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ARQUÉTIPOS SOB AS LENTES DA


NEOCIÊNCIA CONSCIENCIOLOGIA
Tanise Knakievicz

Resumo: A consciência não tem sexo, quando ressoma, nasce ou mulher ou


homem. Qual é a função evolutiva para a consciência desse processo biológi-
co? Em busca da resposta a essa questão, os aspectos emocionais, fisiológicos
biológicos e psicológicos foram estudados. Neste estudo ambos os paradigmas,
o cartesiano e consciencial, foram utilizados na análise da essência arquetípica
feminina e masculina na adaptação intrafísica. A partir deste estudo, propõe-se
a hipótese de que os arquétipos feminino e masculino são aspectos comple-
mentares de uma mesma consciência, enquanto manifesta na intrafisicalida-
de. Supõe-se que os arquétipos femininos estariam vinculados a percepção e
a descrição dos fatores paragenéticos e os arquétipos masculinos aos fatores
genéticos da consciência intrafísica.
Palavras-chaves: Psicologia, Mitologia, Seriexologia.

INTRODUÇÃO
Os arquétipos são o primeiro protótipo ou imagem de alguma coisa, são
ideias-modelos ou padrões passíveis de serem reproduzidos em simulacros. São
representações coletivas dos conteúdos psíquicos que ainda não foram submeti-
dos a qualquer elaboração consciente (Figura 1). Por serem conteúdos incons-
cientes, os arquétipos são percebidos via projeções personificadas na estrutura
narrativa de uma história mitológica. Os arquétipos não existem por si só e con-
sistem de conjuntos de ideias comuns partilhadas entre todas as pessoas existen-
tes no inconsciente, e comprovações residuais da sua existência são encontradas
nas imagens e símbolos presentes nas histórias, na literatura, na poesia, na pintu-
ra e na religião. Em síntese, as ideias mitológicas dizem respeito à percepção do
funcionamento dos instintos modeladores do comportamento desde a origem
da espécie humana (ESTES, 1994; JUNG, 2000; JUNG, 2009; CARNEIRO, 2010;
SILVA, 2014).

Interparadigmas, Ano 5, N. 5, 2017.


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Figura 1. Arquétipos, mitos e estereótipos. Os arquétipos guiam comportamentos.


Os estereótipos estabelecem-se por meio de comportamentos que se reproduzem
de maneira fixa, inalterável, contudo podem ser percebidos através do auto-
conhecimento e, então, desafiados através da compreensão do que são os arquétipos.

Proponho neste estudo a hipótese que os arquétipos, do ponto de vista inter-


paradigmático, são artefatos perceptivos da interação consciência/soma. A força
dos arquétipos, devido a sua natureza projetiva, é proporcional a intensidade do
autodesconhecimento. O autoconhecimento liberta a consciência dos medos que
os mitos visam proteger, paradoxalmente fomentando-os. Assim, os mitos, mais
do que simples lendas, podem fornecer uma descrição, um mapa dos andaimes
coletivos da construção/evolução consciencial individual. A compreensão multi-
dimensional da natureza neurofisiológica e consciencial humana podem contri-
buir para solucionar conflitos intrapessoais e interpessoais e consequentemente
à construção de um mundo seguro e pacífico.
Visando demonstrar essa hipótese, este estudo foi estruturado em 3 atos.
O primeiro ato apresento a origem dos questionamentos acerca da função evolu-
tiva da ressoma em ginossoma ou em androssoma, e seus pressupostos teóricos.
No segundo ato sumarizo os conhecimentos do paradigma convencional acerca
dos arquétipos. No terceiro ato analiso comparativamente a essência arquetípica
feminina e masculina sob diversas lentes teóricas (prismas conceituais), visando
alcançar o paradigma consciencial. E por último apresento as pontes interparadig-
máticas deste estudo.

Não acredite em nada, nem mesmo nas suposições, hipóteses


e deduções apresentadas aqui. O inteligente é fazer pesquisas
pessoais, repetidas e autocríticas sobre qualquer tema,
em especial sobre mitos e seriexalidade.

Interparadigmas, Ano 5, N. 5, 2017.


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1. A AUTOPESQUISA E A SERIEXALIDADE

“Um dos maiores benefícios que se pode fazer


por uma criança é levá-la a investigar
na sua própria maneira de pensar”

Um dos maiores desafios científicos é a autopesquisa, o estudo da cons­


ciência humana por si mesma, além da percepção biológica ou intrafísica. Como
perceber e registrar fatos que ultrapassam as fronteiras do tempo entre o nascer
e o morrer? Como saber se tais fatos realmente existem? As questões sobre a se­
xualidade, os papéis sociais, os gêneros culturais podem revelar muito sobre a na-
tureza consciencial e as experiências seriexológicas. Estas variáveis apresentam-
-se enredadas na complexidade da memória e da imaginação humana, contudo
são passíveis de serem estudadas, desde que se tenha um método de percepção,
observação e registro de dados.
Um fato observado e não registrado, é como se não existisse, no paradigma
científico. Assim, o registro dos fenômenos vividos são desafios pessoais instigan-
tes, mesmo que parciais e fragmentados. Desde os 12 anos de idade, tenho o hábi-
to de registrar em diários as memórias de projeções e também o passo a passo de
reflexões, na tentativa de solucionar as questões do cotidiano. Em 2003, conheci
o paradigma consciencial, e passei a conhecer técnicas e métodos de autopesquisas,
aos quais contribuíram para a percepção, coleta e análise destes fragmentos de
memórias, pequenas peças de um quebra-cabeça multidimensional, aumentando
quanti e qualitativamente esses insights retrocognitivos.
As observações quanto ao comportamento, temperamento, talentos e estilo
de vida forneceram dados concretos (a ponta do iceberg), enquanto que os frag-
mentos das lembranças das projeções revelavam aspecto do inconsciente (a parte
submersa do iceberg), ou seja, as relíquias pararqueológicas que transcendem a
existência biológica. Assim, a partir destes autoestudos, deduzi que possivelmente
vivi, em vidas anteriores, em soma masculino (androssoma) e também em soma
feminino (ginossoma) linearmente distribuídas ao longo de tempo (Figura 2).

Homem Mulher Mulher


1822 – 1884 1887 – 1940 1974 –

Figura 2. Série existencial hipotética. A partir das anotações de reflexão das experiências
vivenciais, dos insights retrocognitivos, do autoestudo do temperamento, dos aportes
proexológicos, e do estudo de biografias, estabeleci uma série proexológica presumível
para mim, a ser investigada com os dados que a vida traz, revela, ao ser vivida.

