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Apresentação...................................................................................................................

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01 - Inteligência Intrapessoal........................................................................................3
02 - Testando a Inteligência Emocional....................................................................... 7
03 - Inteligência Interpessoal......................................................................................19
Referências.................................................................................................................... 27

Inteligência emocional e trabalho em equipe


Apresentação

Você também já aprendeu que a Inteligência Emocional abrange as inteligências


intrapessoal e interpessoal, ou seja, a habilidade de gerenciar as próprias emoções e
também de lidar com as outras pessoas. Gerenciar as próprias emoções significa
prestar atenção às próprias necessidades, exercitando o autoconhecimento e o
autocuidado. Lidar com os sentimentos dos outros significa ter o aprendizado da
empatia, responsabilidade social e a compreensão de que cada ser é único e possui um
ponto de vista particular.

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01 - Inteligência Intrapessoal

Minha abordagem envolve três processos:

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Embora eu esteja utilizando aqui a palavra “processo” para indicar uma série de
etapas, esse processo exige pouco esforço e muita compreensão. Não será necessário
que o indivíduo sofra enormes privações ou precise dedicar um esforço anormal para
alcançar a inteligência intrapessoal.

Para atingir o maior grau de compreensão do seu próprio ser, você precisa
apenas cair em si mesmo. Exige-se pouca ação e mais reflexão. Cair em si mesmo
significa conseguir compreender as próprias necessidades, conhecer a si mesmo,
responsabilizar- se pelo seu próprio bem-estar, descobrir o seu amor-próprio, livrar-se
de toda e qualquer culpa ou padrão de autopunição e, por fim, transmutar todos os
padrões negativos em positivos.

Em alguns círculos sociais, voltar-se para si mesmo pode ser considerado como
um comportamento egoísta, pois somos sempre muito inclinados a cuidar das outras
pessoas. Contudo, peço que você não se deixe levar por esse tipo de pensamento, pois,
na realidade, nós somos inteiramente nossa responsabilidade e nosso eu deve ser a
nossa prioridade. O bem-estar que podemos proporcionar às outras pessoas é sempre
proporcional ao bem-estar que podemos oferecer a nós mesmos.

Aquele que não se conhece e não se ama terá muito pouco a oferecer aos
demais. Aquele que estabelece consigo mesmo uma atitude punitiva e que maltrata o
seu próprio eu com cobranças e críticas demasiadas provavelmente reproduzirá esse
padrão no relacionamento com os demais. O incômodo com nosso próprio eu pode ser
um indício de que não nos sentimos autorrealizados ou não compreendemos a nossa
missão de vida.

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Quando nos reconhecemos, nós aceitamos e mudamos o nosso padrão mental
em direção a atitudes mais positivas, e o equilíbrio torna-se parte natural do nosso ser.
Não precisamos nos esforçar permanentemente, pois a transmutação da realidade
significa o encontro com o seu ser verdadeiro, aquele que não exige de nós qualquer
esforço (OSHO, 2016).

Mesmo diante de adversidades e mudanças, vamos nos inclinar sempre a


despertar em nós padrões emocionais que não nos limitam, mas nos empoderam.
Conforme mencionei no módulo I, o mundo muda constantemente e
independentemente da nossa vontade. Pessoas entram e saem de nossas vidas.
Empregos e trabalhos nos desafiam de forma constante. Sendo assim, não existe
qualquer razão para assumirmos uma atitude de resistência, pelo contrário, podemos
ver todos os eventos diários simplesmente como oportunidades.

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Entre os sinais muito comuns de pessoas que não são emocionalmente
inteligentes podemos destacar:

Se você reconheceu um ou vários desses sinais em si mesmo, não se preocupe.


A boa notícia é que tudo aquilo que envolve a nossa própria mente e as nossas
próprias emoções podem ser modificados por nós mesmos. Isso significa que mesmo
que você tenha se identificado com várias dessas características, não deve se sentir
mal, mas deve mudar a situação atual em direção a comportamentos que sejam mais
positivos. Aliás, uma das características das pessoas que são emocionalmente
inteligentes é sua disposição para mudança.

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02 - Testando a Inteligência Emocional

Para que se tenha um melhor diagnóstico da sua atual situação em relação à


inteligência emocional, clique no botão abaixo para ir até a biblioteca e baixar a
planilha para que você responda o teste com total honestidade e já buscando refletir
sobre todas as questões contidas nele. Logo após responder a planilha leia o resultado
abaixo baseado em suas respostas.

