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ARTE FÁCIL

ENSINO FUNDAMENTAL

II
Vamos tentar seguir quase à risca o que os PCNs nos trazem como orientação.

Neste ciclo, o Fundamental II, para os PCN de Arte, os alunos devem ser capazes de
dominar, com mais propriedade, as linguagens da Arte e também realizar
trabalhos pessoais e grupais com certa autonomia.

Desta forma, os alunos reconhecerão com mais clareza que existe


contextualização histórico-social e marca pessoal nos trabalhos artísticos. Espera-
se que, assim, passem a incluir esses componentes em seus próprios trabalhos
escolares e também na vida.

Cabe ao educador auxiliar seus alunos para que eles possam identificar a posição
que sua comunidade ocupa no contexto de diferentes espaços de produção
cultural, comparando, interpretando e se posicionando em relação à variedade de
propostas artísticas de sua região e até mesmo de outros países. Assim, os alunos
passarão a estabelecer conexões entre os trabalhos escolares e a cultura
extraescolar, ambos envolvendo os objetos de estudo, começando no âmbito de
sua comunidade, passando pela produção nacional e chegando ao âmbito
internacional a que tiverem acesso. Nos dias atuais, isto é muito significativo, uma
vez que grande maioria do nosso alunado tem acesso, ainda que virtual, a tudo
que se interessarem. Nós vamos tentar, aqui, levá-los a esse interesse.

O professor pode também desenvolver atividades, articulando experiências


relacionadas às questões políticas, culturais e sociais da própria comunidade e de
outras. Isso irá agregar-lhe grande valor em vários sentidos, ao longo de seu
desenvolvimento educacional.

A Arte está presente no cotidiano dos alunos. Eles passarão a vê-la na forma de
diversos objetos, em vitrines, em suas músicas e danças, nos jardins, nas roupas
que vestem e muito mais. Além disso, ele passará a respeitar outras culturas,
promovendo o respeito e o reconhecimento dessas distinções.
SUMÁRIO

O que ensinar em Arte no Fundamental II? ............................................................................................................ 8

6º ANO ............................................................................................................................................................................ 12
AULA Nº 01........................................................................................................................................................................ 12

AULA Nº 02........................................................................................................................................................................ 13

AULA Nº 03........................................................................................................................................................................ 14

AULA Nº 04........................................................................................................................................................................ 15

AULA Nº 05........................................................................................................................................................................ 16

AULA Nº 06........................................................................................................................................................................ 17

AULA Nº 07........................................................................................................................................................................ 18

AULA Nº 08........................................................................................................................................................................ 18

AULA Nº 09........................................................................................................................................................................ 20

AULA Nº 10........................................................................................................................................................................ 20

AULA Nº 11........................................................................................................................................................................ 22

AULA Nº 12........................................................................................................................................................................ 22

AULA Nº 13........................................................................................................................................................................ 23

AULA Nº 14........................................................................................................................................................................ 24

AULA Nº 15........................................................................................................................................................................ 25

AULA Nº 16........................................................................................................................................................................ 25

AULA Nº 17........................................................................................................................................................................ 26

AULA Nº 18........................................................................................................................................................................ 27

AULA Nº 19........................................................................................................................................................................ 28

AULA Nº 20........................................................................................................................................................................ 29

AULA Nº 21........................................................................................................................................................................ 29

AULA Nº 22........................................................................................................................................................................ 30
AULA Nº 23........................................................................................................................................................................ 31

AULA Nº 24........................................................................................................................................................................ 31

AULA Nº 25........................................................................................................................................................................ 33

AULA Nº 26........................................................................................................................................................................ 34

AULA Nº 27........................................................................................................................................................................ 36

AULA Nº 28........................................................................................................................................................................ 36

AULA Nº 29........................................................................................................................................................................ 37

AULA Nº 30........................................................................................................................................................................ 38

7º ANO ............................................................................................................................................................................ 39
AULA Nº 01........................................................................................................................................................................ 39

AULA Nº 02........................................................................................................................................................................ 41

AULA Nº 03........................................................................................................................................................................ 42

AULA Nº 04........................................................................................................................................................................ 43

AULA Nº 05........................................................................................................................................................................ 44

AULA Nº 06........................................................................................................................................................................ 46

AULA Nº 07........................................................................................................................................................................ 48

AULA Nº 08........................................................................................................................................................................ 49

AULA Nº 09........................................................................................................................................................................ 50

AULA Nº 10........................................................................................................................................................................ 51

AULA Nº 11........................................................................................................................................................................ 52

AULA Nº 12........................................................................................................................................................................ 53

AULA Nº 13........................................................................................................................................................................ 55

AULA Nº 14........................................................................................................................................................................ 56

AULA Nº 15........................................................................................................................................................................ 56

AULA Nº 16........................................................................................................................................................................ 58

AULA Nº 17........................................................................................................................................................................ 59

AULA Nº 18........................................................................................................................................................................ 61

AULA Nº 19........................................................................................................................................................................ 62
AULA Nº 20........................................................................................................................................................................ 63

AULA Nº 21........................................................................................................................................................................ 65

AULA Nº 22........................................................................................................................................................................ 66

AULA Nº 23........................................................................................................................................................................ 68

AULA Nº 24........................................................................................................................................................................ 69

AULA Nº 25........................................................................................................................................................................ 70

AULA Nº 26........................................................................................................................................................................ 73

AULA Nº 27........................................................................................................................................................................ 75

AULA Nº 28........................................................................................................................................................................ 76

AULA Nº 29........................................................................................................................................................................ 77

AULA Nº 30........................................................................................................................................................................ 77

8º ANO ....................................................................................................................................... 79
AULA Nº 01........................................................................................................................................................................ 79

AULA Nº 02........................................................................................................................................................................ 80

AULA Nº 03........................................................................................................................................................................ 81

AULA Nº 04........................................................................................................................................................................ 82

AULA Nº 05........................................................................................................................................................................ 84

AULA Nº 06........................................................................................................................................................................ 84

AULA Nº 07........................................................................................................................................................................ 86

AULA Nº 08........................................................................................................................................................................ 86

AULA Nº 09........................................................................................................................................................................ 87

AULA Nº 10........................................................................................................................................................................ 87

AULA Nº 11........................................................................................................................................................................ 87

AULA Nº 12........................................................................................................................................................................ 89

AULA Nº 13........................................................................................................................................................................ 90

AULA Nº 14........................................................................................................................................................................ 92

AULA Nº 15........................................................................................................................................................................ 92
AULA Nº 16........................................................................................................................................................................ 94

AULA Nº 17........................................................................................................................................................................ 94

AULA Nº 18........................................................................................................................................................................ 96

AULA Nº 19........................................................................................................................................................................ 97

AULA Nº 20........................................................................................................................................................................ 99

AULA Nº 21......................................................................................................................................................................100

AULA Nº 22......................................................................................................................................................................101

AULA Nº 23......................................................................................................................................................................101

AULA Nº 24......................................................................................................................................................................102

AULA Nº 25......................................................................................................................................................................104

AULA Nº 26......................................................................................................................................................................105

AULA Nº 27......................................................................................................................................................................106

AULA Nº 28......................................................................................................................................................................106

AULA Nº 29......................................................................................................................................................................106

AULA Nº 30......................................................................................................................................................................108

9º ANO ..................................................................................................................... 110


AULA Nº 01......................................................................................................................................................................110

AULA Nº 02......................................................................................................................................................................111

AULA Nº 03......................................................................................................................................................................113

AULA Nº 04......................................................................................................................................................................113

AULA Nº 05......................................................................................................................................................................114

AULA Nº 06......................................................................................................................................................................116

AULA Nº 07......................................................................................................................................................................117

AULA Nº 08......................................................................................................................................................................119

AULA Nº 09......................................................................................................................................................................120

AULA Nº 10......................................................................................................................................................................120

AULA Nº 11......................................................................................................................................................................121

AULA Nº 123 ...................................................................................................................................................................123


AULA Nº 13......................................................................................................................................................................124

AULA Nº 14......................................................................................................................................................................124

AULA Nº 15......................................................................................................................................................................125

AULA Nº 16......................................................................................................................................................................126

AULA Nº 17......................................................................................................................................................................126

AULA Nº 18......................................................................................................................................................................127

AULA Nº 19......................................................................................................................................................................128

AULA Nº 20......................................................................................................................................................................128

AULA Nº 21......................................................................................................................................................................129

AULA Nº 22......................................................................................................................................................................131

AULA Nº 23......................................................................................................................................................................132

AULA Nº 24......................................................................................................................................................................133

AULA Nº 25......................................................................................................................................................................135

AULA Nº 26......................................................................................................................................................................135

AULA Nº 27......................................................................................................................................................................136

AULA Nº 28......................................................................................................................................................................138

AULA Nº 29......................................................................................................................................................................138

AULA Nº 30......................................................................................................................................................................139

DESPEDIDA .....................................................................................................................................................................139
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O que ensinar em Arte no Fundamental II?

Como nos demais ciclos, os alunos devem aprender a respeito de artes visuais, dança,
teatro e música. Sabemos que a disciplina de Arte baseia-se na reflexão, na apreciação e
na produção.

Eu me lembro de que, quando estudava, detestava a disciplina de Arte, na verdade,


Educação Artística. Éramos muito pobres e eu pedi uma vez ao meu pai (meu grande
amor, que se foi há um ano e meio) para que comprasse o material exigido pela
professora. Ele não poderia comprar, e desde esse dia, nunca mais pedi. Assim, eu só não
ficava em recuperação em Artes porque os colegas colocavam meu nome nos trabalhos.
Mas hoje, não é mais assim. Graças a Deus! Naquele tempo a aula de Artes dava ênfase
única e exclusivamente às produções, o que hoje entendemos ser Artesanato, que é
maravilhoso, e, claro, tem seu lugar (por incrível que pareça, hoje eu sou artesã de
profissão, olha só...). Mas hoje, o bom currículo da disciplina de Arte deve contemplar as
quatro linguagens: artes visuais, música, teatro e dança - o que nem sempre,
infelizmente, é cumprido em sala de aula em virtude da formação dos professores, da
falta de preparo, de material, de tempo para se preparar uma boa aula, uma vez que a
maioria dos professores dobra e até triplica seu horário de trabalho. Foi pensando nisso
que criei o Arte Fácil.

Em 2006, produzi o Arte Fácil Educação Infantil, que hoje se chama Ensino Fundamental
I. EM 2014 criei o Arte Fácil Ensino Médio, que contempla os vestibulares e o Enem de
uma forma prazerosa para o professor se guiar e agora, em razão dos apelos de meus
leitores, aqui está o Arte Fácil - Ensino Fundamental II.

O fazer pedagógico na disciplina é baseado na chamada metodologia ou proposta


triangular, defendida por Ana Mae Barbosa, da Escola de Comunicação e Arte da
Universidade de São Paulo (USP), que contempla três eixos norteadores: reflexão,
apreciação e produção, o que levará o ser humano a vivenciar a arte em todas as suas
dimensões, independentemente da linguagem escolhida.

No Ensino Fundamental, cada conteúdo deve ser ensinado levando em consideração os


três eixos. A aprendizagem de temas como o Modernismo, o Barroco e o Expressionismo.
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requer do estudante reconstruir esses conceitos em interações sucessivas, além de


pesquisar, escutar narrativas, participar da fruição de obras, executar trechos de peças
musicais compostas nesses períodos, ler e redigir textos, entre outras atividades.
Acho que, nesta fase, é imprescindível trabalhar com projetos, tentando, o quanto
possível, abranger as demais disciplinas.

Vamos tentar abranger todas as áreas em todas as séries. Eu acho melhor desta forma,
porque, se por exemplo, um aluno muda de escola, de cidade... ele terá passado pelas
mãos de um professor de quem jamais se esquecerá, e terá a bênção de conhecer de tudo
um pouco, com muita qualidade.

Esta fase da galerinha, a adolescência, requer um olhar todo especial. A meninada não é
mais criança, mas também não é ainda adulto, e está totalmente perdida em si mesma. É
importante que entremos no universo deles. Temos alunos de todos os tipos, todas as
classes sociais, religiões, enfim... É imprescindível participarmos de todos esses
universos.

As linguagens abordadas têm que alcançar a todos, de alguma forma.

Vamos tentar!

É legal lecionar para essa turminha porque, nesta fase, eles adooooram novidade!! Isto
para professor de Arte é tudo de bom!!

Eles gostam de desenhar olhando, desenhar criando, pintar com tinta, com giz, com lápis,
colar, tudo mesmo!! Vamos aproveitar isso. É também uma fase em que eles adoram se
mostrar. Assim, os projetos envolvendo a escola toda, ou algumas turmas, sempre são
bem vindos.

Se soubermos cativá-los, iremos passar pela História da Arte juntamente com eles, e
poderemos ver a alegria dessa galera criativa, trabalhando com afinco para fazer o
melhor! E mais: faremos parte da história de vida DELES!

Ainda hoje, depois de muito tempo longe de sala de aula, recebo inúmeras mensagens de
meus ex-alunos, lembrando-me de aulas que fizemos há uns dez anos! Um aluno lembrar
de aula dada... É difícil, não é mesmo? Entretanto, veremos que é importante 1
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que o aluno entenda que a aula de Arte não é apenas para "lazer", um momento de
brincar; ele deverá refletir sobre ela, das mais variadas formas.

NOSSO MAIOR OBJETIVO:

-Motivar o aluno a desenvolver uma aprendizagem criativa, participativa e conhecer


progressivamente seu próprio talento, tendo oportunidade de criar e expor sua
criatividade, priorizando a arte da aprendizagem.

Antes de “colocarmos a mão na massa”, propriamente dito, deixe-me relembrar aqui o


que tenho falado nos outros trabalhos que desenvolvi: uma aula de Arte não pode ser
sinônimo de bagunça!! Por isso, eu sempre aconselho que, se houver possibilidade,
separe uma sala na escola para que vocês tenham mais liberdade de trabalhar. Ainda
que seja no pátio, se não for atrapalhar, mas tente conseguir um cantinho seu, assim
como se fosse um ateliê. Se não houver jeito, então, você terá que separar cinco minutos
Dantes do final de sua aula, pelo menos, para arrumarem a bagunça que ficou, para que
os demais professores, ao entrarem na sala, não fiquem reclamando. Planeje isso antes.
Muna-se de jornais velhos, paninhos, garrafa pet com água limpa, potinhos, caixas para
guardar seu material. Outra coisa interessante é você guardar o material dos alunos na
escola, porque eles se esquecem de levar. Isto é de lei!! Poucos deles se lembram de levar
material!

Eu aconselho a fazer uma lista de material por trimestre, ou até mensal porque fica mais
fácil para que os pais consigam comprar. Você poderá resolver isso com a direção da
escola, ou até mesmo mandar a lista anual, dando-lhes a opção de comprarem por mês,
ou da forma que acharem mais tranquilo.

Sempre há aqueles que não podem comprar todo o material. Você não o deixará de fora
dos trabalhos, claro! Pela experiência, eu sei que sempre sobra material, como por
exemplo, folhas de papel sulfite, tinta, cola... Recolha o material daqueles que podem
comprar, guarde tudo junto e, se for necessário, em um ou outro momento, distribua o
material necessário para todos os alunos. Se, por acaso, a maioria não pode comprar
mesmo, então, é interessante trabalhar mais em duplas, trios ou em grupos. Eu sei que
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você arrumará um jeito, afinal, é nosso dever como professor, levar o conhecimento a
todos que estão à nossa frente, totalmente confiantes em nosso bom senso.

Outra coisa legal, que nem fica caro, é comprar alguns metros de TNT e confeccionar, até
mesmo com cola quente, aventais para os dias em que trabalharão com tinta. Após a
aula, recolha todos e guarde. Se não houver armário disponível, o que é improvável,
guarde em caixas bem fechadinhas e peça para colocá-las em alguma sala reservada.
Para tudo se dá um jeitinho.

Eu gosto também de guardar os trabalhos comigo. Tenho várias pastas, daquelas com
plásticos, onde guardo os trabalhos anteriores. Para nossa dor, os pais costumam jogar
os trabalhos dos alunos fora!!! Guarde-os para futuras exposições, tire fotos e, se
possível, poste em um blog, ou em uma rede social, ou um site... A galerinha adooora ver
seus trabalhos na internet. E assim, quando você entregar, depois de avaliar tudo e
expor, eles estarão preservados e se sofrerem algum dano, não há problema.

Então, estamos prontos. Vamos lá!


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6º ANO

AULA Nº 01
DESENHOS

Vamos iniciar falando já de um nome estrondoso da Arte: Emiliano Di Cavalcanti.


Brasileiro, carioca, que viveu entre os anos de 1897 e 1976. Di começou fazendo
caricaturas e ilustrações para jornais. Participou e até organizou a Semana de Arte
Moderna, em 1922. Esta foi a época que mudou a arte do Brasil. Falaremos mais tarde
sobre ela. Di Cavalcanti pintava de tudo: pessoas, paisagens, costumes brasileiros, frutas
e flores tropicais. Até tapeçaria e painéis ele fazia, para expor em locais públicos. Artista
muito premiado por sua arte.

Nós vamos fazer algumas cópias dos desenhos dele. Iremos usar grafite mesmo. O bom e
velho lápis preto. Você poderá sugerir o HB ou outro, mas não vejo necessidade real por
enquanto.
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AULA Nº 02

DESENHOS PARTIDOS

Eu criei esta técnica porque adoro o que é diferente! Resolvi cortar os desenhos em
quatro ou seis partes e distribuí-las aos alunos, aleatoriamente. Eles deveriam fazer a
cópia em tamanho maior, da parte que lhes fora entregue. E os trabalhos ficaram
simplesmente inacreditáveis!! Eu me surpreendi com a meninada!

Lembre-se: todos os trabalhos têm que ter o título, o nome do aluno e a data, certo? E
mais: fotografe tudo e monte uma página para cada turma. Isto é fundamental!

