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PRINCIPAIS DESAFIOS DE ALUNOS DA EJA

Cristiane Laurett Kurtz¹


Silvia Claudia Dias¹
Leticia Maria Strey²

RESUMO

Desde muito tempo atrás, a educação passa por muitos desafios, recriando vários métodos
educacionais para atender as necessidades dos alunos. Hoje em dia não está diferente, o mercado
de trabalho está a cada dia mais exigente, e não é somente com a escolarização dos funcionários,
mas também com as habilidades e competências. Nesse sentido, é preciso pensar enquanto educação
de jovens e adultos, contribuindo com o avanço e a escolarização. E assim concluído o ensino
fundamental e médio, lhes dando melhores oportunidades pessoais e profissionais. Para isso, o
professor deve pensar em estratégias para contribuir com a permanência do aluno na escola, fazendo
com que o mesmo não desista, pois o que vem acontecendo, é que os ensinos oferecidos nas escolas
que oferecem o EJA é que as metodologias de ensino não são planejadas de uma forma que os alunos
tenham uma aprendizagem significativa, fora os horários que na maioria das vezes não sai flexíveis,
já que a maioria dos jovens e adultos trabalham durante o dia ou a noite. No decorrer deste trabalho,
iremos abordar os principais desafios dos alunos da EJA, bem como a história da educação de jovens
e adultos e consequentemente, algumas ideias de como contribuir com a permanência dos alunos até
a conclusão do ensino médio.

Palavras-chave: EJA. Educação. Aprendizagem.

1. INTRODUÇÃO

A educação de Jovens e adultos é uma oportunidade de concluir os estudos e é amparada por


leis que possuem o foco de atender pessoas que não tiveram oportunidade de ingressar no ensino
regular em idade adequada. O tema em destaque no qual será abordado, irá mostrar um pouco da
história da Educação de Jovens e Adultos e também nos faz refletir sobre os principais desafios dos
alunos da EJA. Sabemos que são muitos os desafios que vem sido enfrentados ao longo desses anos
de EJA, e que são muitos os fatores que podem desestimular o aluno a terminar seus estudos.

2. PRINCIPAIS DESAFIOS DE ALUNOS DA EJA

São muitos os desafios encontrados pelos alunos do EJA em busca de um ensino com

qualidade, por exemplo, a diferença de idade entre os colegas e a diversidade cultural, o que ocasiona

na dificuldade de ter uma boa relação com os colegas, e também, o cansaço e pouco tempo para se

dedicar aos estudos.

1 Nome dos acadêmicos


2 Nome do Professor tutor externo
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (Código da Turma) – Prática do Módulo I – dd/mm/aa
2

Outro desafio são as disciplinas do EJA e que na maioria das vezes se faz somente por leitura
e escrita, e operações matemáticas. Quando o professor altera essa realidade, acaba favorecendo o
desenvolvimento na alfabetização. Porém, o aluno traz consigo um contexto composto de muita
dificuldade pela falta de estudos, e por isso recorre a escola em busca de melhorias para preencher
suas necessidades.
Para Moretto:
É preciso que o professor conheça as características psicossociais e cognitivas de seus alunos.
Ele precisa ter sensibilidade e fundamentação necessárias para detectar o contexto de
vivência de seus alunos e com isso saber ancorar os novos conhecimentos propostos pela
escola. Assim, precisa identificar, analisar e compreender as características de
desenvolvimento psicológico e social deles para que seu ensino seja eficiente e eficaz. Assim,
conhecendo suas realidades, poderá usar uma linguagem adequada e contextualizada.
(MORETTO,2011, p. 104).

