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Psicologia Hospitalar
• 1960 -> antes dessa década a saúde pública no Brasil o que predominava era o
modelo sanitário-campnhista, ou seja, voltado para prevenção de doenças,
atendendo grande endemias como: haseniase, turberculose e verminose, estando
ao cargo dos ministérios da saúde.
• Atenção as doenças eram feitas pelos institutos de Aposentadoria privada IAP´S
para os trabalhadores que contribuía para a previdência.
• A população pobre era atendida pelas Santas Casas da Misericórdia, geralmente
aos cuidados da igreja.
• A medicina privada centrava-se em médicos generalistas e de família.
• 1964 e 1973, ditadura militar, ocorreu fortalecimentos do complexo médico-
industrial brasileiro, baseado no modelo americano inspirado no Relatório
Flexner.
• Doença considerada um processo natural, biológico, enquanto que as dimensões
sociais, do coletivo, do público e da comunidade não contam para o ensino médico
e não são considerados como implicados no processo de saúde-doença.
• 1970 – Década de crescimento dos grandes hospitais públicos e sobretudo do setor
privado. É nesse contexto que surgiu a atividade da Psicologia no setor saúde, que
foi aos poucos recebendo denominação de Psicologia Hospitalar.
• 1980 – Questionamento pelo movimento sanitário que o modelo centrado no
hospital hegemônico não dava conta de das necessidades de saúde.
Movimento sanitário foi um movimento protagonizado – durante a ditadura militar – por
profissionais da saúde, estudantes e intelectuais, algém de outros integrantes da sociedade
brasileira, que se reuniram em 1986, na OITAVA CONFERENCIA NACIONAL DE
SAÚDE.
Esse movimento culminou na defesa de bases para a implementação do SUS, cujas ideias
principais foram incluídas na Constituição de 1988. Estabeleceu que a saúde é direito
inalienável do cidadão brasileiro e dever do estado.
A Oitava conferência de saúde estabeleceu o conceito ampliado de saúde, considerando
não mais em contraposição ao conceito de doença, mas entendendo que a saúde “tem
como fatores determinantes e condicionantes, dentre outros – a alimentação, a moradia,
o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o
lazer, e o acesso aos bens e serviços essenciais.
A doença é uma construção e o adoecer é uma experiência de vida e, muitas vezes, ambos
os conceitos são empregados como sinônimos. O adoecer é pautado em experiências
singulares e subjetivas que devem ser levadas em conta ao abordar a pessoa doente,
sobretudo quando da hospitalização.
Rede de Atenção a Saúde (RAS)
• Criada pela portaria 4.279/2010 com o objetivo de organizar as ações e servições
de saúde qualificando a gestão do cuidado no contexto atual.
• Possui comunicação nos diferentes pontos da atenção desde a primária até a
terciária.
1. É um disposto que integra desde a sua base, que é a Unidade Básica de Saúde
9UBS), ponto primário de atenção, até o hospital, ponto terciário.
2. Inclui atenção secundária representada, por exemplo, pelos Ambulatórios,
UPA (unidade de pronto atendimento), consultórios na rua, além de atenção
especializada. Inclui ainda a RAPS – Rede de atenção psicossocial, que é
composto por estabelecimentos, serviços e equipes que integram os três níveis
de atenção.
3. Conta ainda com o setor privado, para complementar a atenção que é fornecida
aos usuários.
4. Referência e contrarreferência – trata-se de estabelecer fluidez na
comunicação entre os diferentes pontos de atenção, através do repasse de
informações sobre o usuários focal, tendo em vista que ao ser referido –
encaminhado – ao hospital, a partir da UBS localizada no território em que
este reside, por exemplos, precisa voltar a ele sob os cuidados dos
profissionais da ABA e ambos os pontos de atenção se responsabilizam pela
continuidade da atenção ao usuário.
o Para Simon, (1989, p. 60) a crise acontece quando “há um aumento ou redução
significativa do espaço no universo pessoal” entendendo-se “universo pessoal”
o “ser em sua unidade”, cujo significado emocional que ele dá ao fato
experienciado é individual, intransferível e original.
o Seguindo este pensamento, o paciente em crise, “ser em sua unidade”, sente-
se, muitas vezes, incapaz de reagir, pois encontra-se vulnerável. Sartre fala do
ser-em-situação (VERGEZ; HUISMAN) em que apenas cada um pode atribuir seu
próprio sentido ao momento vivido.