Então, vamos lá: escolha algumas obras de Di Cavalcanti, diferentes daquelas que já
foram trabalhadas, faça uma cópia de cada, não mais que uma, corte em quatro partes,
ou em mais, se preferir, e misture bem os pedaços. Depois, distribua-os. Peça que os
alunos, após fazerem a cópia, usem lápis de cor comum mesmo. E, por favor, exponha
esses trabalhos! Ficam muito incríveis!
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AULA Nº 03

DESENHOS DE VÁRIAS FORMAS

Existem inúmeras formas de se desenhar. Podemos fazê-lo com lápis de diversos tipos,
tintas, também de uma infinidade enorme, com pasta de dente colorida, olha só, e de
toda a maneira que nos vier à mente. Pode ficar à vontade e inventar aí a sua forma de
desenhar. Eu vou sugerir o uso de “cotonetes”, ou hastes de algodão. Vamos ver: você irá
precisar das hastes, papel, de preferência um pouco mais grosso. Poderá pedir aos
alunos que se juntem em quatro e comprem uma cartolina. Divida-as para que fique
mais barato o trabalho. Eles deverão fazer um mesmo desenho de diversas espessuras.

Olha o exemplo abaixo. Mas os alunos irão criar livremente. É interessante que seja o
mesmo desenho para que eles observem a infinidade de modos de se desenhar. Dá para
fazer uma obra muito interessante, se eles deixarem a preguiça de lado e fizerem de
muitas formas.
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AULA Nº 04

TRAÇOS FIRMES

Dentre as técnicas diversas de desenho, as quais encheriam praticamente todas as trinta


aulas previstas neste módulo, nós temos uma, bem simples, que auxilia o aluno a treinar
a firmeza na mão. É pura e simplesmente cobrir traços. Essa galerinha já passou por isso,
no Fundamental I, claro. Mas agora, eles irão traçar linhas de maneira artística. Observe:

 Este trabalho deverá ser feito à mão livre. É interessante que o aluno faça apenas um
desenho em cada folha e que dê um título para cada trabalho.
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AULA Nº 05

O PONTO GRÁFICO

Os alunos já estudaram (esperamos que sim, pelo menos) sobre o ponto. Agora, porém,
iremos estudar sobre o ponto gráfico propriamente dito. No Arte Fácil - Fundamental I
poderemos encontrar trabalhos básicos sobre o ponto.

Ponto Gráfico é o ponto que apresenta dimensão, isto é, apresenta contraste com a
superfície (quadro-negro ou papel).

Há inúmeros trabalhos que podemos fazer através dos pontos. Vale muito a pena fazer
todos! Vocês podem ficar um mês trabalhando os pontos. Eu amo! Dá para usar papel,
tecido, tanta coisa...
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Mas olha este: iremos pedir aos alunos que pensem em sua casa, sua rua, seu bairro. Eles
deverão fazer o desenho das ruas e marcar com um ponto a sua casa. Assim:

AULA Nº 06

PONTOS E MAIS PONTOS

Este trabalho pode ser feito em todas as fases de escolaridade. Nesta fase, 6º ano, eu
gosto de trabalhar com tinta e “cotonetes”.
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AULA Nº 07

ATÉ QUE PONTO...

Este trabalho é muito interessante. Em sala de aula mesmo, peça aos alunos para
fazerem várias “selfs”. Depois, eles passarão as imagens para um computador. Se na
escola houver, melhor ainda. As imagens deverão ser passadas para um documento de
texto, como o Word, por exemplo. Só que as carinhas deles ficarão dentro de vários
círculos pequenos, todos em uma única folha. Então, serão impressos e recortados e daí
farão algum desenho abstrato, usando os “pontos” que fizeram com seu rosto. Uma outra
opção, é fazer esse trabalho com rostos diversos, de algum artista, ou de vários. Fica
muito legal! Quanto mais pontos, melhor! Olha só:

AULA Nº 08

A LINHA

Quando o ponto se desloca dá origem a um novo elemento geométrico chamado linha.

Linha é um conjunto de pontos que se sucedem uns aos outros, numa sequência infinita.

Quando os pontos se deslocam numa só direção, ou melhor, numa mesma direção, temos
a linha reta.

∞___________________________________________ ∞
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∞ representa infinito.

Se a linha reta for dividida por um ponto, as duas partes terão o nome de semirretas.

∞______________________ × ×× × ____________________ ∞

Semirreta Semirreta

As semirretas terão começo e não terão fim(∞).

Se a linha for dividida por dois ou mais pontos, cada parte receberá o nome de segmento
de reta.

A B

∞__________________ × __________________ × _________________ ∞

Segmento de reta

O segmento de reta terá começo em A e fim em B.

As linhas podem ser:

CURVAS E RETAS

Dentro deste assunto, linhas e retas, você poderá criar inúmeras aulas. As retas, por
exemplo, se você combinar com o professor de Geometria, poderão fazer um trabalho
magnífico. Seus alunos poderão criar desenho belíssimos a partir das linhas, que podem
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ser perpendiculares, paralelas, divergentes, convergentes, horizontais, verticais,


inclinadas, etc. Use a sua imaginação e coloca a galerinha para treinar os desenhos.

AULA Nº 09

TRAÇADO

As linhas também pode ser finas, grossas, pontilhadas, tracejadas. Observe esta obra de
Van Gogh, Barcos em Saintes-Maries. Peça que seus alunos observem as linhas usadas e
reconheça-as. Depois, farão uma releitura, usando o máximo de linhas diferentes.

AULA Nº 10

COMEÇOU ASSIM...

Grande parte do que sabemos sobre nossos antepassados se deve à arte. O homem
primitivo não perdeu tempo: registrou muita coisa, apesar de, àquela época, não ter as
facilidades que temos hoje. Eles pintavam as cenas de seu cotidiano, e, para isso usavam
do que dispunham no momento, como sangue, barro, carvão, e sabe-se lá mais o quê.
Além das pinturas, foram encontrados inúmeros utensílios nas escavações feitas por
arqueólogos.
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Esta parte da História da Arte é fundamental. Por isso, quem já adquiriu os meus dois
outros trabalhos, poderá verificar que, tanto no Fundamental I como no Médio, eu sugiro
trabalhos sobre a Arte Rupestre. Aqui, vamos trabalhar da seguinte forma: os meninos e
meninas irão reviver aqueles tempos tão difíceis da humanidade. Eles irão produzir arte
rupestre mesmo. Para isso, usarão os mesmos materiais que nossos antepassados
usavam (vamos excluir aqui o sangue, por favor). Peça que recolham terra de várias
tonalidades. É possível encontrar marrom de vários tons, cinza, branca, etc. Peça-lhes
que moam os torrões e que passem pela peneira para que fique bem fininha a terra
usada. Talvez seja interessante usar um pouco de cola branca (antigamente eles usavam
resina) em alguns materiais para que a pintura fique bem firme. Façam este trabalho em
papel cartão, que é bem mais firme que a cartolina. Corte-o em quatro, como já vimos
anteriormente.
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AULA Nº 11

PEDRAS

Fiz este trabalho com meus alunos e resultou numa exuberante exposição: recolhemos
pedras de todo tipo e as colorimos usando tintas naturais. Como no trabalho acima, nada
de tinta comprada, ok? Vamos usar, para colorir nossas pedras, de todos os tamanhos,
tinta natural.

O que podemos usar:

Pó de café, corante vermelho (feito com urucum - em supermercados e feiras


encontramos), açafrão, beterraba, couve e tudo o mais que vier na cabeça. A tinta fica
melhor se misturarmos o material em água quente, juntamente com cola. A textura deve
sempre se aproximar de um mingau.

AULA Nº 12

A DANÇA NOSSA DE CADA DIA

A dança, bem como a música, está presente em nossa vida desde que nos entendemos
como gente. Não dá para saber ao certo como é que nossos antepassados dançavam, mas
pelas pinturas por eles deixadas, podemos ter uma ligeira noção. Parece-nos que eles
faziam algo parecido com rituais de caça.

O trabalho é o seguinte: a turma será separada em grupos. Melhor ainda se você puder
unir todas as turmas de 6º ano possíveis. Pode ser até de outras séries. E daí eles farão,
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cada grupo, de cinco ou seis alunos, uma coreografia que acharem ser parecida com a
dança de nossos ancestrais. Será um trabalho digno de ser filmado e publicado. Eles
deverão também, usar instrumentos musicais feitos com os materiais encontrados: latas,
caixas, bambu... Quem sabe se o professor de história não topa entrar nessa dança com
vocês?

AULA Nº 13

DESENHANDO A DANÇA

Sabe aqueles bonecos de pau, em que a gente faz uma bolinha, um pauzinho para o corpo
e quatro para os braços e pernas? Pois é... Vamos trabalhar com eles. Peça a seus alunos
para registrarem a coreografia feita em forma de desenhos rupestres. Eles vão desenhar
os “bonecos de pau” de acordo com a coreografia que fizeram. Fica bem interessante se
forem feitos quadrinhos como os das HQs (histórias em quadrinhos). Este trabalho
ficará bem melhor se eles o fizerem com tintas naturais (aquelas que eles já aprenderam
a produzir. Prepare uma exposição, que poderá ser feita até mesmo no corredor da
escola, com a permissão dos responsáveis, claro! Isso dá um incentivo tão grande a eles...

 Lembre-se: JAMAIS OS SUBESTIMEM! Esses meninos e meninas são muuuuito feras!! É


só você “dar corda”. Eles são capazes de fazer qualquer coisa!
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AULA Nº 14

DANÇANDO E DESENHANDO

Vamos continuar nossa brincadeira com a dança, o desenho e a música. Leve para a sala
de aula ou para o pátio vários objetos, os mais diversificados possíveis: celular velho,
panelinhas de brinquedo, bola, etc. Você irá levar também vendas para os alunos. Em um
cesto ou bacia, coloque todos os objetos. Peça aos alunos, já vendados, que deem-se as
mãos e que façam um círculo. Agora, coloque uma música que eles gostem para tocar.
Eles irão dançar ao redor desses objetos, de mãos dadas, enquanto a música toca. Então,
quando esta parar, todos irão se abaixar, ainda vendados, e pegar um dos objetos.
Sentar-se-ão no chão e você irá colocar novamente a música para tocar. Eles deverão se
acalmar um pouco, sentindo o objeto nas mãos e, enquanto isso acontece, você irá
entregar a eles uma folha sulfite e um lápis, que poderá ser de cor ou preto mesmo. Eles
deverão

desenhar este objeto e depois colocá-lo novamente dentro da cesta. Sempre vendados,
levantar-se-ão e voltarão a dançar em círculos. A música irá parar novamente e eles se
abaixarão e tentarão reconhecer o objeto que haviam desenhado anteriormente. Quando
todos encontrarem seu objeto, poderão retirar as vendas dos olhos. Mas para ficar ainda
mais legal a brincadeira, mande que ele se posicionem um à frente do outro e cada um
tirará a venda do colega. E aí irão ver se o desenho feito por eles corresponde ao objeto
que pegaram.
25

AULA Nº 15

HENRI MATISSE- A DANÇA

Vamos agora fazer uma releitura ou mesmo uma cópia desta obra maravilhosa e
importantíssima de Matisse. Lembre-se: Matisse é sinônimo de COR!

AULA Nº 16

EDGAR DEGAS E SUAS BAILARINAS AZUIS

Vamos fazer uma releitura desta obra, só que agora, a liberdade será total: leve para a
sala de aula (peça que seus alunos também levem) alguns retalhos de tecido e eles
deverão, através desta releitura, expressar o que pensam sobre a ditadura da moda.
Vemos, nesta obra, bailarinas com roupas “adequadas” para a dança que vão realizar.
Porém, até que ponto a adequação deve ser imposta? Sugira a eles que vistam-na (com
os retalhos) da forma que acham que ficaria legal para a dança clássica, que é o caso
26

exposto. Eles poderão, entretanto, debater com você e afirmar que elas não irão dançar
balé. Isso será ótimo, porque vocês poderão trocar ideias a respeito do que se vê e o que
realmente é aquilo que achamos estar vendo. Este trabalho deverá ser realizado em um
quarto de folha de cartolina.

AULA Nº 17

MISTURANDO TUDO

TOULOSE LAUTREC

Olhando essa obra a gente percebe que antigamente nem todas as moças eram tão
recatadas, não é? Eu fico pensando em como seria uma música clássica dançada por uma
turma de funkeiros. Ou, quem sabe, ao contrário: um bom funk sendo dançado por um
casal valsando. Vamos tentar para ver como fica? Que tal um samba sendo dançado em
ritmo de sapateado? Um forró bem pé-de-serra dançado como dança de rua?

Pense em mais misturas e peça sugestão aos alunos. Claaaro!! Filme tudo e coloque no
Youtube, sob a autorização deles.
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AULA Nº 18

THOMAZ IANELLI E A VIAGEM NO TAPETE MÁGICO

Thomaz Ianelli (1932-2001) foi um artista brasileiro, cuja obra passeava entre o
figurativo e o abstrato. Expôs por todo o mundo. Sua obra demonstra alegria, esperança,
inocência. É assim que são nossos alunos de 6º ano. Peça-lhes que observem esta obra
de Ianelli com cuidado e atenção. Temos uma criança “voando” em meio aos seus
brinquedos e sonhos. Se houver oportunidade, faça um slide apenas com essa obra e
projete-a em tamanho grande para que eles a sintam. Após isso, peça-lhes que escrevam
algumas linhas poéticas obre a esperança que têm na vida, suas alegrias, seus sonhos.
Eles deverão dar um título ao poema, colocar seus nomes e a data. Peça-lhes autorização
para que você as publique, claro, depois de uma boa correção gramatical, e, neste
momento, o professor de Português pode ser um grande aliado seu.
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AULA Nº 19

Acho que todo mundo conhece a história de Aladin e a Lâmpada Maravilhosa, não é?
Porém, o que muita gente não sabe, é que na versão original desta história, o gênio
concede tantos desejos quanto quisesse aquele que possuísse a lâmpada. E é isso que
você vai conversar com seus alunos: sobre a grande verdade que é conseguir aquilo que
se deseja muito. É claro que é necessário lutar para conseguir, mas aqueles que
realmente querem uma coisa, lutarão, sim, até consegui-la. Peça a eles que imaginem-se
de posse da lâmpada maravilhosa e que pudessem conseguir tudo o que desejassem.
Eles deverão fazer uma lista. Dê-lhes cinco minutos ou mais, se assim achar necessário.
Após isso, diga a eles que você se enganou e que, na realidade, eram só mesmo três
desejos. Por isso, eles deverão, na lista, escolher três coisas principais. As demais,
deverão riscar. Quando tiverem terminado, peça-lhes que façam um círculo e proponha
uma conversa. Cada um irá falar sobre seus três desejos e o porquê de os terem
escolhido como os mais importantes. Bom saber também por que eles descartaram os
demais.
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AULA Nº 20

A CENA ENCENA A VIDA

Agora, vamos montar uma peça teatral. Que tal Aladin e a Lâmpada Maravilhosa? Faça
um sorteio para saber quem será quem. E daí combinem tudo, mas vamos fazer de uma
forma diferente do filme, ok? Vamos fazer como na história original. Peça aos alunos
para que, junto com o professor de Literatura, preparem a peça. Eles deverão escrever
do jeito

que acharem melhor. Mas fale antes com seu colega de profissão, para que ele se prepare
antes. É muito bom fazer projeto junto com os outros professores. Os demais costumam
ficar meio chateados com os professores de Arte. Não deixe que isso aconteça. Tente
envolvê-los sempre que houver oportunidade. Fale com o professor de Literatura sobre
sua proposta. E quem sabe, até os professores de Filosofia e Sociologia? Eles também
podem gostar do tema, afinal, incentivar nossos alunos a lutarem pelo que desejam e
descartar o que não presta em suas vidas, é bom para todos, não é mesmo?

AULA Nº 21

TELA ANIMADA

Este trabalho é o seguinte: escolhemos uma obra ou mais e os alunos, em grupos, farão a
animação dela. Como trabalhamos anteriormente sobre os conflitos de o que é melhor
para nós, o que escolher para a vida, resolvi usar Rembrant, cheio de conflitos para
encenarmos. Essas obras darão “pano pra manga”. Seus alunos deverão estudá-las para
poderem relê-las. Deixe-os à vontade, mas fique por perto. Veja se eles aceitam que
sejam filmados na hora da apresentação. Estipule tempo, isso é muito importante.

Aqui também, você pode contar com o professor de Português. Seus alunos terão que
descrever objetiva e subjetivamente cada personagem.
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AULA Nº 22

TEXTURA

Vamos voltar a falar das artes visuais. A textura é trabalhada em todos os segmentos. Só
que com esta turminha nós iremos trabalhar de uma forma bem legal: mais uma vez
você deverá levar alguns objetos para a sala de aula. Procure por aqueles que tenham
texturas diferentes, como lixa, papéis de diversos tipos, borracha de apagar, tnt, e.v.a.,
frutas diferentes, enfim... Não mostre nada ainda. Deixe tudo em uma caixa, guardado.
Vende os olhos de todos eles e os faça sentar-se no chão, em círculo. Coloque uma
música suave e vá entregando, em total silêncio, os objetos. Eles irão tocar por alguns
minutos. Depois, mande que eles troquem com o colega da esquerda, sempre vendados.
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Mais alguns minutos e troquem novamente, até que estejam novamente com o objeto
inicial. Eles deverão te avisar que pegaram novamente aquele objeto. Então, vocês irão
conversar sobre as sensações que eles sentiram. O que foi melhor de tocar, se eles
reconheceram o que eram os objetos, etc. É uma aula que funciona quase como uma
terapia.

AULA Nº 23

MUSICANDO A TEXTURA

Na Aula passada nossos alunos tiveram a oportunidade de sentir os objetos. Você irá
levar novamente todos. Separe os alunos em grupos e eles escolherão os objetos de

acordo com a quantidade no grupo. Cada um deverá sonorizar a textura do objeto que
pegaram. Por favor, filme isso!! É muuuito engraçado!! E o mais importante: eles irão
parar, ouvir e agir positivamente em relação à arte.

AULA Nº 24

AS CORES

Este é outro tema recorrente. E necessário.

As cores existem porque existe luz, certo? A luz natural do sol, por exemplo, é branca. Só
que essa luz contém todas as outras cores. Para vermos isso, pegamos um prisma e
deixamos que a luz do sol incida sobre ele.
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Quando vejo essa experiência me vem à mente o quanto somos bobos por nomearmos
nossas cores: negra, branco, pardo, e sei lá mais o quê. Eu proponho o projeto Prisma.
Seria interessante convidar alguns professores para participarem. Começa pelo de
Ciência, que irá explicar essa experiência. Os de Filosofia e Sociologia entrarão com o
tema a respeito do preconceito racial, que tem matado tantos meninos nossos negros,
que faz com que criança negra não seja adotada e tantas outras obscenidades sociais. O
professor de Português pode trabalhar produção de texto, e assim por diante.

