Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Ciências & Cognição 2014; Vol 19(3) 531-543 <http://www.cienciasecognicao.org> © Ciências & Cognição
Submetido em 16/10/2013│Revisado em 20/10/2014│Aceito em 12/12/2014│ISSN 1806-5821 – Publicado on line em 01/12/2014
Resumo Abstract
Para melhor conhecer a influência do estado In order to get better knowledge about the
de sono nas dificuldades escolares que afetam influence of the state of sleep on the school
a população brasileira, analisa-se uma série de difficulties met with by the Brazilian population,
teorias e pesquisas de campo versando sobre o a series of theories and field research projects
estado de sono, aprendizagem, memória, reserva are analyzed concerning the state of sleep,
cognitiva, atenção, motivação, automação, learning, memory, cognitive reserve, attention,
plasticidade neural, alfabetização, letramento, motivation, automaticity, neural plasticity, (basic,
leitura, escrita e seus respectivos substratos intermediate and advanced) literacy, reading,
neurais. A análise revelou que a qualidade e writing and their respective neural substrates.
a quantidade de sono afetam principalmente This analysis showed that the quality and amount
a atenção e a memória de trabalho, funções of sleep mainly affect attention and working
cognitivas que estão no cerne da aprendizagem, memory, cognitive functions that are at the core
da leitura e da escrita. Desta forma, espera-se of learning, reading and writing. Thus, we hope to
resgatar o aspecto neuroeducacional do conceito have contributed to rescue the neuroeducational
de sono, descrevendo-o como um dos grandes aspect of the concept of sleep, describing it as one
responsáveis pelo desempenho escolar da
of the major factors responsible for the school
população brasileira.
performance of the Brazilian population.
Autores de Correspondência:
S.B. Joffily - Endereço: Rua Eng. Pena Chaves, 85/102, Jardim Botânico, Rio de Janeiro – RJ. CEP 22.460-090.
E-mail: joffily.uenf@gmail.com
531
Ciências & Cognição 2014; Vol 19(3) 541-543
<http://www.cienciasecognicao.org >
532
Ciências & Cognição 2014; Vol 19(3) 531-543
<http://www.cienciasecognicao.org >
cognitivos, emerge como auxílio alternativo as relações funcionais existentes entre estes dois
para minimizar os atuais entraves educacionais sistemas neuropsicológicos cognitivos ainda
brasileiros. Embora a exploração das alterações permanecem obscuras, sobretudo para grande
decorrentes do estado de sono e da aprendizagem parte dos educadores brasileiros.
no sistema nervoso central sejam bem conhecidas,
2 Memória e aprendizagem
533
Ciências & Cognição 2014; Vol 19(3) 541-543
<http://www.cienciasecognicao.org >
534
Ciências & Cognição 2014; Vol 19(3) 531-543
<http://www.cienciasecognicao.org >
535
Ciências & Cognição 2014; Vol 19(3) 541-543
<http://www.cienciasecognicao.org >
536
Ciências & Cognição 2014; Vol 19(3) 531-543
<http://www.cienciasecognicao.org >
referentes à memória e à aprendizagem. Partindo frontal inicial não se deslocava para o lobo
do princípio que a memória é um sistema causal parietal. O deslocamento da ativação neural do
passível de quantificação e de sistematização, córtex frontal para o parietal reflete não somente
Ebbinghaus se dedicou a pesquisar durante o esforço dos humanos em vincular diferentes
cinco anos a própria memória através da técnica categorias estimulatórias, no caso formas visuais
associacionista. Quantificando o número de (cifras) a quantidades (significados), mas se
sílabas sem sentido que podia memorizar, o tempo refere também à presença de um mecanismo
necessário para memorizá-las e a facilidade com dedicado a liberar o córtex frontal para futuras
que as evocava e esquecia, Ebbinghaus confirmou associações, no momento em que as associações
cientificamente aquilo que o senso comum já recém adquiridas se tornam automatizadas
suspeitava: para aprender é preciso repetir. (Dehaene, 2011). O processo de automatização
Os sonhos, característicos do estágio REM do é fundamental nas mudanças de sistemas
sono, replicando mentalmente acontecimentos modulares de funcionamento cerebral para o de
e informações vivenciadas durante o estado de redes neurais (Dehaene, 2011). As redes neurais
