Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
INTRODUÇÃO A PSIQUIATRIA
E PSICOPATOLOGIA
ESCOLA
BRASILEIRA
DE MEDICINA
1
INTRODUÇÃO À PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
A Psiquiatria e Saúde Mental enfrentou tabus, preconceiros e por muitos anos foi,
na área médica e científica, uma especialidade secundária e de menor valor. Enten-
der como essa história se passou nos traz uma compreensão do atual cenário. Hoje,
com bases em neurociências, anatomia e comportamento humano, embasados na
Ciência a especialidade tem status diferente e deve assim ser.
2
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
Introdução à Psiquiatria.
História da Psiquiatria e Saúde mental.
Políticas Públicas em Saúde Mental.
Desenvolvimento Humano.
Neuroanatomia do Comportamento.
Definição de Psicopatologia.
Anamnese Psicopatológica.
Funções psíquicas elementares.
Exame de estado mental.
3
UNIDADE 1:
INTRODUÇÃO À PSIQUIATRIA
4
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
Além do suporte dos serviços de saúde, pessoas com transtornos mentais precisam
de apoio e de cuidados psicológicos, sociais, comunitários, assim como de educação
e geração de renda que se adaptem às suas necessidades. Porém, mesmo a doença
mental tendo claramente um mecanismo multidimensional, por muito tempo na
história da Psiquiatria, o modelo hospitalar de internamento se sustentou na abor-
dagem aos doentes, como já dissemos, sem uma abordagem nem mesmo científica.
5
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
A Saúde Mental afeta não somente a saúde das pessoas, mas também in-
terfere na capacidade dos indivíduos se relacionarem socialmente, se de-
senvolverem economicamente e, em especial, afeta as famílias, as relações
e indivíduo psicossocial.
6
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
A OMS define a saúde não apenas como a ausência de doença, mas sim um bem-
estar bio-psico-social-espiritual. Isso inclui o bem-estar psíquico que, sem duvidas,
afetará todas as demais esferas da saúde global do indivíduo.
Em países de baixa e média renda, entre 76% e 85% das pessoas com transtornos
mentais não recebem tratamento. Em países de alta renda, entre 35% e 50% das
pessoas com transtornos mentais estão na mesma situação. O Plano de Ação Inte-
gral sobre Saúde Mental 2013-2020 da OMS, aprovado pela Assembleia Mundial da
Saúde, em 2013, reconhece o papel essencial da Saúde Mental na consecução da
saúde para todas as pessoas. O plano inclui quatro grandes objetivo (OMS/OPAS):
7
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
8
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
link 1
link 2
link 3
link 4
9
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
10
UNIDADE 2:
HISTÓRIA DA PSIQUIATRIA E
SAÚDE MENTAL
11
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
Numa linha histórica, ver como a Psiquiatria enquanto parte da Medicina é recente;
Traduzir a importância da Reforma Psiquiátrica mundial aos dias de hoje;
Interpretar a Reforma Psiquiátrica no Brasil como divisora na história da psiquia-
tria brasileira.
2000 anos a. C. foi o período estimado dos primeiros registros de patologias psi-
quiátricas, encontradas em papiros egípcios de Kahun, mas certamente a doença
mental sempre existiu. O termo histeria (do grego, hystero, matriz, útero) vem da
convicção de que o útero seria independente, capaz de se deslocar pelo interior do
corpo. A histyeria também foi descrito por Hipócrates e um termo muito usado por
Freud e até hoje designa um transtorno de personalidade.
A Idade Média foi período especialmente tenebroso para os doentes mentais. Re-
grediu-se da ideia que poderia existir uma doença e passaram a acreditar em cren-
ças mágico-religiosas. Acredita-se que teria sido exercida por magos e feiticeiros
até o início da Idade Moderna. Kramer e Sprenger (1494), padres dominicanos ale-
mães, descreveram um verdadeiro manual de caça às bruxas, em Malleus malefica-
rum (Martelo dos Feiticeiros). Foi um período marcado por exorcismo, queima de
doentes em fogueiras, intolerância e perseguição aos doentes mentais.
12
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
1.3 EVOLUÇÃO
Emil Kraepelin (1856-1926), psiquiatra alemão trouxe grandes avanços para a psi-
quiatria, pois criou critérios diagnósticos, a partir de “aspectos essenciais”, para os
transtornos mentais, desenvolvendo um sistema nosológico baseado no curso na-
tural da doença.
