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A PRiMEIRA PARTE
MATERiAl NECESSÁRiO
Além das pranchas de RORSCHACH (organizadas em ordem
de 1 a X), viradas sobre a mesa: 1 cronômetro; 2 folhas de localização;
2 canetas de cores diferentes; várias folhas de resposta em branco
RORSCHACH CLÍNIco — MANUAL BÁSICO 23
(em média 10 folhas). Este material deve ser organizado previamente
pelo examinador.
PROCEdiMENTO RARA ApLicAçÃo
1. Contato inicial - “RAPPORT”
Antes da aplicação propriamente dita, faz-se necessário o contato
inicial, também denominado “rapport” entre o aplicador e o
examinando.
Do “bom rapport” depende o sucesso da aplicação. O aplicador
deve propiciar um ambiente e contato acolhedor, com o objetivo de
diminuir a tensão inevitável frente à situação de prova.
Deve-se deixar claro para o examinando:
— a natureza da prova — que trata-se de uma avaliação de traços de
personalidade e não mede, exclusivamente, inteligência
ou qualquer outra habilidade específica;
— que pode ser aplicado em qualquer pessoa, de qualquer idade, grau de
escolaridade, nível cultural ou sócio-econômico;
— o caráter sigiloso da prova;
— a finalidade pela qual o examinando está se submetendo à prova: para
aprendizado do aplicador, pesquisa, diagnóstico psicológico, seleção profissional,
solicitação de outro profissional, etc.
— no caso de situação de aprendizagem, explicar a função do observador e a
função do espelho.
1.1. Coleta de Dados:
Deve-se ser feita de modo descontraído pelo aplicador, pois faz
parte do “rapport”, que só termina quando encerramos a aplicação. E
importante pesquisar:
— dados do examinando: idade, data de nascimento, naturalidade, grau de
escolaridade, curso, profissão;
— saúde: se o examinando faz uso de algum medicamento e, em caso afirmativo,
verificar se, dependendo do motivo da aplicação, é importante pesquisar se o
examinando faz uso de substâncias químicas, a freqüência e efeitos deste uso;
ObsERvAção:
— Caso o examinando dê muitas respostas por prancha, ou fique um tempo
demasiadamente longo de posse da mesma, podemos interrompê-lo, gentilmente,
solicitando que passe para a prancha seguinte. Isso pode ser feito quando o
sujeito der pelo menos dez respostas na prancha ou fique de posse dela por volta
de dez minutos.
— Caso o examinando não consiga “ver nada”em qualquer uma das pranchas ou
em mais de uma delas, passa-se para a prancha seguinte, sem insistir, pois houve
uma INIBIÇAO frente ao estímulo (anotar na folha de respostas).
Nestes casos, após a apresentação da Pr. X., será feita a
REPASSAGEM, parcial ou total do teste, antes de iniciar a Segunda fase.
ObsEnvAço
— todos os adjetivos utilizados pelo examinando, devem ser inquiridos:
Como por exemplo: “uma borboleta muito bonita”.
“O que, na mancha, te deu a idéia de ser uma borboleta muito
bonita?”
— para “nortear” o INQUÉRITO, é necessário que o aplicador construa hipóteses
sobre os determinantes utilizados pelo examinando, considerando:
FORMA: quando ele utiliza o contorno das manchas;
1.2. Encerramento:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
1. Modalidades Principais - G P p
São as mais freqüentes na população média, que correspondem a um dinamismo
normal de percepção, demonstrando que o examinando é capaz de perceber a
mancha de modo amplo (Resposta Global - G), os aspectos mais evidentes
(Respostas de partes - pormenores primários - P) e os detalhes (Respostas de
partes - pormenores secundários - p).
Pranchas
IV Um gorila.
VII Nuvens.
Pranchas
Pranchas
1 Borboleta
IV Um gigante
VI Uma flor
Pranchas
Pranchas
Dois ursos (P1), uma montanha em uma floresta (P4+P5), aqui (P2)
VIII
um campo florido. Os ursos saem do campo para subirem a montanha.
Vejo siri (P1), caranguejos (P7), coral (P9), cavalos marinhos (P4),
X algas (P15), um casco de navio (P1 1), peixinhos (P12), plânctons,
plantas marinhas, formando o fundo do mar.
Pranchas
2. Modalidades Secundárias
Exemplos.
43
Pranchas
‘‘Cabeça de raposa (em G), sendo que (E30) são os olhos e (E29) é a
1
boca.
Pranchas
‘‘Asa deita (espaço entre parte inferior laranja e parte central verde -
VIII
E32)
Prancha
E8 é o corpo olmo
‘‘Um violino (onde braço, enquanto do vi o
IX é e
P5 cordas). como as
denominado sendo
Pranchas
Pranchas
II P4 como mãos.
