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CENTRO UNIVERSITÁRIO MAURÍCIO DE NASSAU - UNINASSAU
CURSO DE BACHARELADO EM PSICOLOGIA
FORTALEZA
2022
KAYANE DOS SANTOS COSTA
FORTALEZA
2022
O PAPEL DO ANIMUS NA CONTRIBUIÇÃO DA IDENTIDADE DA MULHER
2 METODOLOGIA
Em todo individuo existe dentro dele uma estrutura psiquica que e composta de
energias e essas energia que são a definição do self, ego, persona e sombra, ‘’ os
complexos têm energia e manifestam uma espécie de "rodopio" eletrônico próprio como
os elétrons que rodeiam o núcleo de um átomo.’’ (STEIN. 2006, p 44) Jung fala que
esses complexos podem ser estimulados por uma situação, e quando isso ocorre
esses ‘’eletrons’’ soltam energia pulando niveis da estrutura ate chega a consciencia do
individuo, dando um exemplo e quando cometemos algo pelo impulso do momento,
algo que foge da nossa consciência e do controle do ego, e o famoso agir por impulso.
. Stein (2006) relata no livro que a nossa psique e formada por varios centros e
cada um deles e possuidor de energia e intenções próprias, ele cita que esses
complexos e surgido pelos traumas que o individuo desenvolve ao longo da vida, e que
muitas vezes e jogado para o inconsciente.
Quando o ego tenta aplicar sua vontade, encontra uma certa medida de
resistência do meio ambiente, e se essa colisão é bem conduzida o resultado
será o crescimento do ego’’, quando o ego atingir sua autonomia e controle da
consciência o sentimento de liberdade pessoal se torna uma forte característica
de realidade subjetiva. (STEIN. 2006 pág. 34)
Essa aceitação seria aceita tudo aquilo que nos causa vergonha a sociedade. E
aceitarmos o lado sombrio da pessoa harmonizando os aspectos obscuro (sombra) com
os papeís e identidade externa (persona) do individuo, conciliando essas duas partes
para fim obter-se um crescimento individual ao caminho da individuação, ao torna-se
ele mesmo, único e singular.
3.2. O arquétipo do animus e anima e seu papel e importância no processo de
individuação
Então o sujeito citado por ele se refere ao inconsciente. Emma (2020) no livro de
anima e animus fala que para Jung existem dois tipos de inconsciente, o pessoal que
remete ao individuo tudo aquilo que foi reprimido por ele , e o inconsciente coletivo que
remete aquilo que foi herdado pelo seus antepassado, e os arquétipos de anima e
animus e o elo que liga o consciente pessoal do consciente coletivo, os dois agem de
forma compensatória entre a personalidade externa e a personalidade interna que no
livro e colocado como um complemento do externo ‘’ O caráter dessas duas figuras não
é, entretanto, determinado apenas pela respectiva estruturação no sexo oposto, ‘’
( JUNG 2020) a imagem que se tem do sexo oposto vai ser definido pela imagem
primaria ,pais , e as experiências que o indivíduo vai adquirindo ao longo da sua vida.
Stein fala que nas obras de Jung, ele cita que todo homem masculino terá um lado
mais feminino no seu interior, e com as mulheres funciona de forma diferente, elas se
relacionam com receptividade na sua persona e no seu ego. Já com os homens eles
são rígidos e agressivos no exterior, e aprazíveis no seu interior. (STEIN. 2006)
Voltando para o interior de ambos os sexos Stein traz uma reflexão do que seria o
trabalho que Jung estar tentando demonstrar com a teoria de animu/s.
Ele fala que basicamente quando conhecemos nosso interior, nossos medos,
receios, vontades, quando conhecemos nosso lado obscuro, estamos mais propenso a
termos controle de nós mesmos, a ter mais autonomia para conviver consigo e com o
outro. E ter conhecimento dos seus limites, e esse conhecimento explanará na alma.’’ A
alma comporta-se complementarmente em relação ao caráter externo (persona) a alma
costuma possuir todas as qualidades humanas que faltam na disposição consciente’’.
(STEIN, p. 120) quando o Jung fala sobre a alma ele está se referindo ao interno, o lado
escondido da personalidade da mulher.