Cabe informar que não é objetivo deste artigo investigar a série existencial
hipotética, mas a partir dela objetiva-se estudar, argumentar, buscar esclarecer
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o porquê, qual é a função evolutiva de ora se nascer mulher e ora se nascer ho-
mem. Se a consciência, não tem sexo, ela é a mesma se ressomada em uma an-
drossoma ou no ginossoma, e então o que muda? Qual é o papel evolutivo para
a consciência da sexualidade intrafísica? O ponto de partida é o estudo das emo-
ções e seguido do estudo dos arquétipos.

1.1. O papel central e centralizador das emoções


As emoções têm um papel preponderante na vida, conferindo cores suaves
ou intensas às vivências. Platão considerava que as emoções eram um obstáculo
à obtenção do saber, e que Deus ao criar o homem, primeiro criou o raciocínio
e depois foi forçado a criar um corpo com as paixões para a adaptação à vida co-
tidiana. Assim, segundo Platão, o homem é composto de um lado divino, a razão
(Deus) e outro animal, emocional (diabo). A partir destas ideias, mitos e lendas
foram descritos para relatar a luta mitológica da cabeça dotada de razão versus
o corpo carregado de instintos animalescos, acreditando-se que era possí­vel des-
cartar, extinguir as emoções. Inspirados nas ideias platônicas, filósofos medievais
cristãos, denegriram as emoções, culpando-as por desejos e pecados, e enfatizaram
a educação como meio de suplantar a natureza biológica humana (ALVARENGA,
2007) (Figura 2). O pior pecado cristão medieval, segundo a descrição do inferno
de Dante, era a desobediência aos costumes (DANTE, 1989). A relação dramática
entre emoção e razão, entre obediência e rebeldia e entre extinção e sobrevivência
nos primórdios da civilização humana é mostrada de modo bem humorado na
animação “os Croods”, (CROODS, 2013).
Hoje, por meio das investigações científicas nas áreas da Psicologia e da
Neurociência, sabe-se que as emoções são os pilares que sustentam a razão (RA-
MACHANDRAN, 2014). Os processos cognitivos envolvem mecanismos de pro-
cessamentos dependente do funcionamento adequado das emoções. A emoção
guia a cognição consciente ou inconscientemente. (Figura 3).

Figura 3. Esquema ilustrativo da relação entre Emoção/Razão, a partir da filosofia


de Platão (na parte superior) e a partir das Ciências contemporâneas (na parte inferior).

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As atividades mentais de atenção, percepção, pensamento, julgamento,


curiosidade, memórias e lembranças são processadas com a participação do cen-
tro emocional cerebral. Os sentimentos determinam a percepção, selecionando
o que se conhece (ALVARENGA, 2007; DAVIDSON; EGLEY, 2013; RAMACHAN-
DRAN, 2014). Assim, as ações são fruto do raciocínio lógico a partir da parcela
do que é percebido durante um evento.
Esses conhecimentos da neurociência podem contribuir para desestigmati­
za­ção da concepção filosófica de Platão sobre as emoções. As ações das pessoas são
em direção de encontrar ou manter um estado emocional específico básico (esta-
do prazeroso particular), entretanto, o estado emocional ótimo pode ser mudado,
se assim for desejado. A tomada de decisão é mais complexa do que uma simples
harmonia emocional, pois é a resultante de avaliações multifatoriais conscientes
ou inconscientes que incluem emoções, valores, princípios, motivações, conheci-
mentos, habilidades e competências.

1.2. A Origem do Esquema Psicológico do Abandono

“A educação deve formar seres aptos para governar


a si mesmos e não para ser governados pelos outros.”
Herbert Spencer

As emoções básicas negativas, tais como tristeza, raiva, medo, evoluíram


de um sistema primitivo que mediava o sofrimento causado pela dor, podendo
ativar a tristeza e produzir raiva (LUSKIN; PELLETIER, 2008).

A tristeza e a raiva podem ser pensadas como conjuntos adaptativos;


a tristeza apela para a ajuda de outro, o socorro (não mobiliza ener-
gia); a raiva mobiliza energia para atuar, resolver a situação criada,
agredir, afastar o possível produtor da emoção, ou seja, o oposto do
que ocorre durante a tristeza (ALVARENGA, 2007).

Esses mecanismos emocionais são preponderantes na fase de maior vulne-


rabilidade humana, o início da vida. Os bebês na espécie Homo sapiens sapiens
nascem imaturos e necessitam de cuidados no início da vida dos parentais para
protegê-los e sobrevirem. Assim, o mecanismo de cuidado parental foi seleciona-
do evolutivamente para ter alta eficiência (BURNHAM; PHELAN, 2002; CRAIG;
HALTON, 2009). Para tanto, durante a gestação ocorrem mudanças neurológicas
irreversíveis nos cérebros das mulheres, para garantir que a partir de então prio-
rizarão o cuidado filial para o resto de suas vidas, e os bebês respondem pronta
e intensamente a estímulos estressantes, e em compensação o leite materno é um
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rico em oxitocina, o qual proporciona recompensas fisiológicas prazerosas. Assim,


o vínculo mãe-filho está fortemente estruturado em bases neurofisiológicas (HALL,
2011).
Adultos que quando bebês ou crianças experimentaram continuadas liga-
ções inseguras com os pais/cuidadores podem vir a expressar mais emoções ne-
gativas, raiva e tristeza, e menor quantidade de emoções agradáveis ou positivas,
alegria e brincadeiras. Mas, paradoxalmente, mães biologicamente muito eficien-
tes, superprotetoras, podem manter seus filhos crianças por mais tempo (Figura
4), pois ao protegerem sua prole de enfrentarem situações inéditas por si mesmas,
as inibem de crescerem intelectualmente. Assim estas ligações sócio-emocionais
iniciais entre mãe ou cuidadores e filhos marcam e influenciam os sistemas emo-
cionais das pessoas (ALVARENGA, 2007).

Figura 4. Mecanismos de cuidado parental. O abandono, sentido tal dor física, pode
produzir tristeza e/ou raiva. A linha pontilhada indica que esse fluxo é dependente muito
mais de aspectos conscienciais do que de aspectos biológicos e sócioambientais.

Devido às pressões existentes nos processos cíclicos fisiológicos, como


a fome, sede, fadiga, libido sexual, dano ou dor; emoções são desencadeadas e levam
ou forçam o indivíduo a praticar ações adaptativas. Os androssomas são mais pre-
dispostos a partir da dor, mobilizar energia para atuar, ou seja, lutar ou de­fender-se;
enquanto os ginossomas são mais propensos nas situações de dor, apelar pela aju-
da dos outros, ou seja, chorar ou queixar-se. Assim, abrem-se janelas específicas
à aprendizagem com estes dois tipos rotinas neurofisiológicas, distintas. É provável
que a qualidade da herança genética e dos cuidados parentais influencia, contudo,
não determinam a saúde emocional das pessoas. Neste estudo, assume-se a premissa

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de que a saúde psíquica tem forte correlação com habilidades e caracteres intrínse-
cas de cada consciência, ou seja, a vida interior, além da natureza biológica.

