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Aluno: Daniele Modesto Pereira

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INTRODUÇÃO

O objetivo deste estudo é descrever o uso da terapia cognitivo-comportamental,

aliada a mindfulness e atenção plena para diminuir o comportamento tabagista em

um paciente adulto com Transtorno de Ansiedade Generalizada e episódio

depressivo.

Dados estatísticos da Organização Mundial da Saúde informavam que,

aproximadamente, 322 milhões de pessoas no mundo sofriam de condições médicas

relacionadas à depressão e ansiedade nos dados emitidos em meados de 2018. No

Brasil, a mesma Organização informava que cerca de 11,5 milhões de brasileiros

padecem dessas condições, colocando o País em 2º lugar na incidência de

Transtornos Depressivos e Transtornos de Ansiedade "Depressão - OPAS/OMS

|Organização Pan-Americana da Saúde," [s.d.]

Os transtornos depressivos englobam uma série de condições médicas relacionadas

(American Psychiatric Association, 2014) como o Transtorno Depressivo Maior,

Distimia e outras condições específicas. A categoria nomeada como Transtorno

Depressivo Maior é o que, usualmente, a sociedade reconhece como "Depressão".

De acordo com Barnhill (2015), o humor deprimido faz parte da experiência humana

compartilhada e a depressão, como sintoma, se manifesta de diferentes modos em

indivíduos com condições relacionadas aos transtornos depressivos; podendo ser

auto relatada como uma tristeza intensa ou em pessoas que informam não se
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sentirem tristes. Na condição clínica há diferentes fatores precipitantes, sintomas e

sinais relacionados comorbidades esperadas. De acordo com OPAS/OMS, 2022:

"A depressão é resultado de uma complexa interação de fatores sociais,


psicológicos e biológicos, Pessoas que passaram por eventos adversos
durante a vida (desemprego, luto, trauma psicológico) são mais propensas a
desenvolver depressão. A depressão pode, por sua vez, levar a mais estresse
e disfunção e piorar a situação de vida da pessoa afetada e o transtorno em
si"

Os Transtornos de Ansiedade, assim como os Transtornos Depressivos, abarcam

diferentes condições relacionadas que têm o medo e a ansiedade como mote central.

(Barlow, 2016, APA, 2014, Beck & Clark, 2014; Leahy, 2010)

Distinguir nos pacientes atendidos entre um modo adequado e adaptativo de reagir a

situações que evocam medo e ansiedade, e condições patológicas, é habilidade

essencial que deve ser desenvolvida em profissionais de saúde mental. É sabido que

a ansiedade pode ser experimentada a partir de diferentes efeitos físicos e

fisiológicos, como tensão muscular, estado de alerta, náuseas, enjoos, etc. (Beck &

Clark, 2014, Bamhill, 2015).

Entender que essas reações fisiológicas estão presentes diante de situações de

medo, com perigo aparente e tangível e de ansiedade, estado emocional de

antecipação e medo sem uma situação claramente aparente e até mesmo ataques

de pânico podem ser precipitados pelo cenário mundial de pandemia pelo

coronavírus, nome mais conhecido popularmente do SARS-COV-2. Afinal há um

perigo e risco real de morte, acometendo parcela significativa da população mundial.

Além do impacto relacionado ao isolamento social necessário durante a pandemia de


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SARS-COV-2. ("Mental Health and COVID-19: Early evidence of the pandemic's

impact: Scientific brief, 2 March 2022," [s.d.])

No final de 2019 uma nova cepa de um coronavirus já mapeada e conhecida fol

identificada e monitorada; ele deflagrou condições relacionadas à Sindrome.

Respiratória Aguda Grave. Este virus se alastrou rapidamente para diferentes cantos

do planeta, e em março de 2020 a OMS declarou a doença do coronavirus de 2019

como uma pandemia.

