UNIVERSIDADE FEDERAL DA AMAZÔNIA

BACHARELADO EM SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

TEORIA GERAL DE SISTEMAS

MATEUS SOARES STORCH

MATRÍCULA: 2022014033

QUEM SOMOS NÓS

RESENHA CRÍTICA

Belém
2022
 “Quem Somos Nós?” é uma produção cinematográfica que relaciona a física
quântica com neurociência, filosofia, espiritualidade, religião e consciência humana.
Se trata de um trabalho singular, visto que mistura entrevistas no formato de
documentário com ficção e animações digitais. As ideias centrais da obra estão
pautadas na compreensão de que o pensamento tem o potencial de mudar a
realidade pois existem infinitas possibilidades e a realidade percebida pelo
observador seria apenas uma de tantas outras que ocorrem de forma simultânea.
Isso aponta para a tese de que todas as coisas estão interligadas e somos co-
criadores de nossas realidades. Para sustentar esse viés é apresentado no
documentário especialistas de diversas áreas do conhecimento, desde médicos,
físicos, neurocientistas e teólogos até esotéricos.
Os trechos de ficção giram em torno da personagem Amanda, uma jovem
divorciada abalada com a infidelidade do ex-marido. Vivendo uma crise existencial a
protagonista embarca em uma jornada de autoconhecimento e passa a encontrar
em seus questionamentos respostas que são decifradas pela mecânica quântica. A
personagem tem sua vida transformada ao adotar o pensamento positivo. A força
desse pensamento é sintetizada pelo poder da intencionalidade enfatizado nas
entrevistas pelos pensadores, no qual as partículas sub atômicas são condicionadas
por intenções que determinam a construção das realidades. A noção de consciência
é análoga ao emaranhamento quântico, em que duas ou mais partículas são ligadas
entre si e quando compartilham a mesma função se comportam como partícula
única, evidenciando o que nos une como uma única consciência.
O filme recebeu críticas negativas da comunidade científica alegando que a
maioria das ideias que relacionavam pensamento e teórica quântica não possuem
embasamento científico, e os experimentos realizados não teriam comprovação.
É possível fazer um paralelo do filme com a Alegoria da Caverna do filósofo
grego Platão, uma vez que a obra diz respeito a condição de ignorância em que
vivem os seres humanos aprisionados por sentidos e pré-conceitos que não
permitem buscar conhecimento e contemplar a verdade. Assim como na alegoria o
filme relata que vivemos em um mundo repleto de aparências e ilusões e que a
saída da caverna seria a busca pela verdade, o mundo real e não a realidade
percebida.
Desse modo, as pessoas se aprisionam no ambiente virtual e convivem em
uma realidade tão distorcida a ponto de impactar a sanidade mental e desencadear
uma série de distúrbios psicológicos. Filmes como Matrix e Clube da luta baseados
na alegoria também são referências do documentário e da mesma forma abordam
questões existenciais como liberdade, solidão, sentido da vida e a responsabilidade
das nossas escolhas.