V P1 como perna
Gigante. Inq. É inteiro (G); (o que te fez ver um gigante?). Os pés, enormes,
igual pé de gigante, então o resto só pode ser um gigante, senão não teria
IV sentido:
(descreva as partes do gigante que você vê) só os pés, o resto não vejo, mas
só pode ser por causa dos pés.
(Continuação)
47
Pranchas
Índios, dois. lnq. (G) Tem pena de índio, então é índio. (descreva-me
VII os índios?) Não sei, só estou vendo as penas uma de cada lado
(mostraP5), então só podem ser índios.
BIBLIOGRAFIA
COELHO, L.M.S. Epilepsia e Personalidade: Psicodiagnóstico de
Rorschach, entrevistas e anamnese heredológica em 102
examinandos. São Paulo, Atica, 1975.
SILVEIRA, A. Prova de Rorschach: Elaboração do Psico grama. São
Paulo, EdBras, 1985.
Pranchas
AJ sorriso. Inq. É tudo (G), aqui é a boca sorrindo (P1), com o enrrugado que
III
fica em cima do lábio (P3) e dos lados da boca (p2).
‘‘Tórax de um orangotango,. Inq. (mostra em G)
IV
Só vejo o tórax e tem a textura do peito do macaco.
Chifre de touro. lnq. Parece inteiro com um chifre, igual das touradas, tem
VII
esse modelo.
DETERMINANTE FORMAL
CíilA AN/\UATE E MARIA INS FALCÃO
I
NTROdUÇÃO
TOMANDO-SE a própria publicação de Hermann Rorschach podemos observar
que, no Psicodiagnóstico, o autor denominava a prova de “Interpretação de
Formas Fortuitas” .
Nesse sentido, sua preocupação consistia em pesquisar os aspectos formais das
respostas a fim de obter um “apanhado geral das funções
de percepção e de concepção” (grifo do autor) (1)•
Dito de outra forma, buscava-se (como ainda o fazemos)
distinguir quais as características das manchas que se impõem à
percepção do examinando: se relacionadas à forma apenas e/ou à
outros fatores como cinestesia, cor, luminosidade ou perspectiva,
uma vez que estas últimas também podem ter, em seu bojo, a
participação da forma na construção da imagem assocjada.
O QUE E FORMA?
A forma é o aspecto mais importante do mundo visível, é o princípio ordenador do
unjverso. E construtiva quando dá ordem e estrutura os borrões e destrutiva
quando se torna estereotipada, não permitindo a flexibilidade. A visão reconhece
as características peculiares de um objeto. A forma demanda um olhar ativo e
seletivo, exige focalizacão, estruturação e atenção ativa. A percepção da forma é
uma função da consciência relacionada a adaptação à realidade. A forma é o mais
freqüente e o mais importante dos determinantes (2)•
(Continuação)
ROPSCHACH CIJNIc0 — MANUAL BÁSICO
53
Pranchas
v “Uma tocha alta com uma pira olímpica. Ela está no centro (P5)
e ao redor dela tem uma fila de cavalos de cabeça abaixada (E24 e
IV espaços externos), prestando reverência à pira, como se fosse um
totem ou símbolo. E como uma cena mística: cavalos abaixados
ao redor dela e a pira é um elemento artificial aí’. P (E) F+ art
63
N° Pranchas
4.
5.
N° Prancha
N° Prancha
7. V
flutuando...(gestos).”
PMH
suicidando.” P M H______________________________________
N° Pranchas
(v) — “Duas bailarinas nas pontas dos pés, assim curvadas para
frente.” lnq.: (P2) “ E aqui. Elas tão com as perninhas juntinhas
12. III (p25) e tão na pontinha dos pés. O corpo é essa parte, curvado
para frente, assim, como quando elas agradecem ao público.” P
MH
N° Pranchas
Note que nestes casos, para considerarmos M, o movimento realizado tem que
ser necessariamente específico de seres humanos, e
quejamais poderiam ser executados por animais. Nos exemplos citados,
N° Pranchas
N° Pranchas
cachorros não se beijam, assim como ursos não apostam corrida, ou pelo menos
não têm essa intenção.
Personagens tais como Tio Patinhas, Mickey, etc, quando em
atividade, também são classificados como M, pois apesar de ser
tratarem de animais, são totalmente humanizados.