vigília reforçam o mesmo princípio, entretanto resultam do conjunto de modificações que os sinais
a simples repetição sistemática se torna inútil emitidos pelos órgãos sensoriais, pelo ambiente
caso não haja atenção e motivação (Soprano & ou mesmo por redes neurais paralelas impõem
Narbona, 2007). Neste sentido, a antiga metáfora ao cérebro (DeSchonen & Sangrigoli-Triscornia,
que representa o cérebro como uma folha de papel 2004). Ao se transformarem, dissociarem,
em branco sobre a qual diferentes aprendizagens associarem e se organizarem os sinais sensoriais
se inscrevem é totalmente equivocada, pois geram padrões de atividade que constituem os
toda aprendizagem pressupõe uma maquinaria diferentes estados mentais (conscientes ou não)
cerebral muito bem organizada, relativamente como a vigília, o sono e o sonho. O automatismo
plástica, capaz de elaborar símbolos culturais na resultante do progressivo refinamento do jogo de
qual o córtex pré-frontal, muito desenvolvido na ativação e inibição neural cerebral é fundamental
espécie humana, desempenha importante papel para o processo de aprendizagem (DeSchonen
(Dehaene & Cohen, 2007; Dehaene et al., 2010; & Sangrigoli-Triscornia, 2004). Exemplificando:
Dehaene, 2011). sempre que alguém executa uma tarefa, como a
Em suas pesquisas sobre aprendizagem, de falar em público, uma grande quantidade de
Dehaene (2011) constatou que no momento em automatismos decorrentes da ativação/inibição
que a criança se esforça para associar símbolos das diferentes redes neurais entra em ação,
numéricos a diferentes quantidades, o córtex entretanto só os automatismos, considerados
cerebral pré-frontal é tomado por intensa ativação. adequados aos objetivos e às finalidades do
Porém, na medida em que a associação simbólica momento atual, serão selecionados.
se consolida, a inicial atividade neural frontal se Em 2000, Marquet et al. observaram que o
desloca para o córtex parietal. Ora, pesquisas processo de consolidação de memórias resultava
comparativas com macacos evidenciaram que, de uma atividade cerebral particular que ocorria
sempre que estes animais tentavam estabelecer durante o estado de sono. Mais tarde constataram
associações do mesmo tipo, uma intensa que o sono também atua como instrumento
atividade também ocorria no lobo pré-frontal de facilitador na supressão das informações inúteis,
seus cérebros, entretanto, ao contrário do que adquiridas durante o estado de vigília (Tononi &
acontecia no cérebro dos humanos, a atividade Cirelli, 2006).
4 Modularidade cerebral e reciclagem neural
A atividade neural gera padrões que como proposto por Fodor (1983), tem
dependem, dentre outros, da arquitetura desempenhado importante papel nas pesquisas
dos neurônios, das demais redes neurais, dos neuropsicológicas cognitivas que tem como
neurotransmissores, dos neuromoduladores e da tema a aprendizagem. Para Premack e Premack
influência do ambiente externo (DeSchonen S & (2003), os módulos seriam processos inatos
Sangrigoli-Triscornia, 2004). aptos a orientar a aprendizagem em campos
O conceito de modularidade cerebral, fundamentais do conhecimento humano. Embora
537
Ciências & Cognição 2014; Vol 19(3) 541-543
<http://www.cienciasecognicao.org >
estes estudiosos da aprendizagem considerem verdadeiros substratos neurais nunca foram bem
que cada módulo é uma entidade única, dedicada definidos. Pesquisadores como Rochat (2006)
a solucionar problemas específicos, a forma como e Wheeler (2000) que se dedicaram a estudar
todos operaram não varia, pois cada módulo o caráter hereditário dos módulos necessários
só se ativa frente à determinada categoria de à sobrevivência comprovaram que aos quatro
estímulo. Já para Streri (2004), os módulos são meses de idade cronológica os bebes humanos já
entidades mentais hipotéticas, especializadas e possuem, dentre outros, a noção de gravidade, o
encapsuladas (sistemas cognitivos) que operam que evita que se surpreendam com a queda dos
de forma rápida e automática sob domínios objetos circundantes. Porém, segundo os mesmos
bem específicos, quer dizer, abrangendo um pesquisadores, a capacidade para simbolizar só
único tipo de informação. Para tentar explicar se instala na mente humana no instante em que
a rapidez como as crianças adquirem as regras diferentes sistemas modulares se interconectam.