13
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
14
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
Basaglia era grande crítico da postura tradicional da cultura médica, que transfor-
mava o indivíduo e seu corpo em meros objetos de intervenção clínica. Percebia
um tratamento centrado no médico e no internamento, um modelo que criticava
arduamente por acreditar ser uma forma excludente e repressora de intervenção.
A partir dos anos 1960, impulsionada principalmente por Franco Basaglia, inicia-se
uma crítica radical e transformação do saber das instituições psiquiátricas e de suas
formas de tratamento em todo o mundo e muito particularmente no Brasil. Nesse
sentido, inicia-se o movimento de Luta Antimanicomial que nasce profundamente
marcado pela ideia de defesa dos direitos humanos e de resgate da cidadania dos
que carregam transtornos mentais.
Dessa lei, origina-se a Política Pública de Saúde Mental (PNSM) que, basicamente, visa
garantir o cuidado ao paciente com transtorno mental em serviços substitutivos aos
hospitais psiquiátricos, superando assim a lógica das internações de longa permanên-
cia que tratam o paciente isolando-o do convívio com a família e da sociedade como
um todo, e tornando a psiquiatria gradativamente mais humana e científica.
15
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
link 1
link 2
link 3
link 4
16
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
17
UNIDADE 3:
POLÍTICAS PÚBLICAS EM
SAÚDE MENTAL
18
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
Saber os marcos históricos e legais que embasam a Politica de Saúde Mental atual;
Conhecer a RAPS, seu funcionamento e estrutura para melhor atender os pacientes.
CLIQUE AQUI
Em abril de 2001, o Governo Federal promulgou a Lei nº 10.216 que dispunha sobre
a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redirecio-
nou o modelo assistencial em Saúde Mental. Tal lei veio para substituir o Projeto de
Lei Paulo Delgado de 1989, que dispunha sobre a extinção progressiva dos manicô-
mios e sua substituição por outros recursos assistenciais e regulamentava a interna-
ção psiquiátrica compulsória. A Lei 10.216 reflete o consenso possível sobre uma lei
nacional para a Reforma Psiquiátrica no Brasil.
19
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
CLIQUE AQUI
20
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
21
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
link 1
link 2
link 3
link 4
22
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
23
UNIDADE 4:
DESENVOLVIMENTO
HUMANO
24
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
Dessa forma, a Psicologia está centrada nos processos de maturação biológica, com
modelos de desenvolvimento universais para a espécie humana. No entanto, esse
não deve ser o único fator a ser considerado, é preciso atentar para a psicologia do
indivíduo, responsável pelas transformações mais relevantes para o desenvolvimen-
to humano.
25
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
do ao item (b), pois aspectos histórico-cultuais pode ser experimentados por todo
um grupo inserido no mesmo contexto social. E finalmente, o item (c) de Palacios
faz cruzamento com o plano microgenético de Vygotsky, já que o desenvolvimento
psicológico perpassa por elementos idiossincráticos únicos, não compartilhados por
indivíduos diferentes.
A OMS afirma que uma abordagem de curso de vida fornece estratégias de alto im-
pacto, baseadas em evidências e em direitos, que aplica a perspectiva da compreen-
são da saúde no contexto atual, priorizando a saúde daqueles que foram deixados
para trás. Pensando nisso, são trazidos como principais fatores:
26
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
Os ciclos biológicos costumam ser dividos em fases da vida humana. Apesar dessa
divisão poder sofrer algumas alterações, comumente é assim apresentada:
27
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
28
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
Para Charlotte, o desenvolvimento não é linear, mas tem uma dinâmica que envol-
ve recorrências a estados passados, bem como, simultaneamente, a alternância de
ganhos e perdas evolutivas. Segundo a autora, as ações, as experiências, a autorrea-
lização e a falta de uma ordem pré-estabelecida nas decisões são fatos importantes
no desenvolvimento. Bülher também observou que existem diferenças individuais
no processo de desenvolvimento que se refletem na existência das pessoas que
permanecem auto-produtivas até a idade avançada, apesar do declínio biológico.
