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UNIMEP – UNIVERSIDADE METODISTA DE PIRACICABA

Faculdade de Ciências Humanas

Curso de Psicologia

Psicodiagnóstico

Vanessa Caroline da Silva R.A: 00168959

PIRACICABA-SP

2020
UNIMEP – UNIVERSIDADE METODISTA DE PIRACICABA

Faculdade de Ciências Humanas

Curso de Psicologia

Psicodiagnósto

PIRACICABA – SP
2020
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO
a. Objeto de estudo 03
b. Noção de sujeito 06
2. MÉTODO
a. O psicodiagnóstico clássico em Psicanálise 08
b. Testes projetivos 14
i. Teste de Rorschach 17
ii. Teste de apercepção infantil com figuras de animais –CAT-
A 17
3. CASO CLÍNICO
a. Sobre a dermatite atópica 19
b. Método 20
c. Resultados 21
d. Discussão 25
4. CONCLUSÃO
a. Limites e possibilidades 27
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 29
1. INTRODUÇÃO

Para falarmos o que é anormal, temos que ter um ideal de normalidade, determinado a partir
de padrões de comportamentos, pensamentos, estados mentais e condutas observáveis, que podem
ser medidos, testados e catalogados, de forma que indique o que é um estado de saúde e de doença
mental. Diferentes autores vão atribuir o que entendem como normalidade; portanto uma conduta
humana “saudável” geralmente é avaliada de acordo com parâmetros e dogmas pré-estabelecidos.
(DALGALARRONDO, 2008)
Alguns autores como Canguilhem (2009), compreenderá a patologia como uma variação
normativa da vida, relacionando-se a vida e não a saúde do indivíduo. Dito isso, vai promover um
corte epistemológico e estabelecer a anulação de uma norma, para que se afirme a existência de
saúde ou doença, transformando apenas esses conceitos em um tipo de ideal vago e que nunca
será alcançado, principalmente quando o sujeito é composto por suas subjetividades e
características únicas em sua integralidade. É possível perceber que em cada cultura ou época, irá
ter a sua perspectiva sobre o conceito saúde/doença. O autor afirma que:

"Não há nada na ciência que antes não tenha aparecido na


consciência e que especialmente no caso que nos interessa,
é o ponto de vista do doente que, no fundo, é verdadeiro".
(CANGUILHEM, 2009)

Posto isto, o saber sobre o diagnóstico não pode estar somente associado a realidade do
indivíduo, pois o psicodiagnóstico deriva da junção entre a psicologia clínica e a tradição médica.
O início do psicodiagnóstico é atribuído a Galton, Cattell e Binet, que iniciaram os seus estudos
por volta do final século XIX. Tiveram trabalhos importantíssimos para sua época e que até hoje
são referências no campo da psicologia. Galton trouxe contribuições com o estudo das diferenças
individuais, Cattel, no que lhe diz respeito, trouxe os testes mentais e Binet com a utilização de
testes psicológicos. (FERNÁNDEZ-BALLESTEROS, 1986 apud CUNHA, 2003)
Com o passar do tempo e o avanço da ciência, autores contemporâneos impuseram uma
nova visão ao termo, passando assim a ter um olhar mais clínico, que entende o indivíduo como
ser subjetivo. A partir de agora, seu objetivo é identificar no paciente o seu modo de
funcionamento psicológico, contribuindo para uma nova visão de avaliação psicológica,
observando sempre a importância da subjetividade e a relação estabelecido entre terapeuta e
paciente. (RIGONI e SÁ, 2016) É de extrema importância ressaltar que a avaliação psicológica
pode ser realizada por profissionais de qualquer área da psicologia, mas somente o psicólogo
clínico pode realizar o psicodiagnóstico.
O Psicodiagnóstico é uma metodologia científica, limitado no tempo, que utiliza técnicas
e testes psicológicos, em nível individual ou não, seja para entender problemas à luz de
pressupostos teóricos, identificar e avaliar aspectos específicos, seja para classificar o caso e
prever seu curso possível, comunicando os resultados, na base dos quais são propostas soluções,
se for o caso. (Cunha, 2003) Na literatura atual, instrui como procedimentos os princípios teóricos,
métodos e técnicas de investigação como: entrevista, observação, testes psicológicos e técnicas
projetivas, entrevista devolutiva e a elaboração de laudos, pareceres, entre outros. A escolha das
estratégias e dos instrumentos que serão utilizados depende do referencial teórico, objetivo e
finalidade da avaliação. É importante salientar que o psicodiagnóstico é um processo assentado
em princípios científicos e, diferente da psicoterapia que pode se perpetuar por anos, o
psicodiagnóstico apresenta um tempo determinado de atuação do psicólogo clínico. (CUNHA,
2003)
No psicodiagnóstico também há um levantamento de hipóteses, que o caracterizam assim
como um processo científico, e será a partir dos dados iniciais que se poderá estabelecer um plano
de avaliação. Esse plano terá como base as perguntas e hipóteses iniciais, que irão nortear o
psicólogo de quais instrumentos ele lançará mão e quando e como utilizá-los, vinculados sempre
com a história clínica e pessoal do sujeito e tendo como base as hipóteses iniciais e orientadas
pelos objetivos do psicodiagnóstico. (CUNHA, 2003)

a. Objeto de estudo

A Psicanálise, assim como outras abordagens psicológicas, se configura em um


campo clínico de estudo da psique humana, que busca através de ferramentas como a
escuta clínica analisar o inconsciente do paciente afim de tratar os conflitos psíquicos.
Segundo Figueiredo e Machado (2000, apud FINELLI; MENDONÇA, 2015, p.02):

“Para situar o diagnóstico em psicanálise, o profissional é levado a interrogar


o estatuto do inconsciente em relação à realidade. A psicanálise indica que toda
relação do sujeito com o mundo é mediadapela realidade psíquica. Essa tem no
inconsciente sua fonte primária de reconhecimento da realidade psíquica
(entendida como a internalizarão mental da realidade factual).”

O objeto primeiro de estudo da psicanálise é o Inconsciente, embora Freud não tenha


de fato “descoberto” o Inconsciente ele foi o principal responsável poriestabelecer a cisão
da consciência em consciente e inconsciente e posteriormente pela concepção de aparelho
psíquico. Dentro do conceito de inconsciente Freud, no decorrer de seus estudos, delineia
em vários ensaios e livros as características do inconsciente e as suas interações com a
consciência.

Segundo J.D. Nasio (1995) Freud em resumo estrutura o inconsciente a partir de


cinco pontos de vista: as definições do ponto de vista descritivo, sistemático, dinâmico,
econômico e ético.

Do ponto de vista descritivo segundo o autor, do inconsciente “de fora” um


observador pode apenas perceber suas manifestações e o que elas produzem como sonhos,
atos falhos, esquecimentos, sintomas e chistes, mas não épossível, desse ponto de vista,
compreender ou explicar qual a natureza desta manifestação, apenas apontar sua origem.
Do ponto de vista descritivo o inconsciente permanece obscuro.