2. A VIDA INTERIOR

“A dívida que temos com o jogo


da imaginação é incalculável."
Carl Jung

Uma vez atendidas as necessidades fisiológicas imediatas, então, há espaço


para a percepção da vida interior, sofre-se diante do que não se compreende ou
não se aceita. O drama interno e inconsciente da alma é apreendido através da
projeção espelhada nos fenômenos da natureza e nas relações com outras pesso-
as, em especial como os pais. Pela dificuldade de identificação do que é o centro
da vida interior, foram necessários vários milênios de civilização para desligá-la
da projeção de seu objeto exterior, a qual só começou a acontecer por meio da
identificação dos arquétipos (CAMPBELL, 1990; JUNG 2000).
Os arquétipos são os agentes nucleares dos mitos. Os mitos parecem reve-
lar a história da alma, e simultaneamente, a esconder em uma névoa de mistérios.
Assim, os mitos precisam de interpretações, traduções, complementações para
fazer sentido, sendo uma aproximação da realidade da alma (CAMPBELL, 1990).
Segundo Jung, devido ao fato do processo de percepção da alma via projeção ser
inconsciente, o homem pensou em tudo, menos na imaginação, para explicar os
mitos (JUNG, 2000). Assim pode-se supor que, a mitologia e os seus arquétipos
retratam fragmentos da busca por compreensão das percepções da vida interior,
a vida da alma.
A mitologia está alicerçada nas relações humanas com a natureza e com
as pessoas, e fornece um roteiro de experiência no plano puramente físico de
estar vivo que tenha ressonância no interior do ser e da realidade mais íntima,
de modo que realmente sinta-se estar vivo (CAMPBELL, 1990). A mitologia é
capaz de capturar o raciocínio em sua teia de deduções (Figura 5). O que os mitos
fizeram e/ou ainda poderão fazer na construção das estruturas sociais humanas?
Qual o nível de sabedoria necessário para transpor-se para além dos conflitos
entre ilusão e verdade? A questão primordial desta época é descobrir um modo
de libertar-se da matriz dos mitos, por meio de uma faxina nas crenças via estudo
das projeções (BRADEN, 2008).

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Conscienciologia

Projeciologia

regulam

Figura 5. Ciclo dos mitos. O drama interior é percebido pela projeção1 num objeto
externo. Tal projeção tem uma narrativa, uma estória, uma fábula, um mito, assim apresenta
os arquétipos. Os arquétipos guiam comportamentos, intensificando o drama interior da
alma, consolidando uma crença. O estudo da alma via Projeciologia2 liberta a consciência
da dependência dos mitos e seus arquétipos, e promove novos comportamentos.

Se o universo é um espelho para as crenças elaboradas a partir das emoções,


pessoas com raiva nunca poderão criar um mundo pacífico (BRADEN, 2008),
a não ser que as defesas pacíficas sejam construídas em suas mentes (DELORS,
2010). Sabe-se que o aviltamento à dignidade alheia ultraja a própria dignidade,
e que a agressão ou desrespeito a própria dignidade ofende a todos (HICKS, 2013;
LOPES, 2015), a autoconscientização individual da própria origem da dor (tris-
teza ou raiva) é uma oportunidade de cura dos conflitos coletivos e das relações
sociais.

1 Em psicologia, a projeção consiste em atribuir a outros as ideias e tendências que o sujeito não pode
admitir como suas, e é um mecanismo de defesa do ego, inconsciente e involuntário. Também conhecido
por projeção Freudiana, a projeção tem por função proteger e defender o ego das ameaças emocionais
ou de sentimentos inaceitáveis. Logo, é muito difícil alguém aceitar a possibilidade de projetar.
2 A Projeciologia é um subcampo ou especialidade da ciência Conscienciologia, que estuda as proje-
ções da consciência para fora do corpo físico, ou seja, as ações da consciência (ego, self ou personalidade
humana) em dimensões não físicas, livre do restringimento do corpo biológico. A ciência Projeciologia
também investiga outros fenômenos projeciológicos, tais como: bilocação, clarividência, experiência de
quase-morte (EQM), intuição, precognição, retrocognição, telepatia, entre outros. O termo projeciologia
vem do Latim, projectio, projeção e do Grego, logos, tratado.

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2.1. A separação cultural entre a anima e o animus


“Todo o nosso descontentamento por aquilo
que nos falta procede da nossa falta de
gratidão por aquilo que temos.”
Daniel Defoe

A continuidade cultural está relacionada à incapacidade de as crianças cui-


darem de si próprias. Os hábitos são aprendidos por imitação consciente ou in-
consciente. A socialização, processo de compartilhamento de hábitos por meio da
educação, aumenta enormemente a eficiência das pessoas, à medida que otimiza
atividades rotineiras (CARNEIRO 2010; DUHIGG, 2012; KIRWAN, 2015).
O reforço contínuo das rotinas já estabelecidas, a automimese3, torna o
hábito um Deus todo poderoso, onipresente e determinista do destino de modo
irremediável pela soma das ações cotidianas invisíveis e autônomas (DUHIGG,
2012). Os hábitos e vossa omnipresença e imortalidade dependem da manuten-
ção dos comportamentos, resultantes da capacidade humana de imitar, copiar ou
reproduzir qualquer padrão ou reação (KIRWAN, 2015). Quanto mais eficiente
a mente (animus) em aprender por imitação, maior a inflexibilidade de hábitos e
costumes, mais forte a tradição. A força da tradição poderia inibir a expressão das
subjetividades, da alma (anima) criando a sensação de ruptura e conflito entre a
percepção interna e a adaptação intrafísica? Essa seria a origem da sensação de
separação entre anima (alma) e do animus (mente)?
Uma primeira provável vivência de falta, abandono ou dor; pode ocorrer
pela perda de lucidez durante o processo de desenvolvimento embrionário, e a se-
gunda vivência pode ocorrer durante o parto, onde o bebê se separa da mãe. E as-
sim, a vida segue em sucessivas separações; i.e., distanciamentos, perdas afetivas,
esquecimento do propósito existencial; que reforçam a sensação de abandono, a
necessidade de encontrar algo importante para ser feliz, completo ou coerente
entre as ações de “perceber/ver” e “querer/fazer”. Essa “gap” ou esse “ponto cego”
entre o percebido e o real tem importantes consequências nas interações sociais.

2.2. Desequilíbrio entre os polos arquetípico feminino e masculino


“Espelho: reflexos mortos”
(VIEIRA 1996, p. 50)

A organização social hierárquica, militarista, capitalista e industrialista, se-


gundo o sistema do dominador, promove a dominação exploradora e antiecológica.

