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CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI

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A IMPORTÂNCIA DO PAPEL DO PROFESSOR DE


APOIO NA INCLUSÃO ESCOLAR E SEUS
SIGNIFICADOS

Autor: Alessandra Martins das Neves


Prof. Arislane Aparecida Oliveira Coelho
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Curso (0606EAP) – TCC
10/10/2022

1 INTRODUÇÃO

A escolha do tema A IMPORTÂNCIA DO PAPEL DO PROFESSOR DE APOIO NA


INCLUSÃO ESCOLAR E SEUS SIGNIFICADOS se deu em razão da necessidade sentida em
analisar, em observar na escola onde leciono a dúvidas sempre envolvidas nas reuniões
pedagógicas, de como esse profissional tem o papel relevante na vida desses alunos, em seus mais
diversos aspectos. O trabalho teve por objetivo geral de analisar a influência do professor de apoio e
sua principal importância no ambiente escolar atuando com os alunos com necessidades especiais e
com objetivos específicos, relatar os benefícios do profissional em sala de aula.
É sempre levantado a questão de quem é o aluno, da professora regente ou da professora de
apoio, um tema muito questionado entre os profissionais. Sendo que o aluno com deficiência
inserido na escola, ele é da escola, pois no seguinte ano terá outros professores, então é a importante
ressaltar que todos tem a responsabilidade no desenvolvimento deste aluno. Por isso importância da
capacitação dos profissionais da escola como um todo e não apenas do professor regente e o
professor de apoio.
No Brasil o documento que rege o processo de inclusão escolar é a Política Nacional de
Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva (2008), que tem objetivo “garantir que
haja a inclusão escolar de alunos com deficiências, transtornos de desenvolvimento global e altas
habilidades para que esses tenham acesso, com participação ativa, no processo de aprendizagem em
qualquer nível de ensino regular” ( BRASIL, 2008,p.14).
A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015)é uma
grande conquista para toda a população, mas muitas dúvidas surgem em relação à sua
aplicabilidade, sobretudo com a disponibilização do "profissional de apoio".
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Este estudo tem como objetivo analisar o papel do professor de apoio na inclusão escolar
como agente mediador nos processos de desenvolvimento e aprendizagem. Para tanto, foi revisada a
literatura que trata do tema visando ampliar conceitos sobre o papel do professor de apoio. Será
tomada como base da análise do tema proposto a perspectiva vygotskyana, tendo em vista as
contribuições do autor a respeito do papel da mediação nos processos de aprendizagem e de
desenvolvimento.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O PAPEL DO PROFESSOR DE APOIO NA INCLUSÃO ESCOLAR


A inclusão escolar deve englobar todos os indivíduos, independentemente de sua condição,
pois segundo a Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva
(BRASIL, 2008), todos têm o direito a aprender e a se desenvolver em qualquer escola, a qual deve
respeitar as diferenças, limites e facilidades de cada estudante. Por essa razão, é preciso estruturar as
escolas para facilitar que as políticas inclusivas sejam seguidas e caracterizar o papel de cada
profissional no processo de inclusão, para assim poder ajudar os alunos com deficiência intelectual
a se desenvolverem cada vez mais. A fim de garantir esta igualdade de oportunidade e uma
educação de qualidade para todos, várias práticas foram criadas com o intuito de auxiliar o
professor regente a lidar com a inclusão em sala de aula.
A legislação também prevê serviços e recursos para organizar o sistema de ensino,
podendo ser destacado o Atendimento Educacional Especializado (AEE), que é um “conjunto de
atividades e recursos pedagógicos e de acessibilidade, organizados institucionalmente, prestado de
forma complementar ou suplementar à formação dos estudantes público alvo da educação especial,
matriculados no ensino regular”. (BRASIL, 2013, p.7). O Atendimento Educacional Especializado é
uma das condições para o sucesso da inclusão escolar dos alunos com deficiência. Esse atendimento
existe para que os alunos possam aprender o que é diferente dos conteúdos curriculares do ensino
comum e o que é necessário para que possam ultrapassar as barreiras impostas pela deficiência. No
processo de inclusão escolar, existem alguns alunos que necessitam de auxílio e mediação em
tempo integral dentro das salas de aula. Segundo Pelosi e Nunes (2009), alunos com déficits
motores e intelectuais mais graves muitas vezes não são capazes de falar para responder às
solicitações do professor, não escrevem com autonomia e são dependentes em sua mobilidade e
autocuidado. Contudo, esses mesmos alunos podem aprender e se expressar se lhes for oferecida
maior acessibilidade. Por isso há a necessidade de se pensar a respeito dessas técnicas, recursos e
profissionais que possam auxiliar estes alunos a se desenvolverem da melhor maneira possível.
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Nesse sentido “o conhecimento da Tecnologia Assistiva e os serviços de apoio tornaram-se


fundamentais para o processo de inclusão escolar” (PELOSI; NUNES, 2009).

