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PSICOLOGI

A DA DOR
PSICOSSOMÁTICA
• Por psicossomática entende-se a ideologia sobre a saúde, as práticas de saúde e o adoecer, focando no
cuidado e no entendimento do homem enquanto sujeito integral e subjetivo.

• Muitas vezes não se dá a real importância para dores que são sentidas em nosso corpo, fazendo uso de
medicação e acreditando que aquilo basta para acabar com os sintomas.

• As doenças psicossomáticas são difíceis de ser detectadas, pois causam sintomas físicos, porém sem causas
orgânicas, se constituindo por causas emocionais.

• Muitos profissionais de saúde acreditam somente em doenças que tenham causa orgânica, porém quando
pedem para seus pacientes realizarem exames clínicos, seus resultados não apresentam nenhuma alteração.
PSICOSSOMÁTICA E
PSICANÁLISE
• A Psicanálise e a medicina psicossomática estão articuladas historicamente.
• A Psicossomática surgiu a partir de uma interlocução entre o discurso
médico e o discurso psicanalista.
• A psicanálise procura esclarecer as circunstâncias em que as diferentes
formas de sofrimento ser manifesta no psiquismo ou no corpo.
• A Psicanálise e a Medicina Psicossomática possuem intersecções na teoria,
com vislumbres de como a mente e o corpo estão ligados, como se
articulam para produzir prazer, sofrimento, saúde, lesão ou doença.
• A psicossomática é herdeira de todo o acervo cultural construído pela
psicanálise, que inclui a interdisciplinaridade e transdisciplinaridade.
• Através do adoecimento do corpo sem causa orgânica e da apreciação de
um corpo erodindo e investido libidinalmente, Freud percebeu a
manifestação de novas investigações no campo do adoecer e reconhece a
necessidade de uma área do conhecimento situada entre o espaço
intermediário entre o corpo e mente e também na intermediação das
PSICOSSOMÁTICA E PSICANÁLISE

• Freud, quando discute a origem da própria mente, estabelece que a atividade corporal origina o id que, em
contato com o mundo exterior, diferencia uma capa mais superficial, o ego. Sugere que não só a atividade
físico-biológica está representada na mente, mas ela própria se transforma em mente.

• A possibilidade do trabalho analítico com paciente somáticos pode ser orientada de acordo com três direções de
elaborações lacanianas, que são a dimensão narcísica, a dimensão significante e a dimensão do gozo.

• A psicossomática pertence a esfera da estrutura da linguagem e do auto erotismo movido pela pulsão de morte e
só possui significado para a psicanálise por que mantém uma relação com a lei do desejo.
PSICOSSOMÁTICA E PSICANÁLISE
• Duas grandes possibilidades de atenção psicológica aos pacientes orgânicos: a atenção faz-se necessária para
minimizar os efeitos de determinada manifestação somática sobre o sujeito ou o próprio fenômeno somático
incluído na psicoterapia.

• Esta via de formação de sintomas no corpo ocorre através do processo de recalcamento, que em seu terceiro
momento, o retomo do recalcado, exterioriza de maneira deformada determinada representação que, apesar de
manter-se inconsciente, pode ser denotada por seu derivado consciente.

• A relação entre a representação recalcada e o produto consciente, o sintoma, por exemplo, é uma relação
simbólica.

• Para estes sintomas: não se encontra uma “explicação” física, anatômica, biológica para o sintoma, expressa
representações que não podem ser conscientes devido ao afeto que produziriam, expressa um discurso e
relaciona-se com a vida e a história sexual do sujeito.

• Um achado muito importante nas manifestações psicossomáticas é sua correlação temporal com determinados
acontecimentos e datas.
CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA
• Na antiguidade, o adoecer era considerado a manifestação de elementos sobrenaturais e acreditava-se que
a cura poderia ser alcançada através de rituais religiosos.

• O termo psicossomática surgiu no século passado através de Heinrich, clínico e psiquiatra alemão, com a
criação das expressões psicossomática (1918) e somatopsíquico (1928) uma vez que buscava explicar a
importância da integração dos aspectos físicos e anímicos do adoecer.

• No início do século XIX, as perturbações mentais, passaram a ser efetivamente reconhecidas como
doenças.

• Assim, não apenas inaugurou-se o reconhecimento e os estudos acerca do sofrimento psíquico, mas
iniciou-se o caminho para a humanização e o tratamento de doenças mentais uma vez que não
necessariamente das doenças estavam vinculadas a doenças ou lesões tão somente corporais.

• A Associação Brasileira de Psicossomática ganhou força no país somente na década de 80. Até então, era
encarada como medicina “marginal e revolucionária”.
CORPO E MENTE

Hipóteses sobre a relação corpo e mente:

• Monismo de atributos
• Dualismo de atributos

• A visão mais abrangente e que condiz com a concepção


psicossomatista é a que considera corpo e mente como um todo
(unicismo de natureza com dualimos de atributos).

