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GUARULHOS - SP
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3
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1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
Bons estudos!
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2 AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NO MEU COTIDIANO – FRUIÇÃO
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Assim o estágio supervisionado uma exigência da LDB- Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional n 9394/96 nos cursos de formação de professores, é uma ex-
periência necessária para a educação profissional, pois oferece a oportunidade de
integrar os discentes com a área onde atuarão e integrar teoria e prática, baseando-
se no uso do conhecimento adquirido na vida profissional e acadêmica. De acordo
com Oliveira e Cunha (2006, p.6) “podemos conceituar o Estágio Supervisionado, por-
tanto, como qualquer atividade que propicie ao aluno adquirir experiência profissional
específica e que contribua de forma eficaz, para uma absorção pelo mercado de tra-
balho”.
A função instrumentalizante da Educação nunca foi tão ratificada quanto nos
tempos atuais. Nunca estivemos tão diante da necessidade de criar, construir, mudar
e redimensionar quanto nos encontramos na era atual.
A aprendizagem significativa está associada aos significados dos conhecimentos
e sua importância no meio em que o sujeito se desenvolve. Segundo Vygotsky são os
desejos, necessidades, emoções, interesses, impulsos e inclinações que dão origem
ao pensamento. Na sua perspectiva, cognição e afeto não se encontram dissociados
no ser humano, pelo contrário, se inter-relacionam e exercem influência recíproca.
A criatividade é o processo de desenvolvimento de produtos originais de alta
qualidade e genuinamente significativos. A educação das crianças pequenas deve
enfatizar o desenvolvimento e a geração de ideias originais, que são a base do poten-
cial criativo. Ana Mae Barbosa leva-nos a pensar na necessidade da arte em duas
etapas fundamentais do ser humano em sociedade: o momento de sua alfabetização
e a adolescência.
Esses dois momentos evocam no senso comum instantaneamente necessida-
des de naturezas diferentes: a alfabetização como necessidade de conquista de uma
técnica e a adolescência como necessidade de conquista de equilíbrio emocional. Po-
rém, se pensarmos que uma tem como objetivo apenas o domínio cognitivo ou inte-
lectual (a alfabetização) e a outra (a adolescência) é uma crise de domínio afetivo,
estaremos cometendo o velho erro de dicotomizar razão e emoção.
Não se alfabetiza fazendo apenas as crianças juntarem as letras. Há uma alfa-
betização cultural sem a qual a letra pouco significa. A leitura social, cultural e estética
do meio ambiente vai dar sentido ao mundo da leitura verbal. Por outro lado, a arte
facilita o desenvolvimento psicomotor sem abafar o processo criador.
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É assim que, por meio do desenho, do faz- de conta que o aluno cria e recria
individualmente formas expressivas, integrando percepção, imaginação, reflexão e
sensibilidade, que podem então ser apropriadas pelas leituras simbólicas de outras
crianças e adultos. A arte é vista como instrumento capaz de trazer estímulo ao po-
tencial criativo e crítico do ser humano, como requalificadora de valores, como cria-
dora de novas formas de vida e da realidade.
3 O ENSINO DA ARTE
Fonte: www.artenormal.com.br
Fonte: www.colmagno.com.br
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Dessa forma, de acordo com a visão do mesmo, entende-se que a manifestação
artística tem em comum com o conhecimento científico, técnico ou filosófico seu ca-
ráter de criação e inovação. Essencialmente, o ato criador, em qualquer dessas for-
mas de conhecimento, estrutura e organiza o mundo, respondendo aos desafios que
dele emanam, num constante processo de transformação do homem e da realidade
circundante. O produto da ação criadora, a inovação, é resultante do acréscimo de
novos elementos estruturais ou da modificação de outros. Regido pela necessidade
básica de ordenação, o espírito humano cria, continuamente, sua consciência de exis-
tir por meio de manifestações diversas.
Fonte: www.hugosarmento.com.br
Para a SEF (1997), apenas um ensino criador, que favoreça a integração entre
a aprendizagem racional e estética dos alunos, poderá contribuir para o exercício con-
junto complementar da razão e do sonho, no qual conhecer é também maravilhar-se,
divertir-se, brincar com o desconhecido, arriscar hipóteses ousadas, trabalhar duro,
esforçar-se e alegrar-se com descobertas.
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A imaginação criadora permite ao ser humano conceber situações, fatos, ideias
e sentimentos que se realizam como imagens internas, a partir da manipulação da
linguagem. É essa capacidade de formar imagens que torna possível a evolução do
homem e o desenvolvimento da criança; visualizar situações que não existem, mas
que podem vir a existir, abre o acesso a possibilidades que estão além da experiência
imediata.
“A emoção é movimento, a imaginação dá forma e densidade à experiência de
perceber, sentir e pensar, criando imagens internas que se combinam para represen-
tar essa experiência” (PCN, 1997, p. 30). Assim, entende-se que a faculdade imagi-
nativa está na raiz de qualquer processo de conhecimento, seja científico, artístico ou
técnico. A flexibilidade é o atributo característico da atividade imaginativa, pois é o que
permite exercitar inúmeras composições entre imagens, para investigar possibilidades
e não apenas reproduzir relações conhecidas.
Fonte: www.curiosidade.com.br
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Segundo o PCN, no caso do conhecimento artístico, o domínio do imaginário é
o lugar privilegiado de sua atuação: é no terreno das imagens que a arte realiza sua
força comunicativa.
Portanto, a partir dessas referências, situa-se a área de Arte dentro dos Parâ-
metros Curriculares Nacionais como um tipo de conhecimento que envolve tanto a
experiência de apropriação de produtos artísticos (que incluem as obras originais e as
produções relativas à arte, tais como textos, reproduções, vídeos, gravações, entre
outros) quanto o desenvolvimento da competência de configurar significações por
meio da realização de formas artísticas. Ou seja, considera-se que, (...) aprender arte
envolve não apenas uma atividade de produção artística pelos alunos, mas também
a conquista da significação do que fazem, pelo desenvolvimento da percepção esté-
tica, alimentada pelo contato com o fenômeno artístico, visto como objeto de cultura
através da história e como conjunto organizado de relações formais. (Ibidem, p. 32)
Fonte: artenaescola.org.br
Fonte: g1.globo.com
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• Expressar e saber comunicar-se em artes mantendo uma atitude de
busca pessoal e/ou coletiva, articulando a percepção, a imaginação,
a emoção, a sensibilidade e a reflexão ao realizar e fruir produções
artísticas;
• Interagir com materiais, instrumentos e procedimentos variados em
artes (artes visuais, dança, música, teatro), experimentando-os e co-
nhecendo-os de modo a utilizá-los nos trabalhos pessoais;
• Edificar uma relação de autoconfiança com a produção artística pes-
soal e conhecimento estético, respeitando a própria produção e a dos
colegas, no percurso de criação que abriga uma multiplicidade de
procedimentos e soluções;
• Compreender e saber identificar a arte como fato histórico contextu-
alizado nas diversas culturas, conhecendo, respeitando e podendo
observar as produções presentes no entorno, assim como as demais
do patrimônio cultural e do universo natural, identificando a existência
de diferenças nos padrões artísticos e estéticos;
• Observar as relações entre o homem e a realidade com interesse e
curiosidade, exercitando a discussão, indagando, argumentando e
apreciando arte de modo sensível;
• Compreender e saber identificar aspectos da função e dos resultados
do trabalho do artista, reconhecendo, em sua própria experiência de
aprendiz, aspectos do processo percorrido pelo artista;
• Buscar e saber organizar informações sobre a arte em contato com
artistas, documentos, acervos nos espaços da escola e fora dela (li-
vros, revistas, jornais, ilustrações, diapositivos, vídeos, discos, carta-
zes) e acervos públicos (museus, galerias, centros de cultura, biblio-
tecas, fonotecas, videotecas, cinematecas), reconhecendo e compre-
endendo a variedade dos produtos artísticos e concepções estéticas
presentes na história das diferentes culturas e etnias. (P.c., 1997, p.
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5 ARTE NA EDUCAÇÃO INFANTIL
A Arte é vista como linguagem e tem seu discurso específico. O “ olhar” da cri-
ança se constrói, paulatinamente, na sala de aula, que parece um espaço limitado.
Mas ele se abre para outros espaços e se percebe a si mesma. É só quando se passa
do limiar do olhar para o universo do ver que se realiza um ato de leitura e de reflexão.
Neste sentido Sílvio Zamboni (1998 apud Ana Mae Barbosa, 2003, p.72) ressalta que:
O ver não diz respeito somente à questão física de um objeto ser focalizado
pelo olho, o ver em sentido mais amplo requer um grau de profundidade muito
maior, porque o indivíduo tem, antes de tudo, de perceber o objeto em suas
relações com o sistema simbólico que lhe dá significado.
