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SAÚDE PÚBLICA
Natália Epaminondas
Enfermeira Especialista
05/8 – Dia Nacional da Saúde
• Etimologicamente, saúde procede do latim sanitas, referindo-se à
integridade anátomo - funcional dos organismos vivos (sanidade).
• Por seu caráter multidimensional, o conceito de saúde deve ser
examinado segundo os diferentes referencias culturais e teóricos, e
depende do período histórico e do lugar em que se estabelece a
definição.
• Da Antiguidade ao século XXI, superada a concepção sobrenatural de
saúde e enfermidade, concebia-se saúde como a ausência de
enfermidade (doença, deficiência, invalidez). Estado que revelava o
equilíbrio do organismo, com referência aos seus meios interno e
externo. Gozar de saúde significava não padecer de enfermidade, estar
em harmonia consigo mesmo e com o meio.
• Em 1.947 a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu saúde como
“um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas
a ausência de doença”.
• Saúde Mental é um estado de bem-estar emocional,
psicológico e social em que um indivíduo é capaz de lidar
com os desafios normais da vida, trabalhar de forma
produtiva e contribuir para a sua comunidade. É um
estado de equilíbrio entre as diferentes dimensões do
indivíduo, como seus pensamentos, emoções,
comportamentos e relacionamentos.
• A saúde mental é afetada por muitos fatores, incluindo
a genética, o ambiente, a cultura, a experiência de
vida e os eventos estressantes. As doenças mentais são
condições médicas que afetam a saúde e podem incluir
transtornos de ansiedade, depressão, transtornos
alimentares, transtornos de personalidade e transtornos
psicóticos, entre outros.
• A promoção da saúde mental envolve a criação de
ambientes de suporte, a prevenção de fatores de risco
e o tratamento de doenças mentais.
HOMEOSTASE
• A homeostase pode ser definida como a capacidade do
organismo de manter o meio interno em equilíbrio apesar das
alterações do meio. O corpo humano, para funcionar
adequadamente, deve estar em equilíbrio.
• Saúde mental é um estado de equilíbrio e bem-
estar emocional, psicológico e social que
permite que uma pessoa viva de forma plena e
saudável. Envolve a capacidade de lidar com os
desafios diários da vida, trabalhar de forma
produtiva, ter relacionamentos saudáveis e
contribuir para a sociedade.
Características da Saúde Mental
• Bem-estar emocional: A pessoa é capaz de lidar com suas
emoções e sente um equilíbrio emocional geral.
• Bem-estar psicológico: A pessoa é capaz de lidar com os
desafios da vida e mantém um estado mental saudável.
• Bem-estar social: A pessoa mantém relações interpessoais
saudáveis e satisfatórias com outras pessoas.
• Autonomia: A pessoa é capaz de tomar decisões e agir de
forma independente.
• Autoestima: A pessoa tem uma autoimagem positiva e se
valoriza como indivíduo.
• Resiliência: A pessoa é capaz de se recuperar rapidamente de
situações estressantes e desafios.
• Equilíbrio entre as diferentes dimensões da vida: A pessoa
mantém um equilíbrio saudável entre sua vida pessoal,
profissional e social.
• Adaptação: A pessoa é capaz de se adaptar a novas situações e
mudanças na vida.
• Sentido de propósito: A pessoa tem um sentido de propósito e
significado em sua vida.
• Essas características não são exaustivas, mas oferecem uma
ideia geral das principais dimensões da saúde mental. É
importante lembrar que a saúde mental é dinâmica e que o
bem-estar emocional e psicológico pode variar ao longo do
tempo em resposta a diferentes fatores, eventos e
circunstâncias.
• Em 1978 houve um racha na Divisão Nacional de Saúde
Mental (Dinsam), órgão vinculado ao Ministério da Saúde.
Profissionais denunciaram as condições de profunda
degradação humana em que operava a maioria dos hospitais
psiquiátricos no país. A crise, em pleno regime militar, levou à
demissão da maioria dos denunciantes.
• Em 1979, foi criado o Movimento dos Trabalhadores em
Saúde Mental (MTSM) e em 1987, o movimento
antimanicomial, dando continuidade à luta pela nova
psiquiatria. O projeto de reforma psiquiátrica foi apresentado
em 1989 pelo então deputado Paulo Delgado (MG). Após 12
anos, o texto foi aprovado e sancionado, em 2001.
