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O primeiro Congresso Internacional de Psicanálise aconteceu em Salzburgo, Áustria, em

1908, e não em Viana. O evento reuniu vários nomes importantes da época, como Jung,
Adler, Ferenczi, entre outros, e foi fundamental para a consolidação da psicanálise como
campo de estudo e prática clínica. A partir daí, floresceu outras sociedades e associações de
psicanálise ao redor do mundo.

A psicanálise só foi projetada de forma direta nos Estados Unidos em 1909, quando
Freud e Jung visitaram a Clark University em Massachusetts para uma série de palestras.
Freud proferiu cinco palestras que foram publicadas posteriormente como "Cinco
Conferências sobre Psicanálise". Então, as conferências ocorreram na Clark University, e não
na Universidade de Massachusetts.

Em 1915, após o início da Primeira Guerra Mundial, Freud publicou um conjunto de


ensaios que buscavam refinar e aprofundar sua teoria e técnica psicanalítica. Esses ensaios
incluíam obras como "Luto e Melancolia", "Pulsões e seus Destinos" e "O Eu e o Id". Em seus
escritos, Freud começou a focar mais na análise do ego (ou eu) como uma estrutura que
busca equilibrar as demandas do id (instintos e impulsos primitivos) e do superego (a
internalização das normas e valores sociais).

No entanto, não é correto afirmar que Freud se concentrou exclusivamente na psicologia


de grupo nesse momento. Embora ele tenha escrito sobre a natureza da agressão humana e
as tendências narcisistas na sociedade, isso não significa que ele tenha abandonado a
importância da análise individual e do tratamento psicanalítico como uma forma de ajudar as
pessoas a lidar com seus problemas emocionais e psicológicos.

Os atos de violência na atualidade são influenciados por diversos fatores.

Um dos principais fatores apontados por Freud é a repressão dos impulsos instintivos do
indivíduo pela cultura e pela civilização. Para Freud, a civilização exige que os indivíduos
reprimam seus impulsos agressivos e sexuais em nome do convívio social pacífico. No
entanto, essa repressão pode gerar um acúmulo de energia psíquica que, se não for
canalizada de forma adequada, pode resultar em atos violentos.

Outro fator apontado por Freud é a desigualdade social, que pode gerar sentimentos de
inveja e ressentimento nos indivíduos que se sentem oprimidos e exploradores. Esse
ressentimento pode se manifestar em atos de violência contra aqueles que são considerados
privilegiados.

Além disso, Freud também menciona a influência da religião e da moralidade na


promoção ou contenção da violência. Ele argumenta que as religiões e as moralidades que
enfatizam a tolerância e a empatia podem ajudar a reduzir os atos de violência, enquanto
aqueles que promovem a punição e a vingança podem incentivar a violência.

Em suma, para Freud, os atos de violência na atualidade são influenciados por uma
complexa interação de fatores culturais, sociais e psicológicos, que precisam ser
compreendidos e enfrentados de forma adequada para que a violência possa ser destruída.
Nessa observação, é possível ver que o homem não age por instinto como os animais e
para poder demarcar um espaço para si, acaba utilizando outros recursos (cultura)
É importante esclarecer que a invenção da psicanálise não foi um evento pontual em
1896, mas sim um processo gradual que se iniciou nas pesquisas e estudos de Freud ao
longo dos anos, tendo sua obra publicada e divulgada a partir desse período. Além disso,
Freud continuou a desenvolver e aprimorar sua teoria e técnica ao longo de toda a sua vida,
não tendo cessado seu trabalho em 1939, ano de seu falecimento.

Para que serve a psicanálise e o que ela trata?

A psicanálise é uma abordagem terapêutica criada por Sigmund Freud, que tem como
objetivo investigar os processos inconscientes que influenciam o comportamento humano.
Através do diálogo entre o paciente e o psicanalista, a psicanálise busca compreender as
raízes dos conflitos emocionais e psicológicos, ajudando o paciente a desenvolver um maior
autoconhecimento e superar seus problemas.