Se a maior parte de suas respostas foram “nunca” ou “às vezes”, é bastante


provável que você tenha dificuldades em confiar em si mesmo ou até que não se sinta
merecedor de amor e de uma vida feliz. Há também a possibilidade de você não ter
desenvolvido uma boa resiliência em relação aos problemas, acabando por adotar uma

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postura de negatividade e percebendo a vida como um local de provações e
sofrimento.

Pessoas que tiveram todas ou grande parte das respostas como “sempre” ou
“muitas vezes”, provavelmente têm atitudes mais positivas em relação à vida e uma
autoestima bem desenvolvida. Possivelmente elas confiam em si mesmas e trabalham
para se manterem ativas e produtivas.

O ambiente em que um indivíduo está inserido pode incentivar a paz ou ativar


diversos gatilhos mentais. Esses gatilhos estão relacionados ao que dissemos sobre a
educação que nos foi ensinada com relação ao que é certo e errado, e também
conecta-se com nossas crenças, cultura e traumas pessoais. A gestão das emoções não
significa que o indivíduo passará a ter apenas emoções positivas. Nossas emoções são
partes do nosso sistema e em si não são positivas ou negativas. A Inteligência
Emocional nos indica que podemos, mesmo diante de emoções aparentemente
negativas, reagir de forma positiva, evitando desencadear pensamentos obsessivos e
nocivos ao indivíduo (CURY, 2007).

Também não tenho a pretensão de defender que o indivíduo deverá passar a


permitir que o ambiente em que está inserido lhe provoque emoções que lhe causam
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dor e que ele deve apenas pensar positivo em relação a elas. Na verdade, quando uma
pessoa começa a nutrir profundo apreço por ela mesma, é bastante comum que ela
passe a se afastar de vários tipos de situações e pessoas. Entretanto, sempre que isso
não for possível, a pessoa ainda assim poderá administrar os conflitos da melhor forma
possível caso desenvolva sua Inteligência Emocional.

Não existe, portanto, qualquer intenção de anular emoções “negativas” em favor


de emoções que são consideradas positivas, mas de recepcionar igualmente todas as
emoções e compreendê-las de modo que nossas reações diante delas possam ser
conscientes e não inconscientes e reativas. Como mostramos através da parábola da
árvore dos desejos, nós criamos as nossas emoções e construímos o nosso próprio
mundo.

Ao longo do módulo I deste curso, deixei algumas pistas quanto a isso, tais como
fechar os olhos e olhar para dentro de si, conversar consigo mesmo, questionar sobre
sua própria felicidade e manter um diário. Adicionalmente, gostaria de falar sobre o
afastamento do ego como um caminho fundamental para o encontro com o eu.

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Podemos pensar no ego como sendo o nosso eu social. Ele é formado através da
nossa educação e convivência social. É a parte de nós que racionaliza e que filtra o
nosso agir, considerando não apenas os nossos impulsos e desejos pessoais, mas
também nos impelindo a seguir as regras sociais de educação, cultura, religião, etc. O
ego não é, portanto, algo nosso, mas uma soma de tudo aquilo que nos é ensinado
pelas outras pessoas (OSHO, 2016).

O fato do ego nos ter sido dado de fora para dentro não significa que ele seja
algo ruim. Existe uma face do ego que é bastante positiva e está relacionada
principalmente ao mundo do trabalho e da convivência social. Desde crianças, somos
ensinados a buscar ocupar o nosso próprio lugar no mundo através do incentivo que os
nossos cuidadores nos dão para exercitarmos ou aprimorarmos determinadas
atividades. Também é através do ego que somos ensinados sobre o respeito e a estima
que devemos dar aos outros e a reciprocidade que devemos esperar dos demais.

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O que vamos focalizar a partir de agora é na verdadeira autoestima. Ela
advém do nosso eu interior e independe completamente do julgamento alheio.
Vamos olhar para dentro de nós, não para fora. Não devemos nos comparar com os
demais, pois dentro de nós não existe qualquer outro com o qual podemos nos
comparar. Isso faz com que possamos perceber que cada indivíduo é absolutamente
único e singular, impossível de ser comparado (OSHO, 2016).