N° Prancha
20. 111
N° Prancha
67
“O pato Donald arrumando a mala dos sobrinhos dele.” lnq.:
(P1) “Ele seria aqui nessa parte, a cabeça com o bico de pato,
o corpo.. .e ele está mexendo aqui (P7), não sei parece um tipo
de uma bolsa, por isso eu disse que era uma mala. Do outro
N° Prancha
G F+ HV4,5
MOViMENTO ANiMAl — M
Para classificarmos uma resposta como m, devemos obedecer
às mesmas considerações de tensão muscular e cinestesia, porém
atribuidas à animais em atividade.
As condições de classificação são semelhantes àquelas exigidas pela categoria M,
portanto, não nos estenderemos na discussão dos exemplos aqui apresentados.
Os movimentos percebidos devem ser necessariamente típicos de animais, como
ilustra o exemplo de Silveira5:
Protocolo 674:
Prancha
V “Aqui parece um morcego, visto de assim, de cima, voando (1: Este me parece
que está mesmo voando...)
G m A V .“
Podemos dizer então, que serão classificadas como m, todas as
respostas referentes a:
1 — Animais, reais ou fictícios, vistos de corpo inteiro, como
agentes de uma ação.
N° Prancha
N° Prancha
24. VIII “Dois ursos subindo em uma árvore.” lnq.: (PI+P4) “Os
Note também aqui, a diferença para com o exemplo 11. São repostas muito
parecidas. No primeiro as características humanas foram ressaltadas, enquanto
que aqui, prevalecem as características de uma forma animal.
N° Prancha
N° Prancha
26. III “Um gato caindo.” Inq.: (P2) “Nessa parte aqui, dá a
impressão de que ele está em plena queda, com o rabo
N° Prancha
5 — Expressão facial animal, desde que não se refira a uma força abstrata.
N° Prancha
“Dois cachorrinhos assim de pé.” Inq.: (P6) “Sabe quando ele ficam
sentadinhos assim nas patinhas de trás, esperando alguma coisa
28. II
do dono? Então, é isso aqui seria o focinho, a orelha pequena, o
corpo todo durinho, sentadinho aqui, assim (gestos).” P m A V
N° Prancha
N° Prancha
“Um cachorro muito bravo.” Inq.: (P3+PI0) “Aqui seria o corpo dele
(Pio), bem peludo, por que no dá para ver as patas, o pelo cobre
30. VII elas, por causa desse contorno aqui. E aqui seria a cabeça com a
orelha levantada para cima. Ele está bravo por que está rosnando,
mostrando os dentes assim (gestos).” P m A
Prancha
VIII “...Alguma coisa se abrindo (P5), mas presa por ligamentos (P3); no sei o que.
(Inq: E uma coisa que eu senti, como se estivesse acontecendo
(espontaneamente). P m’ ab .“
Protocolo 964
Prancha
N° Pranchas
“Uma nave espacial, em pleno vôo.” Inq.: (E5) “Aqui no meio, tem
bem o jeito de nave espacial, igual aquelas da Nasa. Ela está
31. II voando, subindo, como aquele ônibus espacial que eles tem o
Discovery, é isso, é o lançamento do Discovery, subindo para o
espaço (gestos).” E m’1 ml
N° Pranchas
Como ilustram esses exemplos, o m’ pode ou não conter forma, sendo que
apenas a sensação de movimento está presente.
OuTRos FATORES QUE DEVEM SER CoNsidERAdos NA
CkssiFicAçÃo DE UMA RM
Algumas vezes o movimento é mencionado apenas no inquérito,
ou seja, o examinando durante a associação não menciona o movimento
N° Pranchas
- “Uma magia.” lnq.: (G) “Eu vejo tudo isso aqui como
se fosse algo mágico, uma magia que vem assim
38. IX (gestos) e vai influenciando tudo por onde ela passa, é
alguma coisa cósmica, etérea que vem assim (gestos).”
O m’1 ab
“Ácidos ribonucleicos em transformação.” lnq.: (O)
“Me dá idéia de uma movimentação, sei lá, parece líquidos se
39. X
misturando, por isso eu disse que são ácidos ribonucleicos,
daqueles que tem dentro da célula, é isso aí.” O m’1 ab
Esta pergunta deve ser feita pelo aplicador todas as vezes que o movimento surgir
somente no inquérito, e tem a finalidade de precisar se a sensação cinestésica foi
percebida na associação, porém não mencionada, ou se foi acrescentada pelo
examinando na fase de inquérito.
Assim, se resposta à pergunta do examinador no exemplo supra
citado for que ‘o movimento já tinha sido percebido antes’,
classificamos: G m A V 1,0
Caso o sujeito diga que só percebeu a cinestesia durante o
inquérito, o movimento é classificado como determinante adicional:
GF+(m) A V 1,0
O mesmo vale para M e m’.
