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PROJETO DE ARTES: CORES E FORMAS

Autor: Miriam Guth de Paula


Prof. Orientador: Welington Tavares
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Artes Visuais (ART 105/4) – Estágio I
06/08/2014

RESUMO

Este paper foi elaborado a partir da vivência pedagógica observatória e atuante realizada na Escola
Municipal Pedro Alberto Costa com o objetivo de estimular o desenvolvimento do pensar, da interpretação,
da concentração e percepção do aluno, mostrar que se pode aprender utilizando a música como ferramenta
de apoio, tornando o ensino das cores e das formas geométricas mais divertido e interessante. É importante
compreender que a música tem sido em muitos casos, suporte para atender a vários propósitos, como a
formação de hábitos, atitudes e comportamentos das crianças no ensino fundamental, por isso um dos
papéis da escola é proporcionar situações em que ela possa explorar e desenvolver em todos os sentidos
harmonicamente.

Palavras-chave: Cores, Formas Geométricas e Música.

1. INTRODUÇÃO

O presente artigo corresponde ao Estágio I, voltado às atividades desenvolvidas na


Escola Municipal Pedro Alberto Costa localizada no município de Bocaiúva do Sul e
direcionadas às séries iniciais do Ensino Fundamental, especificamente o 5° ano.
A proposta deste trabalho está direcionada à área de concentração Ensino e
Aprendizagem das Artes Visuais, que visa analisar os aspectos do processo de ensinar e
aprender nas diversas linguagens das Artes Visuais, nos diversos temas e níveis de
ensino. Os conceitos que envolvem o ensinar e o aprender integra o professor e o aluno,
ambos assumem seus papéis dentro do processo de ensino-aprendizagem das Artes
Visuais, pois o professor contemporâneo tem deixado de ser um mero transmissor de
conhecimentos para ser um orientador e estimulador das práticas dos seus alunos.
Para fundamentar este artigo alguns teóricos embasaram os estudos e as análises
feitas como: Ana Mae Barbosa, que esclarece a importância do estudo da Arte no
desenvolvimento do aluno. Piaget, teoriza que desde o nascimento a criança resolve os
seus problemas através da percepção e dos movimentos. Os teóricos Pacheco e Ponso
defendem a escola como lugar de aprendizagem significativa e apresentam o recurso
musical como um símbolo valoroso no aprendizado dos alunos de anos iniciais do ensino
fundamental.
2. ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A presente pesquisa corresponde ao Estágio I, voltado às atividades desenvolvidas


