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INSTITUTO MÉDIO TÉCNICO DE SAÚDE

MANUAL DE APOIO DE ASSISTÊNCIA


DE ENFERMAGEM EM SAÚDE MENTAL
Nome Completo do Estudante:
Sala nº 12ª Classe Periodo:
Contacto:
Enf. Esp-UEM. Prof. Eurico Ambris

Luanda, 2021/2022
Assistência de Enfermagem em Saúde Mental

FICHA TÉCNICA

Este material tem por objetivos orientar e auxiliar o estudante na


aquisição de conhecimentos básicos sobre Assistência de Enfermagem
em Saude Mental.

Elaborado por:

DR. Eurico Gonçalves Ambris, Licenciado em Enfermagem e


Obstetrícia pela Universidade Jean Piaget de Angola.

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DESTAQUES

UNIDADE I- Apresentação da disciplina

UNIDADE II- Saúde Mental

UNIDADE III: Relacionamento do profissional com o


utente e famìlia

UNIDADE IV- Comunicação terapêutica em saúde


mental

UNIDADE V- Formas de tratamento de transtornos


mentais

UNIDADE VI- Assistência de enfermagem prestada


aos pacientes com doença ou transtorno mental

UNIDADE VII- Emergência psiquiátrica

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Assistência de Enfermagem em Saúde Mental

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM SAÚDE MENTAL


OBJECTIVO GERAL DA DISCIPLINA:

Instrumentalizar o aluno de enfermagem para o cuidado ao


paciente com transtorno mental e /ou familiares em
concordância com diretrizes da política Nacional de saúde
mental.
Carga Horária Total Teoria/Prática Prática Avaliação Parcial
/Final
Número de Horas

Metodologias de Avaliação:

- Prova escrita
- Trabalhos individuais/Grupo.

Compêtencias essenciais a desenvolver


No final da unidade curricular, o aluno deverá ser capaz de:

 Demonstrar conhecimentos, atitudes, habilidades para prestar


cuidados de enfermagem de acordo com as suas limitações. à
paciente portador de transtorno;

 Discutir e compreender a estigmatização, a família do portador de


transtorno mental;

 Identificar as abordagens psiquiátricas;

 Descrever as doenças psiquiátricas: neuroses (alcoolismo, transtorno


de ansiedade), psicoses (esquizofrenia, bipolar), e outras drogas;

 Definir e discutir o papel do enfermeiro em saúde mental;

 Identificar e discutir problemas comuns no relacionamento cliente;

 Compreender a abordagem psiquiátrica na relação pessoa x pessoa;

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UNIDADE I: APRESENTAÇÃO DA
DISCIPLINA

1.1 Evolução histórica

Psiquiatria nas ciências médicas ocupa do estudo dos transtornos


mentais, sua etiologia, sua clínica, semiologia, nosologia, tratamento,
profilaxia e reabilitação.

Historicamente a psiquiatria desenvolveu-se mais tarde em


relação a outras ciências médicas. Antigamente se considerava que as
doenças mentais eram produzidas por possessões dos demónios,
admitia-se que o diabo possuía o corpo e a mente destes enfermos;
inclusive chegou-se à considera que o tratamento destes enfermos não
era assunto da medicina. Os enfermos eram considerados como pessoas
perigosas e mereciam castigos duros e mantidos em hospício e
manicómios.

Em 1792, Philippe Pinel médico francês interessou-se em estudar


as doenças mentais. Este teve a oportunidade de cortar as cadeias em
que muitos doentes eram controlados a ferro e fogo durante anos na
convicção de que eram perigosos. Impressionado pelas condições sub-
humanas conseguiu a 24 de Maio de 1798 autorização da comuna
revolucionária parisiense para libertar os asilados, muitos deles
algemados há mais de 30 anos.

As ideias humanistas da Revolução Francesa combatendo a


degradante conceção das doenças mentais, tiveram seu ápice no gesto
de Pinel que era diretor do manicônio de Bicêtre, nos arredores de Paris.

As ideias de Pinel foram publicadas no seu Tratado médico-


filosófico sobre a alienação mental, que pode ser considerado como o
primeiro livro antipsiquiátrico.

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Deve-se a Pinel a primeira tentativa séria de classificação das
doenças mentais, que agrupou em quatro categorias: "manias" ou
delírios gerais, "melancolias" ou "delírios exclusivos", "demências" e
"idiotias". Seus estudos e reformas constituíram a Primeira revolução
psiquiátrica, introduzindo os conceitos de moral e liberdade. Por esta
razão Pinel é ate os dias de hoje considerado como o pai da Psiquiatria.

A enfermagem psiquiátrica surgiu em 1873, quando Linda


Richard, formada pelo programa de enfermagem em saúde mental em
Boston (USA) veio à ser conhecida como a primeira enfermeira
psiquiátrica norte-americana.

A psiquiatria provavelmente iniciou-se ao mesmo tempo que a


história da própria medicina.

Psiquiatria é uma especialidade da medicina que lida com a


prevenção, atendimento, diagnóstico, tratamento e reabilitação das
diferentes formas de sofrimentos mentais, sejam elas de cunho orgânico
ou funcional, com manifestações psicólogicas severas.

São exemplos: a depressão, o transtorno bipolar, a esquizofrenia e


os transtornos de ansiedade. A meta principal é o alívio do sofrimento e
o bem-estar psíquico. Para isso, é necessária uma avaliação completa
do paciente, com perspectivas biológica, psicológica, de ordem cultural,
entre outras afins.

Os medicamentos psiquiátricos são parte importante do arsenal


terapêutico, o que é único na Psiquiatria, assim como procedimentos
mais raramente utilizados, muito já criticado na história do movimento
psiquiátrico. A psicoterapia também faz parte do arsenal terapêutico do
psiquiatra, embora também possa ser utilizada por outros profissionais
de saúde mental: Psicólogos e Psicanalistas.

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1.2. Conceitos (Saúde/Doente Mental)

A Saúde Mental Segundo a OMS:é o estado pleno de bem-estar


físico, psíquico e social do individuo, com meio que o rodeia e a
influencias da origem das enfermidades, no seu tratamento,
prevenção e reabilitação; assim como na promoção da saúde.

Podemos aindia definir Saúde Mental da mesma forma que o


conceito de ―saúde‖: ―um estado de completo bem-estar físico, psíquico
e social, e não apenas a ausênciade doença ou enfermidade‖, também a
SM se refere a algo mais, e não apenas a ausência de perturbação
mental.

Doença Mental: é o desequilíbrio psíquico que se pode manifestar


através de diversos sinais e sintomas e que dificulta o
desenvolvimento da vida habitual da pessoa. Que podem ser
classificadas em neuroses e psicoses.

Psicopatologia: é uma disciplina científica que estuda a doença


mental em seus vários aspectos: suas causas, as alterações
estruturais e funcionais relacionadas, os métodos de investigação e
suas formas de manifestação (sinais e sintomas).

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1.3. Política Nacional /Promoção da Saúde

A promoção da saúde compreende a ação individual, a ação da


comunidade e a ação e o compromisso dos governos na busca de uma
vida mais saudável paratodos e para cada um.

A política de saúde construída em Angola, a partir do esforço da


sociedade em seu processo de redemocratização e que culminou com a
Constituição de 1993, tem em seu arcabouço elementos para o
desenvolvimento de ações e estratégias de promoção da saúde. Os
princípios de universalidade, integralidade e eqüidade e as diretrizes de
descentralização e organização hierarquizada podem ser potencializados
a partir do olhar e de ações de promoção da saúde, contribuindo para a
qualificação do Sistema Único de Saúde e a partir deste para a
construção de uma ampla aliança nacional tendo como centro a
qualidade de vida.

A elaboração de uma política de Promoção da Saúde deve basear-


se nas especificidades da realidade de um determinado Pais,
considerando-se as cartas e acordos internacionais que, desde Ottawa
(1986), vêem definindo a promoção da saúde, cujos pilares e estratégias
retomam, incorporam e refletem os grandes dilemas da esfera social,
que tem originado, no campo da saúde, novas agendas como o estímulo
à autonomia dos indivíduos, o reforço da ação comunitária, a desafiante
superação da especialização e fragmentação das políticas públicas e da
atenção à saúde, bem como a pactuação de propostas de gestões
intersetoriais, a construção de ambientes saudáveis e a formulação de
políticas comprometidas com a qualidade de vida.

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1.2.1. Lei n. 10.216, de 6 de abril de 2001 política


nacional da saúde mental
Estas leis dispõem sobre a proteção e os direitos das pessoas
portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial
em saúde mental.
 Artigo 1º - Os direitos e a proteção das pessoas acometidas de
transtorno mental, de que trata esta Lei, são assegurados sem qualquer
forma de discriminação quanto à raça, cor, sexo, orientação sexual,
religião, opção política, nacionalidade, idade, família, recursos
econômicos e ao grau de gravidade ou tempo de evolução de seu
transtorno, ou qualquer outra.

