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Introdução

De acordo com o tema do trabalho que é síndromes neuróticas, iremos debruçar


sobre as síndromes Neuróticas, quadro fobicas, obsessivo-compulsivas, histéricas,
hipocondríacas e neurasténicas (atualmente, em parte, compreendidas na síndrome da
fadiga cronica) , relacionados ao conteúdo do livro Psicopatologia e Semiologia dos
Tanstornos Mentais (Paulo Dalgalarrondo, 2008, segunda edição) e American
Psychiatric Association. Diagnostic and statistical manual of mental disorders- DSM-IV.
4th ed. 1994.

Objective

Geral

 Compreender síndromes neuróticas

Específicos

 Descrever fobias e tipos de fobias


 Identificar as crises dissociativos histéricos da crise epilética
 Mencionar os transtornos obsessivo-compulsivo

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Síndromes neuróticas

Síndromes neuróticas, são perturbações mentais caracterizadas pela presença marcante


de ansiedade e angustia, pela ausência de alterações relevantes relacionadas ao
pensamento e a angústia, pela ausência de alterações relevantes relacionados ao
pensamento e composição de formas muito particulares de relação com a existência, o
próprio corpo, os conteúdos internos, o outro, os objetos (materiais e simbólicos) e o
experimento do usufruto e do prazer.

Embora a tendência atual seja a de abandonar o conceito de neurose, neste livro é mantido
o constructo ‘’’neurose’’, posto ser ele consideravelmente útil e heurístico.

Identificar um individuo como tendo um quadro neurótico permite uma compreensão


adequada para um considerável número de paciente que apresenta sintomas ansiosos,
fobicos, obsessivos, histriónicos e hipocondríacos.

Tais sintomas oscilam e se alternam no tempo, com muita frequência, permanecendo um


núcleo constante, que se denomina neurose.

Alem disso, o constructo neurose aponta para uma estruturação da subjetividade


expressiva de conflitos intrapsíquicos (recalque, luta interna, impulsos inaceitáveis
perante um julgamento rígido, etc.) e interpessoais (frustração recorrente nas relações
pessoais, insatisfação constante com o que recebe e dá aos outros, rigidez, etc.) (López
Ibor, |1966|2001).

No sistema diagnostico DSM-IV, o conceito de neurose foi totalmente suprimido e, em


seu lugar, permaneceram transtornos mentais ditos ‘’menores’’, tais como os transtornos
de ansiedade (sobre tudo os transtornos de ansiedade generalizada, de pânico e de estresse
pós-traumático), fobicos, obsessivos-compulsivos, dissociativos, conversivos e de
somatização.

Na CID-10, o constructo neurose, embora criticado, não é abandonado. Os transtornos


fobicos, obsessivo-compulsivos, dissociativos e conversivos, bem como as somatizações,
a neurastenia e a hipocondria e conversivos, bem como as somatizações, a neurastenia e
a hipocondria e a hipocondria permanecem agrupados em um mesmo capítulo (capitulo
F40 a F48), de alguma forma orbitando em torno de um constructo mais amplo
denominado neurose. Entretanto, a CID-10 não o considera um ‘’princípio organizador’’.

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No centro de todas as neuroses, está a angústia. O homem neurótico vive os conflitos
humanos fundamentais de forma particularmente dolorosa e recorrente.

As neuroses se caracterizam por dificuldades e conflitos intrapsíquicos e interpessoais


que mantêm o sofrimento, a frustração, a angústia, o empobrecimento e a inadequação
tanto do Eu como das relações interpessoais.

As principais síndromes neuróticas e somataformes podem ser descritas e classificadas


da seguinte forma: síndromes fobicas, obsessivo-compulsivas, histéricas, hipocondríacas
e neurasténicas (atualmente, em parte, compreendidas na síndrome da fadiga cronica).