Em arte, nós podemos fazer uma festa! Sim, uma festa de cores!

Na primeira aula, iremos trabalhar com eles as questões sobre cores primárias,
secundárias, terciárias, que você pode encontrar no Arte Fácil - Fundamental I. Depois,
eles farão enormes cartazes com as cores do arco-íris, como se apresentam na

experiência com o prisma, ou ainda, com todas as cores que eles quiserem. Quanto mais
cor, melhor. Os modelos podem ser de inúmeras formas. E aí, vamos observar uma coisa
bem interessante:
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As cores escolhidas pelos LGBT são todas as cores. Em verdade, todos somos todas as
cores. Porque recebemos a mesma luz, do Sol, que nos ilumina igualmente a todos.
Vamos aproveitar e trabalhar o preconceito sexual também.

AULA Nº 25

Ainda em continuação ao trabalho com cores, peça aos alunos que façam, em grupo, um
poema com o título: LUZ, falando tudo sobre o que aprenderam durante esses dias.
Então, farão uma encenação de dois dos poemas escolhidos por eles, para fechar os
trabalhos. Uma música já até batida no meio escolar, mas que continua perfeita para
muita coisa é “Aquarela”, de Toquinho e Vinícius. Acho que dá para chamar as crianças
menores para apresentarem-na. É legal se todos os alunos puderem usar uma espécie de
macacão feito de TNT, todo “sujo” de diversas cores de tintas. Fica muito bonita a
apresentação assim. Cada um irá levar um metro de TNT branco, que poderá ser colado
dos lados apenas, como uma bata, ou a mãe pode mandar confeccionar um macacão
mesmo. É bem fácil de fazer. Converse com a direção, e quem sabe, vocês conseguem um
dia antes da finalização para levar a galera toda para o pátio para pintarem suas roupas?
É uma festa mesmo!!
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Uma coisa muito interessante que pode somar demais ao projeto é vocês convidarem
uma autoridade, por exemplo, em Psicologia, para falar sobre as questões abordadas. O
preconceito DEVE ser combatido de todas as formas. Até mesmo um policial para falar
sobre as questões legais a respeito do preconceito...

AULA Nº 26

LUZ E SOMBRA

Falamos da luz no projeto anterior. Agora vamos falar, não só de luz e sombra, mas
também sobre os contrastes. A música de Lulu Santos expressa bem isso:

CERTAS COISAS (Lulu Santos)

Não existiria som se não houvesse o silêncio

Não haveria luz se não fosse a escuridão

A vida é mesmo assim, dia e noite, não e sim

Cada voz que canta o amor não diz tudo o que quer dizer
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Tudo o que cala fala mais alto ao coração

Silenciosamente eu te falo com paixão

Eu te amo calado como quem ouve uma sinfonia

De silêncios e de luz

Nós somos medo e desejo, somos feitos de silêncio e som

Tem certas coisas que eu não sei dizer.

Coloque esta música para eles ouvirem. Enquanto isso, peça-lhes que façam um trabalho
de desenho que demonstre contrastes, como preto e branco, grande e pequeno, alto e
baixo, gordo e magro, velho e novo, entre outros. Cada aluno deverá escolher um único
tema para cada trabalho.

Tem uma música da Xuxa muito legal que também aborda esse tema: O Mundo Do
Contrário. É bem legal também.

https://www.youtube.com/watch?v=6uONizrIwAg
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AULA Nº 27

TROCANDO EM MIÚDOS

O movimento artístico denominado Barroco mostra bem a questão dos contrastes. Não
vamos entrar neste mérito agora porque quando chegar no Ensino Médio, eles terão que
estudar a fundo. Neste momento, brincaremos o mais que pudermos. Vamos trabalhar,
mais uma vez alguns regras de conduta enquanto estudamos Arte. Basta que eles saibam
que durante o período do Barroco, podemos observar nas obras os contrates: o sagrado
e o profano, carne e espírito, etc. Agora, vamos fazer uma brincadeira, que é deliciosa.
Você deverá escrever em papeizinhos (na quantidade de alunos em sala) sentimentos e
palavras inversas: luz, escuridão, beleza, feiura, tristeza, alegria, sorte, azar, amor, ódio,
alegre, triste, derrota, vitória, entre outros. Dobre bem cada papelzinho e distribua para
os alunos. Os papeizinhos com palavras negativas serão de uma cor e os de palavras
positivas, de outra. É bom numerar os pares. Exemplo: 1- amor e ódio. Depois, ainda sem
abrir, eles farão uma roda. Ao seu comando abrirão seus papeizinhos. Você lhes dirá que
primeiro o número 1 vermelho em seguida, o número 1 azul. E assim, irá seguindo.

O número 1 dirá sempre: eu tenho..., eu sou..., eu encontrei...

O número 2 responderá de acordo com a primeira frase: Eu te dou..., eu trouxe... para


você, eu tenho... para você.

Assim: 1- Eu estou triste

2- eu tenho alegria para você

E daí por diante.

AULA Nº 28

MÚSICA E ALEGRIA

Ah... A música... É incrível o poder que ela exerce sobre todos. A única doença que nunca
acometeu ninguém é a fobia à música. Isso não existe! Todo mundo gosta de música! O
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difícil é a gente gostar do gosto musical dos outros (Ha!Ha!) Música é alegria, enleva-
nos. A música surgiu com os primeiros raios de sol, com as primeiras folhas ao vento. A
música é natureza pura!! Incrível é que o ser humano conseguiu distinguir os sete sons e
transformá-los em maravilhosas sinfonias!

Vamos também criar música, ou melhor, vamos parodiar (criar uma letra em cima de
alguma canção). Peça aos alunos que, em grupos, escolham uma música de que gostem.
Então, farão uma paródia com o tema “contrastes”.

AULA Nº 29

FALANDO SÓ DE ALEGRIA

Agora, depois da dinâmica, que recebemos apenas coisas boas, vamos aproveitar para
trabalhar a alegria. Mostre para eles estes três trabalhos de Marco Bastos e peça-lhes
que reflitam sobre cada obra. Pergunte-lhes se elas podem se encaixar nos estudos sobre
contraste. Quais são as diferenças bastante visíveis? Antes de dizer-lhes os títulos, veja
se eles conseguem lê-las e dar um título para elas. Depois, solicite uma releitura ou
mesmo uma cópia.

Pipa Salto Alegria Dissecação da Risada


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AULA Nº 30

Proponho um projeto musical para finalizar o ano letivo: cada grupo se responsabilizará
por um ritmo diferente e deverão apresentá-los para as demais turmas. Pode ser
cantando ou dançando. Vale tudo, desde que as letras sejam bem observadas. Sabe como
é adolescente, não é? Samba, rock, rap, valsa, forró, clássica, funk, etc.
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7º ANO

AULA Nº 01
DESENHANDO

Bem como no sexto ano quando iniciamos os trabalhos com os desenhos, aqui também o
faremos. Porém, agora, teremos algumas técnicas de desenhos.

Vamos iniciar pela técnica de quadrícula.

É essencial saber observar as proporções adequadas em um desenho. Desenhar implica


em treinamento do olho para enviar mensagens à mão a fim de que represente uma
imagem. Sem o treinamento é muito difícil exprimir a forma real de um objeto e sua
relação com o espaço em volta dele.

Para a técnica da quadrícula precisaremos aprender um pouco sobre escala. Acho muito
interessante conversar com o professor de Matemática ou de Geometria e solicitar sua
ajuda. Ele poderá ser um grande aliado nesta etapa de seu trabalho. Mas vamos às
informações básicas a respeito de escalas.

A escala é a relação entre uma medida de um desenho e a sua dimensão real.

Elas podem ser de redução ou de ampliação.

Imaginemos uma casa: para desenhá-la teremos que usar uma escala de redução, em
razão de seu tamanho e do tamanho do papel.

Exemplos: 1:5; 1:10; 1:15, 1:20; ...

Lemos:1 unidade no desenho corresponde a 5 unidades na realidade, ou 10 unidades, ou


mil, etc. Assim 1 cm de desenho pode significar 1 metro, cinco metros, etc.

Agora, se queremos desenhar uma formiga... Teremos que usar a escala de ampliação. E
daí teremos, por exemplo: 2:1; 5:1; 10:1;...

Cada 2 cm equivale a 1 mm da formiga.


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Não sei se consegui me expressar de forma suficientemente clara. De qualquer jeito, o


professor de geometria sabe tudo sobre isso.

Em termos de Arte, uma das formas de treinar a observação é através do uso do


quadriculado. Este método foi desenvolvido no Renascimento para facilitar o desenho.
Albrecht Dürer, desenhista e pintor alemão, criou alguns artifícios para resolver o
problema das proporções dos desenhos que desenvolvia. Um desses artifícios era
quadricular um cristal fixando-o posteriormente em uma moldura e colocando entre o
artista e o modelo.

Os alunos deverão fazer o quadriculado do tamanho que acharem melhor.


Primeiramente, farão os riscos no desenho escolhido e depois farão outro, nas mesmas
dimensões, ou em proporções maiores ou menores, como preferirem.

Vamos iniciar de forma mais simples, fazendo cópia de uma obra já conhecida. Por
exemplo, a querida Tarsila do Amaral. Você pode escolher outros artistas, se quiser. Eu
amo a Tarsila!! E quem não ama, não é mesmo?
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AULA Nº 02

QUADRICULANDO UM POUCO MAIS

Agora, vamos apertar um pouquinho: eles deverão usar a técnica em uma foto do
próprio rosto. É necessário um certo cuidado. É melhor que eles façam em sala de aula
para que você os oriente. É muito importante que desenhem com o lápis bem fraquinho
para que, quando for necessário apagar, não fiquem as marcas.

Figura retirada da internet


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AULA Nº 03

CARA!!

Na última aula fizemos um trabalho de desenho do nosso próprio rosto. Vamos trabalhar
um pouco mais a nossa “cara”. Esta palavra tem diversos sentidos. Então, vamos nos
aprofundar nela. Cara pode ser, por exemplo, algo relacionado ao preço de determinada
coisa: Esta bolsa está cara. Cara também refere-se ao modo pejorativo de falarmos sobre
nosso rosto: Você não vai lavar a cara? Podemos dizer também, igualmente de forma
pejorativa, a respeito de quem faz algo errado e finge que não é com ele: Mas você é
cara-de-pau mesmo, heim? Ou uma gíria que diz respeito a um vocativo: Cara, como você
sumiu!!

Vamos trabalhar um pouco

Esta é uma escultura em jasper amarelo, denominada: Fragmento de Uma Cabeça de


Rainha. É datada de 1349-1342 a.C. Muito interessante, não? Esta rainha era Egípcia.

Como já falei nos outros trabalhos, não adianta muito pedir aos alunos que levem
material para a aula, porque eles não se lembram nunca disso. Então, leve você para que
sua aula aconteça sem problemas. Estou falando de revistas velhas, jornais, materiais
recicláveis, etc. Neste caso, iremos trabalhar com revistas velhas. Leve aquelas que têm
mais rostos possível. As que falam de artistas são bem interessantes para este trabalho.
Os alunos deverão escolher alguns rostos, de preferência, de tamanhos não muito
pequenos. Eles farão uma montagem, como esta escultura acima. Só que usarão vários
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rostos e darão um título a sua obra. Você pode dividir esta aula em dois momentos:
rostos femininos e rostos masculinos, separadamente.

AULA Nº 04

CARA A CARA

Vamos aproveitar para falarmos sobre a cara da nossa gente! Somos uma mistura
maravilhosa de raças e cores! Somos um país mestiço e todos nós temos muito de nossos
antepassados, os portugueses, negros e índios. Não podemos negar de jeito nenhum esta
verdade, mas ainda assim, muitos de nós ainda carregamos um enorme preconceito.
Temos visto nos noticiários a quantidade imensa de adolescentes e jovens negros serem
assassinados todos os dias. Além disso, no mercado de trabalho, onde estão os nossos
negros? Nas escolas, onde eles se encontram? Nos clubes sociais? Nas faculdades? Onde
está a nossa cara? Precisamos alertar nossos meninos para essa enorme falta de amor!

Vamos gritar em forma de arte que todos temos uma cara, que está aí, para o que der e
vier. E cara-a-cara vamos dizer que somos contra o racismo ou qualquer outra forma de
preconceito.

O mesmo trabalho anterior, só que desta vez iremos colocar nossa gente, como um todo,
como um país, como um povo, mestiço, forte, lutador, corajoso, que merece RESPEITO.
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AULA Nº 05

CARA, QUEM AFINAL É VOCÊ?

Roberto Carlos esteve envolvido num processo em que um ex- mordomo afirma ser uma
de suas músicas (do Roberto), de sua autoria (do mordomo). Ele ganhou e a música
parou de ser executada. Trata-se de “O Careta”. Para nós, reles mortais, essa situação não
significa nada. A música está aí e, tanto a melodia quanto a letra são perfeitas! Ela é uma
conversa com uma pessoa que usa drogas. Olha só:

O CARETA

Abro a camisa e encaro este mundo de frente


Olho pra vida sem medo, sabendo onde vou
Digo que não, que não quero
Passo batido, acelero
São outras coisas que mexem com a minha cabeça
Por isso, esqueça.
Meu grande barato é o cheiro da brisa do mar
Me ligo nas ondas do rádio do meu coração
Viajo na luz das estrelas
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Me sinto feliz só de vê-las


E fico contente de ser
Esse grande careta
Careta, careta.

Droga! Quem afinal é você?


Que está se entregando e não vê que a vida oferece outras coisas
Droga! Por tudo, por nada e por quê?
Nadar nessa praia pra quê?
A vida oferece outras coisas.

Às vezes quem sabe de tudo tem mais pra saber


Que a porta tão larga na entrada se estreita depois
E quando lá dentro se apaga
A luz da estrada perdida
É duro esmurrar as paredes
Buscando a saída
De volta pra vida.

Talvez você ache uma droga essas coisas que eu falo


Mas certas verdades nem sempre são fáceis de ouvir
Não custa pensar no que eu digo
Eu só quero ser seu amigo
Mas pense no grande barato de ser um careta
Careta, careta.

Droga! Quem afinal é você?


Que está se entregando e não vê
Que a vida oferece outras coisas.

Droga! Por tudo, por nada e por quê?


Nadar nessa praia pra quê?
Você não merece essas coisas.
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Eu proponho um sério debate a respeito das drogas após a leitura desta canção. Façam
um bate-papo bem legal. Deixe-os falar o que pensam, mas antes, procure se inteirar
sobre o assunto. Leia sobre cada droga, seus efeitos, suas consequências, etc. Quem sabe
chamar algum profissional para dar uma palestra? Peça ajuda também ao professor de
Ciências ou de Biologia. Legal também envolver os professores de Filosofia e Sociologia.
É um assunto muito sério. Fale sobre a bebida, que infelizmente ainda não é considerada
como droga, mas tem destruído muito mais que as drogas ilícitas.

Para fechar com chave de ouro, vamos propor outro trabalho de conscientização.
Utilizem a letra da canção “O Careta” para fazerem cartazes elucidativos. Separe os
alunos em grupos pequenos, de no máximo três alunos. Cada grupo ficará com uma
parte da música e tentará demonstrar esta parte em forma de cartazes, ou slides, ou
mesmo de uma peça. Você pode sugerir também uma apresentação de dança. Eles
mesmo criarão a coreografia. Pode ser rap, funk, o que eles quiserem. O importante é
que a mensagem seja falada.

AULA Nº 06

CRIANDO IMAGENS

Para se criar uma imagem algumas coisas são necessárias, como por exemplo: os
elementos formais. Pega-se um ponto para se chegar a uma linha e faremos planos;
daremos cores e texturas a uma obra. Assim também os elementos vivenciais. Um tema
vira uma história para se contar; é um acontecimento que, a partir do olhar surge algo a
se dizer.

Precisamos também de elementos intelectuais. Mostramos nosso equilíbrio ou


desequilíbrio com ou sem profundidade ou perspectiva. E daí, vamos num ritmo lento,
com ou sem movimento, tentando estabelecer alguma proporção do que se vê.

Tudo isso requer de nós uma opinião e aguçar-nos a visão; tem que nos dar prazer,
vontade de cantar, de trabalhar, de termos tempo para construir e até desconstruir.
Precisamos imaginar e nos inspirar.
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Mesclamos todos os nossos saberes, nossas informações e até desinformações aos


sentimentos e emoções, que agora são tantos... Tantos que nos fazem ter ideias e
pensamentos. Isto é a arte!

Mas, o que realmente é a arte? O que eu posso dizer ser exatamente uma obra de arte? E
as imagens? O que são? Onde estão? Onde encontrá-las?

Peça a seus alunos que, agora que já têm uma noção bem legal sobre arte, façam sua
própria criação, sua própria imagem. Deixe que criem à vontade. Eles irão ainda utilizar-
se de colagem com revistas ou jornais velhos. E, claro, como obra, exponha-as. Eles se
sentem importantes quando seus trabalhos são mostrados.
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AULA Nº 07

ENTRE OS SONHOS

Mas a arte é muito mais do que podemos supor. Tudo o que vemos como arte, torna-se
arte para nós. Se cremos em algo, e lutamos para que aconteça, isso acaba se tornando
tão real em nossa imaginação, que parece que já acontece na realidade. Era assim a
época em que os surrealistas viviam: eles criavam suas telas, entre o sonho e o real. O
inconsciente passou a ser criativo. Através das ideias de Sigmund Freud, os surrealistas
levaram a arte para muito além da imaginação. Esta é uma das partes da História da Arte
que os adolescentes mais amam. É quando eles entendem que seus sonhos malucos
podem tornar-se realidade, ainda que sob os pincéis e lápis e papéis.

Para início de conversa, peça-lhes que abaixem a cabeça nas mesas ou carteiras e que
fiquem quietinhos por alguns minutos, pensando em alguma coisa. Sugira para eles um
mundo maluco, em que haja apenas humanos, árvores e animais. Só que estes são
malucos, totalmente diferentes do que nós temos. Após esses minutos, peça-lhes que
desenhem este mundo.