Do ponto de vista sistemático se definem as estruturas do psiquismo e como se


operam os fluxos de energia, seu sentido e sua potência. Exemplificado pelo esquema
abaixo retirado do livro de J.D. Nasio (1995, p.25)
No esquema é possível entender os caminhos percorridos pela energia no aparelho
psíquico, desde sua fonte até sua descarga rumo ao prazer absoluto.

Do ponto de vista dinâmico se define a luta de forças dentro do aparelho, do caráter


hedônico do inconsciente que segue o princípio do prazer e busca o gozo absoluto (n° 1
na figura) contra a consciência que segue o princípio da realidade e barra os impulsos
inconscientes inaceitáveis a consciência por meio do recalcamento (n° 2 na figura).
Quando o impulso parte do inconsciente rumoa sua descarga absoluta se depara com a
barra do recalque que o dividi, parte do impulso é recalcado novamente (n° 3 na figura) e
parte escapa e se expressacomo um prazer parcial (n° 4 na figura), disfarçado, desprovido
de entendimento,da origem do impulso, sendo assim o sujeito apenas percebe o que passa
pela barreira como as expressões do inconsciente descritas no ponto de vista descritivo.

Em resumo o ponto de vista econômico diz respeito à quantidade de excitação que o


inconsciente sem que haja uma descarga. O autor ainda delineia mais especificamente o
aparelho psíquico definindo a fonte das energias como pulsões e os produtos finais do
inconsciente como fantasias a fim de trazer a luzmais conceitos da teoria Freudiana.
No ponto de vista ético Nasio (1995, p. 30) o coloca como sendo o desejo,segundo
ele: “O desejo é o movimento de uma intenção inconsciente que aspiraa um objetivo, a
satisfação absoluta”, satisfação essa jamais atingida. Segundo ele esta definição do
inconsciente é classificada como ética à medida que o movimento de energia- descarga se
assemelha a tendência do inconsciente parase fazer ouvir e se fazer reconhecer como um
outro e na medida que se da um valor ao objetivo ideal do desejo, um valor inultrapassável
(desejo de incesto).

Todos os pontos de vista se interligam para a formação do entendimento do aparelho


psíquico e do próprio inconsciente em si, no entanto outros dois fatores, segundo o autor
são necessários para a completude de uma definição; o tempo e os outros.

O tempo no sentido que o inconsciente é inesgotável, perpétuo, não acaba,ou seja, na


tentativa de calá-lo ele sempre retornará e se fará ser ouvido. Sobre“os outros” Nasio
(1995, p.31) discorre dizendo:

“Mas devemos ainda compreender que a vida psíquica está imersa nomundo
dos outros, no mundo daqueles a quem estamos ligados pela linguagem, por
nossas fantasias e nossos afetos. Nosso psiquismo prolonga, necessariamente,
o psiquismo do outro com quem nos relacionamos. As fontes de nossas
excitações são os vestígios deixados em nós pelo impacto do desejo do outro,
daquele ou daqueles que nos têm por objeto de seu desejo”

O tempo e o mundo dos outros são explicados esquematicamente na figuraabaixo


retiro do livro de J.D. Nasio(1995, p.32)
b. Noção de sujeito

O conceito de sujeito não foi exatamente definido por Freud, em sua busca pela
compreensão da existência do aparelho psíquico e de suas diferenciações internas e
atividades, “Constata-se a tentativa de explicar algo que ultrapassasse a noção de indivíduo
centrada na razão e tocasse a construção subjetiva, a partirdo descentramento trazido pela
descoberta do inconsciente (BARROSO, 2012, p. 150).”

Somos uma espécie que sequer temos condições de sobreviver por algunsdias sem
um outro, e por isso nós dependemos de um outro, nós não podemos fazer tudo que
desejamos porque precisamos respeitar os limites do outro, precisamos limitar os nossos
desejos, nossas paixões e o nosso prazer até um nível que não destrua com o outro, porque
como somos seres essencialmente sociais que precisamos de um outro, destruir com o
outro significa destruir com nós mesmos, nesse sentido Freud compreende que o ser
humano acaba precisando limitar os seus desejos e seu prazer para poder viver em
sociedade.

Ao nascer o ser humano é um corpo biológico, ele não é um sujeito, pois o


sujeito tem que ser constituído. Devido a condição de imaturidade tanto
biológica quanto psíquica o bebê necessita de um outro semelhante que lhe
garanta a satisfação de suas necessidades
biológicas para garantir sua sobrevivência e é nessa relação com o outro que o
sujeito irá advir. Juntamente com a satisfação das necessidades vai ocorrendo
a erotização do corpo que propicia que a pulsão, apoiada no instinto, advenha.
É nesse sentido que Freud diz que o Eu é a princípio um Eu corporal e que o
sujeito é pulsional e nãoestá presente desde o início. (SBARDELOTTO et al.,
2016, p.126)

Com a experiencia de satisfação ficam marcas mnêmicas no aparelho psíquico, que


são imagens perceptuais que de forma alucinatória irão ser resgatadas assim que uma
necessidade emergir. Essa “coisa” que o bebê alucina é o que supostamente o salvaria
desse desamparo, a falta da “coisa” é o que faz com que ele vá em busca da coisa, o seio
materno seria essa coisa, isso inaugura o conceito de desejo.

O sujeito em psicanálise diz do sujeito do inconsciente, só existe sujeitose existir


falta, é ela que funda o sujeito e ela só aparece se houver a separação desse Outro.
É na separação que se funda o inconsciente, ocorre uma separação entre o Eu e o
Sujeito. Sendo assim, o sujeito empsicanálise não se trata de um ser “de carne e
osso” propriamente dito; o sujeito não “nasce”, ele se constitui por meio do
campo da linguagem na relação com o Outro. É na relação com o outro que
significantes vão sendo dados ao bebê e que ao se articularem vão gerando
sentido (ELIA, 2010 apud SBARDELOTTO et al., 2016, p. 114).

