Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
Ofereço atendimento clínico para quem deseja ajuda e busca por uma
escuta profissional para resolver os seus conflitos, sobretudo para quem não
consegue ou acredita ser impossível se desenrolar dos seus problemas.
As imagens nas redes sociais alimentam o nosso imaginário e nos fazem supor quão
bom ou ruim é aquilo que aparece em uma foto. Isso é muito bom, pois permite que
as pessoas compartilhem algumas partes de quem elas são, o que gostam de fazer e
até mesmo o seu trabalho. Entretanto, a parte ruim fica na conta de que a imagem
não corresponde totalmente à realidade.
Nos dias de hoje ficamos refém se nos prendermos apenas nas imagens, por
exemplo, ao valorizar algo que aparenta ser interessante e ao desvalorizar aquilo que
se recusa a entrar no jogo de imagens das redes sociais. A vida passa a ser quase
como se não existisse nada para além da imagem. A parte mais difícil é entender que
não é fácil encontrar uma saída ou uma forma garantida de se proteger dessas
armadilhas.
As ferramentas humanas não costumam ser boas ou ruins por si, mas existem os
usos que cada um vai fazer dos instrumentos.
Atenção, aqui está a parte interessante: o mundo virtual não é o único campo que
seduz e engana pela imagem. Para se libertar um pouco das imagens que habitam as
redes sociais, precisamos nos libertar das imagens que governam a nossa vida em
outros sentidos. Precisamos em certa medida nos libertar da imagem que fazemos de
que como a vida precisa ser e da imagem imutável que criamos sobre quem nós
somos.
0003
1 – Para se tornar um ser humano melhor! Não precisamos usar palavras diferentes, nem
conceitos complicados para falar isso, pois em resumo: fazer terapia com um
profissional é um meio para se desenvolver, crescer e ser uma pessoa melhor (ou, ao
menos, ser alguém que consegue encontrar paz).
3 – Para conseguir suportar aquilo que não pode ser simplesmente resolvido.
4 – Para enxergar aquilo que você está repetindo e o que te faz sofrer. A base da vida
humana é a repetição e quanto a isso não é possível escapar: acordar, se alimentar, fazer
as suas necessidades, trabalhar, dormir e assim estabelecer o seu cotidiano é o ritmo de
vida da maior parte da população. Entretanto, existe a repetição de algumas ações que
são prejudiciais para você e para as pessoas ao seu redor. São ações que você repete sem
saber, já que muitas vezes existe a ilusão de estar tomando uma nova atitude que é
aparentemente diferente das anteriores, mas que na verdade é só mais uma repetição. A
atitude parece mudar, mas os resultados são sempre os mesmos. É mais fácil perceber
isso nos relacionamentos que cada um vai buscar, nas promessas de amor que cada um
vai acreditar e na forma com que cada um vai sofrer ao longo da vida.
5 – Para tentar atribuir novos sentidos nas histórias do seu passado. Muitas vezes
acontecerem coisas ruins e que serão ruins para sempre, mas o trabalho clínico com um
profissional ético e responsável faz com que em alguns momentos seja possível ter a
chance de aprendizagem a partir das dificuldades da vida.
6 – Para fazer a dor ir embora! Muitas memórias são dolorosas, literalmente, causam
uma espécie de dor em quem as sente. A lembrança, isto é, o registro daquilo que
aconteceu pode nunca ir embora, mas a dor pode desaparecer. A terapia é um espaço
para você lembrar de tudo o que te aconteceu sem que isso seja extremamente doloroso.
7 – Por fim, segundo Freud, um psicanalista, a análise serve para transformar a “miséria
neurótica” em uma “infelicidade banal”, isto é, fazer com que um sofrimento impossível
de ser suportado se torne algo possível de conviver.
Psicólogo Marcelo Hayeck
CRP 04/56450
0004
Quando você se olha no espelho o que vê? Ou, melhor perguntando, quando você pensa
em si mesmo – em quem você é – como se enxerga?
Ao olhar para si próprio, se vê além dos traços objetivos. O corpo passa a adquirir
sentidos e significados. Inclusive, se vê aquilo que mais se tenta esconder das outras
pessoas.
