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Distimia: conheça esse transtorno de humor

Todo mundo acorda com o pé esquerdo de vez em quando, não é? Nesses dias, o mau
humor impera e é impossível forjar um sorriso por muito tempo. As patadas se
multiplicam e as pessoas próximas compreendem que é melhor manter distância.
Este desagradável estado de humor geralmente é passageiro. No dia seguinte,
retornamos para um humor neutro ou acordamos bem-humorados. Quando isso não
acontece, contudo, uma condição psicológica pode ser a responsável pela permanência
do mau humor.
O que é Distimia?
A distimia é uma forma de depressão conhecida como “a doença do mau humor” ou
Transtorno Depressivo Persistente.
Os sintomas depressivos são mais leves, porém constantes. A pessoa distímica está
frequentemente mal-humorada, melancólica e pessimista sem razão aparente. Esta
condição pode persistir por cerca de dois anos ou, se não tratada adequadamente,
perdurar pelo resto da vida. 
O último cenário costuma ser o mais comum. O distímico não acreditar estar doente,
mas, sim, ser uma pessoa mais mal-humorada que as outras. Dessa forma, não busca
respostas para o seu permanente estado de humor irritadiço com especialistas.
Do mesmo modo, pessoas com depressão grave geralmente descobrem que tiveram
distimia somente durante o tratamento. 
Quais os sintomas da Distimia?
Os sintomas distímicos oscilam entre irritabilidade, impaciência e pessimismo. Embora
o mau humor esteja fortemente associado a modos agressivos de falar e de agir, ele
também pode se manifestar como desesperança.
Veja os sintomas mais comuns da distimia em seguida:

 Alterações no apetite;
 Dificuldade para dormir;
 Sonolência diurna;
 Fadiga exagerada;
 Baixa autoestima;
 Pensamentos negativos;
 Postura defensiva, como se o mundo conspirasse contra o você;
 Sentimento de culpa;
 Desatenção e dificuldade de concentração;
 Redução da produtividade;
 Sentimento de desespero; e
 Tristeza constante.

O que caracteriza a distimia é a recorrência desses sintomas. Ocasionalmente, todos nós


ficamos tristes, impacientes, angustiados e irritados. Já a pessoa distímica experimenta
esses sentimentos em alternância durante meses ou anos.
O que causa a distimia?
Não se sabe ao certo a causa dessa condição psicológica. Ela pode estar associada a
fatores bioquímicos (desequilíbrio de hormônios e neurotransmissores no cérebro),
ambientais e genéticos.
Se alguém convive com pessoas difíceis em casa ou em outros ambientes, ou passa por
situações pouco agradáveis com frequência, a probabilidade de desenvolver distimia ou
outro problema psicológico é maior.
Acúmulo de estresse, crise financeira, morte na família, falta de
autoconfiança, decepção amorosa e traumas do passado são gatilhos típicos para a
distimia. 
Distimia em crianças
A distimia também pode acometer crianças. Normalmente, ela aparece junto de outros
distúrbios que afetam o desenvolvimento cognitivo dos pequenos, tais como:

 Ansiedade;
 Transtorno de Deficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH);
 Transtornos de Conduta; e
 Transtornos de Aprendizagem.

Distimia x Depressão
A pessoa com depressão sente necessidade de se afastar do convívio social. Ela não
comparece ao trabalho, para de encontrar amigos e se recusa a falar com familiares.
Além disso, as suas conversas passam a ser recheadas de sentimentos autodepreciativos.
Já a pessoa distímica continua produzindo, estudando e se socializando. Apesar de
atender às suas obrigações com desânimo, a sua postura em relação à vida é quase
normal para quem vê de fora. Sendo assim, é mais fácil identificar sintomas depressivos
que distímicos.
Na verdade, o comportamento do indivíduo com distimia pode ser confundido com uma
postura inconveniente, sistemática, fechada e, sobretudo, mal-humorada. As pessoas
tendem a se afastar dele porque não entendem que ele sofre com os sintomas de uma
condição psicológica crônica. 
Em virtude dessa confusão, o próprio distímico acredita ser naturalmente mal-
humorado. Ele não tenta compreender a sua conduta com profundidade na psicoterapia,
então, corre um risco maior de desenvolver um quadro grave de depressão.
Quem recebe comentários frequentes sobre o seu mau humor, irritabilidade ou
pessimismo, deve ficar em alerta. A permanência prolongada de emoções negativas não
é comum em nenhuma situação. O ideal para cada um é viver uma vida leve,
significativa e alegre.
Uma pessoa emocionalmente sadia oscila entre estados de humor bons e ruins conforme
as suas vivências. Todavia, ela não se entrega para emoções que afetam a sua qualidade de
vida.