na Escola Municipal Pedro Alberto Costa, localizada no município de Bocaiúva do Sul,
direcionadas às séries iniciais do Ensino Fundamental. A proposta deste trabalho está
direcionada à área de concentração Ensino e Aprendizagem das Artes Visuais. A
proposta dessa linha corresponde em analisar os aspectos do processo de ensinar e
aprender nas diversas linguagens das Artes Visuais, nos diversos temas e níveis de
ensino. Buscando também organizar situações de ensino-aprendizagem com propostas
alternativas, socializadoras e criativas, procurando a interação entre professor e aluno.
A experiência que envolve ensinar e aprender integra o professor e aluno, dois
sujeitos que assume simultaneamente os papéis de docente e aprendiz, sendo assim uma
relação promissora e desafiante, portanto o ensino das diversas linguagens das Artes
Visuais fortalece o vínculo entre ambos, pois a interatividade entre professor-aluno nas
aulas de Arte vem assumindo uma forma mais dinâmica, pois o professor tem deixado de
ser um transmissor de conhecimentos para ser um orientador, um estimulador de todos os
processos que levam os alunos a construírem e transformarem seus valores, atitudes,
habilidades e conceitos.
Assim, a realização desse trabalho aconteceu à partir do Projeto de Artes: Cores e
formas que foi desenvolvido com o 5° ano E da Escola Municipal Pedro Alberto Costa.
Nesse contexto foram analisados os planejamentos, estratégias e recursos utilizados para
tornar o ensino das Artes mais efetivo e dinâmico. Após as análises foram elencados os
conteúdos que devem ser ensinados para a efetivação dos planos de aula, e que áreas
do conhecimento devem ser priorizadas para assegurar o desenvolvimento das diversas
linguagens.
O principal objetivo desta pesquisa é estimular o desenvolvimento do pensar, da
interpretação, da concentração e percepção do aluno, mostrar que se pode aprender com
a ajuda da música, tornando o ensino das cores e das formas geométricas mais divertido
e interessante.
Através desta pesquisa pretendeu-se não só desenvolver a criatividade através do
fazer Arte, mas também das leituras e interpretações das cores e formas geométricas
através da música. Pois a necessidade de alfabetização visual vem confirmando a
importância do papel da Arte na escola, tendo como objetivo o desenvolvimento cultural.
De acordo com Ana Mãe Barbosa (2005), citado por Eça (2010 p. 2): Através da
Arte é possível desenvolver a percepção e a imaginação, aprender a realidade do meio
ambiente, desenvolver a capacidade crítica, permitindo analisar a realidade percebida e
desenvolver a criatividade de maneira a mudar a realidade que foi analisada.
A Educação em arte é uma prática ligada à produção e reconstrução de
experiências, conhecendo a arte o aluno torna-se capaz de perceber sua realidade
cotidiana mais vivamente, reconhecendo objetos e formas que estão à sua volta.
Segundo as PCNs, a Educação em Arte propicia o desenvolvimento do
pensamento artístico e da percepção estética, que caracteriza um modo próprio de
ordenar e dar sentido à experiência humana: o aluno desenvolve sua sensibilidade,
percepção e imaginação, tanto ao realizar formas artísticas quanto na ação de apreciar e
conhecer as formas produzidas por ele e pelos colegas, pela natureza e nas diferentes
culturas.
É preciso preocupar-nos em relação à formação das crianças, não apenas com o
ensino dos conhecimentos sistematizados como Português, Matemática, História e
Ciências, mas também com o ensino de expressões, movimentos corporais e percepção.
(SILVA, 2010)
Muitos autores enfatizam a importância do estímulo, de brincar, do manusear os
objetos em todo processo de ensino aprendizagem da criança e das suas capacidades
que consiste na observação e manuseio direto ou indireto das coisas, para o registro na
mente da criança. Os indivíduos se desenvolvem intelectualmente a partir de exercícios e
estímulos oferecidos pelo meio que o cerca, então a inteligência humana pode ser
exercitada buscando um aperfeiçoamento das potencialidades.
Segundo Jean Piaget, desde o nascimento a criança resolve os seus problemas
através da percepção e dos movimentos, percebe o ambiente e age sobre o mesmo, na
sua teoria o desenvolvimento infantil é uma interação entre sujeito, o meio e o objeto do
conhecimento que é resultado das experiências estimuladas através da percepção que é
a fase inicial do desenvolvimento, os outros estágios da construção do conhecimento são
estruturados sempre com o auxílio do meio externo, como a família, a escola e o meio
social.
Segundo Rosa (1990) a criança desenvolve os sentidos desde que nasce, por isso
um dos papéis da escola é proporcionar situações em que ela possa explorar e
desenvolver em todos os sentidos harmonicamente.
Pacheco (1991) e Ponso (2008) defendem a escola como lugar de aprendizagem
significativa e apresentam o recurso musical como um símbolo valoroso no aprendizado
dos alunos de anos iniciais do ensino fundamental, que conhecem este recurso auditivo,
mas não o utiliza de forma racional e sistematizada.
  A música no contexto da Educação Infantil vem, ao longo de sua história,
atendendo a vários objetivos. Tem sido em muitos casos, suporte para atender a vários
propósitos, como a formação de hábitos, atitudes e comportamentos, a realização de
comemorações relativas ao calendário de eventos do ano letivo, a memorização de
conteúdos, todos traduzidos em canções. Essas canções costumam ser acompanhadas
por gestos corporais, imitados pelas crianças de forma mecânica e estereotipada.
(FERREIRA et al, 2007)
Ao inserir-se a música na prática diária do ambiente educativo, a mesma pode
tornar-se um importante elemento auxiliador no processo de aprendizagem da escrita e
da leitura criando o gosto pelos diversos assuntos estudados, desenvolvendo a
coordenação motora, o ritmo, auxiliando na formação de conceitos, no desenvolvimento
da autoestima e na interação com o outro.
Não só um instrumento de alfabetização, a música é um excelente instrumento de
cidadania, e projetos que envolvem músicas, integração social e esporte, especialmente
com crianças e adolescentes carentes ou de rua, espalham-se pelo país e são cada vez
mais populares pela sua eficácia. (GÓES, 2009)
Sendo assim, é evidente a importância de uma educação de qualidade onde o
professor deve criar um ambiente de construção e de descoberta estimulando as crianças
a desenvolver a sua criatividade. Assim, o professor conduz o ensino proporcionando
mais prazer na construção do conhecimento artístico, despertando na criança o prazer de
criar.
Na arte-Educação, o que importa não é o produto final obtido; não é a produção de
boas obras de artes. Antes, a atenção deve recair sobre o processo de criação pelo qual o
educador deve elaborar seus próprios sentimentos em relação ao mundo a sua volta.
(DUARTE JUNIOR, 1988, p.73).
A arte tem uma função tão importante quanto a dos outros conhecimentos, no
processo de ensino e aprendizagem.
Através da arte pode-se despertar a atenção de cada um para a sua maneira
particular de sentir, sobre a qual se elaboram todos os outros processos racionais.