Tolerar o meio termo, sair de um extremo e transitar entre as posições no mundo pode
ser uma fonte de saúde mental. Acima de tudo, saúde mental é tolerar a si mesmo: as
coisas boas, ruins e aquilo que é mais ou menos. É impossível tolerar as outras pessoas e
ter tolerância com as escolhas dos outros se você não tolerar a si próprio, as suas falhas
e aquilo que escapa ao seu controle.
Talvez o reflexo que você veja – muito bom ou muito ruim – seja uma distorção ou
apenas uma parte muito pequena de um todo que te escapa.
Existe a possibilidade de ter indícios, imaginar e supor os motivos por trás das ações de
algumas pessoas, porém é impossível ter certeza. A certeza subjetiva é um tema muito
sensível e que costuma dizer mais dos pensamentos de cada um do que dos outros.
Ter certeza de algo é angustiante, pois é como se uma pessoa já soubesse de tudo,
inclusive daquilo que ainda vai acontecer. Ter certeza de que o futuro já está definido
pode gerar angústia e graus extremos de ansiedade, sobretudo quando o que se espera da
vida é algo ruim.
Por outro lado, sentir que não se sabe “nada de nada”, viver sem referências ou
perspectivas também é angustiante. Encontrar uma forma de se localizar no mundo é
importante para criar algum tipo de orientação na vida, tal qual dizem as famosas frases
“encontrar o seu chão” ou “encontrar o seu norte”. Entretanto, tal guia não precisa ser
uma certeza concreta, já que pode haver um meio termo entre se planejar e organizar a
sua vida e permitir uma abertura para o acaso.
3 – Além dos projetos profissionais que podem ficar empacados por conta da baixa
autoestima, as “coisas do coração”, ou seja, as iniciativas amorosas também podem ser
prejudicadas por conta da autoestima. Se relacionar com as pessoas, sobretudo de forma
amorosa, envolve a capacidade de criar acordos, confiar, se sentir seguro(a) e
desejado(a) pelo outro. A autoestima é um dos aspectos que sustentam as escolhas de
cada um.
4 – Para lidar com as frustrações! Na vida existem problemas, planos que não costumam
acontecer sem desvios e diversas falhas. Além disso, ainda existem as perdas que
acontecem naturalmente na vida de cada um: saúde, energia, amores, trabalhos e etc. A
autoestima é importante, pois tem haver com a forma que cada um vai se defender dos
acasos e a forma como cada um vai conseguir lutar por seus objetivos e desejos.
Aquilo que chamamos de “ansiedade” se manifesta de forma diferente para cada um e traz
consigo uma variedade de outros sintomas. Medo, angústia, ansiedade... todas essas
palavras costumam aparecer juntas! Inclusive, em outros idiomas, por exemplo, no alemão,
o termo “angst” pode se refere tanto a “angústia” quanto ao “medo”, indicando o quanto
essas sensações estão associadas.
Quando tudo está misturado e confuso é preciso conduzir uma análise por partes.
Um caminho para dissolver a ansiedade é entender a sua razão de existir. Por exemplo, ao
nomear e diferenciar todos os sintomas e os pensamentos associados a ansiedade. Quando
alguém se sente ansioso – em um primeiro momento – os pensamentos podem ser tão
acelerados que é quase impossível entender o que está acontecendo. É preciso realizar um
trabalho no sentido de saber o que sustenta o quadro de ansiedade: medo do futuro,
insegurança, pensamentos sobre o fim da vida, instabilidade em algum campo da vida,
dentre infinitas outras possibilidades.
O ponto central que eu gostaria de compartilhar aqui é o fato de que quando a ansiedade não
é tratada por um profissional responsável, ético e capacitado, a tendência é que o corpo
manifeste outros sintomas.
Quais sintomas podem acontecer? Tecnicamente, diversos. Todos os campos das ciências
indicam essa possibilidade que sempre depende da intensidade do quadro de ansiedade.
Todavia, existem alguns sintomas mais comuns: apertos e pressões em determinadas partes
do corpo, suor, tremor, dificuldade em respirar e focar o pensamento, visão turva, sensação
de taquicardia, choro, dentre diversos outros.
O mais importante é saber que a ansiedade é sobre as sensações! Sensações que nem sempre
correspondem a fisiologia do corpo, ou seja, a impressão de estar com os batimentos
cardíacos acelerados não quer dizer que exista uma doença cardíaca ou o risco de algum
acidente. Assim, quando uma pessoa em pânico ou no pico de uma crise de ansiedade vai ao
médico por estar supondo algum grave problema em seus órgãos, não encontra nada.