À medida que passam a dominar técnicas que lhes possibilitem manejar esses
elementos para conceituar e expressar ideias, as crianças ficam mais confiantes, por-
que se tornam mais habilidosas e competentes. A confiança em si mesmo é elemento
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importante na construção da autoestima, e esta pode ser mais uma das justificativas
para trabalhar com artes na Educação Infantil.
É, portanto, necessário repensar o Ensino de Arte, visto que na atualidade, esta
propõe uma ação educativa criadora, ativa e centrada no aluno para que este encontre
um espaço para o seu desenvolvimento pessoal e social por meio de vivência e posse
do conhecimento artístico e estético.
6 ENSINO FUNDAMENTAL I E II
Assim, a reflexão levantada por Ana Mae Barbosa (2010) é quando as regras
impostas pela sociedade aos adolescentes sem nenhum significado, ocasionando cri-
ses de confronto com a vida, a arte então cumpriria um importante papel nesse sen-
tido, possibilitando ao indivíduo, através de sua expressão, confrontar-se com suas
crises.
Assim, vemos a necessidade da viabilidade de se interpretar a obra de Arte não
só ao realizar/produzir a obra, mas ao realizar sua leitura e estabelecer interconexões
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com outras obras sendo significativo o resgate da função e da integração das instân-
cias: fazer, apreciar e contextualizar, perpassando e promovendo um processo de
“formação” no âmbito educacional. As capacidades de expressão: relacionamento,
espontaneidade, imaginação, observação e percepção são inatos no ser humano,
mas necessitam ser estimuladas e desenvolvidas, através de atividades dramáticas,
plásticas e musicais.
A aprendizagem enquanto processo, depende de um grande conjunto de capa-
cidades e de contextos para que possa ocorrer: memória, motivação, capacidades
sensoriais e perceptivas, inteligências e criatividade, além de ambientes ricos, estimu-
lantes e reforçadores são condições elementares para a aprendizagem.
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a informação, facilita quando a aprendizagem seguinte, à “reaprendizagem”, para
dizê-lo de outra maneira.
A explicação dessas vantagens está nos processos específicos por meio dos
quais se produz a aprendizagem significativa. A aprendizagem significativa implica,
como um processo central, a interação entre a estrutura cognitiva prévia do aluno e o
material ou conteúdo de aprendizagem. Cool (1996) afirma que a significativa da
aprendizagem está muito ligada à funcionalidade, isto é, a possibilidade de utilizar
efetivamente os conhecimentos aprendidos quando necessário, portanto, quanto
maior for o grau de significatividade da aprendizagem, maior será também a sua fun-
cionalidade.
Ausubel aponta três condições básicas necessárias para que possa haver um
processo de aprendizagem significativo:
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A aprendizagem significativa tão discutida nos círculos pedagógicos tem uma
forte relação com a Arte, visto que, os PCN apresentam a Arte como propiciadora do
desenvolvimento do pensamento artístico e da percepção estética, que caracterizam
um modo próprio de dar sentido à experiência humana, levando o aluno a ampliar sua
sensibilidade, percepção e imaginação, bem como favorece o relacionar-se criadora-
mente com as outras áreas do conhecimento. Um aluno que teve a sua competência
artística bem trabalhada e/ou explorada, será capaz de perceber sua realidade cotidi-
ana mais vivamente, podendo criar condições para conquistar uma finalidade de vida
melhor, ou seja, dará funcionalidade ao que aprende.
8 CONCEITO DE CRIATIVIDADE
Fonte: www.impacta.com.br
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essa capacidade independe do nível ou classe social, mas depende do meio no qual
o sujeito está inserido. Esse conceito pode ser melhor entendido a partir das quatro
categorias definidas por Rodhes (Apud: KNELLER, 1978, [s.p.]), que destaca que:
Fonte: notuscomunicacao.com.br
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liberdade, ou melhor, da ação libertadora, pois a criação associa-se à formação do
senso crítico.
Segundo Haetinger (2005, p. 134), “A criatividade está presente em cada um de
nós. Todos têm a mesma capacidade criadora”. Mas ele argumenta que essa capaci-
dade é potencializada ou minimizada de acordo com nossas interações com o meio
cultural, o qual pode ou não oferecer estímulos às atitudes e aos atos criativos.
O autor complementa ainda que, o que potencializa a criatividade são as nossas
vivências. Em seu livro destaca que, “Criatividade – Capacidade criadora, inventivi-
dade, capacidade de gerar novas ideias. Associada a vivências e meio ao qual o indi-
víduo está inserido” (Ibidem, p. 15). Analisando os processos criativos, Haetinger
(2005) aponta que estes estão relacionados à inteligência e, mais especificamente,
que eles se originam nos pensamentos divergentes.
Fonte: universia.com.br
Fonte: www.materialcriativo.com.br
Fonte: www.furtadoleite.com.br
www.liderancafeminina.com.br
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e é por isso que a realidade de cada pessoa é única”. O autor acrescenta ainda que,
“É preciso ter consciência de que o pensamento humano é um processo contínuo, e
que as ideias de hoje são uma consequência das ideias do passado. O pensamento
criativo é evolutivo, dotado de insights, mas nunca é totalmente novo” (Ibidem, p. 52).
E completa dizendo que, “Devemos estar sempre cientes de que estamos criando
interpretações da realidade, e não a realidade propriamente dita” (Ibidem, p. 56).
Hallawell (1994) caracteriza o processo criativo enfatizando que toda obra de
arte, seja ela visual ou de qualquer outra expressão, evolui da mesma forma, em qua-
tro estágios: concepção, materialização, interpretação e reinterpretação. Dessa forma,
primeiro a ideia é concebida, depois materializada, para ser interpretada em seguida.
O processo criativo só se completa quando a obra é reinterpretada pelo espectador.
Enriquecendo um pouco mais a compreensão sobre o assunto, cabe citar ainda, entre
tantos outros existentes, mais alguns conceitos de criatividade, como por exemplo,
que, “Criatividade é encontrar soluções onde todos só veem problemas, encontrar
meios onde todos só veem escassez, encontrar um sorriso onde os outros só veem
tristeza” (FABIO, 2000, [s.p.]). Ou que, “Criatividade é um comportamento produtivo,
construtivo, que se manifesta em ações ou realizações, não necessitando ser, priori-
tariamente, um fenômeno ímpar no mundo, mas deve ser basicamente, uma contri-
buição do indivíduo” (LOWENFELD & BRITTAIN, 1977, [s.p.]).
Fonte: www.pensedesignthinking.com.br
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Também Rogers (1978, [s.p.]), que afirma que, “Criatividade é a emergência na
ação de um produto relacional que provém da natureza única do indivíduo, por um
lado, e dos materiais, acontecimentos, pessoas e circunstâncias de sua vida, por ou-
tro”. Criatividade é o processo de apresentar um problema à mente com clareza (ou
seja, imaginando-o, visualizando-o, superpondo-o, meditando, contemplando, etc.), e
logo originar ou inventar uma ideia, conceito, noção ou esquema segundo linhas no-
vas ou não convencionais; supõe estudo e reflexão mais do que ação. A criatividade
resulta da combinação de processos ou atributos que são novos para o criador. (VER-
VALIN, 1980, [s.p.])
Criatividade é o processo de fazer e comunicar conexões significativas e novas
para nos ajudar a pensar muitas possibilidades; para nos ajudar a pensar e experi-
mentar de várias formas, usando diferentes pontos de vista; para nos ajudar a pensar
novas e inusitadas possibilidades; e para nos guiar no processo de gerar e selecionar
alternativas. (ISAKSEN & TREFFINGER, 1985, [s.p.])
Criatividade é um atributo dos sistemas sociais que fazem julgamento sobre os
indivíduos. A criatividade é o produto da interação entre três subsistemas: o domínio,
a pessoa e o campo. O domínio representa a cultura onde um determinado compor-
tamento tem lugar. O campo é composto por indivíduos que conhecem as regras do
domínio e que decidem se o desempenho do indivíduo é criativo ou não. A pessoa é
o indivíduo que assimilou as regras do domínio, encontrando-se pronto para imprimir
no campo suas variações individuais. (CZIKSZENTMIHALYI, 1988, [s.p.])