3. VIVÊNCIA DO ESTÁGIO

O desenvolvimento do Projeto de Artes: Cores e formas foi aplicado na Escola


Municipal Pedro Alberto Costa, situada no município de Bocaiúva do Sul com a turma do
5° ano E.
Primeiramente foi apresentado o vídeo da música “Aquarela” para os alunos
assistirem e ouvirem com uma cópia em mãos da letra. Após assistido o vídeo foram
abertas perguntas, se conheciam as cores reveladas na música, que desenhos
apareciam, quais as formas desses desenhos e que sentimentos cada desenho inspira.
Feito as perguntas, apresentou-se as cores primárias e secundárias, classificando-
as dentro da música. Em seguida foi feito o círculo cromático das cores formando um
cata-vento para observar a mistura das cores que apareciam.
Nas próximas seguintes foram realizadas atividades com as cores primárias e
secundárias utilizando os desenhos da música.
Ao final das atividades os alunos produziram mosaicos para pinturas individuais e
fizeram uma exposição dos desenhos num mural, montando a música.
Para a efetivação deste trabalho de pesquisa foi cumprido um cronograma que se
iniciou no dia 05/03/2014 com 5 horas de observação da escola (turnos, horários, turmas).
No dia 12/03/2014 foram feitas 5 horas de observação da infraestrutura da instituição. No
dia 19/03/2014 realizou-se 5 horas de observação do PPP e Regime Escolar da
instituição. No dia 26/03/2014 levantou-se dados do corpo docente, professor regente e
caracterização da turma, por 5 horas. No dia 02/04/2014 foi feita 03 horas de regência na
turma 5° E, e no dia 09/04/2014 completaram-se mais 02 horas de regência na turma 5°
E.
Em relação à vivência escolar, percebe-se que os alunos do quinto ano, do ensino
fundamental dos anos iniciais, no qual esta pesquisa corresponde, têm um grande
interesse pelas aulas de artes tanto no momento de conversação, de observação, da
escuta, quanto no momento da prática, a maioria possui um olhar minucioso, no qual
consegue perceber os elementos formais das Artes Visuais, assim como da Geometria.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Sabemos que, enquanto docentes para transformar os alunos em conhecedores