29
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
Segundo Erik Erikson, as idades são ciclos que se sucedem e neles os temas evo-
lutivos emergem. As crises evolutivas e suas sequências são universais, pois elas
se desdobram sucessivamente, estando os estágios mais avançados contidos nos
anteriores. O autor chamou esse processo de epigenético, que significa “que se des-
dobra”, e, assim, seu ego vai ganhando novas qualidades.
30
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
link 1
link 2
link 3
link 4
link 5
31
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
Nesta unidade, o aluno percebeu que ciclos da vida humana podem significar
diversos marcos com diferentes visões. Há diferenças no que tange aos teóri-
cos e o que ocorre na prática da vida humana individual, pois devemos sempre
considerar contextos biológicos (pré-natal, crescimento, alimentação, desen-
volvimento psicomotor etc.), contextos sociais (condição econômica e social,
situação familiar, escolaridade, acesso a serviços de saúde, amizades, entre ou-
tros.) e contextos culturais (religiosidade, crenças, rituais de passagem, crenças
no pós-morte, etc). Dessa forma, o ciclo de vida humana não fica restrito à ida-
des, e sim a um contexo do indivíduo como um todo. Assim, podemos melhor
avaliar sua saúde mental e entender o contexto de saúde-doença num plano
bem mais abrangente.
32
UNIDADE 5:
NEUROANATOMIA
DO COMPORTAMENTO
33
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
É essencial entender o que o cérebro é, o que ele faz e como são denominadas suas
estruturas, localizações, funções, e como ocorrem as conexões. Sendo assim, a noção
sobre o que compõe a estrutura básica do cérebro é o princípio fundamental para as-
similar suas atribuições psicológicas. A análise da neuroanatomia cerebral funcional
está ligada ao entendimento das funções psicológicas de neurotransmissores e
receptores específicos. O conhecimento peculiar de cada fase do desenvolvimento
humano possibilitará a avaliação de distúrbios psíquicos e de transtornos, e assim
pode-se diferenciar o normal do patológico.
Princípio de localização: cada área do Sistema Nervoso Central (SNC) tem uma
função específica. Mas, atenção! Não existe uma área da linguagem, outra do amor,
outra da memória. Processos complexos são divididos em partes. Por exemplo, a
linguagem é composta pela compreensão, expressão, melodia, etc. Com isso, cada
área estará relacionada a um aspecto da linguagem e é preciso que elas trabalhem
simultaneamente e estejam interligadas (conectividade).
34
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
35
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
A hipótese mais básica para o circuito elementar das emoções determina o giro do
cíngulo, giro parahipocampal, hipocampo, fórnix, corpo mamilar e núcleos ante-
riores do tálamo. A teoria foi ampliada em 1949 por Paul MacLean (1913-2007), ao
propor o conceito de “cérebro visceral”, constituído por rinencéfalo (estruturas e
áreas olfatórias e paraolfatórias), giro do cíngulo, giro parahipocampal e hipocam-
po. Ambas as hipóteses foram corroboradas por Lockard em 1977, quando afirmou
que essas mesmas áreas são comuns a todo o grupo dos mamíferos e que são res-
ponsáveis por funções básicas como comer, beber e na reprodução da espécie.
36
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
37
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
38
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
Finalmente, estudos mais recentes apontaram que a ativação de áreas centrais, como
os giros occipitais inferior e medial, giro fusiforme, giro lingual, giros temporais pós-
tero-medial e superior e amígdala dorsal, com a participação do córtex pré-frontal
dorsomedial, evocam sentimentos de tristeza e depressão. Exames de tomografia
por emissão de pósitrons (PET), também demonstraram que a indução da tristeza
está relacionada com: (a) a ativação de regiões límbicas, porção subgenual do giro
do cíngulo e ínsula anterior; (b) desativação cortical, córtex pré-frontal direito e pa-
rietal inferior; e (c) diminuição do metabolismo da glicose no córtex pré-frontal.
39
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
link 1
link 2
link 3
40
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
41
UNIDADE 6:
DEFINIÇÃO DE
PSICOPATOLOGIA
42
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
É através desse campo que temos uma visão descritiva de comportamentos, uma
área que aborda a natureza essencial da doença mental – suas causas, mudanças
funcionais e estruturais e suas formas de manifestação. Aqui estudamos a patologia
do psíquico, as alterações mentais, e para isso é necessário, primordialmente, enten-
der como a mente funciona em sua fisiologia, avaliando as funções mentais.
