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ESPECTRO DA

ESQUIZOFRENIA
Hannah Martins
Livia Vasconcelos
Marina Gelmini
História do conceito de Esquizofrenia
O conceito de Esquizofrenia foi elaborado por Eugen Bleuler.
Ruptura com o conceito de Demência Precoce.
O termo "demência precoce" é de autoria de B. A. Morel, o qual
indicava o surgimento de sintomas de deterioração mental em
jovens recém entrados na idade adulta.
Em 1896, Kraepelin implementou no termo “Demência precoce”
diversos estados caracterizados por distúrbios da vida afetiva e
da vontade e com uma evolução progressiva em direção de uma
desagregação completa da personalidade.

Também estabeleceu que o critério discriminativo essencial da


demência precoce era um critério evolutivo, a evolução terminal até
um estado de enfraquecimento psíquico.
Ele descreveu a demência precoce como uma doença única que
poderia apresentar três formas clínicas: a hebefrênica, a catatônica e a
paranóide.
HEBEFRÊNICA

Descrita como uma psicose pós-pubertária


caracterizada por fenômenos de infantilidade,
passividade e dasagregação da personalidade.
Descrita anteriormente por Ewald Hecker em 1871.
Neologismo que provém de Hébe, a deusa da
juventude na mitologia grega.
A descreveu sendo uma doença mental que eclodia na
puberdade e que tendia a evoluir para um estado de
fraqueza psíquica.

Ele observou que o enfraquecimento intelectual para o qual


tende a evolução desta doença era anunciado por alguns sinais
desde o início dela, sendo estes:
Anomalias da construção sintática que mudaria diversas vezes
durante a elaboração de frases longas sem que por isso fosse
perdido o fio condutor do pensamento;
A impossibilidade de formular um pensamento de forma
concisa;
E uma propensão acentuada a desviar o modo normal de falar
e escrever, alterando para um jargão estranho.

Hecker compreendeu que esses distúrbios formais da linguagem


traduziam diretamente o drama do desmoronamento do eu.
CATATÔNICA

Foi descrita por Kahlbaum e compreende os


estados depressivos, seguidos de uma fase de
excitação e que ao final evoluíam para um estupor
catatônico que conduziria à fase confusional que
precedia à demência terminal.

PARANÓIDE

Caracterizada como uma forma grave, com


grande atividade alucinatória, delírios
incoerentes acompanhados de alucinações
cinestésicas e psíquicas incluindo os
fenômenos de transmissão de pensamento.
A forma paranóide de demência precoce não
deve ser confundida com a paranóia.
Bleuler questiona o critério de deterioração psíquica
proposto por Kraepelin.
Registros de casos de catatônia.
Descoberta de casos em que a deterioração não
aparecia precocemente.
Necessidade de revisão do termo.

Schízo= fender, separar, clivar.


+
Esquizo-frenia Phrén = espírito, inteligência.

Bleuler quer mostrar que o


sintoma fundamental desta
doença é a dissociação do
psiquismo, e não uma crescente
deterioração psíquica
Influência da teoria psicanalítica
sobre Bleuler.
Bleuler define a esquizofrenia como um grupo de psicoses cujo
curso pode ser crônico ou intermitente, podendo deter-se ou
retroceder em qualquer etapa, mas que não permite uma
completa restituição.
A doença se caracteriza por um tipo específico de alteração do
pensamento, dos sentimentos e da relação com o mundo
exterior. Em todos os casos encontra-se uma clivagem mais ou
menos nítida das funções psíquicas. Essa clivagem atinge a
personalidade, o processo associativo e os afetos.
A expansão do conceito

Predominantemente nos Estados Unidos, principalmente


devido às influências de Meyer e Sullivan.
Interpretação dos conceitos bleulerianos à luz da psicanálise
por Sullivan.
Outros autores expandiram o conceito em outras direções.
Como resultado desses fatos, a segunda edição do Manual
diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (DSM-II),
apresenta um conceito de esquizofrenia muito amplo, com
uma descrição de sintomas pouco elaborada, sendo
considerado psicótico todo paciente que era “incapaz de
atender às demandas da vida diária”.
Na Europa o conceito de esquizofrenia manteve-se
dentro de limites mais restritos.
Projeto US-UK (1996-1970): estudo colaborativo
entre os Estados Unidos e o Reino Unido, mostrou
que os psiquiatras americanos diagnosticavam a
esquizofrenia de forma muito mais ampla que os
psiquiatras britânicos, incluindo no conceito de casos
de transtornos de personalidade e de humor.