9 ARTE E CRIATIVIDADE
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Fonte: agenciazaz.com.br
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o caminho para uma melhor compreensão. Quando aqueles que não são artistas es-
tão procurando fechar o livro, ele o abre e mostra que ainda há um grande número de
páginas possíveis. Robert Henri (In: Ibidem, p. 17)
Para Edwards (1987), conquistando acesso àquela parte do cérebro que funci-
ona de maneira conducente ao pensamento criativo e intuitivo, aprendemos aquilo
que é fundamental às artes visuais: como pôr no papel o que vemos diante de nossos
olhos. Depois, adquirimos a habilidade de pensar de forma mais criativa em outras
atividades. Jerome Bruner (In: Ibidem, p. 27), nos diz que, “Há algo de extravagante
no ato de criar, embora a tarefa seja séria. E é igualmente extravagante escrever a
respeito desse ato pois, se há um processo silencioso, é o processo criativo. Extrava-
gante, sério e silencioso”.
Já Arthur Koestler (In: Ibidem, p. 38), considera que, “Todo ato criativo requer...
uma nova inocência de percepção, livre da catarata da crença tradicional”. Segundo
Edwards (1987), uma pessoa criativa é aquela capaz de processar, sob novas formas,
as informações de que dispõe – os dados sensoriais comuns acessíveis a todos nós.
O escritor precisa de palavras, o músico precisa de notas, o artista precisa de percep-
ções visuais e todos precisam de certo conhecimento das técnicas de sua arte. Mas
o indivíduo criativo percebe intuitivamente possibilidades de transformar dados co-
muns em uma nova criação que transcende a mera matéria prima.
Haetinger (2005), ao focar seu trabalho no universo criativo infantil, identifica
que, o caráter questionador que marca a nova geração demonstra um alto grau de
criatividade que norteia o seu senso crítico e aproveita essa colocação para ressaltar
a importância da criatividade ao longo da vida humana. Esta afirmação determina
duas coisas: a primeira, que é preciso trabalhar a criatividade desde cedo para ampliar
sua ação no pensamento humano. A segunda, que o jovem criativo que tenha verda-
deiramente desenvolvido o seu senso crítico poderá manter sua criatividade cres-
cendo mesmo na idade adulta. (HAETINGER, 2005, p. 15).
A música e a dança como modalidades do ensino de Arte são apontadas por
Haetinger (2005), em seu trabalho, quando o autor menciona a música associada à
dança no contexto escolar. “É por meio desse tipo de prática que inserimos a dança
no universo da criança. Então, parece-nos evidente a exploração desse estímulo
quando buscamos facilitar o desenvolvimento das capacidades motoras e da criativi-
dade de nossas crianças”. (Ibidem, p. 50)
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A dança é uma das formas de expressão fundamentais para o desenvolvimento
psicomotor. Isso porque, quando alguém dança, está necessariamente controlando e
coordenando seus movimentos corporais associados ao pensamento. O resultado
desta atividade é o exercício físico e mental relacionado ao prazer e a alegria. O
mesmo autor enfatiza que, na escola, podemos trabalhar com vários tipos de dança e
entre eles, a Dança Criativa.
Fonte: www.plox.com.br
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sons específicos, o professor estimula a criança a dançar e usar sua imaginação”.
(Ibidem, p. 51)
De acordo com Marques (2003), a dança criativa “sugere que as aulas de dança
devem permitir e incentivar os alunos a experimentar, explorar, expandir, colocar seu
eu no processo de configurações de gestos e movimentos” (Ibidem, p. 140). Haetinger
(2005) também menciona o teatro, outra modalidade do ensino de Arte, como ativi-
dade estimuladora da criatividade infantil. O autor reforça que, na educação, a motri-
cidade relaciona-se intensamente com a expressão dramática, pois, quando a criança
está desenvolvendo suas habilidades, ela conjuga ações com seu corpo, sua imagi-
nação, seu poder de imitação e de representação. Estas práticas consistem em for-
mas de expressão fundamentais para seu desenvolvimento.
É brincando de faz de conta, imitando gestos e expressões faciais e represen-
tando situações que a criança explora sua imaginação e expressão corporal. O poder
imaginativo da criança faz com que ela crie e recrie constantemente o seu universo,
traçando relações entre a realidade e a fantasia. (Ibidem, p. 57)
Fonte: www.plox.com.br
Para Haetinger (2005), este elo entre o real e o imaginário é muito importante
para as vivências infantis. Como faz notar um renomado pesquisador da expressão
dramática na infância e no universo escolar, que afirma que, “o jogo dramático infantil
é uma forma de arte por direito próprio; não é uma atividade inventada por alguém,
mas sim o comportamento real dos seres humanos” (SLADE, 1978, p. 17).
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Do mesmo modo, Haetinger (2005) salienta que, “É neste tipo de atividade que
a criança se expressa espontaneamente. Por meio do jogo dramático, ela inventa,
pensa, lembra, ousa, experimenta, comprova, relaxa e faz relações com o mundo que
a cerca”. (Ibidem, p. 58)
A expressão dramática deve ser valorizada e correlacionada com as atividades
de desenvolvimento infantil. Isto pode ser feito, por exemplo, quando se propõe cami-
nhadas imaginativas ou brincadeiras com fantoches e máscaras. Todos os jogos que
trabalham com a fantasia são importantíssimos às descobertas infantis. Ao destacar-
mos a expressão dramática na educação, proporcionamos meios para a criança vi-
venciar diferentes papéis e ampliar sua imaginação e criatividade de modo prazeroso
e alegre. E, indo além do momento presente, oportunizamos que ela se torne futura-
mente um adulto com iniciativa e autonomia. (HAETINGER, 2005, p. 59)
Fonte: modeloatoratriz.com.br
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A propósito, Haetinger (2005) explica que, quando se propõe um jogo, além dos
objetivos cognitivos a serem alcançados, espera-se que as crianças sejam capazes,
entre outras coisas, de criar e explorar a criatividade, uma vez que o jogo proporciona
o desenvolvimento do pensamento criativo e divergente, gerados pela criatividade.
Desse modo, os alunos podem inovar e descobrir formas para se relacionar com a
aprendizagem. Portanto, os jogos artísticos, como o próprio nome diz, são aqueles
que operam com as competências artísticas. Entre eles, destacam-se as atividades
de artes plásticas como desenhos, gravuras, recortes, colagens, maquetes, móbiles,
trabalhos com tintas, esculturas, massa de modelar, dobraduras, quadros, mosaicos,
máscaras, vitrais, entre outras; as atividades teatrais são os jogos dramáticos, peças,
dramatizações, improvisações teatrais, fantoches, mímicas, teatro de sombras, etc.;
as musicais são montagens de instrumentos, ritmos, canto, composição, paródias,
coral, dicção; e a dança, em todos os seus gêneros e de todas as épocas, atividades
de expressão corporal, de ritmo e movimento, faz parte dos jogos expressivos.
No contexto escolar, Haetinger (2005) acredita que a criatividade pode trans-
formar a relação do sujeito com o conhecimento. As atitudes e as ações criativas cor-
respondem a meios para a compreensão e alteração da realidade. Todo ato criativo
expressa a percepção que alguém tem do mundo, de uma ideia ou situação. O indiví-
duo necessariamente usa o seu entendimento da dimensão real para criar algo novo.
(Ibidem, p. 128)
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Fonte: dedinhos-lambuzados.com.br
Ainda nesta mesma linha de considerações, Haetinger (2005) diz que a criativi-
dade potencializa a imaginação humana e, consequentemente, modifica o método
pelo qual as pessoas lidam com a informação e o processamento da mesma. A im-
portância da criatividade como método é ressaltada por Rogers na seguinte afirmação:
“a sobrevivência dos povos depende da capacidade criadora do homem” (Apud:
KNELLER, 1978, p. 19).
Em outras palavras, Haetinger (2005, p. 132) menciona que, o processo criativo
está intimamente relacionado ao exercício da imaginação. Os jogos e brincadeiras
que estimulam a auto expressão, a descoberta e o poder de imaginação exploram a
criatividade e permitem que alunos e professores se expressem de modo global e
potencializem suas habilidades e capacidades. Também ao desenvolver sua própria
criatividade, o educador passa a compreendê-la e adquire parâmetros para proporci-
onar experiências criativas aos seus educandos.
31
Fonte: barraup.com.br
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vivências coletivas contribuem com a criatividade e com o desenvolvimento do senso
crítico”. (Ibidem, p. 137)
Fonte: opimpolhodajudite.com.br
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Fonte:www.educandocomamor.com.br
Por fim, ainda se referindo aos educadores, Haetinger (2005, p. 138) conclui que,
sua função é organizar o meio, os recursos e os instrumentos didáticos para a criação;
é criar um ambiente favorável em que a criança se sinta segura e acolhida para atuar;
é estimular a expressão da subjetividade dos alunos, sem indicar-lhes possíveis erros
ou o melhor modo de fazer as coisas. Eles descobrirão por si próprios, explorando
objetos e vivendo diferentes situações.
