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Centro de Estudos José de Barros Falcão

43ª Turma do Programa de Formação em Psiquiatria


Supervisão de Casos Clínicos

Transtorno Esquizoafetivo

Professor: Dr. Miguel Adad


Cursista: Nadja Melo

Porto Alegre-RS
01/07/2022
Transtorno Esquizoafetivo

• INTRODUÇÃO

• Caracteriza por apresentar tanto elementos da Esquizofrenia como dos Transtornos do Humor.

• George H. Kirby (1913) e August Hoch (1921): descreveram pacientes com características mistas de
Esquizofrenia e Transtornos do Humor. Observaram que esses pacientes não tinham o curso deteriorante
da dementia precox de Emil Kraepelin.

• Em 1933: Jacob Kasanin introduziu o termo Transtorno Esquizoafetivo.

• Entre 1933 e 1970: indivíduos cujos sintomas eram semelhantes aos dos pacientes de Kasanin eram
classificados de forma variada com transtorno esquizoafetivo, esquizofrenia atípica, esquizofrenia de bom
prognóstico, esquizofrenia em remissão e psicose cicloide.

• 1970: Carbonato de Lítio e estudo publicado por John Cooper e colaboradores- mudança da visão de
doença Esquizofrênica para Transtorno do Humor.
Transtorno Esquizoafetivo

• EPIDEMIOLOGIA
• Prevalência menos de 1% (0,5% a 0,8%).
• Subtipo Bipolar: 🚺 ꓿ 🚹 (+ comum em pessoas mais jovens)
• Subtipo Depressivo:🚺 ˃ 2x : 🚹 (+ comum em pessoas mais velhas)
• Incidência mais tardia nas mulheres.
• Homens tendem a ter comportamento mais antissocial e afeto plano ou inadequado.

• ETIOLOGIA
• Causa desconhecida.
• Perspectiva genética: Gene da Esquizofrenia 1 (DISC1)/ cromossomo 1q42.
Transtorno Esquizoafetivo

• ETIOLOGIA
• Causa desconhecida (Esquizofrenia? Transtorno do Humor? Ambos? Terceiro tipo de
psicose?), mas provável que seja um grupo heterogêneo de condições que inclui
todas essas possibilidades.

• Perspectiva genética: Mutação do Gene da Esquizofrenia 1 (DISC1)/ cromossomo


1q42.
Transtorno Esquizoafetivo

• DIAGNÓSTICO
• CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS (DSM-5)

• A: Um período ininterrupto de doença durante o qual há um episódio depressivo maior ou


maníaco concomitante com o Critério A da Esquizofrenia.
• OBS: O episódio depressivo maior deve incluir o Critério A1: humor deprimido.

• B: Delírios ou alucinações por duas semanas ou mais na AUSÊNCIA de episódio depressivo maior
ou maníaco durante a duração da doença ao longo da vida.

• C: Os sintomas que satisfazem os critérios para um episódio de humor estão presentes na maior
parte da duração total das fases ativa e residual da doença.

• D: A perturbação não pode ser atribuída aos efeitos de uma substância ou a outra condição
médica.
Transtorno Esquizoafetivo
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DSM-5 (Relembrando)

• Transtorno Depressivo Maior Critérios A: Esquizofrenia (Critérios A)


• “ Hoje Pedro Passeou Sozinho Pela Fazenda Com Cavalo
Mimoso” 2 ou +
5 ou +
• 1. Humor deprimido • 1. Delírios
• 2. Perda do interesse • 2. Alucinações
• 3. Peso ↑ou ↓ • 3. Discurso Desorganizado
• 4. Sono ↑ou ↓ • 4. Comportamento grosseiramente
• 5. Psicomotricidade desorganizado ou catatônico
• 5. Sintomas Negativos
• 6. Fadiga
• 7. Culpa excessiva
• 8. Concentração ↓
• 9. Morte
Transtorno Esquizoafetivo

• DIAGNÓSTICO
• CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS (DSM-5)

• Determinar subtipo: Bipolar (F25.0) x Depressivo (F25.1).


• Especificar se: com Catatonia.
• Após 1 ano do transtorno:
• Especificar: Primeiro Episódio x Episódios Múltiplos.
• Especificar: Episódio Agudo x Remissão Parcial x Remissão Completa.
• Especificar: Contínuo

• DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
• Inclui todas as possibilidades geralmente consideradas para transtornos do humor e para
esquizofrenia.
Transtorno Esquizoafetivo

• PROGNÓSTICO:
• Após um ano, dependerá: se sintomas predominantemente afetivos (melhor prognóstico) ou de
esquizofrenia (pior prognóstico).
• Estudo: desfechos se assemelham mais a esquizofrenia que transtorno de humor com sintomas
psicóticos.

• TRATAMENTO:
• Estabilizadores do humor: Lítio x Carbamazepina (Depressão Esquizoafetiva).
• ISRS: Fluoxetina ou Sertralina (agentes de primeira linha).
• Agentes antipsicóticos: para os sintomas psicóticos do transtorno esquizoafetivo.
• Em episódios Maníacos: estabilizador do humor em dosagem com variação média a alta de
concentração sanguínea terapêutica.
• Monitoramento Laboratorial.
• ECT (Mania Intratável)
• Tratamento Psicossocial (terapia familiar/ treinamento de habilidades sociais/ reabilitação cognitiva).
OBRIGADA!
Referência
SADOCK, B.J. Compêndio de Psiquiatria: ciência do comportamento e psiquiatria clínica.
11.ed-Porto Alegre: Artmed,2017.
 

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