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1.

Conceito de Auto estima


A forma como nos sentimos acerca de nós mesmos é algo que afeta crucialmente todos
os aspectos da nossa experiência, desde a maneira como agimos no trabalho, no amor e
no sexo, até o modo como atuamos como pais, e até aonde provavelmente subiremos na
vida. Nossas reações aos acontecimentos do cotidiano são determinadas por quem e pelo
que pensamos que somos. Os dramas da nossa vida são reflexo das visões mais íntimas
que temos de nós mesmos. Assim, a auto-estima é a chave para o sucesso ou para o
fracasso. É também a chave para entendermos a nós mesmos e aos outros.

Quanto menor for a distância entre a sua realidade e as suas aspirações e desejos, maior
é a sua autoestima; quanto maior for essa distância, ou seja, quando o indivíduo percebe
que o que gostaria de ser e de alcançar está longe da sua realidade, menor é a sua
autoestima (Hidalgo, & Palacios, 2004, cit. in Coll, et al., 2004).

Portanto, a autoestima é o aspeto avaliativo da visão que o indivíduo tem do seu


próprio valor e competência. É a “dimensão valorativa e julgadora do eu: em que medida
avalio minhas características e competências, como satisfeito ou insatisfeito, contente ou
descontente; como me sinto em relação a como eu sou” (Hidalgo, & Palacios, 2004, cit.
in Coll, et al., 2004, p.186).

A auto - estima tem dois componentes: o sentimento de competência pessoal e o


sentimento de valor pessoal. Em outras palavras, a auto-estima é a soma da autoconfiança
com o auto-respeito. Ela reflete o julgamento implícito da nossa capacidade de lidar com
os desafios da vida (entender e dominar os problemas) e o direito de ser feliz (respeitar e
defender os próprios interesses e necessidades).

Ter uma auto-estima elevada é sentir-se confiantemente adequado à vida, isto é,


competente e merecedor, no sentido que acabamos de citar. Ter uma auto-estima baixa é
sentir-se inadequado à vida, errado, não sobre este ou aquele assunto, mas ERRADO
COMO PESSOA. Ter uma auto-estima média é flutuar entre sentir-se adequado ou
inadequado, certo ou errado como pessoa e manifestar essa inconsistência no
comportamento – às vezes agindo com sabedoria, às vezes como tolo – reforçando,
portanto, a incerteza.
Autoestima diz respeito a uma qualidade. A pessoa que possui uma boa autoestima
está, normalmente, satisfeita com sua maneira de ser, pois confia e valoriza a si mesma.
Não é, entretanto, uma qualidade inata (da qual já nasce conosco), mas que se constrói e
se desenvolve a partir das nossas experiências de vida.

Significa que aprendemos o nosso próprio valor por meio das experiências e
relacionamentos com outras pessoas, principalmente na infância quando estamos
começando a formar nossa personalidade.

Nesse caso, faz toda a diferença ter nascido e crescido em uma família afetuosa, que
foi capaz de nos transmitir a sensação de que somos amadas e valorizadas.

A introdução do termo é atribuída a William James no ano de 1885, quando ele assim
se refere: “o que sentimos por nós mesmos é determinado pela proporção entre nossas
realizações e nossas supostas potencialidades; uma fração cujo denominador são nossas
pretensões e o numerador, os nossos sucessos” (James, 1974: 200).

2. Sinais de baixa autoestima


Existem alguns indícios de que uma pessoa tenha baixa autoestima, e para a presente
pesquisa foram identificadas 5 principais ou mais comuns:

1 – Insegurança excessiva ou dúvidas constantes. Você se questiona muitas vezes


sobre as decisões que toma, por mais que pareçam corretas.

2 – Perfeccionismo e excesso de autocrítica, o que te leva a acreditar que quase nada


do que faça seja suficientemente bom. Dificuldade emperdoar os próprios erros.

3 – Você se sente inadequada no trabalho, entre amigos, em locais públicos como se


todas as outras pessoas do mundo fossem, de algummodo, mais interessantes que você.