Também Machado [s.d.], ao analisar o papel do professor de Arte, alude que o
educador é extremamente importante nesse processo, pois é ele que está sempre
presente, observando o desenvolvimento de cada criança, orientando-o e direcio-
nando-o.
Na opinião de Lowenfeld & Brittain (Apud: MACHADO, [s.d.]), o professor deve
ter sempre em mente que não se deve impor padrões e regras a serem seguidos,
estabelecer algo supostamente correto, “bonito” ou “feio”. “Essas seriam restrições à
capacidade criadora e, consequentemente, inibiriam a expressão individual da criança
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e sua autoafirmação”. E continua, “É preciso ajudar as crianças a desenvolver a con-
fiança na autoafirmação, propiciada pela expressão artística”. (Ibidem, [s.p.])
Fonte: www.superjogosinfantis.com.br
35
Fonte: www.brincandoeconstruindo.com.br
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O processo criativo deve desenvolver as potencialidades das crianças, utili-
zando os recursos que favorecem não só a aquisição de conhecimento, mas sobre-
tudo, a expansão e a afirmação da personalidade do educando, podendo ser desen-
volvida capacidade criadora e canalizada para as diversas atividades e setores da
realização pessoal. (Ibidem, [s.p.])
Cabe citar Barroso, Borges & Silva (1996, p. 16), que ao escreverem o artigo
Arte sem graça, a respeito de que o uso de modelos prontos no ensino de Arte empo-
brece a imaginação da criança, destacam que, “A prática de dar figuras para colorir
ou desenhos para copiar não estimula a criatividade da criança. Pior, inibe sua capa-
cidade de expressão e lhe indica um caminho fácil (e pobre) da criação: repetir fórmu-
las conhecidas”. E continuam dizendo que, “O questionamento, a indagação, a com-
preensão da pesquisa, eis o caminho da criação. Devem-se propiciar condições para
que os alunos criem. Massificar não educa, porque esse processo implica em respos-
tas prontas”. (Ibidem, p. 16)
As mesmas autoras alertam que, “Os professores devem expressar o desejo
de mudar a sociedade por meio de uma pedagogia orientada para a criatividade”. (Ibi-
dem, p. 19)
10 HISTÓRIA DA ARTE
Fonte: www.maniacolorida.com.br
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A Arte no ensino tradicional era de forma fragmentada, sem qualquer relação
entre a prática e a teoria, e apenas a técnica era valorizava. Nas décadas de 1950 e
1960, o professor estimulava a livre expressão, uma tendência da escola novista que
deixa de ser uma mera cópia e passa a prática espontaneísta sem compromisso com
conhecimento científico.
No ano de 1971, com a Lei nº 5.692, foi determinado que a disciplina de Educa-
ção Artística abordasse conteúdos de música, teatro, dança e artes plásticas, nos cur-
sos de 1° e 2° graus, onde um único professor deveria dominar todas essas lingua-
gens de forma competente. Contudo, não poucas vezes, esses professores eram for-
mados em cursos de curta duração (2 anos). Na escola, eles trabalhavam na concep-
ção tecnicista, onde a arte era centrada nas técnicas e habilidades, de modo que o
aluno deveria ter domínio de vários materiais, os quais seriam utilizados na sua ex-
pressão artística, que era de forma espontânea, sem compromisso com o conheci-
mento de linguagens artísticas (NISKIER, 1988).
A partir da criação dos Parâmetros Curriculares Nacionais, segundo a LDB, a
disciplina Arte ganha maior espaço na escola e a torna obrigatória em vários níveis da
educação básica: ” O ensino da arte constituirá componente curricular obrigatório, nos
diversos níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural
dos alunos” (NISKIER, 1998, p.83).
Fonte: www.93fm.radio.br
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da Arte, analisando sua própria produção e dos colegas. De modo que: o estudo, a
análise e a apreciação da arte podem contribuir tanto para o processo pessoal de
criação dos alunos como também para sua experiência estética e conhecimento sig-
nificativo que ela desempenha nas culturas humanas (PCNs, 5ª a 8ª série, p. 49).
Contextualizando na realidade educacional, deve-se relacionar a arte produzida
historicamente e socialmente, tanto no passado como na atualidade, relacionando
com sua produção artística e dos colegas. Ocorrendo articulação entre a produção e
apreciação na aprendizagem de Arte, que só é válida quando contextualizada. Diante
disso, o professor de Arte precisa ter um mínimo de experiências: prático-teórica, in-
terpretando, criando e apreciando arte, para desenvolver uma reflexão pedagógica
específica para o ensino das linguagens artísticas. (PCNs, 5ª a 8ª série, p.30).
Ainda sobre os professores, os PCNs do EM referem-se aos profissionais que
precisam aperfeiçoar-se de forma contínua para estar a serviço das escolas ou cen-
tros culturais. Em virtude do direito dos alunos ao exercício e prática de sua sensibili-
dade de se expressar em arte e como cidadão, espera-se que seus professores de
arte também possam se aperfeiçoar nesse mesmo exercício, incluindo suas compe-
tências profissionais (PCN do EM, p.180).
Fonte: www.educacao.atarde.uol.com.br
39
tenha entendimento nas linguagens artísticas, para repassar um ensino de forma co-
erente e democrático, não se detendo apenas em uma linguagem. Pois a Arte, como
o termo reporta, deve ser contemplada em seu sentido amplo, compreendendo a di-
versidade de áreas, e os alunos possuem o direito de apreciá-las, analisá-las, refleti-
las e experimentá-las, porque todas essas linguagens artísticas fazem parte de seu
cotidiano.
Compete aos professores proporcionarem aos alunos o acesso e contato com
os conhecimentos culturais básico para uma prática social viva. Segundo Ernest Fis-
cher (2002 p.57), “A arte capacita o homem para compreender a realidade e o ajuda
não só suportá-la, como transformá-la aumentando-lhe a determinação de torná-la
mais humana e mais hospitaleira para a humanidade”.
Fonte: www.bumpintomums.com.au
Fonte: www.revistaescola.abril.com.br
Fonte: www.artelinguagemuniversal.com.br
Fonte: www.typat.com
É por meio da arte como expressão que o artista interpreta a essência do mundo
e nos leva a descobrir o sentido da cultura e da história. A Arte como trabalho de
expressão está relacionada com a ciência, técnica e tecnologia de cada época. De
acordo com Chauí (2003, p. 150), “o artista é um ser social que busca exprimir seu
modo de estar no mundo na companhia dos outros seres humanos, reflete sobre a
sociedade, volta-se para ela, seja para criticá-la, seja para afirmá-la, seja para superá-
la”. O artista deixa o seu testemunho no mundo, produzindo a sua arte.
Nas DCes (2007, p.29) consta que: “toda linguagem artística possui uma organi-
zação de signos que propicia comunicação e a interação”. Esse é o motivo pelo qual
a arte sempre esteve baseada na representação do mundo que o cerca, seus deuses
e a si próprio. Nas manifestações artísticas o homem revela o que pensa e sente; cria
e transforma a sua realidade.
43
A arte hoje tem como função analisar, criticar e refletir a realidade humana soci-
almente. A conclusão é que a arte é um conceito aberto e livre. A Arte tem um signifi-
cado infinito (ISAKSEN & TREFFINGER, 1985, [s.p.]).
A busca dos princípios norteadores da Arte-educação vem sendo uma das prin-
cipais preocupações dos pesquisadores dessa área, como também daqueles que se
envolvem nas questões relacionadas ao ensino-aprendizagem, no interior do sistema
escolar formal. Existem diferentes perspectivas e fundamentos de ordem epistemoló-
gica sobre Arte-educação, principalmente em relação à criação artística, à teoria da
arte e o ensino artístico, que compõem a espinha dorsal desse movimento. Os aspec-
tos que norteiam a Arte-educação têm sido objetos de estudo por parte de vários teó-
ricos, que apresentam tipologias diferenciadas, autores como: Barrett (1979), Gom-
brich (1998), Gloton (1973), Fontanel-Brassarte e Rouquet (1975), Eisner (1972), Du-
arte Jr (1983), Hernández (1997), Read (1954), Dewey (1958).
Fonte: www.moneycrashers.com
44
Esses autores, apesar de adotarem diferentes enquadramentos, concordam
num ponto: a Arte educação é uma questão complexa e, como tal, não se fundamenta
exclusivamente numa ou noutra ordem de pressupostos. Por essa razão, os quadros
referenciais não se delineiam como possuidores de um caráter exclusivo. Os pontos
de vista, desses autores, às vezes são contraditórios, apresentam rupturas ou inver-
sões. Mas possuem relações de complementaridade e, por vezes, assumem um ca-
ráter de reinterpretação ou renovação. No geral, os princípios que permeiam o movi-
mento de Arte-educação correspondem a sequência abaixo relacionada.