gramaticais da linguagem materna, Chomsky A partir de então a criança está apta para
(1980) também utilizou o conceito de módulo. reconhecer quantidades em algarismos e coisas,
Embora, ancorado em saberes neuropsicológicos pessoas e situações em letras, sílabas, palavras e
cognitivos, o conceito de módulo permanece frases podendo então ser alfabetizada.
sendo um constructo nebuloso, uma vez que seus
5 A localização das habilidades de escrita e de leitura no cérebro
538
Ciências & Cognição 2014; Vol 19(3) 531-543
<http://www.cienciasecognicao.org >
falada, eram muito mais ativas nos sujeitos decodificação das faces, havia se deslocado para
letrados do que nos iletrados (Pegado, Nakamura, o hemisfério direito, o restante da área dedicada
Cohen & Dehaene, 2011). Observaram também à decodificação de faces, localizado no hemisfério
que nos cérebros dos sujeitos pertencentes direito, tornara-se bem menos extenso nos
ao grupo dos iletrados, a área dedicada à sujeitos letrados do que nos sujeitos iletrados.
decodificação das formas visuais das palavras Desta forma, a influência da aprendizagem
reagia mais intensamente à visão das faces do que na organização cerebral dos indivíduos foi
à visão de qualquer outro estímulo, e que parte comprovada (Dehaene, 2007; Dehaene et al.,
dos neurônios que nos letrados, decodificava 2010). Em consequência, estabeleceu-se uma
faces, antes do processo de alfabetização, após nova teoria a respeito da plasticidade cerebral,
a alfabetização, passara a decodificar palavras segundo a qual a aquisição da leitura provoca
(Dehaene, 2007, 2011; Premack & Premack, significativas modificações cerebrais e culmina
2003). Como no grupo dos letrados, parte da área com o surgimento de uma área cerebral cortical
do hemisfério esquerdo, inicialmente dedicada à exclusiva para o tratamento das palavras escritas.
6 A plasticidade neural no sono e sua influência na consolidação das memórias e na aprendizagem
Os primeiros estudos relacionando a tarefas simples, que exigem poucas mudanças
plasticidade neural ao estado de sono, à memória no repertório comportamental, independem do
e à aprendizagem datam do início do século XX. sono REM para serem consolidadas, mas que as
Em 1924, Jekins e Dallenbach (Benson & Feinberg, memórias referentes a tarefas mais complexas
2007; Lahl, Wispel, Willigns & Pietrowsky, 2007) que incluem a assimilação de informações não
demonstram, experimentalmente, que um habituais e variada adaptação comportamental,
material verbal é mais facilmente aprendido para se consolidarem, dependem do estado de
quando o processo de memorização é seguido sono paradoxal. Smith também observou que
por um período de sono. Considerando-se 1) que a qualidade da memorização variava de acordo
os relatos oníricos estão repletos de fragmentos com o momento em que a privação de sono REM
de experiências vividas; 2) que a taxa de sono l é acontecia (Smith, 1985; Schultz & Schultz, 1981).
proporcionalmente muito mais elevada no início Quando a privação de sono REM ocorria nas três
da vida, período crítico para o desenvolvimento ou quatro horas subsequentes à aprendizagem, a
cognitivo, do que na idade adulta e na velhice; 3) memorização da tarefa realizada era prejudicada.