 Artigo 2º - Nos atendimentos em saúde mental, de qualquer natureza,


a pessoa e seus familiares ou responsáveis serão formalmente
cientificados dos direitos enumerados no parágrafo único deste artigo.
São direitos da pessoa portadora de transtorno mental:
 I - ter acesso ao melhor tratamento do sistema de saúde,
consentâneo às suas necessidades;
 II - ser tratada com humanidade e respeito e no interesse
exclusiv de beneficiar sua saúde, visando alcançar sua
recuperação pela inserção na família, no trabalho e na
comunidade;
 III - ser protegida contra qualquer forma de abuso e exploração;
 IV - ter garantia de sigilo nas informações prestadas;
 V - ter direito à presença médica, em qualquer tempo, para
esclarecer a necessidade ou não de sua hospitalização
involuntária;
 VI - ter livre acesso aos meios de comunicação disponíveis;
 VII - receber o maior número de informações a respeito de sua e
de seu tratamento;
 VIII - ser tratada em ambiente terapêutico pelos meios menos
invasivos possíveis;
 IX - ser tratada, preferencialmente, em serviços comunitários de
saúde mental.

 Artigo 3º - É responsabilidade do Estado o desenvolvimento da política


de saúde mental, a assistência e a promoção de ações de saúde aos
portadores de transtornos mentais, com a devida participação da
sociedade e da família, a qual será prestada em estabelecimento de
saúde mental, assim entendidas as instituições ou unidades que
ofereçam assistência em saúde aos portadores de transtornos mentais.

 Artigo 4º - A internação, em qualquer de suas modalidades, só será


indicada quando os recursos extra-hospitalares se mostrarem
insuficientes.

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 Artigo 5º - O paciente há longo tempo hospitalizado ou para o qual se
caracterize situação de grave dependência institucional, decorrente de
seu quadro clínico ou de ausência de suporte social, será objeto de
política específica de alta planejada e reabilitação psicossocial assistida,
sob responsabilidade da autoridade sanitária competente e supervisão
de instância a ser definida pelo Poder Executivo, assegurada a
continuidade do tratamento, quando necessário.

 Artigo 6º - A internação psiquiátrica (voluntária, involuntária e


compulsiva) somente será realizada mediante laudo médico
circunstanciado que caracterize os seus motivos. São considerados os
seguintes tipos de internamento psiquiátrico:
1. Internamento voluntário: aquele que se dá com o
consentimento do usuário e/ou utente;
2. Internamento involuntário: aquela que se dá sem o
consentimento do usuário e a pedido de terceiro;
3. Internamento compulsório: aquele que é determinado pela
Justiça.
 Artigo 7º - Evasão, transferência, acidente, intercorrência clínica grave
e falecimento serão comunicados pela direção do estabelecimento de
saúde mental aos familiares, ou ao representante legal do paciente, bem
como à autoridade sanitária responsável, no prazo máximo de vinte e
quatro horas da data da ocorrência.

 Artigo 8º - Pesquisas científicas para fins diagnósticos ou terapêuticos


não poderão ser realizadas sem o consentimento expresso do paciente,
ou de seu representante legal, e sem a devida comunicação aos
conselhos profissionais competentes e ao Conselho Nacional de Saúde.

 Artigo 9º - O Conselho Nacional de Saúde, no âmbito de sua atuação,


criará comissão nacional para acompanhar a implementação desta Lei.

 Artigo 10º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

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UNIDADE II: SAÚDE MENTAL

2.1 Fases do crescimento e desenvolvimento


humano

O crescimento e desenvolvimento humano ocorre na medida que o


tempo vai passando, e esse crescimento ocorre sobre três critérios:
fisiologico, estrutural e psicológico.
A criação de uma vida nova é um momento mágico, que jamais se
repete. Cumprindo a fantástica missão da espécie humana, o
espermatozoide e o óvulo são os primeiros personagens da história
humana. Eles se interpenetram e se fundem dando origem à vida.

1. Primeira infância (nascimento até 3 anos)

Ao nascer, o recém-nascido inicia o ―reconhecimento‖ da mãe, por


isso a importância de já nos primeiros minutos de vida haver o contato
pelo colo materno. O vínculo mãe-filho é descrito como o laço emocional
que une a mãe e o seu bebê, que se fortalece com o passar do tempo e
persiste mesmo à distância.
Após o nascimento, os bebês já apresentam algumas habilidades
de interação com o mundo exterior, como seguir um estímulo visual
colocado próximo a seu rosto, sorrir, responder a alguns ruídos e abrir
e fechar os braços.
O controle do desenvolvimento físico e mental deverá ser
acompanhado por profissionais, médicos e psicólogos em intervalos
regulares preestabelecidos – as chamadas ―consultas‖ nos postos de
saúde, onde serão avaliados, vacinados e orientados, caso haja a
necessidade de quaisquer encaminhamentos a outros profissionais para
avaliação.

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Ao final da 1.ª infância, percebe-se se a criança de 3-4 anos de
idade não adquiriu qualidades de sociab ilidade para brincar muito bem
em conjunto. De fato, as tentativas nesse sentido costumam ser
problemáticas, em virtude das ―regras de propriedade da criança‖ nessa
fase, que são:

 O que eu vejo é meu


 Se é teu e eu quero, é meu
 Se é meu, é meu para sempre.

2. Segunda infância (3 a 6 anos)

A partir dos 4 anos, em geral a criança está completamente


desenvolta, fazendo amigos, vivendo em ambientes diferentes,
aprendendo milhares de novidades excitantes. É o final do pensamento
mágico e início do pensamento lógico, que é acompanhado de
complicações: ―a escola é divertida, mas os professores logo querem que
a gente fique sentado, em grupos, calados e prestando atenção. A gente
em geral sabe lidar com os amigos, mas eles ainda nos irritam e
magoam de vez em quando.
Devemos fazer a criança sentir-se segura mostrando amor e
afeição e ao mesmo tempo deixá-la exercitar sua independência e
autonomia.

3. Terceira infância (6 a 11 anos)

Nesta fase, a criança está começando a conviver com mais


pessoas e a saber o que é influência social. Às vezes, ficam cheia de
exigências sobre o estilo de suas roupas, de sua mochila, o tipo do tênis
e o tipo de atividades que os outros estão vendo que ela pratica. E por
isso ela faz o impossível para evitar chamar atenção sobre si,
especialmente para não atrair a implicância e a crítica dos colegas; isso
significa que a criança está se especializando em interpretar
insinuações sociais, uma técnica que lhe será útil pela vida a fora.

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O pré-adolescente pode começar a achar que a vida é uma grande
revista em quadrinhos. Para ele, os adultos são hipócritas, e zombar
deles e ridicularizá-los passa a ser sua ―emoção‖ predileta. Começa a ter
dúvidas, a desafiar, a pensar por si mesmo.

4. Puberdade
A adolescência é uma fase marcada por grande preocupação com
questões de identidade como estas: Quem sou eu? O que estou me
tornando? Quem devo ser?
Não se espante, portanto, se o seu filho ou aluno adolescente lhe
parecer exageradamente preocupado consigo mesmo. Ele vai perdendo o
interesse pela família, enquanto o relacionamento com os amigos passa
ao primeiro plano, na medida em que é no contato com os amigos que
ele vai descobrir quem ele é fora do âmbito familiar.
No entanto, mesmo no âmbito da turma, o foco do adolescente
costuma estar voltado para si mesmo.

2.2 Factores que condicionam e as situações que


interferem na Saúde Mental

De entre os factores que influenciam, condicionam e as situações


que interferem na SM (Saúde Mental), podem ser diversos desde
(psicossociais, biológicos e sociais), salientando-se os seguintes
determinantes:

2.2.1.Factores psicossociais

A perda recente ou subitas de uma pessoa amada é o fato mais


citado, causando certo pesar. Também a falta de amigos, que pode, leva
à solidão indesejada, principalmente durante a adolescência. Eventuais
mudanças de cidade. Ambiente de trabalho, o desamparo aprendido,
que é a diminuição de comportamentos saudáveis.

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2.2.2.Factores biológicos

Alterações nos níveis de neurotransmissores principalmente


(serotonina, acetilcolina, dopamina, adrenalina e nora-drenalina)
relacionam-se à susceptibilidade para depressão. Alguns hormônios
também podem ter um papel importante. quando existe excesso desses
neurotransmissores, os sintomas são de euforia, sensação de energia
ilimitada, necessidade de poucas horas de sono, pensamentos
acelerados, impulsividade, irritabilidade e dificuldade de se controlar.

2.2.3.Factores sociais

— Emprego: a estabilidade laboral, tal como a satisfação no trabalho,


estão relacionadas com melhores níveis de saúde e bem-estar. Ao invés,
o desemprego está associado a maiores níveis de doença e mortalidade
precoce. O receio de perder o emprego associam-se a baixa auto-estima
e asentimentos de humilhação e desespero, a falta de suporte social, no
qual desemprego pode levar à carência dos bens essenciais, levando a
taxas de Ansiedade e Depressão, bem como suicídio.
— Educação: existe uma forte associação inversa entre o nível
educacional e aocorrência de doença mental (DM), Quanto maior o nível
educacional, menor a incidência. Um maior nível de educação permite o
acesso a empregos melhor remunerados, melhores condições de
habitação, conduzindo a uma maior inclusão social.
— Pobreza: refere-se à falta de dinheiro ou bens materiais. Assim
sendo, a pobreza material parece ser um factor de risco parao
desenvolvimento de DM. A pobreza também condiciona barreiras no
acesso ao serviços de saúde.
— Habitação: uma habitação condigna proporciona abrigo, não só
físico, mas também psíquico, sendo tradutor do nível de protecção que a
pessoa em causa possui (social, económica, física, psicológica).