Quadros fobicos

Nos quadros fobicos, ou síndromes fobicas, os medos intensos e irracionais, bem como
certas circunstancias ou situações, objetos, animais, podem resultar medo, mesmo que
objetivamente não oferecem perigo real ao individuo e isso pode gerar intensidade
desproporcional de medo quanto à realidade. Dalgalarrondo (2ª edição) destaca a
agorafobia, a fobia simples ou especifica e a fobia social como as principais síndromes
fobicas.

Agorafobia

Agorafobia é um transtorno de ansiedade, na maioria das vezes, associado às crises de


pânico. Originalmente, a palavra era empregada para definir o medo de lugares abertos
ou com muita gente. Hoje, é usada para definir comportamentos de esquiva, que aparecem
quando a pessoa se encontra em situações ou locais dos quais seria difícil ou embaraçoso
escapar, ou mesmo receber socorro, se algo de errado acontecesse.

Não se conhece a causa do distúrbio, que se manifesta mais nas mulheres do que nos
homens. Em alguns aspectos, ele pode se confundido com a fobia social, uma vez que os
portadores da desordem tendem a reduzir os contatos sociais como forma de esquivar-se
das situações em que imaginem ser difícil obter auxílio.

Nos casos mais graves, a agorafobia compromete a vida social e profissional dos
pacientes. A antecipação do medo de sentir medo e de um ataque de pânico inesperado
impede, muitas vezes, que a pessoa realize atividades banais, por considerá-las
potencialmente de risco.

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Diagnóstico
O diagnóstico leva em conta a história e os sintomas apresentados. Estabelecer o
diagnóstico da agorafobia é importante para diferenciá-la de outras fobias (fobia social,
estresse pós-traumático, etc.) e orientar o tratamento.

Sintomas
Os sintomas são semelhantes aos da crise de pânico e a intensidade varia de pessoa para
pessoa. Eles podem ser classificados em:

 psicológicos (medo de morrer, de enlouquecer, de perder o controle sobre si


próprio);
 somáticos (taquicardia, palpitação, falta de ar, sudorese abundante, náuseas,
vômitos, dor de estômago, diarréia, tremores, tonturas).

Tratamento
Os quadros de agorafobia podem reverter espontaneamente. Quando isso não acontece, a
terapia cognitivo-comportamental representa o recurso mais eficaz de tratamento. Baseia-
se numa técnica chamada de auto-exposição ao estímulo fóbico que consiste no
enfrentamento gradual das situações geradoras do medo. À medida que são vencidas as
etapas, o grau de dificuldade aumenta, até que não haja mais nenhum desconforto diante
de determinado estímulo.

Recomendações
Pessoa com medos exagerados que desencadeiam crises de pânico não está querendo
chamar a atenção: tem um transtorno que pode precisar de cuidados médicos.

Fobia simples ou específica


Fobia simples ou específica é o medo persistente e recorrente a um determinado objeto
ou circunstância que desencadeia uma forte reação de ansiedade, sempre que apresentado
ao paciente fóbico.

Diagnóstico
Os critérios para realização do diagnóstico exigem as seguintes condições:
um objeto claramente identificável (nos demais transtornos fóbicos e ansiosos nem

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sempre o objeto é claramente identificável). Este objeto sempre que apresentado
desencadeia uma forte reação de medo, ansiedade ou mal estar no paciente, podendo
chegar a uma crise semelhante a crise de pânico. Os adultos e adolescentes reconhecem
que esse medo é exagerado, mas as crianças não necessariamente. Pelo critério norte
americano o diagnóstico só pode ser dado quando o objeto fóbico interfere na rotina do
indivíduo.