e que os deficientes mentais apresentam baixa As fases iniciais do processo de
taxa de sono REM, os estudos que relacionam o aprendizagem ocorrem logo após o estágio de
estado de sono à memória enfatizando a fase do consolidação, o qual se acreditava acontecer
sono com maior ativação neural, ou seja, ao sono durante o sono (Axmacher, Haupt, Fernandez,
REM, atribuíram ao sono a função de associar e Elger & Fell, 2007), entretanto pesquisas recentes
de acomodar as mais recentes experiências às indicam que importantes estágios de consolidação
antigas memórias. Porém, tendo constatado: 1) da memória também ocorrem durante o estado de
que o tratamento mnêmico depende do grau vigília, embora, após algum tempo neste estado
de organização e da natureza das informações de consciência, o processo de consolidação entre
adquiridas; 2) que os efeitos da privação de sono em saturação. Nesta concepção, seria o sono
REM dependem do nível do desempenho atingido que, favorecendo especificamente a plasticidade
durante a aprendizagem; 3) que o efeito da sináptica, aceleraria a consolidação das memórias
privação de sono REM depende não só da natureza (Axmacher et al., 2007). Para testar estas diferentes
da tarefa a ser memorizada, mas, sobretudo visões, Axmacher et al. (2007) compararam os
do grau de sua complexidade, o pesquisador resultados do eletroencefalograma intracranial
canadense, Smith (1985, 1995) admitiu que a do hipocampo e do córtex entorrinal de sujeitos
avaliação das diferenças funcionais manifestadas humanos durante a evocação de informações
pelas diferentes fases do sono era tarefa bem mais adquiridas, antes e depois de uma soneca
árdua e complexa do que parecia a primeira vista. vespertina, e em situação controle, na ausência
Dentre outras, Smith (1985, 1995) constatou que de soneca vespertina. Os tempos de reação dos
539
Ciências & Cognição 2014; Vol 19(3) 541-543
<http://www.cienciasecognicao.org >
7 Considerações finais
Como se pode apreender do conteúdo brasileira usufrua de um espaço individualizado e
dos artigos citados ao longo deste trabalho, adequado para acolher o estado de sono durante
os processos neurais que regulam o estado o descanso noturno; 2) o fato da alfabetização,
de sono, a plasticidade neural, a memória e, da leitura e da escrita serem fundamentais
consequentemente, a aprendizagem são funções para o sucesso escolar e profissional; 3) o fato
de caráter cognitivo indissociável. Entretanto, para da privação do sono afetar principalmente a
melhor compreender a inter-relação proposta memória de trabalho e a atenção; 4) o fato da
nesta ocasião, faz-se necessário enfatizar alguns alfabetização depender sobretudo da memória
fatos: 1) o fato das condições socioeconômicas de trabalho uma vez que é ela que possibilita a
impedirem que grande parte da população rápida retenção das letras, sílabas, palavras e
540
Ciências & Cognição 2014; Vol 19(3) 531-543
<http://www.cienciasecognicao.org >
frases, permitindo, assim a fluência da leitura e a o material necessário para uma reflexão mais
compreensão do texto. sólida e abrangente a respeito da influência do
Em decorrência, espera-se que aqueles sono nas dificuldades vivenciadas pelo sistema
que se preocupam com o destino cognitivo das educacional brasileiro.
futuras gerações encontrem no presente trabalho
Referências Bibliográficas
Abadie, J. (2011). Comment notre cerveau Changeux, J.P. (2004). L´Homme de Verité. Paris:
apprend. La lecture reycle nos neurones. La Odile Jacob.
Recherche, 449, 44-47.
Chomsky, N. (1980). Rules and Representations.
Albert, M.S., Jones, K., Savage, C.R., Berkman, New York: Columbia University Press.
I., Seeman, T., Blazer, D. & Rowe, J.W. (1995).
Predictors of cognitive Change in Older Persons: Dehaene, S. & Cohen, L. (2007, Outubro). Cultural
MacArthur studies of Successful aging. Psychol Recycling of Cortical Maps. Neuron, 56, 384-398.
Aging, 10, 578-589.
Dehaene, S., Pegado, F., Braga, L.W., Ventura,
Axmacher, N., Haupt, S., Fernandez, G., Elger, C. P., Nunes Filho, G., Jobert, A., et al. (2010). Haw
& Fell, J. (2007). The role of sleep in declarative Learning to Read Changes the Cortical Networks
Memory Consolidation – Direct Evidence by for Vision and Language. Science, 330, 1359-
Intracranial EEG. Central Cortex, 18, 500-507. 1364.
Bauer, P.J. (1996). Recalling past events: From Dehaene, S. (2011).Comment notre cerveau
infancy to early childhood. Annals of child apprend. Stanislas Dehaene: Une intense
development, 11, 25-71. communication cérébrale. La Recherche, 449, 40-
43.
Bear, M.F., Conners, B.W. & Paradiso, M.A. (2001).
