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• Muito bem dotado para o desenho, hesita entre a carreira artística e a medicina.
• Influenciado por Haeckel, um grande divulgador da teoria da Darwin nos países de língua alemã,
Rorschach escolhe a medicina.
• Rorschach era um entusiasta da cultura Russa, tendo muito interesse pela língua e literaturas russas.
• Passa férias na Russia, entre 1906 a 1910, onde casa-se com uma colega russa chamada Olga Stemplein.
• Trabalhou entre 1913 e 1914 na Russia, mas retornou a Suiça por motivos desconhecidos.
Herman Rorschach (1884-1922).
• Psiquiatra pela Universidade de Burghölzi, instituição dirigida por Eugene Bleuler, onde também trabalhou Carl
Gustav Jung.
• Jung é criador do primeiro teste projetivo, o teste da associação das palavras e um dos primeiros psiquiatras a
aplicar as concepções psicanalíticas as psicoses.
• Rorschach defendeu sua tese em medicina em 1912 (Tese sobre Alucinações reflexas e fenômenos associados).
• Rorschach não foi analisado, o que era comum na época, mas aplicou a psicanálise no contexto psiquiátrico, tendo
realizado algumas curas.
• Entre 1909 e 1913, frequentou o grupo psicanalítico de Zurique (Bleuler, Jung, Maeder, Binswanger, Pfister), grupo
que foi dissolvido pelo afastamento de Jung da psicanálise e pela primeira guerra mundial.
Ulrich Rorschach: O pai de Hermann foi
professor de desenho e autor de um tratado
sobre a forma.
Eugène Bleuler
Universidade de Burghölzi
Zurique, Suíça,
C.G.Jung início do século XX
Herisau, Suiça: A cidade onde o Rorschach
criou seu teste.
Herman Rorschach (1884-1922).
• Quando se funda, em 1919, uma Sociedade Suíça de Psicanálise, filiado a IPA
(International Psychoanalitical Association), reunindo Oberholzer, Zulliger e Pfister,
Rorschach é nomeado vice-presidente de tal sociedade.
• É nessa sociedade que Rorschach apresenta várias comunicações sobre seu teste,
ganhando adeptos do teste (Oberholzer, Zulliger e Pfister).
• Rorschach foi um homem de personalidade cativante: doce, quase tímido, culto, brilhante e
profundo, reservado nos primeiros contatos, mas muito afável com amigos e os seus, emanava
o próprio tipo introversivo criador por ele mesmo descrito.
Herman Rorschach (1884-1922).
• Segundo Ellenberger, o teste do Rorschach foi “elaborado longe das
universidades, dos laboratórios, das grandes bibliotecas, em um pequeno hospital
psiquiátrico, por um homem que não estudara psicologia, não frequentava
congressos internacionais, nem conquistara títulos oficiais”.
• Interessado pela “reação” das pessoas, conseguira a compra de um macaco para avaliar
a reação de seus pacientes esquizofrênicos ao gestos do animal.
A prova do Rorschach e o trabalho sobre a imagem
(Travail de l´image)
Schwitters (1921) “The Skittle Picture” Schwitters (1921) “Merz 460. Two underdrawers”
A prova do Rorschach e o trabalho sobre a imagem
(Travail de l´image)
• Silberer (1912-1913) provocava associações em seus pacientes através da técnica da “lecanomancia”, comparando os resultados
com o teste da associação das palavras de Jung.
• Pfister (1913) pedia a seus pacientes que produzissem palavras e rabiscos sem sentido e identificava seus complexos a partir de tal
associação.
• O próprio Rorschach teve conhecimento do relato de Boltraffio, no qual este relata que o mestre Leonardo da Vinci, numa tarde
chuvosa , esteve contemplando uma parede manchada pela umidade. Da Vinci descreveu uma cena complexa a partir da mancha
na parede.
• Já adulto e psiquiatra, Rorschach mostrava manchas de tinta a seus pacientes, mas agora com espírito científico, comparando as respostas dos
pacientes, a respostas de crianças e de pessoas “normais”.