Características
As fobias, em geral, caracterizam-se pela ausência de motivo para despertar o medo
constatado, ou por ser o medo exagerado diante do objeto fóbico. As pessoas com fobia
específica não apresentam uma história de traumas, injúrias ou ameaças decorrentes da
exposição aos objetos mais comuns da fobia específica. Se isso acontecesse seria
necessário diferenciar a fobia específica do estresse pós-traumático. Na maioria das vezes
as pessoas com uma fobia específica não são afetadas em sua rotina porque o objeto
fóbico não faz parte dela. Quando faz parte torna-se indicado o tratamento.
Há situações nas quais o objeto fóbico é o mesmo da agorafobia. A diferença entre essas
duas formas de fobia baseia-se no que o paciente pensa. Na fobia há uma forte reação
contrária ao objeto, sendo o objeto afastado, a ansiedade some. Na agorafobia o medo é
da dificuldade de sair de onde esteja caso passe mal, o que não acontece na fobia
específica. Essa diferenciação é importante porque a fobia específica é um problema
isolado, já a agorafobia dificilmente vem sozinha, geralmente antecede, vem junto ou
depois de um quadro depressivo ou de pânico.
Esse transtorno geralmente é identificado na infância ou mesmo na idade adulta. É um
problema um pouco mais freqüente nas mulheres e apesar de eventualmente levar a
desmaios isso não significa nada especialmente grave.
A fobia específica é um transtorno pouco estudado pelo baixo comprometimento que
geralmente representa.

Objetos mais comuns


Os objetos fóbicos mais comumente encontrados são fobia a animais como cães, aranhas,
lesmas. Medo de animais altamente perigosos como cobras venenosas, jacarés, tigres não
podem ser considerados patológicos. Outras fobias comuns são de sangue, de águas rasas
ou profundas, trovões e tempestades, alturas, elevadores, aviões. A lista de objetos

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fóbicos, contudo, não é restrita: qualquer objeto desde que suscite uma resposta fóbica
típica pode enquadrar os critérios de fobia específica.

Tratamento
Pela pequena quantidade de pesquisas nessa área e por causa da pequena demanda de
tratamento há poucas pesquisas sobre o da fobia específica. As medicações se mostram
ineficazes e a terapia cognitivo-comportamental apresentam resultados bastante
satisfatórios.

Fobia social
A fobia social é a intensa ansiedade gerada quando o paciente é submetido à avaliação de
outras pessoas. Essa ansiedade ainda que generalizada não se estende a todas as funções
que uma pessoa possa desempenhar. Na maioria das vezes concentra-se sob tarefas ou
circunstâncias bem definidas. É natural sentir-se acanhado quando se é observado: esse
desconforto até certo ponto é normal e aceitável, muitas vezes vantajoso. Passamos a
considerar esta vergonha ou timidez como patológicas a partir do momento em que a
pessoa sofre algum prejuízo pessoal por causa dela, como deixar de concluir um curso ou
uma facu

ldade por causa de um exame final que exige uma apresentação pública ou diante de um
avaliador.

Diagnóstico
Para fazer o diagnóstico é necessário que a pessoa com fobia social apresente uma forte
sensação de ansiedade ou desconforto sempre que exposta a determinadas circunstâncias.
A ocorrência eventual para as mesmas situações como, por exemplo, escrever sendo
observado exclui o diagnóstico de fobia social. O fóbico social sente-se muito
incomodado todas as vezes que alguém o observa escrevendo. A intensidade desta reação
de ansiedade é desproporcional ao nervosismo que esta situação exigiria das pessoas em
geral, e isso é reconhecido pelo paciente. No momento em que a pessoa é exposta a
situação fóbica, a crise de ansiedade é de tal forma intensa que parece uma crise de pânico.
Por causa de todo o desconforto envolvido nessa situação a pessoa passa a apresentar um
comportamento de evitação para estas situações. Casos específicos devem ser analisados
individualmente, como, por exemplo, uma pessoa que tenha uma doença que deixe suas
mãos com aspecto desagradável, poderá sentir-se mal ao ser observada quando assina um

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cheque, não por causa de uma possível fobia social, mas por causa do temor em que sua
doença cause repulso em quem o observa.