Neuroscience: exploring the Brain (2ª ed.). USA: Dehaene, S. (2007). Les Neurones de la Lecture.
Lippincott Williams & Wilkins. Paris: Odile Jacob.
Benson, K. & Feinberg, I. (2007). The Beneficial Dellu, F., Mayo, W., Valee, M., Le Moaz, M. & Simon,
Effect in an Extended Jekins and Dallenbach. H. (1997). Facilitation of cognitive performance in
Psychophysiology, 14, 376-384. aged rats by past experience depends on the type
of information processing involved: a combined
Born, J., Rasch, B. & Gais, S. (2006). Sleep to cross-sectional and longitudinal study. Neurobiol
Remenber. Neurocientist, 1, 410-424. Learn Mem, 67, 121-128.
541
Ciências & Cognição 2014; Vol 19(3) 541-543
<http://www.cienciasecognicao.org >
Fischer, K.W., Daniel, D.B., Immordino-Y, M.H., Kribbs, N.B. & Dinges, D.F. (1994). Vigilance
Stern, E.; Battro, A. & Koizumi, H. (Ed.). (2007). decrement and sleepiness. In J.R. Harsh, &
Why Mind, Brain, and Education? Why Now? R.D. Ogilvie (eds). Sleep Onset Mechanisms.
Mind, Brain, and Education, 1, 1-2. Washington DC: American Psychological
Association, 113-125.
Fodor, J.A. (1983). The Modularity of Mind
Cambridge. MA: MIT Press. Lahl, O., Wispel, C., Willigns, B. & Pietrowsky, R.
(2007). An ultra-short episode of sleep is sufficient
Gais, S.; Lucas, B.; Born, J. (2006). Sleep after to promote declarative memory performance.
learning aids memory recall. Learning Memory, Journal of Sleep Research, 3-10.
13, 259- 262.
MacGaugh, J.L. (2000). Memory – Century of
Gatercole, S.E., Pickering, S.J., Benjamin, A. & Consolidation. Science, 287, 248-251.
Hannah,W. (2004). The structure of working
memory from 4 to 15 years of age. Developmental Maquet, P., Smith, C. & Stickgold, R. (2005). Sleep
Psychology, 40, 177-190. and brain plasticity. Oxford: Oxford University
Press.
Goody, J. (1987). A lógica da escrita e a organização
da sociedade. Lisboa: Edições 70. Marquet, P., Laureys, S., Peigneux, P., Fuchs, S.,
Petiau, C., Phillips, C., et al. (2000). Experience-
Halth, E. (1995). The sketchpad model, a theory of dependent changes in cerebral activation during
consciousness, perception and imagery. Conscious human REM sleep. Nature Neuroscience, 3, 831-
Cogn, 4, 346-368. 836.
Hasselmo, M.E. (1999). Neuromodulation: Meltzoff, A.N. (1977). Imitation of facial and
acetylcholine and memory consolidation. Trends manual gesturesby human neonates. Science,
in cognitive sciences, 3, 351-359. 212, 685-687.
Heiss, W.D., Kessler, J., Mielke, R., Szelies, B. Meltzoff, A.N. (1993). Molyneux's babies: cross-
& Herholtz, K. (1994). Long–term effects of modal perception, imitation, and the mind of
phosphatidylserine, pyritinol and cognitive training preverbal infant. In N. Eilan, R. MacCarthy & B.
in Alzheimer disease: a neuropsychological, EEG, Brewer (eds.). Spatial Representation: Problem
and PET investigation. Dementia, 5, 88-98. in Philosophy and Psychology. Cambridge, MA:
Blackwell, 219-235.
Hitch, G.J., Halliday, M.S., Schaafstal, A.M. &
Schraagen, J.M.C. (1998). Visual Working memory Mirmiran, E.A., Van Someren, J. & Swaab, D.F.
in young children. Memory & Cognition, 16, 120- (1996). Is Brain Plasticity Preserved During Aging
132. and Alzheimer’s disease? Behavioural Brain
Research, 78, 43-48.
Izquierdo, I., Medina, J.H., Vianna, M.R.M.,
Izquierdo, L.A. & Barros, D.M. (1999). Separate Pegado, F., Nakamura, K., Cohen, L. & Dehaene,
Mechanisms for short- and long-term memory. S. (2011). Breaking the symmetry: Mirror
Behavioural Brain Research, 123, 1-11. discrimination for single letters but not for pictures
in the visual Word form area. NeuroImage, 55,
Izquierdo, I. (2002). Memória. Porto Alegre: 742-749.