Psicólogo Marcelo Hayeck
CRP 04/56450
O desânimo, a falta de energia e a paralisia não são gratuitos e possuem uma rede de
pensamentos que os sustentam. São as frases que as pessoas acreditam (mesmo sem
saber) e repetem: “não vai dar certo”; “vai ser assim”; “não consigo”; “é impossível”;
“não tem como escapar”; “não tem como mudar”; dentre outros pensamentos que só
fazem paralisar mais ainda o sujeito.
Se não há ato – sem alguma forma de ação – não há mudança. Aliás, agir não é só por
meio de movimentos bruscos, ou melhor dizendo, a partir da palavra são tomadas as
ações mais significativas e que produzem as mudanças mais efetivas.
Entretanto, agir não é algo tão simples, pois existem formas de se tomar atitudes,
inclusive assumir posturas que parecem ser novas, mas são apenas repetições do
passado e que confirmam a angústia.
3 – Uma terceira forma de agir diz respeito a uma ação que altere as estruturas que
sustentam o sofrimento. São modos de agir – e a palavra é sempre um dos meios para se
agir – que instaurem uma nova organização. É uma ação que rompe com a repetição e
com a ordem, literalmente, criando novas possibilidades para existir no mundo e
dotando o sujeito de uma nova postura perante os outros.
Entretanto, não podemos negar que o atendimento virtual é uma modalidade diferente da
consulta presencial e precisamos enfrentar os medos que vão surgir e que afastam algumas
pessoas. Ainda hoje existem dúvidas sobre o quanto a distância pode dificultar o
desenvolvimento do vínculo e da confiança para conversar com um terapeuta, mas essas
dificuldades também são encontradas no atendimento presencial. Desenvolver a confiança é
uma parte natural de qualquer processo terapêutico e que é superada durante as consultas.
Estar com uma outra pessoa por entre janelas pode causar a falsa impressão de indiferença,
mas isso não corresponde à verdade de um trabalho realizado por um bom profissional. O
mundo virtual foi o jeito que a sociedade encontrou para deixar a vida continuar a fluir,
apesar dos pesares de nossa época.
Ter compromisso com a ciência psicológica significa abrir mão de técnicas sem comprovação que
estão na moda e geram imensos lucros financeiros às custas da exploração do desejo de alguém em
se libertar do sofrimento e transformar a sua vida de forma rápida.
Aliás, fazer um compromisso e confiar na terapia significa suportar as dificuldades nas técnicas
psicoterápicas. O silêncio é parte de uma técnica; assim como falar tudo que lhe vem à mente, o uso
do humor, os momentos de espera, os questionamentos, as incertezas, dúvidas... aquilo que um bom
psicólogo faz não é à toa ou sem fundamento. Existe uma lógica que sustenta e orienta o trabalho
psicológico!
Sentar em um sofá ou se deitar no divã e falar à vontade sobre tudo é uma técnica? É.
“Mas só isso consegue resolver algum problema?” Sim, a humanidade conseguiu se desenvolver por
meio da palavra e a própria ação advém da palavra. Os grandes líderes, as pessoas mais importantes
e os cientistas do mundo construíram as coisas mais belas e úteis a partir do diálogo e do livre uso da
palavra.
Aquilo que faz um psicólogo ser um bom terapeuta é o conjunto formado pelo estudo sistemático e
comprometido da Psicologia, o desenvolvimento das técnicas psicoterápicas, o contínuo exercício da
prática clínica e o total de experiências e vivências profissionais. O desenvolvimento dessas
qualidades não termina nunca: ser terapeuta significa estar em constante aperfeiçoamento, busca por
conhecimento e, ao mesmo tempo, ter abertura para o que é novo e suportar o desconhecido.
Se você precisa de ajuda é importante buscar um profissional responsável, ético e capacitado. Ou,
melhor dizendo, encontre um psicólogo que você consiga confiar e ter abertura para dizer tudo o que
precisa ser dito.