Pode ocorrer ainda, de o examinando ‘retirar’ o movimento
mencionado na associação, como demonstram os exemplos a seguir:
N° Prancha
N° Prancha
Ps(C’) ggr
N° Pranchas
8. X “...Um despenhadeiro, este vazio lá em baixo (E30) e
P Ps arq
PMH
vistos de longe...”:
p Ps arq
12. VII “...A entrada de uma caverna (G). Uma caverna que se
GE Ps(C’) ggr
N° Pranchas
N° Prancha
Determinante ps
Classificamos como ps toda vez que a forma, ainda que delimitada, perde-se na
percepção da distância, tornando-se vaga e difundindo-se no espaço. Este tipo de
resposta concentra-se em duas ou três categorias de conteúdo como fumaça,
nuvem ou correlatos. Os exemplos ilustrativos da classificação ps estão entre os
números 30 e 35.
N° Prancha
30. VII “...Nuvens...é bem o desenho delas no céu...”: G ps nv
31. VIII “...Arco-iris (G) pelas cores mas principalmente pelo
aspecto difuso delas. Está pintado de um jeito que dá a
mesma sensação de quando a gente vê um arco-iris no
céu: não consegue pegá-lo mas vê que ele ocupa todo
aquele pedaço no céu...”: G p5 (CF) nat
32. 1 posição invertida “...Um incêndio (contorno da metade
inferior de P2). Parece quando ficam aquelas labaredas
envolvidas numa fumaça que até faz lacrimejar os
olhos...”: P ps fg
33. IX < “...Um cometa (P3). Aqui o corpo dele e aqui a
cauda. Parece que está todo envolvido em fumaça
porque parece nebuloso...”: P ps fg
34. IX “...Parece que uma vela (P5) foi apagada e deixou aqui
esta fumaça. No centro ela se adensa porque está perto
do pavio e à medida que se distancia, a fumaça vai se
esparsando...”: P p5 fg
35. III “...Duas bruxas (P1) fazendo feitiçaria em volta de um
caldeirão. Da magia sai uma espécie de vapor branco
(E) que vai ganhando todo o ambiente onde elas estão...”: P M H V
E øs(C’)fg
N° Prancha
N° Pranchas
N° Prancha
N° Prancha
N° Prancha
“...Parece que eu vivia em uma redoma. Tudo era assim sem nada,
não dava para enxergar nada (E). Um dia rasgou o teto da redoma
(G) e eu olhei para fora. Se abriu esta rachadura (G), olhei para
44. V
fora...Mas, não gostei...não tem nada, é um infinito, um nada que
vai longe e não acaba nunca, a gente vê que não é nada, só uma
existência em vão...”: GE ps’ ab
N° Prancha
N° Prancha
N° Prancha
Pranchas
1. VI Tapete amarelo
N° Pranchas
DiSTiNÇiO ENTRE F E FC
Quando o sujeito se referir à forma e à cor em sua percepção,
classificamos como FC.
Exemplo
DiSTiNÇÃO ENTRE FC E CF
Sempre que a formada mancha puder ser modificada sem perder
a plausibilidade da resposta, sem fazê-la nem mais nem menos plausível
a resposta será CF; por outro lado, se as mudanças na interpretação
da área mudarem a plausibilidade da resposta, teremos FC.
N° Pranchas
N° Pranchas
P “Laço de fita. Inq.: o que na mancha fez você ver laço de fita?”
tem um nó no meio e o laço de cada lado. Este laço de fita que
você está vendo, onde ele pode ser usado? As crianças usam na
1. III cabeça ou serve para fazer pacotes de presente. Só pacotes de
presente, não serve para outro tipo de pacote? Lembrei de
presente porque é colorido (FC). Caso não faça esta distinção a
resposta será F+.
DiSTiNÇÃO ENTRE CF E C
Nas respostas C o sujeito encontra um conceito cuja cor coincide com a do borrão.
E ocaso de SANGUE ou FOGO aplicado às regiões vermelhas,de AGUA ou CEU
nas partes azuis, de TERRA e VEGETAÇAO nas porções, pardas ou verdes.
Neste caso, a qualidade cromática é diretamente associada a aspectos abstratos.
Nesses casos, o uso da cor é evidente, a dúvida é quanto ao papel representado
pela forma: fenômenos percebidos em diferentes situações concretas e que
passam a constituir propriedades exclusiva que as define.
Se o sujeito tiver apontado indiferentemente para os diversos vermelhos do cartão
dizendo apenas: “Isto é sangue”será C. Na maioria das vezes sangue é visto
como “escorrido, espalhado, pingando” aí, será CF pois tais referências sugerem a
presença de forma.