43
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
Dessa forma, em comunhão com o proposto por Simanke (2002), temos a Psiquia-
tria diante de um dilema duplo: por um lado, não pode se restringir ao organicismo
dos transtornos mentais para não interferir no campo da neurologia; e por outro,
não pode ignorar o caráter ontológico do indivíduo, o estado patológico ou a bipo-
laridade dos fenômenos mentais, arriscando-se adentrar no campo da psicologia.
44
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
Temos assim, a psicopatologia descritiva que engloba duas partes distintas: obser-
vação comportamental e avaliação empática de experiências subjetivas do indivíduo.
A primeira vai além de uma mera contagem de sintomas, que alías tem limitado o
exercício da observação clínica genuína quando reduzida ao uso bitolado das listas
de sintomas presentes ou ausentes. A segunda é mais complexa, já que avalia ex-
periências subjetivas. Aqui importa frisar o termo “empatia”, que significa “sentir-se
como”. Trata-se de um conceito usado equivocadamente por determinados profis-
sionais que tratam dos seus pacientes com afabilidade, isso é “simpatia”, ou “sentir
com”. E também não é o mesmo entendimento trazido pelo grego moderno, que
aplica a “empatia” a ideia de “manter seus sentimentos internamente” ou simples-
mente “guardar rancor”, que definitivamente não é o propósito da psiquiatria.
45
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
46
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
link 1
link 2
link 3
47
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
48
UNIDADE 7:
ANAMNESE PSICOPATOLÓGICA
49
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
Outras disciplinas podem contar com diferentes ferramentas para cobrir as defi-
ciências de uma entrevista mal conduzida, mas para o psquiatra ou psicológo ela
é um instrumento fundamental cujo sucesso depende exclusivamente das habili-
dades do entrevistador.
Para Harry Stack Sullivan (1983), o domínio dessa técnica é o que qualifica o profis-
sional habilidoso, que se trata de um “perito do campo das relações interpessoais”
capaz de realizar entrevistas verdadeiramente úteis, seja pelas informações colhidas,
seja pelos efeitos terapêuticos que produzem sobre os pacientes.
Importa ressaltar que existem obras que detalham os procedimentos de uma entre-
vista bem sucedida direcionada para diferentes tipos de pacientes, com por exem-
plo Mackinnon e Michels (2008), Othmer e Othmer (1994) e Shea (1998), e ainda a
obra bastante didática e assertiva de Carlat (2007).
50
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
Lembre-se que não existe uma fórmula prévia, a ser seguida fielmente, que deter-
mina quando falar e quando calar. Por vezes uma escuta ativa e afetiva é mais im-
portante, enquanto que em outros momentos tanto o paciente quanto a situação
demandarão um entrevistador ativo, participante, que inquere mais e intervém com
maior frequência.
51
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
52
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
53
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
54
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
link 1
55
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
56
UNIDADE 8:
FUNÇÕES
PSÍQUICAS ELEMENTARES
57
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
Saber seus papéis na construção do ser e quais eixos podem estar alterados em
estado de doença mental;
Enumerar adequadamente todas as funções psíquicas e suas alterações.
É como se, com a prática clínica cotidiana, fosse algo aceitável crer que a memória,
a consciência do EU, a sensopercepção, vontade e afetividade tratam-se de áreas
autônomas, isoladas e com vida própria. Quando na verdade, são constructos apro-
ximativos da psicologia e da psicopatologia que facilitam a comunicacão e a com-
preensão dos fatos da vida. Nesse sentido, é importante ressaltar que funções iso-
ladas e alterações psicopatológicas compartimentalizadas não existem, mas sim um
indivíduo que adoece na sua totalidade. Interessa avaliar o fundo mental e inter-hu-
mano onde os sinais e sintomas se expressam em raciocínio diagnóstico, e que ao
final são responsáveis pela sua significação e sentido de ser.
Alterações das funções psíquicas são sentidas pela personalidade como um todo,
provocando transtornos subjacentes que afetam a estrutura e modo de existir do
indivíduo. Nesse sentido, Minkowski (1966) critica a psicopatologia geral descrita
nos manuais que a classificam como apresentação mecânica e irrefletida dos sinto-
mas, sem apontar a real significação dos fenômenos identificados. A origem comum
dos transtornos psiquiátricos é mais importante do que um mero agrupamento de
sintomas coexistentes regularmente.