Características Associadas
Os limites entre a timidez normal e a patológica são muito tênues para quem não é
especialista no assunto. Mesmo para o próprio paciente com fobia social não é fácil
acreditar que sofra de um transtorno psiquiátrico. Somente a difusão popular do quadro
típico da fobia social na sociedade é capaz de levar os pacientes com fobia social ao
psiquiatra, o que de fato vem acontecendo cada vez mais.
Nas relações conjugais observa-se que quando o tratamento é iniciado após o casamento,
podem surgir conflitos conjugais. Isso acontece porque o cônjuge saudável estava
acostumado à dominação e o fóbico à submissão Quando o tratamento permite que a
submissão se desfaça surgem naturalmente os conflitos, que podem ser superados com a
cooperação e compreensão do cônjuge saudável. Pode ser necessária a complementação
do tratamento da fobia social com uma psicoterapia de casais para superar essa fase.
Por fim um acontecimento comum principalmente no tratamento medicamentoso, que
proporciona uma supressão mais rápida dos sintomas, é o surgimento de um
comportamento hostil nos primeiros meses de tratamento, por parte do paciente. Isto se
dá provavelmente devido a uma auto-afirmação que o paciente passa a adotar. Antes do
tratamento, como todo fóbico social, os pacientes se submetiam a coisas com as quais não
concordavam, mas o faziam por não resistirem à pressão. Com o tratamento o paciente
aprende a dizer não, inicialmente com certa dose de agressividade, depois mais
amadurecidamente. Geralmente este comportamento faz a família crer que o parente em
tratamento piorou e se queixa ao médico disto. Estas brigas, agressões e hostilidades
incomuns numa pessoa antes tão dócil são um sinal de eficácia do tratamento e essa fase
de litígios é transitória não se recomendando a interrupção do tratamento por causa dela.
Após três ou quatro meses o comportamento volta ao normal sem que o paciente volte a
ficar fóbico novamente. Caso as brigas se prolonguem demais será necessária uma nova
avaliação feita por psiquiatra.

Sintomas
Não há sintomas típicos de fobia social; como qualquer transtorno de ansiedade os
sintomas são aqueles típicos de qualquer manifestação de ansiedade. O que caracteriza a
fobia social particularmente é o desencadeamento dos sintomas sempre que a pessoa é

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submetida à observação externa enquanto executa uma atividade. Observa-se dentre os
fóbicos tremores, sudorese, sensação de bolo na garganta, dificuldade para falar, mal estar
abdominal, diarréia, tonteiras, falta de ar, vontade de sair do local onde se encontra o
quanto antes. A preocupação por antecipação com as situações onde estará sob apreciação
alheia, desperta a ansiedade antecipatória, fazendo com que o paciente fique vários dias
antes de uma apresentação sofrendo ao imaginar-se na situação.

 Escrever ou assinar em público


 Falar em público
 Dirigir, estacionar um carro enquanto é observado
 Cantar ou tocar um instrumento musical
 Comer ou beber
 Ser fotografado ou filmado
 Usar mictórios públicos (mais para homens)

Os pacientes com fobia social geralmente não conseguem dizer não a um vendedor
insistente, compram um produto de que não precisam só para se verem livres daquele
vendedor, mas também nunca mais voltam àquele lugar. Os namoros muitas vezes são
aceitos por conveniência e não por desejo verdadeiro. Os fóbicos sociais freqüentemente
têm uma auto-estima baixa e julgam que devem aceitar a primeira pessoa que surge
porque acham que não despertarão os interesses em mais ninguém.

Grupo de Risco
As pessoas mais afetadas pela fobia social são os homens, ao contrário da maioria dos
transtornos de ansiedade que predominam sobre as mulheres. O início é indefinido, por
ser muito gradual, impossibilitando os pacientes a identificarem até mesmo um ano em
que este problema tenha começado. Na grande maioria das vezes o início é localizado na
época em que começaram a se dar conta de que eram mais tímidos do que os outros, ou
seja, na infância ou adolescência. Ainda não foram descritos casos na fobia social tendo
iniciado após os trinta ou quarenta anos de idade. Isto não significa que não possa surgir
nessa época, mas certamente só ocorre raramente. O mais tardar que a fobia social pode
começar é no início da idade adulta, em torno de vinte anos; quando o paciente se dá conta
percebe que é mais acanhado que a maioria das pessoas sob as mesmas condições.