No inquérito não perguntar: Como você vê este sangue? Pois
poderia sugerir um elemento formal não existente anteriormente. Dizer:
mais alguma coisa sobre este sangue?
As C são raras e mesmo as interpretações como “água”ou
“fogo”quase sempre têm alguma influência da forma na mancha.
COR FORÇAdA OU CoNdENSAçÃo dE COR
O examinando pode levar em conta a cor da área a qual ele identificou através do
aspecto formal, sem conseguir, no entanto, integrar uma resposta FC, uma vez
que FC corresponde ao reconhecimento de um objeto ou ser concreto, onde F e C
compõem mesmo conceito.
Exemplo
99
N° Pranchas
N° Pranchas
Eq = RC
Onde : RC FC 0,5
CF = 1,0 C
(Valores ponderais)
FC=0 CF =2 C=0
Cálculo Eq M: = 1,0
BIBLIOGRAFIA:
COELHO, L.M.S. - Epilepsia e Personalidade: psicodiagnóstico de
Rorschach, entrevistas e anameses heredológicas em 102
examinandos. São Paulo, Atica, 1980.
COELHO, L.M.S. e SALVIA, M.C.P. - Estudo Estatístico dos Fatores
do Rorschach em População Normal — Publicação Sociedade
Rorschach de São Paulo, São Paulo, 1997.
PIOTROWSKI, Z.A. — Fere eptanalysis — Philadelphia, Exlibris, 1965.
SILVEIRA, A. - Prova de Rorschach: Elaboração do Psico grama -
São Paulo, Edbras, 1985.
R=22 M1 m1 m’=O
FC=0 CF =2 C=0
CálculoEq = M:1,0
que
Portanto: Verifica-se convergência ou harmonia entre o expresso no
é
comportamento e suas tendências profundas.
mais
5.3. Protocolo 14 / 98
R59 M3 m1 m’=l(l)
FC= 1 CF=1 C= O
Cálculo Eq M = 3
Prancha
N° Pranchas
P8: “Aqui vejo uma pulga: com as pernas bem articuladas e sua
1. X
cor preta “: P C’ A. A importância da cor é fundamental para o
reconhecimento da pulga
N° Prancha
N° Pranchas
Por fim, cumpre ainda lembrar que muitas pessoas usam a palavra escuro ou
claro com a intenção de mencionar as cores enquanto, outras falam de preto ou
branco para esclarecer o impacto da tonalidade das manchas em seu aparelho
perceptivo, ficando mais uma vez ao encargo do inquérito esclarecer o real uso
das tonalidades das manchas. Por exemplo:
Exemplo:
N° Prancha
P1” Um pedaço de carvão, sei lá acho que pela cor, olhei e logo
14. II
lembrei do carvão, assim bem pretinho”: P C’ nat.
N° Prancha
em
P1” Mulheres com roupa escura, devem
estar um
15. 111 velório. São mulheres por causa dos seios,
salto e
parecem de coque”: P F (C’) H V.
nuca,
Exemplo:
117
Exemplo.
N° Prancha
N° Prancha
Exemplo:
N° Prancha
118
Exemplo.
Prancha
4.
P3” O
VI no vejo localizado dentro sol, aqui no mais claro
de
p o contorno arredondado do sol’: L nat.
p
Exemplo.
N° Prancha
Exemplo:
N° Prancha
de
6. IV p não localizado dentro G Um pé de alface, pelo
“
das L
formato sobrepostas”: p
folhas ai
como adicional o L.
Exemplo:
Exemplo:
119
N° Prancha
N° Prancha
Exemplo.
Exemplo:
120
N° Prancha
A bolsa
P9” Uma mulher carregando uma bolsa. aberta pois (P4 ) está
9. III posso ver o forro por causa escura aqui”: P F (L) H V. desta
9 marca
mais
N° Prancha
Exemplo:
Exemplo:
121
N° Prancha
N° Prancha
Obs. 1: Esta área mais clara correspondendo aos olhos não é considerada L dada
a frequência com que ocorre. O L atribuído à resposta está em relação à
percepção apenas da boca e dos dentes.
Exemplo:
122
N° Prancha
com os
Cristo
P3” braços abertos,
13. VI z, vejo aqui seus olhos,
nari e e barba”: P L) 1-1.
bigod
F(
Exemplo:
N° Prancha
14. X p28” Uma pessoa bem magrinha. Lembra uma pessoa pelo
os olhos”: p F (L) H.
123
testemunhar.