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— Urbanização: tem sido encontrada uma associação entre viver em
grandes cidades e ter um maior risco de DM. Esta associação pode ser
explicada por diversos factores de stress e circunstâncias adversas,
nomeadamente: o enfraquecimento dos laços familiares, a
sobrepopulação e as inerentes dificuldades no acesso a bens essenciais,
estilos de vida menos.
— Discriminação sexual e violência de género: no entanto, as
mulheres têm um risco de sofrer uma doença mental (como depressão,
ou uma perturbação de ansiedade) duas vezes superior ao dos homens.
A posição socioeconómica, o acesso a recursos, papéis sociais e status,
associando-se frequentemente a situações de abuso e violência
conjugal, pouca autonomia, dificuldade no acesso à educação (maior
risco de depressão, ansiedade e suicídio) e também físico (queixas
ginecológicas). A incapacidade para mudar os factores de stress do meio
em que se encontra. São vítimas de violência doméstica e sexual.

— Experiências precoces/ambiente familiar: Circunstâncias adversas


numa fase precoce da gravidez podem condicionar défices no
desenvolvimento fetal, com alterações no desenvolvimento neurológico.
A ocorrência de perturbação mental nas mães (nomeadamente o
consumo de álcool ou drogas, stress ou depressão materna,
condicionando estilos de vida pouco saudáveis) pode ter um impacto
negativo na saúde dos filhos.
— Exclusão social e estigma: O desemprego, o racismo, a
discriminação e estigmatização podem levar à exclusão social, condição
que se associa, pelas múltiplas vulnerabilidades que condicionam, a um
elevado risco de DM e morte prematura. A perda dos laços familiares, o
ressentimento, a desesperança e o sentimento de incapacidade, limitam
a capacidade para pedir ajuda, conduzindo a uma deterioração social e
pobreza crescentes.

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— Acontecimentos de vida stressantes: milhões de pessoas estão em
todo o mundo expostas a situações de catástrofe natural ou conflitos.
Tais circunstâncias, como porexemplo abuso infantil, violência, doenças
crónicas ou lesões incapacitantes, exposição a situações de catástrofe
natural, constituem vivências traumáticas que produzem um impacto
negativo na SM, estando associados a elevado risco de depressão,
ansiedade, perturbação de stresse pós-traumático e suicídio.

O conhecimento dos factores determinantes sociais e económicos


da SM são extremamente importantes, pois poderá contribuir para
melhorar a SM das populações e assim, reduzir a carga global de
doença.

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UNIDADE III: RELACIONAMENTO DO


PROFISSIONAL COM O UTENTE E
FAMÌLIA (semiologia psiquiátrica)

Semiologia: também conhecida como propedêutica é a área da


saúde relacionada ao estudo dos sinais e sintomas das doenças
humanas e de outroas animais.

Semiologia Psiquiátrica: encarrega-se de estudar os sinais e


sintomas das enfermidades que permite chegar à um diagnostico
correto. Baseia-se na observação, reconhecimento e o interrogatório do
paciente, que permite o profissional de saúde, em particular o
enfermeiro conhecer, compreender e estabelecer a nomenclatura das
enfermidades.
Os dados necessários à História Clínica Psiquiátrica e ao Exame
do Estado Mental são obtidos, basicamente através da entrevista
psiquiátrica, estando sujeitos à influência de inúmeras variáveis,
relacionadas ao entrevistador, ao entrevistado (paciente, familiar ou
outro informante), à interação entre eles e ao ambiente onde o exame
está sendo realizado.
Características do entrevistador, como suas crenças, valores,
sensibilidade, estado emocional no momento da entrevista e outras,
podem interferir nos fenômenos observados. A forma como uma
pergunta é formulada, o tom de voz utilizado, um olhar, um gesto,
poderão orientar a resposta do paciente.
Existem diferentes tipos de entrevistas que, de uma maneira
bastante ampla, poderiam ser agrupadas em: abertas, semi-
estruturadas e estruturadas.

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1- Entrevista aberta, o entrevistador não segue um roteiro rígido e pré-
determinado, permitindo que o entrevistado fale o mais livremente
possível, de tal forma que o curso da entrevista seja por ele
determinado;
2- Entrevistas semi-estruturadas, tem um nível de estruturação maior
ou menor, dependendo da entrevista, mas permitem sempre certa
flexibilidade na sequência e/ou forma de formular as perguntas.
Podendo surgir perguntas fora do que foi padronizado em função das
respostas do utente e/ou familia;
3- Entrevistas estruturadas, a forma pela qual se obtém as
informações, a sequência das perguntas e os registros dos resultados
são pré-determinados. Geralmente, o formulário dessas entrevistas
contém glossários, que procuram descrever, apuradamente, os
termos empregados. Ou seja o entrevuistador não pergunta nada
alem do que esta no Formulário e/ou Questionário.

3.1.1. História Clínica Psiquiátrica ou Anamnese Psiquiátrica

A História Clínica Psiquiátrica ou Anamnese Psiquiátrica objetiva


fornecer elementos para a formulação diagnóstica, incluindo a descrição
detalhada dos sintomas e a identificação dos fatores predisponentes,
precipitantes e perpetuantes da doença.
Consiste, ainda, em uma caracterização da personalidade,
incluindo aspectos relativos ao desenvolvimento, aos potenciais e
fraquezas. Apresentamos, a seguir, uma descrição breve dos tópicos a
serem avaliados e registrados com relação à história.
A anamenese psiquiatrica envolven 8 passos importantes, a
testacar: a identificação, as queixas principais, a história da moléstia
atual, antecedentes (história médica e psiquiátrica), antecedentes
(história pessoal), antecedentes – (história familiar), personalidade pré-
mórbida e o exame físico.

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Tópicos a serem avaliados e registrados na Anamnese


Psiquiátrica
1. Identificação: Nome, sexo, idade, estado civil, grupo étnico, procedência, religião,
profissão.
2. Queixa Principal: Utilizando-se a terminologia do paciente, deve- se fazer uma breve
descrição sobre o problema atual para o qual ele está buscando ajuda profissional, ou
para o qual foi trazido por outros para o tratamento. É nimportante observar quem
encaminhou.

3. História da Moléstia Atual: deve-se avaliar como a doença começou se existiram


fatores precipitantes, como evoluiu, qual a gravidade e o impacto da doença sobre a vida
da pessoa. É importante considerar a descrição detalhada dos sintomas, a freqüência,
duração e flutuações dos mesmos.

4. Antecedentes - História Médica e Psiquiátrica. Descrever, em ordem cronológica,


as doenças, cirurgias e internações hospitalares. Observar o estado atual de saúde, as
mudanças recentes de peso, de sono e problemas menstruais. Colher informações sobre
medicamentos em uso e, habitualmente, verificarabuso de medicamentos, de drogas e
álcool. Quanto aos antecedentes psiquiátricos levantar informações sobre os
tratamentos prévios, especificando há quanto tempo ocorreram, o tipo e a duração dos
mesmos. Verificar a utilização prévia de psicofármacos, especificando tipo e dosagem.

4- Antecedentes - História Pessoal:

a) História Pré-Natal / Nascimento: Informações sobre a gestação, o parto e as


condições do nascimento, incluindo: peso, anoxia, icterícia, distúrbio metabólico.
b) Infância e a dolescência: as condições de saúde; os comportamentos e hábitos com
relação ao sono, alimentação; as aquisições de habilidades, incluindo o desenvolvimento
motor, da linguagem e o controle esfincteriano; a vida escolar, as interações e o
relacionamento com familiares e colegas, a sexualidade incluindo a menarca, namoro, a
1ª relação sexual, o uso de drogas ou álcool.
c) Idade Adulta: Descrever as situações e as atitudes frente ao trabalho, a vida familiar
e conjugal, a sexualidade, os relacionamentos e a situação sócio-econômica.

6. Antecedentes - História Familiar: Colher informações sobre os pais e irmãos


quanto à idade, sexo, nível educacional, atividade profissional, características de
personalidade, problemas de saúde, com destaque aos relacionados com a saúde
mental. Observar história de adoção, de suicídio e de violação da lei ou dos padrões
sociais, perda de parentes, interação familiar.

7. Personalidade Pré-Mórbida. Compreende o conjunto de atitudes e padrões habituais


de comportamento do indivíduo. Deve englobar os seguintes aspectos: as preocupações
excessivas com ordem, limpeza, pontualidade, o estado de humor habitual, a
capacidade de expressar os sentimentos, a maneira como se expressa habitualmente, o
nível de desconfiança e competitividade, a capacidade para executar planos e projetos e
a maneira como reage quando se sente pressionado.

