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Centro Universitário Celso Lisboa

Graduação em Psicologia

Disciplina: Psicopatologia Geral

GRUPO:
Alexssandra Juliane Vaz - 220500260
Anny Luisa Costa da Conceição - 220500203
Indira de Amorim Nascimento - 220500254
José Thomas da Silva Gomes - 220500246
Tatianne Amorim Santos de Araújo Moreira - 220500065
Victor Araújo de Castro - 220500233
Victor Hugo Granja da Silva - 220500251

Prof.ª Simone

Rio de Janeiro, 02 de abril de 2024


• INTRODUÇÃO

No princípio do período, nos foi dado a função de fazer um correlacionamento


entre psicopatologia psiquiátrica e psicopatologia psicanalítica, que assim, nos faria
atribuir suas distinções no mundo da psicologia. De acordo Cristiana e Marcelo
(2017), tudo começa em 1793, quando pinel liberta os loucos de bicêtre e acaba
assim desmistificando a teoria de que a loucura seria uma doença do cérebro,
passando a ser considerada para a psiquiatria como doença das faculdades mentais
(um instabilidade que poderia ser tratada). Para a psiquiatria, um dos principais
acessos de intervenção ao alienado seria o interrogatório, que segundo Cristiana e
Marcelo:

“constituía a partir da descrição detalhada feita pelo próprio


paciente, um saber sobre as doenças mentais, possibilitando não apenas
um conhecimento sobre os fenômenos psíquicos, mas também sobre sua
evolução, assim como sobre sua ordenação em síndromes e quadro
nosológicos, levando a um grande avanço nas questões de diagnósticos”
(Cristina e Marcelo, p 50, 2017)

Além disso, seus método de entrevista visavam muito saber não só dos
problemas pessoais do paciente, mas sim sobre tudo que compõe a vida do
indivíduo. Antônio e Heloisa (2017) explica a entrevista psiquiátrica da seguinte
maneira:
ao entrevistador interessa saber não apenas sobre a queixa e a
descrição da problemática atual do paciente, assim como sobre a história de
sua doença, evolução, tratamentos, mas também sobre outros aspectos de
sua vida que não estejam diretamente ligados ao adoecimento, ou seja,
interessa saber sobre toda a história de vida do paciente. (Antônio e
Heloisa, 2017, p 54)

Já na psicanálise foi diferente, Freud descobriu que o homem é conduzido por


impulsos que escapam á consciência, mas seria apenas o início do que ele chama
de inconsciente (que seriam dominados por nossas tendências sexuais). De acordo
com Luiz Alfredo , “A libido é concebida por ele como uma energia psíquica, como a
expressão anímica da pulsão sexual, ou ainda como uma força suscetível de
variações quantitativas no domínio da excitação sexual” (Luiz Alfredo, 1995, p34).
Nádia Paulo (2002) também explica que Freud sugere que o analista deve tomar
cada novo paciente como primeiro e escutá-lo em sua radical singularidade, ou seja,
seria pela fala que o paciente neurótico conseguiriam desfazer de seus recalques e,
consequentemente, libertar-se de seus sintomas que ali apareceriam presentes.
Nádia Paulo afirmava que:

“A singularidade remete para a reconstituição, aqui e agora, da


história de um sujeito. Freud recomenda ao psicanalista uma atenção
flutuante, isto é, ele deve a priori privilegiar nada em sua escuta. Se o fizer,
fica surdo ao que está sendo dito, o que o conduz a interpretar a fala do
analisando, ainda que estes estejam calcados em conceitos teóricos.”
(Nádia Paulo, p 15, 2002)

Além de suas teorias de pulsão sexual, Freud acreditava em uma espécie de


“fuga” do consciente, que ele intitulou de “recalque”. Nele, a pessoa após passar por
certo evento traumático e afasta o pensamento para o inconsciente, mas em certos
casos o recalque pode ser má sucedido, o que fará ele voltar para o consciente.
Como o consciente deseja recalcar o pensamento, em certos casos ele pode
retornar como algum sintoma (cegueira, perda dos movimentos dos membros e etc),
ou seja, recalque incide sobre algum aspecto da realidade que o sujeito considera
insuportável ou sobre uma ideia incompatível com as representações ideais do Eu.

Sabendo de suas abordagens, cabe a nós estudantes de psicologia alegar a


contraposição das suas ideias. A diferença fundamental entre a psicopatologia
psicanalítica e psiquiátrica reside na abordagem teórica e metodológica.