Portanto Sbardelotto (2016) o ser humano nasce como um corpo biológico e ainda
não é um sujeito, para que ele se torne é precioso se constituir, o bebê necessita de um
outro semelhante que lhe ajude na sobrevivência, garantindo a satisfação de suas
necessidades biológicas, e é nessa relação com o outro e por meio da linguagem que irá
surgir o sujeito.
2. MÉTODO
a. O psicodiagnóstico

Ocampo, Arzeno e Piccolo (1979/1986, apud BARBIERI, 2010, p.509) afirma que
o psicodiagnóstico se refere ao modelo mais difundido na América Latina. Esse modelo
é resultado de diversas modificações que ocorreram ao longo da história da psicologia.
No início, o psicodiagnóstico era voltado para o modelo médico, fazendo uso de testes
para encontrar sinais de patologias, visando também, em sua prática, a incorporação de
referencial psicanalítico.
“[...] essa incorporação deveria ser parcial, restrita à utilização de conceitos da
Psicanálise para a interpretação do material produzido pelo paciente.” Ocampo, Arzeno
e Piccolo (1979/1986 apud BARBIERI, 2010, p.509).
O deslocamento da prática do processo psicanalítico para a avaliação psicológica
era rejeitado veemente, pois isso indicaria aceitar atitudes do paciente que muitas vezes
são contrárias com a conduta necessária pararesponder aos instrumentos de exame, como
por exemplo atrasos, silêncios e produções espontâneas.
O cenário avaliativo e terapêutico fora diferenciados de forma clara, sendo que no
primeiro não havia intervenções.
Para Ocampo, Arzeno e Piccolo (2011, p.17) o processo psicodiagnóstico tem como
objetivo obter uma descrição e compreensão, sendo mais completa e mais profunda
possível, da personalidade do paciente ou do grupo familiar. Destaca-se também a
investigação de algum aspecto, segundo a sintomatologiae as características da indicação.
Engloba aspectos passados, presentes (diagnostico) e futuros (prognóstico) desta
personalidade, utilizando técnicas como: entrevista semidirigida, técnicas projetivas e
entrevista de devolução.
Cunha, Freitas e Raymundo (1986, apud BARBIERI, 2010, p.509)
definem o psicodiagnóstico como:
[...] um processo temporalmente limitado, que emprega métodos e técnicas
psicológicas para compreender os problemas, avaliar, classificar e prever o
curso do caso, culminando na comunicação dos resultados. Ele teria um caráter
científico porque parte de um levantamento prévio de hipóteses, a serem
confirmadas ou não por passos predeterminados, e seria estabelecido tão logo
as entrevistas permitissem levantá-las. Ele teria como objetivo conseguir uma
descrição e compreensão profunda e completa da personalidade do paciente,
visando explicar a dinâmica do caso no material recolhido,
integrando-o num quadro global para, a partir daí, formularrecomendações
terapêuticas.

Ocampo, Arzeno e Piccolo (2011, p.17) afirmam que no processo psicodiagnóstico


há alguns passos a serem seguidos para alcançar os objetivos,sendo eles:

1° Entrevista inicial com o paciente;


2° Aplicação de testes e técnicas projetivas;3°
Entrevista devolutiva;
4° Informe escrito para o profissional remetente.

Ocampo, Arzeno e Piccolo (2011, p.18) afirma que é necessário usar o


enquadramento no processo psicodiagnóstico, o qual significa manter constantes certas
variáveis que intervém no processo, como: Esclarecimento do papel de cada integrante do
contrato, local da entrevista, horário e duração aproximada do processo e honorários. Não
é possível estabelecer com precisão o enquadramento, porém a autora recomenda
esclarecer elementos imprescindíveis do enquadramento, deixando o restante para o final
da primeiraentrevista.

Entrevista Inicial
A entrevista inicial é caracterizada como entrevista semidirigida, pois o paciente
tem a liberdade para expor seus problemas, havendo a intervenção do entrevistador
quando achar necessário, como em caso em que o entrevistado não sabe como começar
ou como continuar, para assinalar situações de bloqueio ou para indagar sobre aspectos
da conduta do entrevistado acerca de lacunas ou contradições nas informações do
paciente.
Ocampo, Arzeno e Piccolo (2011, p.23) recomendam começar com uma técnica
diretiva e em seguida trabalhar com a entrevista livre, possibilitando queo paciente se
expresse livremente o motivo de sua consulta. No último momento da entrevista deve
adotar uma técnica diretiva para preencher as lacunas. Esta sequência funciona como um
guia, cada psicólogo deverá saber qual o momentocerto para falar ou só escutar.
A entrevista semidirigida possibilita conhecer bem o paciente, extrair dados
necessários para a formulação da hipótese, planejar quais testes serão aplicados e
interpretar com maior precisão os dados dos testes e da entrevistafinal.
Ocampo, Arzeno e Piccolo (2011, p.25) afirmam que os testes projetivos, mesmo
sendo insubstituível, apresentam certas vantagens em relação a entrevista clínica. As
autoras salientam que a padronização dos testes permite ao diagnóstico uma maior
margem de segurança e exploração de condutas que não podem ser investigadas na
entrevista clínica (por exemplo, a conduta gráfica), sendo assim, os testes são
considerados instrumentos fundamentais.
Os critérios utilizados para a interpretação da entrevista inicial são os mesmos que
se utilizam para os testes. Sendo eles: o tipo de vínculo estabelecido pelo cliente com o
psicólogo, a transferência e a contratransferência, a classe de vínculo estabelecido com
outros, as ansiedades, as condutas defensivas, aspecto patológicos e adaptativos, o
diagnóstico e prognóstico.

Objetivos da entrevista inicial:


1° Perceber a primeira impressão, ver se ela se mantém ou muda no decorrer de toda a
entrevista. A linguagem corporal, vestimentas, gestos, maneira de ficarquieto ou se mexer,
seu semblante, entre outros, são aspectos importantes.
2° Considerar a verbalização do paciente, avaliar as características da linguagem, levar
em conta os aspectos de sua vida que escolhe para começar afalar, as ansiedades, o que
provocam bloqueio. Certas hipóteses da sequência temporal (como foi, é e será o paciente)
devem ser extraídas na entrevista inicial 3° Estabelecer o grau de relevância ou
discrepância entre sua verbalização e o que foi observado na linguagem não verbal, pois o
diagnóstico será baseado nos dados obtidos na primeira entrevista, nos testes e na
entrevista de devolução.
4° planejar quais serão os testes mais adequados. 5°
Estabelecer um bom rapport com o paciente.
6° È relevante captar o que o entrevistado nos transfere e o que isto nos provoca.Aspectos da
transferência e contratransferência.
7° Ao entrevistar os pais do paciente é importante captar qual é o vínculo entre ambos,
qual é o vínculo como casal com a criança, o de cada um deles com a criança, o da criança
com o casal e com cada um deles, o do casal com o psicólogo.
8° Avaliar a capacidade dos pais de elaborarem a situação diagnóstica eaceitarem as
mudanças promovidas através da psicoterapia.
Ocampo, Arzeno e Piccolo (2011, p.26) deixam claro que é de grande importância
a presença dos pais na entrevista, assim permite entender melhor a criança, pois ela é
emergente de um grupo familiar. O pai tem um papel tão importante quanto a mãe. “O
filho introjetou algum tipo de imagem paterna que, seguramente, terá ligação com sua
sintomatologia atual e problemática subjacente: daí a necessidade de sua presença.”
(OCAMPO; ARZENO; PICCOLO, 2011, p.27). Se houver uma recomendação de terapia,
os dois devemreceber esta informação para que possam encarar esta responsabilidade e
ambos adotarem uma resolução. A responsabilidade não deve ser apenas de um dos lados,
pois a criança é produto do casal. Ocampo, Arzeno e Piccolo (2011, p. 28) destacam
“...entrevistar somente a mãe facilita a admissão de todaa culpa pela doença do filho; a
presença de ambos permite dividi-la e, portanto,diminuí-la”. Alem disso, não incluir o pai
nas entrevistas é tratá-lo como terceiro excluído, consequentemente negará o complexo
edipiano, que é um dos núcleosbásicos de compreensão de cada caso.
9° É de grande importância investigar o motivo da consulta (motivo manifesto e latente).
O motivo manifesto é o sintoma que preocupa a quem solicitou a consulta, podendo ser
solicitado por um terceiro (parente, pediatra, amigo etc.).Enquanto o latente é o motivo
mais profundo.

