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A importância do letramento na alfabetização.

Atualmente, no Brasil, a educação básica encontra-se em total precariedade,


onde indivíduos já escolarizados ainda são considerados analfabetos funcionais, isto
é, não são capazes de compreender o que leem. Para pensar em educação é
necessária a compreensão histórica da sociedade a que esta educação serve. De
início, fazer a definição de alfabetização aparenta ser desnecessário, entretanto, é a
partir daí que será possível o entendimento de outro termo presente no tema deste
trabalho, o letramento.

Há muito se tem falado em alfabetização para todos. Criança, jovem ou adulto,


não importa a classe social ou a idade, o que realmente interessa é ser/estar
alfabetizado, porém, o que vem a ser um indivíduo alfabetizado? O que é alfabetizar?
Segundo Val (2006, p.13), o termo se resume estritamente ao ato de decodificar uma
série de sinais gráficos, e na capacidade de antologiar, codificar os ruídos da língua.
O que o torna algo especificamente técnico. Porém, assim como a sociedade mudou,
o termo alfabetizar também sofreu diversas modificações. Tais modificações vieram
para suprir as necessidades sociais e políticas, contrapondo assim, com a definição
do simples ato de codificar e decodificar aqueles sinais gráficos utilizados na escrita, o
alfabeto, onde, alfabetizado é aquele que consegue reconhecer as letras do alfabeto.

A alfabetização nem sempre foi entendida como um processo no qual o indivíduo


constrói a gramática e suas variações. Ao contrário disso, o que se tinha em tempos
não tão distantes assim era que alfabetização consistia no simples ato de aprender a
ler e escrever, além disso, a educação não era direito de todos e dever do Estado e
da família, e isso fez com que o ensino, principalmente nas escolas públicas, não
fosse de qualidade. Porém, quando essas mudanças começaram a ocorrer? Fazendo
um traçado histórico pela educação brasileira, é possível perceber momentos
marcantes desses acontecimentos, sendo o primeiro, logo na chegada dos
portugueses ao Brasil, pois, mesmo os índios sendo considerados “selvagens”, era
possível perceber um modelo de educação existente, que tinha como principal
característica, a liberdade, diferente da educação europeia que tinha caráter
repressivo. Nas aldeias, os conhecimentos eram passados de pai para filho, o
respeito dos índios mais jovens para com os mais velhos, etc.; e assim sua cultura era
preservada. Porém, esse modelo de educação é interrompido com os colonizadores,
que construíram escolas jesuítas nas comunidades locais, interferindo nos costumes
indígenas e implantando novas maneiras de ensinar e aprender.

É possível perceber que a alfabetização em si mudou bastante, tanto na definição e


na forma de ser conduzida, O que exigiu não só da escola, mas também dos
professores em sala de aula, uma postura diferenciada, com novas didáticas e ainda
embasamento teórico para se ter mais qualidade em sua prática pedagógica, pois os
objetivam absorver e transportar para sala de aula os novos paradigmas que surgem
a cada dia. Quando o aluno já conhece o código alfabético e numérico, ainda que não
seja capaz de ler, a sua reação a ser “apresentado” a elas será bem diferente daquele
que pouco teve contato. Mesmo esse contato, hoje, sendo uma situação tida como
normal para todos, aqueles alunos que ainda não tiveram a mesma oportunidade de
conviver em um ambiente que identifique cada coisa ou objeto a sua volta, seu
aprendizado será sim mais lento, pelo fato de nunca as terem visto. Para tanto,
exemplificar tal fato com um ambiente que, na maioria das vezes, somente as
crianças inseridas em Centros Municipais de Educação Básica, os CMEI's, trazem
consigo a bagagem extremamente relevante, já que foram proporcionadas a elas
inúmeras situações de aprendizagem e, com o seu ambiente letrado (ao lado da
janela existe uma placa com o nome “janela”, da porta, “porta”, etc.), trabalhar o
alfabeto com esses alunos é uma tarefa bem mais fácil do que com aqueles que
apenas viveram em casa, que não tiveram a mesma oportunidade.

O letramento, por sua vez, focaliza os aspectos sócio-históricos da aquisição da


escrita. Entre outros casos, procura estudar e descrever o que ocorre nas sociedades
quando adotam um sistema de escrita de maneira restrita ou generalizada: procura
ainda saber quais práticas psicossociais substituem as práticas letradas em
sociedades ágrafas. Desse modo, o letramento tem por objetivo investigar não
somente quem é alfabetizado, mas também quem não é alfabetizado, e, nesse
sentido, desliga-se de verificar o individual e centraliza-se no social. (TFOUNI, 1995;
p09). A aprendizagem da linguagem oral e escrita é de fundamental importância para
as crianças ampliarem suas possibilidades de imersão e participação nas práticas
sociais. As crianças têm a necessidade de estar próximas às pessoas, interagindo e
aprendendo com elas, proporcionando segurança para se expressar e descobertas de
diferentes gêneros culturais.
Podemos constatar que o letramento tem grande influência dentro de cada criança
desde a primeira infância. Posso afirmar que as crianças que convivem e têm acesso
ao mundo letrado, desenvolvem-se muito quanto a questões de linguagem,
pensamento lógico e crítico, pois desde cedo aprendem a ler o mundo. Notamos isso
quando um aluno faz uma pseudoleitura dos livros, isto é, quando conta a história do
livro lendo somente as imagens e imitando a leitura.

Percebemos que com o letramento, a linguagem das crianças aumenta o tempo todo,
pois elas querem se comunicar e compreender a comunicação das outras pessoas. É
possível perceber também o desenvolvimento motor, uma vez que os alunos se
movimentam com maior desenvoltura, pois entrando em contato com materiais
diversos como massinha de modelar, rasgadura, amasse de papel, colagem, pintura,
entre outras, a criança aprende a manipular esses materiais ao mesmo tempo em que
desenvolvem a sua coordenação motora e seu equilíbrio.

Concluindo, o letramento na Educação Infantil é muito importante, pois estimula a


participação ativa no processo educacional e contribui para a futura formação leitora
da criança, além de auxiliá-la na alfabetização e visão do mundo.

Bibliografia: *www.monografias.brasilescola.com.br

*www.educação.estado.com.br

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