Segundo ISAKSEN & TREFFINGER, (1985 [s.p.]) o primeiro princípio do movi-
mento de Arte-educação refere-se aos trabalhos de expressão artística da criança. Os
quais, segundo os arte-educadores, seriam construídos a partir da leitura que a cri-
ança faria de si mesma e do mundo, por meio de linguagem simbólica para expressar
a própria realidade. Essa por sua vez, seria construída a partir da seleção de suas
experiências em relação ao meio circundante e a si mesma. Para que esse processo
ocorra, os arte-educadores afirmam que se deveria oportunizar o contato e a percep-
ção da criança de arte, para que ela construísse uma leitura de mundo consistente,
além de auxiliar na constituição dos símbolos e da representação estética.
Fonte: www.cultura.ba.gov.br
Um dos autores que defendem a auto- expressão é Gombrich. Segundo ele: es-
tes autores aparecerão no decorrer do capítulo, conforme a especificidade de arte-
educação a que pertencem. Há uma confusão quanto ao que é chamado de auto-
expressão na criança, que é algo muito bom, muito proveitoso e admirável, mas que
é muito dificilmente aplicável à arte! Quero dizer: a partir do momento em que as pes-
soas pensam que tudo o que fizeram será arte, porque quando estavam na escola
tudo o que faziam era considerável adorável por seus professores, aí então não se
45
tem mais uma teoria da arte. Não há tendência, não há objetivos, e não havendo ob-
jetivo não há como saber contra o que se opor. (GOMBRICH, 1988, p. 146).
Fonte: www.cambe.pr.gov.br
1) o fazer artístico;
2) o conhecimento histórico;
3) a apreciação estética.
46
para além da visão, incorporando-lhe os sentimentos, o prazer ou o desgosto (GLO-
TON, 1973, p. 143).
Fonte: www.colegiomarista.org.br
47
Fonte: www.educandocomart.wordpress.com
48
Fonte: www.formacaomaringa.com.br
49
Fonte: www.cathysandeen.wordpress.com
50
Fonte: www.novidadeemfoco.com.br
Para o autor, existem três atividades que têm lugar na educação através da
arte:
1) A auto expressão, que seria a necessidade inata do indivíduo de comu-
nicar a outros indivíduos seus pensamentos;
2) A observação, que seria o desejo de registrar na memória suas impres-
sões sensoriais e, através delas, classificar seu conhecimento conceitual
do mundo e,
3) A apreciação, que seria a resposta dos indivíduos aos modos de expres-
são de outras pessoas e aos valores do mundo.
Observa-se, que vigorou em suas teorias, uma tendência que primava por sujei-
tar a obtenção de progressos no terreno da vida coletiva ao desenvolvimento da ciên-
cia. Assim, bastaria que os educandos assimilassem padrões científicos de pensa-
mento, para que esses passassem a desfrutar os benefícios da modernidade. A de-
mocracia, por exemplo, dádiva da modernidade, seria necessariamente alcançada por
intermédio da industrialização, propiciada pela tecnologia, resultado inegável do tra-
balho dos cientistas.
A técnica da educação estética foi apresentada por Read (1954) pelos seguintes
aspectos distintivos:
52
Reagrupando essas técnicas de educação estética elas corresponderiam, se-
gundo o autor (READ, 1954, p.34) às quatro principais funções em que os processos
mentais se dividiriam tradicionalmente, como segue:
53
Fonte: www.mamae.org.br
54
Fonte: www.rede.novaescolaclube.org.br
55
1. questionar a divisão entre pesquisa básica e pesquisa aplicada em Arte-
educação;
2. discutir a significação das pesquisas para o desenvolvimento teórico-
prático da Arte-educação;
3. determinar os caminhos a serem tomados por essas pesquisas para
atender às necessidades e aclarar alguns questionamentos nucleares da
área.
Em síntese, os procedimentos que foram tomados pela INSEA em relação a arte-
educação, até a década de 1980 se direcionaram para a pesquisa. Entretanto, foi
através de Read, que se estabeleceram os pressupostos básicos da “educação esté-
tica”, voltada ao desenvolvimento daqueles sentidos que se baseiam a consciência, a
inteligência e o raciocínio humano.
Fonte: www.atelieanjico.com.br
56
Neste contexto, Dewey (1958) propôs uma educação estética do indivíduo como
via de transformação de uma racionalidade tecnológica emergente, defendendo uma
aprendizagem centrada na experiência da criança. A educação progressiva foi o ponto
central de suas teorias. Ela estava no crescimento constante da vida, na medida em
que o conteúdo da experiência ia sendo aumentado, assim como o controle que o
indivíduo exercia sobre ela.
Eisner (1972, p.135), explicou a práxis do ensino de arte, desenvolvida pelas
Escolas Progressivas, da seguinte forma: Quando se sugerem atividades criativas em
arte, estas vinham quase sempre sob a forma de projetos de arte correlacionados ou
integrados. O professor era frequentemente solicitado a usar a arte em conjunção com
seu trabalho em estudos sociais, etc. Em razão do elemento curricular básico geral-
mente usado pelos Progressistas ser a unidade – um projeto ou problema que explo-
rassem uma variedade de recursos –, não é de admitir que se considerasse a arte
integrada um modo conveniente de trazê-la para a sala de aula. [...]. Em muitos casos,
a arte na sala de aula do primário não era usada somente como um veículo de auto-
expressão criativa, era colocada a serviço da formação do conceito.
Dewey (1958), considerava que a escola não poderia ser uma preparação para
a vida, mas sim, a própria vida. Para ele, vida-experiência e aprendizagem estavam
unidas, de tal forma que a função da escola era possibilitar uma reconstrução perma-
nente feita pela experiência do educando. Ou seja, por um lado, ao experimentar e,
por outro, ao provar. Com base nas experiências do provar, a experiência educativa
tornar-se-ia para o educando num ato de constante reconstrução.
Fonte: www.acusticafm.com.br
57
Sendo assim, o processo de ensino-aprendizagem para Dewey estaria base-
ado em:
1) uma compreensão de que o saber é constituído por conhecimentos e
vivências que se entrelaçam de forma dinâmica, distante da previsibilidade
das ideias anteriores;
2) alunos e professor detentores de experiências próprias, que são apro-
veitadas no processo. O professor possui uma visão sintética dos conteú-
dos, os alunos uma visão sincrética, o que torna a experiência um ponto
central na formação do conhecimento, mais do que os conteúdos formais;
3) uma aprendizagem essencialmente coletiva, assim como é coletiva a
produção do conhecimento.
Fonte: www.davincivix.com.br
58
Sobre o papel da Arte-educação, na sociedade industrial, Dewey (2001, p. 31)
manifestou-se da seguinte forma: A arte, em uma palavra, é a indústria extraordinari-
amente consciente de seu próprio significado – adequadamente consciente, emocio-
nal e intelectualmente. Mas o período da educação é justamente aquele no qual o jogo
de atividades produtivas e manuais pode sobrecarregar seus desempenhos com ta-
manha abundância de significado social e científico que a associação uma vez esta-
belecida, jamais será perdida. Sempre há o perigo de que uma preparação educacio-
nal para a indústria se torne supertécnica e utilitária, trazendo para a escola as carac-
terísticas mais indesejáveis do atual regime industrial. Nossa proteção reside em tor-
nar artística as atividades industriais na escola.
Na década de 1920, nos Estados Unidos, sob orientações de Dewey, foram de-
senvolvidas diversas inovações pedagógicas. A base para todas elas estiveram pre-
sente na construção de uma educação democrática e, na relação entre a prática pe-
dagógica e estruturas sociais. De acordo com os ideais da democracia, Dewey (1966),
viu na escola o instrumento ideal para estender a todos os indivíduos os seus benefí-
cios, tendo a Arte-educação uma função democratizada a de igualar as oportunidades.
A vida social não poderia existir sem ampla participação popular e sem o debate livre
de opiniões. Sua base subjetiva estaria no ambiente de cooperação e solidariedade
entre as pessoas. E para sua realização seria necessária uma mudança radical na
economia, a qual deveria ser controlada pela sociedade.
Fonte: www.artenoespacoeducativo.com.br
59
15 A INTERDISCIPLINARIDADE COMO ABORDAGEM METODOLÓGICA DA
ARTE-EDUCAÇÃO
60
gicas para a Arte-educação das diferentes abordagens: freudiana, lacaniana, huma-
nística, junguiana e gestaltista, assim como, em filosofia, um dos objetivos será a aná-
lise das influências das correntes fenomenologista, marxista, kantiana, no ensino da
arte.