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Tratamento
O tratamento medicamentoso com o clonazepan ou os antidepressivos inibidores da
rematação da serotonina está bem claro e definido. Essas medicações permitem uma
recuperação entre setenta e noventa por cento. É pouco provável obter uma melhora de
cem por cento embora algumas pessoas fiquem bem próximas disso. Talvez as pessoas
com mais de cinqüenta anos de idade tenham uma certa resistência a melhora com
medicação, este fato, contudo, ainda deve ser comprovado. A terapia cognitivo-
comportamental vem apresentando bons resultados no tempo de um ou dois anos de
duração. Não foi detectada recaída nos primeiros anos após a alta, mas acompanhamentos
mais prolongados são necessários para se verificar o tempo que a terapia cognitivo-
comportamental permite ao paciente estar livre dos sintomas: se definitivamente ou
apenas alguns anos. Pode ser até que permita uma verdadeira cura caso os pacientes
fiquem o resto da vida sem precisar de novas intervenções de qualquer natureza. Somente
o tempo poderá verificar isso, ou seja, só as futuras gerações saberão desse fato.

Síndromes obsessivo-compulsivas

Caracterizam-se por ideias, fantasias e imagens obsessivas e por atos, rituais ou


comportamentos compulsivos. Esses quadros são vividos como uma pressão sobre o
indivíduo, como algo que o obriga e submete. Na prática clínica nem sempre é fácil
demarcar com precisão o limite entre a obsessão e a fobia, ou entre a ideia delirante e a
obsessão. Da mesma forma, em alguns casos é difícil diferenciar entre o ato compulsivo
e o ato impulsivo. As síndromes obsessivo-compulsivas dividem-se em dois subtipos
básicos Aquelas nas quais predominam as ideias obsessivas e aquelas nas quais
predominam os atos e os comportamentos compulsivos (Miguel, 1996). Muito
frequentemente, entretanto, se observam formas mistas.

•Síndromes obsessivas
As síndromes obsessivas caracterizam-se por ideias, pensamentos, fantasias ou imagens
persistentes e recorrentes que parecem "invadir" a consciência, causando angústia no
indivíduo. Este último reconhece o caráter irracional e absurdo desses pensamentos.
•Síndromes compulsivas
Nas síndromes compulsivas predominam rituais ou comportamentos repetitivos, tais
como lavar as mãos muitas vezes, tomar diversos banhos, verificar se portas e janelas
estão fechadas inúmeras vezes, repetir palavras mentalmente em silêncio, dentre outros.

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Quadros histéricos

As síndromes histéricas, historicamente famosos, principalmente graças às “Histéricas de


Freud” caracterizam-se por apresentar manifestações clinicas tanto referentes ao corpo
como à mente e ao comportamento.

 No corpo: predominam as alterações das funções sensoriais e motoras;


 Na mente: aquelas relacionadas à consciência vígil, à memória e às percepções;
 No comportamento: o individuo com histeria é caracteristicamente dramático,
teatral, infantil, sedutor e, eventualmente, manipulativo.

Podem apresentar-se de duas maneiras distintas: a Dissociativa e a Histeria de Conversão.

Histeria de conversão

Caracterizada por episódios em que um paciente em crise pode apresentar alterações


sensoriais e motoras bastante variadas.

Os sintomas e as perturbações corporais são muito variados:

 Paralisias histéricas, anestesias e analgesias histéricas, cegueiras histéricas,


perturbações histéricas, no andar e no ficar de pé e perda da fala ou rouquidão
histérica.

Histeria dissociativa (transtorno dissociativo)

Podem ocorrer alterações da consciência, com pseudocrises que se assemelham a crises


epiléticas. Ocorrem frequentemente como crises histérico-dissociativas, com
rebaixamento e afunilamento da consciência (estado crepuscular histérico).

Do ponto de vista clinico, é fundamental poder diferenciar as crises histéricas das crises
epiléticas.