Peça a colaboração do professor de Redação ou de Português para este trabalho. Os


alunos deverão, além de fazer os desenhos, descrever também o seu mundo maluco. A
descrição deverá ser feita depois do desenho porque assim, eles conseguem entender
perfeitamente este tipo de texto. Fica um trabalho muito interessante. Olha o trabalho de
um dos meus ex- alunos:
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“Este é o meu mundo maluco. Ele é bastante diferente de tudo o que já se viu, mas é um
mundo muito legal. Nele, os seres humanos são bastante gordos, redondos mesmo. Mas
apesar disso, eles conseguem ser bastante leves, como se fossem balões. E eles voam!! As
árvores também são esquisitas. Há milhões delas, só que ao invés das copas serem para
cima, são para baixo e elas não têm raízes! Além disso, têm as folhas verdes também, mas é
diferente porque são vários tons de verde numa mesma árvore. Parece uma colagem de
revista como a que a Tia Cátia passou para a gente outro dia. Os animais é o que eu acho
mais maluco: eles são feitos de quadradinhos. Se movem de uma maneira muuuito
engraçada e são muuuito coloridos!! Eu só vejo esse mundo em minha imaginação, mas
minha professora nos disse que tudo que imaginamos com força pode vir a existir. Então,
vou pensar muito no meu mundo maluco. Pelo menos que nele haja mais árvores, ainda
que sejam de cabeça para baixo. (Ivo Inácio- 7º ano)

Vamos ver alguns artistas surrealistas e fazer cópias ou releituras de suas obras.

AULA Nº 08

JOAN MIRÓ

Joan Miró i Ferrà (Barcelona, 20 de abril de 1893 — Palma de Maiorca, 25 de dezembro


de 1983) foi um escultor, pintor, gravurista e ceramista surrealista catalão. Quando
jovem frequentou a Reial Acadèmia Catalana de Belles Arts de Sant Jordi da capital
catalã e a Academia de Gali. Em 1919, depois de completar os seus estudos, esteve em
Paris, onde conheceu Pablo Picasso e entrou em contato com as tendências modernistas
como o fauvismo e o dadaísmo.

No início da década de 1920, conheceu o fundador do movimento surrealista André


Breton entre outros artistas.

A pintura O Carnaval de Arlequim, 1924-25, e Maternidade, 1924, inauguraram uma


linguagem cujos símbolos remetem a uma fantasia, sem as profundezas das questões
psicanalistas surrealistas. Participou na primeira exposição surrealista em 1925.

Olha Esta obra: O Carnaval de Arlequim


50

Peça a seus alunos para darem uma boa olhada nesta obra e fazerem uma releitura dela.
O título deve ser algo relacionado a Carnaval. Todos deverão dar o mesmo título (vocês
fazem uma votação). Alguns alunos podem ser de outra região e os trabalhos podem
ficar bastante diferentes. Peça-lhes que utilizem toda a folha no trabalho e o máximo de
cores. É interessante que sentem-se em quatro ou cinco para compartilharem os lápis de
cor e canetinhas para que haja mais possibilidades de cores.

AULA Nº 09

SALVADOR DALÍ

Salvador Dalí i Domènech, 1º Marquês de Dalí de Púbol (Figueres, 11 de maio de 1904 —


Figueres, 23 de janeiro de 1989) foi um importante pintor catalão, conhecido pelo seu
trabalho surrealista. O trabalho de Dalí chama a atenção pela incrível combinação de
imagens bizarras, oníricas, com excelente qualidade plástica. Dalí foi influenciado pelos
mestres do Classicismo. Seu trabalho mais conhecido, A Persistência da Memória, foi
concluído em 1931. Salvador Dalí teve também trabalhos artísticos no cinema, escultura,
e fotografia.

Esta obra é “Sono” e mostra-nos o momento em que dormimos. A meu ver, estamos
presos por tênues linhas que não nos deixam voar mais do que podemos.

Converse com os alunos sobre as impressões que tiveram a respeito desta obra e peça-
lhes que pensem em algum sonho que se repete ou que eles nunca se esqueceram. Eles,
51

então, irão fazer um desenho surrealista, inspirados em Dalí, retratando seus próprios
sonhos.

AULA Nº 10

MAX ERNST

Max Ernest foi um importante escultor e pintor surrealista alemão (nacionalizado


francês), do século XX. Nasceu na cidade alemã de Brühl (região da Renânia) em 2 de
abril de 1891. Faleceu em Paris em 1 de abril de 1976.

Estudou Psiquiatria e Filosofia na Universidade de Bonn. Aprendeu a pintar durante a


juventude, copiando pinturas de Van Gogh. Uma das características das obras de Ernst
são as cores fortes e brilhantes. Em seus quadros, ele associava imagens de elementos
demoníacos e absurdos com outros eróticos e fabulosos. Juntava de forma irracional
esses símbolos para expressar seu subjetivismo.

Utilizou diversas técnicas, materiais e estilos durante sua carreira como artista plástico.

Pintou em duas ou três dimensões e abordou muito o mundo dos sonhos e da


imaginação.

A obra Feast of the God me parece uma floresta cheia de animais, vivendo juntos, em
harmonia em meio a muita cor.
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Sugira a seus alunos que façam uma releitura desta obra. Só que eles deverão usar vários
materiais, como palitos, folhas, papéis recortados em tiras, algodão, grãos de arroz,
feijão, milho, cascas de batatas, enfim... Fiz este trabalho com meus alunos e tivemos que
expor. Ficou maravilhoso!

AULA Nº 11

A POESIA DO IMAGINÁRIO

Outra vez acho que vale a pena trocar figurinhas com o professor de Português ou
Redação ou ainda Literatura. Mesclar arte e poesia é tudo de bom! Agora que eles já
trabalharam bastante o imaginário, já dá para escreverem a respeito. Peça-lhes uma
louca poesia, que demonstre o que vai por suas cabecinhas. Eles poderão juntar as obras
que fizeram, como o mundo maluco e as obras dos artistas estudados. E irão poetizar.

SONHOS (para Anne Késsia)- In Memorian

(Cátia Barbosa)
Ah... A imaginação...
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Tão fértil e secreta


Tão pura e descoberta
E quando encoberta traz a vergonha da ilusão não realizada
Ah... Os sonhos mil...
Estupendos como o céu de anil
Verdadeiros como os que se não viu
E quando apagados trazem a tristeza de quem não sorriu.
Ah... os amores vãos que se vão
Entre os sonhos que se foram
Alegres como os pássaros viris
Pensativos como os outonos e a perdiz
E quando se acabam
A gente diz que nunca viu.
Ah... A menina que se foi
Entre seus sonhos, ilusões e amores mil
Que deixou saudade até a quem jamais a viu
Que se encontra nos sonhos
De quem jamais a esqueceu
Por que não se esquecem os amores
Não se deixa morrer a saudade
Não se deixa apagar os sonhos da menina
Que sorri entre as flores do campo
Entre os campos de amores.

AULA Nº 12

ENTRE O SONHO E O REAL

O Realismo foi um movimento artístico e literário surgido nas últimas décadas do século
XIX na Europa, mais especificamente na França, em reação ao Romantismo. Entre 1850 e
1900 predominou na França e se estendeu pela Europa e outros continentes. Os
integrantes desse movimento repudiaram a artificialidade do Neoclassicismo e do
Romantismo, pois sentiam a necessidade de retratar a vida, os problemas e costumes
54

das classes média e baixa não inspirados em modelos do passado. O movimento


manifestou-se também na escultura e, principalmente, na pintura e em alguns aspectos
sociais.

Esta obra chama-se Bonjour, Monsieur Coubert, de Gustav Coubert e retrata uma cena
bastante realista, que mostra a diferença entre classes sociais.

Mais algumas obras realistas:

Não vamos estudar a fundo sobre este tema. Ainda é cedo para isso. No Arte Fácil-
Ensino Médio encontraremos um estudo minucioso a respeito. Por hora, vamos brincar
mais um pouco. Vamos misturar o realismo com o surrrealismo e ver no que dá. Faça
cópias ou peça aos alunos para o fazerem (coloridas são muito mais interessantes, mas
55

em preto e branco também há um charme. Precisamos de uma obra Surreal e uma


Realista. Vamos recortar em várias partes cada uma delas e fazer uma montagem.

AULA Nº 13

O RURAL E O URBANO

Vamos agora fazer outro trabalho parecido com o anterior. Estamos aproveitando para
trabalhar os opostos. E você pode pensar em outros trabalhos também, partindo desta
temática, ok?
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AULA Nº 14

MÚSICA RURAL E MÚSICA URBANA

Esse nosso povo é mesmo uma grande mistura de tudo o que é bom! Somos totalmente
ecléticos. Gostamos de tudo! Nem sei mais como falar sobre música rural e urbana...
Acho que isto não existe mais! Para este trabalho, peça a seus alunos que cada um traga
uma música que eles considerem rural e uma que eles considerem urbana. E façamos
uma mostra com elas. É claro que será necessária uma coletânea, uma escolha entre
todas as que aparecerem. Eles deverão pesquisar o que seja cada um dos gêneros e,
quem sabe vocês fazem uma feira da música? Eles poderão apresentar durante os
recreios, por uma semana ou mais, as músicas trabalhadas. Podem, inclusive, fazer
números de dança, claro, mostrando as diferenças básicas entre os dois tipos de música.

AULA Nº 15

A CULTURA HIP-HOP

Falando em cultura urbana, vamos entrar agora num ponto que a galera adora: o hap,
mesclado com o graffiti e também o break, por que não? Afinal, são estes três elementos,
além do Djing, que formam a cultura hip-hop.
57

Hip hop é uma cultura artística que começou na década de 1970 nas áreas centrais de
comunidades jamaicanas, latinas e afro-americanas da cidade de Nova Iorque. A
tradução literal desta expressão é "balançar os quadris".

Clive Campbell ou DJ Kool Herc é conhecido como o fundador dessa cultura. Sua irmã
Cindy Campbell é considerada como a Primeira Dama do hip hop. Mas a designação "hip
hop" é da autoria de Afrika Bambaataa.

O primeiro evento da história do hip hop ocorreu no dia 11 de Agosto de 1973, em uma
festa no nº 1520 da Sedgwick Avenue, no Bronx (Nova Iorque).

O hip hop tem quatro elementos principais: o rap, o DJing, o breaking (praticado pelos b-
boys e b-girls) e a arte do grafite.

Quando o hip hop surgiu, concentrava-se nos disc jockeys, que criavam batidas rítmicas -
pequenos trechos de música com ênfase em repetições. Depois, surgiu o rap, que passou
a acompanhá-la, identificado como um estilo musical de ritmo e poesia, junto com as
danças improvisadas, como a breakdance, o popping e o locking. Coisa linda de se ver!!

A relação entre o grafite e o hip hop surgiu quando novas formas de pintura foram sendo
realizadas em áreas onde havia a prática do rap, do dj e da dança. Entre as diferentes
manifestações artísticas do movimento hip hop, a música se insere como papel principal,
com DJs, MCs (mestre de cerimônias) e do Rap.

Legal demais, não é?? E a molecada se amarra, literalmente!!

Então, vamos botar essa turma aí para praticar.

Hip Hop é uma cultura de rua, uma forma de arte e de atitude que conquistou o mundo.
É um estilo de vida, de se afirmar como sujeito social, de demarcar um território,
valorizar uma identidade cultural e ocupar espaços públicos. O movimento que faz arte
como forma de protesto social, mistura o novo e antigo, o popular e o erudito, a poesia e a
paródia, e inventou o Rap (Rithm and Poetry).

Serão separados três grupos. O primeiro irá trabalhar o novo e o antigo. Eles deverão
buscar em todas as áreas que puderem, essa antologia. Por exemplo, fotos novas e
antigas, músicas novas e antigas, livros novos e antigos, e tudo o mais que conseguirem.
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O segundo grupo irá trabalhar o popular e o erudito. Músicas populares (e aí podem


pegar diversos ritmos) e também as eruditas (clássicas, boleros, valsas). Podem pensar
também em cantos gregorianos e o que chamam de “corinhos” das igrejas (tipo aquelas
músicas que Padre Marcelo Rossi fazia uma enorme multidão de católicos ou não cantar,
lembra?). Outra coisa são as vestimentas: roupas bem clássicas e roupas populares,
como o nosso tão adorado jeans.

O terceiro grupo ficará com a poesia e a paródia. Eles deverão buscar as já conhecidas,
primeiramente. Aquelas músicas que viraram paródia (aquela do Roberto Carlos: Esse
Cara Sou Eu é ótima: tem um monte de paródias com ela). Tem também as poesias
célebres que foram enormemente parodiadas (como: Minha terra tem palmeiras...). Eles
deverão ter todo esse material e também irão criar suas próprias: escolherão algumas
poesias e músicas e farão paródias. Legal se falarem, neste caso, da cultura hip-hop, que
é a cultura da rua, de todo mundo, que fala dos problemas sociais e tal.

Você irá combinar com eles um dia certo para que todos levem o que encontrarem. A
sala deverá ser toda preparada para visitação. Se a direção da escola permitir, convidem
as outras turmas para verem. Muito melhor, se puder ser feito no pátio, ou numa sala à
parte. Muito melhor ainda se puder ficar por alguns dias exposto.

Mas não acabou.

AULA Nº 16

COMPONDO RAP

Depois de tanto estudo, cada grupo deverá compor um rap, usando suas próprias
pesquisas- cada grupo fará o que sabe. Ao final, três raps serão compostos. Temos que
nos lembrar de que rap é poesia. Então, se você achar interessante, convide o professor
de Português ou de Literatura para participar, falando com eles sobre poesia. Porque
eles irão gravar esse rap. Tem que ficar muito legal.

Hoje em dia essa turma aí sabe fazer coisas que até Deus duvida, viu? Eles encontrarão
uma forma de jogar essa música na rede (internet) e digam a eles que me marquem lá no
Facebook porque eu vou viralizá-las e eles vão ficar famosos (Há!Ha!)
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AULA Nº 17

A PERIFERIA GRITA

E nós vamos ensinar a esses meninos a ouvirem a voz do povão, e mais: a gritar também.

Olha este poema: eu o escrevi naqueles dias em que o Brasil inteiro foi às ruas, lembra?
2013.O Movimento O Gigante Acordou ultrapassou enormes fronteiras e a partir dali,
muita coisa tem mudado. Foi lindo encontrar, no meio da multidão, meus ex-alunos,
gritando por igualdade. Fiquei muito emocionada naqueles dias.

DO BERÇO ESPLÊNDIDO AO FILHO QUE NÃO FOGE À LUTA

(Cátia Barbosa)

Liberdade, palavra usada, cantada,


Utopia camuflada em democracia... falsa
Sonho de um dia poder gritar... calado!
Hoje a manhã se fez mais bela
Ligo a TV e lá está você:
Filho, irmão, jovem de coração
Você que tem calado a voz da opressão
Vejo que você cresceu, que aprendeu
Que quer levantar a bandeira da paz
E mais: da liberdade sonhada, que não podia ser escrita, nem cantada...
Porque era utopia, você ouvia falar
E agora, vejo você a gritar... não mais calado!
Sim, vamos à rua! Estarei lá!
Sinta o novo cheiro no ar.
Cheiro de liberdade que agora se inicia verdadeiramente
Ouça o som de suas próprias palavras agora cantadas, berradas!!
É isso: grite! Esbraveje! Mostra, meu caro, a tua cara!
Cara de Brasil canção, de Brasil raça, de Brasil novo!
Assim como você, que nos tirou, velhinhos que somos, do berço esplêndido
Ao filho que não foge à luta!
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Legal, não é? Pois então, vamos lá! Essa turma agora vai desenhar e pintar, gritando. Ou
poderíamos dizer gritar, desenhando e pintando.

Aqui estão alguns exemplos de grafites encontrados em vários muros pelo país inteiro. Vamos
tentar o seguinte: primeiramente, eles irão criar (e isto pode ser em duplas ou trios) seus
próprios desenhos, que deverão falar de temas sociais (eles podem escolher o que quiserem).
Enquanto isso, você irá ser maravilhosamente chata e ir pedir autorização da direção (mais uma
vez) para que seus alunos utilizem uma parte do muro para exporem seus trabalhos (Estou
falando de tinta spray de verdade). Claro que os desenhos deverão ser revistos com bastante
cautela. As tintas, eles se viram, pode ter certeza, para conseguir. Olha os exemplos:
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AULA Nº 18

ORIENTE E OCIDENTE- 1

Eu gosto muito de ajudar os adolescentes a abrirem suas mentes, para tudo.

Eles chegam até nós com o que sua família lhes deu, o que nem sempre é o que podemos
definir com o certo. Trazem seus preconceitos, suas crenças às vezes desastrosas e tanto
mais.

Acredito também que esta fase é a melhor para que eles se reconheçam, ainda que de
forma bem em câmera lenta, mas sim, que eles comecem a ver nos outros um pouco do
que são também. Quando falamos em preconceito, pensamos apenas nos negros, nos
homossexuais, etc. Mas se formos observar bem nitidamente, veremos que há muito
mais. Por exemplo, as culturas de outros povos. Quantas vezes nós mesmos não
estigmatizamos os japoneses, chineses, coreanos, não é? Ou ainda ficamos indignados
com a forma com que os muçulmanos tratam suas mulheres?

Realmente é difícil, mas temos que nos ater a nossa cultura e, ainda que não consigamos
entender, devemos respeitar a cultura dos outros povos. Não tem remédio.

Bem... Pensando nisso, que tal fazermos, com os alunos, um tour pelo Oriente? Acho que
eles vão gostar. Vamos pela dança, primeiramente.

A dança chinesa se caracteriza pela versatilidade. Em suas apresentações, é como se


voassem. Fazem saltos mortais, lutas, enfim, traços muito sinuosos, quase acrobáticos.
Olha este vídeo. É a Dança da Deusa de Mil Braços.

https://www.youtube.com/watch?v=y52Iq4ugnEM

Passe para eles o vídeo. Muito especial! Há outros, e você pode e deve fazer uma seleção
maravilhosa!

