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01 - Inteligência Intrapessoal........................................................................................3
02 - Testando a Inteligência Emocional....................................................................... 7
03 - Inteligência Interpessoal......................................................................................19
Referências.................................................................................................................... 27
Para atingir o maior grau de compreensão do seu próprio ser, você precisa
apenas cair em si mesmo. Exige-se pouca ação e mais reflexão. Cair em si mesmo
significa conseguir compreender as próprias necessidades, conhecer a si mesmo,
responsabilizar- se pelo seu próprio bem-estar, descobrir o seu amor-próprio, livrar-se
de toda e qualquer culpa ou padrão de autopunição e, por fim, transmutar todos os
padrões negativos em positivos.
Em alguns círculos sociais, voltar-se para si mesmo pode ser considerado como
um comportamento egoísta, pois somos sempre muito inclinados a cuidar das outras
pessoas. Contudo, peço que você não se deixe levar por esse tipo de pensamento, pois,
na realidade, nós somos inteiramente nossa responsabilidade e nosso eu deve ser a
nossa prioridade. O bem-estar que podemos proporcionar às outras pessoas é sempre
proporcional ao bem-estar que podemos oferecer a nós mesmos.
Aquele que não se conhece e não se ama terá muito pouco a oferecer aos
demais. Aquele que estabelece consigo mesmo uma atitude punitiva e que maltrata o
seu próprio eu com cobranças e críticas demasiadas provavelmente reproduzirá esse
padrão no relacionamento com os demais. O incômodo com nosso próprio eu pode ser
um indício de que não nos sentimos autorrealizados ou não compreendemos a nossa
missão de vida.
Pessoas que tiveram todas ou grande parte das respostas como “sempre” ou
“muitas vezes”, provavelmente têm atitudes mais positivas em relação à vida e uma
autoestima bem desenvolvida. Possivelmente elas confiam em si mesmas e trabalham
para se manterem ativas e produtivas.
Ao longo do módulo I deste curso, deixei algumas pistas quanto a isso, tais como
fechar os olhos e olhar para dentro de si, conversar consigo mesmo, questionar sobre
sua própria felicidade e manter um diário. Adicionalmente, gostaria de falar sobre o
afastamento do ego como um caminho fundamental para o encontro com o eu.
O fato do ego nos ter sido dado de fora para dentro não significa que ele seja
algo ruim. Existe uma face do ego que é bastante positiva e está relacionada
principalmente ao mundo do trabalho e da convivência social. Desde crianças, somos
ensinados a buscar ocupar o nosso próprio lugar no mundo através do incentivo que os
nossos cuidadores nos dão para exercitarmos ou aprimorarmos determinadas
atividades. Também é através do ego que somos ensinados sobre o respeito e a estima
que devemos dar aos outros e a reciprocidade que devemos esperar dos demais.
Eu gostaria de lhe fazer uma pergunta: como você costuma tratar uma pessoa
muito especial para você? Agora me responda: será que você se trata tão bem quanto
trata essa pessoa?
Porém, o desafio que quero lhe fazer neste momento é para que você utilize este
mesmo espírito consigo mesmo. Que você olhe para dentro de si sem ódio, sem culpa,
sem mágoas, sem tristezas, sem se sentir decepcionado consigo mesmo por tudo aquilo
que fez errado. Ao contrário, olhe para dentro de si com amor, com alegria, com
esperança e com todos os sentimentos positivos que nós costumamos oferecer para
todas as pessoas que consideramos especiais.
É disso que se trata o amor-próprio. Não faz nenhum sentido que nós nos
tratemos pior do que tratamos as outras pessoas porque ninguém é melhor ou pior do
que ninguém. Portanto, no mínimo, merecemos tratamento semelhante. Cada um de
nós é singular e especial à sua própria maneira.
Se, ao invés de olhar para fora pensando em tudo que passou, você fechar os
olhos e olhar para dentro buscando compreender a si mesmo, reconhecer as próprias
qualidades e se amar no registro da aceitação e não do julgamento e da crítica, seu
estado depressivo perderá qualquer sentido.
É claro que temos aqui que salientar que a nossa mente tende a repetir os
nossos estados emocionais. Isso significa que mesmo que você, por um momento, olhe
para dentro de si e encontre extrema felicidade, seu estado depressivo anterior
tenderá a voltar na sua mente por diversas vezes. Ele é uma espécie de vício da mente
do qual você necessitará se desintoxicar. O modo de afastar a tentação da mente é
buscando voltar a sua atenção sempre para o presente, onde é a morada do seu eu
interior.
Quando olhamos para dentro, afastamos de nós toda a distração que estava
relacionada às expectativas que criamos sobre as outras pessoas. Se dedicamos o nosso
amor para alguém e esse alguém não foi recíproco, tudo bem, pois eu mesmo posso
dedicar este mesmo amor para mim. Se alguém tomou uma atitude que foi injusta do
seu ponto de vista, quando você exercita a sua inteligência emocional, percebe que
aquele ser humano apenas agiu de acordo com aquilo que lhe foi ensinado e que
O que faz com que essa distinção seja fundamental é o fato de que, muitas
vezes, tendemos a esperar das pessoas determinadas reações ou mesmo forçá-las a ter
determinados comportamentos que são importantes para o nosso próprio ser e não
para aquela pessoa em particular. Quando tomamos esse tipo de atitude, estamos
forçando o outro indivíduo a ser aquilo que nós esperamos dele e não lhe deixamos
livre para ser ele mesmo.
Por mais que, às vezes, essa atitude possa ser fruto de um enorme amor que
sentimos por essa pessoa, desrespeitamos a sua individualidade ao tentarmos forçá-la
a enxergar o mundo a partir das nossas lentes particulares. Quando buscamos ajudar
um indivíduo respeitando sua singularidade, temos de colocar em prática a nossa
empatia e buscar alternativas e conselhos para oferecer a esta pessoa a partir do seu
próprio ponto de vista.
Um líder que possui uma boa inteligência intrapessoal e interpessoal será capaz
de reconhecer a singularidade de todos os seres humanos sem se colocar em qualquer
posição de superioridade. Embora ele esteja ocupando uma função hierarquicamente
acima de seus subordinados, ele sabe que são iguais enquanto seres humanos. Por isso,
trata a todos com enorme respeito e compreensão.
Por outro lado, aquele que não consegue reconhecer a si mesmo e apenas
valoriza as conquistas exteriores, provavelmente não valorizará seus subordinados pelo
que são, mas apenas pelos bons resultados que podem alcançar. Obviamente, os
resultados são essenciais em qualquer organização, mas é preciso reconhecer que o
resultado é a somatória do trabalho com o clima na organização, a qualidade de vida
no trabalho e outros quesitos que talvez um indivíduo possa estar contribuindo, ainda
que, do ponto de vista da produção, ele não esteja conseguindo dar seus melhores
resultados.