A restrição do conceito

Início da década de 70: publicação dos primeiros critérios


diagnósticos estruturados.
Inclusão de sintomas schneiderianos e bleulerianos, assim
como de um período mínimo de doença de 6 meses (retomada
do conceito evolutivo kraepeliniano).

A publicação da terceira edição da classificação americana em 1980,


estabelece critérios separados em A,B e C.
No critério A dessa classificação, tanto sintomas bleulerianos
como scheneiderianos são introduzidos.
O critério B inclui a noção kraepeliniana de “deterioração a
partir de um nível prévio”.
No C, inclui-se, além dos 6 meses de história (noção
krepelineana de evolução), a distinção com a doença maníaco-
depressiva.
As edições seguintes da DSM, incluindo a
edição revisada da DSM-III) e o DSM-IV
mantiveram basicamente o mesmo algoritmo
diagnóstico, fazendo com que o conceito de
esquizofrenia do DSM se tornasse um dos
mais restritos do mundo.
1974: subdividivisão dos sintomas da
esquizofrenia em dois grandes grupos:
positivos ou psicóticos (por exemplo, delírios e
alucinações) e negativos ou deficitários (por
exemplo, embotamento afetivo, avolição).
A noção de sintomas positivos e negativos
teve grande influência sobre o conceito de
esquizofrenia, sobretudo a partir de 1980,
quando Crow introduziu a ideia de dimensões
positivas e negativas pelo conceito de duas
“síndromes da esquizofrenia”.
A dimensão ou síndrome positiva (tipo I): Representada por um
quadro agudo, reversível, com boa resposta ao tratamento
neuroléptico, provável aumento de receptores dopaminérgicos e
ausência de alterações cerebrais estruturais.
A dimensão negativa (tipo II): Associava-se a uma má resposta ao
tratamento neuroléptico, cronicidade, provável redução de receptores
dopaminérgicos e alterações cerebrais estruturais. Além disso, o
conceito de sintomas negativos passou a figurar oficialmente dentro
dos critérios A do DSM-IV.
Características essenciais que definem
os transtornos psicóticos

Delírio: crenças fixas, não passíveis de mudança à luz de


evidências conflitantes. Persecutório, de referência, somático,
religioso, de grandeza, etc

Alucinações: experiências semelhantes à percepção que


ocorrem sem um estímulo externo. São vívidas e claras, com
toda a força e o impacto das percepções normais, não estando
sob controle voluntário. P
Desorganização do pensamento (transtorno do pensamento
formal): costuma ser inferida a partir do discurso do indivíduo. Este
pode mudar de um tópico a outro

Comportamento motor grosseiramente desorganizado ou anormal:


pode se manifestar de várias formas, desde o comportamento “tolo e
pueril” até a agitação imprevisível

Expressão emocional diminuída: inclui reduções na expressão de


emoções pelo rosto, no contato visual, na entonação da fala (prosódia) e
nos movimentos das mãos, da cabeça e da face
TRANSTORNO (DA
PERSONALIDADE) ESQUIZOTÍPICA

Transtorno Delirante
Critérios diagnósticos: .
A) Presença de um delírio (ou mais) com duração de um mês ou mais.

B) O Critério A para esquizofrenia jamais foi atendido. Nota: Alucinações,


quando presentes, não são proeminentes e têm relação com o tema do delírio
(p. ex., a sensação de estar infestado de insetos associada a delírios de
infestação).

C) Exceto pelo impacto do(s) delírio(s) ou de seus desdobramentos, o


funcionamento não está acentuadamente prejudicado, e o comportamento
não é claramente bizarro ou esquisito.
D) Se episódios maníacos ou depressivos ocorreram, eles foram breves
em comparação com a duração dos períodos delirantes.