Antes dessa pandemia se consolidar, os transtornos mentais já eram fonte de

preocupação e prejuízo em saúde no mundo inteiro; o ambiente instaurado no mundo

por conta do SARS-COV-2 atuou como fator exacerbador de condições médicas

relacionadas a ansiedade e depressão, principalmente nos países que tiveram maior

incidência de casos (SANTOMAURO et al.,2021)

De acordo com dados da OMS, durante o primeiro ano da pandemia de COVID-19,

houve um aumento de 27.6% da prevalência global de Transtorno Depressivo Maior

e 25.6% de aumento na incidência de Transtornos de Ansiedade. (Mental Health and

COVID-19: Early evidence of the pandemic's impact: Scientific brief, 2 March 2022)

Existem diferentes propostas psicoterapêuticas para o tratamento de depressão,

como a terapia interpessoal, a terapia psicodinâmica e ansiedade como a

Psicoterapia de Orientação Analítica (CORDIOLI & GREVET, 2019) na atualidade, e

a Terapia Cognitivo-Comportamental é uma das que apresenta maiores evidências

científicas de eficiência e eficácia.


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A ciência ainda não tem muitas certezas a respeito dos aspectos biológicos da

depressão, mas avanços consideráveis têm sido realizados (ALFORD & BECK,

2011). De acordo com Quevedo & Izquierdo (2020) os transtornos psiquiátricos têm

um perfil poligênico e multifatorial, com as evidências sugerindo que a genética destes

transtornos tenha como base a combinação vários genes e regiões, e que essas

combinações de variantes interagem com outras combinações, mas também, com o

ambiente. Isto é fundamental "para determinar o surgimento e a apresentação de

comportamentos, sintomas e transtornos específicos".

O tabagismo, embora seja algo que tenha caído na prevalência entre a população,

sobretudo em pessoas de 14 a 25 anos, em números absolutos atingiu um patamar

extremamente significativo, com mais de um bilhão de pessoas consumindo produtos

derivados do tabaco (WEST, 2017).

Tendo em vista a relevância deste fenômeno mundialmente e os conhecidos

problemas de saúde derivados do uso de tabaco, de câncer e insuficiências

respiratórias a cardiopatias diversas (SAHA et. al., 2007), faz-se necessário um olhar

mais amplo e complexo a respeito deste fenômeno; se conhecem claramente as

complicações fisiológicas, mas ao sair de uma perspectiva estritamente biomédica,

que reflexões e abordagens podemos produzir sobre o ato de fumar em si?

Para isto, utilizaremos de uma compreensão do uso do tabaco e possíveis

intervenções terapêuticas em pacientes que o fazem, neste caso com um diagnóstico


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atribuído de Transtorno de Ansiedade Generalizada - uma condição que encontra

forte correlação com o hábito de fumar (RONDINA et. al, 2004).

As abordagens em terapia cognitiva e contextuais, também conhecidas como terapias

de terceira onda, têm incluído práticas relacionadas a Mindfulness e à Atenção Plena

por conta de resultados de ensaios clínicos randomizados que reforçam a efetividade

de tais práticas (Freitas, Pizutti e Valdivia, 2019).

O tratamento de Terapia Cognitiva baseada em mindfulness (MBCT) foi pensado para

ser realizado em grupo, por oito encontros semanais com duração de cerca de duas

horas e quinze minutos. O programa incentiva que os participantes realizem

diariamente as tarefas de casa discutidas em sessão, como preenchimento de prática

diária de atenção plena (Mindful eating, escaneamento corporal, atenção plena em

uma atividade diária, conscientização do corpo, etc.) e as práticas formais de

meditação.

Neste artigo, tem-se o objetivo de demonstrar como o uso de técnicas relacionadas

ao MBCT fizeram com que o paciente reduzisse a quantidade média de cigarros de

nicotina consumidos diariamente.

Palavras-chave: terapia cognitiva baseada em mindfulness, tabagismo, terapia

cognitiva para redução de comportamento de fumar, psicoterapia, atenção plena

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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1806-938X. https://doi.org/10.1590/S0101-60832003000600005.
Aluno: Daniele Modesto Pereira

Sibu P Saha, MD MBA FICA,1 Deepak K Bhalla, PhD,2 Thomas F Whayne, Jr, MD

PhD FICA,1 and CG Gairola, PhD3

https://doi.org/10.1590/S0101-60832003000600005

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