o São momentos de rupturas, em que o paciente desestabiliza-se, a família
desestabiliza-se e tudo isso provoca, na equipe de saúde, afetações importantes
na subjetividade de cada membro cuidador, mobilizando, também, sentimentos
ambivalentes e conflituosos.
o O adoecimento, então, é compreendido como um momento de crise dada as
possíveis rupturas significativas, mobilizações do ponto de vista emocional, as
implicações e desdobramentos na existência da pessoa.
o Uma experiência de mal-estar que tem um poder desestabilizador e que pede
cuidados. Safra (2003) afirma que nas situações de crise, o sujeito pode estar
paralisado pelo problema, perdendo momentaneamente a capacidade de
encontrar soluções. A crise paralisa, cuja inércia não permite que ele consiga
falar sobre o problema e colocar sua questão em movimento, podendo
encontrar meios de melhor se relacionar com ela e aceitar suas dificuldades.
É nesta perspectiva que Simonetti (2004, p. 15) afirma: “toda doença apresenta aspectos
psicológicos, toda doença encontra-se repleta de subjetividade, e por isso pode se beneficiar do
trabalho da(o) psicóloga(o) hospitalar”.
DOENÇA AGUDA
Segundo Carter e Mac Goltrych (1995), o curso da doença é marcado por três formas gerais:
Assim, a(o) psicóloga(o) no âmbito hospitalar estará implicado não só com o sofrimento, mas
com a evolução do quadro clínico até a fase final, com o luto e o óbito. Deste modo, é importante
saber: quem é a pessoa assistida? Qual a patologia? Aguda ou crônica? Com sequelas provisórias
ou definitivas? Está devidamente informados sobre seu tratamento? E a família? Participativa?
Fragilizada? Quais as repercussões psicossociais na vida da pessoa assistida e da sua família? A
doença já evoluiu para a fase terminal? Pode-se fazer paliação.
Esta escuta clínica da(o) psicóloga(o) hospitalar é ampliada a três diferentes grupos de atenção:
pessoa assistida, família e instituição. Esta tríade configura um diferencial importante do
trabalho da Psicologia dentro das instituições de saúde, em contraponto com a atuação na
clínica, pois o foco central no sujeito adoecido ou em sofrimento preconiza um olhar ampliado
à família do paciente como extensão dessa dor emocional e uma necessidade de interação
efetiva com a equipe de saúde que acompanha o caso.
De acordo com Perez (2005), a maioria das solicitações de atendimento psicológico em uma
Unidade de Emergência surge em função de quadros reativos à situação da gravidade do caso,
necessidade de atendimento emergencial e as próprias características ansiogênicas de um setor
de urgência. São estas: depressão, estados confusionais e não colaboração ao tratamento. É
importante que, mediante essa percepção, a(o) psicóloga(o) acolha a pessoa identificando quais
são os reais fatores individuais que geram a resistência aos procedimentos propostos e quais as
forças dinâmicas que bloqueiam sua adesão e colaboração, para ajudar o paciente a se apropriar
de seu próprio tratamento.
URGÊNCIA E MERGÊNCIA
De acordo com Perez (2005), a maioria das solicitações de atendimento psicológico em uma
Unidade de Emergência surge em função de quadros reativos à situação da gravidade do caso,
necessidade de atendimento emergencial e as próprias características ansiogênicas de um setor
de urgência. São estas: depressão, estados confusionais e não colaboração ao tratamento. É
importante que, mediante essa percepção, a(o) psicóloga(o) acolha a pessoa identificando quais
são os reais fatores individuais que geram a resistência aos procedimentos propostos e quais as
forças dinâmicas que bloqueiam sua adesão e colaboração, para ajudar o paciente a se apropriar
de seu próprio tratamento.
No caso do trabalho da(o) psicóloga(o) frente a esta realidade, o que se tenta é acolher este
indivíduo, a partir do oferecimento de uma escuta, que permita a explicitação do sofrimento. O
acolhimento deve ser realizado com cautela, pois o paciente internado tem sua vontade
aplacada, seus desejos coibidos, sua intimidade invadida e seu mundo de relações
provisoriamente rompido. Muitas vezes ele deixa de ser sujeito, para se tornar um objeto da
prática médica hospitalar, onde sua individualidade fica suspensa, transformando-se em mais
um caso a ser contabilizado na instituição.