4 – Sentimento de incapacidade, desânimo ou tristeza. Incerteza sobre quem é ou o


que deseja da vida

5 – Necessidade de agradar às outras pessoas, de ser aceita. Você acaba tendo atitudes
(mesmo que pequenas) a fim de obter aprovação e reconhecimento dos outros. Desse
modo, quando recebe uma crítica ou sofre rejeição o sofrimento pode ocorrer de maneira
intensa.

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3. Importância de uma boa autoestima
A forma como nos sentimos a respeito de nós mesmos afeta a todos os aspectos e
relacionamentos da nossa vida, nos mais diversos contextos: no modo como nos
comportamos no trabalho, em nossas ações no amor e no sexo, na maneira como reagimos
aos mais diferentes acontecimentos (principalmente quando são ruins).

Quanto maior for nossa autoestima:

 Mais flexibilidade psicológica teremos para lidar com fracassos e adversidades


 Maior será nossa criatividade e disposição ao sucesso
 Melhor controlaremos nossas emoções
 Maiores serão as chances de vivenciarmos relacionamentos saudáveis
 Maior será o nosso sentimento de aceitação e entusiasmo por ser quem somos
(por mais que ainda estejamos conscientes dos nossos defeitos e limitações).

A forma como nos sentimos acerca de nós mesmos é algo que afeta crucialmente todos
os aspectos da nossa experiência, desde a maneira como agimos no trabalho, no amor e
no sexo, até o modo como atuamos como pais, e até aonde provavelmente subiremos na
vida. Nossas reações aos acontecimentos do cotidiano são determinadas por quem e pelo
que pensamos que somos. Os dramas da nossa vida são reflexo das visões mais íntimas
que temos de nós mesmos. Assim, a auto-estima é a chave para o sucesso ou para o
fracasso. É também a chave para entendermos a nós mesmos e aos outros.

4. Dicas práticas para melhorar sua autoestima


a) Mude sua atitude mental. Seja grata por cada conquista.

Os neurocientistas já descobriram que expressar gratidão atinge áreas específicas do


cérebro, responsáveis pela sensação de prazer e felicidade.

Procure valorizar (se sentir grata e merecedora) por todas as coisas boas que ocorrem
em seu dia a dia, principalmente aquelas que contaram com seu envolvimento ou
participação. Não deixe nada de fora, nem mesmo as pequenas conquistas.

Você pode também começar a escrevê-las em bilhetes (a serem depositados em uma


caixa) ou anotá-las em um caderno específico para isso. Escrever é um excelente recurso
terapêutico.

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Releia sempre que puder, sobretudo nos momentos em que estiver se sentindo menos
confiante em si mesma.

b) Realize algum tipo de atividade física

A atividade física não deve ser pensada apenas como um método para emagrecer, mas
sim com a finalidade de obter maior qualidade de vida, disposição e bem-estar.

Muitos estudos já apontaram que realizar exercícios físicos melhora o humor,


capacidade de concentração e memória, além de prevenir doenças. Você também passará
a ter mais consciência corporal e isso é ótimo, pois a autoestima tem tudo a ver com
autoconhecimeto.

Não é preciso, contudo, escolher uma atividade física muito intensa. Comece por uma
caminhada ou outra atividade que você sinta prazer em fazer. Isso é importante, porque
do contrário, se tornará um sacrifício (e não é essa a ideia).

Se possível, convide uma amiga para acompanhá-la nessa nova rotina – mas não a
coloque como condição necessária para se sentir motivada.

A motivação deve estar em seu interior e não depositada em outra pessoa.

c) Conviva com pessoas que te façam bem

Nem sempre podemos nos distanciar de pessoas tóxicas – aquelas que, por alguma
razão, nos fazem mal emocionalmente. São pessoas críticas ou controladoras, cujas
palavras e atitudes afetam nosso equilíbrio emocional e não permitem a existência de uma
relação minimamente harmoniosa.

Essas pessoas podem, ocasionalmente, fazer parte da família ou do ambiente de


trabalho, não permitindo, portanto, que o convívio seja rompido.

Ainda assim, é possível uma tentativa de “equilibrar a balança” e se aproximar de


pessoas que façam com que você se sinta bem.

O que isso significa exatamente?

Significa manter proximidade de pessoas que a façam se sentir confortável. Construir


relacionamentos nos quais você possa ser você mesma, com confiança para compartilhar
alegrias e angústias. Enfim, conviver com gente com quem você possa conversar e se
divertir.