• Se puderem ser superadas as dualidades mente-corpo, os


pacientes superarão suas dores e retomarão uma vida produtiva,
e muito nos terão ensinado sobre como o sofrimento da mente
marca o corpo.
SOMATIZAÇÃO HOJE
• O atual nível de desenvolvimento dos nossos conhecimentos
demonstra que todas as doenças, em maior ou menor grau são
também determinadas pelos aspectos psicológicos e sociais
envolvidos na sua evolução.
• Entende-se que as queixas médicas inexplicáveis estão relacionadas à
busca de cuidado.
• Na maior parte das vezes essas queixas estão associadas a presença
concomitante de queixas psicológicas
• Os pacientes se sentem gratificados quando os profissionais,
demonstrando interesse, abertura e capacidade de escuta, permitem
que esses problemas sejam veiculados nas consultas.
• A somatização é uma forma de comunicar o sofrimento do paciente.
ESTRESSE E AS DOENÇAS
PSICOSSOMÁTICAS
• O estresse é essencialmente um grau de desgaste no corpo e da mente,
que pode atingir níveis degenerativos. Impressões de estar nervoso,
agitado, neurastênico ou debilitado podem ser percepções de aspectos
subjetivos de estresse.
• Estudos mostram que efeitos do estresse emocional podem deprimir o
sistema imunológico, abalando as defesas naturais contra o Câncer e
outras enfermidades.
• O estresse emocional, realimenta o desequilíbrio emocional. Esse
desequilíbrio pode vir a aumentar a produção de células anormais no
momento em que o corpo se encontra menos capacitado a destruí-las.
• Deixando-se dominar pela tensão, especialmente nas últimas horas do
dia, a reação de estresse por via hormonal poderá processar-se durante
toda a noite.
PSICOSSOMÁTICA VIA ESTRESSE E
TRABALHO
 Hoje é possível para a Medicina Psicossomática envolver-se na
análise das estruturas sociais, pensando-as como fatores de risco na
cadeia etiológica das doenças.

 As emoções se submetem às influências sociais.

 O ser humano está em constante movimento e a todo momento


surgem situações que exigem dele uma solução. Este contínuo
movimentar-se é determinado, em parte, pelo conjunto das
necessidades inconscientes e pelas exigências da cultura. Um bom
exemplo disso é o trabalho, que pode ser fonte de satisfação e
criador de condições para a satisfação de necessidades
PSICOSSOMÁTICA VIA ESTRESSE E TRABALHO
• O desgaste a que pessoas são submetidas nos ambientes e nas relações com o trabalho é fator dos mais
significativos na determinação de doenças.

• Durante a relação indivíduo-empresa, há uma cisão do comportamento: de um lado a força de trabalho com
subordinação às regras da empresa, de outro o vivenciar emoções nem sempre expressas adequadamente.

• A pessoa quando é admitida na empresa, traz consigo sua história, sua personalidade e uma forma de funcionar
tanto orgânica como psíquica e social.

• O "homem organizacional" leva toda sua potencialidade física, as características mentais, as anatômicas, as
fisiológicas e as sensitivas para a empresa. Leva também sua potencialidade social: a história de vida, experiências
adquiridas, os valores introjetados e a capacidade de compartilhar.

• As preocupações parecem surgir do nada, são incontroláveis, gera um rumor constante de ansiedade, são imunes à
razão e prendem o preocupado numa única e inflexível visão do tópico que o preocupa.

• Quando esse mesmo ciclo de preocupação se intensifica e persiste, beirava o limite de sequestros neurais
completos, as perturbações da ansiedade: fobias, obsessões e compulsões, ataques de pânico.
DOENÇAS PSICOSSOMÁTICAS
• Os sintomas mais comuns são os relacionados a sensações gastrointestinais, sensações cutâneas
anormais e erupções ou manchas.

• Queixas sexuais e menstruais são também comuns.

• Depressão e ansiedade marcantes estão frequentemente presentes e podem justificar tratamento


específico.

• O transtorno é muito mais comum em mulheres do que em homens e usualmente começa no início da
idade adulta e pode ser observada a dependência ou abuso de medicação.

• As doenças psicossomáticas mais comuns em adultos são gastrite, reumatismo, dermatites,


fibromialgia, doença de Crohn.

• Em crianças é comum o TDH.


TRATAMEN
TO
• A importância da psicoterapia é compreender o que está causando os
sintomas e buscar um tratamento adequado que traga benefícios ao
paciente.
• Entre os fatores que atrapalham o tratamento, pode-se destacar a
resistência do paciente e o apego à doença.
• As psicoterapias em instituições médicas para pacientes hospitalizados
ou ambulatoriais têm como objetivo proporcionar auxílio àqueles
pacientes que não estejam conseguindo lidar com o impacto da
realidade de sua doença e/ou com o estresse provocado pelas vivências
e reações ao âmbito médico-hospitalar.
• É importante transmitir que, embora a avaliação seja necessária por ter
sido requisitada, NÃO É MANDATÓRIO que ele aceite a proposta
psicoterápica.
• Aliviar a dor emocional não deve ser o único objetivo de um
atendimento psicológico; isso será de efeito efêmero se não for
acompanhado de intervenções que auxiliem o doente a por em ação
recursos próprios para buscar soluções melhores no enfrentamento a
uma situação indesejável, como a de uma doença física.

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