E) A perturbação não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma


substância ou a outra condição médica, não sendo mais bem explicada
por outro transtorno mental, como transtorno dismórfico corporal ou
transtorno obsessivo-compulsivo.
Características Diagnósticas
Presença de um ou mais delírios que persistem por pelo menos
um mês (

Independentemente do impacto direto dos delírios, prejuízos


no funcionamento psicossocial podem estar mais circunscritos
que os encontrados em outros transtornos psicóticos como a
esquizofrenia, e o comportamento não é claramente bizarro ou
esquisito

Os delírios não podem ser atribuídos aos efeitos fisiológicos de


uma substância (p. ex., cocaína) ou a outra condição médica (p.
ex., doença de Alzheimer), não sendo mais bem explicados por
outro transtorno mental,
Características Associadas que Apoiam o
Diagnóstico

Problemas sociais, conjugais ou profissionais podem ser consequências


de crenças ou transtorno delirante.

Muitos indivíduos desenvolvem humor irritável ou disfórico, que


costuma ser compreendido como uma reação às suas crenças
delirantes. Raiva e comportamento violento podem ocorrer com os
tipos persecutório, ciumento e erotomaníaco
Prevalência

A prevalência ao longo da vida de um transtorno delirante foi estimada


em 0,2%, e o subtipo mais frequente é o persecutório. O transtorno
delirante do tipo ciumento é provavelmente mais comum em indivíduos
do sexo masculino do que nos do feminino, embora não haja grandes
diferenças de gênero na frequência geral do transtorno delirante.
Desenvolvimento e Curso

Em média, a função global é geralmente melhor que a observada na


esquizofrenia. Embora o diagnóstico costume ser estável, parte das
pessoas evolui no sentido de desenvolver esquizofrenia. O
transtorno delirante tem uma relação familiar significativa com a
esquizofrenia e o transtorno da personalidade esquizotípica.
Embora possa ocorrer em grupos mais jovens, a condição pode ser
mais prevalente em indivíduos mais velhos.
Consequências Funcionais do Transtorno
Delirante

O prejuízo funcional costuma ser mais circunscrito que o encontrado em


outros transtornos psicóticos.

Uma característica comum dos indivíduos com transtorno delirante é a


aparente normalidade de seu comportamento e aparência quando não
estão sendo discutidas ou acionadas suas ideias delirantes.
Diagnóstico Diferencial

Transtorno obsessivo-compulsivo e transtornos relacionados.


Delirium, transtorno neurocognitivo maior, transtorno psicótico
devido a outra condição médica e transtorno psicótico induzido
por substância/medicamento
Esquizofrenia e transtorno esquizofreniforme
TRANSTORNO
PSICÓTICO BREVE
A) Presença de um (ou mais) dos sintomas a seguir. Pelo menos um
deles deve ser (1), (2) ou (3): 1. Delírios. 2. Alucinações. 3. Discurso
desorganizado (p. ex., descarrilamento ou incoerência frequentes). 4.
Comportamento grosseiramente desorganizado ou catatônico. Nota:
Não incluir um sintoma que seja um padrão de resposta
culturalmente aceito.

B) A duração de um episódio da perturbação é de, pelo menos, um


dia, mas inferior a um mês, com eventual retorno completo a um
nível de funcionamento pré-mórbido.
C) A perturbação não é mais bem explicada por transtorno
depressivo maior ou transtorno bipolar com características
psicóticas, por outro transtorno psicótico como esquizofrenia ou
catatonia, nem se deve aos efeitos fisiológicos de uma substância
(p. ex., droga de abuso, medicamento) ou a outra condição
médica.
Características Diagnósticas

A característica essencial do transtorno psicótico breve consiste em


uma perturbação que envolve o aparecimento repentino de pelo menos
um dos seguintes sintomas psicóticos positivos: delírios, alucinações,
discurso desorganizado (p. ex., descarrilamento ou incoerência
frequente) ou comportamento psicomotor grosseiramente anormal,
incluindo catatonia

Um episódio da perturbação tem duração mínima de um dia, ainda


que inferior a um mês, e a pessoa eventualmente tem um retorno
completo ao nível de funcionamento pré-mórbido
Características Associadas que Apoiam o
Diagnóstico