3 A automimese dispensável, a mesmice, é a repetição desnecessária de experiências vividas em


existências intrafísicas anteriores, podendo ser consciente ou inconsciente, sendo, a rigor, antievolutiva.
Enquanto que a automimese necessária são as rotinas essenciais à realização de novas aprendizagens e/
ou à consolidação de tarefas intrafísicas.

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O protótipo básico de todas essas formas de exploração é a dominação patriarcal


de mulheres por homens (CAPRA, 1996). Pois, a sociedade até então vivia unila-
teralmente no polo arquetípico masculino através de ações centradas em rotinas
e desempenhos; as habilidades femininas arquetípicas, tais como a motivação,
a solidariedade, a autoconsciência, o lazer, o movimento cíclico ou a intuição, foram
negligenciadas, e assim, hoje estão desconhecidas ou imaturas (DAHLKE, 2011).
O que é bom, ou saudável, é um equilíbrio dinâmico; o que é mau, ou insalubre,
é o desequilíbrio — a ênfase excessiva em uma das tendências em detrimento da
outra (CAPRA, 1996).
Desconhecidos os arquétipos masculinos ou femininos, estes podem in-
fluenciar homens e mulheres contemporâneas em seu modo de sentir, ser e agir,
tanto quanto influenciou as sociedades pré-científicas. Os homens são influencia-
dos pelos arquétipos femininos, através da projeção nas mulheres pelas quais são
atraídos ou pelas quais se sentem fortemente provocados (SILVA, 2014), assim
vivenciando-os como se fossem exteriores a si próprios. Do mesmo modo mu-
lheres são influenciadas pelos arquétipos masculinos por meio dos processos de
adaptação aos costumes e tradições sociais. Nas sociedades patológicas ou imatu­
ras, a anima expressa-se não como uma virtude, mas sim como um equívoco.
Portanto, nestes grupos sociais, o sexo feminino suscita nos homens medo, aversão
ou raiva devido à projeção da anima imatura, abandonada e reprimida. Os senti-
mentos desencadeados por essas projeções da anima podem ser uma das causas
das violências contra as mulheres (JUNG, 2000).
O sentimentalismo é um eco da violência, não havendo uma disjunção entre
a violência simbólica e a física (CAMPBELL, 1990). Muitos comerciais de TV no
Brasil, em especial os de cerveja, ilustram performances da violência simbólica
contra as mulheres (BENTO, 2007). Ao tratar a mulher (anima) como se fosse um
objeto comprável (cerveja), as crenças da superioridade masculina (materialidade)
e da subordinação servil das mulheres (espiritualidade) são reforçadas. Nestes
cenários, tanto mulheres quanto os sentimentos e a espiritualidade são reduzidos
a objetos de consumo, tentam induzir que os ideais, as motivações e o propósito da
vida podem ser comercializáveis ou compráveis para obter sensações de prazer.
Em média as pessoas sintonizam com tais cenas, revelando o nível de imaturida-
de da sociedade contemporânea neste início de século XXI.
Há uma antiga associação entre mulher e natureza, feminismo e ecologia
(CAPRA, 1996). Segundo Clarissa Pinkola Éstes; a pilhagem, a redução do espa­ço
e o esmagamento das florestas é o reflexo da incompreensão da natureza arque­tí­
pi­ca feminina. Durante longos períodos, a anima foi mal gerida e relegada às re­
giões mais pobres da psique, à semelhança da fauna silvestre e das florestas vir­gens.
As habilidades arquetípicas femininas, no processo civilizatório, foram reprimi-
das e seus ciclos naturais transformados à força em ritmos artificiais para atender

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aos tradicionalismos culturais de modo semelhante ao que a sociedade tecnicista


vem fazendo com os recursos naturais (ÉSTES, 1994).

Não é tão difícil compreender por que as velhas florestas e as mulheres


velhas não são consideradas reservas de grande importância. Não há
tanto mistério nisso. Não é coincidência que os lobos e coiotes, os
ursos e as mulheres rebeldes tenham reputações semelhantes. Todos
eles compartilham arquétipos instintivos que se relacionam entre si
e, por isso, têm a reputação equivocada de serem cruéis, inatamente
perigosos, além de vorazes (ESTÉS, 1994)

Os tradicionalismos que cultivam um arquétipo feminino fraco e submisso


espelham o trauma da perda da lucidez durante o desenvolvimento embrionário,
e assim permanecem em retroalimentação? O estado cíclico das automimeses
desnecessárias mantém as tradições sociais anacrônicas gerando a dificuldade em
lidar com a autolucidez? Como se libertar dos grilhões do arquétipo-feminino
(anima) submisso à materialidade (animus)? A chave para a liberdade pode ser
via a gratidão aos tradicionalismos culturais? Conhecer a estrutura cultural, psí-
quica e bioquímica dos arquétipos de base tanto femininos quanto masculinos
poderia contribuir para a libertação destes?

2.3. Arquétipo e a sua Sombra

Utopia: pegar arco-íris.


(VIEIRA 1996, p. 152)

O arquétipo, devido a sua estrutura projetiva, apresenta um aspecto sombra.


A sombra se refere ao que foi ou é reprimido durante a história de uma pessoa,
ou o mal, patológico e suicida que pode existir dentro de cada pessoa ou somente
àquilo que não é aceito no meio cultural (JUNG, 2000). Assim, o autoconheci-
mento, num primeiro passo aumenta a percepção da sombra, pois aspectos da
personalidade não aceitos, comportamentos, hábitos, afetos ou desafetos com
a autopesquisa passam a ser percebidos com maior nitidez. A sombra é um aspec­
to inaceitável e rejeitado pela própria consciência devido à percepção parcial e dos
filtros culturais, contudo nem sempre a sombra refere-se aos aspectos nosográfi­
cos, pois talentos conscienciais e habilidades homeostáticas, em algumas tradições
culturais, podem não ser aceitos, por exemplo, o universalismo nas sociedades
etnocêntricas4.

4 Etnocentrismo: visão de mundo característica de quem considera o seu grupo étnico, nação ou
na­cionalidade socialmente mais importante do que os demais.

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A humanidade, traumatizada pelas consequências da projeção coletiva da


sua própria sombra ao exterior, criou em abundância imagens poderosas para pro­
teger-se magicamente contra as coisas abissais da alma, assustadoramente vivas
(JUNG, 2000). Essas imagens protetoras e curativas, advindas da psique foram
expelidas para o espaço cósmico, tais como anjos, santos, santas, deuses e deusas, as
imagens sagradas de diversas religiões. Mas, o ensinamento tribal é sagrado e pe-
rigoso, pois se afasta da experiência individual e personifica imagens e projeções
transmitidas pela tradição, as quais passam a desempenhar a função de atrair,
convencer, fascinar e subjugar e previnem a experiência direta com a própria
espiritualidade e/ou subjetividade. Esse sistema de imagens formou um sistema
abrangente de pensamentos ordenadores do mundo personificados por institui-
ções chamadas de Igreja (JUNG, 2000).
Por meio das reflexões feitas até aqui, apresento 2 hipóteses para explicar o
porquê da (in)visibilidade e (in)fluência dos arquétipos nas sociedades judaico-
-cristãs até hoje.