Nesse sentido, ao dar continuidade a um projeto de aprendizagem, a escola precisa ter um


objetivo baseado na realidade de seus alunos e trabalhar com conteúdos que são conectados a
realidade social, como o desemprego, saúde, trabalho, política, entre outros. O contexto escolar da
EJA é formado por diversas realidades, pessoas que sofreram no mercado de trabalho, outros que por
terem uma família estruturada assumem sua responsabilidade com a família e isso os impede a se
dedicar aos estudos. A escola, entretanto, precisa mostrar condições melhores de desenvolvimento
além de adquirirem habilidades,
Além de vários outros fatores que podem desestimular os alunos a continuar os estudos,
existe também o despreparo dos docentes e das instituições de ensino para atuar nesse segmento.
Nesse sentido, a educação de jovens e adultos deve ser feita na prática, a qual o professor se planeja
de acordo com a realidade dos seus alunos. Moretto afirma que:
Fazendo a análise da escola de hoje, parece que ela não percebeu ainda a mudança de rumos
que se exige da educação, isto é, a necessidade de se deslocar o foco da simples aquisição de
conteúdos para então focalizar o desenvolvimento de competências e correspondentes
habilidades. MORETTO (2011, p. 12).
Sendo assim, a realidade da educação brasileira é marcada por jovens e adultos que precisam
trabalhar para dar sustento as suas famílias, e que não conseguem adaptar o horário de trabalho com
seus estudos.
Porém, essa realidade precisa mudar, ou a maior parte da população continuará achando que
já passou da idade de estudar, achando que a educação já não é mais necessária na sua vida,
principalmente se referindo-se a adultos ou idosos, como se aprender não fosse um direito de todos.

2.1 HITÓRIA DA EJA


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As primeiras informações da educação de adultos no Brasil são da colonização, com a


chegada dos padres jesuítas, em 1549 com a chegada desses padres da Companhia de Jesus ao Brasil,
quando foi o início da colonização portuguesa. Estes se voltaram essencialmente à catequização dos
índios nas ditas “escolas de ler e escrever”, em que os indígenas e seus filhos adultos e adolescentes
eram catequizados, diferenciando apenas os objetivos para cada grupo social. Nos períodos de
Colônia e Império, os jesuítas dominaram a educação, com a intenção de difundir o catolicismo e dar
educação à elite colonizadora.
Pode-se afirmar que desde a chegada dos portugueses ao Brasil, o ensino do ler e escrever
aos adultos indígenas com a catequese, constituiu-se de uma ação prioritária no processo de
colonização. A partir de 1945, com a aprovação do Decreto nº19.513, de 25 de agosto de 1945, enfim
a Educação de Adultos tornou-se realmente oficial. Após isso surgiu novos projetos e campanhas
com o intuito de alfabetizar jovens e adultos que não tiveram acesso à educação no período regular.
Pode se citar: a Campanha de Educação de Adolescentes e Adultos – CEAA (1947); o
Movimento de Educação de Base – MEB, sistema rádio educativo criado na Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil com o apoio do Governo Federal (1961); além dos Centros Populares de Cultura
– CPC (1963), Movimento de Cultura Popular – MCP e a Campanha Pé no Chão Também se Aprende
a Ler – CPCTAL, sendo que o primeiro era mais voltado para atender às necessidades de qualificação
da mão de-obra para o setor industrial. Porém, durante o regime militar (1964-1985), estes
movimentos e seus integrantes foram perseguidos e reprimidos pelos órgãos do Governo Federal que,
em 1967, autorizou a criação do MOBRAL – Movimento Brasileiro de Alfabetização (a partir de
1985 passou a se chamar Fundação Educar), tendo como principal objetivo erradicar totalmente o
analfabetismo.
No ano de 1958, aconteceu o II Congresso Nacional de Educação de Adultos, com o intuito
de pensar em novas metodologias de alfabetização, a partir deste congresso até começaram a pensar
nos métodos de Paulo Freire, o qual visava superar as necessidades essenciais dos jovens e adultos.
Entretanto, em 1964 por conta do regime militar, os ensinamentos de Paulo Freire, foram erradicados,
pois os militares entenderem que esse método fazia com que as pessoas se atentassem sobre a
realidade que estavam vivendo, o que não era bom para o governo, ter pessoas críticas na sociedade
pois o que se desejava na verdade era somente preparar mão-de-obra para o mercado sem senso
crítico.
O governo militar criou um programa chamado Movimento Brasileiro de Alfabetização
(MOBRAL), no qual seu objetivo era ensino técnico para o mercado de trabalho, uma forma de
controle da educação oferecida. Já em 1996 surge o programa Alfabetização Solidária (PAS), seu
objetivo era que pessoas que soubessem ler e escrever se solidarizarem e alfabetizarem um adulto,
não necessitava ter um diploma, apenas noções básicas de leitura e escrita.
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Nessa perspectiva, Paulo Freire (1999, p. 153) relata, “Não há razão para se envergonhar por
desconhecer algo, testemunhar a abertura dos outros, a disponibilidade curiosa à vida, a seus desafios,
são saberes necessários à prática educativa”, ou seja, é essa subjetividade que está presente da
Educação de Jovens e Adultos, não se envergonhar por não saber, e acreditar que é capaz de aprender
tudo aquilo novo, que lhe é oferecido.
A Educação de Jovens e Adultos possui vários desafios superando suas dificuldades em
busca de uma vida melhor, seja ela profissional ou pessoal, buscando recuperar o tempo perdido.
Diferencia se o sentido de ser um grupo de pessoas adultas que por algum motivo, não puderam
estudar se torna um desafio para o educador esta realidade educacional, pois, se tratando de adultos,
possuem uma grande bagagem de conhecimento que precisa ser levado em consideração.