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8. Exame Físico: Deve ser feito de rotina, visando verificar se os sinais e sintomas estão
associados a condições orgânicas ou psiquiátricas. Neste exame vamos observar:
8.1. Apresentação
– Aparência
– Psicomotricidade
– Situação da entrevista

8.2. Linguagem e Pensamento


– Característica da fala
– Progressão da fala
– Forma e conteúdo do pensamento

8.3. Senso-Percepção
8.4. Afetividade e Humor
– Tonalidade emocional
– Modulação
– Associação pensamento/afeto
– Equivalentes orgânicos

8.5. Atenção e Concentração


– Manutenção
– Focalização
– Desatenção seletiva

8.6. Memória
– Remota
– Recente
– Imediata

8.7. Orientação
– Autopsíquica
– Alopsíquica
8.8. Consciência
8.9. Capacidade intelectual
8.10. Juízo Crítico da Realidade
9. Educação para a Saúde

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3.2. Principais sinais e sintomas nos pacienetes


com Doença mental

Embora saibamos que o essencial é lidar com a história individual


de cada paciente, procurando a forma de cuidado que mais atende às
suas necessidades, não podemos deixar de tomar conhecimento dos
sinais, sintomas e diagnósticos mais comuns em psiquiatria. Os
principais sinais e sintomas mais comuns são:

1- Alterações da sensopercepção

Sensopercepção é a capacidade que desenvolvemos de formar


uma conclusão de todas as sensações e percepções que temos a cada
momento. Para isso, fazemos uso de todos os nossos órgãos dos
sentidos.
 Alucinações são sensações ou percepções em que o objeto não
existe, mas que é extremamente real para o paciente, e ele não
pode controlá-las pois independem de sua vontade. As
alucinações podem ser auditivas, visuais, gustativas, olfativas,
táteis, cinestésicas;
 Ilusões, ao contrário das alucinações, o objeto percebido existe,
mas sua percepção é falseada e deformada. O paciente pode, por
exemplo, estar convencido que o teto está baixando e que poderá
esmagá-lo.

2- Alterações do pensamento
Pensamento é o processo pelo qual associamos e combinamos os
conhecimentos que já adquirimos no mundo e chegamos a uma
conclusão ou a uma nova idéia. Podem apresentar ideias delirantes.

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3- Alterações da linguagem
Podem se tratar de alterações na articulação da linguagem ou no
uso da mesma. Essas alterações caracterizam-se em:
 Logorréia: fala acelerada e compulsiva;
 Gagueira: repetição de sílabas;
 Ecolalia: repetição, como em eco, das últimas palavras
proferidas por alguém;
 Glossolalia: uso de linguagem de forma estranha e incorreta
com a criação de novos termos incompreensíveis;
 Mutismo: indivíduo mantém-se mudo.

4- Alterações da consciência
A consciência é que faz de nós mesmos seres psíquicos
vinculados à realidade. Sua alteração apresenta várias formas:
 Delírio: alteração transitória na qual o paciente não consegue
reter, fixar e evocar informações, a atividade mental organizada é
reduzida;
 Despersonalização e desrealização: acontece quando o
indivíduo não reconhece a si e o que o rodeia.

5- Alterações da atenção e da orientação


Atenção é quando se focaliza seletivamente algumas partes da
realidade. Como alterações mais comuns, podemos citar a dificuldade
de concentração ou inatenção e a mudança constante de focos de
atenção ou distração.
Orientação é a capacidade de integrar informações a respeito de
dados que nos localizem, principalmente, no tempo e no espaço. Como
alterações mais comuns, podemos citar a desorientação e a dupla
orientação (o indivíduo oscila entre uma orientação adequada e uma
inadequada).

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6- Alterações da memória
Por memória podemos entender todas as lembranças existentes
na consciência. Suas alterações podem:
 Amnésia: impossibilidade de recordar total ou parcialmente
fatos ocorridos antes do início do transtorno (amnésia
retrógrada), após o seu início (amnésia anterógrada) ou fatos
isolados (amnésia lagunar);
 Paramnésia: constitui-se de distorções dos dados da memória.
Pode ocorrer um falseamento na recordação de determinados
fatos (paramnésia da recordação) ou reconhecer alguém,
alguma coisa ou lugar (paramnésia de reconhecimento).

7- Alterações do sono
Podem ocorrer como um sintoma ou como o próprio transtorno
mental, ou ainda, como reação adversa a determinados medicamentos.
Encontramos mais facilmente a insônia.

8- Alterações do Movimento
Encontramos facilmente a estereotipia (repetir continuamente e
sem necessidade determinados movimentos), os tiques (movimentos
rápidos e involuntários, também repetitivos), a catalepsia (imobilidade,
tal como se fosse uma estátua).

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UNIDADE IV- COMUNICAÇÃO


TERAPÊUTICA EM SAÚDE MENTAL

Comunicação - toda a interação que ocorre num determinado


contexto quer seja, intrapessoal, interpessoal, intergrupal e/ou
comunicação pública. Esta interação rege-se por regras sociais e está
dependente essencialmente do tipo de relação existente, do "status"
social, e das necessidades dos intervenientes.

Comunicação em saúde, refere-se à comunicação que ocorre


num contexto de prestação de cuidados de saúde e rege-se por regras
próprias, em função dos profissionais em interação e do tipo de
intervenção. Os profissionais tem a obrigação de conhecer diferentes
modalidades de comunicação, tem códigos de ética e deontológicos,
como o sigilo, a confidencialidade da informação, a necessidade de
privacidade, etc. Os utentes e os profissionais de saúde

Comunicação clínica refere-se à comunicação contida num ato


clinico, ou seja, a comunicação que os profissionais utilizam para
avaliarem uma situação, para efetuarem uma intervenção, para
documentarem os cuidados prestados, para planearem os próximos
contatos e para partilharem experiências clinicas entre os diferentes
elementos da equipa de saúde. Utiliza habitualmente uma linguagem
própria que facilita a comunicação entre os diferentes profissionais.

A Comunicação clinica é um elemento chave de todo o processo


de atuação em saúde, destacando-se o seu potencial ao nível de:

i) Minimização do erro diagnóstico;


ii) Impacto terapêutico;
iii) Promoção de estilos de vida saudáveis – promoção da
saúde/prevenção da doença.

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A comunicação terapêutica é um tipo singular de comunicação
inserida na comunicação clinica e comunicação em saúde, utilizada por
profissionais de saúde para apoiar, informar, educar e capacitar as
pessoas no processos de transição de saúde doença, e/ou na adaptação
a dificuldades.

Adicionalmente, na comunicação terapêutica, o profissional de


saúde utiliza um conjunto de técnicas/habilidades para ajudar as
pessoas a resolverem os seus problemas, a se relacionarem melhor
consigo e com os outros, a adaptarem-se a sua condição de saúde e
contexto de vida.

Desta feita, a comunicação é importante em qualquer contexto de


saúde, no entanto, em saúde mental, assume uma importância
acrescida quer pela natureza dos problemas, quer pelo potencial de
impacte que tem.

No campo da comunicação proliferam vários léxicos (Termos), por


vezes, com semânticas similares. Por isso, encontramos termos como:
comunicação, comunicação interpessoal, comunicação em saúde,
comunicação clinica, comunicação terapêutica, (...), pelo que
procuraremos fornecer alguns contributos para a clarificação dos
conceitos e salientar a sua importância quer ao nível do rigor
diagnóstico, quer ao nível da efetividade da clinica.

É através da comunicação que um profissional de saúde fornece


orientações que possibilitam à pessoa, família ou comunidade, uma
melhor gestão da sua situação de saúde/doença.

É através da comunicação que se toma consciência do estado de


saúde, se processa a tomada de decisão e se promove uma gestão
adequada de um determinado regime terapêutico, muitas vezes
complexo.

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Existe uma significativa discrepância grande entre o que eu
quero dizer; o que eu digo; o que o outro quer ouvir; o que o outro
ouve e o que o outro compreende. Daí a importância da escolha das
palavras, do contexto e da forma como são transmitidas. Por isso, é
importante "trabalhar" a questão do léxico, do significado, do contexto,
dos fatores promotores da eficiência da comunicação e dos ruídos/
barreiras na comunicação.

Principais técnicas de comunicação verbal e não-verbal a utilizar


na comunicação terapêutica: Escuta, O Toque, Distância, O
Posicionamento, O Olhar, A Informação, Aceitação, Silêncio,
Questionamento, Explicitação/clarificação, Focalização (Atenção),
Confrontação, Empatia, Humor, Validação, A reformulação, A
exploração, A interpretação, Orientação, Feedback.

Uma comunicação adequada, centrada na pessoa e no seu contexto,


deve ser considerada como um dever ético e uma responsabilidade de
qualquer profissional de saúde que trabalhe em contato direto com
pessoas, de forma a garantir que os cuidados prestados para além da
competência técnica, também tenham uma competência relacional e
humana. Por isso é necessário melhorar a formação e a
consciencialização dos profissionais de saúde para a necessidade de
promoverem a utilização e o potencial da comunicação terapêutica.