Entrevista de devolução
Ocampo, Arzeno e Piccolo (2011, p.315) elaboraram critérios para realizar a
devolução. A devolução diagnóstica e prognostica deverá ser adaptada ao destinatário.
O objetivo básico da entrevista devolutiva é a transmissão de informaçãoque o
psicólogo faz. O segundo objetivo se refere à observação da respostaverbal e pré-
verbal do paciente e dos seus pais frente a recepção da mensagemdo psicólogo,
possibilitando emitir o diagnóstico e prognóstico com maiorexatidão, e também um
planejamento mais adequado da orientação terapêutica.Uma entrevista de devolução
tem alguns parâmetros a serem seguidos,
mas não é estático:
a) Do ponto de vista do paciente: Com a criança o ponto de vista fundamenta-seem não
privá-lo dessa informação, a comunicação deve ser circular, ou seja, deve ser direcionado
a todos os interessados e principalmente ao cliente. A devolução da informação aos pais
e ao filho deve ser feita separadamente, pois assim favorecerá a discriminação de
identidade dentro do grupo familiar. A devolução funciona como mecanismo de
reintrojeção, sobretudo de sua identidade latente. Caso não realizar a devolutiva ao
paciente, ele poderá sentir-se como um terceiro excluído de uma comunicação, a qual tem
direito por ser oprincipal interessado. O paciente se sentirá mais comprometido e disposto
a colaborar com o processo se ele souber que, no final, as informações lhe serão
fornecidas, assim permitirá que se veja com mais critério de realidade, caso contrário, a
criança verá o psicólogo, a princípio, como uma figura ameaçadora e intensificando a
fantasia de doença, gravidade, incurabilidade, etc.
Ocampo, Arzeno e Piccolo (2011, p. 318) afirma que todas as razões invocadas em
pacientes crianças são válidas em pacientes adolescente, devendo ter maior ênfase no que
se refere ao terceiro excluído quando não houver a devolução de informação.
Quando se trata de um adolescente, isto tem uma maior transcendência pela
reativação dos problemas ligados ao conflito edipiano, unida ao luto pela
identidade infantil perdida e à necessidadede assumir uma nova identidade.
(OCAMPO; ARZENO; PICCOLO, 2011, p. 318)

b) Do ponto de vista dos pais do paciente: A devolutiva aos pais é importante para a
reintegração da imagem do filho, deles e do grupo familiar, possibilitando tomar
consciência da real identidade do paciente, das mudanças que deverão aceitar no filho,
neles e no grupo familiar. (OCAMPO; ARZENO; PICCOLO, 2011,p. 318)
c) Do ponto de vista do Psicólogo: É importante para preservar a saúde mental do
psicólogo.
A entrevista de devolução permite um conhecimento a mais do caso,
possibilitando planejar uma terapia com maior sentido de realidade.
A devolutiva serve também para compreender o que ocorre, se a hipóteseque foi
elaborada anteriormente foi validada.
Ocampo, Arzeno e Piccolo (2011, p. 320) salientam que o psicólogo devediscriminar
o que deve ou não ser dito para o paciente, por um lado, e para os
pais, por outro, e deixam claro que a informação deve ser dosificada para evitarsituações
traumáticas.

Técnica de devoluçâo de informação


Ocampo, Arzeno e Piccolo (2011, p.323) afirmam que para haver uma boa
devolução, é necessário conhecer bem o caso. Após as entrevistas iniciais comos pais e a
aplicação dos testes, é necessário estudar todo o material registradoe elaborar hipóteses
explicativas.
É de grande relevância discriminar quais são os aspectos mais sadios e adaptativos,
menos adaptativo e mais doente, do paciente, dos seus pais e do grupo familiar.
Deve ser estabelecido o que pode ou não ser dito na entrevista dedevolução.
A seguir deve ser realizado um plano-guia flexível para a devolução da informação,
com a possibilidade de modificação conforme o andamento da devolutiva.
Segundo Ocampo, Arzeno e Piccolo (2011, p.324) a entrevista deve começar com
informação dos aspectos mais adaptativos e continuar com o menos adaptativo e a
linguagem deve ser clara. É recomendado uso dos materiais de testes para esclarecer
melhor a comunicação com o paciente, porém não deve ser mostrado de forma alguma
aos pais, nem mesmo oconteúdo das entrevistas.
É preciso começar a comunicar os aspectos menos ansiógenos (o que é mais sadio
e melhor adaptado) para continuar com o mais ansiógeno (o que é mais doente no paciente
ou que não anda perfeitamente bem).
È importante que o psicólogo seja claro ao transmitir informação e que repita o que
considera que será objeto de maior resistência por parte dos pais para evitar a negação e
a distorção como mecanismo de defesa.
Ocampo, Arzeno, Piccolo (2011, p.326) salienta que a entrevista de devolução pode
ser realizada mais de uma vez.
Essas mesmas autoras afirmam que o psicólogo deve estar preparado para o
surgimento de emoções polares e distinguir os sentimentos e colocar o paciente e os pais
na realidade.
É relevante comparar a dinâmica interpessoal da entrevista devolutiva coma que se
deu na entrevista inicial.
Ao devolver a informação a crianças, o psicólogo deve ser treinado na comunicação
com as mesmas, os gestos e as ações da criança são tão importantes ou maiores do que o
que ela verbaliza. Sendo assim, mensagem não verbal da criança deve ser detectada,
compreendida e incluída na devolução junto com a mensagem verbal. O psicólogo também
deve ficar atento nos próprios gestos e movimentos.
A devolução deve ser feita primeiramente aos pais, assim que souber claramente o
que eles pensam sobre a recomendação terapêutica, e então transmite a informação ao
paciente.
No que se refere ao adolescente, Ocampo, Arzeno, Piccolo (2011, p.331) destaca
que alem de abarcar tudo que se recomenda na devolução a criança, é importante mostrar
de forma adequada seus aspectos infantis sem feri-los e os aspectos mais adultos sem
“adultifica-los”. Uma boa devolução depende da colaboração do adolescente.
Assim, tudo que se possa instrumentalizar na entrevista de devoluçãopara que
consiga um insight de seus problemas, desejos de se reparare de perceber o
psicólogo como capaz de mostrar-lhe o melhor caminho para consegui-lo,
reverterá a seu favor e a favor do psicólogo.(OCAMPO; ARZENO; PICCOLO,
2011, p.331).

b. Testes Projetivos

Segundo Pinto (2014) os métodos projetivos foram assim designados entre 1939-
1965 quando diversos testes utilizados foram reunidos sob um mesmo termo. De acordo
com Frank (1939 APUD PINTO, 2014, p.136) as técnicas projetivas oferecem “acesso ao
mundo dos sentidos, significados, padrões e sentimentos, revelando aquilo que o sujeito
não pode ou não quer dizer”, e com isso é possível compreender aspectos latentes ou
encobertos da personalidade.