Primeira hipótese: O medo da perda de lucidez vividos no processo


embrionário seria o motivo do apego à crença de que a única chance
de integridade da alma é em outro mundo.
Segunda hipótese: Os instintos de proteção à vida seriam a cola das
religiões centradas em um arquétipo masculino superprotetor, au-
toritário, onipresente, desvinculado de um arquétipo feminino sub-
misso, piedoso, fraco e ausente.

3. ARQUÉTIPOS SOB AS LENTES DA NEOCIÊNCIA


CONSCIENCIOLOGIA
As descobertas científicas têm auxiliado na busca de autoconhecimento
fornecendo recursos para a identificação e o reconhecimento da essência íntima,
individual e personalíssima da natureza do autopesquisador. O conhecimento e
o método científicos propiciam um mergulho seguro e objetivo na materialidade,
ao contrário do que se supunha, tem contribuído para a expansão dos estudos
sobre a subjetividade, espiritualidade e autoconsciencialidade humana (CAM-
PBELL, 1990; REVONSUO, 2010; SHELDRAKE, 2014). A partir da expansão do
paradigma científico além do materialismo (SHELDRAKE, 2014), incluindo a
alma como objeto de estudo científico, tal como proposto no paradigma cons-
ciencial (VIEIRA, 1994), é possível fazer uma releitura dos arquétipos por um
novo prisma de análise. Pois, a neociência Conscienciologia desloca o cerne dos
dramas humanos da epiderme alheia para o real foco gerador do reflexo den-
tro de si mesmo, promovendo o reencontro da pessoa consigo mesma (VIEIRA,
1994; 2012; 2014), (Figura 6).
Interparadigmas, Ano 5, N. 5, 2017.
KNAKIEVICZ, Tanise. Arquétipos sob as Lentes da Neociência Conscienciologia. p. 241-260 249

Figura 6. Heranças paragenética e genética e a associação com arquétipos


(Fonte: Adaptação de Knakievicz, 2015a).

Na sociedade científica tecnológica contemporânea, as informações advin-


das da Fisiologia, da Neurofisiologia, da Psicologia e da Conscienciologia substi-
tuiriam às explicações dadas pelos mitos e contos de fadas do mundo medieval?
Essas ciências elucidam o que os sábios antigos buscavam fazer por meio dos
mitos? A função educativa e elucidativa dos mitos medievais pode ser realizada
pela multidisciplinaridade científica contemporânea?

3.1. Análises arquetípicas multifocais – prisma psicológico e prisma


consciencial
O paradigma consciencial aumenta em muito as variáveis de análise de
uma dada característica pessoal, pois inclui além dos fatores genéticos e epigené-
ticos, os paragenéticos. Os caracteres paragenéticos podem ser investigados por
meio do estudo do histórico multiexistencial, dos traços de temperamentos, das
constelações familiares e sociais. Assim, para a releitura dos arquétipos a partir do
paradigma consciencial, 5 níveis de percepção entre espiritualidade/materialida-
de, anima/animus foram propostos.
Nesta análise, os arquétipos femininos e masculinos foram despidos da

Interparadigmas, Ano 5, N. 5, 2017.


250 KNAKIEVICZ, Tanise. Arquétipos sob as Lentes da Neociência Conscienciologia. p. 247-260

narrativa mitológica (Figura 1), visando identificar a sua essência básica, o seu ele-
mento núcleo organizador, a anima e o animus, respetivamente (Figura 6). Os
5 quadros a seguir apresentam o resultado preliminar desse trabalho de garimpagem
da “pedra filosofal mitológica5”. Os elementos extraídos desta garimpagem foram
classificados em 5 diferentes focos de percepção da interação consciência-matéria.
Da percepção por lentes biológicas (Quadro 1), pelo prisma emocional (Quadro
2), cognitivo (Quadro 3), psicológico (Quadro 4), ao prisma consciencial – o qual
trata da percepção dos arquetípicos além dos veículos de manifestação intrafísica
(Quadro 5).
Cabe esclarecer que os aspectos percebidos por meio das descrições arque­
tí­picas têm carácter bipolar relativo6 aos polos feminino e masculino, e não ab­
so­luto, por serem dependentes dos diferentes níveis de intrafisicalização da ma-
nifestação consciencial. Anima e animus são interdependentes entre si, e apre-
sentam posições relativas opostas (feminina ou masculina) respectivamente, em
cada prisma de percepção. Cada quadro refere-se a um aspecto específico da
manifestação consciencial. Por exemplo, os caracteres biológicos aproximam-se
do polo arquetípico animus (matéria/mente) como um todo, entretanto mesmo
assim é possível distinguir características chaves entre a expressão da energia yin
(feminino) e yang (masculino)7, (ver Quadro 1).

Quadro 1. Descrição perceptiva entre anima (alma8)


e o animus (mente), relativa ao prisma biológico.

Foco orgânico Anima Animus


Yin (escuro, feminino, passivo, Yang (claro, masculino, ativo,
inércia, suave, cíclico, receptivo, dinâmico, força, linear, projetivo,
Energético
negativo, frio, úmido, maléfico, positivo, quente, seco, benéfico,
interior, contração) exterior, expansão)
É algo que emerge a vida, vive por A força vital biológica,
Biológico
si mesma e que faz viver. finita e temporal.
Sexual Fêmea Macho

5 Pedra filosofal: objeto ou substância lendária com poderes incríveis, capaz de transformar qualquer
metal em ouro e também poderia ser usada para criar o Elixir da Vida, o objeto de pesquisa da Alquimia,
uma ciência mística. Em termos teóricos, com a pedra filosofal, era possível obter riqueza infinita e ju­
ventude eterna. “Pedra filosofal mitológica” faz uma analogia da Alquimia com a Mitologia.
6 Caráter bipolar relativo: refere aos lados opostos (feminino e masculino) do objeto em análise
quanto à expressão/manifestação arquetípica.
7 Energia Yin e Yang: são palavras do taoísmo chinês que designam a dualidade energética, com
princípios opostos e complementares, contendo a semente um do outro. Ao mesmo tempo que um ele­
mento produz o outro, eles também se anulam, conforme o princípio do equilíbrio.
8 Alma: não no sentido religioso, mas no sentido latino da palavra, “aquilo que empresta movimento
a algo”.

Interparadigmas, Ano 5, N. 5, 2017.