A psicanálise trata de uma ampla gama de questões psicológicas e emocionais, tais


como traumas, ansiedade, depressão, fobias, compulsões, disfunções sexuais, entre outros.
Através da exploração dos conteúdos inconscientes, a psicanálise procura identificar os
conflitos emocionais e traumas que passaram pelo indivíduo, e ajudá-lo a enfrentá-los e
superá-los.

Além disso, a psicanálise também pode ser utilizada para explorar a dinâmica das
relações interpessoais, auxiliando os indivíduos a compreenderem melhor suas relações
familiares, afetivas e profissionais.

Em resumo, a psicanálise serve para promover o autoconhecimento e a superação dos


conflitos emocionais e psicológicos, através da exploração dos conteúdos inconscientes e do
desenvolvimento de uma relação terapêutica de confiança entre o paciente e o psicanalista.

Que tipos de patologias ou sofrimentos ela aborda?

A psicanálise aborda uma ampla gama de patologias e sofrimentos emocionais, tais


como:

● Transtornos de ansiedade, como fobias, transtorno obsessivo-compulsivo, transtorno do


pânico e transtorno de ansiedade generalizada;
● Transtornos de humor, como depressão, bipolaridade e distimia;
● Transtornos alimentares, como anorexia, bulimia e compulsão alimentar;
● sexuais, como disfunção erétil, ejaculação precoce, falta de libido e transtorno do
desejo sexual hipoativo;
● Transtornos de personalidade, como borderline, esquizoide, esquizotípica, narcisista e
histriônica;
● Transtornos psicossomáticos, como vividos, dor crônica, fibromialgia e síndrome do
intestino irritável;
● Traumas, como abuso sexual, abuso físico e emocional, negligência e experiências
traumáticas;
● Problemas de relacionamento, como conflitos conjugais, dificuldades de comunicação e
dependência emocional.
Em geral, a psicanálise se preocupa em compreender os processos inconscientes que
influenciam o comportamento humano, buscando auxiliar o paciente a lidar com suas
emoções, pensamentos e comportamentos, a fim de promover a saúde mental e o bem-estar
emocional.

Há um momento apropriado para buscar esse tipo de ajuda?

Sim, para uma pessoa se implicar com o tratamento. Ela precisa estar em sofrimento e
querer tratar ou ter algo que a intrigue sobre as escolhas e sobre a vida.

Ela pode ajudar? Ela resolve os sintomas?

Sim, a psicanálise ajuda a resolver os sintomas. Porém, é importante lembrar que o


objetivo da psicanálise não é simplesmente eliminar os sintomas, mas sim compreender as
causas subjacentes a eles.

A psicanálise busca investigar os processos inconscientes que influenciam o


comportamento humano, ajudando o paciente a desenvolver um maior autoconhecimento e
superar seus problemas de forma mais profunda e duradoura. Ao compreender os conflitos
emocionais e traumas que sofreram o indivíduo, o paciente pode desenvolver novas formas
de lidar com suas emoções, pensamentos e comportamentos, o que pode levar a uma
redução dos sintomas.

É importante ressaltar que a psicanálise não é uma abordagem terapêutica rápida e


imediata. O processo psicanalítico pode levar meses ou anos para ser concluído, e requer um
comprometimento e uma abertura do paciente para se envolver em um diálogo profundo e
reflexivo com o psicanalista. No entanto, os resultados da psicanálise podem ser muito fortes,
proporcionando uma transformação significativa na vida emocional e psicológica do indivíduo.

Qual a diferença de ajuda de um psicanalista, para aquela do psicólogo ou do psiquiatra?

A principal diferença entre o trabalho do psicanalista, do psicólogo e do psiquiatra está no


enfoque e nas ferramentas utilizadas para tratar os problemas de saúde mental.

O psicanalista utiliza a psicanálise como sua principal ferramenta de trabalho, buscando


compreender os processos inconscientes que afetam o comportamento humano. Sua
abordagem é mais profunda e geralmente requer um tratamento de longo prazo. O
psicanalista ajuda o paciente a explorar sua vida interna, incluindo seus sentimentos, desejos,
conflitos e traumas, em busca de um maior autoconhecimento e da resolução de seus
problemas emocionais.