Murray (2006) fala sobre mulheres que não são muito femininas e homens que
não são masculinos, já que a teoria dele sobre anima/us deixa subtendido que uma
mulher que tem um comportamento mais masculinizado, o lado animus nela está mais
aflorado e com o homem e o contrário. Jung cita que “assim como as imagens coletivas
predominantes para o vestuário e o comportamento masculino e feminino corretos
mudam, também as imagens internas de animas e animus e se alteram de acordo”
(STEIN. 2006 p. 121). Ele dá um exemplo de como as diversidades atuais podem afetar
as características da a anima e o animus compreendendo que tudo que é deixado de
fora da adaptação consciente do indivíduo na sociedade e migrado para o inconsciente
e se juntara a estrutura a qual Jung deu o nome de animus.
Stein (2006) fala que a estrutura do animus tem um verdadeiro potencial para servir
como ponte para o si mesmo (self). Pois cita que o animus na mulher e a imagem
interna que ela tem da personalidade masculina, imagens, pensamentos e suposições
que essa estrutura psíquica gera. Concluindo que a anima e animus e mais moldado
pelos arquétipos do que pelo coletivo/ sociedade, essas energias psíquicas podem
impor suas próprias regras e vontade de forma inconsciente no ego do indivíduo
formando a imagem decisivo que a mulher terá de um homem.
Quem quiser realizar essa difícil proeza não só intelectualmente, mas também
como valor de sentimento, deverá defrontar-se, para o que der e vier, com o
animus ou com a anima; a fim de alcançar uma união superior, uma coniunctio
oppositorum (unificação dos opostos). Este é um pré-requisito indispensável
para se chegar à integridade, que é equivalente a si mesmo. (STEIN. 2006 pág.
139)
Basicamente ele fala por fim que integridade é alcançada quando o si mesmo é
efetivado na consciência do indivíduo.
3.3. A forma como o animus se manifesta no inconsciente da mulher tanto na sua
forma positiva como na negativa
Na teoria de Jung (2000) sobre animus ele cita a possessão do animus, que
pode ocorrer quando os arquétipos não são conscientizados, ele fala sobre o individuo
estar intrigado no mundo interior ‘’ Caso exista uma predisposição psicótica pode
acontecer que as figuras arquetípicas - as quais possuem uma certa autonomia graças
à sua numinosidade natural - escapem ao controle da consciência, alcançando uma
total independência, ou seja, gerando fenômenos de possessão’’ (JUNG, 2000, p. 48)
Quando se está no estado em que o animus detém o controle, tudo que é
pensado ou dito ou feito remete a uma ação do animus, que acontece de forma
inconsciente no indivíduo fazendo com que essa energia controle o seu emocional ‘’ é,
portanto, de grande utilidade observar como se age em relação às outras pessoas e,
em consequência, examinar suas reações, se elas possivelmente foram evocadas por
uma identificação de animus inconsciente (Jung, 2020 p 20). E esse controle ele surge
de forma soberbo e tirana, o que atrapalha seus relacionamentos sociais e a sua
adaptação ao mundo, Jung fala sobre o domínio no animus.
Por mais que ela possa querer ser receptiva e íntima, não consegue sê-lo
porque o seu, ego está sujeito a essas invasões de energias demolidoras que a
transformam em tudo, menos na pessoa amável e gentil que gostaria de ser.
Em vez disso, é propensa a permanentes atritos e dominada impulso
inconscientes de poder e controle. A isso que Jung chamou a possessão pelo
animus. O animus é uma poderosa personalidade que não é congruente com o
ego ou a persona desejada. É "outra". (STEIN 2006 p. 117)
Emma Jung (2020) no livro anima e animus fala que uma das formas de
manifestações forte do animus surge através da palavra, como um pensamento que
fala com você, e geralmente ocorre em certas situações, essa energia que é
manifestada ocorre como uma crítica ou repreensão do comportamento que o indivíduo
se encontra. Aqui Emma relata um dos problemas do animus na mulher
Óbvio para a mulher obedecer à autoridade do animus, ou também do homem,
com subserviência de escrava. A concepção de que o masculino tem em si
mais valor que o feminino está em seu sangue, por mais que ela
conscientemente pense de outra maneira, e contribui muito para acentuar o
poder do animus. O que precisamos superar em relação ao animus não é o
orgulho, mas sim a falta de autoconfiança e a resistência da indolência. Para
nós, não é como se tivéssemos que subir a montanha (a não ser quando se é
