos,
passo a passo, numa caminhada gradativa, profunda e ampla, através da vivencia e experiencia. Pi-
aget, refere que é a partir dos cinco anos, aproximadamente, que se constitui a inteligência operató-
ria.

Nessa fase a criança adquire os conceitos permanentes de espaço, tempo, classes, combinações.
Esses conceitos amplos são a matéria-prima do conhecimento geral. Tais conceitos gerais da inteli-
gência em desenvolvimento evoluem sempre, quer a criança frequente ou não a escola, pois não de-
pendem de ensinamento específico. Mesmo que o desenvolvimento da inteligência aconteça de ma-
neira espontânea, independentemente da classe social em que a criança esteja inserida, o meio onde
está inserida pode auxiliar ou retardar esse desenvolvimento.

Devem ser proporcionadas à criança o máximo de possibilidades para que ela desenvolva a sua curi-
osidade espontanea. A criança recebe informações válidas a respeito dos objetos e acontecimentos,
sempre que age sobre eles, tocando-os, olhando-os, ouvindo-os e "pensando" a seu respeito. Deve-
se permitir que ela assimile essas ações e nesse processo desenvolva o conhecimento. Os símbolos
falados ou escritos não podem substituir as ações da criança na construção do conhecimento. A fonte
de todo o significado está nos próprios objetos e nas ações da criança sobre eles, e não nos símbo-
los.

O desenvolvimento cognitivo não ocorre simplesmente porque se diz à criança como ela deve falar,
brincar, escrever, tocar. Ele surge da atividade da criança, de sua interação com o objeto de conheci-
mento. É impossível uma criança do Pré-escolar ou ensino básico aperceber-se do som de um instru-
mento musical com o qual se relacionou apenas através de uma imagem visual, por exemplo. Dificil-
mente ela entoará melodias se não ouvir música, se não interagir rítmica e melodicamente com as
canções, se não tiver referenciais musicais que a estimulem na prática musical.

Em contexto escolar, a música é um valioso instrumento de ajuda na aprendizagem uma vez que faci-
lita a assimilação dos conteúdos académicos, descontrai, desenvolve o sentido de ritmo, melhora a
interação e a confiança do aluno em si mesmo e amplia as suas experiências sensoriais, afetivas e
intelectuais. Assim, a música é verdadeiramente uma atividade de síntese porque através do corpo,
da voz e da utilização de diferentes instrumentos musicais os alunos podem, de uma forma integrada,
harmoniosa e criativa, desenvolver as suas capacidades expressivas e criativas, o que se pode tradu-
zir em momentos de profunda riqueza, de bem-estar e de alegria para todos.

Active Listening

Exercício de ouvir o silêncio e/ou os sons do meio ambiente. Fiz este exercício com os meus 4 alunos
do 2º ano por considerar que seria especialmente indicado para dois deles. Estes alunos são crianças
com características muito especiais, por isso estão no apoio educativo 3 horas por semana, divididas
por 2 dias. Ouvir com atenção é uma das mais importantes habilidades que podemos desenvolver. A
forma como ouvimos, tem um impacto importante sobre a eficácia de trabalho e na qualidade dos re-
lacionamentos com os outros.

— Ouvimos para obter informação;


— Ouvimos para compreender;
— Ouvimos por prazer;
— Ouvimos para aprender;

Os alunos com quem fiz este jogo são crianças com uma capacidade de atenção/concentração muito
reduzida. Um deles é hiperativo, na sala não consegue estar quieto e calado, não trabalha ao mesmo

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ritmo dos colegas de turma porque não quer. É o “terror” da escola, só faz asneiras no recreio e gosta
de provocar os adultos. O seu comportamento no tempo de apoio educativo comigo é bastante bom
porque conseguimos estabelecer uma relação de amizade baseada no respeito. Durante 20 minutos
eu consigo trabalhar matemática ou língua portuguesa, findo esse tempo, a capacidade de trabalho,
acabou.

É uma criança com uma baixa autoestima que fica muito espantado quando eu lhe digo que ele é in-
teligente e que não é “chato”, como ele se intitula. A outra aluna é o exemplo da menina bem-compor-
tada, mas que por falta de estímulos em pequena (sempre viveu com a avó) apresenta muitas dificul-
dades de aprendizagem, insegurança e baixa autoestima. Os alunos deitaram-se confortavelmente
no chão e pedi-lhes para durante um minuto estarem com os olhos fechados e atentos aos sons que
os rodeavam.

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