O professor de apoio e o professor regente: uma parceria necessária

O professor regente deve acreditar na potencialidade de todos os seus alunos e criar


métodos para que todos consigam aprender, independentemente de suas diferenças e
especificidades. Para isto, “é fundamental que o professor nutra uma elevada expectativa em relação
à capacidade de progredir dos alunos e que não desista nunca de buscar meios para ajudá-los a
vencer os obstáculos escolares.” (MANTOAN, 2006, p.48). Porém, muitas vezes o professor
regente de sala não consegue sozinho atender a toda essa diversidade e precisa de técnicas e
profissionais especializados para ajudá-lo neste desafio, pois:

Escolas de todo o mundo, impulsionadas, sobretudo pela


Convenção de Salamanca, tiveram que dar conta de incluir crianças
que precisavam de ajuda em classes já existentes, muitas vezes com
grande número de alunos e professores, cuja formação não havia se
preocupado com esses aspectos. Neste momento, a opção para
muitos foi colocar um profissional especializado na sala de aula.
(MOUSINHO, et. al., 2010, p. 2).

A presença desse profissional está assegurada pela Política Nacional de Educação Especial
na perspectiva da Educação Inclusiva, por isso importante lembrar que o professor regente, a escola
e o professor de apoio trabalhem em parceria, para que suas funções fiquem bem delimitadas e que
um possa auxiliar o outro quando preciso. Pois, segundo Mousinho, et. al., (2010, p. 2), a parceria
entre os profissionais de apoio e a escola favorece o estabelecimento de metas realistas no que se
refere ao desenvolvimento, como também possibilita avaliar a criança de acordo com suas próprias
conquistas. Sendo assim, o professor de apoio deve ser encarado como um profissional que assume
o papel de auxiliar na inclusão do aluno com deficiência e não o papel de professor regente da
criança. Segundo Brandão e Ferreira (2013), a filosofia da inclusão apela para uma escola que tenha
em atenção a criança - todo, e não só a criança - aluno, respeitando os níveis de desenvolvimento
essenciais (acadêmico, sócio-emocional e pessoal) de forma a lhe proporcionar uma educação
apropriada, orientada para a maximização do seu potencial. Por isso, é necessário que os
profissionais que atuarão no desenvolvimento e na aprendizagem do aluno com deficiência tenham
um olhar aberto sobre o contexto, para poder proporcionar um ensino de qualidade.
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Vygotsky: aprendizagem e desenvolvimento Vygotsky propôs um olhar interacionista


baseado em uma teoria sócio-histórica, partindo do pressuposto de que o desenvolvimento do ser
humano tem início a partir de sua interação com o meio social, fazendo com que os participantes
deste meio tenham um papel ativo na vida de cada sujeito. De acordo com o autor, “o caminho do
objeto até a criança e desta até o objeto passa através de outra pessoa. Essa estrutura complexa é
produto de um processo de desenvolvimento profundamente enraizado nas ligações entre história
individual e social” (VYGOTSKY, 1998, p. 40). Assim, a partir das constantes interações, o
indivíduo se desenvolve mediado por outro indivíduo que delimita e auxilia na construção de signos
e significados.
Dentre as ideias propostas pelo autor, destaca-se a de Zona de Desenvolvimento Proximal
(ZDP). De acordo com o autor, “ela é a distância entre o nível de desenvolvimento real, que se
costuma determinar através da solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento
potencial, determinado através da solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em
colaboração de companheiros mais capazes” (VYGOTSKY, 1998, p. 112). Para Vygotsky, o
processo de aprendizagem deve ser mediado por um sujeito e ocorre quando determinadas
habilidades e conhecimentos passam da ZDP para o nível de desenvolvimento real. No caso de
pessoa com deficiência, quem irá facilitar este processo na escola são todos que fazem parte do
contexto, como os colegas e os professores, em especial o professor de apoio. Vygotsky, ao se
referir às pessoas com deficiência, aborda que uma criança com deficiência deve ser avaliada e vista
sob uma perspectiva qualitativa e não como uma mera variação quantitativa de uma criança sem
deficiência, rejeitando abordagens que sugerem mensuração de graus e níveis de capacidade. Para o
autor, há capacidade e potencialidade nas pessoas com deficiência, porém, para desenvolvê-las, é
necessário que existam condições materiais e instrumentos adequados para tal. Sendo assim,
Vygotsky (1993) tece uma crítica à postura dos educadores preocupados em avaliar o que a criança
com deficiência não consegue fazer, propondo que se deve considerar o que ela pode fazer sob
condições pedagógicas adequadas. Por isso a necessidade de uma escola estruturada e profissionais
competentes para conduzir o processo educacional das pessoas com deficiência intelectual.