• Psicopatologia Psicanalítica: Esta abordagem baseia-se nas teorias e


conceitos desenvolvidos por Sigmund Freud e seus seguidores. Ela enfoca
principalmente os processos inconscientes e os conflitos psicológicos subjacentes
que podem levar a sintomas.
A psicopatologia psicanalítica considera as causas dos distúrbios mentais em
eventos traumáticos da infância, conflitos intrapsíquicos e mecanismos de defesa,
assim, a psicanálise busca compreender as origens e significados subjacentes aos
sintomas, explorando a história pessoal, os conflitos intrapsíquicos e as defesas
psíquicas do paciente. A interpretação dos sonhos, lapsos freudianos e outros
fenômenos são frequentemente utilizados para acessar o inconsciente do paciente
(Sempre utilizando a fala para fazer o indivíduo entender suas adversidades).

• Psicopatologia Psiquiátrica: Esta abordagem está mais associada à


medicina e à psiquiatria tradicional. Ela se concentra em classificar e diagnosticar
distúrbios mentais com base em critérios observáveis, sintomas e comportamentos e
muitas vezes utiliza sistemas de classificação como o DSM (Manual Diagnóstico e
Estatístico de Transtornos Mentais) para diagnosticar e tratar transtornos mentais.

A psicopatologia psiquiátrica, que tem suas bases nas ciências médicas e


biológicas, concentra-se principalmente nos aspectos neurobiológicos e genéticos
das doenças mentais. Os psiquiatras utilizam abordagens mais diretas, como
exames clínicos, avaliações neuropsicológicas e neuroimagem, para diagnosticar e
tratar transtornos mentais (A abordagem deixa de ser somente a fala, para exames
ou testes mais diretos ao revés do sujeito).
Quanto a diagnósticos, ambos têm visões diferentes sobre a conclusão do
caso com o indivíduo. A psicanálise enfatiza desenvolver uma solução através da
fala com o paciente, pois não se trata de uma intervenção sobre o sujeito, mas a
partir dele (Figueiredo, 1999, p 3). Como dito por Figueiredo:
“a verdade é antes uma produção da fala recortada pelo analista,
podemos até numa analogia, dizer que o dito seria o fenômeno, mas o
encadeamento na fala é a própria estrutura funcionando, mais como
produção de verdade do que revelação de um fato (Figueiredo, 1999, p 3)

Já na psiquiatria, a forma de diagnóstico vem em comparação dos sintomas


do paciente referentes a doenças já categorizadas do DSM-5 (Manual Diagnóstico e
Estatístico de Transtornos Mentais) ou no CID-10 (Classificação Internacional de
Doenças e Problemas Relacionados à Saúde). O principio do diagnóstico começa a
partir da queixa do paciente, relatando tanto os sintomas sentidos no momento,
quanto também o histórico dos sintomas sentidos anteriormente (sintomas que
podem ter aparecido recentemente, no passado, familiar e etc). Para uma boa
avaliação, o diagnóstico precisa ser feito de maneira rigorosa. De acordo com Allen
Frances (2015):
“Um diagnóstico preciso sugere de um esforço colaborativo com o
paciente. Trata-se tanto de produto desse bom relacionamento quanto de
uma das melhores formas de promovê-lo. A primeira entrevista é um
momento desafiador, arriscado, mas potencialmente mágico. Grandes
coisas podem acontecer se for estabelecido um bom relacionamento e se o
diagnóstico correto for feito.” (Allen Frances, 2015, p 7)

Por fim, enquanto a psicopatologia psicanalítica investiga os processos


inconscientes e a dinâmica psíquica na origem dos transtornos mentais, a
psicopatologia psiquiátrica foca nos aspectos biológicos e sintomáticos, empregando
abordagens mais objetivas e científicas. Ambos contêm suas vantagens para a
resolução de um processo, e o que vai dizer se a conclusão de um processo foi
eficaz ou não é a progressão do caso e a resiliência do entrevistador, que deve ser
feita sempre com consciência nos pós e contras de uma análise sobre o indivíduo.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

CALDAS, H.; TEIXEIRA, A. Psicopatologia Lacaniana, Semiologia, vol 1 Belo


Horizonte: Autêntica, 2017

FERREIRA, CRISTIANA M. R. e VERAS, MARCELO. "Entrevista


Psicopatologica: O Que Muda Entre a Psiquiatria e a Psicanálise?" In Psicopatologia
Lacaniana, edited by Antônio Teixeira e Heloísa Calda, 49 – 65

FERREIRA, NADIÁ PAULO. "Freud: Criador da Psicanálise" Editora


Schwarcz - Companhia das Letras, 2002.

FRANCES, ALLEN. “Fundamentos do diagnóstico psiquiátrico: respondendo


às mudanças do Dsm-5.”, Porto Alegre: Artmed, 2015..

GARCIA-ROSA, LUIZ ALFREDO. “Introdução à Metapsicologia Freudiana”,


Editora Zahar, 2004.

JORGE, MARCO ANTONIO COUTINHO. “Fundamentos da Psicanálise de


Freud a Lacan: Vol. 1: As bases conceituais, Editora Schwarcz - Companhia das
Letras, 2000.

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