Segundo a autora, os métodos projetivos são utilizados desde o início do século XX,
e sua invenção se deu por meio da confluência de duas grandes correntes teóricas: o
Gestaltismo e a Psicanálise (ANZIEU, 1988 APUD PINTO,2014).
Para Arzeno e Ocampo (2011), os testes projetivos são insubstituíveis e
imprescindíveis, pois apresentam certas vantagens no processo psicodiagnóstico, entre
elas:

sua padronização, característica que dá ao diagnóstico uma maior margem de


segurança, a exploração de outros tipos de conduta que não podem ser
investigadas na entrevista clínica (por exemplo, a conduta gráfica) e que
podem muito bem constituir o reduto dos aspectos mais patológicos do
paciente, ocultos atrás de uma boa capacidade de verbalização. (ARZENO;
OCAMPO, 2011, p. 24).

Portanto, para as autoras os testes são instrumentos fundamentais para realização


do diagnóstico, e para serem aplicados apropriadamente necessitamserem planejados e
instruídos corretamente. Os critérios gerais utilizados para interpretar a entrevista inicial
coincide com os aplicados aos testes, são eles: tipode vínculo estabelecido do paciente para
com o psicólogo, a transferência e contratransferência, os vínculos que estabelece com
outros nas relações interpessoais, as ansiedades etc.

Arzeno e Ocampo (2011), afirmam que após a bateria de testes ter sido planejada,
é necessário ter em vista que o processo diagnóstico deve ser amploo suficiente para a
compreensão do paciente e, ao mesmo tempo, não deve se exceder, pois isto implica na
alteração no vínculo psicólogo/paciente. Neste momento do psicodiagnóstico existem
mais desvios em relação a duração usual, porém, em termos gerais, o indicado é que os
testes ocupem entre duas e quatroentrevistas destinadas a examinar o paciente.

Se o processo é muito reduzido haverá déficit de informação, independente do


material utilizado, e caso seja muito prolongado, através do viés psicanalíticoé necessário
admitir a importância da transferência e contratransferência na relação do terapeuta com
o paciente e os pais. Segundo Arzeno e Ocampo (2011), quando a bateria de testes se
prolonga mais que o necessário é porque predomina no psicólogo o sentimento de
impotência frente ao paciente, ou seja, por não conseguir compreendê-lo recorre a
aplicação de outros testes em buscade que algum lhe traga uma resposta. Por este motivo,
é necessário que o psicólogo aceite um limite para si e coloque um limite para o paciente,
mantendoo número das sessões constantes.
De acordo com Arzeno e Ocampo (2011), quando a bateria se prolonga mais do que
é necessário o paciente fica sobrecarregado, facilitando diversos tipos de fantasia que
podem aumentar a idealização ou a perseguição, com issoo psicólogo assume a posição
fundamental de favorecer a distorção em um sentido ou em outro.

Como já mencionado, é necessário planejar os testes que serão aplicados,para tanto


as autoras afirmam que é preciso pensar nos que captem o maior número de condutas –
verbais, gráficas e lúdicas – e que possibilitem a comparação de uma, provocada por
diferentes estímulos ou instrumentos, e de diferentes, combinando duas técnicas e
possibilitando uma correlação entre as condutas. Portanto, deve-se pensar e estabelecer a
bateria através de dois fatores: a natureza do teste e do caso em questão.

Segundo Arzeno e Ocampo (2011), quando um teste mobiliza uma conduta que
corresponde ao sintoma, este nunca deve ser aplicado primeiro, pois colocao paciente em
uma situação mais ansiógena ou deficitária, sem estabelecer uma relação adequada.
Portanto, estes devem ser aplicados em sessões posteriores,mas também não deve ocorrer
na última.

Testes gráficos são os mais adequados para o início de um exame psicológico por
terem aspectos mais dissociativos, menos sentidos como próprios e por serem econômicos
quanto ao tempo gasto em sua aplicação. A conduta gráfica se relaciona com os aspectos
infantis da personalidade e o tipo de vínculo que o paciente mantém com esses aspectos.
O material consiste empapel branco e lápis, tal simplicidade contribui para tranquilizar o
paciente. Entreestes tipos de teste é importante incluir diferentes conteúdos relacionados
ao tema solicitado, partindo do mais ambíguo para o mais específico, e serem aplicados
sucessivamente possibilitando a comparação entre eles. Através das sequências aplicadas
é possível verificar se o sujeito se organiza ou desorganizaao longo do tempo. Este tipo de
teste reflete os aspectos mais estáveis da personalidade e mais difíceis de serem
modificados. (ARZENO, OCAMPO, 2011).

Como foi mencionado, a bateria projetiva deve conter testes gráficos, verbais e
lúdicos, e em relação aos testes de inteligência, estes são colocados
no final da bateria, para evitar o risco de consequências desfavoráveis tanto para o
diagnóstico, quanto para a relação psicólogo/paciente. Estes apresentam material,
conteúdo, dinâmica, método e objetivo distinto dos projetivos, portanto,é preferível incluí-
los no final. Segundo Arzeno e Ocampo (2011, p.55), as técnicas e testes projetivos

permitem avaliar qualitativamente (e quantitativamente de forma aproximada)


aspectos gerais da inteligência quem têm ligação com algumas capacidades
adaptativas do ego.

Portanto, no caso de uma bateria completa a ser aplicada em umadolescente ou


adulto, as autoras remendam a sequência:

 1º entrevista: testes gráficos (desenho livre, duas pessoas, teste dafamília e


H.T.P. (house, tree, person);
 2º entrevista: Rorschach e desiderativo, finalizando com o pedido de uma
recordação ou de um sonho;
 3º entrevista: teste de relações objetais de H. Phillipson.

i. Teste de Rorschach
O teste de Rorschach foi criado pelo psiquiatra Hermann Rorschach em 1921, em
Zurique – Suíça. Segundo Lilienfeld, Wood, Garb (2001 APUD ROITBERG;
RODRIGUES; SANTOS-SILVA, 2017), este método consiste em uma técnica de
avaliação utilizada em diversos países e é um dos mais importantes testes projetivos. Ele
consiste em o paciente dar respostas sobre o que é visto nas dez pranchas com machas de
tinta simétricas, e a partir das respostas, procura-se compreender a dinâmica do indivíduo.

ii. Teste de Apercepção Infantil (CAT)

O teste de Apercepção Infantil (CAT), foi criado por Leopold e Sonya Bellack em
1949, ao constarem que é mais fácil para as crianças pequenas se identificarem com
animais do que com pessoas. Esta técnica possui três formasdistintas do CAT, são elas:

CAT-A (Bellack e Bellack, 1949/1991), a primeira a ser criada e composta por


figuras de animais; CAT-H, formado por figuras humanas(Bellack e Hurvich,
1965; Bellack e Bellack, 1981) e o CAT – S, um suplemento do CAT
(Bellack, 1966), que também inclui figuras de
animais, mas em situações diferentes das apresentadas no CAT-A, pordestinar-
se a explorar situações conflitivas mais específicas, como as relacionadas à
escola e ao grupo de pares. (BENCZIK; SCHELINI, 2010).