Fonte: www.iraciped.wordpress.com
61
pode ser programada após um estudo das características da criança e da sociedade
em que elas vivem, pois é o contexto que determina os objetivos da arte.
Fonte: www.davincivix.com.br
62
Fonte: www.cnsg-pi.com.br
A palavra avaliar vem do latim a + valere, e seu significado é não atribuir valor
ao que está sendo avaliado. O prefixo “a” significa “não” é a palavra “valiar” significa
atribuir um valor. A avaliação tem sido tema de constante discussão entre os educa-
dores, em encontros, seminários, capacitações, grupos de estudos, formação conti-
nuada. Saul (1999, p. 101-110), relata que:
63
[...] A insatisfação sobre a prática da avaliação, entre os professores não é
nova. Pesquisas já demonstram, em vários estados do país, que os profes-
sores querem mudar sua prática. Em alguns, o desejo é o de conseguir fazer
melhores instrumentos de avaliação, em outros, o desejo de tornar a avalia-
ção mais justa e uma preocupação constante, há ainda, professores que que-
rem mudar de uma prática avaliativa quantitativa para a avaliação qualitativa.
Isso nos leva a analisar a questão da avaliação, pois para obter a média a escola
prioriza a quantidade e não a qualidade. Se a escola trabalhasse com o mínimo de
conhecimento ela não teria a necessidade de fazer médias e então, os conceitos es-
tariam efetivamente expressando a qualidade da aprendizagem. Luckesi refere-se
ainda ao “contrabando entre qualidade e quantidade” e ao modo como a escola aprova
os alunos sem eles deterem os conhecimentos necessários para uma unidade de en-
sino.
Assim, se a partir da década de 1990, aponta-se na educação uma perspectiva
crítica, de modo geral a prática da avaliação ainda ocorre de forma autoritária, tecni-
cista e convencional. Atualmente as mudanças ocorridas na prática avaliativa ainda
são muito periféricas. E qual seria a prática avaliativa ideal? Fica bem claro que a
avaliação burocrática, sinônimo de controle, classificatória e punitiva não é a mais
adequada, mas sim a avaliação inclusiva e compromissada com a democratização,
que podemos realmente utilizar como parte do processo educativo. Sabemos que
essa mudança não é nada fácil, e implica em mudanças na escola, no currículo e na
prática pedagógica; enfim utilizar a avaliação não como julgamento, mas como pro-
cesso de ensino-aprendizagem, entendida como questões metodológicas de investi-
gação para intervir na qualidade da aprendizagem.
65
Nos PCNs para o ensino fundamental (2001, p. 95), a noção de Avaliação está
relacionada com, “[...] conhecer como os conteúdos de Arte são assimilados pelos
estudantes a cada momento da escolaridade e reconhecer os limites e a flexibilidade
necessária para dar oportunidade à coexistência de distintos níveis de aprendizagem
num mesmo grupo de alunos”. Isso deixa clara a importância da adequação à diversi-
dade, mas é vaga a concepção de avaliação.
Já nas DCEs (2008, p. 81), a concepção de avaliação para a disciplina de Arte
é de que ela é diagnóstica e processual:
66
trais (Viola Spolin), os métodos de Kodaly e Orff ou a dança educativa de Laban. Mar-
tins (1998, p. 159) relata que “[...] não há métodos bons ou ruins, e, sim, métodos que
pensam o aprendiz e o processo de ensino-aprendizagem de formas diferentes. Cada
método é sempre recriado pelo professor, que na sua prática e teoria traça as suas
opções metodológicas”. Martins, Picosque e Guerra (1998, p. 142) sugerem que, para
a avaliação do “conhecimento da produção artística” dos alunos, o professor responda
às seguintes perguntas:
Essas perguntas poderão orientar o professor para que ele possa analisar se
todos os conceitos trabalhados ficaram claros para o aluno. A avaliação até pouco
tempo, tinha como finalidade proporcionar uma visão retrospectiva, e medir a apren-
dizagem do aluno, mas segundo Hernández e Sancho, (1993), a avaliação é enten-
dida como “[...] a realização de um conjunto de ações direcionadas ao recolhimento
de uma série de dados sobre uma pessoa, fato, situação ou fenômeno, com o fim de
emitir um juízo sobre a mesma”, considerando que esse “juízo” tenha critérios previa-
mente estabelecidos. A partir dessa definição a avaliação assume duas funções pri-
mordiais: a recapitulação (o armazenamento dos conteúdos) e a promoção dos estu-
dantes; e três fases: avaliação inicial, a avaliação formativa e a avaliação somativa.
Se um dos nossos grandes objetivos como educadores é estimular a capaci-
dade de pesquisa em nossos alunos, devemos oportunizar aos alunos a aplicação de
67
seus conhecimentos aprendidos em situações reais ou simulações e não somente
responder a enunciados reprodutivos. Hernández (2000, p. 154) diz que “[...] mais do
que medir, avaliar significa entender, interpretar e valorizar”. Ainda se tem conceituado
em nossa prática pedagógica avaliação como fonte de medida classificatória.
Freire (1997, p.131) afirma que “[...] lutar em favor da compreensão e da prática
da avaliação enquanto instrumento de apreciação do que fazer de sujeitos críticos a
serviço, por isso mesmo, da libertação e não da domesticação. Avaliação em que se
estimule o ‘falar-a’ como caminho do ‘falar-com’”. Isso nos faz um alerta de que a
avaliação tem um papel muito maior do que simplesmente somar e dividir notas, sem
se ter a certeza do aprendizado adquirido.
Por esse motivo as DCEs de Arte (2008, p. 81) ressaltam que [...] a avaliação
em Arte supera o papel de mero instrumento de medição da apreensão de conteúdos
e busca proporcionar aprendizagens socialmente significativas para o aluno”. E ainda
propõe um método de avaliação, observação e o registro do processo de aprendiza-
gem que ajudem o professor a acompanhar e oportunizar aos alunos serem sujeitos
do processo, de forma que eles também possam elaborar seus registros de forma
sistematizada e ter a oportunidade de refletir e discutir suas produções e também a
de seus colegas.
68
Fonte:www.escolaperdizesagnusdei.com.br
Fonte:projetojaciaraanhanguera.com.br
Segundo GOMBRICH (1988, p. 146), diante das restrições às quais a arte é sub-
metida nos programas educacionais, a função do professor, para além de ministrar
aulas, tem sido a de criar na escola uma abertura ao diálogo, mostrando que a arte
tem um sentido, um domínio específico, uma linguagem própria e uma contextualiza-
ção histórica que lhe é inerente. Assim, legitimando seu papel, a escola precisa reco-
nhecer que a sua competência inclui o educar para a capacidade de julgar, bem como,
acompanhar e avaliar as atividades e as experiências da sua clientela.
70
“Quanto mais o aprendiz tiver oportunidade de resinificar o mundo por meio
da especificidade da linguagem da arte, mais poder de percepção sensível,
memória significativa e imaginação criadora terá para formar consciência de
si mesmo e do mundo. Desvelar/ampliar, como termos interligados, são
ações que se auto impulsionam, como polos instigadores para poetizar, fruir,
conceituar e conhecer arte elaborando sempre novas relações com o já sa-
bido (MARTINS, 1998). ”
Fonte: www.monicasschool.com.br
71
Aprender a ver é perceber diferenciações, compreendê-las e estabelecer rela-
ções com as semelhanças. Mas, na maioria das escolas o Ensino de Arte ainda fun-
ciona como adereço, disciplina decorativa no currículo e até como relações públicas,
orientando eventos, enfeitando o espaço físico, organizando festividades nas datas
comemorativas, ou seja, um apêndice da programação curricular e pedagógica da
instituição educacional. É a arte e o seu ensino a serviço da comunidade, cuja função
maior é a ilustração de fatos e eventos.
Fonte:escolapadregiovanni.com.br
72
Segundo Ferraz (1998), paralelo a esta postura pedagógica de recepção de ima-
gens de obras/objetos de arte para reprodução, ainda se tem notícias de ensino de
arte que se encarrega da imposição à criança de um repertório de signos gráficos
como modelos criados por um senso comum, atitude na qual se condiciona os alunos
a temas/códigos, acarretando um empobrecimento e operando uma profunda modifi-
cação no pensamento infantil. Ao impor modelos e condutas gráficas, nega-se a ri-
queza absoluta dos desenhos/registros trazidos/feitos em casa: admiráveis, ricos, va-
riados, cheios de detalhes, espontâneos e com crivo pessoal. A criança em idade es-
colar segue perdendo essa pureza e autenticidade e incorpora clichês, citações, mo-
delos, imagens emprestadas, manipuladas, utilizando-se de estereótipos, cópias, re-
produções e imitações, comprometendo desta forma a sua expressão livre/espontâ-
nea, atitude considerada pela grande maioria dos estudiosos do ensino da arte e da
educação, não só como um pecado ou uma atitude ultrapassada e inconveniente,
como também, nada educativa.