 Crise Dissociativa Histérica: quando acontece uma espécie de rompimento com


a consciência, causando de s m ai o s , amnésias, automatismos, entre outros.
 Crise Epilética: A Epilepsia é um distúrbio do cérebro, não transmissível, em que
as atividades das células nervosas são perturbadas. Isso causa uma atividade
excessiva e a normal nas células cerebrais, gerando crises epiléticas.

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Quando este distúrbio ocorre, o cérebro interrompe temporariamente sua função habitual
e produz manifestações involuntárias no comportamento, no controle muscular, na
consciência e na sensibilidade do indivíduo.
A epilepsia a se manifesta por crises repetidas e há mais de um tipo de crise epilética.
Portanto, qualquer pessoa pode passar por uma crise epilética isolada, o que não significa
necessariamente que esta pessoa sofra da doença.
Crise dissociativa histérica Crises epilética
Mais comum em mulheres Distribuição equilibrada entre os sexos
Antecedentes pessoais de personalidade Podem ou não haver alterações
histriónica, neurose histérica, ou conflitos
psiquiátricas prévias; pode ser referido um
psicológicos importantes. perfil do tipo personalidade epilética.
Predominam manifestações motoras, que Segue os padrões dos diferentes tipos de
tendem a ser mais bizarras (como ataque crises epiléticas (as crises parciais
ao examinador durante a convulsão) complexas, com seus automatismos,
também podem apresentar aspetos
aparentemente bizarro).
Uma fase tónica precedendo a clónica é A fase tónica precede a clónica no tipo
mais rara. grande mal.
O paciente quase sempre fica com os O paciente pode ter a crise com os olhos
olhos fechados durante a crise. abertos.
Quando o individuo prende a respiração, Hipertonia generalizada
as extremidades quase sempre se
apresenta relaxadas
Atividade motora bilateral com Quando há atividade motora bilateral, a
preservação de consciência indica consciência deve estar sempre alterada
pseudocrise (exceção: espasmos, mioclónicos ou
flexores).
Tende a surgir na presença de outras Podem surgir durante o sono ou quando o
pessoas, durante o dia, apos discussões ou individuo este sozinho.
brigas familiares; raramente surgem
durante o sono.
Instalação costuma ser mais lenta que Instalação geralmente abrupta; pode haver
abrupta o ‘’grito epilético’’ precedendo a crise.
Duração tende a ser mais longa que a de Duração mais curta, geralmente de
uma crise epilética. segundos a poucos minutos
Geralmente não há confusão mental, Apos a crise, podem ocorrer confusão
obnubilação, tontura, cefaleia intensa ou mental e obnubilação, tontura, cefaleia
hipotonia muscular apos pseudocrise. intenção e hipotonia muscular
Raramente há liberação de esfíncter Pode haver liberação de esfíncter durante
durante a crise. a crise.
EEG não demostra alteração durante a O EEG pode demostrar manifestação do
crise; tende a ser normal nos períodos tipo epilético na fase interictal; na fase
intericticos. icta, sempre há manifestações no EEG.

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Quadro Hipocondríacas e Somatização
A hipocondria é um quadro em que se predomina um medo e preocupações intensas de
ter alguma doença grave ou uma condição de saúde que ameace sua vida. Normalmente,
essas ideias surgem a partir de sensações e sinais físicos que a pessoa vivencia. Uma
pessoa com hipocondria busca frequentemente médicos e serviços de saúde, faz exames
com frequência, pensa ter uma doença só de ler ouvir falar sobre ela e sempre busca a
segunda opinião de um médico.
Já a somatização é um termo com muitos significados, que se refere ao processo pelo qual
o indivíduo usa consciente ou inconscientemente seu corpo ou sintomas para obter ganhos
pessoais, ou seja, o indivíduo a adquiriu o papel de doente para obter ganhos. Os
indivíduos hipocondríacos e somatizadores tendem a não aceitar que se uso ferimento
é de origem psicológica.