É possível constatar que cada modelo do teste possui diferenças em sua forma e
objetivo, e será dado foco ao CAT-A, pois será utilizado no caso estudado adiante.
Segundo Roitberg, Rodrigues e Santos-Silva (2017, p.392), ele tem como objetivo
resgatar processos projetivos sob forma de histórias e estudar “a dinâmica das relações
interpessoais, a natureza e a força dos impulsos e tendências, assim como as defesas
organizadas contra eles”.

Baseado no referencial teórico da psicanálise cada prancha refere-se a aspectos


importantes do desenvolvimento da criança, como as fases oral, anal, fálica, complexo de
édipo, entre outras. (TARDIVO, 1992; VAN KOLCK, 1975 APUD ROITBERG;
RODRIGUES; SANTOS-SILVA, 2017)
3. CASO CLÍNICO
a. Sobre a Dermatite Atópica

As relações entre pele e mente há muito têm sido objeto de várias pesquisas. Assim
como ocorre com outros órgãos do corpo humano, a pele também é vulnerável ao estresse
que o organismo sofre (Dias, 2007), assim como à influência dos estados emocionais
(Ludwing et al., 2008). De maneira que fica clara a mediação psíquica no adoecimento
da pele (Dias, 2007), sendo essa interdependência o objeto de estudo da interface entre a
Psicologia e a Medicina conhecida como Psicodermatologia (Ludwing et al., 2008).
Pesquisadores como Dias (2007) consideram a pele um dos órgãos da relação com o outro,
onde as vivências emocionais podem ser representadas, sendo umlocal de demonstração
de conflitos e emoções. À vista disso, estudos sugerem que fatores psicológicos e sociais
exercem um papel na patogênese e curso de muitas doenças dermatológicas (Dias, 2007;
Picardi&Pasquini, 2007). Outrossim, como apontam Ludwing et al. (2008), a via
contrária também é verdadeira, já que problemas de pele também causam problemas
psicossociais,uma vez que sendo um canal de comunicação não verbal está exposta ao
olhardo outro e ao constrangimento.

Segundo Ribeiro (2007), em casos de doença crônica, os padrões das famílias são
alterados para sempre, assim como os papéis e tarefas dos seus membros. Algumas se
tornarão mais próximas, a ponto de se tornarem aglutinadas, o que limita a independência
do familiar doente, outras poderão se afastar perante o estresse que a doença causa,
chegando a separação ou divorcio dos pais. Um exemplo desse tipo de doença é a
dermatite atópica, em um estudo realizado por Aziah, Rosnah, Mardziah e Norzila (2002)
tanto as famílias quanto as suas crianças com tal diagnóstico apresentavam dificuldades
psicológicas, sociais e funcionais.

A Dermatite Atópica é uma afecção inflamatória crônica e recorrente da pele, tem


como características o prurido intenso e as lesões de distribuição típica(Gascon et al, 2012).
Pacientes com tal diagnóstico foram descritos com humor irritado, raiva,
comprometimento da autoimagem e da autoestima (Ginsburg& Link, 1993), além de
alta incidência de personalidade do tipo A
(Picardi&Pasquini, 2007). Tal conceito de padrão de personalidade, construído por
Friedman e Rosenmann em 1974, é definido como esforço crônico e incessante de
melhorar cada vez mais, em períodos pequenos, mesmo que encontre obstáculos do
ambiente ou de pessoas, buscando o controle das situações a sua volta. Acredita-se que
tal postura diante da vida e das suas inerentes dificuldades seria acompanhada de
modificações fisiológicas, decorrentes do aumento da produção de adrenalina,
noradrenalina e de outras substâncias (Limongi França & Rodrigues, 1999).

Alguns autores preconizam que pacientes portadores de manifestações


psicossomáticas tendem a apresentar configurações mentais próprias da Alexitimia
(Sifneos, 1989), ou seja, a impossibilidade de nomeação dos próprios sentimentos, uma
falha no reconhecimento dos estados afetivos do próprio sujeito, que assim tem
dificuldade para identificá-los e falar a respeito. Tais pacientes podem até usar um nome
para dizer o que estão sentindo, como por exemplo, “triste”, mas não conseguirão
descrever tal sentimento. Confirmando tal leitura, Poot, Sampogna e Onnis (2007)
afirmam que os pacientes psicodermatológicos são caracterizados por alexitimia, por isso
expressariam assuas emoções através da pele, já que não conseguem fazer de outro modo.
Sendo assim, o objetivo desse estudo é elaborar o psicodiagnóstico de uma paciente com
queixa dermatológica, mais especificamente dermatite atópica, em busca das
características mais evidentes da sua personalidade, de forma a ser possível fazer um
estudo comparativo com a literatura usualmente citada em psicossomática e mais
especificamente nos casos de tal dermatose.

b. Método

Foram seguidas as diretrizes de uma metodologia qualitativa, considerandoque tal


forma de pesquisa contempla a complexidade dos fenômenos subjetivos, assim como o
aprofundamento em um caso particular pode ensinar fenomenologicamente o que é geral
para inúmeros casos (Turato, 2008). Sem renunciar a instrumentos quantitativos que
colaboram com dados que permitem a análise do caso em sua multidimensionalidade
(Sanches Peres & Santos, 2005).
Participantes: Neste estudo de caso foi avaliada na Clínica Durval Marcondes do
Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo - IPUSP uma adolescente de 12 anos
de idade com diagnóstico de dermatite atópica encaminhada ao tratamento psicológico
por seu médico dermatologista.

Material: Utilizou-se no estudo entrevistas psicológica semidirigidas, uma


anamnese respondida pela mãe da paciente; dois testes projetivos: o Método deRorschach
e o Teste de Apercepção Infantil com figuras de Animais – CAT-A e duas escalas em suas
versões brasileiras, a Toronto AlexithymiaScale – TAS 26 (Yoshida, 2000) e a
ObserverAlexithymiaScale (Carneiro, 2008).

Procedimento: No processo psicodiagnóstico foram efetuadas uma série de


entrevistas psicológicas semidirigidas de acordo com a metodologia de Bleger (2003). A
primeira entrevista semidirigida seria com a paciente e sua mãe e as posteriores apenas
com a jovem, assim como as aplicações dos testes e escalas. A última parte do
psicodiagnóstico foi a entrevista de devolução à paciente e a sua mãe, segundo diretrizes
de Ocampo (1981).

c. Resultados

Entrevistas: Ao todo foram realizadas 10 entrevistas psicodiagnósticas, a inicial


com a mãe e a paciente, três apenas com a adolescente, cinco de anamnese apenas com a
mãe e a entrevista devolutiva com a presença de ambas. As entrevistas de anamnese se
prolongaram devido à necessidade de amãe da paciente falar sobre si.