Fonte:colegiopromundo.com.br
73
que permita ao aprendiz o desenvolvimento de suas capacidades para que possa in-
teirar-se de forma flexível, crítica e criativa na construção de saberes. De acordo com
Anamélia Buoro Bueno: “A natureza da escola, de maneira geral e como a conhece-
mos e vivenciamos, não privilegia um modelo de aprendizagem por relação direta com
a realidade. O conhecimento de mundo que se faz por mediação da escola é neces-
sariamente filtrado pela ferramenta verbal – de preferência em sua forma escrita [...].
Investidos do papel e da função de educadores em arte, uma nova dimensão acres-
centa-se para nós: a da construção sensível de nossa competência para mediar outros
olhares e encaminhá-los à auto compreensão e à compreensão do mundo e seus
mistérios. ”
Fonte:baraodemaua.com.br
74
19 O PROFESSOR DE ARTE
Fonte:www.vvale.com.br
É o professor que ambienta a sala de aula e a provê como cenário para as mais
variadas manifestações de aprendizagem, criando no espaço físico as possibilidades
para o aflorar de novos conhecimentos e sequencia os passos didáticos e o ritmo das
aulas, de forma criativa e flexível, sendo perspicaz nos imprevistos, nos desafios, nas
situações novas.
75
Nesta expectativa, a inovação do espaço escolar, bem como a busca de alterna-
tivas estratégicas para o redimensionamento das práxis devem ser metas do educador
que prima pela qualidade do ensino por ele ministrado, principal e primordialmente,
no que se refere ao ensino de arte, tão desvalorizado e adormecido na educação bá-
sica do nosso país. Para se chegar ao conhecimento da arte é preciso, então, delinear
caminhos para a aprendizagem artística e estética, através de procedimentos peda-
gógicos coerentes, visto que, na aprendizagem da arte, o artístico relaciona-se dire-
tamente com o ato de criação da obra de arte, do seu projeto à exposição ao público,
a sua socialização. Desta forma, o fazer artístico é o resultado das construções novas
mobilizadas a partir de sínteses emocionais e cognitivas emergidas no contato com a
cultura. Assim, em arte, o estético é a compreensão sensível cognitiva do objeto ar-
tístico em estudo, contextualizado no tempo-espaço e sócio culturalmente.
“Nesse aspecto, Herbert Read (1996), enfatiza que: “...a cultura é um cresci-
mento espiritual, na maior parte das vezes de altura pouco elevada, como o capim
dos campos, mas crescendo aqui e ali na forma de altas árvores frutíferas, não menos
enraizadas no solo; e a cultura, constituindo-se essa vida orgânica nativa e perecível,
pode ser transplantada e difundida por meios artificiais e num estado de preservação
artificial. Continuando a metáfora, e dando substância ao ponto que irei sustentar,
apenas as sementes da cultura podem ser difundidas com algum resultado penetrante
e criativo. ”
Nosso primeiro passo nas escolas deveria ser derrubar o isolamento da arte –
aboli-la de todo como matéria se for para ser considerada como atividade especiali-
zada, estanque. Ela deveria ser o aspecto significante, o aspecto “disciplinado”, de
toda atividade; qualquer matéria deveria ser uma das artes, e o objetivo da educação
deveria ser fazer de todos nós mestres em arte. No entanto, ser mestre em uma arte
é ser também partícipe de um mistério.
76
Fonte:gestaoescolar.org.br
77
Fonte:ocafe.com.br
Discorda-se, pois, destas últimas palavras, pois não se partilha aqui da ideia de
a arte perder o seu espaço no contexto escolar. É uma solução paliativa que tem feito
inaugurar uma onda de escolas de arte particulares, que não comungam dos mesmos
princípios e objetivos do ensino de arte na escola, trazendo a volta ao academicismo
instalado na reprodução/cópia fiel de objetos/modelos, como desenhos de observação
destituídos de contextualização teórica, fato esse que não deve intimidar os seus de-
fensores e nem camuflar os problemas/dificuldades da arte e o seu ensino para a sua
permanência no cenário educacional. Isso instiga à luta para mostrar que a arte na
escola é possível: com qualidade, com transparência enquanto processo de aprendi-
zagem e com resultados satisfatórios para uma leitura/abordagem maior a que o seu
conteúdo versa e propõe, uma prática pedagógica reflexiva que envolve a concepção
do conhecimento enquanto processo, privilegiando a interferência no conhecimento
posto pelos legados culturais e artísticos da humanidade.
Para Ferraz (1998): “O trabalho com arte na escola tem uma amplitude limitada,
mas ainda assim há possibilidades dessa ação educativa ser quantitativa e qualitati-
vamente bem-feita. Para isso, seu professor precisa encontrar condições de aperfei-
çoar-se continuadamente, tanto em saberes artísticos e sua história, quanto em sabe-
res sobre a organização e o desenvolvimento do trabalho de educação em arte. ”
79
Fonte:www.escolacaracol.com.br
Não é, entretanto, o que ocorre nas aulas de artes. Na maioria delas, as práticas
docentes estão baseadas em uma concepção modelar e padronizada de ensino: os
professores sempre determinam o que e como fazer, cabendo aos alunos realizar a
tarefa proposta, todos do mesmo modo e ao mesmo tempo. Esse padrão ocorre no
ensino da música, da dança, do teatro e das artes visuais, mas não é privilégio do
ensino artístico e pode ser observado em todos os níveis da educação básica, da
educação infantil ao ensino médio.
A escola não existe sem o aluno e não funciona sem o professor/educador. Muito
criticado e por vezes incompreendido, o professor carrega os ossos do ofício, onde é
mais cobrado do que aprovado em suas ações. Ciente da sua importância no meio
escolar, Sandra Richter (2002), sustenta que o papel do professor deva ser pautado
no seguinte pressuposto: “Nenhum professor pode constituir conhecimento pelo
aluno. Pode apenas sustentar, dar continência (segurar, conter, suportar) às ações de
cada um na dinâmica sensível de cooperação social, enquanto ato de reunião e co-
munhão com o outro, pela capacidade adulta de ser sensível e compreender as difi-
culdades vividas que cercam o processo de aprender, os obstáculos que cada criança
deve superar e ultrapassar, os equívocos necessários e os inúteis, os medos e as
alegrias espontâneos frente à novidade que é o desconhecido. O criar passa neces-
sariamente pelo interrogar e pelo fazer, por invenções mais que descobertas: por isso
arte não se ‘ensina’: arte se faz, vive-se. A criança não apreende senão aquilo que
80
constrói, aquilo que faz. E é somente quando o outro se torna autor que podemos
acreditar na tarefa da educação. ”
81
contrário: discriminar, ao invés de incluir, valorizar o melhor e manter-se indiferente
ao menos dotado. As disciplinas concorrem entre si como conteúdos estanques per-
cebendo o aluno como um fragmento, um apêndice do seu corpo, não visando à for-
mação e ao desenvolvimento integral desse ser humano que está sob a responsabili-
dade do educador para crescer, desenvolver e integrar-se/adaptar-se ao mundo, ao
contexto onde vive.