• Em 1911 trabalha em colaboração com seu colega Gehring, o qual aplica o teste em seus alunos.
• As vezes os próprios sujeitos fabricavam as manchas, em outros casos o próprio Rorschach fornecia as manchas já prontas. Além das manchas,
Rorschach utilizava desenhos bizarros como estímulo as associações, como uma Rã vermelha, gato verde, lenhador canhoto e etc. Os resultados
eram confrontados com o teste de Jung.
• O experimento não conseguiu diferenciar as respostas dos alunos mais imaginativos em relação aos demais.
• Rorschach não foi o primeiro a utilizar manchas de tinta para testar a imaginação. Dearborn (1897), Kirkpatrick & Sharpe (1898-1900); Wipple
(1910), Rybakoff (1910), Bartlet (1916). Entretanto, a grande diferença de Rorschach foi ter utilizado manchas de tinta como um instrumento de
avaliação da personalidade, não da imaginação ou da inteligência.
A descoberta de Rorschach.
• A estimulação decisiva veio da tese de Hens (1917), que apesar de não ter encontrado
resultados significativos em seu estudo, trouxe algumas questões que seriam
retomadas por Rorschach:
• O ser humano dispõe de um registro de imagens mais amplo do que aquele do qual se
serve na vida cotidiana.
• Uma percepção se liga a outra por associação (ao escutar um barulho de um objeto
caindo, o sujeito tende a associar o som a uma imagem (imaginação) do objeto caindo.
• As exigências do editor, o fizeram diminuir o número de pranchas para 10. A impressão das pranchas é
desastrosa, as cores se modificam ou ficam desbotadas. Rorschach acrescenta então as respostas de
esfumaçado.
• Continua seus estudos 1919 e elabora uma teoria para o mesmo. Livro “Psychodiagnostik” fica pronto
em 1920 e é lançado em 1921. Apresenta uma interpretação “as cegas” de um protocolo de um paciente
de um colega na sociedade psicanalítica suíça em 1922. Morre dois meses depois, em Abril de 1922.
Após Herman Rorschach (1922-1932)
• O livro Psychodiagnostik é um fracasso de vendas. Tal como o Traumdeutung
(Interpretação dos sonhos, 1900) de Freud, a obra só é amplamente reconhecida
posteriormente.
• Segundo uma perspectiva fenomenológica, o Rorschach exige uma consciência “imaginativa”, oposta aos testes
psicométricos, que em geral testam a consciência “percipiente”.
• Segundo uma perspectiva psicanalítica, as manchas suscitam uma regressão forçando o sujeito a por em jogo os
mecanismos de defesa contra uma angústia primitiva. Ainda, manchas evocam inconscientemente a imagem de
corpo do sujeito e as respostas dadas se originam desse quadro de referência, refletindo os diversos estágios de tal
imagem.
O teste de Rorschach: Definição Básica.
• Método Projetivo de Avaliação Psicodiagnóstica, que consiste em dar respostas sobre
“o que poderia ser...” cada uma das dez pranchas com manchas de tinta.
• De acordo com esta, o paciente, ao ser testado, ao procurar organizar uma informação
ambígua (ou seja, sem um significado claro, como as manchas do Teste de
Rorschach), projeta aspectos de sua própria personalidade.
A confecção de tais figuras fortuitas é muito simples: fazem-se alguns borrões grandes sobre
uma folha de papel.
Este papel será dobrado uma vez e os borrões deverão ser espalhados entre as folhas do
mesmo (...) as formas deverão ser relativamente simples (...)
De acordo com sua preparação, as figuras são simétricas com muito ligeiras diferenças entre
uma metade e outra (...). (Rorschach, 1921)” (RORSCHACH, 1978, P. 15 – 16, negrito do autor)
Referências:
Anzieu, D (1978). Os métodos projetivos. Rio de Janeiro: Editora Campus.
2ed.