CRP 04/56450
0012
Os mecanismos de defesa são uma das formas que as pessoas utilizam – sem saber que
utilizam – para lidar com os seus problemas. É algo que tem uma essência inconsciente,
mas que pode ser observado com o devido cuidado na clínica e, só assim, fazer com que não
seja mais necessário se defender.
3 – Identificação. Por mais estranho que possa parecer, a identificação também pode ser
uma forma de se defender das divergências familiares ou sociais e do próprio desejo. Ao
longo do tempo a identificação passa a fazer parte de quem a pessoa é – e não há problema
algum nesse movimento. Entretanto, às vezes, a identificação é um meio utilizado para se
adaptar a um ambiente ou grupo de pessoas, tal qual a expressão popular, é uma forma
brusca de se “enturmar”.
A depender da intensidade e da frequência com que esses mecanismos são utilizados, você
pode precisar de ajuda de um psicólogo qualificado. A terapia é um espaço que permite
dissolver esses mecanismos, fazendo com que se encontre novos caminhos para lidar com
os problemas do dia a dia sem que seja preciso fazer uso de tais defesas (ou outras).
CRP 04/56450
0013
Todos nós, humanos, nascemos desamparados. Todos os indivíduos já precisaram de outras pessoas
que lhe oferecessem cuidado e proteção para conseguir crescer, se fortalecer, ter um certo grau de
autonomia e superar essa fragilidade e vulnerabilidade inicial. Ainda, não há alternativa para isso,
portanto a base da vida humana é a condição de desamparo.
Ao longo da vida e na medida que crescemos encontramos meios de enfrentar e superar essa
condição de desamparo inicial, mas algumas pessoas e em alguns momentos revisitam esse estado
inicial de acordo com as incertezas e inseguranças da vida.
Casos de ansiedade e pânico podem deixar as pessoas presas em um estado de desamparo. Quase
como se não houvesse solução para os problemas, ou melhor dizendo, existe a sensação de que
ninguém nem nada pode salvar a pessoa que está sofrendo – nem a própria pessoa.
A partir do trabalho de um terapeuta ético e qualificado isso pode acontecer! Desde que haja
compromisso e confiança, pois o processo terapêutico ocorre no encontro entre terapeuta e
paciente – a dupla precisa trabalhar em conjunto.
CRP 04/56450
0013
Quando uma pessoa está em uma crise de ordem emocional fica muito difícil realizar
qualquer atividade sozinha. Quase como se fosse impossível fazer algo por si ou como
se o peso do mundo estivesse sobre o sujeito. Tudo o que a pessoa sente se torna muito
confuso para ser diferenciado. Sentimentos, emoções, pensamentos e sensações ficam
emaranhadas entre si e, geralmente, ecoam algo negativo.
Se tudo isso parecer pouco ou básico demais, lembre-se: tudo o que somos –
literalmente, tudo – é a partir da palavra. A linguagem é aquilo que nos permite sermos
pessoas, transitando entre a felicidade e a insatisfação; o prazer e o desprazer; a
ansiedade e a paz. Especialmente, o trabalho do psicólogo terapeuta acontece a partir
das diversas formas de linguagem.
A palavra pode deixar marcas difíceis para a vida toda, mas também pode curar,
sobretudo quando alguém se dispõe a falar de si para uma outra pessoa com uma escuta
qualificada.
0014
Porque o cuidado para com a saúde mental não pode ficar em espera, senão há o risco
de sempre se deixar para depois a busca por um profissional qualificado e nunca
encontrar uma solução efetiva para os problemas.
Os impedimentos e as amarras psíquicas são muito fortes e fazem com que as pessoas
fiquem paralisadas e não consigam fazer nada com a vida. Frente a uma inibição
psíquica – bloqueios e inseguranças –, não há solução fácil. O adoecimento psíquico faz
com que uma pessoa não tenha autocuidado e autoestima suficientes para dar cabo dos
seus projetos de vida.
Freud, psicanalista, diz que “Nada na vida é tão caro quanto a doença [...]”, justo porque
a falta de cuidado com a saúde mental custa tudo o que se tem e tudo o que se poderia
vir a ter: custa a qualidade de vida e o futuro de cada um.
CRP 04/56450
0015
Traduzir-se.
é todo mundo;
é multidão:
e solidão.
pesa, pondera;
outra parte
delira.
almoça e janta;
outra parte
se espanta.
