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PROTOCOLO- BAIXA AUTOESTIMA

1. ENTENDENDO A AUTOESTIMA:

Walter Riso, psicólogo especialista em Terapia Cognitivo Comportamental) afirma que


“Amar a si mesmo é considerar-se digno”.

 Autoestima: Construção de si mesmo, a percepção criada da sua imagem, do seu eu. A


autoestima vai mais além do si perceber, mas sim de como você se valida socialmente e
culturalmente diante de si mesmo.

 Mas como é criada a autoimagem? Para Jeffrey E. Young (2008) nossa visão de si
mesmo está intimamente relacionada aos reforços positivos ou negativos que recebemos,
bem como nossas experiências vividas em nossa infância e adolescência. Sistemas de
comparação e competição que geram conceitos de sucesso e fracasso também podem
influenciar nossa criação de autoimagem negativa ou positiva. A família e o meio social
interferem diretamente no processo de desenvolvimento da nossa autoestima. Young
(2008) afirma que os esquemas desenvolvidos mais cedo e os mais fortes, geralmente se
originam na família nuclear. Alguns esquemas ou crenças podem ser desadaptativas e
disfuncionais, o que pode levar o indivíduo a organizar uma baixa autoestima. Elaine
Sheehan (2005) chega a afirmar que o nosso autoconceito parece formar-se e
desenvolver-se de fora para dentro, principalmente nos primeiros anos de nossa vida,
onde somos extremamente influenciados pelos que os demais pensam de nós, o que pode
desvirtuar a percepção que temos a nosso respeito.

2. CONSTRUÇÃO DA AUTOESTIMA:

 Dentro das crenças, temos uma base genética + a base ambiental. Ambas ajudam a
construir a verdade que que o indivíduo cria sobre si (competências, habilidades,
fragilidades).
 A autoimagem corporal também é um fator, onde o ambiente externo e interno pode vir
a validar/invalidar a sua imagem corporal.
 Eventos de vida podem desencadear a baixa autoestima (Bullyng), assim como os
reforçadores externos (escola), e internos (família, amigos);
 A elevação do corpo ideal, por vez inalcançável é um fator precipitador da baixa
autoestima. Com essa elevação o indivíduo pode acabar se perdendo no caminho da
busca ideal.

 E como saber se tenho uma boa autoestima? Para Walter Riso (2008) pessoas com
baixa autoestima geralmente tem a sensação de se conhecer mal, falam de si de uma
forma sobretudo neutra, descrevem-se de maneira mais moderada, imprecisa, incerta e
mediana e possuem um discurso sobre si mesma às vezes contraditório. Muitas vezes tem
dificuldade em reconhecer os méritos bem como aceitar elogios. Denotam uma tendência
a comparações com outras pessoas, entre outros sintomas.

 Pessoas com uma boa Autoestima: (Riso, 2012), demonstram possuir relacionamentos
mais saudáveis e sem muitos apegos. Possuem mais emoções positivas, tornam-se mais
independentes e autônomas, com mais segurança para tomada de decisões. Geralmente
apresentam comportamento mais persistente e seguro, possuem também uma visão
coerente sobre seus comportamentos e caráter.
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Iohanny de Oliveira Barbosa
Psicóloga CRP 03/26944 | E-mail: psi.iohanny@gmail.com | (74) 999824550

3. OS PILARES DA AUTOESTIMA E SUA ORGANIZAÇÃO DE CRENÇAS


Para Walter Riso (2012), a nossa autoestima possui quatro pilares essenciais, que para ele,
se não há equilíbrio entre estes pilares, toda nossa autoestima pode estar comprometida:

 Autoconceito, o que pensamos sobre nós mesmos, sobre nosso caráter e quem somos;
 Autoimagem, qual a nossa opinião sobre nosso corpo e sobre nossa aparência física;
 Auto reforço, o quanto premiamos e nos gratificamos;
 Auto eficácia, o quanto acreditamos e confiamos em nossa capacidade em realizar
atividades e conquistas na vida.
A visão de si mesmo, ou auto conceito (Riso,2012) se refere ao que você pensa de si, é como
se fosse uma avaliação de nós mesmos, que fazemos das próprias qualidades e dos próprios
defeitos. São as nossas crenças sobre nós. Geralmente, a visão de nós mesmos foi “organizada”
pelo nosso ambiente familiar e pelas influências em nossa infância, como professores, parentes,
amigos.
A visão de si mesmo pode ser distorcida do real, baseado em ideias e experiências pouco
positivas da infância, como o Bullyng. Jeffrey E. Young (pg. 23.2008), afirma que os esquemas
(ou crenças centrais / profundas) inicia-se na infância ou na adolescência, como representações do
ambiente da criança baseada na realidade. Ou seja, se a criança se desenvolve em um ambiente
mais harmônico, onde não há eventos e situações humilhantes e excludentes, onde os adultos ou
até mesmo outras crianças não reforçam negativamente os aspectos da personalidade infantil,
como por exemplo: evitam xingamentos e humilhações pelas diferenças de comportamento e
interesses, a criança pode desenvolver uma visão de si mesmo mais positiva. Mas se ela cresce
ouvido coisas do tipo: “ você é incapaz”, “somente pessoas estúpidas fazem isso”, é bem provável
que a visão que ela tenha de si mesma seja pouco positiva criando assim, crenças limitantes sobre
si.
A nossa Auto Imagem (Riso, 2012) também foi organizada da mesma maneira que a Visão
de si mesmo. A diferença que os aspectos corporais e estéticos é que são levados em consideração.
Uma criança que é exposta a humilhações e escárnio devido a alguma parte do seu corpo, como
por exemplo: tamanho das orelhas, cor de pele, estatura e peso, provavelmente se tornará um
adulto insatisfeito e inseguro com seu corpo, desenvolvendo uma crença que não será amado ou
aceito por causa disso.
O Auto Reforço (Riso, 2012) está intimamente ligado a crença do merecimento. O indivíduo
que se auto reforça positivamente geralmente acredita que merece o “prêmio”, a conquista.
Acredita e confia na capacidade de produzir bons resultados nas atividades as quais se dedica.
Além disso, se permite gozar mais a vida como forma de reconhecimento pelo esforço e dedicação
pelas atividades cotidianas.
Auto Eficácia ou Autoconfiança (Riso,2012) devem estar presentes em todos os
momentos, desde da vida pessoal até a vida do trabalho. Para André e Lelord (2004), a
autoconfiança é transmitida tanto pelo exemplo quanto pelo discurso, tendo a família e o meio
social fator importante na formação da autoconfiança. Sentir-se confiante está diretamente
relacionado com a percepção da sua capacidade, é pensar que possui todos os recursos necessários
para lidar com os desafios do dia-a-dia. Se não temos confiança em nós mesmos, estamos
duvidando de nossa capacidade e, provavelmente temos uma tendência maior a fracassar em
nossos intentos, já que não se acredita capaz de resolvê-los.
A vida sempre vai nos apresentar vários desafios e as nossas experiências podem influenciar
a nossa percepção de nós mesmos, inclusive, criar crenças pouco positivas sobre si mesmo, como
por exemplo, um término de relacionamento, a não aprovação em um concurso público podem
criar crenças do tipo “ não sirvo para ser amada” e “não tenho capacidade para passar, sou pouco
inteligente”, dentre outras. Por isso é importante se auto conhecer e compreender as crenças sobre

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Iohanny de Oliveira Barbosa
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si mesmo, quem você é e suas reais potencialidades.

MANEJO COM A TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL


 Para a TCC, a baixa autoestima é um conjunto de crenças que o indivíduo tem a respeito
de si (desamor, desvalor, desamparo).
 Se o paciente tem um conjunto de crenças na qual ele veja que possui potencialidades
apesar das suas vulnerabilidades, e que o positivo é maior que o negativo, ele
possivelmente terá o uma autoestima positiva mais preservada, respondendo assim com
mais resiliência as dificuldades e desafios que possa encontrar no caminho.
 Porém se tem uma autoestima frágil, significa que tem um sistema de crenças e valores a
respeito de si mesmo disfuncionais e negativos, gerando assim um impacto no
funcionamento normal do indivíduo.
 Ajudar o paciente a equilibrar a percepção que ele tem sobre si; não o deixar se sentir/ou
achar-se melhor ou menor que o outro, mas sim perceber a si, suas capacidades e
competências.

1. Levantamento da história de vida;


2. Fazer prioritariamente E AOS POUCOS a CONCEITUAÇÃO COGNITIVA;
3. Implementar o modelo cognitivo (situação, pensamento, reação);
4. Iniciar a aplicação do RPD;
5. Identificar a crença central, através da tríade cognitiva (visão de si; visão do outro e do
meu mundo; visão do futuro);
6. Identificar os padrões de pensamentos automáticos em relação a si mesmo;
7. Refutar os pensamentos automáticos (busca de evidências);
8. Trabalhar a distorção cognitiva (comparação injusta que faz perante si e o outro – retomar
o equilíbrio).
9. Trabalhar as regras (Se eu não...)
10. Identificar suas potencialidades;
11. Criar uma autoimagem mais próxima de quem ele/ela é;
12. Propor soluções | Qual o melhor resultado pra si, qual o corpo idealizado por você;
Trabalhando a aceitação;

TÉCNICAS DA TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL


1. Psicoeducação;
2. Questionamento socrático;
3. RPD
4. MODELO COGNITIVO;
5.

INDICAÇÕES DE LEITURA COMO FERRAMENTA


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Iohanny de Oliveira Barbosa
Psicóloga CRP 03/26944 | E-mail: psi.iohanny@gmail.com | (74) 999824550
 Mindifulnes e autocompaixão;
 Caderno de exercicios para aceitar seu próprio corpo;

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Iohanny de Oliveira Barbosa
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