Enquanto assistem, eles deverão anotar tudo o que observarem nas coreografias. O
relatório deverá ser entregue uma semana depois. Quando você estiver com todos os
trabalhos em mãos, separe-os em quatro grupos e distribua os relatórios para que eles
busquem os pontos em comum. Então, deverão escolher alguns desses pontos para
criarem, em sala de aula, uma coreografia. Ainda não irão nem mesmo ter uma música;
62

só escreverão a coreografia. Eles deverão criar códigos, números, para marcar os passos
da dança. Dê-lhes, depois disso, um tempo de aproximadamente quinze dias para
colocarem uma música na coreografia e apresentarem em sala. Ainda não é uma
apresentação de dança. É só mesmo mostrar o que haviam escrito, em prática. Este
trabalho precisa ser filmado para que os passos não se percam.

Você poderá combinar com eles uma data para a apresentação final, que pode coincidir
com um dia especial da escola.

AULA Nº 19

ORIENTE E OCIDENTE- 2

Agora, vamos para o teatro.

O Teatro na Índia surgiu entre os séculos IV e V. A ligação do teatro indiano com a dança
é muito forte. Os temas se baseavam em histórias tiradas da épica hindu, como o
"Mahabharata" e o "Ramayana".

Na Índia encontramos uma única palavra para designar dança e teatro – "Natyashastra",
o que equivale dizer que para o ator ou bailarino indiano não haveria a "priori"
nenhuma distinção entre essas duas linguagens. Isto nos permite especular sobre o
modo como as artes cênicas indianas compreenderam o fenômeno da representação em
seus infinitos cruzamentos com outras formas de expressão, tais como a música, o canto,
a dança, a pantomima e as artes marciais. Obra de arte total. Seria a própria diluição de
tradições passadas onde essa indistinção entre o jogo cênico do ator e o jogo cênico do
bailarino soaria indiferente.

O Natyashastra possui uma origem que nos remete àa era cristã. Todos os textos
sagrados indianos denotam a importância do teatro na vida daquele povo. A arte da
dança agrada os deuses; é uma expressão visível de homenagem dos homens aos deuses
e de seu poder sobre os homens. Boa parte das tradicionais danças indianas remota aos
cultos e rituais sagrados que se tornariam seculares através dos ensinamentos dos
mestres brâmanes e das sacerdotisas de Shiva. Esse tipo de dança serviu de modelo para
muitas outras danças que se tornariam emblemáticas na cultura indiana. Em especial no
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teatro Kathakali, uma linha inquebrantável entre a harmonia da dança presente nos
mais diferentes artefatos visuais dos templos e palácios, com a métrica e a poesia da
palavra cantada, que é uma substância peculiar ao teatro. Tanto os atores como os
bailarinos exerciam com a mesma maestria a pantomima, a dança, o canto e as artes
marciais.

Olha este vídeo, que interessante: https://www.youtube.com/watch?v=awit0lLQqWs.

Bem... Somos cristãos, não hindus. Assim, vamos fazer o seguinte: Depois de entenderem
como é o teatr0/dança na Índia, os alunos, ainda em grupos, deverão buscar uma música
gospel e criar, para ela, uma coreografia que exalte o Deus que nós, ocidentais
acreditamos. Se, por acaso, entre os alunos, houver aqueles que dizem não acreditar em
Deus, dê-lhes a liberdade de criarem, juntos, uma coreografia que exalte a natureza ou o
que eles quiserem demonstrar. Será uma experiência interessante para os demais.

AULA Nº 20

ORIENTE E OCIDENTE- 3

O Japão... Maravilhoso país!

A pintura é a forma de expressão favorita no Japão.

Com a queda da cultura popular, no período Edo, o estilo das pinturas em madeira veio a
ser a maior forma de arte e as suas técnicas foram recentemente cuidadas de forma a
produzir a cor de tudo, desde jornais diários a livros escolares.

Neste período os japoneses encontram na escultura o melhor meio de expressão


artística.

A escultura japonesa está associada com a religião e este meio de expressão decaiu com
a perda da tradição budista.

As cerâmicas japonesas são as mais famosas de todo o mundo.


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Na arquitetura, os japoneses preferem matérias naturais e uma combinação entre o


espaço interior e exterior.

Hoje, o Japão rivaliza com as mais modernas nações, contribuindo para a arte moderna,
moda e arquitetura, com criações de tendências modernas, globais e multiculturais.

Mas, não é disso que quero falar a respeito do Japão. Quero falar de dois pontos
extremamente importantes para todos nós, do mundo todo.

Em primeiro lugar, vamos nos lembrar destas cenas:

Show, não é mesmo? Dignos de serem imitados. Vamos tentar isso?

O TNT significa tecido não tecido. É um material tão interessante... Serve para inúmeras
coisas. Nós vamos usá-lo neste projeto. Faremos sacolinhas de lixo. Um metro dele custa
menos de R$2,00 e dá para confeccionar muitas. Os alunos deverão cortar retângulos de
tnt de 60x20cm e duas tiras de 40x8cm. A confecção é facílima! Pode-se usar cola quente
ou alguma outra que fique firme. Antes de fechá-las, porém, seria interessante vocês
bolarem um título para este mini-projeto e “imprimir” este título no retângulo, de forma
que, ao fechar, fique bem aparente. Lembrem-se de colocar qual foi a turma responsável.
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Dobre o retânglo, colando as laterais (o fundo já estará resolvido), e deixando a parte de


cima aberta. As tiras serão coladas também, depois de dobrá-las ao meio no sentido do
comprimento. Daí, olha que legal: essas sacolinhas ficarão disponíveis na sala, logo na
entrada. Vocês podem confeccionar para todas as turmas, não fica caro. Ao final da aula,
os serventes recolhem o lixo colocado nelas e deixa-as na mesa paa a aula seguinte.

AULA Nº 21

ORIENTE E OCIDENTE- 3.1

Agora, outra coisa bem legal que os japoneses fazem: a horta vertical. São campeões
nisso. Olha só:
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INACREDITÁVEL, não é? Também achei. Então... É isto: vamos fazer um trabalho de Arte
que irá ficar na história da escola e quiçá, da cidade. É fácil encontrar palets, engradados,
garrafas pet, etc. Eu aconselho a que você procure o professor de Biologia, ou quem sabe,
que vocês façam, antes, uma visita em alguma horta em sua cidade. Os alunos também
deverão pesquisar a respeito dessas hortas verticais; incentive neles a criatividade.
Quem sabe um concurso? Quem sabe incentivar as outras turmas? E, melhor ainda: fazer
uma horta vertical na própria escola!!

AULA Nº 22

ORIENTE E OCIDENTE- 4

Vamos para o Egito. Olhe este vídeo:

https://www.youtube.com/watch?v=0KSOMA3QBU0

É muito bom! Passe para os alunos para que eles entrem em contato com um pouco da
cultura egípcia, relembrada aí por Katy Perry no clipe Dark Horse, dirigido por Mathew
Cullen.

A era dos faraós é tão fascinante que inspira artistas e arquitetos até os dias de hoje,
milênios depois de seu surgimento. O Egito Antigo, que pôs fim à Idade Neolítica,
apresentava-se como uma sociedade organizada e cheia de peculiaridades que refletem
sua arte.

Eu separei aqui a arquitetura, que exerce um fascínio indescritível em toda a


humanidade.
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Observe: estas são esculturas contemporâneas.

E aqui, as famosas pirâmides.

Vista mais de perto:


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Você já observou que as pirâmides se parecem com as montanhas? Os faraós, para


mostrarem seu poder, decidiu construir algo tão majestoso como a própria natureza!

Nosso trabalho desta vez será construir uma pirâmide. Só que vamos usar caixas de
leite. Divida a turma em quatro ou cinco grupos, que deverão recolher caixas de leite,
lavá-las muito bem, sem abri-las. Depois, irão cobrir cada caixa com papel manilha (ou
outro, para aqueles que adooooram inventar moda), e então, irão colar umas nas outras,
formando uma enorme pirâmide. Sugira que eles coloquem janelas, portas, jardim,
escadas ou o que mais quiserem. Seria muuuuito legal se eles fizessem de forma que
desse para as crianças menores, da escola, brincarem dentro. Imagina só a alegria dessa
turminha!! E a moral que seus alunos iriam ter junto aos pequeninos...

AULA Nº 23

A COR E OS SONS

Kandinsk disse que “Se quiséssemos representar musicalmente os diferentes azuis,


diríamos que o azul claro assemelha-se à flauta; o azul escuro, ao violoncelo; e
escurecendo cada vez mais, lembra a sonoridade macia de um contrabaixo.

Segundo este gênio da arte, ouvimos a cor e vemos o som. Mas isto tem base científica.
Para cada cor, há uma nota musical que compartilha os mesmos padrões de ondas. De
acordo com o gráfico de angstrom, o vermelho tem o comprimento de onda de 700
angstrons e nota musical FÁ. Em resumo, a cor tem tudo a ver com o som.

Vamos observar algumas figuras, que você deverá passar para o seu programa de slides,
como o Power Point, por exemplo. Se quiser, escolha outras.
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Enquanto passa os slides para os alunos (deixe por aproximadamente trinta segundos
cada um deles), peça-lhes que escrevam a música que vem-lhes à cabeça. Pode ser mais
de uma música. Depois, comparem, juntos, as respostas e promova um pequeno debate,
quando os alunos dirão por que pensaram nas determinadas músicas.

AULA Nº 24
KANDINSK, CORES E SONS
Ao olharmos o mundo ao nosso redor, podemos perceber seus sons, suas cores, e vemos
que tudo está em constante interação. Kandinsk também conseguia perceber isso e
demonstrou nesta tela:
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Pequeno Sonho em Vermelho

Peça a seus alunos que imaginem que tipo de música está retratado nesta obra.

Agora, coloque um som lento para eles e peça-lhes que desenhem esse som; apenas
desenhem. Depois, mude o tipo de música para uma mais agitada e desta vez eles irão
colorir o desenho que fizeram anteriormente. Então, peça-lhes que vão à frente mostrar
o desenho e explicar o porquê, tanto do que desenharam quanto das cores que usaram.

AULA Nº 25

SONS, TIMBRES, INTENSIDADE, TAMBOR, COR

Os sons podem ser fortes, fracos, longos, curtos, graves, agudos. Isto vai depender do
timbre, da intensidade, da duração e da altura. O timbre é a característica do som: se ele
foi produzido por madeira, metal, borracha... A intensidade pode ser chamada de
volume: forte, fraca, alto, baixo. Quanto à duração, poderá ser médio, longo ou curto e
quanto à altura, temos o som agudo, médio e grave.

Dê uma olhada neste site: http://www.olodum.com.br/

Criada em 1987, a Banda Olodum estreou no mercado musical com o álbum Egito
Madagascar, disco consagrado pelo sucesso da música "Faraó". O grupo possui no
currículo vinte e cinco CD's e LP's gravados, sendo onze nacionais e quatorze
internacionais com mais de cinco milhões de cópias vendidas.
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Além de shows no Brasil, a banda atua no mercado internacional, em parceria com


grandes astros da música e tornou-se famosa por conquistar plateias exigentes e
numerosas com seu contagiante samba-reggae. Muitas personalidades da música
mundial como Michael Jackson, Jimmy Cliff, Ziggy Marley, Alpha Blondy, Matisyahu
(EUA), Yossur Noddour (Senegal), Gal Costa, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Daniela
Mercury, Luiz Melodia, Rapin'Hood entre outros se identificaram com o grupo e tiveram
a oportunidade de conhecer o samba-reggae, criado pelo Maestro Neguinho do Samba.

A música percussiva e a responsabilidade social são marcas do Grupo, uma referência de


credibilidade para a sociedade baiana e de grande importância para a construção e
manutenção de sua identidade.

A turma do Olodum e também a galera da Timbalada têm um jeito muito interessante de


se apresentar. Eles, como alguns indígenas, pintam o corpo, fazendo desenhos bem
legais.
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Essas pinturas são similares às dos índios Tupiniquim, Kaypó- Xikrin, dentre outros.
Para esses grupos, a pintura corporal é sua pele social, manifestação de prazer e
caminho para a inclusão social.

Desde bem pequenas, as crianças indígenas são pintadas por suas mães. A pintura que
recebem é uma manifestação do carinho da mãe pelo filho. O corpo da criança fica sendo
uma espécie de laboratório para que a mãe se torne uma grande artista. Ela pode pintar
livremente, sem regras. Já os adultos, têm que obedecer padrões rígidos ligados à sua
organização social.

Vamos brincar de índio? Tentaremoso fazer pinturas similares às deles. Se este trabalho
puder ser realizado na época do carnaval, melhor. Mas pode também ser feito em
qualquer ocasião. A tinta guache é interessante porque sai facilmente com água.

Acho interssante usar a cor branca, significando a paz.

Os alunos ficarão em duplas e cada um fará a pintura no outro. Os braços e o rosto


devem sero foco principal. Alguns motivos:
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AULA Nº 26
INTERCONECTANDO 1

Durante toda a história da humanidade, artistas surgiram e sumiram, mas deixaram suas
marcas, seus traços, suas combinações que se cruzariam de tempos em tempos com
outras tantas. Essas combinações recebem o nome de harmonia. Algumas dessas
harmonias têm como base as teorias da cor. Outras fazem conexão com a simbologia,
exploram o entendimento comum das formas, gestos, sons e cores.

Todo artista possui uma intenção em suas obras, que é a escolha entre uma ou outra
harmonia.

No Renascimento havia uma espécie de harmonia: era o equilíbrio entre uma cor
dominante (aquela que ocuparia a maior parte da tela), uma cor tônica (uma cor bem
vibrante que contrastava com a dominante) e a cor intermediária (o meio-termo entre
as duas primeiras).
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A harmonia mista é uma variante modernista que procura equilibrar o vermelho, o


amarelo e o azul. Uma será a dominante, outra a tônica e a terceira, a degradada
(intermediária entre as duas primeiras).

Vamos fazer um trabalho: iremos misturar as duas harmonias: a renascentista e a mista.


Iremos pegar um papel com o fundo de uma cor bem forte, que não pode ser nem o
amarelo, nem o vermelho, nem o azul. Poderá ser um verde musgo, preto, roxo, etc. Esta
será a cor dominante. As duas outras, estarão dentre as três cores que comandam a
harminia mista. Pode-se fazer também usando três cores, sendo que a dominante será
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escura, as cores usadas comumente no Renascimento, como o cinza bem escuro, o preto,
o marrom, etc. Não se esqueça de pedir-lhes que deem um título ao trabalho, que deve
estar relacionado com harmonia.

Harmonia na videira harmonicores desarmonizando

AULA Nº 27
INTERCONECTANDO 2

Quanto à forma e à cor, também não é diferente. São inúmeras as maneiras como os
artistas as vêm explorando. Olha o que Volpi fez:

Ele usou as formas e cores de uma forma tão simples e ao mesmo tempo, tão
perfeita!Muito intressante foi o fato de que ele mesmo produzia suas tintas, na maioria
das vezes. Ele pintava com têmpera. Ele misturava a gema do ovo com algum pigmento.
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Vamos tentar também. Peça aos alunos que levem ovos crus e alguma tintura: anelina,
tinta para tecidos. Misturem bem com a gema até formar a cor desejada e então, vamos
reproduzir uma das obras de Volpi ou usá-las como inspiração. Você poderá sugerir aos
alunos que usem outros materiais, como papel, rendinhas, fitas, etc, e façam um belo
trabalho, homenageando as festas juninas nordestinas, que todo o Brasil adora.

AULA Nº 28
PRETO NO BRANCO

Fisicamente falando, o preto é a ausência da luz (cor) e o branco é o conjunto de todas as


cores. Entre os seres humanos diz-se que o negro é o “de cor”, olha só... Muito sem
sentido, não? Tem cor, não tem cor, é branco é de cor. Ah, para!!! Vamos colocar o preto
no branco de uma vez. E chega!
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Este trabalho produz uma exposição belíssima! Legal também se os alunos puderem
imprimir ou mesmo revelar algumas fotos em preto e branco. Quanto mais figuras
houver, melhor.

AULA Nº 29

MOVIMENTO DE TODAS AS CORES

Agora o trabalho que faremos é juntar todas as cores. Afinal, juntos e misturados é que
fica bom, não é?

Vamos fazer um trabalho de movimento:

Essas figuras dão-nos a impressão de que as linhas se mexem, não é? Peça aos alunos
para fazerem algo do tipo também.

AULA Nº 30
MOVIMENTO DAS FORMAS

E para finalizar, vamos movimentar as formas que conhecemos. Pode-se


usar a forma desejada. Pode-se também usar os materiais que quiser, como
correntes, papéis, tecidos, rendas, etc. Vou exemplificar aqui:
78

E agora, um expert no assunto: Leger


79

8º ANO

AULA Nº 01
COLAGEM E HISTÓRIA

Gosto de começar no oitavo ano fazendo os trabalhos de colagem. De todas as aulas que
eu dei, acho que foi destas que mais gostei. Basta dizer que todos os meus cadernos,
apostilas, livros, eu faço colagem. São lindos, eu acho... É um trabalho muito gostoso e
fácil de fazer. Vamos começar colando com papéis, apenas.
Olhe esses trabalhos, de artistas anônimos:

Inicie o ano letivo incentivando seus alunos. Exponha todos os trbalhos. Não
escolha nenhum. Coloque todos. Mostre-lhes, e a toda a escola, que a Arte é
80

um estado de espírito. Que nós nos desnudamos através de nossos


trablahos e que toda a arte é bela.

AULA Nº 02

O MERZ

Mers é a maior invenção de Kurt Schwiters. Trata-se de colagem, uma arte feita de
sucata.

É incrível, não é? Eu fico encantada com esse tipo de arte. É visivelmente o lixo, a sucata,
o que não tem valor, transformar-se em uma obra de arte. Maravilhoso!
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Vamos fazer também. Peça aos seus launos que levem todo tipo de sucata que tiverem.
Melhor que sejam materiais pequenos, por causa do espaço na escola. Serve de tudo:
tampinhas de todo tipo, caixas, tecidos, vidrinhos, etc.
Eu aconselho uma cola bem forte, como a de contato,ou cola universal (para artesanato).
Lembre-se de sempre fotografar os trabalhos, antes de entregálos aos alunos. Faça um
blog para postar tudo lá. Outra coisa legal é solicitar um espaço em uma das apredes na
escola e mensalmente colocar os trabalhos de seus alunos.

AULA Nº 03
CUBISMO E COLAGEM

O cubismo foi o primeiro movimento artístico a usar a colagem. Os cubistas colavam


pedaços de jornal e de outros impressos em suas pinturas. Imagina a cara dos
conservadores daquela época!!