Pessoas com transtorno psicótico breve costumam vivenciar


turbulência emocional ou grande confusão. Podem apresentar
mudanças rápidas de um afeto intenso a outro. Ainda que a
perturbação seja breve, o nível de prejuízo pode ser grave, podendo
haver necessidade de supervisão para garantir o atendimento às
necessidades nutricionais e higiênicas e para que a pessoa fique
protegida das consequências de julgamento insatisfatório, prejuízo
cognitivo ou atos baseados em delírios. Parece haver risco aumentado
de comportamento suicida, particularmente durante o episódio agudo
Desenvolvimento e Curso

O transtorno psicótico breve pode aparecer na adolescência e no


início da fase adulta, podendo ocorrer durante a vida toda, com idade
média de início situando-se aos 30 anos. Por definição, um diagnóstico
de transtorno psicótico breve exige remissão completa de todos os
sintomas e eventual retorno completo ao nível de funcionamento pré-
mórbido em um mês do aparecimento da perturbação. Em algumas
pessoas, a duração dos sintomas psicóticos pode ser muito breve (p.
ex., alguns dias).
Fatores de Risco e Prognóstico

Transtornos e traços de personalidade preexistentes (p.


ex., transtorno da personalidade esquizotípica, transtorno
da personalidade borderline ou traços de psicoticismo,
como desregulação perceptiva, e no domínio da
afetividade negativa, como desconfiança) podem
predispor o indivíduo ao desenvolvimento do transtorno.
Diagnóstico Diferencial

Outras condições médicas


Transtornos relacionados a substâncias
Transtornos depressivo e bipolar
Outros transtornos psicóticos
Transtornos factício ou simulação.
Transtornos da personalidade.
TRANSTORNO
ESQUIZOFRENIFORME
Critérios Diagnósticos

A) Dois (ou mais) dos itens a seguir, cada um presente por uma
quantidade significativa de tempo durante um período de um mês (ou
menos, se tratados com sucesso). Pelo menos um deles deve ser (1), (2)
ou (3): 1. Delírios. 2. Alucinações.3. Discurso desorganizado (p. ex.,
descarrilamento ou incoerência frequentes). 4. Comportamento
grosseiramente desorganizado ou catatônico. 5. Sintomas negativos
(i.e., expressão emocional diminuída ou avolia).

B) Um episódio do transtorno que dura pelo menos um mês, mas


menos do que seis meses. Quando deve ser feito um diagnóstico sem
aguardar a recuperação, ele deve ser qualificado como “provisório”.
C) Transtorno esquizoafetivo e transtorno depressivo ou transtorno
bipolar com características psicóticas foram descartados porque 1)
nenhum episódio depressivo maior ou maníaco ocorreu
concomitantemente com os sintomas da fase ativa ou 2) se os
episódios de humor ocorreram durante os sintomas da fase ativa,
estiveram presentes pela menor parte da duração total dos
períodos ativo e residual da doença.

D) A perturbação não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma


substância (p. ex., droga de abuso, medicamento) ou a outra
condição médica.
Características Diagnósticas
Os sintomas característicos do transtorno esquizofreniforme são
idênticos aos da esquizofrenia .

O transtorno esquizofreniforme se distingue por sua diferença na


duração: a duração total da doença, incluindo as fases prodrômica,
ativa e residual, é de pelo menos um mês, mas inferior a seis meses
. A exigência de duração para transtorno esquizofreniforme é
intermediária entre aquela para transtorno psicótico breve, que
dura mais de um dia e remite em um mês, e aquela para
esquizofrenia, que dura pelo menos seis meses.
O diagnóstico de transtorno esquizofreniforme é feito em duas
condições: 1) quando um episódio da doença dura entre 1 e 6
meses, e a pessoa já se recuperou; 2) quando um indivíduo está
sintomático por menos de seis meses, tempo necessário para o
diagnóstico de esquizofrenia, mas ainda não se recupero
Características Associadas que Apoiam o
Diagnóstico

Não existem atualmente exames laboratoriais ou testes


psicométricos para o transtorno esquizofreniforme. Há múltiplas
regiões cerebrais em que as pesquisas de neuroimagem,
neuropatologia e neurofisiologia indicam anormalidades, mas nada
que seja diagnóstico.
Diagnóstico Diferencial

Outros transtornos mentais e condições médicas.