Na formação é necessário ter:

● Conhecimento teórico;
● Conhecimento técnico;
● Respaldo pessoal;
● Supervisão
Já o psicólogo é um profissional formado em psicologia e pode utilizar diferentes
abordagens terapêuticas, como a terapia cognitivo-comportamental, a terapia sistêmica e a
terapia humanista, entre outras. O objetivo do psicólogo é ajudar o paciente a lidar com seus
problemas emocionais e comportamentais, trabalhando a partir de uma abordagem mais
ampla e focada no presente.

O psiquiatra é um médico especializado em psiquiatria, que pode prescrever


medicamentos para tratar transtornos mentais, além de utilizar diferentes abordagens
terapêuticas, como a terapia cognitivo-comportamental e a terapia psicodinâmica. Sua
abordagem é mais direcionada para o tratamento de transtornos mentais graves, como
transtornos psicóticos e bipolaridade, que podem requerer intervenção medicamentosa.

É importante ressaltar que esses profissionais podem trabalhar de forma complementar,


dependendo das necessidades do paciente, buscando oferecer um tratamento mais
abrangente e eficaz.

A 1º concepção no livro é a psicanálise enquanto tratamento e a 2º concepção é sobre a


ética (a práxis).

O que será que a psicanálise, o pensamento psicanalítico, trouxe de novidade para a


cultura?

O pensamento psicanalítico trouxe diversas novidades para a cultura, tanto na forma


como entendemos a mente humana, quanto na forma como compreendemos o
comportamento humano.

Uma das principais contribuições da psicanálise foi a ideia de que grande parte do nosso
comportamento é influenciada por processos inconscientes, ou seja, que existem desejos,
impulsos e traumas que operam em nós sem que estejamos conscientes deles. Essa ideia
revolucionou a forma como entendemos a natureza humana, abrindo caminho para uma
abordagem mais profunda e reflexiva do ser humano.

Outra contribuição importante da psicanálise foi a compreensão do papel da infância na


formação da personalidade e dos comportamentos do indivíduo. A psicanálise visualizou que
os primeiros anos de vida são fundamentais para a formação da identidade e do
desenvolvimento emocional do ser humano, o que influencia sua forma de se relacionar
consigo mesmo e com os outros ao longo da vida.

A psicanálise também contribuiu para a forma como entendemos a sexualidade humana,


propondo que ela não se limite apenas ao aspecto genital, mas está presente em todas as
áreas da vida do indivíduo, influenciando seus desejos, comportamentos e relacionamentos.

Além disso, a psicanálise teve um impacto significativo na cultura ao propor que o


sofrimento emocional e os transtornos mentais devem ser tratados por meio de um processo
terapêutico que valoriza a escuta, a reflexão e a compreensão dos processos inconscientes.
Isso abriu caminho para uma abordagem mais humanizada e menos estigmatizante em
relação às questões emocionais e psicológicas.
Em resumo, o pensamento psicanalítico trouxe diversas contribuições importantes para a
cultura, expandindo nossa compreensão do comportamento humano e propondo uma
abordagem mais reflexiva e humanizada para o tratamento do sofrimento emocional e mental.

A psicanálise serve para marcar que tipo de orientação ética na abordagem da condição
humana?

A psicanálise propõe uma orientação ética que se fundamenta na valorização da


subjetividade e da singularidade do ser humano. Essa orientação ética busca compreender o
sofrimento e os conflitos humanos não apenas por meio de uma abordagem técnica, mas
também por meio de uma escuta atenta e acolhedora, que permite ao indivíduo se expressar
livremente e se conhecer melhor.

A psicanálise preza pela não-julgamento e pela não-coerção, respeitando a liberdade do


indivíduo e sua capacidade de escolha. Isso significa que o psicanalista não deve importar
sua visão de mundo ao paciente, mas sim ajudá-lo a se compreender e encontrar seu próprio
caminho.

Outra importante orientação ética da psicanálise é a valorização da ética do cuidado. Isso


implica em uma postura empática e atenciosa por parte do psicanalista, que deve acolher e
cuidar do paciente em sua jornada de autoconhecimento e transformação.