Pandemia
• Uma pesquisa publicada em março pelo site Dr. Consulta afirma que a
pandemia de covid-19, com seu quadro marcado por crônica insegurança
econômica e restrições à locomoção social, fez com que a busca por
serviços relacionados à saúde mental fosse o que mais crescesse.
• Entre abril de 2020 e fevereiro de 2021, o Dr. Consulta realizou mais de
88 mil consultas (on-line e presenciais) de psiquiatria e psicologia, o
equivalente a mais de 350 atendimentos por dia. No total, foram 77 mil
consultas em psiquiatria, com mais de 40 mil deles tendo diagnóstico de
depressão ou doenças relacionadas, como transtornos de humor ou de
ansiedade.
• A psiquiatria também foi a especialidade mais procurada em
telemedicina, com 22,44% das consultas. Ainda de acordo com o
levantamento, a maior parte dos pacientes são mulheres, 65% do total.
Por faixa etária, a maior parte tem entre 21 e 30 anos (30%), seguido dos
31 a 40 anos (24%).
• Fonte: Agência Senado
Manicômio\Loucura
• Manicômio é o nome dado ao estabelecimento ou hospital psiquiátrico
especializado em tratar de pessoas com problemas mentais.
• O manicômio, também conhecido como hospício, alberga pessoas com
diferentes tipos de transtornos mentais, por norma aquelas que apresentam
patologias mais severas.
• As pessoas com problemas mentais ficam isoladas nos manicômios, afastadas
do convívio social com o intuito de serem intensamente tratadas de seus
transtornos psiquiátricos.
Nascimento da psiquiatria como
Ciência Médica
• Hipócrates, conhecido como o pai da Medicina, foi o primeiro
a afirmar que a epilepsia era uma doença do cérebro e não um
problema causado por espíritos. Nesse momento da história,
começou a noção de que os órgãos de um corpo — dentre eles,
o próprio cérebro — também seriam responsáveis pela criação
do pensamento e das emoções.
• Podemos dizer que a psiquiatria se iniciou, então, no final do
século 18, quando o médico francês Philippe Pinel começou a
classificar os doentes separando o que seria um desvio social
de uma enfermidade mental. Ele passou a criar uma linguagem
que configuraria a nova especialidade da Medicina.
• Na nova linguagem iniciada por Philippe Pinel, os pacientes são
chamados de “alienados”, significando que a visão sobre esse tipo
de doença envolve separar os “normais” dos “anormais”. Os
desviantes da normalidade, segundo Pinel, deveriam ser separados
da sociedade e mantidos em hospitais.
• Assim, ocorreu o que habitualmente se chamou de primeira
revolução psiquiátrica, onde houve o reconhecimento do doente
mental como objeto da psiquiatria através do movimento de
fundação dos hospitais psiquiátricos e casas de saúde. Por
conseguinte, surgiu o método psicopatológico e a classificação das
doenças mentais.
• Na área somática, métodos grotescos e até torturantes foram
aplicados aos enfermos mentais visando o tratamento ou o
controle de seu comportamento social “inadequado”. Cadeiras
giratórias, prisões, diferentes tipos de hidroterapia, até
complexas engenhocas de eficácia duvidosa foram testadas.
Outros tratamentos também utilizados foram a malarioterapia
(febre artificial por inoculação de plasmodium) e a
insulinoterapia (indução de “choque”/coma hipoglicêmico em
pacientes esquizofrênicos).
• A eletroconvulsoterapia é uma técnica de neuromodulação
que consiste em causar convulsões controladas para ajudar a
restabelecer o fluxo de neurotransmissores. O tratamento é feito
por meio de sessões nas quais são colocados eletrodos na cabeça
do paciente de acordo com as necessidades de seu tratamento.
• O tratamento é feito por meio de sessões nas quais são
colocados eletrodos na cabeça do paciente de acordo com as
necessidades de seu tratamento. Estes eletrodos são ligados a
um aparelho que emite impulsos elétricos e provoca uma
convulsão controlada no paciente, que deve estar sedado para a
realização do procedimento.
• Durante as sessões, há monitoramento cardíaco, cerebral, do
oxigênio e da pressão arterial, portanto, é uma técnica que só
pode ser aplicada em ambiente hospitalar.
• Todos são importantes e podem contribuir de alguma
forma, basta incluí-los! Não podemos fazer julgamentos!