N° Prancha
N° Prancha
124
N° Prancha
N° Prancha
N° Prancha
125
Prancha
N° Prancha
P4: “Nessa bola aqui embaixo, não dá para ver direito mas parece
um bichinho, ainda filhote comendo tipo uma fruta, é toda essa
parte , vejo a parte de cima de uma fruta, sei lá... tipo maçã, o
20 IX rostinho e talvez. ..uma patinha aqui. O resto faz parte dele, fica
assim o geral dele, embora não me fica claro... Sei que é um
filhotinho comendo algo.. .É isso”:
P L A.
5, 6, 7 e 8.
N° Pranchas
P F (1) an.
N° Pranchas
11. III P7: “ Uma caixa toráxica. Parece uma caixa toráxica pelo
formato côncavo que os ossos fazem. Estes traços
cinzinhas assim, pelo seu aspecto leve e voltado para trás
dão uma sensação de ser côncavo o suficiente para abrigar
aqui dentro, neste espaço, outro orgão, por exemplo, o
______ ptlmão”:P(E)F(l)an.
128
N° Prancha
129
Neste exemplo, a diferença de tons não é usada como uma sensação tátil mas,
dentro de uma construção intelectual e, portanto, não se trata do determinante 1 e
sim do L. De qualquer maneira, o exemplo tem como objetivo apontar para a
necessidade de muita cautela ao analisar as respostas onde o uso da diferença de
tons pode ser confundido com a percepção de perspectiva. A idéia de tridimensão
(classificação do determinante perspectiva) deve obrigatoriamente ocupar-se do
espaço fisico, enquanto que a diferença de tons pode criar uma idéia de relevo ou
de planos sobrepostos, sem o uso do espaço (ver capítulo sobre perspectiva).
Enfim, o importante para a classificação do 1 é a experimentação
tátil de uma imagem concebida no ambiente externo. Veja, a partir
dos exemplos 14 e 15, o caráter tátil que permeia a formação da
N° Prancha
N° Prancha
Assim como nos casos anteriores, o determinante 1’ pode ocupar o lugar principal
na classificação - ao participar de maneira predominante na construção do
percepto (1’ ) - ou, vir em adicional a uma percepção formal (F(l’)) ou a qualquer
outro determinante mais preponderante na resposta (Det.(l’)), como os exemplos a
seguir podem ilustrar:
N° Pranchas
VII
P13: “Parece um caracol. Lembra um caracol pelo volume do corpo assim gordo
com a cabecinha para fora. Também... o aspecto dessa cor.. .dá a impressão de
um corpo mole, meio gosmento : P F(l’) A.
o - “Algo molhado... caiu e molhou. Olha até respingou aqui (p23). Parece
molhado, não sei te explicar porque. Dá vontade até de passar a mão assim. ..Ai,
que esquisitol “ : O 1’ ab.
P3: ‘ Uma chama. Chama de um fogo qualquer: pode ser de fósforo, fogueira... sei
lá. ..É mais a forma comprida com esse jogo de vários tons aqui dentro. Existe
sempre um jogo de tonalidades dentro do fogo”:
P F(l’) fg.
P4: “Um rosto com expressão de tristeza. É um rosto amorfo, não vejo traços. A
sombra, esta coloração dá uma idéia de tristeza” P 1’ ab.
10. IV O: “Uma alga do mar. Pensei em alga do mar porque o que chama a
atenção nelas é a sua tonalidade. Quase não dá para ver seu corpo e a
sua forma porque 90% de seu corpo é água. O que faz sua presença é
simplesmente a sua tonalidade, meio transparente” O 1’ A
12. VIU O: ‘Fluidos de um corpo. Pelo aspecto destas figuras.. .parecem viscosas
e tendem a se aglutinar pela aparência pegajosa mesmo delas, só’ O 1’
an.
3.
Prancha
II
131
4.
IV
5.
6.
7.
IX
8.
9.
IV
132 ROPSCHACH CLiNICO — MANUAL BÁSICO
N° Prancha
14 X P8: “ Ácaros. Lembram ácaros porque so esquisitinhos:
tem corpinho arredondado e antenas. Também porque eles
me parecem asquerozos, nojentos, horriveis...ô coisinha
feia’: P F( 1’) A.
15 V G: Uma borboleta estranha, daquelas que traz azar.
Borboleta pelo formato e traz azar porque é muito feia,
desajeitada...desprovida de beleza...talvez porque seja
assim sem cor”: G F (1’) A V.
16 II P1: “Uma carne prensada (P1 + P2). Porque é assim (gesto
de amassado), algo que já morreu. Aqui (P2) ainda vai
morrer...porque ainda no está com este aspecto de
prensado” P 1’ an.