Sujeitos, com suas diferenças culturais de etnias, de religião e de crenças, que procuram, na
instituição escolar, “[...] um espaço de sociabilidade, de transformação social e de construção
de conhecimentos” (GADOTTI, 2003, p. 23)

Oliveira (2011, p. 47), ao dissertar sobre a EJA, assevera que a modalidade de ensino "[...]
apresenta uma especificidade etária porque tem um olhar para jovens, adultos e idosos das
classes populares, estas que não tiveram acesso à escola. Jovens, adultos e idosos excluídos
e marginalizados pelo sistema econômico-social, vistos como analfabetos e, muitas vezes,
considerados incapazes de aprender".

Jovens e adultos pouco escolarizados carregam um sentimento de inferioridade, marcas do


fracasso escolar, assim como o resultado de reprovações e não aprender. A falta de
aprendizagem, em muitos casos, aconteceu por um ato de violência ou porque o aluno não
atendeu às expectativas da escola. Muitos foram excluídos da escola pela evasão; outros a
deixaram em razão do trabalho infantil precoce, na luta pela sobrevivência, vítimas do poder
econômico. (SANTOS, 2003, p. 74)

3. MATERIAIS E MÉTODOS

Os materiais utilizados foram, livros, artigos e sites da internet que abordam o tema Educação
de Jovens e Adultos. Para a leitura e pesquisa dos materiais foram utilizados recursos tecnológicos
como computador e internet. Para a coleta de dados foram utilizadas fontes sobre os assuntos que
servirão para determinar as ideias de fundamentação e conclusão do trabalho.

Seguem também imagens para ilustrar esse trabalho.


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Figura 1- Jovens e Adultos em sala de aula

Fonte: http://edivaldojunior.com.br/2019/06/20/pre-matricula-para-jovens-e-adultos-iniciam-nesta-sexta-feira-
21/#prettyPhoto

2- Figura – Jovens e Adultos no EJA

Fonte: https://seduc.pi.gov.br/noticia/Mobilizacoes-no-interior-incentivam-jovens-a-voltar-estudar-/6859/

Figura 3- Certificado de conclusão


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Fonte: http://www.ap.sesi.org.br/noticias/educacao-de-jovens-e-adultos-do-sesi-ap-nova-chance-para-quem-quer-voltar-
a-estudar.html