KNAKIEVICZ, Tanise. Arquétipos sob as Lentes da Neociência Conscienciologia. p. 241-260 251

Timo: palavra grega thumós


Orgânico (alma, espírito, afetividade, Cerebelo (força física).
emoção, coração).
“pneuma” tendo o duplo A terra, a mais alta representação
Material
significado de vento e espírito de materialidade.
De gênero Feminino Masculino
Límbico A deixa do loop do hábito A rotina do loop do hábito
Protetivo Base, chão, princípios. Teto, limites, leis, ordem.
Beleza e juventude Força e inteligência
Eróticos
(Harmonia, equilíbrio). (Agilidade, Vitalidade).

(Fonte: BORGES, 2005; CAMPBELL, 1990; CARNEIRO, 2010;


DUHIGG, 2012; ESTES, 1994; JUNG, 2000; MOORE; GILLETTE, 1993;
KNAKIEVICZ, 2015a; TEIXEIRA et al, 2014).

O Quadro 2 descreve aspectos da natureza cultural humana, relativos aos


impactos das emoções na percepção do cotidiano. Os caracteres emocionais locali-
zam-se no polo arquetípico feminino em relação aos caracteres orgânicos, instin-
tivos ou biológicos (Quadro 1). Entretanto, os caracteres emocionais apresentam
carácter arquetípico mais masculino em relação aos caracteres cognitivos (Quadro
3). Por exemplo, a afeto incondicional é a expressão de memórias afetivas de origem
inata em vivências em ressomas prévias e afeto condicional é o aprendido pela
cultura e mesologia na ressoma atual, classificados em anima e a animus, respecti-
vamente (Quadro 2).

Quadro 2. Descrição perceptiva entre alma e mente, relativa ao prisma emocional.

Foco emocional Anima Animus


A Loba. A velha dos ossos. A que O rei, O guerreiro. O mago. O
tudo sabe. Mulher selvagem. amante. Deus-pai. O Rei.
Mitológico A BabaYaga. Deusa-mãe. A Rai- O Príncipe. O Mago. O Barba
nha. A Princesa, A Bruxa. Lilith, Azul. Zeus, Pai, Espírito Santo,
Eva. Madalena. Maria. Filho.
Emocional Tristeza, Felicidade. Raiva, Euforia.
Os desejos, os pecados, os ins-
A razão, a tradição, os rituais,
tintos animalescos, os anseios
a moral e os costumes, a disciplina.
Motivacional evolutivos.
Movida por padrões
Ânsia por novidade - a busca da
– a busca da ordem
consciência.
Afeto (raiva ou amor) Afeto (raiva ou amor)
Afetivo
incondicional. condicional.
Social Suavidade. Elegância. Discrição. Seriedade. Respeito. Segurança.

(Fonte: CAMPBELL, 1990; CARNEIRO, 2010; ESTES, 1994; JUNG, 2000;


MOORE; GILLETTE, 1993; TEIXEIRA et al, 2014).

Interparadigmas, Ano 5, N. 5, 2017.


252 KNAKIEVICZ, Tanise. Arquétipos sob as Lentes da Neociência Conscienciologia. p. 247-260

No estudo dos mitos e ao dissecar os estereótipos, é possível perceber que


muitos deles compartilham ou aproximam-se da mesma essência ou propósito.
Percebo que os mitos parecem ter a função de fornecer um anteparo às projeções
da alma, e assim, deslocá-las da epiderme alheia para um lugar neutro. Através
do mito, pode-se vislumbrar nuances da própria alma de um modo impessoal,
abrandando a busca por culpados pela imaturidade ou irresponsabilidade pes-
soal. Contudo, o mito pode aprisionar a alma neste lugar mágico que é a imagi-
nação. A imaginação sustenta-se nas emoções; e o mito para manter-se precisa
alimentar-se de emoções cada vez mais consistentes e intensas. Talvez por isso,
a cada reprise dos contos de fadas, a indústria cinematográfica cria vilões mais
violentos e monstros mais assustadores. Isso seria um tipo de armadilha ou de
grades de proteção contra as imaturidades da alma humana? Fortes emoções,
cada vez mais intensas, protegem quem de quem? Com que propósito? Existem
alternativas cosmoéticas a essas rotas de fuga por projeção ou por imaginação?
No território emocional, os tons e sons são dramáticos, naturalmente.
O quadro 3 descreve percepções relativas e opostas da natureza racional/
cognitiva humana. As habilidades cognitivas são vinculadas à expressão dos
atributos mentais e mentaisomáticos, e.i., da genética e da paragenética, ou
seja, aproximam-se à expressão dos atributos conscienciais.

Quadro 3. Descrição perceptiva entre anima e do animus relativa ao prisma cognitivo.

Foco Cognitivo Anima Animus


Aspectos intangíveis, valores, Aspectos tangíveis, objetos, pro-
crenças, ideias, teorias, legislação dutos do trabalho, das artes, da
Cultural
e normas sociais. Cultura mitoló- ciência e da tecnologia.
gica, Cultura científica consciencial Cultura científica mecanicista
Emissor Símbolos (cognatos) Sinais (sensações)
Receptor Sinais (sensações) Símbolos (cognatos)
A Terra e o mercúrio metálico,
A alma, a consciência, o self, intui-
Nominativo representações da mais alta de
ção, sabedoria.
materialidade.
As emoções, os sentimentos, o dia- A razão, as ideias, a divindade,
Platônico
bo, as paixões o raciocínio
Mental Motivacional ou emocional Cognitivo, intelectivo ou racional
Primordial Causa Consequência
Cronológico Ser (eterno) Ente (temporal)
Qualitativo Subjetividade, espiritualidade Objetividade, corporeidade
Comportamental Atitude Procedimento
Tecnocientífico Cientificidade Tecnicidade

Interparadigmas, Ano 5, N. 5, 2017.


KNAKIEVICZ, Tanise. Arquétipos sob as Lentes da Neociência Conscienciologia. p. 241-260 253

Padronizações, produtividade,
Contemporâneo Inovação, insight, Conectividade
organização.
Psicologia, Metafísica, Parapsico- Biologia, fisiologia e neurologia.
Disciplinar logia, Conscienciologia, Conscien- Psiquiatria, Fenomenologia,
ciometria, Consciencioterapia Projeciologia. Parafenomenologia
Dimensional Dizer: Diz-menção. O significante Fazer: Real-ação. O estruturante
Paradoxo da Dominadora enquanto
Subordinada enquanto causa
posição relativa consequência

(Fonte: ALVARENGA, 2007; BORGES, 2005; CAMPBELL, 1990;


CARNEIRO, 2010; ESTES, 1994; JUNG, 2000; MARCOS, 2011).