Fonte:fatoamazonico.com
82
E vai além, discutindo e tecendo críticas, pois: “...constata-se que a escola pú-
blica enfrenta atualmente uma situação problemática no nível sociopolítico que se re-
flete na concepção de educação institucionalizada, herança do projeto moderno de
educação. Tal enfrentamento diz respeito à atual postura política hegemônica que se
vale de mecanismos de poder, cuja natureza é discursiva. Nesse sentido, pode-se
inferir que o emprego sistemático da violência simbólica é utilizado para moldar a ca-
pacidade reflexiva dos indivíduos, através, principalmente, dos meios de comunica-
ção. ”
Fonte:educacaoburiti.com.br
Faz-se necessário, sob esta óptica, pensar o Ensino de Arte com qualidade, evo-
cando a urgência em se colocar o artista, a obra, o público e a comunicação como
componentes do processo artístico e fontes instigantes para a organização e as re-
percussões dos conteúdos curriculares, bem como, os seus reflexos no fazer e no
pensar arte enquanto expressão e cognição. (Ferraz, 1998)
Fonte:www.carajastudodebom.com.br
Segundo Duarte Jr. (2005), apesar de essa última afirmação ter sido feita no ano
de 1983, encontra-se numa perspectiva otimista, porque o quadro que hoje se dese-
nha/configura nas escolas é de uma hora/aula semanal para o ensino de arte, contra-
pondo-se às disciplinas ditas mais sérias, contempladas por uma carga horária de três
a cinco horas/aula por semana. Independente da carga horária ocupada pela arte no
currículo escolar é fundamental a introdução de estudos de estética, crítica e história
da arte, paralelos à produção artística em qualquer nível de ensino, Infantil, Funda-
mental, médio e/ou Superior, pois “A epistemologia da arte não se configura apenas
84
pelo fazer artístico [...]. É necessário também refletir, exercitar o julgamento, compa-
rar, analisar e interpretar imagens para conhecer arte, além de ser imprescindível en-
tender o lugar da arte no tempo e na cultura. ”
Fonte:www.portalburitiense.com.br
De uma forma realista e muito positiva, Ferraz citando Cena for, sintetiza que:
“agir no interior da escola é contribuir para a transformação da sociedade. Cabe à
escola difundir os conteúdos vivos, concretos, indissoluvelmente ligados às realidades
sociais. Os métodos de ensino não partem de um saber espontâneo, mas de uma
relação direta com a experiência do aluno confrontada com o saber trazido de fora. O
professor é mediador da relação pedagógica - um elemento insubstituível. É pela pre-
sença do professor que se torna possível uma ‘ruptura’ entre a experiência pouco
elaborada e dispersa dos alunos, rumo aos conteúdos culturais universais, permanen-
temente reavaliados face às realidades sociais. ”
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Sob esse prisma, Maria do Carmo Curtis discute/critica o papel da escola como
difusora/promotora de saber e cultura. Mesmo reconhecendo e reafirmando a força
potencializadora da arte enquanto instrumento para tal, admite que as escolas no Bra-
sil não estão preparadas para uma educação multicultural ao trazerem em seu quadro
docente, profissionais não qualificados, tendo-se em vista que a formação em arte na
qual se habilitaram para lecionar o conteúdo, não lhe proveram de experiências que
remetessem a esses aspectos: “...as instâncias difusoras da cultura, como a escola,
ao promover o consumo de bens simbólicos, instituem o consumo admirativo, em con-
sequência, ao invés de qualificar socialmente os alunos, acabam por reforçar a dis-
tância entre o público e a obra. Situação que justifica estudar as possibilidades de
desenvolver a leitura de obra que não se restrinja à sua mera veiculação. ”
Fonte:g1.globo.com
Segundo Duarte Jr. (2005), há que se concordar em parte com a autora no to-
cante à formação do professor. Porém, acredita-se que a formação continuada está
aí para que os docentes se qualifiquem e busquem atualização para seguirem em
caminhada, trazendo para a escola novos olhares para o fazer artístico e para o ensino
de arte. Todavia, segue-se acreditando que arte se faz e se vive, apostando-se na
criação livre e espontânea, na invenção e na descoberta. Acredita-se que arte se en-
sina e se aprende a partir do contato com materiais artístico-plásticos que nutrem e
potencializam o gesto criativo.
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Entretanto, segundo Dewey é enfadonho rodear o aprendiz com materiais e ins-
trumentos, deixando-o reagir a eles de acordo com os seus desejos, por acreditar no
direcionamento da experiência no sentido de um processo contínuo de expressão e
desempenho e não em construções esporádicas. Não se concebe assim, a arte so-
mente pelo fazer, mas a arte recebida, apreciada, lida, fruída, contextualizada a partir
da mediação do educador com os interesses do aluno e a proposta de ensino em arte.
De qualquer forma, a escola e o professor não podem ser responsabilizados sozinhos
por toda a negação do ensino da arte. Para Barbosa (1998): “Os poderes públicos,
além de reservarem um lugar para a Arte no currículo e se preocuparem em como a
Arte é ensinada, precisam propiciar meios para que os professores desenvolvam a
capacidade de compreender, conceber e fruir Arte. Sem a experiência do prazer da
Arte, por parte dos professores e alunos, nenhuma teoria de Arte-Educação será re-
construtora. ”
Partindo-se do princípio que o ensino de arte na escola deva primar pela ampli-
ação do repertório cultural da sua clientela no âmbito de suas experiências estéticas,
concebesse-a como um canal para o alargamento dos horizontes perceptivos, numa
atitude de aproveitamento e respeito ao conhecimento e às experiências trazidas de
casa, de suas relações com o meio e com o mundo. Desta forma, o ensino de arte
não se restringe ao desenvolvimento do potencial criador e nem o tem como exclusi-
vidade, pois hoje transita pelo enfoque da construção do conhecimento, da arte-cog-
nição (caminho para a aprendizagem estética e artística, rumo à educação da sensi-
bilidade). São palavras de Sandra Richter: “Nessa direção, os meios artísticos gráfico-
plásticos, na educação, tornam-se estratégias de um fazer infantil que integra imagi-
nação e sensibilidade, razão e desejo, produção e invenção, imagem e palavra, como
modo poético de conhecer a si, aos outros e ao mundo, permitindo à criança exercitar
com prazer sua humana condição de criar sentidos através das diferentes linguagens
visuais. ”
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21 INTERVENÇÃO ABRANGENTE COM ARTE DE CONTAR HISTÓRIA
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fizer, tanto mais aumentará o “arquivo referencial” e, consequentemente, a cri-
atividade.
Senso Crítico: as histórias atuam como ferramentas de grande valia na cons-
trução desse senso crítico, porque por meio delas os alunos tomam conheci-
mento de situações alheias à sua realidade, uma vez que podem “navegar” em
diferentes culturas, classes sociais, raças e costumes.
Disciplina: é entendida como aceita e praticada espontaneamente pela criança
e não como algo imposto inquestionavelmente pelo educador. No momento que
se trabalha com o que a criança realmente gosta, quando sente que foi prepa-
rada especialmente para elas, as chances de se ter uma postura atenta e par-
ticipativa aumentam muito.
Contar histórias é atividade muito antiga. Assim, o mais importante que o ho-
mem acumulou de sua experiência foi sendo comunicado de indivíduo a indivíduo, de
povo a povo. Contar história desenvolve as possibilidades de apreensão dos signifi-
cados do mundo em que as pessoas estão inseridas. Esta atividade pode auxiliar na
aprendizagem por apresentar características únicas de descontração, atenção, ale-
gria entre outras tantas habilidades que possam fazer o aluno aprender e apreender
o sentido das coisas pelo modo lúdico da Contação de Histórias.
Por meio da literatura analisada, percebe-se que uma história bem contada sur-
preende as pessoas, tem o poder de quebrar a rotina e trazer a magia à tona; estimula-
se a criatividade, rompem-se barreiras, desvendam-se mistérios, abrem-se portas e
pode ser tão especial e marcante para o ouvinte que chega a influenciar na sua ma-
neira de pensar e agir.
Para contar uma história é preciso saber como se faz, afinal podem se des-
cobrir sons e palavras novas, e por isso é importante que se tenha uma me-
todologia específica. É preciso que quem conte, crie um clima de envolvi-
mento, de encanto, e saiba dar pausas necessárias para que a imaginação
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da criança possa ir além e construir seu cenário, visualizar seus monstros,
criar os seus dragões, adentrar pela sua floresta, vestir a princesa com a
roupa que está inventando, pensar na cara do rei... e tantas outras coisas
mais. (ABRAMOVICH, 1994, p. 20).
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Qualquer pessoa pode contar histórias desde que goste de ler, tenha uma boa dicção,
goste de inovar, não tenha medo de errar e tenha sempre em mente que suas palavras
terão uma importância enorme, darão vida aos pensamentos de um autor e poderão
motivar mudanças significativas tanto para crianças quanto para adultos.
As palavras tornam-se poderosas quando saem dos lábios de um contador,
esses maravilhosos profissionais que não medem esforços para dar sentido a uma
narrativa. E para que isso aconteça, a pessoa interessada em contação de histórias
tem que estar preparada, estudar muito, conhecer seu público, acreditar naquilo que
está contando, aprimorar-se constantemente através de cursos, oficinas e da obser-
vação de outros profissionais da área que atuam nos mais diferentes espaços. É pre-
ciso muita leitura, pesquisa e principalmente a prática, pois a cada vez que contamos
uma história nos tornamos mais “donos” dela e fazemos com que ela seja melhor
absorvida pelos ouvintes. (AMARILHA, 2001, 2006; FREITAS, 2002; RAMOS, 3
2005).
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22 BIBLIOGRAFIA BÁSICA
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
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