Como tratar este transtorno de humor?


A distimia é diagnosticada por um psicólogo e tratada com a psicoterapia. O psicólogo
avalia os sintomas, as experiências de vida e o histórico de saúde do paciente nas
primeiras consultas para determinar um diagnóstico.
Assim que este é feito, o profissional inicia o acompanhamento psicológico com o
objetivo de ajudar o paciente a compreender que pode ter reações, condutas e
pensamentos mais saudáveis.
Dessa forma, ele aprende a controlar reações estouradas, desenvolver técnicas para lidar
com o estresse, administrar sentimentos e modificar padrões comportamentais nocivos à
saúde mental e física.
Entretanto, o tratamento vai depender do quadro de cada paciente. Caso seja necessário,
por exemplo, o distímico pode buscar a psiquiatria para controlar sintomas mais
acentuados.
As estratégias do psicólogo também se modificam de acordo com as necessidades do
distímico e a gravidade da condição. O profissional pode recomendar a adoção de
hábitos saudáveis para estimular o bom humor no dia a dia, como fazer exercícios
físicos e ter uma alimentação balanceada.

Como lidar com a distimia no cotidiano?


Além da psicoterapia, a pessoa com distimia pode modificar costumes e condutas no dia
a dia para ter uma vivência mais agradável. As nossas dicas são válidas também para
quem não sofre com o mau humor crônico, mas anseia por mais qualidade de vida.
Certas atitudes, pensamentos e decisões corroboram para o bom humor e a alegria,
desviando do caminho mais estressante.
É fundamental compreender que a responsabilidade de manter um estado de humor
agradável e ter boas experiências de vida é nossa, mesmo perante acontecimentos
desagradáveis.
Quem possui o poder de combater o mau humor e outros sentimentos angustiantes
é você. Para quem tem distimia, compreender essa realidade é indispensável para
suavizar os sintomas desta condição.
Em seguida, veja algumas coisas que você pode fazer para diminuir o mau humor em
sua vida:

1.     Desenvolver a inteligência emocional


Ao desenvolver a sua inteligência emocional, você preserva a sua saúde mental e
consegue atribuir a medida correta de importância para cada ocasião ou pessoa. Todos
nós podemos aprimorar essa competência com um pouco de prática.
Na psicoterapia, é mais fácil ter percepção de suas emoções e como elas influenciam
comportamentos e pensamentos. No cotidiano, você pode fazer isso ao respirar
profundamente em um momento de estresse ou anotar as emoções sentidas no decorrer
do dia para identificar pontos fracos.
2.     Ver o lado positivo de cada situação

O mau humor é combatido com o bom humor, certo?


Sendo assim, não se apegue aos aspectos negativos dos acontecimentos ou aos defeitos
das pessoas. Em vez disso, procure ver o lado positivo de cada situação e identificar
as qualidades de um indivíduo que lhe tira do sério. Você pode fazer isso ao:

 Analisar o que pode aprender com cada acontecimento;

Agradecer pelas coisas boas da sua vida;

 Relembrar a si mesmo dos momentos bacanas vividos ao lado de uma pessoa


difícil, ignorando a negatividade;
 Buscar distrações, como um filme, um passeio ou uma conversa agradável; e
 Substituir os pensamentos negativos por positivos.

3.     Fazer atividades prazerosas


Quando estamos de mau humor, não temos motivação para fazer nada além de alimentar
esse sentimento. Há quem opte por escutar músicas tristes ou participar de discussões
polêmicas nas redes sociais somente para fortalecer o mau humor.
Não raro as pessoas também engajam em atividades que sabem que afetarão o seu
humor negativamente por não conseguirem reagir a impulsos.
O correto, no entanto, é focar toda a sua atenção em hobbies ou atividades que
despertem o prazer de viver. Pode ser um esporte, uma habilidade criativa (pintura,
escrita, música) ou uma série divertida.

4.     Se autoconhecer
O autoconhecimento é favorável para identificar os gatilhos tanto do mau humor quanto
do bom humor.
Ao se dedicar a reflexão introspectiva, você consegue pontuar exatamente quais
situações e pessoas fazem o seu sangue borbulhar. O próximo passo é, então, descobrir
como lidar com os sentimentos desagradáveis causados por elas.
Além disso, você descobre como prevenir o encontro com esses sentimentos. Existe
algo que você pode fazer para manter o bom humor, como, por exemplo, não engajar
em determinadas discussões ou relevar certos comportamentos? Será que você está
inconscientemente se colocando em uma posição desagradável e sofrendo
as consequências disso?
Se afastar de determinadas ocasiões e indivíduos às vezes é o melhor a fazer para cuidar
da saúde da mente, especialmente para distímicos.

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