Quanto ao fluxo da comunicação de sinais e símbolos, sugiro que os atri-


butos cognitivos da anima permitem criar símbolos com mais precisão em novos
contextos (elaboração de neologismos, por exemplo) e facilitam a percepção das
sutilezas da comunicação não-verbal (sinais fisiológicos). Enquanto que os atri-
butos cognitivos do animus dão maior autocontrole na emissão de sinais fisioló-
gicos e na aplicação/internalização de símbolos já conhecidos (adaptação cultural).
Por exemplo, homens podem escondem as emoções com mais facilidade e tam-
bém tem mais habilidades nas áreas exatas do que mulheres, em geral.
A ciência psicologia (Quadro 4) ao utilizar-se dos atributos cognitivos e das
ferramentas lógicas racionais para estudar a subjetividade humana, aproxima-se
mais da essência do arquetípico feminino do que pelo enfoque cognitivo ou cul-
tural (Quadro 3). Isso, porque o aspecto psicológico da natureza humana é mais
complexo e obscuro do que o aspecto cognitivo. Assim, um está para o outro
como o ego está para o superego, ou seja, o aspecto cognitivo é consciente e o as-
pecto psicológico pode ser em grande parte inconsciente.

Tabela 4. Descrição perceptiva da anima (alma) e do animus (mente),


relativo ao prisma psicológico.

Foco Psicológico Anima Animus


Inconsciente freudiano, pessoal, Inconsciente jungiano,
Psicológico
biográfico coletivo, biológico
Liberdade psicológica, Escravidão psicológica,
Afetivo
amor-admiração. Doação. amor-temor. Apego.
Psíquico O que está dentro O que está fora
Freudiano Inconsciente Consciente
Neurológico O não-eu, o que está fora do eu O eu, o que está dentro do eu
Lado feminino do homem; Lado masculino da mulher;
Perceptivo
perceber/sentir ver/fazer
Projetivo Mulheres, o feminino Homens, o masculino

Interparadigmas, Ano 5, N. 5, 2017.


254 KNAKIEVICZ, Tanise. Arquétipos sob as Lentes da Neociência Conscienciologia. p. 247-260

Personalidade supra-ordenada
Personalidade mediadora entre a
bipolar: positiva/negativa; velha/
percepção e a ação: o que se torna
Personificado jovem, virgem/mãe; fada bondo-
manifestado, um véu que oculta a
sa/bruxa; santa/prostituta, rainha/
verdadeira personalidade,
serva.
Produtivo, trabalhador, eficiente,
Intuitiva, genialidade cosmoética,
Funcional equilibrado, harmônico, homeos-
parapsíquica, interassistencial.
tático, protetor.
Volúvel, desmedida, caprichosa,
Rígido, moralista, legalista, dog-
descontrolada, emocional, às
mático, reformador do mundo,
Disfuncional vezes demoniacamente intuitiva,
teórico, emaranhando-se em ar-
indelicada, perversa, mentirosa,
gumentos, polêmico, despótico.
bruxa e mística.

(Fonte: ALVARENGA, 2007; BORGES, 2005; CAMPBELL, 1990; CARNEIRO, 2010;


ESTES, 1994; JUNG, 2000; MOORE; GILLETTE, 1993; TEIXEIRA et al, 2014;
http://www.divinaciencia.com/course/s/c/19escravidaopsicologica).

Assumo a premissa que os arquétipos dizem respeito ao que é percebido


da consciência, a partir de sua interação com a matéria biológica orgânica, e não
da consciência em si mesma. Devido ao seu aspecto projetivo e integrado com a
energia/matéria, o caráter consciencial dos arquétipos descreve somente os as-
pectos emocionais e energéticos do pensene (Quadro 5). Os pensamentos são
a consciência em qualquer contexto, independente da manifestação intrafísica,
assim sendo, eles estariam além dos arquétipos.

Quadro 5. Descrição comparativa da anima (alma) e do


animus (mente), relativo ao prisma consciencial.

Foco Consciencial Anima Animus


Consciencial Saber, o ser ciente Fazer, o ser atuante
Genético, Epigenético, Familia-
Hereditário Paragenético, Temperamento
lidade
Residencial Paracérebro Cérebro
Focal Visão panorâmica, multifocal Visão em única direção, unifocal
Pensênico O sen do pensene O ene do pensene
Imaginação: poço abismal Instintos fazem imaginar
Matéria: sombra inseparável Sol: primeiro deus
Analógico Sombra: trafar físico Somas fazem sombras
A morte morreu Toda fronteira comprime
Mãe tem pentelhos Gorila, pai venerável
Resultante do
comforto com Obra-prima Obra do aprendiz
a sombra
(Fonte: KNAKIEVICZ, 2015a; TEIXEIRA et al, 2014; VIEIRA, 1996a; 1996b).

Interparadigmas, Ano 5, N. 5, 2017.


KNAKIEVICZ, Tanise. Arquétipos sob as Lentes da Neociência Conscienciologia. p. 241-260 255

A partir desta análise, proponho a hipótese de que os arquétipos são artefa-


tos da intrafisicalidade da consciência, ou seja, são resultantes dos filtros percep-
tivos do soma biológico, veículo de manifestação da dimensão intrafísica.
Os arquétipos femininos (anima) dizem respeito às características da natu-
reza subjetiva humana, self, consciência, ego, alma, temperamento e os arquétipos
masculinos (animus) dizem respeito à natureza objetiva da mente humana, ou
seja, tudo que é especificado pelo filtro do cérebro humano e aprendido por meio
da cultura. Assim, diz respeito tanto aos instintos, quanto às rotinas, hábitos, ha-
bilidades, tradições, técnicas e competências.
Assim, os arquétipos femininos, por hipótese, referem-se à natureza e qua-
lidade do centro de controle emocional e motivacional da pessoa, independente
do sexo e do gênero, e teria origem paragenética. Enquanto que os arquétipos
masculinos personificam a natureza material objetiva da psique humana, aquilo
que é manifestado da vontade, ou seja, a resultante intrafísica dos pensenes da
consciência. O arquétipo masculino refere-se à natureza operacional, objetiva,
concreta, manifesta, orgânica, intrafísica da consciência. O arquétipo masculino
representa a natureza e qualidade das atitudes comportamentais, o que é visível,
perceptível da pessoa, independente do sexo e do gênero, seria o componente de
origem genética e epigenética.
Por meio deste estudo, também, suponho que o ginossoma parece estar mais
apto às reflexões e ponderações por meio da energia Yin, enquanto o androssoma
por meio da energia Yang, parece estar mais adaptado às ações práticas. Após
ações, advém o tempo para refletir; e após reflexões, há consequentemente uma
decisão, ou seja, uma ação. A ressoma, em soma feminino ou em soma masculi­
no, poderia estar vinculada às demandas de reflexão ou de ação frente à evolu-
ção consciencial? Qual é o papel da estrutura biológica e da matriz cultural na
evolução consciencial? Essas questões requerem estudos adicionais para serem
esclarecidas.
Em síntese, a anima, correlaciona-se ao saber, a ciência, a consciência, a alma
e o self masculino, animus, correlaciona-se ao fazer, a técnica, as atitudes, as tradi-
ções, a cultura. Ambos são aspectos complementares de uma mesma consciência,
tal como cara e coroa são os dois lados da mesma moeda. Segundo Moisés Berto-
ni, a origem dos conflitos sociais é devida à natureza dual humana (BUTTURA;
NIEMEYER, 2012): uma parte, ávida por mudanças, enquanto a outra parte
voltada a padronizações desorienta-se ao lidar com as novidades. Por meio do
autoconhecimento a consciência distingue-se dos instintos fisiológicos do soma,
e tem liberdade de autodirecionar-se sem a influência dos instintos, contudo, res-
peitando seus limites e sua estrutura. Se as reflexões desde texto forem válidas,
estas poderão vir a contribuir na resolução de conflitos e desequilíbrios quanto
à sexualidade biológica, identificação de gênero e papéis femininos e masculinos
na sociedade intrafísica atual.