REFERÊNCIAS

BRANDÃO, M & FERREIRA, M. Inclusão de crianças com necessidades educativas especiais na


educação infantil. Revista Brasileira de Educação Especial. vol.19 no.4. 2013. Disponível em: .
Acesso em: 01 maio. 2014.
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BRASIL. Ministério da Educação. Política Nacional de Educação


Especial na perspectiva da Educação Inclusiva, de 07 de janeiro de 2008. 2008, p. 14-20.
Disponível em: . Acesso em: 8 set. 2013.

BRASIL. Ministério da Educação. Nota Técnica N° 055 / 2013 / MEC / SECADI / DPEE, de 10 de
maio de 2013. p. 07. Disponível em: . Acesso em: 30 ago. 2013.

GUENTHER, Zenita Cunha. O Aluno bem-dotado na escola regular: celebrando a diversidade,


incluindo as diferenças. Revista Escritos sobre Educação. Ibirité. vol. 2, n.1, p.47. 2003.

MANTOAN, Maria Tereza. Inclusão escolar: O que é? Por quê? Como fazer?.São Paulo: Moderna,
2006. p.48-61.

MARTINEZ, Albertina. Inclusão Escolar: desafios para o psicólogo. In: Martinez, A. M. (org).
Campinas. São Paulo: Alínea, 2007. p. 109- 143.

MOUSINHO, R; SCHMID,E; MESQUITA, F; PEREIRA, J; MENDES, L; SHOLL, R &


NÓBREGA, V. Mediação Escolar e inclusão: revisão, dicas e reflexões. Revista de Psicopedagogia,
São Paulo, vol 27, nº 82, 2010, p. 02-08. Disponível em: . Acesso em: 22 nov. 2013.

NETO, E. A ambivalência do papel do professor de apoio permanente em salas regulares do ensino


fundamental. Londrina. p. 19-35, 2009. Disponível em: . Acesso em: 22 nov. 2013. PARANÁ.
Deliberação n.º 02, de 02 de junho de 2003. Conselho Estadual de Educação. Curitiba. p. 20. 2003.
Disponível em: . Acesso em: 22 ago. 2013.

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Disponível em:< http://www.nre.seed.pr.gov.br/pitanga/arquivos/File/le_Instr01- 04.PDF>. Acesso
em: 24 out. 2013. PARANÁ. Instrução n° 010, de 22 de agosto de 2008. Secretaria do Estado da
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PARANÁ. Instrução n° 018, de 03 de novembro de 2010. Secretaria do Estado da Educação,


Superintendência da Educação-SUED/SEED. 2010. Disponível em:<
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Educação, Superintendência da Educação-SUED/SEED. p. 01-08. 2012. Disponível em:<
http://www.educacao.pr.gov.br/arquivos/File/instrucoes%202012%20sued%20seed/Instrucao
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PELOSI, M. B. & NUNES, L. O. P. Caracterização dos professores itinerantes, suas ações na área
de tecnologia assistiva e seu papel como agente de inclusão escolar. Revista Brasileira de Educação
Especial, Marília, vol.15, no.1, 2009. Disponível em:< http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-
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Plenum Press. Volume 2. 1993. Disponível em:< http://books.google.com.br/books?
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BR&source=gbs_ge_summary_r&cad=0#v=onepage&q&f=false>. Acesso em: 02 maio. 2014.

VYGOSKY, Lev Semenovitch. A Formação Social da Mente: O Desenvolvimento dos Processos


Psicológicos Superiores. 4 ed. Editora: Martins Fontes. São Paulo. 1998. p.40-116.

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