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Essa modalidade de educação ainda não se concretiza de maneira satisfatória, pois recebe
poucos recursos das políticas públicas dirigidas a para Educação de Jovens e Adultos mesmo tendo
um papel essencial na aprendizagem e sendo um dos direitos fundamentais do povo, cabendo ao poder
público garantir aos jovens, adultos e idosos o direito a uma educação ao longo da vida possibilitando
igualdade de condições para participar e construir uma sociedade mais justa e igualitária.
A EJA tem muita importância para Jovens e Adultos quem precisa estudar, constitui é um
espaço onde grupos formados por diversas realidades, vários desafios, mas todos superando suas
dificuldades em busca de uma vida melhor, seja ela profissional, pessoal e buscando recuperar o
tempo perdido e tentando se dedicar aos estudos sem nenhum julgamento.
Por serem Jovens e Adultos se torna também um desafio educacional para o educador e para
se diferenciar as aulas seria importante produzir seu próprio material didático não só ensinar a ler,
escrever e calcular, mas também oferecer atividades extra com fins didáticos sim e como forma de
lhes proporcionar um ambiente mais prazeroso e de maior convivência com os colegas.

5. CONCLUSÃO

A modalidade de ensino da EJA deveria ter mais apoio dos órgãos públicos com mais
investimento de um modo geral pois a Educação de Jovens e Adultos tem papel fundamental na
Educação, podendo sim se tornar um espaço de ensino aprendizagem com um ambiente onde todos
os envolvidos realmente acreditem que é possível a conclusão dos estudos formando um local para
o desenvolvimento educacional, intelectual inserindo aqueles alunos que foram impedidos ou não
tiveram oportunidade de finalizar os estudos na época da idade escolar regular acolhendo e apoiando
para essa conclusão dos estudos.
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REFERÊNCIAS

ALVES, C. F. DE, & BACKES, D. I. M. (2016). EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS – EJA:


UM OLHAR PARA OS ALUNOS DESSA MODALIDADE DE ENSINO. Revista Prâksis, 1, 98–
111. Edição: v. 1 (2016): Processos criativos e inovação - Janeiro / Junho.
Disponível em: <https://periodicos.feevale.br/seer/index.php/revistapraksis/article/view/437>.
Acesso em: 06 de junho 2021.

Dia a dia educação. Portal Educacional do Estado do Paraná. Disponível em:


<Http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1711-6.pdf>. Acesso em: 06 de junho
2021.

DOCPLAYER. EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS E SEUS ASPECTOS EVOLUTIVOS.


Disponível em: <https://docplayer.com.br/81019288-Educacao-de-jovens-e-adultos-e-seus-
aspectos-evolutivos.html>.Acesso em: 06 de junho 2021.

Editora. Navegando. Educação de Jovens e Adultos Trabalhadores: História, lutas e direitos em risco.
1ª. Edição Eletrônica. 2019. Disponível em: <Https://www.editoranavegando.com/livro-educacao-
de-jovens-e-adultos>. Acesso em: 06 de junho 2021.

MÉNDEZ, Natalia Pietra. Educação de jovens e adultos e o mundo do trabalho. In: STECANELA,
N. Cadernos de EJA 1. RS: Educs, 2013.

MORETTO, Vasco Pedro. Construtivismo: A produção do conhecimento em aula. Rio de Janeiro:


Lamparina, 2011. Disponível em< https://fapb.edu.br/wp-
content/uploads/sites/13/2018/02/ed7/2.pdf> Acesso em 05 de junho de 2021.

SCRIBD – CORTADA, Silvana. EJA – Educação de Jovens e Adultos e seus Diferentes Contextos -
Coleção Pedagogia de A a Z - Volume 12 - 1. ed. - eBook - Jundiaí, SP: Paco Editorial, 2014.
Disponível em: <https://pt.scribd.com/read/405786659/Educacao-de-Jovens-e-Adultos-e-seus-
diferentes-contextos>. Acesso em: 06 de junho 2021.

TRAJETÓRIA DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: HISTÓRICO NO BRASIL,


PERSPECTIVAS ATUAIS E CONSCIENTIZAÇÃO NA ALFABETIZAÇÃO DE ADULTOS.
Cairu em Revista. Jul/Ago 2014, Ano 03, n° 04, p. 1 64-190.
Disponívelem:<https://www.cairu.br/revista/arquivos/artigos/2014_2/10_TRAJETORIA_EDUCAC
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