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Para isso, se aproxime de novas pessoas. Amplie suas relações de amizade.

d) Dedique um tempo para fazer algo por você

Muitas pessoas repudiam a solidão, pois se sentem desconfortáveis em ficar sozinhas


(ainda que por alguns instantes). Evitam o silêncio porque não estão acostumadas a ouvir
seus próprios pensamentos. Tentam preencher essa “sensação de vazio” com TV, internet,
álcool, relacionamentos, entre inúmeras atividades.

Isso não é positivo, pois a sua própria companhia não é algo a ser temido. Muito pelo
contrário.

É apenas quando você se sentir bem consigo mesma que poderá ser capaz de se
relacionar de uma forma mais profunda e verdadeira com os outros. Do contrário,
qualquer coisa que faça (ou qualquer pessoa com quem se relacione) só será um tapa-
buracos que não permitirá um contato maior consigo mesma.

É importante lembrar: fazer algo por você não significa, necessariamente, comprar
algo.

Pense também em passeios ou atividades gratuitas (como assistir um pôr-do-sol ou


meditar por alguns minutos).

e) Invista no autoconhecimento. Descubra quem você é

Você já deve ter compreendido que para desenvolver uma boa autoestima é preciso
aprender a gostar mais de si mesma. Mas para que isso aconteça, é preciso que você se
conheça melhor.

Portanto, crie uma separação entre “quem você realmente é” e “quem você acredita
que deveria ser” (principalmente no que se refere a expectativas irreais, baseadas em
insatisfação consigo mesma).

Mas o que fazer, afinal, para se conhecer melhor?

Alguns caminhos e possibilidades: faça terapia, crie um diário para escrever sobre seu
dia-a-dia e suas emoções, leia, pinte, tente compor uma música ou um poema (você não
precisa se preocupar em mostrar pra alguém, certo?), descubra o prazer de fazer coisas
que nunca fez antes, procure se lembrar das coisas que você pensava e desejava quando

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ainda era criança. Existe algum sonho da sua criança interior que agora, na idade adulta,
poderia ser realizado por você?

Além disso, amplie suas relações sociais, tentando sempre conhecer novas pessoas. É
por meio do outro que nós também nos conhecemos.

5. O desenvolvimento da Auto-estima na criança


O 'eu' é construído por imagens e opiniões que os outros significativos lançam através
do 'espelho social' e que são incorporadas ao self desde a mais tenra infância (Cooley
apud ASSIS, 2004).

Nessa perspectiva, as experiências familiares, com o professor e com o grupo social


mais estendido, serão o molde para as opiniões que a criança irá formando sobre si e
embasarão os valores atribuídos a si mesmo (Huebner, 1997). Quando estas experiências
vêm acompanhadas de críticas excessivas, humilhações e depreciações, provavelmente a
opinião e o valor que a criança atribuirá a si serão coerentes com essas vivências
negativas.

Existem condições que facilitam a auto-aceitação e diminuem os conflitos. Uma das


mais importantes é a dos pais (e pessoas significativas para a criança) que acolhem a visão
e os valores infantis, facilitando a aquisição de respeito e confiança em si (Rogers, 1977).

Dentre os fatores determinantes para o desenvolvimento da autoestima, estão:

 O valor que a criança percebe dos outros em direção a si, expresso em afeto,
elogios e atenção;
 A experiência da criança com sucessos ou fracassos;
 A definição individual da criança de sucesso e fracasso;
 A forma desta reagir às críticas. (Coopersmith, 1967 apud ASSIS 2004).

A dominação de crianças, a ridicularização, a humilhação, a rejeição e a punição severa


tendem a resultar em baixa auto-estima. Sob tal condição, as crianças experimentam
menos amor e sucesso e tendem a ficar geralmente submissas e passivas, embora
mudando de comportamento, ocasionalmente, para o oposto extremo de agressão e
dominação. Segundo Coopersmith, crianças criadas sob tais circunstâncias têm menor
probabilidade de serem realistas e efetivas no seu dia-a-dia, tendo mais chance de
manifestar padrões de comportamento anti-sociais. Mead (1953) também enfatiza que

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crianças ignoradas, rejeitadas ou humilhadas tendem a se perceber como sujeitos
merecedores de desrespeito.