Transtorno psicótico breve.
ESQUIZOFRENIA
Critérios Diagnósticos

A. Dois (ou mais) dos itens a seguir, cada um presente por uma
quantidade significativa de tempo durante um período de um mês (ou
menos, se tratados com sucesso). Pelo menos um deles deve ser (1), (2)
ou (3): 1. Delírios. 2. Alucinações. 3. Discurso desorganizado. 4.
Comportamento grosseiramente desorganizado ou catatônico. 5.
Sintomas negativos (i.e., expressão emocional diminuída ou avolia).
B. Por período significativo de tempo desde o aparecimento da
perturbação, o nível de funcionamento em uma ou mais áreas
importantes do funcionamento, como trabalho, relações interpessoais ou
autocuidado, está acentuadamente abaixo do nível alcançado antes do
início (ou, quando o início se dá na infância ou na adolescência,
incapacidade de atingir o nível esperado de funcionamento interpessoal,
acadêmico ou profissional).
C. Sinais contínuos de perturbação persistem durante, pelo menos, seis
meses. Esse período de seis meses deve incluir no mínimo um mês de
sintomas (ou menos, se tratados com sucesso) que precisam satisfazer
ao Critério A (i.e., sintomas da fase ativa) e pode incluir períodos de
sintomas prodrômicos ou residuais. Durante esses períodos prodrômicos
ou residuais, os sinais da perturbação podem ser manifestados apenas
por sintomas negativos ou por dois ou mais sintomas listados no Critério
A presentes em uma forma atenuada (p. ex., crenças esquisitas,
experiências perceptivas incomuns).
D. Transtorno esquizoafetivo e transtorno depressivo ou transtorno
bipolar com características psicóticas são descartados porque 1) não
ocorreram episódios depressivos maiores ou maníacos
concomitantemente com os sintomas da fase ativa, ou 2) se episódios de
humor ocorreram durante os sintomas da fase ativa, sua duração total foi
breve em relação aos períodos ativo e residual da doença.
E. A perturbação pode ser atribuída aos efeitos fisiológicos de uma
substância (p. ex., droga de abuso, medicamento) ou a outra condição
médica.
F. Se há história de transtorno do espectro autista ou de um transtorno
da comunicação iniciado na infância, o diagnóstico adicional de
esquizofrenia é realizado somente se delírios ou alucinações
proeminentes, além dos demais sintomas exigidos de esquizofrenia,
estão também presentes por pelo menos um mês (ou menos, se tratados
com sucesso).
Características Diagnósticas

Os sintomas característicos da esquizofrenia envolvem uma


gama de disfunções cognitivas, comportamentais e
emocionais, mas nenhum sintoma é patognomônico do
transtorno. O diagnóstico envolve o reconhecimento de um
conjunto de sinais e sintomas associados a um
funcionamento profissional ou social prejudicado.
Indivíduos com o transtorno apresentarão variações
substanciais na maior parte das características, uma vez
que a esquizofrenia é uma síndrome clínica heterogênea.
Características Associadas que Apoiam o
Diagnóstico

Indivíduos com esquizofrenia podem exibir afeto inadequado (p.


ex., rir na ausência de um estímulo apropriado); humor disfórico
que pode assumir a forma de depressão, ansiedade ou raiva;
padrão de sono perturbado (p. ex., sono durante o dia e atividade
durante a noite); e falta de interesse em alimentar-se ou recusa da
comida. Despersonalização, desrealização e preocupações
somáticas podem ocorrer e por vezes atingem proporções
delirantes. Ansiedade e fobias são comuns.
Déficits cognitivos na esquizofrenia são comuns e fortemente
associados a prejuízos profissionais e funcionais. Esses déficits
podem incluir diminuições na memória declarativa, na memória
de trabalho, na função da linguagem e em outras funções
executivas, bem como velocidade de processamento mais lenta.
Anormalidades no processamento sensorial e na capacidade
inibitória, bem como redução na atenção, são também
encontradas. Alguns indivíduos com esquizofrenia mostram
déficits na cognição social, incluindo déficits na capacidade de
inferir as intenções dos outros (teoria da mente), podendo
atender a eventos ou estímulos irrelevantes e depois interpretá-
los como significativos, talvez levando à geração de delírios
explanatórios
Hostilidade e agressão podem estar associadas a esquizofrenia,
embora agressão espontânea ou aleatória não seja comum. A
agressão é mais frequente em indivíduos do sexo masculino
mais jovens e em pessoas com história anterior de violência,
não adesão ao tratamento, abuso de substância e
impulsividade. Deve-se observar que a grande maioria das
pessoas com esquizofrenia não é agressiva, sendo, com mais
frequência, mais vitimizada que aquelas na população em
geral.
Desenvolvimento e Curso