idêntica ao animus), mas como se tivéssemos que provar nosso valor, o que
com frequência requer coragem ou força de vontade. Para nós, é como se fosse
uma petulância quando opomos nossas próprias convicções incompetentes aos
julgamentos do animus e do homem, que reivindicam validade universal; e
muitas vezes não é pouco o que custa animar-se a uma tal igualdade espiritual
ao que tudo indica atrevida, pois aí pode-se facilmente ser mal compreendida
ou julgada de forma errônea. Mas sem esse ato de insurreição, ainda que se
tenha que sofrer as consequências, a mulher nunca se libertará do poder do
tirano (JUNG 2020 p. 28)
Mas não e fácil hoje em dia ser uma mulher totalmente consciente, pois para isso
acontecer ela precisa reconhecer que existe essa energia masculina que habita dentro
dela. Deixando de lado uma pequena parte da sua feminilidade e do seu poder
encantam-te, para equilibrar os dois lados. Logicamente as circunstâncias atuais
colaboram para que a mulher permaneça no estado de inconsciência, pois quanto mais
inconsciente ela for das energias que a habita no seu íntimo, mais feminina e
encantadora ela será, tendo a imagem da mulher encantadora, afetiva, amorosa
(EMMA 2020)
Assim, uma mulher muito feminina tem uma alma masculina, mas não muito
refinada. Em seu relacionamento com o mundo, ela conserva uma distinta e
acentuada atitude feminina, que reconhecemos e descrevemos como
impressionável, calorosa, estimulante e envolvente. Dentro dessa pessoa existe
uma atitude interior muito diferente: dura, crítica, agressiva, prepotente. A face
interior dessa mulher de aparência muito feminina revela uma personalidade
feita de aço. (STEIN 2006, p 122)
Aos longos dos anos a sociedade foi sofrendo mudanças em relação aos direitos
de homens e mulheres, as mulheres vêm ganhando cada vez mais espaço e com o
ganho dos direitos conquistado pelas lutas feministas que ocorrem e ocorreram. Um
dos principais problemas que a mulher se encontra com a energia masculina e onde ela
deve deposita essa energia ‘’ determinada quantidade de espírito masculino
amadureceu na consciência das mulheres e deve encontrar em suas personalidades
seu lugar e sua atuação. Conhecer essas grandezas, ordená-las para que possam agir
de maneira adequada é uma parte importante do problema do animus’’. (JUNG 2020 p.
13)
Ao longo dos textos citados ao desenvolvimento desse trabalho vimos que a falta
de reconhecimento e desenvolvimento pode ocasionar essa descarga de energia que
aqui e identificada pelo animus, mas como alcançar um animus desenvolvido, Jung
(2006) diz que esse desenvolvimento ocorre quando o ego se identifica com a pessoa.
Por fim Jung (2006) fala que para elevar o nível da consciência precisamos
identificar nossas projeções e derrubar o lugar de fantasias e ilusões que nós criamos
ao longo da vida, mergulhando no nosso interior psíquico.’’ Só quando lançamos um
jato de luz nas profundezas obscuras e exploramos. Psicologicamente os estranhos
caminhos submersos do destino humano é que podemos perceber, pouco a pouco,
como é grande a influência desses dois complementos em nossa vida consciente.’’
(STEIN 2006 p, 127)
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
CONTENT, Abril. E hora de levar os valores femininos da porta para fora: Para a
pesquisadora Camila Holpert, um dos caminhos para construir um mundo mais
humano é repensar a conduta das lideranças, sejam elas mulheres ou homens. E
hora de levar os valores femininos da porta para fora, [S. l.], p. 1, 17 dez. 2017.
Disponível em: https://veja.abril.com.br/ideias/e-hora-de-levar-os-valores-femininos-da-
porta-para-fora/. Acesso em: 11 maio 2022.
FRAZ, Marie Louise. O Caminho dos Sonhos. In: FRAZ, Marie Louise. O Caminho dos
Sonhos. 7. ed. rev. São Paulo: Cultrix, 1992. cap. 2, p. 25-208
Mota, C. P., & Rocha, M. (2012). Adolescência e jovem adultícia: crescimento pessoal,
separação-individuação e o jogo das relações. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 28(3),
357-366. https://doi.org/10.1590/S0102-37722012000300011
de Souza Kátia, Ovídia José. O complexo Paterno Positivo na Psique Feminina. Boletim
Academia Paulista de Psicologia . 2012. Acesso em ; 21 de novembro :
https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=94624915006
Murray Stein. Jung e o Caminho da Individuação: uma introdução concisa- São Paulo
editora Cultrix 2020.
Murray Stein - Jung o Mapa da Alma, São Paulo, editora Cultrix 2006.