Interparadigmas, Ano 5, N. 5, 2017.


256 KNAKIEVICZ, Tanise. Arquétipos sob as Lentes da Neociência Conscienciologia. p. 247-260

4. ARQUÉTIPOS, PROGRESSO CIENTÍFICO


E LIBERTAÇÃO DOS MITOS

“Refletir não, iluminar”


(VIEIRA, 2009 )

Paradigma materialista e religiões são interdependentes entre si. Por exem-


plo, os arquétipos cristãos somente são válidos e funcionais segundo as premis-
sas do paradigma materialista. A crença da inexistência da alma por si mesma
é a base da necessidade da força da fé para garantir a sua existência, e da necessi­
da­de de um juiz/salvador para minimizar a sensação de urgência e injustiça pe-
rante a escassez de oportunidades (morte) frente à exuberância do Cosmos. O pro-
blema da escassez torna-se mais agudo com os avanços tecno-científicos, pois
estes multiplicam enormemente desejos e necessidades. Portanto, no paradigma
materialista, quanto maior o avanço tecnocientífico mais intensos ficam os afetos
religiosos.
O paradigma consciencial, construto que integra a espiritualidade como ob-
jeto existente no cosmo, é dependente dos conhecimentos científicos. Ele liberta
o homem da prisão do credo e da fé para “salvar” sua alma, pois esta existe por si
só, e não depende mais da fé para ser salva. Ao admitir que a consciência existe de
modo independente da matéria se torna possível estudá-la diretamente. As pro-
jeções arquetípicas; os Deuses e Deusas, os mitos passam a serem muletas, peças
de museus, ou relíquias fósseis culturais, devido a sua importância inestimável ao
processo evolutivo consciencial, e em especial nas autoinvestigações da autevolu-
ção pessoal. E o conhecimento advindo deste estudo pode fornecer os caminhos
e nutrientes intelectuais para o amadurecimento e o despertar consciencial.
Há consciências que projetam seus conflitos íntimos à realidade exterior,
no palco da vida diuturna, desencadeando mais conflitos em torno de si mesmas,
enquanto que outras consciências tem a habilidade de elaborar e processar seus
conflitos internamente. O confronto da consciência com sua sombra é uma ne-
cessidade terapêutica, tal exercício pode consistir em conflito, psicopatologia ou
desencadear um processo de autocura e autopacificação íntima. O conflito pode
configurar-se luta, e tal briga perdura até que a consciência adquira habilidades de
transformar o fulcro gerador por meio da compreensão do que estava inconscien-
te (JUNG, 2000), ou por meio da autoaceitação e do heteroperdão. Há diversas
técnicas assistenciais de autoequilíbrio emocional e energético disponíveis para
amparar o processo de autoenfrentamento de crenças de modo homeostático e se­-
guro: estado vibracional (EV); Eye Movement Desensitization and Reprocessing
(EMDR); Emotion Freedom Technique (EFT); microfisioterapia; psicoterapias;
cons­ciencioterapias (KNAKIEVICZ, 2015b).

Interparadigmas, Ano 5, N. 5, 2017.


KNAKIEVICZ, Tanise. Arquétipos sob as Lentes da Neociência Conscienciologia. p. 241-260 257

A inclusão da alma, da consciência como objeto de estudo científico, tira


o homem do paraíso da inocência, onde um todo poderoso (o hábito) o isenta das
responsabilidades de suas ações. A apresentação da alma, do self, ao palco da vida
cotidiana, e das técnicas de estudo da própria consciência de modo direto pelo
autopesquisador, representam um novo patamar social, livre de arquétipos, mi-
tos, estereótipos, religiões, rituais e tradicionalismos e centrada na autorrespon­
sabilidade do próprio destino.

5. CONCLUSÕES

Os mitos morrem
(VIEIRA, 1996b, p. 117)

O estudo dos arquétipos, ao contrário dos cultos e adorações, é um processo


iconoclasta; pois imagens sagradas, antes fortes, tornam-se frágeis diante do co-
nhecimento e da razão desperta (JUNG 2000). Por meio do acesso à história da
civilização e da ciência psicologia, descobre-se que deuses e mitos surgiram das
projeções da psique humana. Neste processo compreende-se o que significam,
e então, tornam-se muletas desnecessárias, contudo a libertação dos deuses e mitos
pode falhar porque a emoção que emerge nesse processo, embaralha a percepção
do que é real e do que é imaginação, tal fato acontece por receio da sombra arque-
típica, ou seja, do desconhecido.
Admitir a sombra arquetípica, aceitar a obscuridade da própria psique, assu-
mir o inaceitável de si mesmo é um dos primeiros passos de um provável longo
e árduo processo psicoterapêutico. A travessia das sombras, do desconhecido de
si próprio, se dá por meio de pequenos e contínuos desafios de crenças centradas
em egoísmos, infantilidades e comodismos, e amparados pela reflexão, investiga-
ção, interassistencialidade, autoaceitação e gratidão.
Este estudo teve um papel esclarecedor, auxiliando-me sobremaneira a aces-
sar emoções e lembranças, aceitar-me tal como sou de modo lógico e racional,
sem a proteção de fantasias e imaginações. Colocar em ordem é a função básica
da terapia, portanto, a redação deste texto foi um processo autoterapêutico, o qual
me auxiliou a compreender a importância do discernimento, da ordem e do equi-
líbrio entre as essências arquetípicas feminina e masculina.

REFERÊNCIAS
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258 KNAKIEVICZ, Tanise. Arquétipos sob as Lentes da Neociência Conscienciologia. p. 247-260

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