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TRANSTORNO PSICÓTICO BREVE COM ESTRESSORES EVIDENTES

1 IDENTIFICAÇÃO

Nome:

CPF:

Idade:

Solicitante:

Nº Inscrição no CRP:

Finalidade

2 DESCRIÇÃO DA DEMANDA

Luana, uma jornalista autônoma de 51 anos, divorciada, foi sozinha ao

pronto-socorro solicitar uma avaliação dermatológica por causa de

infestação de pulgas. Quando o exame da pele não revelou evidências

para a queixa e a paciente insistiu que não estava a salvo em casa, ela foi

internada em um serviço psiquiátrico com “transtorno psicótico não

especificado”.

Suas preocupações começaram cerca de uma semanas antes da

apresentação. Para lidar com uma crise financeira, ela havia alugado um

quarto extra em sua casa para hóspedes temporários e começado a cuidar

de animais de estimação para alguns vizinhos. Sob essas condições,

percebeu insetos marrons escondendo-se em sua pele, nas paredes,

recobrindo seus tapetes e o colchão. Ela jogou fora uma sacola com

roupas, acreditando que ouvia pulgas “esfregando e arranhando

dentro do saco”. Ela não estava dormindo bem e havia passado as 36


horas anteriores à apresentação limpando a casa freneticamente, com

medo que os hóspedes não pagassem se vissem as pulgas. Tomou vários

banhos usando produtos para tratar infestações de bichos. Chamou um

dedetizador que não encontrou evidências de pulgas, mas não acreditou

nele. Estava chateada com a infestação, mas não sofria sintomas

depressivos ou maníacos nem paranoia. Não usava drogas nem álcool.

Ninguém na família tinha história de doença psiquiátrica. A sra. Luana

teve depressão uma vez no passado e foi tratada brevemente com um

antidepressivo. Não apresentava problemas médicos relevantes.

O exame dermatológico revelou que não havia insetos nem larvas na

pele da sra. Luana. Os resultados do exame neurológico, a tomografia

computadorizada da cabeça, os testes laboratoriais e os dados

toxicológicos estavam normais. Ela teve alta medicada com antipsicóticos

de baixa dosagem e consultas semanasis para psicoterapia de apoio. Sua

preocupação melhorou em alguns dias e se resolveu totalmente em duas

semanas. Ela desenvolveu insight suficiente para se referir à crença de que

havia pulgas em sua pele como um “pensamento maluco”. Atribuiu sua

“fuga da realidade” a estressores múltiplos e conseguiu elaborar a noção

de que dependia de seu delírio como forma de desviar sua atenção dos

problemas reais. Sua família confirmou a rápida volta a seus padrões de

normalidade.

3 PROCEDIMENTOS
Pessoas ouvidas no processo:

Numero de encontros:

Duração do processo realizado:

APRESENTAR OS RECURSOS TÉCNICOS CIENTIFICOS UTILIZADOS

ESPECIFICANDO O REFERENCIAL TEÓRICO METODOLÓGICO QUE

FUNDAMENTOU SUA ANÁLISE, INTERPRETAÇÃO E CONCLUSÃO.

CITAR AS PESSOAS OUVIDAS NO PROCESSO DE TRABALHO

DESENVOLVIDO, AS INFORMAÇÕES, NÚMEROS DE ENCONTROS

OU TEMPO DE DURAÇÃO.

4 ANÁLISE

A falta de sono da sra. Luana, sua agitação comportamental e a

história depressiva pré-mórbida também poderiam sugerir episódio

bipolar, mas não há outros sintomas que sustentem esse diagnóstico.

De modo semelhante, sua obsessão delirante com infestação de pulgas

sugere um possível transtorno delirante, os sintomas da sra. Luana,

porém, se resolveram rápido dEduardais para que essa probabilidade

existisse. Pacientes com transtornos da personalidade podem ter

“micropsicoses”, no entanto, a sra. Luana não parece apresentar

transtorno da personalidade nem vulnerabilidade específica da

personalidade. Simulação e transtorno factício parecem improváveis,

assim como delirium e outras doenças médicas.

5 CONCLUSÃO

Com base nos dados colhidos e considerando os sintomas, concluis-se


Transtorno psicótico breve com estressores evidentes. Os delírios da sra.

Luana com retorno rápido ao funcionamento total pré mórbido sugerem

um diagnóstico de transtorno psicótico breve com estressores evidentes.

Anteriormente denominado “psicose reativa breve”, um transtorno

psicótico breve (com ou sem estressores evidentes) não pode ser

diagnosticado até o retorno aos parâmetros de referência. O diagnóstico

diferencial dessa condição é importante.

No momento da admissão, a paciente foi diagnosticada com

“transtorno psicótico não especificado”, uma expressão usada com

frequência quando a psicose está presente, mas as informações são

incompletas. Apenas depois que seus sintomas se resolveram

rapidamente, ela pôde ser diagnosticada com um transtorno psicótico

breve. O insight da sra. Luana retornou de forma rápida, e ela conseguiu

estabelecer a conexão entre seus sintomas e os estressores que os

antecederam. Embora o tratamento provavelmente reduza a duração de

um episódio psicótico agudo, o DSM-5 não contabiliza especificamente o

tratamento nas exigências de que o episódio dure menos de um mês.

Vale observar que os estressores podem ser positivos (p. ex.,

casamento, novo emprego, bebê recém-nascido) ou negativos, como no

caso da sra. Luana. Um prognóstico favorável costuma estar associado a

uma história de bom funcionamento pré-mórbido, estressores agudos

significativos e ausência de história familiar ou pesoal de doença

psiquiátrica.

Episódios psicóticos breves têm baixa prevalência na população, o que

poderia indicar que psicoses breves são incomuns. Mas também é

possível que pessoas com sintomas psicóticos de curtíssima duração não


busquem auxílio psiquiátrico.

Também se observa que episódios psicóticos breves apresentam

estabilidade relativamente baixa ao longo do tempo, o que faz sentido,

uma vez que ao contrário da esquizofrenia episódios psicóticos breves

têm, por definição, curta duração e não podem ser diagnosticados sem

que haja tanto a remissão dos sintomas quanto um acompanhamento

criterioso.

NA CONCLUSÃO INDICAM-SE OS ENCAMINHAMENTOS E

INTERVENÇÕES, O DIAGNOSTICO, PROGNOSTICO E HIPOTESE

DIAGNOSTICA, A EVOLUÇÃO DO CASO, ORIENTAÇÃO OU

SUGESTÃO DO PROJETO TERAPÊUTICO.

NOME COMPLETO DO PROFISSIONAL


CRP

UBRICA-SE DA PRIMEIRA ATÉ A ÚLTIMA LAUDA, ASSINANDO A ÚLTIMA

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Jørgensen P, Bennedsen B, Christensen J, Hyllested A: Acute and

transient psychotic disorder: comorbidity with personality disorder.

Acta Psychiatr Scand 94(6):460–464, 1996

Salvatore P, Baldessarini RJ, Tohen M, et al: McLean-Harvard


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