Por fim, a psicanálise propõe uma orientação ética que busca a compreensão profunda
do ser humano em sua complexidade, respeitando suas diferenças e singularidades. Isso
implica em uma postura de abertura e tolerância em relação às diferenças culturais, étnicas,
sexuais e de gênero, promovendo a diversidade e a inclusão como valores fundamentais para
o bem-estar humano.

Conferencista: as novas tecnologias, aquelas de processamento e difusão de


informação, como a internet, seriam efetivos espaços segundo a autora.

Posteriormente, um cientista mencionou que ficou espantado com esse desenvolvimento


por conta do que é alimentado e consumido distorcidamente como forma de alienação.
Influências: o capitalismo e o neoliberalismo.

O que mais nos acelerou nos últimos tempos é a nossa necessidade de constituir laços, a
necessidade de que o outro responda, dê likes para satisfazer o nosso desamparo (uma
necessidade de completude)

Engendrar um corpo: estamos constituindo o psiquismo, o ego especula com o outro o


que nós somos pois é através do outro que construímos as nossas referências, se
apropriamos do recurso simbólico e moldamos as nossas próprias teorias. Atualmente, temos
um empobrecimento. Na infância as crianças utilizam muito o celular por exemplo e isso
produz atraso de linguagem, dificuldade psicomotora. Esses ideais (o imaginário fantasioso)
até em relacionamentos geram muitos sofrimentos…
Para Sigmund Freud, a sexualidade não se restringe apenas ao ato sexual em si, mas é
uma energia psíquica que permeia toda a vida humana. Ele acreditava que a sexualidade era
uma força fundamental na formação da personalidade e que suas manifestações eram
encontradas em todas as esferas do comportamento humano, incluindo o pensamento, o
afeto e o comportamento social.

De acordo com a teoria freudiana, a sexualidade humana passa por diversas fases de
desenvolvimento, começando na infância e estendendo-se por toda a vida. Essas fases
incluem uma fase oral, anal, fálica, de latência e genital. Cada uma dessas fases é
caracterizada por um conjunto de comportamentos e desejos específicos, que se relacionam
com o desenvolvimento da personalidade.

Freud acreditava que a sexualidade infantil era uma força poderosa e que influenciava a
vida adulta. Ele via a repressão sexual como uma das principais causas de conflitos
psicológicos e de distúrbios psicológicos, e argumentou que a análise das fantasias e desejos
sexuais era uma ferramenta importante para compreender e tratar esses problemas.

Freud acreditava que a saúde mental estava diretamente relacionada ao amor e ao


prazer na vida social e individual. Ele argumentava que o amor é uma força poderosa que
pode nos ajudar a superar a dor e a ansiedade, e que é fundamental para o nosso bem-estar
emocional.

Freud também defende a ideia de que o prazer é uma necessidade humana básica e que
é fundamental para a nossa saúde mental. Ele acreditava que a busca pelo prazer é uma
força motriz em nossas vidas, e que satisfazer nossos desejos e necessidades é essencial
para o nosso bem-estar psicológico.

No entanto, é importante destacar que a visão de Freud sobre a saúde mental não se
limitava apenas ao amor e ao prazer. Ele também enfatizava a importância da introspecção,
da compreensão de nossos próprios pensamentos e emoções, e da resolução de conflitos
internos como ferramentas importantes para o desenvolvimento psicológico saudável.

Pulsão de vida: A pulsão de vida é um conceito fundamental na psicanálise de Sigmund


Freud. Também conhecida como "Eros", ela se refere ao impulso instintivo que leva os seres
vivos a buscarem a preservação e a manutenção da vida. A pulsão de vida é considerada
uma força vital que se opõe à pulsão de morte.

Pulsão sexual: A pulsão sexual é um conceito psicanalítico que se refere ao impulso


instintivo que leva os seres humanos a buscarem o prazer sexual. Essa pulsão está presente
desde o nascimento e é considerada uma das principais forças motivadoras do
comportamento humano.

Libido: A libido é um termo utilizado na psicanálise para se referir à energia psíquica


relacionada à pulsão sexual. Ela é considerada uma força instintiva que busca a satisfação do
prazer sexual, mas que também pode ser direcionada para outras atividades e objetivos.