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UNIDADE V- FORMAS DE TRATAMENTO


DE TRANSTORNOS MENTAIS
De início, na história da psiquiátria vimos que a família nem
sempre esteve incluída no tratamento dispensado às pessoas
portadoras de doença mental, pois, quando ocorria o primeiro surto, o
doente era trancado em manicômios por longos anos, às vezes para
sempre. O novo modelo de atenção em saúde mental promoveu avanços
significativos na qualidade de vida das pessoas portadoras de
transtorno mental, especialmente em relação à redução de usuários
institucionalizados.
É preciso saber também que existem tratamentos adequados para
cada tipo de transtorno, o que não é só feito através de medicamentos.

5.1. Característica dos tratamentos em saúde mental

Todo serviço de triagem em saúde mental deve incluir uma


avaliação psiquiátrica, psicológica, médico-clínica e social que garanta
uma visão ampla e integrada do usuário e que respeite a sua fragilidade
e dignidade de pessoa humana. Deverão ser proibidas as formas de
tortura e violência ―terapêuticas‖:

 Camisa-de-força;
 Psicocirurgia;
 Esterilização involuntária;
 Cela forte;
 Amarrar;
 Superdosagem de medicamentos do tipo ―Sossega Leão‖;
 Sobre as formas de admissão: qualquer internação psiquiátrica
efetuada deverá ser comunicada num prazo de 48 horas ao
Ministério Público;

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 Todo usuário deverá ser informado, em linguagem do seu
entendimento, das opções de serviços e tratamentos, e a decisão
final deverá contar com o consentimento do usuário e/ou pessoa
de sua confiança;
 Todo programa de saúde mental deverá promover abordagens e
serviços especializados e adequados aos diversos grupos da
clientela, tais como alcoolistas, crianças e adolescentes, idosos,
autistas, drogaditos, portadores de deficiência, de HIV positivo,
etc;
 Todo serviço de saúde mental deve oferecer orientação, suporte
e/ou terapêutica para os familiares dos usuários, bem como
mecanismo de participação nas decisões e fiscalização dos
serviços;

5.2. Terapia Medicamentosa (Psicofármaco)

A prescrição de medicamentos para pacientes portadores de


transtorno mental é a forma de tratamento mais conhecida, porém uma
das mais criticadas. É indispensável que você as conheça e que se
familiarize com seus nomes ainda que complicados, para que de fato
possa fornecer informações aos usuários e familiares e reconhecer seus
efeitos colaterais.
Psicofármaco: são drogas cujo principal uso é modificar as
funções psíquicas, normais ou alteradas. Portanto, não curam o doente
mental, apenas diminuem seu sofrimento. O tipo de psicofármaco,
assim como o tempo de utilização e as dosagens, vão depender do tipo
de sintoma que se deseja combater e da maneira como reage o
organismo do usuário. Os psico formacos são agupados em:
psicolépticos, hipnóticos, ansiolíticos, neurolépticos,
antipsicóticos, psicanalépticos, psicoestimulantes, antidepressivos,
psicodislépticos, euforizantes, psicotogênicos, normalizadores
psíquicos, psicoestimulantes.

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Os psicolépticos são drogas que atuam diminuindo a atividade
psíquica normal ou alterada. Produzem estes efeitos de formas variadas
conforme a indicação. Induzem o sono como os hipnóticos
(Pentobarbital, Flurazepan, Nitrazepan, Metaqualona, Trazolan), aliviam
ansiedade e tensão como os ansiolíticos (Diazepan, Lorazepan,
Meprobamato) e reduzem sintomas psicóticos como alucinações e idéias
delirantes como os antipsicóticos ou neurolépticos (Clorpromazina,
Haloperidol, Reserpina, Tioridazina, Flufenazina, Pipotiazina, Tiotixene).

Os psicanalépticos são drogas que atuam aumentando a


atividade psíquica normal ou diminuída. Podem atuar de duas
diferentes formas: estimulando a vigília, combatendo a fadiga ou
aumentando o desempenho, como os psicoestimulantes (Anfetamina,
Cafeína, Metanfetamina) e combatendo formas patológicas de depressão
mental melhorando o humor depresivo sem produzir euforia como os
antidepressivos (Imipramina, Amitriptilina, Fenelzina).

Os psicodislépticos são drogas que promovem o aparecimento de


estados psíquicos anormais, como alucinações, idéias delirantes ou
euforia. Seu uso se dá habitualmente de forma ilegal. Atuam de duas
formas, seja produzindo desinibição e euforia, como é o caso dos
euforizantes (álcool, cocaína, heroína), seja alterando a percepção,
fazendo com que o indivíduo perca muitas vezes o contato com a
realidade, como acontece com os psicotogênicos ou psicodélicos
(canabinóis, LSD, mescalina, psilocibina).

Os normalizadores psíquicos não atuam sobre estados


psíquicos normais, mas podem ser utilizados para corrigir os estados
psíquicos alterados. Também atuam de duas formas diferentes:
normalizando o humor ou prevenindo distúrbios afetivos como é o caso
dos eutímicos ou normalizadores do humor (sais de lítio) ou como
energizantes ou estimulantes da memória. Esta atuação, ainda em
estudo, vem aos poucos comprovando sua eficácia, tendo como
principal meta diminuir os distúrbios psíquicos decorrentes do
envelhecimento.

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5.3 Psicoterapia

O tratamento psicoterápico é, na maior parte das vezes, realizado


pelo psicólogo (às vezes também pode ser feito pelo psiquiatra) e seu
objetivo é variável de acordo com o caso, mas, em linhas gerais, visa
ajudar o indivíduo a retomar um estado de equilíbrio pessoal.

O atendimento psicoterápico pode ser feito de forma individual,


em grupo, em família, conjugal, sendo semelhante ao anterior, só que
apenas o paciente e seu cônjuge são atendidos.

Podemos dividir a psicoterapia em diversos grupos:

1. Terapia cognitivo-comportamental – Aborda os pensamentos e


comportamentos atuais
2. Psicanálise – Aborda as razões inconscientes dos problemas atuais.
3. Psicodrama – Atua com dramatizações de situações.
4. Terapias interpessoais – Abordam os relacionamentos atuais.
5. Terapias pela Atividade - Sob esse título, agrupamos as atividades
terapêuticas que usam a atividade do paciente como ponto principal.
Podemos classificá-las como ocupacionais e recreativas:

 Terapia ocupacional – Constitui importante modalidade de


atendimento, indispensável nos casos mais graves, como a
esquizofrenia, que oferece ao paciente diferentes possibilidades
de atividade laborativa (de trabalho), os pacientes geralmente
escolhem aquelas das quais desejam participar com a ajuda do
terapeuta ocupacional e outros profissionais, e pacientes
habilitados podem atuar como monitores.
 Terapia recreativa – Tem objetivos parecidos com os da
terapia ocupacional, mas as atividades desenvolvidas têm um
cunho recreativo, tais como os jogos, atividades esportivas,
festas e comemorações.

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UNIDADE VI: ASSISTÊNCIA DE


ENFERMAGEM PRESTADA AOS
PACIENTES COM DOENÇA OU
TRANSTORNO MENTAL
A Enfermagem é ciência e arte. Fundamenta-se num corpo de
conhecimentos e práticas abrangendo do estado de saúde ao estado de
doença, e ―mediada por transações pessoais, profissionais, científicas,
estéticas, éticas e políticas do cuidar de seres humanos‖.

Assistência de Enfermagem: «É o conjunto de procedimentos


baseados em normas e rotinas, cuja essência fundamental é o cuidado e
tratamento dos indivíduos enfermos ou sadios»

A adolescência e a vida adulta jovem ccaracterizam-se por


mudanças físicas, psíquicas e sociais. Nessa fase há uma predisposição
ao desenvolvimento de alguns transtornos psicopatológicos como a
depressão, ansiedade e alguns comportamentos de risco à saúde como
uso de drogas e álcool. Transtornos mentais comuns foram
conceituados por Goldberg, incluindo depressão não-psicótica e a
ansiedade.

Transtorno: é um conjunto de sintomas que geralmente


envolvem sofrimento pessoal e interferência nas funções que o indivíduo
necessita exercer em sua vida.

Transtorno mental: são alterações do funcionamento da mente


que prejudicam o desempenho da pessoa na vida pessoal, familiar E
social, incluindo na compreensão de si e dos outros.

Segundo a OMS e ONU, entende-se Transtornos Mentais como,


as condições caracterizadas por alterações mórbidas do modo de
pensar, humor, alterações do comportamento associadas à angústia
expressiva e/ou deterioração do funcionamento psíquico global.

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6.1. Tipos de doenças ou transtornos mentais

Os transtornos mentais classificam-se em dois grupos: Neuroses e


psicoses.

Neuroses: caracteriza-se por apresentar vários sintomas


psiquiátricos, geralmente não produzem perda de contacto do
indivíduo com a realidade, mas podem interferir na vida e no
bem-estar de quem as padece (laboral, social, estudantil,
familiar, etc).
Psicose: é o nome dado a um estado mental patológico
caracterizado pela perda de contacto do indivíduo com a
realidade, que passa a apresentar comportamento anti-social.