Mas, logo, logo outros artistas desenvolveram novas formas para colar à vontade.
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Depois veio o Surrealismo e o Dadaísmo, dando mais força ainda a essa arte. Nesse
momento, o sonho, a loucura, o acaso, as alucinações e todas as manifestações do
inconsciente eram transformados em arte.
Observe esses trabalhos surrealistas e peça que os alunos façam uma
releitura, ou melhor, que criem os seus próprios, inspirados nestes:

AULA Nº 04
FROTAGGE

O nome desta técnica vem do francês e quer dizer fricção. Quem de nós nunca fez um
trabalho de frotagge? Colocar a moedinha em baixo do papel e passar o lápis de cor...
Uma folha de árvore, etc...
Só que agora, a galerinha cresceu e vai fazer um trabalho de responsabilidade. Olha só:
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Instigue os alunos a usarem toda a sua criatividade. Ofereça-lhes materiais diversos,


inúmeros tipos de folhas, tudo o que você achar que dá para fazer este trabalho.
Eles poderão colocar o papel sulfite, ou outro, no chão, ou outra superfície grossa,
rústica, e passar o giz de cera, ou lápis de cor. Pode ser também em cima de lixa de
parede. Mas é legal misturar num mesmo trabalho várias texturas. Fica muito mais
bonito!
Será um mês de tanta coisa bonita em sua escola, que logo, logo, você estará chamando a
atenção de pais, alunos, professores, direção, coordenação... Não deixe por menos! Faça
valer tudo o que aprendeu na faculdade e na vida! Mostre a que veio.
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AULA Nº 05
ASSEMBLAGE

Esta técnica de colagem surgiu na década de 1950 e define as colagens


feitas com objetos e materiais tridimensionais.
Vamos fazer este trabalho de uma forma bem interessante: iremos fazer a
assemblage dentro de uma caixa. Olha só:

AULA Nº 06
HENRI MATISSE

Você sabia que Matisse começou pintando natureza morta? Dá para acreditar? Pintou
muitas paisagens com cores sóbrias... Logo ele cuja obra foi considerada a mais alegre
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pintada por um idoso. Ele foi, ao lado de Picasso, um dos artistas mais importantes de
sua época.
Vale a pena montar um projeto sobre ele.
Vamos mostrar aos nossos alunos alguns dos trabalhos dele e tentar imaginar juntos
como seriam esses trabalhos em preto e branco.
Depois, vamos fazer: descolorir Matisse!!

Faça a cópia xerocada desses trabalhos, depois de mostrá-los por bons minutos aos
alunos. E então, peça-lhes que os coloram, mas somente com cores sóbrias, como o cinza,
o marorm, o peeto, azul escuro, etc. O título do trabalho será Matisse descolrido ou algo
assim. Eles podem criar, seguindo essa temática.
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AULA Nº 07
COPIANDO A ARTE- EM CENA

Ah, bons tempos aqueles em que a arte era pura, original...


Meio difícil hoje vermos alguma coisa assim...
Mas também, como ser original se tudo o que a gente pensa já existe, alguém já pensou?
Mas afinal, copiar, recria, transformar não é também inventar?
Eu gosto de brincar de descriar, de recriar, de misturar. E os alunos, amam também.
Vamos nos envolver um pouco com a cena: teatro, televisão, cinema...
Neste primeiro trabalho, iremos fazer uma dublagem.
A brincadeira é a seguinte: os alunos estarão em duplas. Ninguém pode saber o que
acontecerá; só na hora você vai explicar. Eles estarão de costas um para o outro e com os
braços entrelaçados. De forma que um não veja o que o outro vai fazer. Então, um deles
falará um poema, ou um texto de que se lembre. Na mesma hora, o outro terá que dublar
ao contrário (mexendo a boca, sem emitir som). Isto será feito à frente da turma. Todos
devem fazer os dois papéis. É muito engraçado. Vira uma risaiada só; por isso, cuidado
para que não vire bagunça.
Tente filmar para que em alguma festa da escola vocês mostrem para os outros alunos a
brincadeira.

AULA Nº 08
TROCANDO A CENA

Este trabalho é também muito interessante. Os alunos estarão em duplas. Dê-lhes alguns
momentos para que eles combinem entre si uma cena, de um filme conhecido. Eles
deverão recriar a cena, mas trocando as falas. Legal é fazer alguma coisa bem engraçada.
Só que o engraçado pode vir também de um drama, ou de um suspense. Dê a ideia para
eles e deixe que criem à vontade.
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AULA Nº 09
IMPROVISANDO A CENA

Não Sei se você conhece, mas eu amo aquele projeto “É tudo Improviso”. É tão
engraçado... E muito criativo. Nós vamos tentar fazer em sala de aula algo parecido.
A turma será dividida em dois grupos, que farão a mesma cena. Haverá um início igual
para todos. Os dois grupos terão o mesmo tempo para encenar.
Enquanto um grupo está no palco, o outro deverá, um de cada vez, falar uma palavra
para que o grupo a acrescente em sua fala. Você deverá dirigir a brincadeira, para que
corra tudo bem. Estipule quantas intervenções podem ser feitas, e tudo o mais que achar
necessário. É uma experiência muito enriquecedora para todos nós.

AULA Nº 10
O CARNAVAL

Pasme: o carnaval foi oficializado pela Igreja Católica em 590 d.C.


É um período que se inicia no Dia de Reis e vai até a quarta-feira de cinzas. Há quem diga
que a palavra carnaval significava, naqueles tempos, tirar a carne, isto é, não comer
carne.
É... Mas para nós, ocidentais, de sangue quente, Carnaval é outra coisa.
Vamos ver com os nossos alunos o que o Carnaval significa para eles. Eles deverão dizer
isso em forma de arte, claro. Peça-lhes que desenhem como eles veem o Carnaval se é
tempo de brincar, namorar, pular, ou se é para descansar, ou mesmo rezar, enfim.

AULA Nº 11
A PASSARELA ENCENA A HISTÓRIA

Bem, apesar de cada um ter sua opinião própria a respeito do Carnaval, ninguém pode
negar a beleza que são as escolas de samba, não é mesmo? É incrível o que os foliões
fazem nesses dias! Eles contam uma história inteira, usando pura arte. É maravilhoso!!
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Vamos fazer um trabalho parecido com esse: peça aos alunos que, em grupo de quatro,
escolham uma história, qualquer que seja ela, e que simulem apresentá-la numa
passarela. Eles deverão também criar um samba enredo, contando esta história
Ela deverá ser dividida em alas, que contarão a história em partes.
Exemplo: A história de Chapeuzinhos Vermelho.
Ala 1- Chapeuzinho e sua mãe
Algumas pessoas estarão fantasiadas com uma cestinha na cabeça e as outras, com uma
capa vermelha.
Ala 2- Chapeuzinho na floresta com o lobo
Alguns se vestirão de lobo e outros de Chapeuzinho, agora diferente da primeira ala.
E assim por diante.
Eles deverão ainda desenhar tudo isso, como se fosse um croqui.
Nas escolas de samba tradicionais, como no Rio e em São Paulo, há regras bem definidas
para o desfile.
Veja:
- A comissão de frente tem que ter de 10 a 15 componentes.
- Precisa ter entre 5 e 8 carros alegóricos
- Baianas, 100; só mulheres.
- Tem que ter pelo menos 200 ritmistas na bateria.
- E na diretoria, o máximo de 200 componentes.
No julgamento, os quesitos são:
- bateria
- samba-enredo
- harmonia
- evolução
- enredo
- conjunto
- alegorias e adereços
- fantasias
- comissão de frente
- mestre-sala e porta-bandeira.
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Peça que apresentem à frente da turma todo o projeto, desde os desenhos até o samba-
enredo. Se puderem cantá-lo, ótimo!!

AULA Nº 12
O CARNAVAL PELO BRASIL

O Rio de Janeiro, rio Grande do Sul, São Paulo, entre outras se destacam, no Carnaval, por
suas adoráveis escolas de samba, como já vimos. Na Bahia, temos os loucos e incríveis
trios elétricos.
Mas em Recife... Acontece algo mágico: o frevo: uma mistura de marcha e do maxixe, é
um ritmo acelerado e empolgante. A palavra frevo vem de ferver, efervescência,
rebuliço. A música é exclusivamente instrumental, solta, acrobática, e lembra os
movimentos da capoeira.
Há o frevo Vassourinhas, o bloco Galo da Madrugada e... OS BONECOS GIGANTES!! São
impressionantes esses bonecos!
Essa tradição começou em 1919, com o primeiro boneco, o Zé Pereira, obra
do folião Gumercindo Pires de Carvalho. Somente dez anos depois, surgiu
para o Zé uma companheira, a Vitalina.

Ah, vamos tentar fazer esses meninos e meninas criarem um casal de personagens
também?
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Vamos fazer o seguinte: separe a turma em dois grupos: um fará um boneco masculino e
o outro, uma boneca. Estipule o tamanho. Não peça-lhes que os façam muito grandes;
eles assistirão as aulas na sala e é melhor que sejam da altura dos alunos.
Marque um dia para que eles entreguem. Será o encontro dos dois bonecos.
Esses bonecos podem ser confeccionados com tecido, papel, ou outros materiais, como
algodão para enchê-los, etc. Não é difícil de encontrar na internet formas de fazer
bonecos.
Peça aos alunos que deem nomes aos seus personagens, mas que mantenham segredo
para o outro grupo, até o dia do encontro.

AULA Nº 13
E NA PASSARELA, OSCAR NIEMEYER

Você Sabia que, no Rio de Janeiro, o Sambódromo da Marquês de Sapucaí foi construído
pelo gênio da arquitetura, o nosso imortal Oscar Niemeyer?
Seu projeto foi implantado durante o primeiro governo fluminense de Leonel Brizola
(1983-1987), visando a dotar a cidade de um equipamento urbano permanente para a
exibição do tradicional espetáculo do desfile das escolas de samba. Inaugurada em 1984,
com o nome oficial de "Avenida dos Desfiles", marcou o início do sistema de desfiles das
escolas de samba em duas noites, ao invés de em apenas uma noite, como era costume
até então. Posteriormente, seu nome oficial mudou para "Passarela do Samba" e,
finalmente, a partir de 18 de fevereiro de 1987, seu nome oficial passou a ser "Passarela
Professor Darcy Ribeiro", numa homenagem ao principal mentor da obra, o antropólogo
Darcy Ribeiro.

Mas Niemeyer fez muito mais que esta obra:


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Vamos agora dividir a turma em sete grupos ou mais. Dê a cada um uma dessas figuras
acima (você pode buscar outras, claro).
Cada grupo deverá fazer uma cópia da obra de Niemeyer, da melhor maneira possível.
Aqui também eles estão livres para usarem o amterial que quiserem.

AULA Nº 14
ARQUITETURA- MINHA CASA
Vamos fazer um trabalho de arquitetura. É o seguinte: entregue a seus alunos uma folha
em branco e um lápis e peça-lhes que pensem em suas casas. Eles têm que se lembrar
dos mínimos detalhes, de todos os cômodos e até o jardim, ou quintal.
Agora eles deverão pensar sobre as mudanças que gostariam de fazer em casa. Deixe
que pensem por alguns instantes.
Então, peça-lhes que escrevam, com lápis bem fraquinho, de um lado da folha, como se
fosse uma lista, tudo o que “precisa” ser mudado.
Depois, eles deverão fazer um projeto que envolva essas mudanças, do outro lado da
folha- um projeto de arquitetura de reforma.

AULA Nº 15
LAND ART

Na estética deste movimento, a natureza é parte integrante da obra. A Land Art surgiu
nos anos 60, do século XX, quando a arte se viu entre a monotonia do minimalismo e os
excessos da cultura industrial. Este moimento veio questionar a arte feita entre quatro
paredes e exposta nas salas de refrigeração dos museus e galerias de arte.
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Não dá para fazer um trabalho deste em sala de aula. Aassim, peça a seus alunos (pode
ser em grupos) para que tirem uma tarde ou manhã, ou ainda um final de semana para
irem a algum lugar em que haja vegetação, ou pedras, praia, enfim, um lugar natural.
Eles deverão usar o que já existe, sem quebrar nada, sem deixar nada que levarem. Irão
apenas montar algumas obras de Land Art e depois, fotografá-las. Dê-lhes as
coordenadas de como se portarem em um meio público.
Quando fiz este trabalho com meus alunos, fui com a turma toda. Marcamos um
piquenique e foi ótimo!!
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Outros professores se juntaram a nós e foi uma tarde inesqucível. Matamos aula para
fazermos este trabalho, mas valeu muito a pena.

AULA Nº 16
FOTOGRAFANDO

No último trabalho, os alunos fotografaram a arte feita por eles. Assim, eternizaram esse
trabalho. Agora, eles irão trabalhar essas fotos. Todos sabem como fazê-lo. Veja quem
tem maior conhecimento e separe os grupos colocando sempre alguém mais fera nesse
assunto. Eles deverão fazer uma exposição com as melhores fotos. Veja quantas você
quer colocar na exposição. Eu não consegui tirar nenhuma. Usamos todas! Ficaram tão
lindas...

AULA Nº 17
FOTOS ANTIGAS

Vamos falar agora sobre a forma como nossos ancestrais deixavam suas marcas.
Estamos falando da Pré-História e de como ela chegou até nós. A arte rupestre é
considerada a primeira das artes da humanidade. É ela que conta o início da nossa
história. Foi através dos registros que nossos parentes mais distantes deixaram que os
historiadores puderam dividir aquele período em três partes: a Idade da Pedra Lascada,
ou paleolítico; a Idade da Pedra Polida, ou neolítico e a Idade dos Metais.
Mas a arte só aparece na segunda fase do Paleolítico Superior, quando o ser humano
primitivo vivia migrando de um lugar para o outro, procurando frutas, caça, pesca e
abrigava-se em cavernas, para proteger-se dos animais e das intempéries.
Os desenhos nas paredes eram feitos com argila, carvão, pigmentos vegetais e pó
extraído de pedras, misturado à gordura de animais ou a resinas.
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Mais um trabalho sobre a arte rupestre. Mas é necessário e fica maravilhoso sempre.
Vamos usar de tudo o que pudermos: terra, carvão, folhas, flores, só que desta vez,
usaremos gordura para misturar aos pigmentos. Fica muito interessante.
Só que desta vez nos vamos mudar um pouco. Os alunos deverão fazer um trabalho
inspirado na arte rupestre. Porém, no mieo da paisagem retratada, eles deverão inserir
alguns objetos que usamos agora, na atualidade.
Aqui só uma amostra, mas incentie-os a misturarem o máximo possível.
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AULA Nº 18
FAUVISTAS- FERAS DA COR

Fauvismo ou Fovismo é a escola que utiliza cores vibrantes e livre tratamento da forma
na representação do mundo, iniciando a redução da linguagem da pintura a seus meios
de expressão essenciais: cor, forma e pincelada.
Aqui faremos um mini projeto: solicite dos alunos cartolina tinta guache e pincéis e
vamos fazer a cópia dessas obras. Henri Matisse é um expoente dessa fase, mas já
falamos sobre ele anteriormente. Por isso, não colocarei aqui suas obras. Mas, claro, ele
TEM que participar do projeto. Pesquise mais de suas obras. Você irá se encantar!
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VAN GOGH

AULA Nº 19
MAURICE DE VLAMINCK
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99

AULA Nº 20
ANDRÉ DERAIN
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AULA Nº 21
RAOUL DUFY
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AULA Nº 22
ALBERT MARQUET

AULA Nº 23
O MOVIMENTO MAIS QUENTE, MORA?

Passamos por uma galera de feras da pintura. Vamos agora às feras do Rock ‘n’roll.
Nomes como Elvis, Beatles, Rolling Stones estão presentes na memória até mesmo de
quem, naquela época, nem tinha nascido. Mas não são só os estrangeiros que merecem
nossa homenagem; aqui no Brasil também tivemos nomes de grande importância.
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Podemos citar, por exemplo, Roberto Carlos, que àquela época mandava um rock de
responsabilidade. Hoje ele faz mais o gênero romântico, mas vale a pena mostrar
algumas das músicas do rei dessa época. Outros nomes que podemos citar: The Fevers,
Raul Seixas, Rita Lee. Mais recente, em relação a esses aí, Os Paralamas do Sucesso,
Legião Urbana, Engenheiros do Hawaí, Biquini Cavadão, Pitty, entre tantos outros.
O rock’n’roll surgiu na década de 50 do século XX, no sul dos Estados Unidos. Uma
mistura de blues, country e jazz, no início. Depois passou por várias transformações.
Atualmente a bateria, a guitarra, baixo, teclado são os responsáveis por esse ritmo que
encanta grande parte do adolescente e jovens.
Eu pensei num trabalho que possa contar a história do rock. Precisamos separar os
grupos de acordo com as décadas: 50, 60, 70, 80 e 90 do século XX; 2010 e atual.
Cada grupo deverá montar um slide contando, com música, como agiam os roqueiros
daquela época. Se quiserem, podem também fazer apresentações, um pout pourri.
Tem que haver uma pesquisa muito aprofundada para que o trabalho seja perfeito. Se na
sua escola há mais de uma turma de 8º ano, envolva-os, aumentando, assim, o número
de componentes dos grupos. É importante que eles falem sobre os artistas estrangeiros,
mas também, e principalmente, dos nossos. Temos muita coisa boa, em se tratando de
música.