Também percebemos que somos os únicos capazes de julgarmos a nós mesmos,


pois o outro, aquele que nos julga do lado de fora, não conhece de fato o nosso próprio
ser. Isso nos conduz a uma atitude muito mais tolerante em relação às críticas,
especialmente àquelas que julgamos ser injustas, pois compreendemos que aquele
indivíduo nos critica por não conhecer o nosso verdadeiro interior.

Também é bastante comum que, ao olharmos para o nosso interior, passemos a


assumir uma posição de autoconhecimento e de autovalorização. No nosso eu
verdadeiro, podemos apreciar o nosso ser e todas as nossas características, sejam elas
consideradas qualidades ou defeitos. O ego quer sempre ser melhor e por isso somos
constantemente impelidos a melhorarmos a nós mesmos. Porém, quando tentamos ser
melhores, tendemos a focalizar em tudo que está errado e que precisa de conserto. Nos
tornamos neuróticos em olhar nosso pior lado.

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Quando olhamos para dentro, apenas interessados em compreender quem
somos, passamos a entender que todos os seres humanos são constituídos de pontos
fortes e pontos fracos. Não focamos naquilo que nos é desfavorável, mas no conjunto
geral que nos constitui.

Se quisermos, podemos conscientemente focar nos nossos pontos fortes,


utilizando tudo o que já aprendemos sobre como construir nossa própria realidade.
Isso nos ajudará a construir uma autêntica autovalorização que será inabalável, mesmo
diante das críticas externas. Obviamente, isso não fará com que os nossos defeitos
sejam apagados, porém, a próxima vez que percebermos que falhamos em algo,
podemos simplesmente consertar este algo sem tomarmos qualquer posição de culpa
ou sem que isso nos leve a pensar que somos constituídos apenas por defeitos.

Eu gostaria de lhe fazer uma pergunta: como você costuma tratar uma pessoa
muito especial para você? Agora me responda: será que você se trata tão bem quanto
trata essa pessoa?

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No módulo 01 do nosso curso, aprendemos que o nosso olhar para fora nos
torna extremamente dependentes das outras pessoas. Voltamos o nosso cuidado e
atenção para o outro e esperamos que o outro possa voltar o seu cuidado e atenção
para nós, o que nem sempre acontece.

Porém, o desafio que quero lhe fazer neste momento é para que você utilize este
mesmo espírito consigo mesmo. Que você olhe para dentro de si sem ódio, sem culpa,
sem mágoas, sem tristezas, sem se sentir decepcionado consigo mesmo por tudo aquilo
que fez errado. Ao contrário, olhe para dentro de si com amor, com alegria, com
esperança e com todos os sentimentos positivos que nós costumamos oferecer para
todas as pessoas que consideramos especiais.

É disso que se trata o amor-próprio. Não faz nenhum sentido que nós nos
tratemos pior do que tratamos as outras pessoas porque ninguém é melhor ou pior do
que ninguém. Portanto, no mínimo, merecemos tratamento semelhante. Cada um de
nós é singular e especial à sua própria maneira.

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Um outro texto desta mesma oração nos indica o seguinte: “fazei que eu
procure mais consolar que ser consolado, compreender que ser compreendido,
amar que ser amado, pois, é dando que se recebe”. Eu gostaria de ressaltar mais
uma vez que não estou analisando o valor religioso desta oração. Você tem todo o
direito de ter ou não qualquer religião. Mas podemos extrair seu valor social para nos
iluminar em relação ao fato de que esta pequena passagem nos ensina a esperar
menos das outras pessoas. Agir sem criar expectativas de retorno. Isso é bastante útil
para mantermos nossa inteligência emocional equilibrada.

Refiro-me à possibilidade que temos de compreendermos a nós mesmos, sem


esperar compreensão das outras pessoas. Amar a nós mesmos, ainda que nenhuma
outra pessoa nos ame. Doar-nos a nós mesmos. Cuidar da nossa saúde e do nosso bem
estar pelo nosso próprio bem.

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Todas as vezes que pensamos através do registro do ego, tendemos a olhar para
o passado nos culpando pelas nossas falhas e, em seguida, olhamos para o futuro para
planejar como podemos agir no sentido de melhorar aquilo que fizemos de errado
ontem. Por outro lado, o nosso eu sempre existe apenas no momento presente. Nós
não buscamos nos conhecer, nos amar e nos encher de alegrias nem no passado e nem
no futuro, mas no agora. Me sinto feliz agora. Me amo neste momento.