Enfim, cumpre assinalar que os diferentes determinantes de luminosidade não
podem ocupar uma mesma classificação. Ou seja, não é possível termos, por
exemplo, o C’ como determinante principal e o L como adicional - C’ (L) ou, ainda
o L com o 1’ em adicional - L(l’) - Nestes casos devemos avaliar com cuidado a
elaboração da resposta a fim de decidir a melhor opção: desmembrar a resposta
ou classificar apenas o determinante que alude a um maior desenvolvimento na
elaboração da imagem.
Houve nesta resposta apenas uma classificação uma vez que o examinando
suplanta a inicial percepção do 1 a partir de sua evolução
para a percepção do C’.
Os determinantes L e C’ indicam uma maneira mais amadurecida de reagir
emocionalmente em função da maior participação do estímulo objetivo na
utilização dos tons. Em contrapartida, os determinantes 1 e 1’ correspondem à
reações emocionais mais imaturas.
N° Prancha
P6: ‘ Aqui no meio parece um fumegueiro, uma fumaça bastante
encorpada. . .Na realidade, vendo melhor, parece uma ilha, ao
longe, pegando fogo. Fica aquela imagem preta no fundo, como
17 VII
nos filmes de guerra. Isso é um incêndio nas casas simples de
pescadores, como acontece nos filmes de guerra, quando a
paisagem fica toda escura e queimada”: P Ps (C’) pz.
li
Parte de fig.
pA Crina, rabo, pata
animal
Parte da fig.
pH Olho, cabelo, braço, cabeça
Humana
Acidente
ggr Ilha, rio,montanha
geográfico
Referência
ml Espada, faca, revólver, foguete
militar
sg Sangue Sangue
N° Pranchas
Conteúdos A e an/ II e an
N° Prancha
N° Prancha
138
N° Pranchas
P F+ (1’) A
P F+ H V
desenterrado,
P4 — “. ..Um cadáver que acabou de ser desfeito, só dá
está
9. 1 para ver as mãos aqui em está em estado de
cima (P 1). Ele
putrefação...”: P F+ an
já
Conteúdos A e pAI H e Ph
N° Prancha
N° Prancha
N° Prancha
Conteúdos A e H
seguir:
— Neste exemplo, o conteúdo mais apropriado é o humano (H) uma vez que a
idéia de ameaça, da maneira descrita pelo examinando,
está mais presente na relação interpessoal.
N° Prancha
N° Prancha
N° Prancha
N° Prancha
Conteúdo an
ci
e
N° Pranchas
P3 — “...É certinho uma coluna vertebral com as costelas aqui
48. VIII
dos lados...”: P F+ an V
G Ps pz
P M+ H
P CF nat
N° Prancha
N° Pranchas
lago
E8 — “...Um por ser arredondado e ter essa
59. IX ase
azuizinha e qu ansp aren água te...”: p CF (1’) ggr
tr
N° Prancha
N° Pranchas
G Ps (m’) arq
N° Pranchas
N° Prancha
153
1-1 + pH + A + pA
Interesses centrais 75%
+ an
Necessidades afetivas .
an, fg, sg, mi, sx
primárias 25% distribuídas em pelo menos
três categorias
Socialmente mais
ri, ant, art
diferenciados
Preocupações cotidianas
vst, obj, pz, nat, bt
e vagas
61
Este índice indica o estilo perceptual do examinando, ou seja, o modo com que
habitualmente ele distribui sua atenção na observação dos
diferentes eventos do ambiente.
Cada uma das modalidades principais e secundárias registradas no psicograma
em estudo deverá ser reduzida ao valor percentual correspondente ao total das
respostas. Portanto, G x 1 OO/R; P x 1 OO/R; p x 100/R; etc., o mesmo
procedimento deverá ser adotado para os conjuntos monocromáticos e coloridos,
em função do número de respostas de cada um deles (Rm e Rc).
Em seguida é suficiente consultar as tabelas construídas para cada
modalidade para o registro no índice de Perc.
Nota: As modalidades G e P se distribuem segundo uma curva
estatística normal (ver tabela pág. 225) enquanto que para as demais utilizaremos
avaliação não paramétrica (freqüência acumulada ver tabela pág. 251). Cabe
notar que essas tabelas apenas devem ser utilizadas psrs protocolos com número
de respostas pelo menos igual ao valor mínimo da faixa de valor normal: R total =
28 (ou +); R mono = 12 (ou +) e R cromático = 16 (ou +). Quando os valores de R
forem inferiores, a análise deve ser aproximada e qualitativa.