das Artes, não depende só de nós, mas sim, do esforço e do querer de cada aluno, mas é
a partir da didática, do conhecimento, das estratégias, do interesse, que o professor tem
em relação às artes, que o aluno irá obter dedicação e interesse pela mesma.
O professor tem uma missão nobre que é levar conhecimento, dirigir as
inteligências jovens e preparar os cidadãos conscientes. Ele é a figura mais importante no
processo educativo, responsável na formação de cidadãos, ativos e críticos.
Segundo Coleto, as aulas de Arte precisam ser significativas. O professor precisa
conhecer seus alunos, partir de suas preferências, do que já sabem e ampliar o seu
repertório. Para isso ele pode levar para a aula materiais diferentes, incentivar as
produções dos alunos, questionar qual o significado do que fizeram e propor situações
problemas para que busquem diferentes respostas, novas formas de se expressar,
colocando em prática seu potencial.
Todas as atividades realizadas foram experiências muito significativas no processo
de ensino-aprendizagem dos alunos. A cada aula, pode-se perceber o entusiasmo dos
alunos com a música e com os elementos formais das Artes Visuais e da Geometria. A
musicalização envolveu-os sem nenhum compromisso com a realidade, portanto, uma
atividade agradável, pois muitos não tem hábito de ouvir música.
Ao apresentar o planejamento aos alunos todos ficaram entusiasmados pareceram
bem interessados pelo assunto. O tempo todo no decorrer do estágio os alunos foram
bem participativos, se mostraram muito interessados, mas o entusiasmo foi maior quando
começaram a fazer os mosaico individuais. Os alunos obtiveram grandes resultados com
seus trabalhos. Percebe-se que a maioria entendeu o processo do círculo cromático das
cores.
No decorrer deste estágio algumas dificuldades apareceram para sua realização,
pois muitos alunos não tinham condição financeira de comprar alguns materiais básicos
(lápis, borracha, lápis de cor, régua, etc) para utilizar durante as aulas, devido a extrema
carência financeira e social. O material utilizado na produção dos trabalhos foram
providenciados pela professora regente, segundo ela 98% dos alunos residem na zona
rural do município.
A partir das considerações feitas, pode-se dizer que ser professor é mais do que
transmitir seus conhecimentos aos alunos. E em meio a sua desvalorização pela a
sociedade capitalista, esta tarefa esta cada vez mais difícil, mas mesmo assim o
verdadeiro professor não desiste de seus ideais e continua seu trabalho, promovendo,
orientado e facilitando o conhecimento, formando assim, alunos capazes de transformar a
realidade social em que vivem.
REFERÊNCIAS

BARBOSA, Ana Mae. Arte Educação Contemporânea. Consonâncias Internacionais. São


Paulo: Cortez. 2005.
BOMTEMPO,E.;Hussein,C.L;Zamberlan,M.A.T(coord.). Psicologia do brinquedo: aspectos
teóricos e metodológicos. São Paulo: Nova Stella/Edusp,1986.
COLETO, Daniela Cristina. A Importância da Arte para a Formação das Crianças. Revista
Conteúdo, Capivari, v.1, n.3, jan./jul. 2010.
DUARTE JUNIOR, João Francisco. Porque arte- educação? 5ºed.Campinas: Papirus,
1988.
GÓES, R. S. A música e suas possibilidades no desenvolvimento da criança e do
aprimoramento do código linguístico. Revista do Centro de Educação a Distância -
CEAD/UDESC. v.2, n. 1, 2009.
FERREIRA, D. L. DE A.; GOES, T. A.; PARANGABA, C. DE O.; SILVA, M. DA R.;
FERRO, O. M. DOS R. A Influência Da Linguagem Musical Na Educação Infantil. In:
jornada do HISTEDBR, 7, 2007, Campo Grande.Anais da VII Jornada do HISTEDBR –
História, Sociedade e Educação no Brasil, Campo Grande, 2007.
PACHECO, E. D. Comunicação, educação e arte na cultura infanto-juvenil. São Paulo:
Edições Loyola, 1991.
PARAMETROS CURRICULARES NACIONAIS: Arte/Ministério da Educação. Secretaria
da Educação Fundamental. 3º Ed. Brasiliense: A Secretaria, 2001.
PONSO, C. C. Música em diálogo: ações interdisciplinares na Educação Infantil. Porto
Alegre: Sulina, 2008.
ROSA, L. S. S. Educação musical para a pré-escola. São Paulo: Ática, 1990.
SILVA, D. G. da. A importância da música no processo de aprendizagem da criança na
educação infantil: uma análise da literatura. 2010. Trabalho de Conclusão de Curso
(Graduação em Pedagogia) – Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2010.

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