A pessoa com depressão sofre porque no passado tomou determinadas atitudes


ou porque certas pessoas a magoaram. Às vezes, ela se sente triste por ter sido boa e
não ter recebido bondade em retorno. Nestes casos, ela está focalizando sua energia na
culpa e, muitas vezes, na culpa que nem é dela mesma. Se este é o seu caso, eu
gostaria que compreendesse que pode sair deste estado emocional agora mesmo sem
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nenhum esforço. Como? Você deve simplesmente cair no seu próprio ser e perceber
que toda a culpa e mágoa que carrega de si mesmo não tem qualquer sentido.

Se, ao invés de olhar para fora pensando em tudo que passou, você fechar os
olhos e olhar para dentro buscando compreender a si mesmo, reconhecer as próprias
qualidades e se amar no registro da aceitação e não do julgamento e da crítica, seu
estado depressivo perderá qualquer sentido.

É claro que temos aqui que salientar que a nossa mente tende a repetir os
nossos estados emocionais. Isso significa que mesmo que você, por um momento, olhe
para dentro de si e encontre extrema felicidade, seu estado depressivo anterior
tenderá a voltar na sua mente por diversas vezes. Ele é uma espécie de vício da mente
do qual você necessitará se desintoxicar. O modo de afastar a tentação da mente é
buscando voltar a sua atenção sempre para o presente, onde é a morada do seu eu
interior.

Quando olhamos para dentro, afastamos de nós toda a distração que estava
relacionada às expectativas que criamos sobre as outras pessoas. Se dedicamos o nosso
amor para alguém e esse alguém não foi recíproco, tudo bem, pois eu mesmo posso
dedicar este mesmo amor para mim. Se alguém tomou uma atitude que foi injusta do
seu ponto de vista, quando você exercita a sua inteligência emocional, percebe que
aquele ser humano apenas agiu de acordo com aquilo que lhe foi ensinado e que

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qualquer problema que ele possa ter é um problema dele consigo mesmo e não com
você.

Quando você se conhece e se ama verdadeiramente, as outras pessoas não têm


a menor capacidade de abalar a sua felicidade, a não ser momentaneamente. As
atitudes do outro podem nos entristecer, mas se o nosso estado mental estiver
direcionado para o amor-próprio e para a autofelicidade, logo voltaremos a olhar para
dentro de nós e perceberemos toda beleza e abundância que está em nosso interior.

A ansiedade é comumente caracterizada como o excesso de futuro. O indivíduo


não olha tanto para o ontem, mas está funcionando com olhos sempre voltados para o
amanhã ou para aquilo que ainda não realizou. O grande problema é que, quando os
nossos olhos estão direcionados para o horizonte do futuro, nós esquecemos de
valorizar o nosso presente e as nossas conquistas. O indivíduo pode trabalhar muito e
ser extremamente bem-sucedido e, ainda assim, não conseguir parar por um momento
para apreciar os frutos do seu próprio esforço, pois estará sempre pensando no
próximo passo e no amanhã (CURY, 2007).

O oposto ocorre quando o indivíduo fecha os olhos, olha para dentro de si e se


interroga sobre as suas emoções, pois, nesse caso, ele estará focalizando apenas no
presente. Quando você estiver se sentindo extremamente ansioso, tente parar por uns
instantes, fechar os olhos e se questionar: como eu estou me sentindo hoje? Estou
feliz? Minhas emoções nesse momento são positivas e agradáveis? Se não são
positivas, tenho de fato uma razão real para me sentir dessa forma? Quando a nossa
mente está focalizada no agora, temos uma maior possibilidade de apreciar tudo aquilo

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que já possuímos e podemos colocar o nosso estado mental fora do registro da
expectativa e dentro do registro da gratidão.

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03 - Inteligência Interpessoal

A Inteligência Interpessoal é caracterizada


como a capacidade de lidar bem com as outras
pessoas. Envolve aspectos como empatia,
escuta ativa e comunicação assertiva. Podemos
facilmente reconhecer um indivíduo que
possui a inteligência interpessoal bem
desenvolvida por sua facilidade em se adaptar
muito bem aos mais diversos ambientes e de
se relacionar bem com os demais, sendo essa
capacidade também bastante relacionada aos
líderes (HOWARD, 1999).