Eros (amor): Na mitologia grega, Eros é o deus do amor e da paixão. Na psicanálise, o


termo é utilizado para se referir à pulsão de vida ou à energia psíquica relacionada ao amor,
ao desejo e à busca pela realização emocional e afetiva. Eros é considerado uma força vital
que impulsiona o ser humano em direção ao outro, promovendo o vínculo e a conexão
interpessoal.

São todos termos que se conjuram da palavra libido: é a energia que nos liga ao outro,
ela surge a partir do investimento do outro. Como por exemplo o bebê com a mãe que
começa a ser impulsionado com os seus cuidados.

Freud acreditava que a saúde mental estava diretamente relacionada ao amor e ao


prazer na vida social e individual. Ele argumentava que o amor é uma força poderosa que
pode nos ajudar a superar a dor e a ansiedade, e que é fundamental para o nosso bem-estar
emocional.

Freud também defende a ideia de que o prazer é uma necessidade humana básica e que
é fundamental para a nossa saúde mental. Ele acreditava que a busca pelo prazer é uma
força motriz em nossas vidas, e que satisfazer nossos desejos e necessidades é essencial
para o nosso bem-estar psicológico.

No entanto, é importante destacar que a visão de Freud sobre a saúde mental não se
limitava apenas ao amor e ao prazer. Ele também enfatizava a importância da introspecção,
da compreensão de nossos próprios pensamentos e emoções, e da resolução de conflitos
internos como ferramentas importantes para o desenvolvimento psicológico saudável.

Sublimação: é um mecanismo psicológico de defesa que permite que a energia sexual


(ou libido) seja desviada de sua orientação sexual original e transformada em uma atividade
socialmente aceitável e culturalmente valorizada.

Por exemplo, um indivíduo com impulsos agressivos pode encontrar uma forma saudável
de expressar esses impulsos através de uma atividade esportiva competitiva, ao invés de
expressá-los de maneira prejudicial nas relações interpessoais. Nesse processo, a energia
sexual é redirecionada para uma atividade socialmente aceitável, permitindo que o indivíduo
satisfaça suas necessidades e impulsos de forma saudável.

Freud argumentou que a sublimação é uma forma importante de lidar com impulsos
sexuais e agressivos que podem ser considerados inaceitáveis ​em nossa sociedade. Ao
permitir que esses impulsos sejam desviados para atividades mais construtivas e
culturalmente valorizadas, a sublimação pode ajudar a promover o bem-estar emocional e a
estabilidade social.

O ódio pode ser desviado para fora ou interiormente, o que leva o sujeito a uma posição
vulnerável. A falta é decorrente do desamparo porque a gente tem medo de perder o amor do
amado. Isso se insere no nosso nascimento através do duplo desamparo biológico e
simbólico, nós aprendemos a inventar o que não é recuperado pelo outro.

De fato, para Freud, a vida emocional humana é caracterizada por uma complexa
interação entre amor e ódio. O amor é uma força que busca a união e a proximidade com o
outro, enquanto o ódio é uma força que busca a separação e a distância do outro.
Quando o ódio é desviado para fora, o sujeito pode se tornar agressivo e violento em
relação aos outros, colocando-se em uma posição vulnerável em termos de conflitos
interpessoais e sociais. Quando o ódio é desviado para dentro, pode levar a um sentimento
de auto-aversão e autodestruição, levando também a uma posição de vulnerabilidade
emocional.

A falta, por sua vez, é uma condição inerente à vida humana. Todos nós, em algum
momento, experimentamos sentimentos de falta e incompletude, seja na relação com os
outros, seja em relação a nós mesmos. O desamparo que você menciona pode ser visto
como uma forma de falta fundamental, que está presente desde o nascimento. Para Freud, a
experiência do desamparo biológico e simbólico nos primeiros anos de vida pode levar a uma
sensação de insegurança e vulnerabilidade emocional que pode afetar a vida emocional do
sujeito ao longo de toda a sua vida.

Assim, a psicanálise busca compreender o complexo entre amor, ódio, desamparo e falta
na vida emocional humana, de forma a ajudar os indivíduos a lidar com seus conflitos e
sofrimentos emocionais.

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