ArtMed.
Posner, M.I. & Dehaene, S. (1994). Attentional
Joffily, S.B. (2010). A origem motriz da linguagem networks. Trends Neuroscience, 17, 75-79.
sonora dos homens: um estudo exploratório.
Ciências & Cognição, 15, 62-68. Premack, D. & Premack, A. (2003). Le bébé, le
singe et l´homme. Paris: Odile Jacob.
542
Ciências & Cognição 2014; Vol 19(3) 531-543
<http://www.cienciasecognicao.org >
Reimão, R. e Aron, J.D. (1985). Sono na Infância. Stickgold, R. (2005). Memory, Cognition, and
Aspectos Normais e Principais Distúrbios. São Dreams. In P. Maquet, C. Smith & R. Stickgold.
Paulo: SARVIER. Sleep and brain plasticity (pp. 17-39). Oxford:
Oxford University Press.
Rochat, P. (2006). Le monde des bebés. Paris:
Odile Jacob. Streri, A. (2004). Quelques réflexions sur les
performances néonatales. In R. Lecuyer. Le
Schacter, D.L. & Moscovitch, M. (1984). Infants, dévelopement du nourrisson (pp. 139-158). Paris:
amnesis, and dissociable memory systems. In: Dunod.
M. Moskovitch (ed.), Infant Memory. New York:
Plenum, 173-216. Thomas, M., Sing, H., Belenky, G., Holcomb, H.,
Mayberg, H., Dannals, R., et al. (2000). Neural
Schaie, K.W. & Willis, S.L. (1986). Can decline Basis of alertness and cognitive performance
in adult intellectual functioning be reversed? impairments during sleepness. Effects of 24 h of
Developmental Psychology, 22, 223-232. sleep deprivation on waking human regional brain
activity. Journal of sleep research, 9, 335-352.
Schultz, D.P. & Schultz, S.E. (1981). História da
Psicologia Moderna. São Paulo: Cultrix. Tiberghien, G., Baudouin, J.Y. , Guillaume, F. &
Timothy, M. (2003). Should the temporal cortex
Smith, C. (1985). Sleep states and learning: A be chopped in two? Cortex, 39, 1-6.
review of the animal literature. Neuroscience &
Biobehavioral Reviews, 9, 157-168. Tononi, G. & Cirelli, C. (2006). Sleep Function and
Synaptic Homeostasis. Sleep Medicine Reviews,
Smith, C. (1995). Sleep states and memory 10, 49-62.
processes. Behavioural Brain Research, 69, 137-
145. Wheeler, M.A. (2000). Varieties of Consciousness
and Memory in the Developing Child. In E. Tulving
Snowdon, D.A., Kemper, S.J., Mortmer, J.A., (ed.). Memory, Conciousness and the Brain:
Greiner, L.H.; Wekestein, D.R. & Markesbery, W.R. the Tallin Conference (p. 188-199). London:
(1996). Linguistic ability in early life and cognitive Psychology Press/ Taylor & Francis Group.
function and Alzheimer’s disease in late life:
findings from the Nun Study. JAMA (Journal of the Wilkinson, R.T. (1969). Sleep deprivation:
American Medical Association), 275, 528-532. performance tests for partial and selective sleep
deprivation. In L.E. Abt, D. Brower & B.F. Riess
Soprano, A.M. & Narbona, J. (2007). La memória (eds.). Progress in Clinical Psychology. (p. 28-43).
Del nino. Desarollo normal y transtornos. New York: Grune and Stratton.
Barcelona: Elvisier Doyma.
Wiltgen, B.J., Brown, R.A., Talton, L.E. & Silva, A.J.
Stern, Y. (2009). Cognitive Reserve. (2004). News circuits for old memories: the role
Neuropsychologia, 47, 2015–2028. of the neocortex in consolidation. Neuron, 30,
101-108.
Stickgold, R., Hobson, J.A, Fosse, R. & Fosse, M.
(2001). Sleep, Learning and Dreams: Off-line
Memory Reprocessing. Science, 294, 1052-1057.
543