Ninguém é inútil!
• Para provocar mudanças é preciso mudar as condições!
• Antes de ser um excelente profissional, seja um excelente
ser humano!!!
Pessoas felizes rendem mais, entregam mais e adoecem
menos!!!
• Sempre encontraremos pessoas resistentes a mudanças e
devemos permanecer em busca ao nosso ideal.
• As tecnologia não é suficiente!!! Precisamos dar a mesma
importância ao processo e as pessoas!
• Hierarquia não é melhor modelo de trabalho!!!
Luta antimanicomial
• No cenário brasileiro, a Política de Saúde Mental promove a
redução programada de leitos psiquiátricos de longa
permanência. Com pacientes em cárceres, instituições de
tratamento forçado ou de permanência obrigatória, produzem
efeitos nocivos para a vida das pessoas, além de onerar os
cofres públicos.
• Neste sentido, grupos de Luta Antimanicomial e organizações
da sociedade civil a exemplo do Desinstitute, se preocupam
com ações do governo que fomentam e agravam os casos de
pacientes psiquiátricos no país, tendo em vista que instituições
com características asilares continuam sendo fomentadas e
existentes no Brasil, entre elas, os hospitais psiquiátricos (HP)
e de custódia e tratamento psiquiátrico (HCTP).
• O Movimento da Luta Antimanicomial se caracteriza pela luta
pelos direitos das pessoas com sofrimento mental. Dentro desta
luta está o combate à idéia de que se deve isolar a pessoa com
sofrimento mental em nome de pretensos tratamentos, idéia
baseada apenas nos preconceitos que cercam a doença mental.
O Movimento da Luta antimanicomial faz lembrar que como
todo cidadão estas pessoas têm o direito fundamental à
liberdade, o direito a viver em sociedade, além do direto a
receber cuidado e tratamento sem que para isto tenham que
abrir mão de seu lugar de cidadãos.
• O Movimento da Reforma Psiquiátrica se iniciou no final da
década de 70, em pleno processo de redemocratização do país,
e em 1987 teve dois marcos importantes para a escolha do dia
que simboliza essa luta, com o Encontro dos Trabalhadores da
Saúde Mental, em Bauru/SP, e a I Conferência Nacional de
Saúde Mental, em Brasília.
• Assim como o processo do Movimento da Reforma
Sanitária, que resultou na garantia constitucional da saúde
como direito de todos e dever do estado através da
criação do Sistema Único de Saúde, o Movimento da
Reforma Psiquiátrica resultou na aprovação da Lei
10.216/2001, nomeada “Lei Paulo Delgado”, que trata da
proteção dos direitos das pessoas com transtornos
mentais e redireciona o modelo de assistência. Este
marco legal estabelece a responsabilidade do Estado no
desenvolvimento da política de saúde mental no Brasil,
através do fechamento de hospitais psiquiátricos, abertura
de novos serviços comunitários e participação social no
acompanhamento de sua implementação.
• A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), é um conjunto
de diferentes serviços disponíveis nas cidades e
comunidades, que articulados formam uma rede, devendo
ser capaz de cuidar das pessoas com transtornos mentais
e com problemas em decorrência do uso de drogas, bem
como a seus familiares, nas suas diferentes necessidades.
• Instituída por meio da Portaria de Consolidação nº
3/GM/MS, de 28 de setembro de 2017 (Portaria de
origem nº 3.088/GM/MS, de 23 de dezembro de 2011) e
na Portaria nº 3.588/GM/MS, de 21 de dezembro de
2017, que estabelece os pontos de atenção para o
atendimento de pessoas com problemas mentais,
incluindo os efeitos nocivos do uso de crack, álcool e
outras drogas. A Rede integra o Sistema Único de Saúde
(SUS).
• Dentro das diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS),
propõe-se a implantação de uma Rede de serviços aos
usuários que seja plural, com diferentes graus de
complexidade e que promovam assistência integral para
diferentes demandas, desde as mais simples às mais
complexas/graves. As abordagens e condutas devem ser
baseadas em evidências científicas, atualizadas
constantemente. Esta Política busca promover uma maior
integração e participação social do indivíduo que
apresenta transtorno mental. Os pacientes que apresentam
transtornos mentais, no âmbito do SUS, recebem
atendimento na Rede de Atenção Psicossocial (RAPS).
Ela é organizada pelos seguintes
componentes: