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CENTRO UNIVERSITÁRIO MAURÍCIO DE NASSAU - UNINASSAU
CURSO DE BACHARELADO EM PSICOLOGIA

KAYANE DOS SANTOS COSTA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO


O PAPEL DO ANIMUS NA CONTRIBUIÇÃO DA IDENTIDADE DA MULHER

FORTALEZA
2022
KAYANE DOS SANTOS COSTA

O PAPEL DO ANIMUS NA CONTRIBUIÇÃO DA IDENTIDADE DA MULHER

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à Coordenação do Curso de
Psicologia do Centro Universitário Maurício
de Nassau – UNINASSAU Fortaleza, Sede
Dorotéias, como parte dos requisitos para
obtenção do título de Bacharel em
Psicologia.

Orientadora: Mestra Elisangela de Castro

FORTALEZA
2022
O PAPEL DO ANIMUS NA CONTRIBUIÇÃO DA IDENTIDADE DA MULHER

Kayane dos Santos Costa1


Elisangela de Castro Freitas Oliveira2

RESUMO: Esta pesquisa aborda o papel do animus na contribuição da identidade da


mulher. O objetivo geral desse trabalho é refletir sobre as concepções do arquétipo do
animus e os seus complexos na influência da construção do processo de individuação
feminino. E os objetivos específicos, são inter-relacionar o papel do self, ego, persona,
sombra, como parte de integração no processo de desenvolvimento da psique;
caracterizar o arquétipo do animus e anima, conceituando o seu papel e a sua
importância no processo de individuação do feminino; e descrever a forma como o
animus se manifesta no inconsciente da mulher tanto na sua forma positiva como na
negativa. Nesta pesquisa foi utilizada a abordagem qualitativa através da revisão
narrativa da literatura. Como resultados alcançados neste estudo, destaca-se que para
chega a totalidade da individuação e preciso percorrer pela desintegração da
personalidade, dissolvendo tudo que foi ensinado para o indivíduo ao longo da sua
vida, do papel e identidade que fora construída para ser aceito na sociedade. Para
poder ocorrer a integração que e a condição de aceitação de si mesma. Como
conclusão para este estudo, vimos que é preciso mergulhar na nossa subjetividade,
desprovendo das projeções, desfrutando do nosso eu verdadeiro de forma crua,
unificando as peças e constelações (os arquétipos e seus complexos) para fim obter-se
um crescimento individual, alcançando a singularidade, tornando-se ele mesmo, um ser
único.

1 Graduanda de Psicologia pela UNINASSAU.


2 Graduada em Psicologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Especialização MBA em Gestão
de Pessoas. Mestrado em Psicologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC). elisangela
castro.psicologia@hotmail.com
1. INTRODUÇÃO

A Jornada da individuação é entendida como um processo de crescimento e


realização do si mesmo. E visto como um percurso pelo autoconhecimento, mais
interno. Uma integração das partes composta na mente humana ou como as próprias
palavras de Jung. O processo pelo qual um ser se torna um indivíduo psicológico, isto
é, uma unidade autônoma e indivisível, uma totalidade (JUNG 1953).
Para Jung a importância do conhecimento das energias psíquica que habitam em
cada ser humano é necessário para um desenvolvimento linear da personalidade do
indivíduo. Jung fala que todos nós iremos passar por esse processo de individuação
que é a realização de um ser íntegro em suas partes, diferenciando o que somos para
nós, e o que estamos sendo para com o outro. A conscientização do sistema de
relações com o inconsciente é necessária para que possamos diferenciar nossa própria
consciência e seu centro gestor, o ego, aquilo que percebemos como “minha vontade”,
dos sistemas Anima ou Animus. (JUNG, 1987, p. 71)
Carl Jung entende os arquétipos do Animus como uma ponte de ligação entre o
consciente e o inconsciente, que se comporta de forma compensatória em relação a
personalidade interna, condicionada pelas experiências que cada um traz em si (EMMA
JUNG, 2020, p. 11).
Eles são encarregados pelo comando da consciência da parte interna do
feminina e masculino. Por meio do arquétipo do animus que Jung percebeu que, a
forma como a mulher compreendera o homem irá se dá pela imagem primaria do pai. E
que a mesma poderá influenciar na maneira de como ela irá se relacionar com os
indivíduos no futuro. As influências paternas e maternas direcionam o indivíduo a
escolha do parceiro, pois quando há uma boa ligação com seus pais o sujeito se
relacionara com o outro de maneira facilitada (JUNG 1986).
A imagem que a criança tem de um pai que é presente afetivamente no
desenvolvimento da psique da criança, vai fazer com que a mesma na fase adulta
consiga ter uma facilidade e clareza em reconhecer o que é bom para ela. Uma
facilidade em lidar com seu meio e na tomada de decisões e na sua construção. Assim
como uma criança que vive em um lar com um nível escasso de afetividade paterna, faz
com que a criança tenha insegurança em tomar decisões, reconhecer o que e bom para
si, e lidar com suas relações futuras. A maneira que é construído a polaridade arquétipo
do pai na psique da criança, e que irá determinar as suas relações futuras.
Na sua busca pelo sentido da existência da vida e suas realizações a mulher
evolui-o em sua feminilidade, revelada pela sua capacidade de acolhimento,
afetividade, nutrição, criatividade, sentimento, emotividade, bem como nas
características que compõe seu lado masculino, expresso pela racionalidade,
organização autoridade, diretividade, assertividade, discernimento. (MARIA pág. 5 s.d)
Posto isto parte em compreender as dificuldades que a mulher moderna se encontra,
em equilibrar os dois papeis, tanto o seu lado masculino como o seu feminino. O papel
dos pais na criação dos filhos e a parte mais importante no desenvolvimento da criança,
tendo em vista que ambos serão o espelho dos filhos no futuro, posto isto que quando
uma criança nasce em um lar onde o pai é mais ausente, seja por ser o único provedor
da família, seja por serem pais divorciados, ou vários outros possíveis fatores. Quando
o pai se ausenta tanto na questão afetiva, quanto no seu papel propriamente dito, irá
recair sobre a mãe ‘’ equilibrar’’ a parte ausente, que ocorrerá um desequilíbrio no
desenvolvimento dos arquétipos do complexo materno e paterno, quando a mãe se
torna a única imagem da filha, a parte interiorizada masculina não vai se desenvolver
de maneira adequada, por falta de referência masculina.
Ao longo desse semestre li vários artigos que falavam sobre paternidade, criação
e desenvolvimento humano. Mas o que me chamou atenção foi a leitura dos arquétipos
de Carl Jung. Confesso que antes dessa pesquisa eu não tinha uma visão da
Psicologia Analítica e suas bases teórica como passei a ter. Apesar da dificuldade
encontrada no campo de pesquisa sobre o referido tema de forma mais aprofundada.
Conforme ia escavando na leitura e percepções tanto do criador como de autores
acerca das obras, fui encontrando diversos termos utilizado por ele como o self, o ego,
inconsciente coletivo, a sombra, persona e animus e anima. E vi que o assunto em si
em que irei abordar de forma principal era apenas a superfície de algo bastante
profundo.
Este estudo tem a seguinte pergunta norteadora da pesquisa: Qual o papel do
animus na contribuição da individuação do feminino, Para responder à pergunta da
pesquisa, foram delineados o objetivos geral e os objetivos específicos. O objetivo
geral desse trabalho refletir sobre as concepções do arquétipo do animus e os seus
complexos na influência da construção do processo de individuação feminino. Para
atingir o objetivo geral da pesquisa, foram percorridos os seguintes objetivos
específicos: Inter-relacionar o papel do Self, Ego, Persona, Sombra, como parte de
integração no processo de desenvolvimento da psique; caracterizar o arquétipo do
animus e anima, conceituando o seu papel e a sua importância no processo de
individuação do feminino; descrever a forma como o animus se manifesta no
inconsciente da mulher tanto na sua forma positiva como na negativa.

2 METODOLOGIA

Nesta pesquisa foi utilizada a abordagem qualitativa através da revisão narrativa


da literatura. De acordo com Coelho (2017), a abordagem qualitativa consiste em.
esclarecer aspectos da nossa realidade que não podem ser mensurado centrando se
na busca pela compreensão da explicação da dinâmica das relações sociais.
(SEVERINO, 2013, p. 103 Metodologia do trabalho científico) cita que.

Esse modelo de conhecimento científico, denominado positivista,


adequou-se perfeitamente à apreensão e ao manejo do mundo físico,
tornando-se assim paradigmático para a constituição das ciências,
inclusive daquelas que pretendiam conhecer também o mundo humano.
Quando se fala de pesquisa quantitativa ou qualitativa referir-se a
conjuntos de metodologias, envolvendo, eventualmente, diversas
referências epistemológicas (SEVERINO, 2013).

A revisão narrativa da literatura, conforme Ribeiro (2014), é uma revisão


qualitativa que fornece sínteses narrativas, compreensivas, de informação publicada
anteriormente. São estudos apropriadas para descrever e discutir o desenvolvimento ou
o estado da arte de um determinado assunto, tanto do ponto de vista teórico como do
ponto de vista contextual. Ribeiro cita que a revisão narrativa foca em um conjunto
alargado de questões relacionadas com um tópico específico.
Para este estudo, foram utilizados livros e artigos relacionados à temática e os
objetivos propostos para esta pesquisa. A analisé foi realizada via internet nas
seguintes bases de dados; , Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) Scientific Eletronic
library (SCIELO) , Periódicos eletrônicos de Psicologia (PEPSIC) . E, também, nas
seguintes revistas e endereços eletrônicos: tribuna Parana ,
psicoterapiajunguiana.com, Instituto Junguiano de ensino e pesquisa, veja abril.
foram utilizado os livros de bases ; Jung e o caminho da individuação , Jung o mapa da
alma uma introdução, anima e animus: uma introdução a psicologia analítica sobre os
arquetipos do masculino e feminino do inconsciente.
Foram utilizados os seguintes descritores; Psicologia, Individuação,
Desenvolvimento. Com os seguintes filtros aplicado; textos completos, idioma
portugês, com intervalo de ano de publicação de 10 anos.
Ao todo foram encontrado 19 artigos, sendo 6 selecionados pela leitura do
resumo e por se encontrarem dentro dos critérios desejados, e 15 foram descartados
por não atingir os critérios .
A seleção dos artigos escolhidos e apresentado neste artigo foi feita através dos
titulos e resumos. Foram selecionados os que eram abordados nos assuntos como
processo de individuação, desenvolvimento e crescimento pessoal na perspectiva
junguiana. Os artigos excluídos foram aqueles que travam da psicologia junguiana
mais com outras perspectivas e temas abordados. Também foi feito uma pesquisa não
estruturada utilizando os mesmo descritores e linha de seleção. Ao final, foram
utilizados três artigos. No quadro 01 foram descritos os artigos utilizados nesta
pesquisa e no quadro 02 foram descritos os livros utilizados.

QUADRO 01 –Artigos utilizados na pesquisa


RESUMO DOS RESUMO DOS
TÍTULO/AUTORES BASE DE
OBJETIVOS DO RESULTADOS DO
DADOS/ANO
ESTUDO ESTUDO
Arquétipo, individuação PEPSIC/ 2019 identificar as constelações visualizar uma condição
e intersubjetividade: a arquetípicas atuais e ideal, na qual as diferenças
dimensão psicossocial problematizar a relação Individuais se expressem
do sofrimento humano entre as condições em um contexto de
histórico-culturais interação e
contemporâneas e o complementaridade, na qual
sofrimento humano o ego seja ao mesmo tempo
bem delimitado e flexível,
capaz de assimilar
continuamente as respostas
instintivas desencadeadas
interna e externamente em
seu devir histórico.
Adolescência e Jovem SCIELO / 2012 problematizar a O apego tem o processo
Adultícia: Crescimento importância das dinâmicas complementar de
Pessoal, Separação- relacionais no crescimento exploração que faz parte do
Individuação e o Jogo pessoal. Tendo como processo de construção da
das Relações ponto de partida a teoria identidade, conforme o
da apego, o apoio parental vai
desenvolvimento pessoal diminuindo com a idade o
é pautado por processos compromisso com outros e
de separação- a sociedade vai
individuação. aumentando. No mais o
jogo relacional com as
familias e contínuo e
assume uma relevância nas
decisões do jovem.
O complexo paterno SISTEMA DE Descrever o processo de O filme reforço uma
positivo na Psique INFORMAÇÃO desenvolvimento da situação arquetípica onde a
Feminina CIENTFÍFICA personalidade feminina. personagem precisou
REDALY / 2012 Apartir da sua relação com descer na caverna para se
o complexo paterno relaçionar com o masculino
positivo e suas de forma desvinculada do
implicações na clínica complexo paterno.
junguiana pela análise do Demostra o processo do
filme fantasma da ópera. relacionamento anima e
animus não mais costelada
no complexo, na trajetória
do processo de
individuação.
FONTE: Elaborado pelo autor, a partir dos dados da pesquisa.

QUADRO 02 – Livros utilizados na pesquisa


TÍTULO/AUTORES
ANO
Anima e Animus: uma introdução a psicologia analítica
sobre os arquetipos do masculino e feminino / Emma 2020
Jung
2020
JUNG e o caminho da individuação / Murray Stein
2006
JUNG o mapa da alma uma introdução / / Murray Stein
O Caminho dos Sonhos / Von Franz 1992
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Tendo como fundamento os artigos e livros pesquisados e utilizados nesta


pesquisa, foram obtidos os seguintes resultados e discussões alinhados com a
pergunta norteadora da pesquisa e seus objetivos:

3.1. A interrelação do papel da Persona , Sombra , Self, Ego , como parte de


integração no processo de desenvolvimento da psique

Em todo individuo existe dentro dele uma estrutura psiquica que e composta de
energias e essas energia que são a definição do self, ego, persona e sombra, ‘’ os
complexos têm energia e manifestam uma espécie de "rodopio" eletrônico próprio como
os elétrons que rodeiam o núcleo de um átomo.’’ (STEIN. 2006, p 44) Jung fala que
esses complexos podem ser estimulados por uma situação, e quando isso ocorre
esses ‘’eletrons’’ soltam energia pulando niveis da estrutura ate chega a consciencia do
individuo, dando um exemplo e quando cometemos algo pelo impulso do momento,
algo que foge da nossa consciência e do controle do ego, e o famoso agir por impulso.
. Stein (2006) relata no livro que a nossa psique e formada por varios centros e
cada um deles e possuidor de energia e intenções próprias, ele cita que esses
complexos e surgido pelos traumas que o individuo desenvolve ao longo da vida, e que
muitas vezes e jogado para o inconsciente.

