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O potencial pedagógico da arte tem sido muito discutido, porém sem o

aprofundamento de uma reflexão apurada sobre esta questão e sem a


incorporação do discurso sobre uma aprendizagem significativa na prática
docente, destinando a arte a um lugar voltado simplesmente para as ações e
eventos culturais. O diálogo entre o ensino e a arte ainda é pouco discutido no
campo da formação de artistas que tendem a descartar um valor pedagógico à
atividade estética, referindo-se à possibilidade de a arte estar associada a um
reducionismo didático e visto como um contexto de menor valor e de baixo
investimentos para os profissionais que nele atuam. Em comparação as outras
áreas de conhecimento do currículo formal, como a matemática e a língua
portuguesa, a arte ainda é concebida como uma atividade de menor importância
quando comparada no campo educacional. Quanto a hierarquização das
disciplinas presente nos currículos escolares, Silva (2005) a reflete como um
processo social, ideológico e mercadológico, onde as disciplinas seguem uma
valorização segundo as concepções e tradições de uma coletividade
estratificada em seus aspectos econômicos e sociais. Nessa perspectiva, o
ensino da arte é subjugado a patamares inferiores de importância no cotidiano
escolar.

A escola tem um papel importante na formação do cidadão; tem o poder de


potencializar as habilidades dos educandos, o que pode influenciar nas decisões
que eles têm que tomar durante sua vida. A aprendizagem é um processo
interativo no qual interagem alunos, professores, comunidade educativa e o
conhecimento. Com essa responsabilidade, o docente também tem que ter uma
formação adequada para aplicar as atividades de acordo com as necessidades
e potencialidades do aluno (QUEIROZ; CARVALHO, 2016; FREITAS, 2017). Ao
analisarmos a questão da educação infantil e anos iniciais do fundamental, uma
fase em que as crianças ainda estão descobrindo o mundo, assim é preciso que
a ludicidade e o brincar estejam presentes em todos os ensinamentos escolares,
já que o recurso para diversificar o torna ainda mais prazerosa a aprendizagem.
Estas aulas devem partir da soma da ludicidade com a instigação do interesse
do aluno pelo conteúdo apresentado. É a união destes fatores que podem gerar
no aluno a vontade pela prática, fazendo com que formule argumentos e
questionamentos. Trata-se em instigar a curiosidade dos alunos para motivar a
capacidade criadora. Pensando na interdisciplinaridade da arte, é essencial para
a construção do saber, do conhecimento e do aprendizado dentro do ensino,
como fator positivo de ações pedagógicas que levem o aluno a crescer e se
desenvolver dia a dia, e, se trabalhado em conjunto com todas as outras
disciplinas, é uma aliada forte e eficaz capaz de produzir resultados mais que
positivos.

A junção das disciplinas em uma única atividade, é uma forma de trabalho


interdisciplinar, modelo que pode ser seguido em escolas. É preciso modificar
isso e proporcionar conteúdos que contribuam de forma significativa com a
formação dos alunos, especialmente no âmbito humano e educacional (CANDA;
BATISTA, 2009).

Nesta linha, a elaboração dessas atividades deve ser realizada constantemente,


por meio da aplicação de atividades que solicitam a interpretação de imagens,
ou seja, ao observar uma figura o aluno consegue formar a sua imaginação e
consequentemente a criatividade, aspectos que ajudam no desenvolvimento de
seus conceitos individuais. o professor deve agir como mediador, estimulando o
diálogo e práticas artísticas como expressividade e fruição dos pensamentos, a
fim de que o aluno chegue a um senso de conhecimento e aprendizado. As ideias
devem ser colocadas e a partir disso, deixar o educando exprimir o que sente e
consequentemente causar uma movimentação na mente, considerando a
possibilidade de participação e as particularidades de cada indivíduo. levando
em conta os quatro segmentos da arte, já citados anteriormente (Artes Visuais,
Dança, Música e Teatro), considerando que todos são de grande importância e
que com suas peculiaridades conseguem promover a expressão e a autonomia
dos alunos. Sendo que quanto mais elementos culturais da arte estiverem
presentes nas aulas melhor para os estudantes (REILY, 2010). Duarte e
Vasconcelos (2011) indicam que a aplicação de atividades relativas à arte é
fundamental e ainda auxilia no processo de inclusão dos alunos no ambiente
educacional, para isso é necessário elaborar aulas que contribuam com a
formação, o que pode ser feito com o uso de todas as disciplinas. A elaboração
de uma aula de qualidade requer planejamento de tudo que vai ser realizado no
tempo estabelecido, por isso é preciso pensar em cada detalhe para que a
atividade proposta possa realmente contribuir com a formação dos alunos

Conclusão

A arte foi reconhecida sobre a Lei de Diretrizes e Bases, como disciplina, tendo
seu ensino se tornado obrigatório na educação: parágrafo 2º do artigo 26 e
também é assegurado em todas as suas dimensões pelo ECA, art. 4º (Estatuto
da Criança e do adolescente) diz que: art. 4º. Desta forma, a arte e ludicidade
deve ser trabalhada de forma interdisciplinar na escola proporcionando
entrosamento entre todas as áreas e assim, ser usada como aliada à educação,
criando momentos agradáveis, ajudando na socialização, concentração e
direcionada como apoio às ações pedagógicas desenvolvidas que pode ser
estimulada por meio dos jogos e brincadeiras, a qual é determinante para que a
criança desenvolva sua personalidade. Trabalhar com arte significa favorecer a
ampliação de um horizonte de perspectivas de olhar o mundo, seja este físico,
social ou ficcional. Em consonância com estes estudos, Luckesi (2000) afirma
que as atividades prazerosas e a arte aguçam o sentir, o pensar e o agir de modo
integrado. No momento em que o sujeito cria uma imagem ou participa de um
jogo teatral ou da construção de partituras corporais, ele está harmonicamente
sentindo e captando as possibilidades disponíveis para a criação, reativando
saberes já sedimentados e dando forma ao seu pensamento através de diversas
linguagens: plástica, musical, literária, cênica ou corporal.
Referências:

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo:
Paz e Terra, 1996.

A importância do lúdico na educação infantil: Brasil Escola (uol.com.br)

Educação física e artes: uma experiência interdisciplinar através do lúdico:


https://www.redalyc.org/pdf/1153/115318299005.pdf

Jogos e atividades Lúdicas no ensino de química: Uma discussão teórica necessária para
novos avanços: http://journals.ufrpe.br/index.php/REDEQUIM/article/view/1311/1071

OLIVEIRA, Vera Barros de. A Brincadeira e o Desenho da Criança de Zero a Seis Anos. Uma
Avaliação Psicopedagógica. Revista Criança. MEC/Secretária de Educação Fundamental,
novembro, l998.

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