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CENTRO UNIVERSITÁRIO

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR DE BRASÍLIA – IESB


TÉCNICAS DO EXAME PSICOLÓGICO 2.2020

Técnica de aplicação do teste de Rorschach:


Aplicação segundo a Escola de Paris.
Anzieu (1978). Os métodos projetivos. Rio de Janeiro: Campus. Material sigiloso, exclusivo a
Chabert (2003). O Rorschach na clínica do adulto. Lisboa: Climepsi. estudantes de psicologia e
Traubernberg (1970). A prática do Rorschach. São Paulo: Editora Cultrix. psicólogos. Lei Federal
4119/62
Prof. MsC. Bruno Cavaignac C
Condições de “Mesmo que a solicitação se refira apenas
ao teste, convém fazê-lo preceder de
aplicação (Traubenberg, desenhos, entrevistas e outras provas, de
1970, p. 13-14) modo a estabelecer um contato valioso
“É essencial assegurar ao sujeito um antes da apresentação das pranchas”.
“No caso de aplicação de inventários
ambiente calmo, uma disponibilidade
psicológicos ou baterias de testes, jamais
suficiente e uma atenção pessoal sem aplicar o Rorschach em primeiro lugar e
implicações excessivas de nossa parte”. nem após o TAT”.
“A vulgarização dos testes de
“Tomar conhecimento dos motivos do personalidade faz com que certos sujeitos
pensem saber do que se trata e, sobretudo,
exame e do histórico completo do considerem que o teste é para “loucos”.
sujeito, antes do exame, não se De modo geral, deve-se reduzir as reações
de ansiedade dos sujeitos.
limitando a administração do
Rorschach”.
Fases da aplicação

1. ASSOCIAÇÃO (comunicação da instrução e tomada do protocolo)

2. INQUÉRITO (Aprofundamento do material)

3. INQUÉRITO DOS LIMITES (Necessário apenas em alguns

casos)

4. TESTE DAS ESCOLHAS (Escolha das pranchas que mais gostou

e menos apreciou)
Instruções formais do
teste (Traubenberg, 1970; Anzieu, Diferenças de instrução entre
1978; Chabert, 1998) diferentes autores.
“ A aplicação do teste não acomoda instruções
Rorschach tem a instrução mais curta “O que isso
imutáveis. As instruções variam de acordo com a idade,
poderia ser?”, Alcook a mais longa. Algumas
aspectos psicopatológicos, grau de instrução” (Anzieu,
instruções remetem a imaginação, como a de
1978, p.53).

Rorschach, assim como outras, como a de Beck,


“Comparação da situação de aplicação de testes
induzem a percepção (O que você poderia ver?).
projetivos, nas suas semelhanças e diferenças com a
De qualquer modo, é preciso buscar uma
cura analítica” (Chabert, 2003, p.46), semelhanças se referem
instrução que busque a maior neutralidade ao
a regra da não omissão e regra da abstinência:
mesmo tempo em que estimule a associação.
“Diga-me tudo que você poderia ver”.
“Me diga tudo que você
poderia pensar e sentir a partir
dessa mancha?”
ou
“O que isto poderia ser?”

Como responder as perguntas do examinando?


1. Caso o examinando não tenha entendido, repetir a instrução.
2. Uma vez o teste tenha sido iniciado, caso sejam feitas perguntas sobre o funcionamento do
teste, o aplicador deve, educadamente e com firmeza, indicar que dúvidas poderão ser
esclarecidas ao final do teste.
3. Caso o cliente pergunte se pode-se virar a prancha ou se pode usar a prancha inteira ou
apenas partes, o examinador deve dizer “Como você preferir”; “Como você quiser”.
As fases de aplicação: A associação
Associação: Apresentam-se as pranchas, sempre na mesma ordem,
com a pergunta: "o que poderia ser isto?” “Me diga tudo que isso
poderia ser”. Apesar das pranchas serem sempre apresentadas na
posição estabelecida, a pessoa pode virá-las à vontade. E pode dar
quantas respostas quiser, durante o tempo que necessitar. Anota-se,
para cada prancha, o tempo de reação (TR) e o tempo de duração (TD);
cada resposta dada pelo examinando, o mais fiel possível à linguagem
deste; e qualquer intercorrência importante.
O sujeito é instalado de preferência a
Tomada do esquerda e um pouco a frente do
protocolo (Traubenberg, observador (Para facilitar a observação do
1970, p. 15) comportamento). A posição frontal é
desaconselhável (Traubenberg, 1970, p. 13)
“O protocolo é feito ad verbatum:
exclamações, comentários, hesitações,
devem ser anotados com a maior
precisão possível”.

Também devem ser anotadas 1.


mudança de posição da prancha 2. Examinando

Intervalo de tempo transcorrido entre a


apresentação da prancha e a primeira Clínico

resposta anotável 3. Duração de cada


prancha 4. Observações do
comportamento. 5. As intervenções do
Anota-se, da forma mais
Prancha: Anotar
precisa possível, a fala
em números O que foi visto?
espontânea do paciente
romanos.
O que o fez ver?

Onde viu?
Tempo
de
Reação

Posição

Tempo decorrido de Número da resposta:


associação em uma Anotar em números
prancha. ordinais.
No verso de cada prancha é possível
ver o número da prancha escrito em
Aprendendo a números romanos na parte superior.
Essa é a referência da ordem
anotar a posição sequencial que a prancha deve ser
entregue e o indicador da posição
correta que ela deve ser entregue ao
sujeito.

Logo as pranchas devem ser


organizadas com antecedência para
que possam ser entregues na ordem
correta (I até a X) e na posição correta.
Caso o sujeito gire a prancha, isso deve
ser anotado segundo códigos.
Em caso do sujeito
girar a prancha.
Deve-se anotar na
primeira coluna,
indicando essa
ação a partir de um
sistema de
códigos:

Prancha invertida: V
Prancha virada para a
esquerda: <
Prancha virada para a direita: >
Rotação da prancha: @
O que foi visto?
O que o fez ver?

Onde viu?

Posição

Nesse exemplo, a
prancha foi virada
para a esquerda.
DICA:
Para memorizar os códigos, imagine um
“v” invertido com o encontro entre os
pontos posicionado no número da
prancha:

Prancha invertida: V
Prancha virada para a esquerda: <
Prancha virada para a direita: >
Rotação da prancha: @
A segunda fase: O Na Fase do Inquérito,
Inquérito. pergunta-se, para cada
“Vamos agora retomar os cartões juntos, tente dizer-me resposta dada:
o que o fez pensar naquilo que evocou. Claro que se
lhe ocorrerem respostas novas poderá sempre me 1. A Localização: “Onde você viu isso? Circule
dizer” (Chabert, 2003, p.47)
(na prancha com os dedos), mostre, com o
Pode ser necessário em ser mais preciso a depender
da pessoa que respondeu ao teste: indicador para mim.” A Localização deve ser
indicada pelo paciente, contudo registrada
“Procure me dizer onde viu o que evocou e o que é que
fez pensar nisso” (Chabert, 2003, p.48) pelo clínico, na Folha de Localização.
Em adultos o inquérito é feito só depois de terminada a 2. O Determinante: “O que te fez ver isso?” /
fase da associação das dez manchas de tinta.
“O que faz parecer isso?”/ “O que tem na
Em crianças podem ser feitos a associação e o
prancha que faz parecer isso?”
inquérito juntos
3. O conteúdo (Geralmente já fica claro na
fase de associação livre).
Anotar a localização da
resposta na folha de
localização.
Anotar “o que faz Coluna do
Anotar tanto o que o que foi
inquérito
parecer” na coluna ao perguntado pelo O que foi
clínico visto?
quanto o que
foi respondido pela examinando
lado da associação. O que o fez ver?

Onde viu?
As fases da
aplicação: O
Inquérito de
limites.
• Apenas é aplicado caso:
1. Faltem respostas com Conteúdos
Humanos percebidos de forma
completa, ao final da aplicação. Nesse
caso reapresenta-se a Prancha III e
diz-se ao paciente que nesta Prancha
é comum serem dadas respostas com
conteúdos humanos em interação,
“duas pessoas fazendo alguma coisa”,
e pergunta-se se ele também
consegue ver esse tipo de resposta.
2. Faltem respostas globais (G) ou
Banais. Nesse caso mostra-se a
prancha V ao paciente, diz-se que
nesta prancha é comum serem dadas
a resposta de “morcego”, “borboleta” e
As fases da aplicação: Escolha
preferencial.
Escolha Preferencial: Uma vez terminado o teste, é útil fazer o paciente
escolher as duas pranchas “preferidas”, ou que lhe “agradam mais”, e as duas
pranchas que lhe “desagradam mais”, tendo-se o cuidado de orientar a sua
decisão segundo uma preferência de gosto e não pela consciência de que a
interpretação foi bem ou mal sucedida (produtiva). Anotam-se os motivos das
escolhas.
O que é?
Anota-se, da forma mais
Prancha: Anotar O que
precisa possível, a fala Coluna do
em números O fez foi visto?
que
espontânea do paciente inquérito parecer?
romanos. Onde
viu?

Onde viu?
Tempo
de
Reação

Posição

Tempo decorrido de Número da resposta: Se é banal ou se


associação em uma Anotar em números há fenômenos
ordinais.
prancha. especiais
Referências:
Anzieu (1978). Os métodos projetivos. Rio de Janeiro:
Campus.
Chabert (2003). O Rorschach na clínica do adulto. Lisboa:
Climepsi.
Traubernberg (1970). A prática do Rorschach. São Paulo:
Editora Cultrix.
Modos de Localização
Trata-se de um recorte comum?
Utilização da mancha (Consultar o atlas de codificação)
inteira na resposta? Utilização APENAS da
Sim parte branca da
Não mancha.
Sim Não

Sim Não Sim

Inclusão do branco ao
Inclusão do branco ao restante da mancha?
Inclusão do branco ao
restante da mancha?
restante da mancha?
Sim Não
Sim Não
Sim Não

GDbl G DDbl D Ddbl Dd Dbl


O Determinante O determinante é O determinante da
Único é a Não sensorial? resposta é o
Forma? movimento.
Sim Não
Sim Movimento é humano?
Determinante é a Sim Não
Não
cor cromática?

O percepto tem forma Sim


Sim Movimento
definida? humano inteiro?
Determinante é a
Sim Não
FC; CF ou cor acromática? Sim Não Movimento
C animal?
Sim
Não Sim
Sim Não
F+/- FE;EF ou E Não K Kp
Distorção da
Forma? Uso da cor com conotação disfórica?
Sim Não
Movimento de kan
Sim Não objeto?

FClob;ClobF; FC´;C´F kob


F- F+ Clob
ou C´

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