Muitas pessoas relacionam a empatia com a capacidade de se comover com a


situação das outras pessoas. No entanto, esse tipo de reação está mais comumente
relacionada com a simpatia, a qual indica nossa afinidade com as emoções das outras
pessoas, até mesmo daquelas que não conhecemos. Quando temos afinidade,
tendemos a nos colocar no lugar daquela pessoa e, portanto, expressamos nossas
emoções em relação àquela situação.

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Digamos que alguém tenha sido humilhado e eu aprendi na minha educação
que isto é completamente inaceitável. Olhar a situação da pessoa humilhada
provavelmente irá suscitar em mim sentimentos de revolta e injustiça, ou emoção de
ódio. Entretanto, o sujeito humilhado talvez possa se sentir de forma completamente
diferente. Talvez ele fique imobilizado, perplexo, sem ação diante do ocorrido ou talvez
sinta enorme sofrimento e tristeza.

O que faz com que essa distinção seja fundamental é o fato de que, muitas
vezes, tendemos a esperar das pessoas determinadas reações ou mesmo forçá-las a ter
determinados comportamentos que são importantes para o nosso próprio ser e não
para aquela pessoa em particular. Quando tomamos esse tipo de atitude, estamos
forçando o outro indivíduo a ser aquilo que nós esperamos dele e não lhe deixamos
livre para ser ele mesmo.

Por mais que, às vezes, essa atitude possa ser fruto de um enorme amor que
sentimos por essa pessoa, desrespeitamos a sua individualidade ao tentarmos forçá-la
a enxergar o mundo a partir das nossas lentes particulares. Quando buscamos ajudar
um indivíduo respeitando sua singularidade, temos de colocar em prática a nossa
empatia e buscar alternativas e conselhos para oferecer a esta pessoa a partir do seu
próprio ponto de vista.

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Esse aspecto também contribui para que o indivíduo que busca ajudar a outro,
ou apenas conviver com ele, não crie expectativas inadequadas sobre o
comportamento das outras pessoas através da desconsideração total de suas próprias
vontades. De nada adianta querer colaborar de modo construtivo com alguém se nossa
opinião é completamente alheia às experiências do indivíduo a quem se busca
aconselhar e ajudar. Por essa razão, a empatia é uma habilidade tão apreciada nos
líderes.

Pode ser que esta compreensão lhe ajude a oferecer um conselho ou


determinada ajuda, caso solicitado pela pessoa, mas a vontade do outro deve ser
ouvida e respeitada, pois talvez ele não esteja interessado em um conselho e deseja
apenas desabafar. O indivíduo não deve ser coagido a modificar o seu comportamento,
a menos que ele demonstre vontade de fazê-lo ou que você possa conduzi-lo a tal
através da compreensão de sua necessidade e não pela força da sua vontade particular.

Se desejar, você pode interrogar o indivíduo perguntando se ele necessita de


algo ou se gostaria que você emitisse algum tipo de opinião a respeito da situação
apresentada. Isso ajuda a não criar expectativas em relação à reação daquele indivíduo
que desabafa com você, enquanto dá a ele a oportunidade de pensar nas próprias
soluções sendo apenas auxiliado por você. Isso faz parte da comunicação assertiva, ou
seja, da comunicação que se baseia na interação em que ninguém busca estabelecer

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um ponto de vista, mas apenas ouvir e comunicar a partir da escuta e da
compreensão, buscando estabelecer uma conexão no diálogo.

Este pensamento ignora a singularidade de cada indivíduo e o fato de que cada


pessoa pode demonstrar sentimentos de formas completamente diferentes. Isto não
significa que o sistema da reciprocidade esteja sendo ferido. O que pode estar
acontecendo é simplesmente uma incompreensão de alguma das partes quanto ao fato
de que as demonstrações de afeto podem se dar de diferentes formas.

Fazendo analogia com um exemplo bastante simples, se uma pessoa lhe


oferecer uma maçã, você poderá demonstrar a sua reciprocidade oferecendo outra
maçã, mas também pode oferecer uma banana. Isso não significa que a reciprocidade e
a expectativa de dar, receber e retribuir não foi atendida, mas que cada indivíduo
oferece ao outro exatamente o que tem. Sendo assim, o indivíduo que só possui
bananas não pode oferecer maçãs como gesto de afeto.