Síndromes Neurastênicas
Termo em relativo desuso, tendendo a ser substituída pelo conceito de síndrome da fadiga
crônica.
Neurastenia é um distúrbio psicológico que resulta do enfraquecimento aumentado do
sistema nervoso central (neuro = cérebro, astenia= fraqueza).
O indivíduo geralmente tem a vida social comprometida, poi seu comportamento sofre
alterações. O termo foi popularizado pelo neurologista estadunidense George Miller
Beard, em meados do século XIX.
Causa
 Esgotamento mental;
 Intoxicações por d roga s;
 Permanência por longos períodos em lugares pouco arejados;
 Sujeição a frequentes e moções fortes, entre outros fatores
Sintomas

 Fadiga fácil depois de esforço físico ou mental;


 Dores musculares;
 Dificuldade em relaxar;
 Sensação de fraqueza e exaustão corporal;
 Irritabilidade;
 Dificuldade em concentrar-se;

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 Tonturas;
 Depressão;
 Dormência e formigamentos de membros;
 Cefaleias e insegurança. Pode haver dificuldades com o sono em mais de 15 %
dos casos permanecem sem justificativas biomédicas
Tratamento

Psicoterapia (psicanálise, terapia analítico -comportamental, terapia cognitivo-comporta


mental, terapia psicoeducacional) e uso de medicamentos, como antidepressivos. A
mudança dos hábitos alimentares, adicionando à dieta alimentos ricos em fibras, cereais
e hortaliças, o abandono do consumo de drogas, fumo, bebidas alcoólicas, café, chá preto
e carnes gordurosas pode potencializar os efeitos do tratamento. A hidroterapia também
é bastante utiliza da em alguns casos.
Pessoas neurastênicas devem evitar rotinas estressantes, reservando pelo menos um dia
por semana para o descanso, de preferência em locais tranquilos, agradáveis e com
bastante ar puro. É recomendável, também, para descarregaras tensões nervosas, andar
descalço soba grama fria pela manhã.
A prática de exercícios físicos, principalmente aeróbicos, é uma importante ferramenta
para a cura desse e de muitos outros transtornos.
A neurastenia, sem dúvida, não é o pior dos distúrbios psíquicos, sendo inicialmente
considerada como a mola propulsora de patologias mais severas tais como o transtorno
bipolar, a depressão e a esquizofrenia, e exatamente por isso, foi muito utilizada para
camuflar a manifestação de tais doenças.
Estima-se que entre 3 e 11% da população do planeta seja neurastênica, especialmente
nos países da América do Norte e Ásia. Os Estados Unidos são campeões no ranking de
prevalência da doença, e chegaram até a batizar a doença de “americanitis”, pois a
consideravam como transtorno psíquico característico dos americanos.

A psiquiatria pouco conhece a respeito da doença, mas alguns chegam a afirmar que se
trata de uma regressão ao comportamento infantil. Sigmund Freud, o pai da psicanálise,
relacionava a ocorrência da neurastenia com o excesso de masturbações, práticas sexuais
a normais e pressão intracraniana (pressão exercida pelo crânio nos tecidos sob o tecido
cerebral).

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Conclusão

As neuroses são perturbações mentais caracterizadas pela presença marcante de ansiedade


e angústia, pela ausência de alterações relevantes relacionadas ao pensamento e a
composição de formas muito particulares de relação com a existência, o próprio corpo,
os conteúdos internos, o outro, os objetos (materiais e simbólicos) e o experimento do
usufruto e do prazer. São compostas pela susceptibilidade e abertura para os contatos e as
questões humanas, pela concomitante vulnerabilidade a elas, e pela tendência a privilegiar
aquilo que é doloroso.

Ela se classifica em síndromes fóbicas, síndromes obsessivo-compulsiva, síndromes


histéricas e síndromes hipocondríacas e somatização. Todas as síndromes podem ser
acompanhadas com tratamentos.

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Bibliografia
Dalgalarrondo P. Síndromes neuróticas. In: Dalgalarrondo P. Psicopatologia e
semiologia dos transtornos mentais.2. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 2008.p.319 –
326.

American Psychiatric Association. Diagnostic and statistical manual of mental disorders-


DSM-IV. 4th ed. 1994.

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