Com base nesses encontros sabe-se que a paciente, a qual será chamadade Maria,
tem 12 anos de idade. É a primogênita da família, tendo apenas uma irmã sete anos mais
nova. Ao contrário dessa criança, caracterizada pela mãe como um exemplo de saúde, a
paciente tem problemas somáticos desde a primeira infância, incluindo problemas
respiratórios e alérgicos, sendo que dois anos antes do início do psicodiagnóstico
apareceram as lesões dermatológicas.O médico fez o encaminhamento para o tratamento
psicológico, quando confirmou em laudo o diagnóstico de dermatite atópica.

A mãe da paciente, a qual será nomeada de Madalena, relata que o problema


principal da sua filha é o de pele e que procurou ajuda psicológica a
ela por recomendação médica, já que foi orientada que tal doença levaria a sofrimento
psíquico. Além disso, entende que a filha ficou mais agressiva depois que as lesões
surgiram.

Sobre o relacionamento com a mãe, Maria disse que o relacionamento dasduas não
era o de mãe e filha, sendo mais próximo ao que ocorreria entre amigas, nas suas palavras
“(a mãe) é como se fosse uma amiga, a avó é que secomporta como mãe”. Este relato
indica que Madalena não preserva os papéis, sendo que a paciente só percebe a mãe
usando a função materna quando lhe dá bronca, já que diz que “ela é a mãe quando dá
bronca”. Maria exemplifica tal dinâmica familiar com o comportamento materno de
assistir, junto com a filha, filmes e séries que não são recomendados para adolescentes da
sua idade.

Sobre o pai, a paciente o vê como um ignorante. Alguém distante, ausente,raivoso e


rejeitador, que só se dirige a ela para reclamar de algo. A forma de vê- lo é altamente
intermediada pela mãe, sendo que ambas têm consciência disso.A adolescente entende que
Madalena procede desta forma buscando protegê-lado pai, ainda assim a jovem explica o
comportamento paterno como sendo devido ao estresse do seu trabalho, e que assim como
a mãe, ele também desconta a pressão nela, mas de uma forma mais agressiva, que a
ofende e a entristece mais. Tem dificuldade de assumir que tais ações dele as fazem ficar
triste, precisando de mais de uma sessão para poder falar sobre tal reação emocional diante
desse comportamento paterno. Maria trata o pai de maneira agressiva, da mesma forma
que a mãe o faz. Sendo esse mais um exemplo da relação notadamente simbiótica entre
mãe e filha.

A adolescente tem conflitos frequentes com a única irmã de sete anos de idade. É
um relacionamento caracterizado pela ambivalência, já que reconhece que a menina
aprende as coisas consigo, sendo Maria um modelo, algo que valoriza, mas também
reclama de tal comportamento, dizendo que a criança a está imitando e que não gosta
disso. Outro ponto importante é o ciúme que temdela com relação ao pai, já que entende
que ele gosta apenas da filha mais nova,situação em que demonstra desejar o amor paterno.

Os pais não têm um relacionamento afetuoso, já que vivem em constante conflito,


com ameaças constantes de divórcio. Tais momentos são presenciados
pela paciente. Houve um rompimento do relacionamento por seis meses quandoa paciente
tinha seis anos, durante essa separação a paciente morou com a mãe. No período do
psicodiagnóstico a mãe não sabe se ainda são um casal e deixa nítido o fato de entender
ser positivo dormir com as filhas e não com o marido, contudo justifica para ele que assim
o faz para cuidar da saúde da paciente, sendo, portanto, a doença de Maria usada pela mãe
como defesa na complicada dinâmica desse casal, já que ao cuidar da filha doente evita
dormir com ele, fugindo dos possíveis momentos de intimidade conjugal. Quando a
paciente tinha 10 anos de idade, ano em que as lesões apareceram na sua pele, os pais
estavam em crise devido a problemas financeiros.

Método de Rorschach

Para a aplicação foi necessária apenas uma entrevista de uma hora. O método de
interpretação usado foi o psicanalítico.

Segundo a interpretação realizada houve indícios de uma possível oposição à


situação e um distanciamento orgulhoso com relação à prova, tal conduta fez com que
ocorresse possivelmente um acirramento do controle. Ainda assim pôde-se levantar a
hipótese que a paciente não tem boa capacidadede análise e síntese.

O protocolo demonstra que a paciente tem necessidade de expressão, implicando,


portanto, em um conflito que pode resultar em somatização dos distúrbios psíquicos, uma
vez que também foram identificados sinais de facilidade da paciente para tal. Tal hipótese
do conflito pode ser reforçada pelo fato que o contato da paciente com a realidade revela-
se algo falho e que ela pode não ser capaz de exercer um controle suficiente sobre as suas
percepções.

Da mesma forma houve indicação de dependência oral e de agressividade destrutiva,


assim como de uma força incontrolável em si e de um conflito internoentre diferentes
pulsões e as pressões do mundo. Demonstração de umaafetividade intensa, expressa de
forma pouco socializada e uma acentuação da retenção emocional, de forma que as
reações emocionais ficam como que suprimidas, não expressas.
Pôde-se ainda identificar uma tensão ansiosa frente a estimulações que remetam a
representações fálicas, ou seja, há evidências de questões ligadas àsexualidade, às pulsões
libidinais, que provocam ansiedade, além de certo temorfrente à perspectiva de contatos
sensoriais.

Teste de apercepção temática infantil com figuras de animais – CAT-A

Tal aplicação também foi realizada em apenas uma entrevista de uma hora.Com base
nesse teste podemos dizer que a paciente tem fantasia de desamparo. Demonstra isso
quando contesta a capacidade da mãe em desempenhar a função materna, de forma que
precisa que a genitora compartilhe essa função com o pai e principalmente com a avó
materna. Isso ocorre provavelmente porque a adolescente sentiu que foi abandonada
muito cedo, possivelmente devido à percepção de falta de maternagem, já que teve uma
mãe deprimida, decorrente de uma gravidez muito complicada, quando a feminilidade da
mãe foi colocada em jogo, provocando medos e ansiedades nesta.

O tema da morte foi recorrente nas pranchas como aquilo que ocorre com aquele
que não consegue cuidar de si. Provavelmente isso está relacionado comas dificuldades da
saúde da paciente e com a percepção que tem dos pais, o paisendo ausente e a mãe sendo
uma mulher que não consegue cuidar da sua família.

Existe a possibilidade de a mãe ser cuidadosa, já que zela por ela, mas a adolescente
parece não sentir isso como forma de amparo, mesmo existindo uma relação muito forte
entre elas desde o momento da gestação, uma vez quesituações penosas aconteceram
nesse período.