MODALIDADES PRINCIPAIS
TABELA 1- RESPOSTAS GLOBAIS (G)
12 30 G 29 45 G 5,5 16 G
30 39 Gi 45 61 Gi 16 25 Gi
39 48 G2 61 77 G2 25 34 G2
48 57 G3 77 93 G3 34 41 G3
57 75 G4 93 100 G4 41 55 G4
75 93 G5 55 62 G5
93 100 G6 62 69 G6
69 76 G7
L
76 83 G8
83 100 G9
62 74 P 45,5 65 P 70 83,5 P
74 80 P1 65 71,5 P1 83,5 88 P1
80 86 P2 71,5 78 P2 88 92,5 P2
92 100 P4 84,5 91 P4
91 100 P5
4 12 p 4 12 p 4 121
12 18 p1 12 18 p1 12 18 p1
18 24 p2 18 24 p2 18 24 p2
24 30 p3 24 30 p3 24 30 p3
30 36 p4 30 36 p4 30 36 p’Í
36 48 p5 36 48 p5 36 48 p5
48 60 p6 48 60 p6 48 60 p6
60 72 p7 60 72 p’7 60 72 p’7
72 84 p8 72 84 p8 72 84 p8
VALORES ESPERADOS:
Protocolo Total: Faixa de variação 57 - 72
Uma informação importante pode ser obtida sobre o modo com que o impacto
afetivo direto (estímulo colorido) intervém na extensão com que o indivíduo se
volta para as circunstâncias do ambiente externo. Por isso avaliamos o índice %F
para os conjuntos de estímulos monocromáticos e cromáticos. Na população
normal pudemos verificar:
Conjunto Monocromático: Faixa de variação 65 —85
Conjunto Cromático: Faixa de variação 46—68
No processamento das informações captadas do ambiente externo intervém a
mobilização dos recursos e necessidades subjetivas do examinando. A extensão
com que os fatores subjetivos são mobilizados pode ser avaliada pelo índice
lambda, onde os fatores determinantes não formais (R - F) são comparados com
o total das respostas formais:
Faixa de Interesses:
Categorias de Conteúdos
IL
V VI VII
G 1,0 4,5 5,5 2,0 1,0 2,5 2,5 4,5 5,5 5,5
P. Adj 4,0 3,0 3,0 4,0 2,5 2,5 1,0 0 2,5 4,0
P. Dist. 6,0 5,5 4,0 3,5 5,0 6,0 3,0 3,0 4,5 4,5
Mancha com
3,5 4,5 4,5 5,0 4,0 6,5 4,0 4,0 5,0 6,0
•Espaço
RMI= %F+ + %A + %V
3
RORSCHACH CLÍNICO — MANUAL BÁSICO 173
b) Setor Afetivo: Ligação Emocional
180
186
seu modo de reagir na interaç.o com os Geniais quando sob tensão, ou quando
diminui o controle consciente.
De modo a avaliar a dinâmica psíquica mais ampla que caracteriza
a personalidade atual do examinando confrontamos, no plano manifesto e
latente do comportamento, as concepções intelectuais e os processos
a) No Plano Manifesto:
189
afetivo-emocionais.
191
Total 17 16
* Valor mínimo de somatória de sinais para
consideração de distúrbios psicógenos no Critico 8 7
protocolo de Rorschach examinado.
-
SINAIS CONDIÇÕES VALOR
MODIFICAÇAO
(MII) (AS) INICIAIS PONDERAL
(Outros A utores)
M.II. COELhO
R R R<25 1 O
R<12
M M MouI 2 2
FM 2M ou
FM m FM > M 0,5 1
FM = O
Fracasso, Rejeição,
Fa In 3 3
iprancha.
FC FC FC=0 3 3
ou %A + anta > ou
%A %A %A > ou = 50% 1 0,5
=65%
Choque de
Som breado (o
SS CHL 3 3
mesmo, em IV e
VI)
1
NO. SÍMBOLO SIGNIFICADO
de até
217
TABELAS
11
III
IV
V
VI
VII
Adaptação à Realidade
Adaptação à Realidade (Monocr. e Cromático)
BIBLIOGRAFIA
CANGUILHEM, G. - Le normal et lepathologique - Paris, PUF. 1972.
COELHO, L e Salvia,M.C. Estudo Estatístico dos Fatores do
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Rorschach de São Paulo). 1997.
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MENDES Filho, R.B. — sobre o conceito de normalidade em psiquiatria.
In.: Boletim da Sociedade Rorschach de São Paulo, Vol. 1 no 2 — Agosto-
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OLIVEIRA Costa Neto, P.L. - Estatística São Paulo,ed Edgard
Blücher. 1977.
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Weiner, I.B (Ed), Personality and Clinical Psychological Series (pp
195-226). Hilisdale, NJ.: Lawrence Erlbaum Associates. 1995.
dos 9 4 casos.