58
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
59
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
Entre as funções psíquicas temos aquelas consideradas como elementares que de-
terminam a aparência (modo de andar, vestimenta, acessórios, higiene pessoal e
apresentação visual), posturas e atitudes (expressões de cooperação, indiferença,
passividade, fóbico, agressivo, dissimulado, insegurança, ousadia, sedução, etc., to-
das verificáveis em entrevista ou mediante simulações) e nível de consciência (es-
tado atual de lucidez do indivíduo, com reconheimento da realidade externa e de
si mesmo no tempo e espaço, e resposta frente à estímulos). O nível de consciência
pode se apresentar nos seguintes modos:
Vigil: estado de alerta, com capacidade de responder aos estímulos e com aber-
tura ocular espontânea;
Sonolência: processos ideacionais em lentidão;
Torpor: estado dormente, exceto quando estimulado;
Coma: não pode ser acordado.
60
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
A memória também é uma função psíquica elementar que registra, retém, evoca e
reconhece objetos, pessoas, vivências ou estímulos sensoriais. Pode ser classificada
em imediata (abarca os últimos 5 minutos), recente (últimos dias e horas) e remota
(desde os primeiros anos de vida).
61
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
Raciocínio lógico;
Habilidades matemáticas;
Dificuldades de estudo/aprendizagem;
62
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
63
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
64
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
link 1
link 2
link 3
65
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
66
UNIDADE 9:
67
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
Esse é um processo difícil para o entrevistador que também não pode contar com
exames complementares de fácil acesso e custos razoáveis que possam confirmar
dados encontrados no exame. Muito embora questionários, escalas de avaliação
de estado mental e listagem de sintomas sejam excelentes ferramentas de triagem,
em uma coleta de dados rápida e confiável, não é possível enquadrar as funções
mentais de forma puramente objetiva. É preciso lembrar que não existe como pa-
dronizar, agrupar e organizar diferentes funções psíquicas para fins meramente des-
critivos, dado que cada psiquiatra segue uma sistematização própria embasada nos
ensinamentos técnicos que recebeu na sua formação.
68
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
Apresentação
Atitude
Contato
Consciência
Atenção
Orientação
Memória
Senso-percepção
Pensamento
Crítica e Noção de Doença
Humor e Afeto
Psicomotricidade
69
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
Nessa ótica, o exame de estado mental sob uma perspectiva psicodinâmica ocorrida
ao acaso e ao longo da entrevista é feita de forma bem menos formal.
70
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
71
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
link 1
link 2
link 3
72
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
73
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
REFERÊNCIAS BÁSICAS
MACKINNON, R. A.; MICHELS, R.; BU- YUDOFSKY S.; HALES, R. Tratado de Psi-
CKLEY, P. J. A entrevista psiquiátrica na quiatria Clínica. 3. ed. Porto Alegre: Art-
prática clínica. 2. ed. Porto Alegre: Art- med, 2012.
med, 2008.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
74
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
75
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
ODA, Ana Maria Galdini Raimundo; DAL- PINHEIRO, Clara Virginia de Queiroz;
GALARRONDO, Paulo. O início da assis- ALBUQUERQUE, Kelly Moreira de. Psi-
tência aos alienados no Brasil ou impor- copatologia e saúde mental: ques-
tância e necessidade de estudar a história tões sobre os critérios que orientam a
da psiquiatria. Rev. Latinoamericana de percepção clínica. Rev. Subjetivida-
Psicopatologia Fundamental, São Pau- des. Fortaleza, v. 14, n. 1, abr. 2014.
lo, ano VII, n.1, p. 128-141, mar. 2004,. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.
Disponível em: https://www.scielo.br/j/ org/scielo.php?script=sci_arttext&pi-
rlpf/a/kKkby7Ln9Tr5FQqwrS4cm7S/?for- d=S2359-07692014000100002 Acesso
mat=pdf&lang=pt Acesso em: 04 fev. em: 04 fev. 2022.
2022.