São, sobretudo, produtos de experiência traumas, interações e padrões


familiares, condicionamento cultural. Estes combinam-se com alguns elementos
inatos, a que Jung deu o nome de Imagens Arquetípicas, para forma o conjunto
do complexo em seu todo. Os complexos são oque permanece na psique
depois que ela digeriu a experiência e a reconstitui em objetos internos. ( STEIN
2006 , P. 48)
Um dos principal arquetipo que coordena e estrutura a psique foi denominada por Jung
como o si mesmo ou Self, ele o definio como um centro transcedente que exerce a
função de ‘’ centralizadora, ordenadora e unificadora, e o seu objetivo é, tanto quanto
possível, equilibrar e integrar funções, dada a existência dos complexos e das defesas’’
( STEIN 2006 , p.140) . o self trabalha junto com o ego. Ele detem do autoconhecimento
e compartilha desse conhecimento ao ego extabelecendo uma conexão, fazendo com
que o self seja uma imagem definida do ego mais como algo maior. um bom
desenvolvimento do Self começa pelo apoio e suporte emocional dos pais, as crianças
‘’ As crianças que têm, por parte dos pais, apoio nos seus esforços de proximidade e
também de exploração, e responsividade às suas necessidades, tendem a desenvolver
imagens positivas quer do self quer dos outros ‘’ ( apud MOTA; ROCHA, 2012 p 2). Ao
longo da vida vamos nos desenvolvendo fisicamente e psiquicamente, isso faz parte do
processo de evolução do ser humano. Os país detém uma parte importante desse
desenvolvimento da criança. e principalmente na chegada da adolescência que é o
período onde nós passamos por diversas mudanças corporais e hormonais, e também
questões sociais e emocionais. ter uma rede de apoio e de suma importancia para se
criar um self bem desenvolvido para explorar a si e o seu relacionamento com o mundo
(MOTA; ROCHA, 2012 )

O desenvolvimento físico é acompanhado pelo crescimento emocional, ambos


pautados por desafios que permanentemente se colocam à sua capacidade de
adaptação, por exemplo, na adolescência, a necessidade extrema da centração
em si, paralelamente à necessidade de aceitação pelos outros, de outro modo,
à sua capacidade de encontrar os recursos que melhor podem satisfazer as
suas necessidades básicas de inclusão e independência ( apud MOTA;
ROCHA, 2012 p. 2)

Murray (2006) na obra de Jung o mapa da alma cita que a consciência e um


campo cujo qual Jung o chama de personalidade empírica, e o ego ocupa o centro
desse espaço. ‘’A relação de qualquer conteúdo psíquico com o ego funciona como
critério para saber se este último é consciente, pois não há conteúdo consciente que
não se tenha apresentado antes ao sujeito.’’ ( STEIN 2006. P 19). Éle fala que o ego e
o espelho no qual a nossa psique conseguer olhar para si mesma tornando a no
consciente, sendo a porta de saida.
Para dar seguimento e preciso distinguir brevemente sobre os conteúdos
consciente e o inconsciente. A definição de inconsciente para Freud e definida como
um espaço onde se concentra os conteúdos que foram reprimidos e recalcados, sendo
de natureza pessoal (JUNG, 2000, p. 14) já a definição para Jung e tudo que não e
reconhecido no consciente’ "O inconsciente não se identifica simplesmente com o
desconhecido; é antes o psíquico desconhecido, ou seja, tudo aquilo que
presumivelmente não se distinguiria dos conteúdos psíquicos conhecidos, quando
chegasse à consciência. “(STEIN 2006. p 19). Marie Von Fraz na Obra o caminho dos
sonhos fala sobre o conceito de inconsciente e consciente de uma forma mais clara e
branda.

Nossa mente inconsciente poderia ser comparada a um computador repleto de


informações; a mente consciente, por sua vez, só seria capaz de captar o
pequeno conjunto de dados visíveis na tela num dado momento. Essa tela,
nosso campo consciente, está sempre mudando. Aquilo que é consciente num
momento pode ser inconsciente no momento seguinte (VON FRANZ, 1992, p.
25)

Jung (2006) por consciente ele defini como ‘’ o estado de conhecimento e


entendimento de eventos externos e internos, o desperto e o atento, observando e
registrando o que acontece no mundo em torno e dentro de cada um de nós ‘’ (STEIN
2006. p 20). Dentro do inconsciente pessoal existe uma camada de material que não
detém de material pessoal, e sim de materiais universal onde se localiza os arquétipos
que foi chamada por Jung de Inconsciência Coletiva. (JUNG, 2000) A distinção de
ambos e preciso e importante na teoria de Jung.
Murray (2006) cita que sem um ego a própria consciência tornaria discutível, já
que o mesmo e responsável pela retenção de conteúdos na consciência e pode
eliminar conteúdo da consciência deixando de os refletir. Mais porque diante de tantas
reflexões apresentada sobre o ego, ele constitui como importante para a psique do
indivíduo, porque o ego que detém da capacidade de dominar e manipular os diversos
material que existem dentro da consciência, dando a direção para fazer as escolhas.

Quando o ego tenta aplicar sua vontade, encontra uma certa medida de
resistência do meio ambiente, e se essa colisão é bem conduzida o resultado
será o crescimento do ego’’, quando o ego atingir sua autonomia e controle da
consciência o sentimento de liberdade pessoal se torna uma forte característica
de realidade subjetiva. (STEIN. 2006 pág. 34)

A persona e uma construção social ‘’ significa a pessoa-tal-como-apresentada,


não a pessoa-como real. A persona é um construto Psicologico e social adotado para
um fim específico’’. (STEIN 2006, p. 98) Franz fala que a persona e a sombra são
estrutura complementar da psique, e que a sombra e a nossa própria imagem ‘’ Dentro
de cada um há uma sombra escondida. Por trás da máscara que usamos para os
outros, por baixo do rosto que mostramos a nós mesmos vive um aspecto oculto da
nossa personalidade’’ (VON FRANZ, 1992, p. 73) contendo características da natureza
de uma pessoa que são contrárias aos costumes e convenções morais da sociedade. A
sombra é o lado inconsciente das operações intencionais voluntárias e defensivas do
ego. ‘’ (STEIN 2006, p. 94) e a persona e o oposto, ele fala que a persona e o rosto que
utilizamos para interagirmos com a sociedade, e o resultado do processo aculturação e
pela adaptação a sociedade (STEIN 2006).
A integração da sombra e da persona, ambas são constado na psique, Jung cita
que a integração de ambos ocorre quando a pessoa se aceita condicionalmente.

A integração da sombra constitui um problema psicológico e moral


extremamente espinho- so. Se uma pessoa rechaça completamente a sombra,
a vida é correta mas terrivelmente incompleta. Ao abrir-se para a experiência da
sombra, entretanto, uma pessoa fica manchada de imoralidade mas alcança um
maior grau de totalidade.(STEIN 2006,p. 94)

Essa aceitação seria aceita tudo aquilo que nos causa vergonha a sociedade. E
aceitarmos o lado sombrio da pessoa harmonizando os aspectos obscuro (sombra) com
os papeís e identidade externa (persona) do individuo, conciliando essas duas partes
para fim obter-se um crescimento individual ao caminho da individuação, ao torna-se
ele mesmo, único e singular.
3.2. O arquétipo do animus e anima e seu papel e importância no processo de
individuação

Principium individuationis era como Jung (STEIN, 2020) chamava o processo de


individuação. O intuito do processo tem como a função principal oferece um modo de
compreender e interpretar as mudanças que ocorre na psique tanto individual como
coletiva, Jung sugere um método que aumenta e desenvolver a consciência humana ao
seu
Potencial, tornando-se ele mesmo no mundo empírico do tempo e do espaço.
ele definia o termo individuação para falar sobre desenvolvimento psicológico, ‘’defindo-
o como o processo de tornar-se uma personalidade unificada, mas também única, um
indivíduo integro em todas as partes’’ (STEIN. 2006 p. 152)
O processo de individuação se inicia através do confronto inicial com o feminino
"para o homem, através da anima, que leva ao si mesmo; para a mulher, através do si
mesmo feminino, e não através de quaisquer elementos contras sexuais" (QUALLS-
CORBETT, 2002 p. 71). Murray fala que antes do ser humano construir sua
individualidade ele precisar reconhecer que dentro de si habita duas polaridades a
feminina e a masculina e que ambas se complementam. A partir desse reconhecimento
que abre margem para a formação do processo de individuação, que é a realização do
si mesmo. E que uma das maiores dificuldades enfrentadas na nossa modernidade e o
desequilíbrio dessas duas energias, a feminina e a masculina.
Jung chamou anima e animus como ‘’ personalidades subjetivas que representam
um nível do inconsciente mais profundo que a sombra. Elas revelam características da
alma e conduzem para os domínios do inconsciente coletivo’’ (STEIN. 2006 pág. 112).
Anima/us que e como ele irá se referir a ambas ‘’ é uma estrutura psíquica que e
complementar da persona, e vincula o ego a camada mais profunda da psique, ou seja,
a imagem e experiência do si mesmo’’ (STEIN, p 114). Murray fala no livro que a anima/
us e um complexo funcional, mas com o interesse voltado no interior de cada ser. Ele
explica um pouco da ligação do animus que é referido no texto como uma relação do
ego com o sujeito

Por sujeito entende-se que é estímulos, sentimentos, pensamentos e


sensações que não é possível demonstrar que promanam da continuidade da
vivência consciente do objeto, mas que pelo contrário, surgem como
perturbação e obstáculo, ainda que a propósito, por vezes do íntimo mais
obscuro da profundeza da consciência, de suas camadas mais remota. Que se
constituem no seu conjunto, a percepção da vida do inconsciente. (STEIN. 2006
p. 114)

Então o sujeito citado por ele se refere ao inconsciente. Emma (2020) no livro de
anima e animus fala que para Jung existem dois tipos de inconsciente, o pessoal que
remete ao individuo tudo aquilo que foi reprimido por ele , e o inconsciente coletivo que
remete aquilo que foi herdado pelo seus antepassado, e os arquétipos de anima e
animus e o elo que liga o consciente pessoal do consciente coletivo, os dois agem de
forma compensatória entre a personalidade externa e a personalidade interna que no
livro e colocado como um complemento do externo ‘’ O caráter dessas duas figuras não
é, entretanto, determinado apenas pela respectiva estruturação no sexo oposto, ‘’
( JUNG 2020) a imagem que se tem do sexo oposto vai ser definido pela imagem
primaria ,pais , e as experiências que o indivíduo vai adquirindo ao longo da sua vida.
Stein fala que nas obras de Jung, ele cita que todo homem masculino terá um lado
mais feminino no seu interior, e com as mulheres funciona de forma diferente, elas se
relacionam com receptividade na sua persona e no seu ego. Já com os homens eles
são rígidos e agressivos no exterior, e aprazíveis no seu interior. (STEIN. 2006)
Voltando para o interior de ambos os sexos Stein traz uma reflexão do que seria o
trabalho que Jung estar tentando demonstrar com a teoria de animu/s.

Quando as mulheres mergulham no seu interior, ao voltarem à tona e


revelarem-se aos que estão intimamente envolvidos com elas vêm munidas de
abundante lógica, competitividade, firmeza e discernimento moral. Do mesmo
modo, os homens mostram-se compassivos, sentimentais e desejosos de
unidade e tolerância (STEIN, p. 120)

Ele fala que basicamente quando conhecemos nosso interior, nossos medos,
receios, vontades, quando conhecemos nosso lado obscuro, estamos mais propenso a
termos controle de nós mesmos, a ter mais autonomia para conviver consigo e com o
outro. E ter conhecimento dos seus limites, e esse conhecimento explanará na alma.’’ A
alma comporta-se complementarmente em relação ao caráter externo (persona) a alma
costuma possuir todas as qualidades humanas que faltam na disposição consciente’’.
(STEIN, p. 120) quando o Jung fala sobre a alma ele está se referindo ao interno, o lado
escondido da personalidade da mulher.
Murray (2006) fala sobre mulheres que não são muito femininas e homens que
não são masculinos, já que a teoria dele sobre anima/us deixa subtendido que uma
mulher que tem um comportamento mais masculinizado, o lado animus nela está mais
aflorado e com o homem e o contrário. Jung cita que “assim como as imagens coletivas
predominantes para o vestuário e o comportamento masculino e feminino corretos
mudam, também as imagens internas de animas e animus e se alteram de acordo”
(STEIN. 2006 p. 121). Ele dá um exemplo de como as diversidades atuais podem afetar
as características da a anima e o animus compreendendo que tudo que é deixado de
fora da adaptação consciente do indivíduo na sociedade e migrado para o inconsciente
e se juntara a estrutura a qual Jung deu o nome de animus.

O caráter complementar da alma evidencia-se também no caráter sexual, como


se comprovou inúmeras vezes de maneira indiscutível. Uma mulher muito
feminina terá uma alma masculina e um homem muito viril uma alma feminina
aqui, só porque a estrutura de anima/animus é vista como complementar da
persona é que as características do sexo vieram a ser incluídas em sua
imagem. Se a persona de um homem contém aquelas qualidades e
características comumente associadas à masculinidade numa dada cultura,
então as características da personalidade que não se coadunam com essa
imagem serão suprimidas e reunidas na estrutura inconsciente complementar, a
anima. Portanto, a anima contém as características que são tipicamente
identificadas como femininas nessa cultura. Assim, um homem muito masculino
na persona terá que ser igualmente feminino na anima. (STEIN. 2006 p. 121)

Explicando de forma breve Murray (2006) dá um exemplo de como seria a


projeção do que estar adormecido no inconsciente no sexo oposto. No texto ele relata
um homem social, que tem o seu emprego e sai todos os dias no mesmo horário para ir
trabalhar, essa pessoa está tão focada na sua rotina e no seu papel social que não
percebe que fora dessa rotina não tem personalidade. Sua característica essencial
revelará a anima que o abita internamente, ele terá atração secreta por mulheres que
vai em desacordo aos padrões convencionais dele, por elas representarem para ele
uma projeção de sua própria anima, que expressa na alma dele. Com as mulheres
funciona a mesma linha de pensamento. (STEIN, 2006)

Stein (2006) fala que a estrutura do animus tem um verdadeiro potencial para servir
como ponte para o si mesmo (self). Pois cita que o animus na mulher e a imagem
interna que ela tem da personalidade masculina, imagens, pensamentos e suposições
que essa estrutura psíquica gera. Concluindo que a anima e animus e mais moldado
pelos arquétipos do que pelo coletivo/ sociedade, essas energias psíquicas podem
impor suas próprias regras e vontade de forma inconsciente no ego do indivíduo
formando a imagem decisivo que a mulher terá de um homem.

Interpretam-se mal reciprocamente porque, com frequência referem-se a


imagens do outro sexo em vez de a pessoa em carne e osso. É evidente como
essas estruturas podem distorcer a realidade e causar percepções errôneas
entre indivíduos que, por outro lado, mostram ser razoavelmente racionais e
bem-intencionados (STEIN. 2006 p. 125)

‘’ As imagens masculinas e femininas alojadas no inconsciente de cada sexo,


respectivamente são primordiais e mantêm-se mais ou menos inalteradas por
circunstâncias históricas ou culturais. ‘’ (STEIN, 2006 p. 125) Frequentemente estamos
projetando nossas concepções da vida em outra pessoa e assim formando o mundo e
uma cultura composta por modos inconsciente, colocando as como uma verdade por
inteiro. Jung por fim fala da importância de nos conscientizarmos com esses arquétipos,
para pôr fim prosseguirmos adiante na busca da totalidade

Quem quiser realizar essa difícil proeza não só intelectualmente, mas também
como valor de sentimento, deverá defrontar-se, para o que der e vier, com o
animus ou com a anima; a fim de alcançar uma união superior, uma coniunctio
oppositorum (unificação dos opostos). Este é um pré-requisito indispensável
para se chegar à integridade, que é equivalente a si mesmo. (STEIN. 2006 pág.
139)

Basicamente ele fala por fim que integridade é alcançada quando o si mesmo é
efetivado na consciência do indivíduo.
3.3. A forma como o animus se manifesta no inconsciente da mulher tanto na sua
forma positiva como na negativa

Na teoria de Jung (2000) sobre animus ele cita a possessão do animus, que
pode ocorrer quando os arquétipos não são conscientizados, ele fala sobre o individuo
estar intrigado no mundo interior ‘’ Caso exista uma predisposição psicótica pode
acontecer que as figuras arquetípicas - as quais possuem uma certa autonomia graças
à sua numinosidade natural - escapem ao controle da consciência, alcançando uma
total independência, ou seja, gerando fenômenos de possessão’’ (JUNG, 2000, p. 48)
Quando se está no estado em que o animus detém o controle, tudo que é
pensado ou dito ou feito remete a uma ação do animus, que acontece de forma
inconsciente no indivíduo fazendo com que essa energia controle o seu emocional ‘’ é,
portanto, de grande utilidade observar como se age em relação às outras pessoas e,
em consequência, examinar suas reações, se elas possivelmente foram evocadas por
uma identificação de animus inconsciente (Jung, 2020 p 20). E esse controle ele surge
de forma soberbo e tirana, o que atrapalha seus relacionamentos sociais e a sua
adaptação ao mundo, Jung fala sobre o domínio no animus.

Por mais que ela possa querer ser receptiva e íntima, não consegue sê-lo
porque o seu, ego está sujeito a essas invasões de energias demolidoras que a
transformam em tudo, menos na pessoa amável e gentil que gostaria de ser.
Em vez disso, é propensa a permanentes atritos e dominada impulso
inconscientes de poder e controle. A isso que Jung chamou a possessão pelo
animus. O animus é uma poderosa personalidade que não é congruente com o
ego ou a persona desejada. É "outra". (STEIN 2006 p. 117)

Emma Jung (2020) no livro anima e animus fala que uma das formas de
manifestações forte do animus surge através da palavra, como um pensamento que
fala com você, e geralmente ocorre em certas situações, essa energia que é
manifestada ocorre como uma crítica ou repreensão do comportamento que o indivíduo
se encontra. Aqui Emma relata um dos problemas do animus na mulher
Óbvio para a mulher obedecer à autoridade do animus, ou também do homem,
com subserviência de escrava. A concepção de que o masculino tem em si
mais valor que o feminino está em seu sangue, por mais que ela
conscientemente pense de outra maneira, e contribui muito para acentuar o
poder do animus. O que precisamos superar em relação ao animus não é o
orgulho, mas sim a falta de autoconfiança e a resistência da indolência. Para
nós, não é como se tivéssemos que subir a montanha (a não ser quando se é
idêntica ao animus), mas como se tivéssemos que provar nosso valor, o que
com frequência requer coragem ou força de vontade. Para nós, é como se fosse
uma petulância quando opomos nossas próprias convicções incompetentes aos
julgamentos do animus e do homem, que reivindicam validade universal; e
muitas vezes não é pouco o que custa animar-se a uma tal igualdade espiritual
ao que tudo indica atrevida, pois aí pode-se facilmente ser mal compreendida
ou julgada de forma errônea. Mas sem esse ato de insurreição, ainda que se
tenha que sofrer as consequências, a mulher nunca se libertará do poder do
tirano (JUNG 2020 p. 28)

Mas não e fácil hoje em dia ser uma mulher totalmente consciente, pois para isso
acontecer ela precisa reconhecer que existe essa energia masculina que habita dentro
dela. Deixando de lado uma pequena parte da sua feminilidade e do seu poder
encantam-te, para equilibrar os dois lados. Logicamente as circunstâncias atuais
colaboram para que a mulher permaneça no estado de inconsciência, pois quanto mais
inconsciente ela for das energias que a habita no seu íntimo, mais feminina e
encantadora ela será, tendo a imagem da mulher encantadora, afetiva, amorosa
(EMMA 2020)