é permanente;
outra parte
se sabe de repente.
é só vertigem;
outra parte,
linguagem.
de vida ou morte —
será arte?”
0016
Em outras palavras, existe um projeto terapêutico que é desenvolvido para cada paciente
e que está articulado com o desejo e o pedido de ajuda que cada um faz ao terapeuta.
Portanto, o trabalho clínico de um psicólogo não é igual a uma “conversa de bar”, um
encontro religioso, uma reunião acadêmica ou quaisquer outros tipos de diálogos
presentes no cotidiano. Ser diferente não quer dizer “ser melhor” ou “ser pior”, todos os
espaços de conversa têm as suas funções e os seus motivos.
CRP 04/56450
0017
1 – Tempo. O tempo em um hospital é mais flexível, pois existem mudanças, urgências e, às vezes, o
prolongamento de outros atendimentos. Nem sempre são cinquenta minutos ou qualquer outra
quantidade de tempo exatamente contada, sendo utilizado o tempo necessário para o cuidado de cada
um.
2 – Busca ativa. A equipe de um hospital se une e faz um compromisso para com os pacientes. Se,
por acaso, o paciente deixa de ir ao serviço, existe uma busca ativa: ligações, mensagens, visitas
domiciliares, contato com postos de saúde e toda a rede de apoio da cidade. Não se deixa de lado
nenhum paciente e se faz uma busca ativa pelas pessoas que desejam ajuda, oferecendo aquilo que
cabe ao serviço.
5 – Espaço. Existe o espaço de um hospital e muitas vezes os pacientes fazem uma imagem desse
lugar como sendo um espaço ruim para se estar. Faz parte do trabalho mostrar o quanto cada
profissional dá o seu máximo para fazer do hospital um lugar de busca pela saúde.
Essas são algumas das diferenças encontradas por mim na atual execução do meu projeto de
Mestrado no Hospital das Clínicas de Uberlândia. Aliás, trabalho muito importante e que me
apresentou colegas profissionais incríveis e maravilhosos, incluindo a @psique.fala e vários outros!
Antes de terminar, não posso deixar de dizer que o principal ponto em comum entre os dois espaços
é o amor pela Psicologia enquanto ciência e profissão; e, mais, ainda, o amor pela pesquisa.
Psicólogo Marcelo Hayeck
CRP 04/56450
0018
A dimensão da perda é própria da vida humana. Ao longo da vida fazemos escolhas e, às vezes, ao
escolher uma alternativa abrimos mão de outras. Ou seja, podemos ganhar algo a partir da nossa
escolhe, porém em certa medida também perdemos!
Enquanto estamos vivos somos acometidos por toda a sorte de acidentes e situações inesperadas (ou
inexplicáveis) que fogem do nosso controle, e outra vez mais, podemos perder, mas sem a
possibilidade de escolha.
O luto pode ser entendido quase como um processo natural do desenvolvimento humano, ou seja,
crescer também é perder. Para se alcançar uma nova posição no mundo precisamos abandonar o
lugar antigo. Por exemplo, os pais e responsáveis precisam enfrentar o luto de deixar uma criança
crescer para o mundo e se tornar um adolescente, e assim por diante.
O luto é por aquilo que faz bem, mas o luto também é por aquilo que faz mal! Tudo o que se faz
acostumar, tanto bom quanto ruim, causa uma sensação de falta quando é perdido e pode fazer
alguém entrar em processo de luto.
O enlutamento ocorre quando se perde algo na vida: objetos desejados, profissões, condições de
vida, sonhos, posições no mundo, estados de espírito, amigos, relacionamentos amorosos e entes
queridos. Inclusive, existe luto em situações que antes só faziam mal, por exemplo, ao sair de um
relacionamento ruim as pessoas podem sofrer intensamente quando até isso é perdido.
Ao entrar em luto por perder alguém que se ama as pessoas precisam de ajuda e apoio. Sobreviver ao
luto envolve ter forças para continuar a vida. A terapia é um caminho para lutar pela continuidade da
vida ao permitir que se fale abertamente sobre tudo: ansiedades, angústias, medos, inseguranças,
fantasias, saudades, paixões; e, sobretudo, questionamentos sobre a vida e a morte – de onde viemos
e para onde vamos.
Se você precisa, busque ajuda profissional e qualificada!