OBS: Ao Final de cada aula devem classificar cada uma das


doenças abordadas. E pesquisar o seguinte: Causas, Sinais e sintomas,
complicações, tratamentos, cuidados de enfermagem e Educação para
saúde.

TAREFA

1. Das doenças abaixo classifica-as quanto ao tipo de transtorno:

Neuroses Psicose

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1. DEPENDÊNCIA DE SUBSTÂNCIA
PSICOATIVA/TOXICOMANIA

O termo toxicomania deriva de duas palavras gregas: toxikon


(veneno) e mania (loucura). Portanto pode-se definir toxicomania como
sendo a mania de consumir uma ou mais substâncias químicas e
tóxicas.

Em um sentido mais abrangente podemos definir a toxicomania


como um distúrbio do qual o indivíduo sente uma vontade avassaladora
de consumir drogas, tornando-se dependente químico, uma vez que
precisa de doses progressivamente maiores para suprir suas
necessidades.

Sintomatologia: desejo de consumir e continuar consumindo a


substância química, aumentar progressivamente as doses para
conseguir sentir a sensação anterior com mais intensidade, ficando
assim, cada vez mais dependentes dos efeitos da substância. Muitos
possuem problemas comportamentais tornando-se agressivos e
depressivos.

Toxicodependência: termos genéricos que designam toda e


qualquer modalidade de vício bioquímico por parte de um ser humano
causada por complexo de fatores genéticos, biofarmacológicos e sociais,
incluídos os econômico-políticos.

Tratamento da Toxicomania

 Internação é a primeira medida a ser tomada, para a reabilitação do


dependente;
 Desintoxicação;
 Em relação ao tratamento farmacológico, a utilização de intervenções
farmacológicas não apenas são estratégicas válidas e disponíveis,
como muitas vezes salvam a vida de usuários em determinadas
condições.

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Cuidados de Enfermagem:

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2. TRANSTORNO DE ANSIEDADE/ ANSIEDADE

Ansiedade, ânsia ou nervosismo é uma característica biológica do


ser humano, que antecede momentos de perigo real ou imaginário,
marcada por sensações corporais desagradáveis, tais como uma
sensação de vazio no estômago, coração batendo rápido, medo intenso,
aperto no tórax, transpiração, e outras alterações. Ou seja, Ansiedade é
um estado emocional que se adquire como consequência de algum ato.
Existe ansiedade normal (Quase sempre tem causa conhecida) e
patologica (sem rezão ou quase sempre com sintomas acima do normal).

Sintomatologia: os sintomas podem ser emocionais,


comportamentas (falha de memoria, dificuldade de concentração,
insegurança, medo) e fisicos (falta de ar, cefaleia, dor no peito,
taquicardia, Instabilidade, necessidade urgente de defecar ou urinar,
dificuldade em engolir, dificuldades para relaxar, Sensação de
impotência, Fadiga, Insónia, etc).

Os transtornos de ansiedade constituem grande parte da


demanda psiquiátrica e envolve um grande grupo de classificações de
transtornos, dos quais veremos os principais:

Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) é, normalmente,


considerado um paciente difícil, pois permanece em constante estado
de irritabilidade, impaciência, apreensão. Geralmente ele reclama de
tensão, suores constantes (frios ou não), sensação de ―cabeça leve‖,
tonteiras, mal-estar gastrintestinal, palpitações e dificuldade para
dormir. O fato é que se trata de uma ansiedade ―impossível de
controlar‖.

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Transtornos Fóbico-Ansiosos, os sintomas de ansiedade ocorrem
diante de objetos ou situações bem definidos, que não costumam
causar terror nas pessoas em geral. O que faz as pessoas evitá-los a
qualquer preço. Tais transtornos também são chamados de fobias,
que podem ser social, específicas ou agorafobia.

Transtorno de Pânico, o transtorno de pânico caracteriza-se por


ataques de pânico recorrentes e sem motivo inicial aparente. Nesses
ataques de pânico, a pessoa experimenta diversos sintomas
característicos de alteração do sistema nervoso autônomo, tais como:
coração acelerado, respiração rápida e sentida como ineficiente, dor
no peito ou no estômago, suores, tremores, dormências, tonturas,
náuseas e outros. Mas o principal desses ataques é a sensação de
terror que a pessoa experimenta diante da nítida sensação de que vai
morrer ou perder totalmente o controle (ter um desmaio ou ter uma
amnésia irreversível).

Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) é um transtorno de


ansiedade no qual o indivíduo desenvolve pensamentos ou ações
repetitivas que ele próprio considera na maioria das vezes como
inapropriadas, mas que não consegue controlar, muitas vezes
porque acredita que algo trágico ocorrerá a si ou a outros caso ele
não as execute.

Transtorno de Estresse Pós-Traumático o paciente refere


geralmente um evento fortemente traumático (estupro, catástrofes,
seqüestros), muito gerador de estresse e a partir do qual passou a
desenvolver repetidos episódios nos quais, mediante a lembrança do
evento, desenvolve toda uma série de reações

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Tratamento: O tratamento é feito com psicoterapia e
medicamentos, dentre os quais ansiolíticos e antidepressivos.

Cuidados de Enfermagem:

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3. TRANSTORNO DEPRESIVO/DEPRESSÃO
A depressão é um transtorno mental caracteriza pelo humor triste
(rebaixamento do humor), de duração pelo menos 2 semanas. Pode ser
classificado como leve, moderada ou grave.

Causas/Factores de risco: suas causas estão ligadas a Fatores


psicossociais, Fatores biológicos (Alterações nos níveis de
neurotransmissores), Fatores Físicos (Traumatismos), Drogas (Cocaína)
e Medicamentos como benzodiazepínicos, corticosteróides, anti-
histamínicos e analgésicos.

Sintomatologia: tristeza, melancolia, choro fácil ou frequente,


apatia, falta de sentimento, aborrecimento crônico, irritabilidade á
pessoas, barulhos, angústia ou ansiedade, desespero, fadiga, insônia ou
hipersonia, perda ou aumento do apetite, palidez, diminuição do desejo
sexual, perda do prazer pela vida, pessimismo em relação a tudo, ideias
de culpa, ruminações com mágoas antigas, idéias de morte, idéias de
sumir, dormir para sempre, ideias suicidas, perda de atenção e
concentração, dificuldade de tomar decisões, sentimento de baixa
autoestima, de vergonha.

.Classificação da depresão:

1. Episódio depressivo (caso seja o primeiro episódio)


2. Episódio depressivo leve: Dois ou três sintomas sem grave
prejuízo
3. Episódio depressivo moderado: Quatro ou mais sintomas com
sério prejuízo nas atividades diárias;
4. Episódio depressivo grave
Sem sintomas psicóticos: Muitos sintomas e severo prejuízo
nas atividades diárias, ideação suicida;

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Com sintomas psicóticos: episódio acompanhado de
alucinações, ideias delirantes, lentidão psicomotora, pode
existir o risco de suicídio, de desidratação ou de desnutrição.

5. Episódio depressivo recorrente: Caso não seja o primeiro episódio


depressivo.

Tratamento: o tratamento geralmente envolve psicoterapias, uma


medicação antidepressiva, suplementos alimentares e atividades físicas.

Cuidados de Enfermagem:

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4. TRANSTORNO CONVULSIVO/EPILEPSIA
Epilepsia é um transtornos neurológicos caracterizada por ataques
de duração e intensidade variável, que vão desde episódios de curta
duração e praticamente imperceptíveis até longos períodos de agitação
vigorosa.

Causas: Na maior parte dos casos de epilepsia desconhece-se a


origem da doença, embora algumas pessoas desenvolvam epilepsia
posteriormente a lesões cerebrais, AVC, tumores cerebrais,
toxicodependência ou alcoolismo, entre outros. Os ataques epilépticos
são o resultado de atividade excessiva e anormal das células nervosas
do córtex cerebral.

Sintomatologia: os sinais e sintomas de uma crise epiléptica


(distúrbios da consciência, dos movimentos ou da sensibilidade)
refletem, portanto, a ativação da parte do cérebro afetada por esta
atividade excessiva. Durante as crises generalizadas os possíveis
sintomas são:

 Enrijecimento do corpo (fase tônica);


 Grunhidos (fase tônica);
 Virar olhos e cabeça (fase clônica);
 Movimentação dos braços e pernas (fase clônica);
 Salivação espumosa (fase clônica).

Tratamento: o tratamento envolve o uso de Anti-convulsivantes,


ou estabilizantes de humor, também são usados no tratamento de
transtorno bipolar de humor. E para as crises frequentes faz-se uma
medicação acentuada e continua, quando normalmente não se sabe as
causas.