Tal dificuldade de conceber essa relação como sendo cuidadosa também pode ser
relacionada com a negação muito presente no teste. Tal característica pode fazer com que
ela se isole das pessoas, já que tem um conceito muito particular de como elas a veem, a
ponto de entender que ninguém dá atenção ao que está lhe acontecendo, precisando
adoecer para ser percebida, ou seja, uma representação inconsciente que se ficar enferma
conseguirá atenção.Sendo o adoecimento, portanto, um ganho secundário, relacionado
também à percepção de que a figura de autoridade é rígida, mas pode ser acolhedora se a
paciente demonstrar muito sofrimento, sentindo, portanto, que tem que parecer sofrer
muito para ser perdoada pelo que fez de errado, ou seja, ela necessita ser redimida pela
culpa que sofre devido a sua agressividade para poder ter o carinho que deseja, de forma
que tal redenção viria por meio do sofrimento causado pela doença.
Versão brasileira da Toronto AlexithymiaScale

A pontuação de Maria nessa escala foi de 64 pontos. Um escore inconclusivo, já


que não fica no grupo dos pacientes alexitimicos, acima de 74 pontos, inclusive, e nem
dos não-alexitimicos, abaixo de 62 pontos, inclusive.

Versão brasileira da ObserverAlexithymiaScale – OAS

Nessa escala a paciente fez 60 pontos. Segundo o ponto de corte da escalaoriginal, de


40 pontos, Maria seria considerada alexitímica.

d. Discussão

Madalena intermedeia o contato de Maria com a realidade baseada na sua


subjetividade, justifica fazer isso a fim de preparar a filha para o mundo, independente da
maturidade da adolescente para tal. Mesmo com uma influência tão forte a paciente
demonstra insegurança diante da figura materna, pois sente que a avó desempenha tal
função melhor do que a mãe. Ante tal questão usa uma das suas mais recorrentes defesas,
a racionalização, para tentar convencer a todos, inclusive a si própria, que a genitora está
correta na sua postura e nas suas decisões.

Os afetos tendem a prejudicar o seu trabalho intelectual. O que pode levar a atitude
de descaso ao conteúdo interno, postura continuamente adotada pela paciente, ainda assim
consegue desempenhar as atividades intelectuais que lhesão incumbidas, mesmo as que
exigem criatividade e expressão artística, apesarda dificuldade que a sua afetividade pode
lhe dar. Como apontam Risso e Rodrigues (2004) em um estudo de caso, cabe aqui usar
o termo desafetação de McDogall (1991) já que Maria não sofre de uma incapacidade de
exprimir emoção, mas sim de uma dificuldade de conter o seu excesso, não podendo
assim refletir sobre as suas experiências. Não sendo, portanto, um caso de paciente
alexitímico, pois a adolescente apesar de não conseguir expressar os seus sentimentos
abertamente, sabe o que sente e tem um colorido na sua expressão. Mesmo que tais
capacidades não tenham sido identificadas nas escalas utilizadas nesse estudo.

Fica clara aqui a importância de os pacientes serem observados de maneira


específica, voltado a sua realidade, evitando condutas padronizadas, estereotipadas ou
apressadas (Fontoni, Oliveira &Kaneta, 2014), permitindo a criação de um bom rapport.
Se o psicodiagnóstico fosse efetuado apenas com as escalas usadas e poucas entrevistas
seria possível considerar a paciente como alexitímica. O que se revelou não ser a hipótese
correta com o aprofundamento da investigação e, principalmente, com uma maior
abertura dajovem, obtida com a construção de uma relação de confiança com o psicólogo
responsável pela avaliação no tempo que ela precisou para tal.
4. CONCLUSÃO
a) Limites e possibilidades

Sabe-se que o psicodiagnóstico foi definido como um processo temporalmente


limitado do qual utilizava de técnicas e métodos psicológicos para avaliar, prever o curso
que o caso estava tomando, classificar e compreender os problemas. Porém Barbieri
(2010) explica que por conta da sistematização do processo em passos, causa uma rotina
de procedimentos queirá limitar a liberdade do psicólogo, que ficará restrito a escolhas
dos instrumentos que utilizará.

Um dos passos, como já citado anteriormente, seria a entrevista inicial, que tem
como característica, uma entrevista semidirigida e por conta disso, esta entrevista
possibilitara um melhor conhecimento do paciente, extraindo dados pertinentes para que
seja possível formular hipóteses e com isso planejar quais os testes que melhor se
encaixam no perfil do cliente. Mas, dependendo dos objetivos que será atribuído ao
Psicodiagnóstico, a abordagem pode se tornar menos diretiva ou formal, já que buscará
compreender a pessoa juntamente comas circunstâncias e acontecimentos de sua vida
presente e passada. “Visa-se descrever o problema atual e colocá-lo numa perspectiva
histórica para apreender o seu significado dentro de um processo vital, num contexto
temporal,afetivo e social”. (BARBIERI, 2010, p.510).

Por conta das hipóteses levantadas na entrevista, as técnicas de avaliação


psicológica determinam o que pode ser apreendido dos casos específicos. Barbieri (2010)
comenta que nas condições do qual a resposta está presenta antes da pergunta, o
conhecimento produzido irá permanecer estático,ser repetitivo e até mesmo deformado
por conta dos ajustes que o fenômeno passou para se adaptar ao que seria investigável
pelas técnicas.

Em relação aos testes projetivos, eles são instrumentos fundamentais na avaliação


por conta de sua padronização, com isso, admite uma margem de segurança ao
diagnóstico e uma maior exploração de condutas que não podem ser investigadas na
entrevista clínica. Porém, os testes precisam ser aplicados contendo uma sequência
específica e não simplesmente escolhidos ao acaso, é necessário ser considerando o
aspecto avaliado por cada um, seu nível de
estruturação e caráter ansiogênico e a escolha dos testes deve basear-se emcritérios de
validade e precisão estatísticas.
[...]Sua utilização permanece restrita à indicação dos níveis de integridade das
funções egoicas, ou seja, à adaptação do indivíduo à realidade. Com isso, não
se alcança o sentido psicológico da experiência, permanecendo-se num plano
formal. (BARBIERI, 2010, p.510).

Já a entrevista de devolução permite um maior conhecimento do caso, sea hipótese


que foi elaborada anteriormente foi validada, o que possibilita um planejamento de uma
terapia com maior sentido de realidade. Porém, como o objetivo de todo o processo é o
diagnóstico, intervenções terapêuticas neste momento são consideradas perigosas,
podendo prejudicar o vínculo e atémesmo provocar o abandono por parte do paciente,
com isso os potenciais efeitos terapêuticos da entrevista devolutiva são considerados
involuntários.
Por fim, por tudo isso que foi trazido, ao se olhar em um parâmetro geral, o modo
de organização e execução do Psicodiagnóstico em Psicanálise não permite atingir o seu
objetivo que seria de obter uma compreensão profunda, integrada e completa de uma
pessoa em sua singularidade.
5. REFÊRENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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