Assim, uma mulher muito feminina tem uma alma masculina, mas não muito
refinada. Em seu relacionamento com o mundo, ela conserva uma distinta e
acentuada atitude feminina, que reconhecemos e descrevemos como
impressionável, calorosa, estimulante e envolvente. Dentro dessa pessoa existe
uma atitude interior muito diferente: dura, crítica, agressiva, prepotente. A face
interior dessa mulher de aparência muito feminina revela uma personalidade
feita de aço. (STEIN 2006, p 122)

Aos longos dos anos a sociedade foi sofrendo mudanças em relação aos direitos
de homens e mulheres, as mulheres vêm ganhando cada vez mais espaço e com o
ganho dos direitos conquistado pelas lutas feministas que ocorrem e ocorreram. Um
dos principais problemas que a mulher se encontra com a energia masculina e onde ela
deve deposita essa energia ‘’ determinada quantidade de espírito masculino
amadureceu na consciência das mulheres e deve encontrar em suas personalidades
seu lugar e sua atuação. Conhecer essas grandezas, ordená-las para que possam agir
de maneira adequada é uma parte importante do problema do animus’’. (JUNG 2020 p.
13)
Ao longo dos textos citados ao desenvolvimento desse trabalho vimos que a falta
de reconhecimento e desenvolvimento pode ocasionar essa descarga de energia que
aqui e identificada pelo animus, mas como alcançar um animus desenvolvido, Jung
(2006) diz que esse desenvolvimento ocorre quando o ego se identifica com a pessoa.

Na medida em que a consciência do ego de uma pessoa é identificada com a


pessoa e está de pleno acordo com ela, não há lugar para qualidades de
personalidade e expressão de individualidade que divirjam das imagens
coletivas. O impulso para ser um indivíduo é suprimido (ou totalmente
reprimido) no interesse da adaptação, a fim de "ajustar-se". Quais possam ser
essas qualidades individuais num caso particular não pode ser determinado
examinando a persona. Quando alguém está identificado com sua persona, as
suas qualidades individuais estarão associadas a alma. (STEIN 2006, p. 123)

Quando deixamos de lado a preocupação e a necessidade de querer agrada a


sociedade e a cultura que está em alta atualmente com a finalidade de nos sentirmos ‘’
aceitos’’ pelo coletivo, e que passamos a nos identificar com nossa personalidade e
com nossas características individuais sem reprimi-lo, e quando entendemos e nós
identificamos com nós mesmos, e que aceitamos nossas partes por inteiro.

A individuação [...] significa precisamente a realização melhor e mais completa


das qualidades coletivas do ser humano; é a consideração adequada e não o
esquecimento das peculiaridades individuais, o fator determinante de um melhor
rendimento social. A singularidade de um indivíduo não deve ser compreendida
como uma estranheza de sua substância ou de seus componentes, mas sim
como uma combinação única, ou como uma diferenciação gradual de funções e
faculdades que em si mesmas são universais. (apud SANT'ANNA, Paulo
Afranio 2019)

Por fim Jung (2006) fala que para elevar o nível da consciência precisamos
identificar nossas projeções e derrubar o lugar de fantasias e ilusões que nós criamos
ao longo da vida, mergulhando no nosso interior psíquico.’’ Só quando lançamos um
jato de luz nas profundezas obscuras e exploramos. Psicologicamente os estranhos
caminhos submersos do destino humano é que podemos perceber, pouco a pouco,
como é grande a influência desses dois complementos em nossa vida consciente.’’
(STEIN 2006 p, 127)

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Depois de termos percorrido todas constelações que se encontram dentro da


psique do ser humano na teoria de Jung, vimos que o processo de individuação é um
processo que segundo Afranio e a diferenciação ou a individuação que ocorre entre o
Eu (individuo) e o Outro mundo (sociedade) o dito e o não dito, o consciente e o não
inconsciente, o Pessoal e o Coletivo. (AFRANIO 2019)
E o caminho para sé individualiza-se requer tempo total da pessoa, para
desenvolver o psicológico de forma consciente, e não e fácil pós a pessoa precisa se
dissolver de tudo aquilo a qual foi construído e ensinado para ela ao longo da sua vida
e das gerações passadas. ‘’ Uma personalidade hefestiana precisa libertar-se de um
complexo materno negativo severo para poder se individuar depois de uma eterna
adolescência enfurecida. Essa libertação exige uma quantidade significativa de energia,
muitas vezes insuflada do exterior’’. (STEIN 2020, p 95) entendendo a clareza da sua
obscuridade, reconhecendo o lado interno da sua sombra, do seu inconsciente, da sua
persona, desprovendo as projeções, se desfazer do papel e identidade já formada por
si diante da sociedade. E percorrer o caminho mais obscuro da mente, vagando por
cada aspecto e constelação, trazendo à tona ao consciente seus, desejos,
pensamentos, imagens que foram reprimidas, e tomar consciência, da criação que teve
da falta que não foi preenchida, do buraco que foi instaurado e recolocado no
consciente como um trauma. E somente assim percorrendo esse caminho da sua
complexidade. Desintegrando para depois integrar-se em si, que o desenvolvimento
psíquico acontecerá de forma ampla, integra e consciente.
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