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Cuidados de enfermagem:

 Antes de tudo, mantenha a calma. A maioria das crises são auto-


limitadas, desaparecendo espontaneamente;
 Coloque a pessoa em decubito dorsal, em superficie plana,
retirando de perto objetos com que ela possa se machucar, como
pulseiras, relógios, óculos, etc;
 Introduza um pedaço de pano ou um lenço entre os dentes para
evitar mordidas na língua;
 Levante o queixo para facilitar a passagem de ar
 Afrouxe as roupas;
 Caso a pessoa esteja babando, mantenha-a em decubito dorsal
com a cabeça voltada para o lado, evitando que ela se sufoque
com a própria saliva/Bronco-aspiração.
 Quando a crise passar, deixe a pessoa descansar;
 Nunca segure a pessoa (deixe-a debater-se);
 Não bater o paciente;
 Não molhar com água o paciente;
 Se o paciente estiver tendo uma crise convulsiva tônico-clônica, eis
alguns conselhos:

 Não tente imobilizar seus membros.


 Deixa o paciente se debater.
 Procure apenas proteger a cabeça com uma almofada. Se o
paciente estiver se sufocando com a própria língua, NUNCA ponha
a mão dentro da boca para tentar ajudá-lo. Ele pode subitamente
contrair violentamente a mandíbula, podes perder os dedos. O
simples ato de girar a cabeça para o lado é suficiente para a língua
cair e desobstruir as vias aéreas.
 Após a crise é normal o paciente permanecer desacordado por
algum tempo. Coloque-o em decubito lateral de segurança e deixe-
o dormir.

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 Nunca ofereça nada para beber ou comer logo após a crise. Nesta
fase o paciente pode não conseguir engolir direito, sofrendo risco de
aspirar o alimento ou o líquido.

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5. TRANSTORNO
ESQUIZOFRÊNICO/ESQUISOFRENIA

Doença chamada em esquizo (fragmentada, partida ou rota) frenia


(mente), com profundas deficiências na capacidade de pensar com
clareza e sentir emoções normais. Normalmente chamado esquizofrenia,
esse é um dos mais graves transtornos mentais.

No DSM-IV a esquizofrenia é definida por um grupo de sintomas


característicos, como alucinações, delírios e sintomas negativos (ex.
embotamento afectivo, alogia); deterioração das relações sociais,
ocupacionais ou interpessoais; e sinais contínuos do transtorno por
pelo menos seis meses.

A esquizofrenia foi inicialmente descrita como doença no final do


século XIX pelo psiquiatra alemão Emil Kraepelin. Na época, ele
chamou-a de Demência Precoce, pois as pessoas acometidas por ela, na
sua maioria jovens, exibiam um comportamento regredido e
desorganizado, que lembrava os idosos portadores de demência, como a
Doença de Alzheimer.

Etiologia: envolve múltiplas causas como Predisposição genética,


Factores ambientais (produzindo mutações ou influenciar a expressão
genética), Factores biológicos- lesões no nascimento, má nutrição
materna ou abuso de substâncias por parte da mãe.

Sintomatlologia: comportamento hiperativo (inclusive desde a


infância), desatenção e dificuldades de memória e aprendizado,
sintomas de ansiedade (inquietação, somatizações, como taquicardia,
palpitações e falta de ar), desânimo, desinteresse generalizado e humor
depressivo. Os achados clínicos são observados em três dimensões:

1. Psicoticismo
2. Desorganização e
3. Sintomas negativos

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Tipos de esquizofrenia: esses são classificados de acordo com a
classificação do (DSM-IV) e (CID-10).

 Segundo o (DSM-IV) a esquizofrenia pode ser: Esquizofrenia


paranoide, desorganizada catatónica, indiferenciada e
residual
 Segundo o (CID-10) a esquizofrenia pode ser: Esquizofrenia
paranoide, hebefrenica, catatónica, indiferenciada,
depressão pós- esquizofrênica, residual, simples.

Tratamento: o tratamento da esquizofrenia envolve


psicofarmacos, intervenções psicossociais, terapia familiar, reabilitação
cognitiva, treinamento de habilidades sociais, reabilitação psicossocial.

Cuidados de enfermagem:

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6. TRANSTORNO/DISTÚRBIOS DO SONO

Cansaço persistente, irritação, falta de atenção e queda de


rendimento. Esses comportamentos, facilmente tachados de "preguiça" -
na escola ou no trabalho - podem, na realidade ser resultado de
distúrbios do sono. E as consequências não param por aí: levam até ao
risco de doença cardiovascular e depressão.

Podemos descrever três grandes grupos de distúrbios do sono: (1)


Insónias, (2) Sonolência excessiva, (3) Comportamentos anormais
durante o sono.

Para quem quer uma noite bem dormida ficam as orientações: ―Não
fazer exercícios fortes à noite, evitar as refeições pesadas e as atividades
estimulantes - como assistir televisão e ter um horário certo para
dormir e acordar‖.

1. Insónia

É o problema de sono mais comum na população. Caracteriza-se


pela dificuldade em iniciar e manter o sono ou dormir de maneira não
reparadora, o que acarreta repercussão nas atividades diurnas. A
pessoa se sente cansada, irritada, sonolenta, com dores no corpo,
desanimada, mal-humorada e apresenta alterações de memória.

 Causas: ansiedade, estresse, depressão, maus hábitos - como a


ingestão - próximo ao horário de dormir - de bebidas alcoólicas,
cafeína, chás mate e preto (que funcionam como estimulantes),
falta de horário para dormir e acordar, alimentação pesada,
prática de exercícios físicos à noite, problemas familiares,
econômicos e profissionais. Também causas orgânicas, como
alterações na respiração.

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2. Sonolência excessiva

É caracterizada por muito sono ou sonolência nos momentos em


que é necessário estar atento como ao dirigir, em entrevistas, palestras
ou cinema. Muitas vezes, é tão incontrolável que a pessoa chega a
dormir em situações perigosas.

 Causas: dormir menos do que o necessário ou ter distúrbios do


sono como, por exemplo, a apneia do sono.

3. Distúrbio comportamental do sono REM

É mais comum entre homens idosos, embora possa se manifestar


em qualquer pessoa. A paralisia, característica normal desse estágio do
sono, não acontece; portanto, a pessoa vivencia o que está sonhando.
De acordo com Dra. Stella, muitas vezes o comportamento é violento e
as pessoas acabam com fraturas, cortes e machucando seus
companheiros. Devem ser tomadas medidas de segurança - como
manter janelas e portas trancadas - para evitar acidentes. Idiopatica.

Tratamento geral:

Cuidados de enfermagem:

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Trabalho Para Casa

1- Faça a descrição dos seguintes transtornos: Sonambulismo,


terror noturno, Enurese e Apneia do sono.

2- Sobre o Transtorno Bipolar de Humor diga:


a) O que é
b) Classificação
c) Causa
d) Tratamento
e) Cuidados de enfermagem

3- Sobre os Transtorno dos hábitos alimentarares diga:


a) O que é
b) Classificação
c) Causa
d) Tratamento
e) Cuidados de enfermagem

4- Sobre os Transtorno dos hábitos sexuais diga:


a) O que é
b) Tipos de transtornos
c) Causa
d) Tratamento
e) Cuidados de enfermagem

5- Sobre o Retardo Mental diga:


a) O que é
b) Classificação
c) Calculos de QI
d) Causa
e) Tratamento
f) Cuidados de enfermagem

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6- Sobre o transtorno dissociativo (Histeria) diga:
a) O que é
b) Classificação
c) Causa
d) Tratamento
e) Cuidados de enfermagem
7- O que entendes por transtorno somatoformes

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UNIDADE VII- EMERGÊNCIA


PSIQUIÁTRICA
Com a abertura das portas dos ―manicômios‖, a tendência é que a
emergência psiquiátrica faça parte da rotina de atendimento em
hospital geral. Isto impõe aos profissionais que aí atuam maior
sensibilidade em relação à ocorrência de situações que em uma
primeira avaliação parecem de origem orgânica, mas que na maioria das
vezes são desencadeadas a partir de problemas sociais e mentais.

A discussão sobre como são feitos os atendimentos dos clientes


com transtornos mentais nas emergências gerais leva-nos à seguinte
reflexão: serão eles resistentes aos transtornos clínicos, como trauma,
infarto agudo do miocárdio, cetoacidose diabética e outras disfunções
orgânicas que colocam a vida em risco?

Para exemplificar, certa vez uma paciente com transtornos mentais por duas vezes
procurou atendimento numa emergência, queixando-se de dor no peito, sendo medicada
com analgésico. Logo após, recebeu alta, sendo orientada a manter repouso absoluto em
sua casa. No mesmo dia, pela terceira vez, ao ver a senhora, o médico disse: ―Já vem esta
mulher ‗pitiática‘ de novo‖.

Orientou que instalassem uma solução glicosada e colocou a paciente em uma enfermaria
vazia até o ―piti‖ acabar. Não permitiu a companhia da filha. Mais de uma vez os auxiliares
de enfermagem informaram que a paciente continuava queixando-se de dores cada vez
mais fortes. O médico continuou não dando importância à queixa da ―louca‖ e foi atender
outros pacientes, garantindo que, se a ignorassem, a ―dor‖ iria passar. Sua filha,
inconformada com a demora a falta de informações sobre a mãe, invadiu a enfermaria,
encontrando sua mãe morta, vítima de um infarto agudo do miocárdio. Sem credibilidade
por ser ―louca‖, morreu sozinha e sem assistência.