Nesse cenário, as instituições socializadoras, principalmente a família e a escola,


exercem papéis centrais na discussão da origem e do desenvolvimento da auto-estima. A
'família' é, certamente, a instituição social mais antiga. Nela se estabelecem os contatos
mais significativos para a criança, sendo espaço de expressão de conflitos e afinidades
(Castro, 1998, apud ASSIS 2004).

Como instituição social, a família varia através da história e de uma cultura para outra.
Desse modo, assume configurações diversificadas, tendo se consolidado como um
modelo nuclear por volta do século XVIII. Como toda instituição social, apresenta
aspectos positivos, como núcleo afetivo de apoio e solidariedade, mas também possui
aspectos negativos que podem se tornar elementos de coação social, geradores de
conflitos e ambiguidades (Camargo & Buralli, 1998, apud ASSIS 2004).

O grupo familiar deveria ter como objetivo manter certa estabilidade e equilíbrio, já
que a instabilidade engendra ansiedade e angústia. Precisaria, ainda, conservar grande
capacidade de transformação, pois os seres humanos crescem e mudam. A família
necessitaria suportar essa mobilidade sem perder seu equilíbrio, afinal, "uma criança
sozinha é coisa que não existe" (Winnicott, 1999).

Considerando a família como parte de um sistema de relações, algumas condições


familiares indesejadas são apontadas por impulsionarem crianças a terem uma visão de si
significativamente mais negativa se comparadas àquelas que percebem sua família de
maneira mais positiva.

São elas (Coopersmith, 1967; Rosenberg, 1989, apud ASSIS 2004):

 Perceber a família como conflituosa;


 Viver em ambiente familiar empobrecido física, emocional e intelectualmente;
 Ter pais que tendem a depreciar os filhos, encarando-os como um fardo e lhes
dando um tratamento desatento e negligente;
 Viver em uma família em que não há o estabelecimento de diretrizes e que
possui um sistema de punição baseado na força e na perda de amor.

Os impactos psicológicos que a família tem sobre a formação da criança são reforçados
por Françoise Dolto (apud Ordem dos Psicólogos, 2014-2015): onde as crianças

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descobrem o amor e o ódio, onde elas podem esperar receber simpatia e tolerância, mas
também exasperação".

A violência contra a criança e o adolescente na família é, possivelmente, um dos


fatores que mais interfere na forma como a pessoa se vê no mundo e se relaciona com ele.
A violência familiar é relatada através da história da humanidade. Hoje em dia, há um
novo olhar, fruto de um estágio de consciência social, que traz uma nova forma de
enfrentar o problema (Assis, 1999).

Outra instituição socializadora fundamental para a formação da auto-estima é a


'escola'. Para os idealistas, a escola é uma instituição idônea para a formação do caráter e
preparação para a vida. Para os céticos e para os que têm uma visão reprodutivista da
realidade, trata-se de uma instituição que deveria ser denunciada pela função de perpetuar
o status da dominação e da desigualdade. Para outros, menos pessimistas e mais realistas,
a escola, ao mesmo tempo, reflete as condições sociais e tem a potencialidade de
contribuir para transformá-las na medida em que se dedica ao crescimento e
desenvolvimento das crianças, jovens e adolescentes (Minayo et aI., 2003).

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6. Conclusão
Apois feita a pesquisa, pude-se concluir que quando sua autoestima está baixa isso
significa que sua autovalorização está abalada. Ou seja, uma pessoa com baixa autoestima
tem dificuldades de se enxergar positivamente. Contudo, é preciso dizer que se sentir para
baixo faz parte da existência humana. Afinal, não dá para estarmos sempre felizes. Porém,
quando permanecemos com esse sentimento é preciso cuidado e atenção. Assim, se
sentimentos de impotência, autodesvalorização e tristeza são constantes na sua vida, é
preciso atenção. Isso porque é preciso entender que quando a autoestima cai, todas as
áreas de nossa vida são afetadas. Essas são áreas que abrangem nosso relacionamento
com amigos, com família e com colegas de trabalho.

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