PSIQUIATRIA GERAL. Conceitos funda-
OLIVEIRA, Marta Kohl de. Ciclos de mentais de psicopatologia descritiva
vida: algumas questões sobre a psico- [texto adaptado de Andrew Sims].
logia do adulto. Educ. Pesqui. v. 30, n. Disponível em: https://www.psiquiatria-
2, ago. 2004. Disponível em: https:// geral.com.br/psicopatologia/psico_des-
www.scielo.br/j/ep/a/VfHTCkV5SFZW- critiva.htm Acesso em: 04 fev. 2022.
Zf8PNwHk5Xk/?lang=pt Acesso em: 04
fev 2022. POLAKIEWICZ, Rafael. A luta antimanico-
mial e a reforma psiquiátrica. PEBMED,
ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE 19 mai 2020. Disponível em: https://
SAÚDE. Transtornos mentais. Disponí- pebmed.com.br/a-luta-antimanicomial-
vel em: https://www.paho.org/pt/topi- -e-a-reforma-psiquiatrica/ Acesso em:
cos/transtornos-mentais. Acesso em: 04 04 fev. 2022.
fev. 2022.
QUARTIERO, Maria Fernanda; BARRAN-
ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE COS, Luciana. A evolução das políticas
SAÚDE. Curso de vida saudável. Dis- em saúde mental no Brasil. Nexo Po-
ponível em: https://www.paho.org/pt/ líticas Públicas, 10 set 2021. Dispo-
topicos/curso-vida-saudavel Acesso em: nível em: https://pp.nexojornal.com.
04 fev. 2022. br/linha-do-tempo/2021/A-evolu%-
C3%A7%C3%A3o-das-pol%C3%ADti-
ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE cas-em-sa%C3%BAde-mental-no-Brasil
SAÚDE. Relatório da OMS destaca dé- Acesso em: 04 fev. 2022.
ficit global de investimentos em saú-
de mental. 8 out 2021. Disponível RIBAS, Guilherme Carvalhal. As bases
em: https://www.paho.org/pt/noticias/ neuroanatômicas do comportamento:
8-10-2021-relatorio-da-oms-destaca- histórico e contribuições recentes. Braz.
-deficit-global-investimentos-em-sau- J. Psychiatry, São Paulo, v. 29, n. 1,
de-mental Acesso em: 04 fev. 2022. mar. 2007. Disponível em: https://www.
scielo.br/j/rbp/a/k5nxfgHwZGSXBHBq-
jGcsqZg/abstract/?lang=pt Acesso em:
04 fev. 2022.
76
INTRODUÇÃO Á PSIQUIATRIA E PSICOPATOLOGIA
RODRIGUES, Amanda de Souza; JOA- SOUZA, Ana Maria Frota Lisboa Perei-
ZEIRO, Edna Maria Goulart. Políticas de ra de. O psicodiagnóstico: uma alian-
saúde mental no Brasil, marcos legais ça entre a psiquiatria e a psicologia.
e conceituais: os caminhos e desca- Disponível em: https://www.ufrgs.br/
minhos para o acesso universal. In: IX psicopatologia/wiki/index.php?title=O_
JORNADA INTERNACIONAL DE PO- psicodiagn%C3%B3stico:_uma_alian%-
LÍTICAS PÚBLICAS, São Luis, 2019. C3%A7a_entre_a_psiquiatria_e_a_psico-
Universidade Federal do Maranhão. logia Acesso em: 04 fev. 2022.
Centro de Ciências Sociais. Progra-
ma de Pós-Graduação em Políticas USP. Escola de Enfermagem de Ribeirão
Públicas. Disponível em: http://www. Preto. Centro de Simulações de Práti-
joinpp.ufma.br/jornadas/joinpp2019/ cas de Enfermagem. Orientações para
images/trabalhos/trabalho_submissaoI- o exame psiquiátrico. Disponível em:
d_1320_13205cca57e47cfe5.pdf Acesso https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.
em: 04 fev. 2022. php/3596396/mod_resource/content/1/
ORIENTACOES_PARA_EXAME_PSIQUI-
SANTANA, Rosimere Ferreira; SAN- TRICO.pdf Acesso em: 04 fev. 2022.
TOS, Iraci dos. Transcender com a nature-
za: a espiritualidade para os idosos. Revis-
ta Eletrônica de Enfermagem. Goiânia,
v. 7, n. 2, p.148-158, 2005. Disponível
em: https://www.revistas.ufg.br/fen/
article/download/888/1068?inline=1
Acesso em: 04 fev. 2022.
77
78