O AULA Nº 24
METAMORFOSE AMBULANTE

“Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante...” Esta é uma parte de uma das canções de
Raul Seixas. Eu acredito que todos os adolescentes são exatamente isto: uma
metamorfose ambulante. Acho que todos nós somos assim.
Raul Seixas foi um artista considerado, por muitos, louco. Mas se prestarmos atenção em
suas letras, veremos que ele era apenas, verdadeiro. Poderíamos dizer até que seu
trabalho era meio Dadá.
Num café em Zurique, em 1916, cantores se apresentavam e era permitido recitar
poemas; foi ali que o movimento dadá surgiu.
Depois do início da I Guerra Mundial, esta cidade havia se convertido em refúgio para
gente de toda a Europa. Ali se reuniram pessoas de várias escolas como o cubismo
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francês, o expressionismo alemão e o futurismo italiano. Isto confere ao dadaísmo a


particularidade de não ser um movimento de rebeldia contra uma escola anterior, mas
de questionar o conceito de arte antes da I grande guerra.
Não se sabe ao certo a origem do termo dadaísmo, mas a versão mais aceita diz que ao
abrir aleatoriamente um dicionário apareceu a palavra dada, que significa cavalinho de
brinquedo e foi adotada pelo grupo de artistas.
Esse movimento artístico surgiu com a clara intenção de destruir todos os sistemas e
códigos estabelecidos no mundo da arte. Trata-se, portanto, de um movimento
antipoético, antiartístico, antiliterário, visto que questiona até a existência da arte, da
poesia e da literatura. O dadaísmo é uma ideologia total, usada na forma de viver e como
a absoluta rejeição de todo e qualquer tipo de tradição ou esquema anterior. É contra a
beleza eterna, contra as leis da lógica, contra a eternidade dos princípios, contra a
imobilidade do pensamento e contra o universal. Os adeptos deste movimento
promovem uma mudança, a espontaneidade, a liberdade da pessoa, o imediato, o
aleatório, a contradição, defendem o caos perante a ordem e a imperfeição frente à
perfeição.
Não é a cara do nosso Raul Seixas?
Vamos brincar agora, usando as letras da música do Raul misturadas, formando um
poema, ou uma prosa, ou um conto dadá. Se quiser, entre em contato com o professor de
Literatura e veja se ele quer participar com vocês dessa construção. É preciso um título
para este trabalho, que deverá ser exposto, como os outros.

Metamorfoseando Raul

É pena que você pense assim


Pra dizer a verdade, eu não quero ser prefeito
Mas não fique triste
Não diga que a canção está perdida
Porque se eu quero e você quer
Tente outra vez!
Eu não preciso ler jornais
Porque eu nasci há dez mil anos
E eu já vi muita gente
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Sugando sangue novo.


Tente outra vez
Porque eu prefiro ser essa metamorfose ambulante
E me livrar de ser um cowboy fora da lei
Eu perdi o meu medo da chuva
E afinal
Tem que ser selado, registrado, carimbado
Avaliado, rotulado se quiser voar!
Porque se eu te amo e tu me amas
Sou um dito cidadão respeitável
E ganho quatro mil cruzeiros por mês
E não há nada nesse mundo que eu não saiba demais.

AULA Nº 25
DUAS DÚZIAS

Já que acabamos de fazer um poema meio maluquinho, vamos fazer um mais normal.
Primeiro, peça a seus alunos que escrevam duas dúzias de coisas boas. Depois que
terminarem, irão escrever, usando essas palavras um poema. Pode ser em forma de
receita. Fica muito interessante!
Ex: chocolate, maçã, carinho, criança, viagem, Itacaré, pai, sonho, música, celular,
internet, filme, abraço, etc..

Coisa Boa
Fecho os olhos e em meio a um belo sonho
Vejo o meu pai
Eu era ainda criança, e comia maçã com chocolate
Ao longe, uma música suave soava
Num abraço senti seu carinho, como num filme
Estávamos em Itacaré e meu celular, no melhor do meu sonhar, despertou
E eu acordei.
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Corri até a internet e fui ver onde era aquela cidade


Onde meu pai e eu pudemos nos encontrar.

AULA Nº 26
PALAVRAS SOLTAS NO AR?

Vamos aproveitar essa fase ainda um pouco dadaísta e puxar pela imaginação dessa
turminha: agora, usaremos palavras soltas também, porém, escreveremos algo de
utilidade pública. Estamos em meio a uma epidemia de várias doenças, causadas por um
único mosquito, o Aedes aegypit. Então, peça aos seus alunos que façam um cartaz
conscientizando a comunidade escolar do perigo de se deixar água parada e lixo. É muito
importante este tipo de trabalho. Vocês podem trabalhar também a questão do uso de
drogas, de gravidez na adolescência, etc.
Algo do tipo:
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AULA Nº 27
MITOS- VERDADE OU CRIATIVIDADE?

Quem de nós nunca acreditou piamente em alguma mentira contada por alguém?
Quem de nós nunca contou uma mentirinha por tanto tempo que, ao final, não sabia
mais se era verdade ou mentira?
E tem gente que conta tanta mentira, que deixa mesmo de ser mentira e passa a ser pura
CRIATIVIDADE.
As histórias contadas pelos mais antigos já fazem parte da nossa história. Inúmeros
artista constantemente retratam contos como o do Lobisomem, da Mula-sem-Cabeça, e
muitos mais.
Época de agosto é tempo de os alunos serrem massacrados pelo Folclore, pelo menos
por aqui, na minha região. Por isso, nós não iremos pedir-lhes que desenhe nenhum
desses personagens já tantas vezes retratados.
O que eles farão é criar seu próprio personagem. Têm que ser diferente dos que já
conhecemos, claro. Têm que ter nome e uma história, como todos os mitos que se
prezam.
Peça-lhes que apresentem seu personagem à turma. Exponha os desenhos.

AULA Nº 28
CANTANDO MENTIRA

Agora, eles irão, em duplas, inventar uma grande mentira. Terão que escrever essa
história e contá-la para a turma. Como bons artistas que são, não podem rir no momento
de contar a história. Têm que fazer parecer uma grande verdade.

AULA Nº 29

Algumas mentiras são mesmo surreais. Eu me lembro da história da loura do banheiro,


você se lembra? E daquela que o rapaz vai ao baile e conhece uma moça maravilhosa. Ao
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final do baile, quando ele a leva para casa, descobre que ela mora num cemitério? Meu
pai contava isso para nós, quando crianças, e nós acreditávamos MESMO!
O Surrealismo era também uma forma de conta uma mentira bem grande, através das
telas. Era tanta criatividade que os desenhos pareciam que iriam saltar, de uma hora
para a outra, da tela. Pintavam o que lhes vinha na cabeça. Era a expressão mais pura
dos sonhos e da fantasia, o que era influenciado pela teoria psicanalista de Sigmund
Freud: dar vazão ao inconsciente.
Grandes, monumentais obras foram realizadas nessa época.
Peça a seus alunos que façam a cópia de uma dessas obras. Eles escolhem a que
quiserem e tentam reproduzi-la o mais fielmente possível.
Se puderem usar tela de pintura e tinta própria, será ótimo, mas é um trabalho que fica
bonito até mesmo em sulfite.
Porém, com ¼ de cartolina é mais interessante, porque o trabalho irá ficar bem mais
firme.
Aqui, alguns exemplos de obras surrealistas. Você pode passá-las para eles, e também
pesquisar outras. Não tenho o título destas e nem o autor, mas é uma pesquisa que os
alunos devem fazer.
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AULA Nº 30
O SURREALISMO NO BRASIL

Enquanto o Surrealismo fervilhava na Europa, no Brasil iniciava-se o modernismo. Mas


houve alguma influência daquela escola. Podemos caracterizar como obra surrealista
brasileira, alguns trabalhos de Tarsila do Amaral, Cícero Dias, Guignard e Ismael Nery,
entre outros.
TARSILA

GUIGNARD
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ISMAEL NERY

O último trabalho será uma releitura. A releitura é quando você se inspira em alguma
obra e coloca a sua marca nela, podendo fazer bastante diferente da original, porém,
deixando a “alma” desta. É como uma paródia.
Peça aosalunos que escolham uma das obras surrealistas brasileiras e façam a releitura.
O material a ser utilizado ficará a escolha deles.
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9º ANO

AULA Nº 01
KANDINSK E SEU MUNDO QUE GIRA

Eu adoro a obra de Kandinsk, mas dentre todas, o que ele faz em redondo, para mim é
fantástico!

Fico pensando em como é o mundo. A Terra é redonda e gira. Assim é o mundo. Ele gira,
não para. É interessante observar que tudo é igual, tudo que já foi, hoje é. A moda volta,
os gostos voltam. Um dia se está em cima e no outro se está em baixo. Gosto da arte do
redondo!
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Como primeiro trabalho para o nono ano, peça a seus alunos que escolham uma dentre
estas obras, e façam uma cópia. O trabalho de Kandinsk é tão magnífico... Veja com a
direção se vocês podem expor na escola, ou pelo menos na sala do 9º ano.

AULA Nº 02

DISCO... REDONDO

Quem poderia imaginar que os cds fossem sumir de circulação, não é mesmo? Eu achava
que seria para sempre; a evolução dos séculos! Mas, quem diria, acabou a era dos cds e
dvds. E, olha só, os vinis estão começando a dar as caras novamente, com os DJs. É o
mundo que gira, e volta, e dá voltas.

Vamos fazer um trabalho agora usando os tão queridos (para nós, os coroas do século
XXI) cds e dvds. Peça aos alunos que tragam para a sala os cds estragados que tiverem
em casa.

Colem, de forma bem cuidadosa, um papel liso, cobrindo o cd por inteiro. Pode ser
branco, preto, enfim, qualquer cor. E depois que a cola secar bem, os alunos farão uma
obra em redondo, inspirados em Kandinsk. Procure, enquanto trabalham, falar sobre
esse movimento da vida. Foque no fato de que o que eles são hoje, o que fazem hoje, seus
pais o faziam, e também seu avós. E de que, um dia eles serão os pais e os avós. É bom
que eles falem um pouco sobre o que pensam a respeito das atitudes de seus pais, se
acham que seus pais são atrasados, caretas. Ao longo deste ano letivo, iremos mostrar
para eles que o mundo é igual ao que era antes, com poucas diferenças, que geralmente
são tecnológicas. Porém, as atitudes dos seres humanos mudaram muito pouco.

Bom, voltando ao trabalho, prepare uma folha bem grande de papel manilha e montem
uma árvore com todos os trabalhos realizados por eles com os cds. Olha que legal:
112

Outras figuras podem ser confeccionadas. Veja esta ideia PERFEITA!

Este trabalho pode ser feito com outros materiais, desde que sejam redondos, como por
exemplo, botões de roupas:
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AULA Nº 03

JESUS-RAFAEL SOTO

Olha o trabalho deste cara!! Simplesmente indescritível! Vamos nos inspirar nele para
fazermos este trabalho. Os alunos deverão usar régua para que o trabalho saia perfeito.

AULA Nº 04

MIRA SHENDEL
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Mais um trabalho com círculos. Os alunos precisarão de um compasso e régua para


fazerem algumas mandalas. Aproveitem os cds e dvds que sobraram daqulee trabalho
anterior e colem as mandalas. Montem outra árvore. Ficará lindo!

AULA Nº 05

RODA MUNDO...

Roda Viva (Chico Buarque)


Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu
A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega o destino pra lá
Roda mundo, roda-gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração

A gente vai contra a corrente


Até não poder resistir
Na volta do barco é que sente
O quanto deixou de cumprir
Faz tempo que a gente cultiva
A mais linda roseira que há
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a roseira pra lá
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Roda mundo (etc.)

A roda da saia, a mulata


Não quer mais rodar, não senhor
Não posso fazer serenata
A roda de samba acabou
A gente toma a iniciativa
Viola na rua, a cantar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a viola pra lá
Roda mundo (etc.)

O samba, a viola, a roseira


Um dia a fogueira queimou
Foi tudo ilusão passageira
Que a brisa primeira levou
No peito a saudade cativa
Faz força pro tempo parar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a saudade pra lá
Roda mundo (etc.)

Esta música mostra exatamente o que estamos tentando mostrar: o mundo continua
girando, e estamos dentro deste círculo. Não somos melhores nem piores que ninguém;
nem maiores nem menores; nem mais feios, nem mais bonitos. Somos apenas um pouco
diferentes.
Monte um slide, tendo esta música de fundo, com cenas marcantes do século passado e
deste século. Você poderá optar pelas partes boas ou ruins da nossa história. Ou pode
mesclá-las. Mostre o desenvolvimento da ciência, as grandes catástrofes, nascimentos de
bebês, cirurgias espetaculares, finais de campeonato de futebol ou outro esporte, prisão
de corruptos, enfim... Mas lembre-se: coloque a data em todas a fotos para que eles
vejam que pessoas são pessoas em todos os tempos. E que se eles querem que as coisas
sejam diferentes, ELES devem querer mudar, primeiro a si mesmos, para que o mundo
seja melhor.

Agora, divida a turma em alguns grupos e peça-lhes que façam um trabalho com slides,
mostrando o giro do mundo. Desde as primeiras décadas do século XX até os dias de
116

hoje. Cada grupo se responsabilizará por uma área social. Por exemplo: um grupo irá
mostrar a política brasileira de todas as décadas; o outro, a ciência, a fome, enfim...
Marque o dia da apresentação. E não se esqueça: eles DEVEM colocar no YouTube. Olha
este trabalho que meus alunos fizeram sobre a música:

https://www.youtube.com/watch?v=Udidbdz9RV4

Cartazes também são viáveis, no caso de não haver possibilidade de fazer os slides.
Fotografe-os e coloque no blog (que você certamente já criou).

AULA Nº 06
ROY LICHTENSTEIN E A ART POP

Roy Fox Lichtenstein foi um pintor americano identificado com a Pop Art. Na sua obra,
procurou valorizar os clichês das histórias em quadrinhos como forma de arte,
colocando-se dentro de um movimento onde tentou criticar a cultura de massa.
Vamos fazer um trabalho inspirados nesta fera.

Leve uma revista em quadrinho para a aula. Você deverá levar apenas uma história, já
recortada em vários quadrinhos. Distribua entre seus alunos esses quadrinhos,
numerados anteriormente, de acordo com a sequência das cenas na história. Cada um
receberá apenas um. Agora farão a reprodução da cena que têm em mãos em tamanho
grande, ocupando toda a folha sulfite. No lugar das falas, porém, eles não reproduzirão
como o quadrinho original; eles criarão uma fala de acordo com a cena que estiverem
vendo. Lembre-se: eles não deverão ter acesso à história inteira.

Ao terminarem, e pode ser que precisem de mais de uma aula, irão à frente, iniciando de
quem recebeu o quadrinho número um em diante, mostrarão o desenho e lerão o que
escreveram.

Tem que haver sequência para que fique interessante o trabalho. Procure filmar tudo
para que vocês mais tarde possam montar uma história maluca.
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AULA Nº 07
ESQUADROS - CONCRETO

ESQUADROS (Adriana Calcanhoto)


Eu ando pelo mundo prestando atenção em cores que eu não sei o nome:
Cores de Almodóvar, cores de Frida Kahlo, cores!
Passeio pelo escuro, eu presto muita atenção no que o meu irmão ouve.
E, como uma segunda pele, um calo, uma casca, uma cápsula protetora.
Ai, eu quero chegar antes pra sinalizar o estar de cada coisa, filtrar seus graus.
Eu ando pelo mundo divertindo gente, chorando ao telefone, e vendo doer a fome
Nos meninos que têm fome.
Pela janela do quarto, pela janela do carro, pela tela, pela janela...
Quem é ela? Quem é ela?
Eu vejo tudo enquadrado.
Remoto controle.
Eu ando pelo mundo.
E os automóveis correm, para quê?
As crianças correm, para onde?
Transito entre dois lados.
De um lado, eu gosto de opostos.
Exponho o meu modo, me mostro.
Eu canto para quem?
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Pela janela do quarto, pela janela do carro, pela tela, pela janela...
Quem é ela? Quem é ela?
Eu vejo tudo enquadrado.
Remoto controle.
Eu ando pelo mundo.
E meus amigos, cadê?
Minha alegria, meu cansaço?
Meu amor, cadê você?
Eu acordei, não tem ninguém ao lado.
Pela janela do quarto, pela janela do carro, pela tela, pela janela...
Quem é ela? Quem é ela?
Eu vejo tudo enquadrado.
Remoto controle.
Eu ando pelo mundo.
E meus amigos, cadê?
Minha alegria, meu cansaço?
Meu amor, cadê você?
Eu acordei, não tem ninguém ao lado.
Pela janela do quarto, pela janela do carro, pela tela, pela janela...
Quem é ela? Quem é ela?
Eu vejo tudo enquadrado.
Remoto controle.

Esta música fala de um momento que saímos de dentro de nós e vamos para fora,
procurando as outras pessoas, os outros sentimentos, outras ideias, outras crenças. É
aquele momento em que decidimos que precisamos aceitar o diferente, que não pensa
como a gente.
Faremos um projeto de conscientização com a galerinha.

Separe a turma em grupos. Cada grupo irá trabalhar, de todas as formas possíveis, os
temas mais complicados (devido a nossa ignorância).

Eles deverão mostrar (se possível, para todo o mundo) que o preconceito e a
discriminação precisam acabar.
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Discutirão a respeito dos preconceitos contra: negros, homossexuais, mulheres,


estrangeiros;

Falarão sobre: drogas, gravidez na adolescência, e todos os outros temas que vocês
decidirem. Incentive-os a convidarem algum autoridade no assunto de que vão falar,
para dar uma palestra sobre o tema.

É um bom momento para reunir toda a escola e trabalharem juntos.

AULA Nº 08
QUADRADOS, QUADROS, ENQUADRADOS

Saindo dos trabalhos com o círculo, vamos penetrar agora nos quadrados, e aproveitar
para falarmos da Arte Concreta.

Para início de conversa, vamos fazer releituras de algumas das obras de Mondrian.
Estamos etrando na fase da arte geométrica. Maravilhosa!
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AULA Nº 09
MAIS DE PIET MONDRIAN

Se pudéssemos estar diante dessas obras verdadeiras, poderíamos sentir que fôssemos
capazes de penetrar por entre essas folhagens. É incrível com Mondrian consegue nos
fazer ter essas sensação!

Vamos fazer uma releitura dessas obras. Os alunos escolherão uma delas e, com os
recortes que sobraram do trabalho anterior, farão as folhas desas árvores. Deixe a
imaginação correr solta, mas mostre a eles que pdoem usar recortes de apenas um tom,
como Mondrian fez. Entretanto, dê-lhes lierdade para fazerem árvores multicoloridas.