As características psicóticas da esquizofrenia costumam surgir entre


o fim da adolescência e meados dos 30 anos; início antes da
adolescência é raro. A idade de pico do início do primeiro episódio
psicótico é entre o início e a metade da faixa dos 20 anos para o
sexo masculino e fim dos 20 anos para o feminino. O início pode ser
abrupto ou insidioso, mas a maioria dos indivíduos manifesta um
desenvolvimento lento e gradativo de uma variedade de sinais e
sintomas clinicamente importantes
Fatores de Risco e Prognóstico

Ambientais. A estação do ano no nascimento é associada à


incidência da esquizofrenia, incluindo fim do inverno/início da
primavera em alguns locais e verão para a forma da doença com
déficits. A incidência de esquizofrenia e transtornos relacionados é
mais alta em crianças que crescem em ambiente urbano e em alguns
grupos étnicos minoritários.
Genéticos e fisiológicos. Existe forte contribuição dos fatores
genéticos na determinação do risco para esquizofrenia, embora a
maioria dos indivíduos com diagnóstico do transtorno não tenha
história familiar de psicose. Essa tendência é atribuída a um espectro
de alelos de risco, comuns e raros, com cada um contribuindo somente
com uma pequena parcela para a variância total da população. Os
alelos de risco identificados até agora são também associados a outros
transtornos mentais, incluindo transtorno bipolar, depressão e
transtorno do espectro autista.
Risco de Suicídio

Cerca de 5 a 6% dos indivíduos com esquizofrenia morrem


por suicídio; em torno de 20% tentam suicídio em uma ou
mais ocasiões, e muitos mais têm ideação suicida importante.
Um comportamento suicida ocorre por vezes em resposta ao
comando das alucinações para prejudicar a si mesmo ou a
outros
Consequências Funcionais da Esquizofrenia

A esquizofrenia está associada a significativa disfunção social e


profissional. A progressão educacional e a manutenção do emprego
costumam ficar prejudicadas pela avolia ou por outras manifestações
do transtorno, mesmo quando as habilidades cognitivas são suficientes
para as tarefas a serem realizadas. A maior parte dos indivíduos tem
empregos inferiores aos de seus pais, e a maioria, especialmente os
homens, não casa ou tem contatos sociais limitados fora da família.
Diagnóstico Diferencial

Transtorno depressivo maior ou transtorno bipolar com


características psicóticas ou catatônicas.
Transtorno esquizoafetivo.
Transtorno esquizofreniforme e transtorno psicótico breve.
Transtorno delirante
Transtorno da personalidade esquizotípica.
Transtorno obsessivo-compulsivo e transtorno dismórfico
corporal.
Transtorno de estresse pós-traumático.
Transtorno do espectro autista ou transtornos da
comunicação.
Outros transtornos mentais associados com um episódio
psicótico
Estudo de Caso
Caso Vágner
Referências Bibliográficas
AGORD, Marta. Esquizofrenia, os limites de um conceito. Acesso em 15
de out. 2021. Disponível em: <
https://www.ufrgs.br/psicopatologia/esquiz1.pdfpt >
ELKIS, Helio. A evolução do conceito de A evolução do conceito de
esquizofrenia neste século esquizofrenia neste século. Revista
Brasileira de Psiquiatria, 2000. p.(23-26). Acesso em 15 de out. 2021.
Disponível em:
<https://www.scielo.br/j/rbp/a/tHc3WVC5r83N546JLCdwFTy/?
format=pdf&lang=pt>

Referencias bibliográficas

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION - APA.


Manual diagnóstico e estatístico de transtornos
mentais: DSM-5. Porto Alegre: Artmed, 2014. p.87-107

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