Essa história serve como alerta para refletirmos sobre a dinâmica


de avaliar e cuidar adotada nos serviços de emergência, que faz deste
setor um lugar da unidade hospitalar cujo princípio básico de
atendimento é começar imediatamente a terapêutica dos transtornos
que colocam a vida em risco. E, apesar de ser um setor que exige
rapidez e eficiência no atendimento, não tem que ser desprovido de
sensibilidade.

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7.1. Caracterizando as intervenções diante das crises

Pode-se encontrar, nas emergências clínicas, alcoolistas em


abstinência; indivíduos com crise do pânico, buscando avaliação
cardiológica; suicídios por superdosagem de medicamentos; vítimas de
violência doméstica; e reação de estresse por estar desempregado ou
enlutado em decorrência de acidentes ou morte súbita. Enquanto que
nas emergências psiquiátricas são comuns as situações de psicoses,
agitação por drogas, indivíduos com descompensação de quadros
esquizofrênicos.

Foi sugerido um modelo básico de cinco etapas a ser utilizado


para intervenção em crise:

 Explorar e definir o problema com base na perspectiva do paciente,


prestando atenção nas mensagens não-verbais - Nem tudo o que o
indivíduo fala é o que sente. Os gestos, o olhar, o corpo podem
indicar emoções que nem sempre são expressas em palavras. Um
paciente pode pedir a você que o deixe sozinho enquanto chora e
segura firmemente sua mão.
 Demonstrar de modo verbal e não-verbal que você se importa com
ele.
 Providenciar segurança ao paciente, avaliando o grau de risco para a
segurança física e psicológica do mesmo e de terceiros.
 Auxiliá-lo a buscar alternativas de escolhas disponíveis, facilitando a
busca por apoio situacional de pensamento.
 Construir junto (família e amigos), mecanismos de defesa/adaptação
e padrões construtivos com o paciente planos realistas de curto
prazo que identifiquem recursos disponíveis e mecanismos de
adaptação bem definidos.
 Obtenha do cliente o compromisso de seguir os passos necessários,
possíveis e aceitáveis para correção do problema.

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7.2. Avaliação Primária na Emergência Psiquiátrica


A avaliação primária realizada pela equipe de enfermagem nas
emergências psiquiátricas deve ter como base questionamentos e
observações que sirvam como instrumentos do cuidar, considerando os
seguintes aspectos:

 Aparência - O paciente está extremamente limpo, sujo, agitado,


calado? Olha nos olhos das pessoas que conversam com ele? Está
cheirando a álcool ou tem midríase por uso de cocaína? Interage com
aqueles que lhe trouxeram à emergência ou recusa a presença
destas pessoas?

 Consciência - Está confuso e/ou sonolento? Compreende o que está


se passando ao redor? Apresenta distúrbios neuropsicológicos como
linguagem, memória e atenção prejudicadas? Conhece as pessoas
que lhe trouxeram?

 Pensamento - Pensa e fala muito rápido? Está com pensamento


lento, como em depressão? É estranho e incompreensível, como em
psicoses? Vê vultos, insetos nas paredes, como no caso de Delirium?
Escuta vozes? Pensa que alguém quer lhe tirar a vida ou quer lhe
prejudicar?

 Humor e afetividade - Está profundamente triste, eufórico ou


normal? De repente se irrita com qualquer coisa? Apresenta idéias
suicidas ou homicidas? Mostra-se indiferente afetivamente?

 Julgamento e crítica - Demonstra bom senso em suas idéias?


Entende os procedimentos que estão sendo realizados pela equipe de
saúde? Admite ter um problema psiquiátrico ou culpa outra pessoa
por suas dificuldades? Percebe que está doente?

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Depois desta avaliação, a equipe de enfermagem estará mais
segura para administrar os medicamentos orais/parenterais e
monitorar as reações adversas. Além disso, o diálogo com o paciente é
sempre o melhor meio para estabelecer uma relação de confiança,
mesmo quando este necessitar de contenção e restrição no leito.

7.3. Classificando as Emergências Psiquiátricas

Em geral, as síndromes ou sintomas psiquiátricos mais


freqüentes na prática das emergências podem ser classificados como
agitação e/ou agressividade; e tentativa de suicídio; ansiedade; conflitos
interpessoais; abuso de substâncias.

7.3.1. Agitação e/ou agressividade

Alguns pacientes chegam neste setor agudamente agitados, com


risco iminente para si e para outros. Geralmente, precisam ser
fisicamente restritos, mas a equipe deve sempre optar por uma
abordagem menos restritiva e mais humana.
 A equipe de enfermagem deve manter-se calma, porém com
atitudes firmes;
 A equipe que o assiste deve sala sempre mais próxima da porta
do que do paciente, evitando também que no recinto haja objetos
que possam se transformar em armas. Outra precaução é a
presença de pessoas na equipe que dominem as técnicas de
contenção, para utilizá-las de imediato; Imobilização dos quatro
membros;
 Controle freqüente dos sinais vitais e manutenção de decúbito;
 Estimulação da ingesta hídrica e a monitorização da hidratação
venosa servem para evitar quadros de desidratação;
 Os medicamentos mais utilizados são os antipsicóticos. A
combinação de antipsicóticos com benzodiazepínicos tem sido
uma alternativa para diminuir a dosagem do primeiro.

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7.3.2. Depressão e tentativa de suicídio

O paciente levado à emergência com pensamento suicida ou após


tentativa de suicídio exige da equipe de saúde determinação e poder de
decisão. saúde.

 Na emergência para retirá-los do risco de vida, é utilizado outra


substância que inativa o efeito da substância escolhida, lavagem
gástrica, hemoperfusão e/ou hemodiálise. Passada esta fase, são
utilizados medicamentos antidepressivos.
 O melhor efeito terapêutico é obtido pelo uso combinado de
antidepressivos e psicoterapia. Independente de ter tentado o
suicídio, todo paciente que se apresenta com depressão na
emergência precisa ser informado de que esta tristeza profunda é
uma doença, e que existe tratamento eficaz à disposição, sob o
ponto de vista biológico e psicológico.
7.3.3. Ansiedade

A ansiedade faz parte do cotidiano de cada cidadão. Quando


prestamos um concurso, quando esperamos o resultado de um exame
médico, ou mesmo quando passamos por situações de violência, nosso
coração dispara por medo ou ao pensar na possibilidade de não
alcançar os resultados esperados.

 Os transtornos do pânico são quadros de início súbito, com


ansiedade intensa, sensação de morte iminente, acompanhados
por palpitações, desconforto precordial, vertigem, parestesia,
tremores e sudorese. Esses sintomas levam o cliente e a família a
procurar imediatamente os serviços de emergência em função da
sensação de morte iminente.
 O diálogo e a administração de antidepressivos ou
benzodiazepínicos e ácido valpróico são os primeiros passos
terapêuticos, além do acompanhamento da função cardiovascular
através de monitorização cardíaca e dos sinais vitais.

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7.3.4. Abuso de substâncias

O uso indiscriminado de substâncias como álcool, anfetaminas,


estimulantes, sedativos, inalantes como colas, tintas, e gasolina, tem
levado muitas pessoas a serem atendidas nas emergências. Além dos
quadros crônicos, ocorrem freqüentemente quadros agudos secundários
ao uso destas substâncias, como acidentes automobilísticos. As
intervenções, nestes casos de intoxicação são:

 Observação e monitoração da febre, hipotensão ou hipertensão.


 Tratamento da agitação e/ou violência com antipsicótico
 Restrição física, se necessário.
 Em casos de diminuição do nível de consciência, é preconizada
administração de glicose endovenosa.
 A mensuração do teor de álcool no organismo, é extremamente
importante. Na falta deste exame pode ser utilizado um aparelho
(bafômetro) que mede o nível do álcool no organismo através de
uma baforada ou sopro.

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Frase para pensar

“O espírito humano é mais forte que qualquer droga!


É isso que precisa ser alimentado, com trabalho, lazer, amizade e família.
É isso que é importante...
E foi disso que nós esquecemos....
das coisas mais simples...”

(Extraído do filme Tempo de Despertar).

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
FERNANDES, A.M.O. & PINHEIRO, A.K.S. Manual do Estagiário em
Enfermagem Nível Superior: AB, Goiánia, Brasil, 2005, p. 1 – 4.

ROQUE SCHNEIDER, S. J. Agenda da Felicidade, 5ª edição: Paulinas,


2005, p.42.

Brunner, L.S. e Suddarth, Gestão e Administração em Enfermagem.


3ª Edição. Rio de Janeiro, Interamericana, 1977.PERRY, POTTER.
Fundamentos de Enfermagem. 4ª edição, vol.I: Guanabara Koogan,
RJ, 1999, p. 185 a 186.

http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1647-
21602014000300001. Comunicação terapêutica. Asseçado as 00h03,
do dia 15.01.2018.

Idelmina L. L.e Maria L. M. Manual do Técnico em Enfermagem. 9ª


edição. Goiânia, 2010.

Educação Profissionalizante. 2. Auxiliares de Enfermagem. 3. Saúde


Mental. I. Brasil. Ministério da Saúde. II. Brasil.

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