Esta compreensão pode levar a duas reações completamente distintas. O ser


humano pode compreender que as pessoas são simplesmente diferentes e se sentir
grato por todas as formas de afeto, ou pode chegar à conclusão de que a forma de
afeto que aquela outra pessoa oferece simplesmente não preenche suas necessidades e
expectativas. De qualquer forma, é preciso compreender que não existe intenção do
outro ser humano de lhe desapontar, mas cada pessoa sente e age de forma diferente.

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Devemos compreender que as pessoas não são o seu comportamento, mas que o
comportamento dela reflete suas emoções e como esta pessoa foi ensinada ou
condicionada a reagir em determinadas situações. Ficaríamos surpresos ao
compreendermos através da empatia que são realmente raras as situações em que os
indivíduos, especialmente aqueles com quem temos proximidade e afinidade,
intencionam nos fazer qualquer tipo de mal.

A realidade mais comum é que os indivíduos sem qualquer intenção de fazer o


mal aos outros reagem de forma negativa, pois não são ensinados ou habituados a lidar
com os próprios sentimentos. Ainda, qualquer pessoa que não seja capaz de lidar
consigo mesmo ,possivelmente terá problemas de se relacionar também com os outros
indivíduos.

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Um líder emocionalmente inteligente consegue extrair o melhor das pessoas,
reconhecendo suas fraquezas e virtudes e utilizando-as para o melhor benefício da
equipe. Quando um líder é reconhecido por sua equipe pela sua empatia, ele também
acaba por inspirar outras pessoas como um exemplo. Obviamente, para se tornar líder
com empatia, é preciso, antes de mais nada, lidar muito bem com as próprias
emoções; por isso, a inteligência intrapessoal foi apresentada primeiro.

Um líder que possui uma boa inteligência intrapessoal e interpessoal será capaz
de reconhecer a singularidade de todos os seres humanos sem se colocar em qualquer
posição de superioridade. Embora ele esteja ocupando uma função hierarquicamente
acima de seus subordinados, ele sabe que são iguais enquanto seres humanos. Por isso,
trata a todos com enorme respeito e compreensão.

Por outro lado, aquele que não consegue reconhecer a si mesmo e apenas
valoriza as conquistas exteriores, provavelmente não valorizará seus subordinados pelo
que são, mas apenas pelos bons resultados que podem alcançar. Obviamente, os
resultados são essenciais em qualquer organização, mas é preciso reconhecer que o
resultado é a somatória do trabalho com o clima na organização, a qualidade de vida
no trabalho e outros quesitos que talvez um indivíduo possa estar contribuindo, ainda
que, do ponto de vista da produção, ele não esteja conseguindo dar seus melhores
resultados.

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O mundo exterior não atende às nossas vontades, pois não podemos modificá-lo
ao nosso prazer. Contudo, de certo modo, podemos sim mudar a realidade - pelo
menos aquela que olhamos com a nossa perspectiva - estando sempre conscientes de
que esta será sempre a nossa visão particular da realidade e não a realidade em si.
Trata-se de adaptar a nossa perspectiva sobre a realidade, sem tentar impor esta
mesma visão aos demais ou cair na ilusão de que nossa visão é a correta e verdadeira,
desmerecendo todas as outras perspectivas.

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Referências

● CURY, Augusto. Treinando a emoção para ser feliz: nunca a auto


estima foi tão cultivada no solo da vida. São Paulo: Editora Planeta do
Brasil, 2007.
● Gardner, Howard. Inteligência um conceito reformulado. Editora
Objetiva, 1999.
● Ratcheva, Vesselina, Till Alexander Leopold, and Saa Zahidi. Jobs of
tomorrow: mapping opportunity in the new economy. World
Economic Forum, Geneva, Switzerland, 2020.
● Osho. Confiança. Editora Pensamento Cultrix. 2016
● FRANCO, Maria da Glória Salazar d'Eça Costa and SANTOS, Natalie
Nobrega. Desenvolvimento da Compreensão Emocional. Psic.: Teor. e
Pesq. [online]. 2015, vol.31, n.3 [cited 2020-09-18], pp.339-348. Available
from: ISSN 1806-3446.
● Gardner, Howard. Quem é Howard Gardner e o que é Teoria das
Inteligências Múltiplas 08/08/2018
● Osho. Autobiografia de um místico espiritualmente incorreto
03/11/2016
● Augusto Cury. Wikimedia Commons
● CAOS PACÍFICO: Aprenda a Dominar suas Emoções e Eliminar sua
Ansiedade. Editora LR. 19/08/2020.

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