CRP 04/56450
0019
CRP 04/56450
0020
Livro do desassossego.
“Tenho ternura, ternura até às lágrimas, pelos meus livros de outros em que escrituro, pelo tinteiro
velho de que me sirvo, pelas costas dobradas do Sérgio, que faz guias de remessa um pouco para
além de mim. Tenho amor a isto, talvez porque não tenha mais nada que amar – ou talvez, também,
porque nada valha o amor de uma alma, e, se temos por sentimento que o dar, tanto vale dá-lo ao
pequeno aspecto do meu tinteiro como à grande indiferença das estrelas.”
Apesar de reconhecer a importância de cuidar da saúde mental, a maioria das pessoas têm
exatamente essa dúvida: como que uma conversa de mais ou menos uma hora pode mudar qualquer
coisa na minha vida?
Na maioria das vezes a mudança não ocorre ali, naquele momento, mas vem depois. Aliás, a
mudança depende do comprometimento e do esforço que cada um realiza para transformar a própria
vida. O acompanhamento psicológico não se resume a conversar e esperar que o mundo mude como
se fosse mágica, ou seja, precisa existir empenho e responsabilidade no dia a dia para além do
momento da consulta.
A terapia serve para você falar das suas questões, dos seus problemas e se mostrar enquanto um ser
humano em todos os seus sonhos, desejos e necessidades. Ao dizer da sua história, você se apropria
dela e passa a ser um protagonista, isto é, alguém que tem o direito de escolha. Por mais que não
tenhamos o controle sobre tudo, não há saúde mental se você está no mundo e sente que não tem o
direito de escolha para nada.
Você pode entender a mudança quando sai da consulta. Ao se sentir mais leve ou até um pouco
atordoado(a), pensando em tudo o que falou e descobriu de si mesmo. Aliás, isso pode acontecer
antes, enquanto você está indo para o atendimento e pensando no que vai falar, julgando o que é
mais importante e pensando onde precisa de ajuda. Você pode ver o resultado da terapia quando está
em casa e se pega lembrando de algo da sessão ou então quando você está junto com as outras
pessoas e se vê repetindo as mesmas falas e ações de sempre. Estar em terapia significa começar a
ver as infinitas repetições que te levam sempre ao mesmo lugar de sofrimento e te impedem de
encontrar novos rumos para a vida.
Resumindo: a mudança ocorre quando você começa a ver o sentido das coisas que faz e reconhece
um padrão que sempre te leva para o mesmo caminho ou te impede de chegar aonde deseja.
Afinal de contas, você se sente preso a uma vida que não te permite nenhuma escolha?
CRP 04/56450
0021
2 – Método. O tratamento psicológico é sensível e complexo, sobretudo por se abordar todos os anos
da vida humana. Estamos falando de toda uma vida para se pensar e tentar elaborar. O trabalho do
psicólogo é orientado por métodos científicos, isto é, existem regras e condições que precisam ser
aceitas para se realizar o trabalho. O trabalho sempre é orientado pelo método e ferir as regras do
método é ir contra o tratamento.
3 – Objetivos (ou demanda). A Psicologia exercida de forma ética e responsável implica uma
orientação de trabalho rigorosa. Um bom terapeuta se orienta a partir do pedido de ajuda que o
paciente faz, e ao longo do tempo, pela tradução dessa demanda. Deve ficar claro ao paciente se o
profissional entende o objetivo desejado com a terapia; e, o profissional deve dizer se está apto ou
não para o trabalho, além de contar o que precisa ser feito durante as consultas.
4 – Confiança. A confiança precisa ser estabelecida entre todos os envolvidos na terapia. Não é
unilateral, ou seja, não é só o paciente que precisa confiar no terapeuta. O psicólogo também precisa
se sentir à vontade e confortável para confiar no paciente. Seguir o contrato de trabalho é importante,
pois somente assim se estabelece a segurança e a confiança necessárias para o tratamento!
Em resumo: cumprir o contrato é seguir as “regras do jogo”; e, a vida, se compõe por relações onde
cada uma possui o seu sistema de regras. Regras que são criadas e podem ser flexíveis ou alteradas,
porém só há saúde quando as regras ocorrem em comum acordo.
Psicólogo Marcelo Hayeck
CRP 04/56450