AULA Nº 10
FRANZ WEISSMANN

Franz nasceu na Áustria em 1911, mas veio para o Brasil em 1924. Suas esculturas
geométricas mostram o interesse entre o cheio e o vazio e uma limpeza de formas.
Sua obra é neoconcreta. Mudou-se para Belo Horizonte, onde participou da construção
da primeira escola de arte moderna da cidade.
121

Solicite aos alunos papéis de qualquer textura, cor, tamanho. Pode, claro, ser papel
reciclado, sem problema, desde que seja papel mais grosso, tipo cartolina. Mostre-lhes as
obras de Franz e peça-lhes que criem suas próprias esculturas. Se usarem bastante cola,
inclusive, passando em todo o trabalho para o acabamento, a escultura ficará
impermeável e bem mais resistente. Nem é preciso dizer que este trabalho MERECE
EXPOSIÇÃO!

AULA Nº 11
LUIZ SACILOTTO

Precursor do Concretismo no Brasil, este paulista de Santo André revela, sua tendência
pela exatidão dos ângulos e linhas.
Vamos continuar nas esculturas concretas, só que, desta vez, trabalharemos com arame.
Peça que comprem um pouco de arame maleável. São bem baratos. Eles têm que
122

procurar o que consigam manipular. É bom irem pessoalmente comprar, porque cada
um tem um jeito pessoa de trabalhar.
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AULA Nº12
HÉRCULES BARSOTTI

Brasileiro, nascido em 1914, fez parte do grupo Neoconcreto, na década de


1960.
Seu trabalho é magnífico. Há muito mais para se ver e trabalhar. Aqui,
apenas algumas iamgens da obra desse grande artista.

Seus alunos irão se inspirar nelas para fazerem seu próprio trabalho, só que
desta vez, desenhando.
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AULA Nº 13

Mais um trabalho concreto. Agora, vamos defender mais uma vez o que é de todos: A
NATUREZA.

Mas este trabalho fica interessante para várias ocasiões: corações apaixonados e
partidos, por exemplo.

Proponho uma trabalho de colagem. Pegamos uma figura (neste caso de uma árvore) e
fazemos um recorte, demonstrando a destruição do pulmão do mundo.

AULA Nº 14

Para finalizarmos os trabalhos com arte concreta, olha esses, de manipulação de fotos,
que interessantes:
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Solicite dos alunos que levem uma ou mais fotos impressas. Melhor ainda se forem em
preto e branco. Leve revistas velhas e distribua entre eles. Eles deveerão fazer uma
montagem com suas próprias fotos e os recortes de revista. Fica muito legal!

AULA Nº 15
DESENHOS - ENTRE O CONCRETO E O ABSTRATO

Desenho Figurativo é a representação gráfica de formas que reproduzem a aparência da


realidade, sejam elas naturais ou criadas culturalmente. As técnicas de execução podem
se dar a partir da observação, de memória ou de criação.
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Bem tranquilo este trabalho. Os alunos escolherão algo para desenhar. Recolha todos os
trabalhos.

AULA Nº 16

Desenho Abstrato: É a representação gráfica, não figurativa. Alguns artistas têm como
referência formas da natureza, ou orgânicas e também formas geométricas.
Os alunos, agora, deverão fazer um desenho abstrato, livremente.
Novamente, recolha os trabalhos para levar os dois na próxima aula

AULA Nº 17
TRANSFORMANDO FIGURATIVO EM ABSTRATO E VICE-VERSA

Agora, os alunos receberão, aleatoriamente os desenhos. Cada um receberá um de cada


técnica. O trabalho deles será transformar o que era abstrato em figurativo e vice-versa.
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Algo assim. Eles fazem muito melhor, claro. Mas será interessante a brincadeira a
seguir: quando todos terminarem, todos os desenhos serão colocados nas mesas e os
alunos deverão encontrar, não os seus próprios desenhos, mas aqueles que os colegas
fizeram, quando transformaram o abstrato em figurativo e vice-versa.

AULA Nº 18
GUSTAV KLIMT

Felizmente, a arte não precisa mais estar enquadrada em formas, em cores, em


composições. Os artistas têm total liberdade apara criar o que quiserem e da forma
como quiserem.
Observe estas obras de Klimt. Pode-se perceber, tranquilamente, um desequilíbrio, que,
longe de ter sido um problema, transformou-se em uma das obras mais lindas que já
vimos.

Este trabalho fica maravilhoso! Os alunos deverão fazer a releitura das duas
obras. Usarão, para isto, recortes de revistas. Neste trabalho, eles cortarão
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as tiras de comprido e colarão, compondo a paisagem. As cores das tiras


ficam por conta da imaginação deles.

AULA Nº 19
A ÁRVORE DA VIDA

Nesta segunda obra de Klimt, eles deverão cortar as tiras em espiral, e


depois, montar a árvore da vida. Fica um trabalho em alto relevo, muito
bonito.

AULA Nº 20
O RASCUNHO DEPOIS

Van Gogh sabia melhor que ninguém utilizar os espaços das telas em função do que
fosse pintar.
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O trabalho dos alunos agora será tentar percorrer o caminho que Van Gogh percorreu
para pintar esses quadros, mas ao contrário. Eles irão esboçar, tentando manter as
medidas proporcionais exatas.
Procure outras obras de Van Gogh, como os de natureza-morta e peça aos alunos que
façam o mesmo trabalho. É interessante imaginar o que o artista estava pensando ao
começar seus esboços.

AULA Nº 21

Raphael Domingues Filho (São Paulo SP 1912 - Rio de Janeiro 1979). Desenhista, pintor.
Na infância, vive com a família no Rio de Janeiro. Na adolescência, estuda no Liceu
Literário Português, onde frequenta aulas de desenho acadêmico. Paralelamente,
trabalha como desenhista de cartaz, publicidade e decoração. Nessa época, é premiado
num concurso de desenho promovido pela multinacional norte-americana Standard Oil
Company.
Aos 15 anos, apresenta os primeiros sintomas de esquizofrenia. Continua produzindo
obras figurativas de feição realista, às vezes utilizando os familiares como modelo. Em
130

1932, é internado no Hospital da Praia Vermelha, no Rio de Janeiro, sendo transferido


em seguida para o Hospital Psiquiátrico Pedro II, no bairro do Engenho de Dentro. Nessa
instituição, em 1946, a médica psiquiatra Nise da Silveira cria a Seção de Terapêutica
Ocupacional - STOR, na qual, entre outras atividades, estabelece uma oficina de artes
plásticas. Raphael passa a frequentar o ateliê e a desenhar com orientação do artista
plástico Almir Mavignier. No início, seus trabalhos se restringem a séries de linhas
cruzadas formando pequenos quadrados. Ainda nos anos 1940, começa a traçar figuras,
sobretudo rostos e objetos domésticos como vasos e chaleiras.
Os desenhos não denotam técnica acadêmica, mas se destacam pelo caráter ornamental
combinado à linha contínua traçada com precisão e segurança. Algumas obras são
coloridas e têm o fundo pintado com manchas.
Muitas delas, sequer título possuem. Mas dê uma olhada:
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Uma maravilha, não é?


Vamos pedir aos nossos alunos que tentem fazer uma cópia fiel dessas obras. Podemos
observar que Raphael pintava com pequenos risco, numa delicadeza incrível! Vamos
tentar fazer desta forma.

AULA Nº 22
DO RASCUNHO ÀS CORES

Ainda observando o trabalho de Raphael Domingues:

Não sei você, mas eu fico tão emocionada quando vejo a arte de alguém que só tinha
dentro de si a inspiraçao e nada mais...
Raphael nunca estudou Arte. Ele desenhava o que via em seus sonhos, alucinações,
esperanças, ilusões...
Suas obas em cores são tão vivas, tão alegres!
Parece que ele se esquecwu mesmo de pinta estas. Ou desisitiu.
Então, nossos alunos agora, entrarão na alma do artista, e como fizeram com as obras de
Van Gogh, o farão também. Só que agora, pintarão os rascunhos de Domingues.
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AULA Nº 23
BRINCAR DE ARTE

Nasceu na cidade de Brodowski (interior do estado de São Paulo), em 29 de dezembro


de 1903.
No ano de 1935 ele recebeu uma premiação em Nova Iorque por sua obra "Café". Deste
momento em diante, sua obra passou a ser mundialmente conhecida.
As obras de Portinari são indiscutivelmente magníficas.
Seria interessante fazer um projeto inteiro sobre vida e obra deste nosso inesquecível
artista.
Mas aqui, iremos nos ater a estas obras:
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Primeiro, vamos solicitar uma cópia destas obras. Os alunos escolherão uma e farão o
melhor que puderem. Melhor se este trabalho for realizado em cartolina, para futura
exposição

AULA Nº 24
BRINCAR DE SER POETA

É uma pena que crianças hoje não possam brincar; muitas delas. Não vamos nem citar
aqui as razões disso. Mas dá uma saudade de quando eu era criança... Não havia limite
para as brincadeiras. De tudo nós brincávamos! Onze da noite, quando os pais nos
chamávamos, nós dizíamos: ”Ah, pai, agora que a gente tava começando a se divertir...”
Era bom, não era?
Mas alguns meninos ainda brincam... Eu acho. Os alunos do 9º ano brincaram mais que
os mais novos porque quando tinham sete, oito anos, ainda não ganhavam celulares,
tablets, essas coisas. Pelo menos é o que pensamos...
Pois bem... Dê-lhes um tempo para se lembrarem dessa fase tão boa. Peça-lhes que
anotem as brincadeiras de que se lembram, todas, se possível. E então, diga-lhes que
escrevam um poema retratando como era bom ser criança. O título é por conta deles.
Peça, se achar necessário, o auxílio do professor de Português para as terríveis correções
gramaticais.

FÉRIAS DE QUATRO MENINAS


(Cátia Barbosa)

Quatro meninas
Amigas,
Iguais ou diferentes
Não importa
Nada
São férias
Quintal, terra, jardim, flores
E amores
Que as encontrarão
Alegres ou tristes
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Não importa
Porque são férias
Caixa d’água cheia
De água e de meninas
Como cabem?
Mas não importa
Nada.
Irão nadar de qualquer forma
Porque são férias
E nas férias pode tudo
Dormir no dia seguinte
Acordar sem lavar a cara
E com a cara mais lavada
Declarar o banho tomado na madrugada.
Quatro meninas
E nada a temer
A não ser o medo de crescer, vejam só...
Mas não importa o futuro
Porque são férias
E as broncas são motivos de risadas
Dos dois lados
Lado de lá, de quatro meninas que aprontam sem cessar
Lado de cá, que já envelheceu e reclama sem parar.
Mas para todo lado que se olhe
Há quatro meninas
Amigas
Iguais ou diferentes
Cujas mentes não se dão conta
De que, quando as férias se forem
Elas também irão
Uma para cada lado
E é por isso que nas férias se pode tudo
Ser feliz, brigar, reclamar, chorar
E rir
Morrer de gargalhar por nada
Nadar em quatro numa caixa d’água de quinhentos
E a tecnologia passa bem longe
Dessas quatro
Não há selfs, nem jogos
Não há Katy Perry
135

Só quatro meninas brincando


De ser felizes
Atrizes
Do palco mais lindo que se pode ter:
A INFÂNCIA.

AULA Nº 25
OFICINA DE BRINCAR

Solicite dos alunos uma pesquisa entre as pessoas mais velhas, como seus pais, avós, e
até bisavós, se tiverem. Peça que descubram que tipos de brincadeiras havia naquele
tempo. Então, façam uma lista com todas, o máximo possível.
Depois, separe a turma em grupos e combinem uma exposição de brinquedos. Cada
grupo receberá a responsabilidade por uma série de brincadeiras.
Converse antes com a direção da escola porque neste dia, a criançada tem que esta
presente, porque algumas brincadeiras deverão ser demonstradas... BRINCANDO!!
Seus alunos comandarão tudo: desde a demonstração dos brinquedos, a época em que se
brincava, até os jogos de rua, como bandeirinha, amarelinha, garrafão, e tantos outros.
Seria PERFEITO se este projeto pudesse ser realizado na semana da criança! Imagina
tirar a carga das costas das regentes e deixar a meninada brincar à vontade!!
Vocês podem, depois, escolher algumas brincadeiras, mais tranquilas, e até a confecção
de pipas e dobraduras, para passarem uma tarde em algum hospital, ou creche, etc.
Fotografem tudo e divulguem este trabalho. Isto será importante demais para o
professor de Arte, para os alunos e principalmente, para servir de exemplo a toda a
comunidade.

AULA Nº 26

Neste livro, eu dei preferência às aulas práticas. Não me ative a biografias, a cronologias,
a explicações, nada disso.
Porém, tudo isso é essencial para o 9º ano porque quando entrarem no Ensino Médio, se
você conhece o Arte Fácil- ensino Médio, irá ver que a Arte vem pegando pesado porque
eles precisarão de toda a teoria, para os vestibulares e Enem.
136

Assim, sugiro que, antes de terminar este ano letivo, que você dê-lhes uma incumbência:
de pelo menos terem uma sequência cronológica de tudo o que irão necessitar saber, em
Arte, para os três anos que estão por vir.
Se houver tempo, disponibilidade e disposição, solicite que em grupos, façam uma
pesquisa sobre as fases e a história da Arte no Brasil e no mundo.
Montei um site com um resumo de muitos desses tópicos. Veja em
www.artexpressaodevida.net

Aqui vou apenas dar-lhe os tópicos, em ordem.


UM MUSEU... EM ORDEM
PRÉ-HISTÓRIA
IDADE ANTIGA- ANTIGUIDADE ORIENTAL- Egito
IDADE ANTIGA- ANTIGUIDADE CLÁSSICA- Arte grega- Arte Romana
IDADE MÉDIA- Arte Romântica- Arte Gótica
IDADE MODERNA- Renascimento- Barroco- Rococó- Neoclassicismo
IDADE CONTEMPORÂNEA- Romantismo- Realismo- Impressionismo-
Neoimpressionismo- Expressionismo- Fauvismo- Cubismo- Cubismo
analítico- Cubismo sintético- Futurismo- Abstracionismo- Abstracionismo
sensível- Abstracionismo geométrico- Orfismo- Raionismo- Dadaísmo-
Suprematismo- Concretismo- Modernismo- Surrealismo- Tachismo-
Grafismo- Pop art- Op art (optical art)-
ARt Naif, Arte Conceitual, Arte de Participação, Videoarte, Arte aerográfica,
Mail Art, Colagens, Kitch, digitais, e tantas mais...

AULA Nº 27
ARTE E O SOCIAL

A arte é capaz de mudar uma realidade, isto nós sabemos. O que nos falta é colocar essa
verdade em prática.
137

Durante os séculos, a arte é o que dita os comportamentos. Conhecemos o artista través


de sua obra.
Assim o é na vida cotidiana. Somos o que fazemos, o que pensamos. Nossa sociedade é o
que são seus habitantes. Nossa política é o que são os eleitores.

José Clemente Orozco destacou-se principalmente na pintura mural, mas também se


dedicou à pintura de cavalete, à aquarela, ao desenho e à caricatura, que fazia mais como
forma de sustento do que como arte.
A temática central da sua obra é a revolução, a luta do povo para atingir os seus ideais e
uma nova sociedade. A representação formal na sua obra reflete uma mistura de
influências estéticas que vão do realismo ao expressionismo e passam pela arte
renascentista italiana dos séculos XV e XVI.
Nós também podemos lutar pelo nosso povo, utilizando-nos da arte.
Proponho aqui um trabalho, não de pintura, como o de Orozco. Convide os alunos a
fotografarem o que virem pela cidade que machuquem sua alma adolescente, como
desnutrição, doenças, problemas na saúde pública, e tudo o mais que acharem estar
errado na sociedade. Devem se lembrar de que os rostos não devem aparecer no
trabalho.
Em grupos, irão comparar as fotos que tiraram e separá-las por assunto.
Então farão cartazes usando papel manilha, colocando separadamente esses assuntos. É
interessante que cada grupo consiga colocar todos os assuntos em um único cartaz, para
que todos possam ver todos os problemas encontrados em sua cidade.
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Faça uma exposição, não se esqueça. É muito importante o seu trabalho com seus
alunos!
AULA Nº 28
FOTOGRAFIA- ALEGRIA

Vamos continuar fotografando, só que agora, vamos fotografar as coisas boas da cidade.
Os alunos já têm uma noção bem apurada do que é ruim. Agora, irão voltar à cidade, com
olhos diferentes. Irão procurar tudo o que tem de bom nos lugares por onde passam. E
vamos montar novamente um mural, mas desta vez, o fundo será branco, para realçar
mais as coisas boas.

AULA Nº 29
FOTOGRAFIA – SAUDADE

E agora, que essa turma aí está terminado o ano letivo e saindo do Ensino Fundamental,
que um penúltimo trabalho, bem legal? Só que desta vez você é quem vai colocar a mão
na massa.
Combine com eles um dia, num lugar especial de sua cidade e deixe-os à vontade,
enquanto você vai fotografando tudo o que for acontecendo. Tenha o cuidado de
fotografar todos os alunos.
Depois, junte essas fotos às que você guardou de todos os trabalhos do ano e monte um
slide, contando sua história com eles. Escreva mensagens de agradecimento a eles, pelo
tempo que passaram juntos, por tudo que aprendeu com eles, enfim...
Quem sabe se no Ensino Médio estarão juntos novamente, não é? De uma forma ou de
outra, vocês estarão marcados, para sempre uns nos outros.
Este slide será apresentado no momento reservado às despedidas, às festas de
formatura deles. Faça o melhor que puder!
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AULA Nº 30
DESPEDIDA
Para fechar com chave de ouro, combine com eles de fazerem uma pequena peça,
intitulada Cinema Mudo.
Deverão se reunir em grupos porque vai ficar bem mais fácil decidirem o que fazer.
Eles irão anotar todos os trejeitos dos professores e de toda a direção da escola, e
também dos funcionários e até mesmo alguns alunos. E daí decidirão quem vai
interpretar tal e tal papel. Como o título do trabalho sugere, nada de falas. Só mesmo
mímicas. Eles vão fazer uma brincadeira com todo mundo. Será a forma de se
despedirem de todos. Ah, mas você também terá que entrar na brincadeira deles, viu? E
lembre-se: eles vão zoar, não tem jeito! E você irá chorar, porque se lembrará de todo
este ano, tão produtivo para ambas as partes, mas principalmente pra você, que se
empenhou tanto em mostrar-lhes o melhor que tinha em seu coração.

Que todos os seus dias de professor sejam repletos de aprendizado e que você consiga
passar, não só conhecimento para os alunos, mas principalmente otimismo, fé, amor,
paciência, bondade, mansidão e alegria.
Deus os abençoe!

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