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Teoria da personalidade - Psicanálise Teoria da personalidade – TCC

 Concebe o sujeito como sendo constituído  Julga que a natureza humana tem a
de um organismo que é impelido por capacidade de raciocínio, escolha e
instintos e é conduzido de modo irracional decisão, ou seja, apresenta uma visão
em seus comportamentos. racional.

 Condições internas e ambientais  É possível modificar crenças e


influenciam a construção da pensamentos e agir de modo a interferir
personalidade. no ambiente e modificar comportamentos.
 A infância tem papel fundamental na  A personalidade é composta da
construção da personalidade na fase racionalização de pensamentos e crenças
adulta. do indivíduo.

 Há uma continuidade na formação da  Há um funcionamento da personalidade


personalidade, que se inicia na infância e de forma integral, a partir das interrelação
perpassa pelas demais fases da vida do dos sistemas internos com o meio
indivíduo. ambiente.

 A teoria psicanalítica busca trazer a  A TCC se concentra no problema do


consciência tudo aquilo que está no momento presente e que se apresenta no
inconsciente e que compromete a saúde externo, se dedica a solucionar padrões
física e mental do indivíduo, ela pretende externos de comportamento que foram
buscar lembranças inconscientes para assimilados de forma negativa pelo
solucionar os traumas.  indivíduo.

O que o grupo de Psicanálise pode apresentar


Existem muitas teorias que estudam a personalidade, porém uma das mais importantes na
história do estudo de personalidade está a de Freud. Para Freud, o comportamento é resultado de
três sistemas que são o Id, o Ego e o Superego.  O Id é inato (que nasce com o indivíduo, congênito)
e regido pelo princípio do prazer, exige satisfação imediata dos impulsos, sem levar em conta as
consequências indesejáveis. O Ego é uma evolução do Id, pois apesar de conter elementos
inconscientes como o Id funciona muito mais a nível consciente e pré-consciente, dessa forma,
comandado pelo princípio da realidade, o Ego cuida dos impulsos do Id e muitos dos desejos
acabam sendo não satisfeitos, mas sim reprimidos. O Superego contém ideias derivadas dos valores
familiares e sociais, por isso é um sistema parcialmente consciente que serve como censor das
funções do ego, de onde derivam sentimentos de punição, medo e culpa. Desse modo, podemos
considerar o Id como sendo o componente biológico, o Ego como o psicológico e o Superego como o
social da personalidade, trabalhando juntos sob a liderança do Ego.
Portanto na Teoria da Sexualidade, Freud explica que a sexualidade é reconhecida como um instinto
com o qual as pessoas nascem e que se expressa de diferentes formas de acordo com as fases do
desenvolvimento que seriam a Fase Oral (0 a 2 anos), Fase Anal (2 a 4 anos), Fase Fálica (4 a 7
anos), Período de Latência (7 a 12 anos) e Adolescência (a partir dos 12 anos). Essas fases deixarão
traços que definirão a estrutura da personalidade do indivíduo.

Críticas de Deleuze e Guatarri à Teoria da Personalidade Psicanalítica


podemos notar que um dos eixos fundamentais da crítica do modelo de personalidade psíquica
proposto por Freud se elabora a partir da proposição de uma oposição irredutível do Múltiplo ao Um.

O inconsciente freudiano, segundo as suas (de Deleuze e Guattari) “denúncias”, seria uma usina de
teatros, uma fábrica de pequenos édipos, como podemos ver no trecho em seguida: A produção
desejante está personalizada, ou mesmo personologizada, imaginarizada, estruturalizada […] A
produção nada mais é que produção de fantasma, produção de expressão. O inconsciente cessa de
ser o que ele é, uma usina, um ateliê, para tornar-se um teatro, cena e mise-en-scène (DELEUZE e
GUATTARI, 1972, p. 64, tradução nossa).

Eles propõem também um nome a esta suposta posição freudiana: trata-se de uma personologia. A
personalidade é uma questão de fixação dos processos de subjetivação e tal problema ganha um
nome, uma identidade que nos será lembrada e relembrada por Deleuze e Guattari.

Como pudemos verificar de maneira sucinta, quando Deleuze e Guattari tomam a concepção de
personalidade proposta por Freud como um contraexemplo, como exemplo a negativar, a subversão
do suposto reducionismo identitário psicanalítico do múltiplo ao Um mostra-se um problema de
interesse central para os filósofos. Os filósofos propõem que o reducionismo de Freud em relação ao
complexo de Édipo coincide com um suposto reducionismo da personalidade psíquica. Toda a sua
crítica à psicanalise se apoia sobre este problema como um de seus eixos mais fundamentais. A
partir da ideia de um inconsciente impessoal e múltiplo, dos devires, eles se apresentam como
estando à procura de um refinamento radical de uma perspectiva repressora de personologia que
concebem como sendo a de Freud.

a partir dos conceitos de ego, id e superego, ele ( Freud) se propõe a decompor a personalidade
psíquica. Freud parece buscar precisamente a desconstrução de toda noção de unificação da
personalidade. O ângulo da visada freudiana sobre a personalidade propõe três instâncias psíquicas
– e não uma personalidade unificada – em constante conflito entre as diferentes instâncias psíquicas
e a realidade exterior.

Sobre os Transtornos de Personalidade:

A Psicanálise e TCC concordam que em se tratando de Transtornos de Personalidade o foco deve


estar voltado para os “problemas centrais”.

A Psicanálise entende essas estruturas como inconscientes e não facilmente disponíveis para o
paciente, enquanto a TCC acredita que com estratégias especiais é possível um acesso que
facilitariam a condução do tratamento.

A colaboração da TCC vem no sentido de compreender esses Transtornos à partir dos esquemas
presentes em um indivíduo, acreditando que os mesmos tenham se originado ao longo da vida,
principalmente na infância. São os esquemas que levam a emoções e comportamentos disfuncionais
que produzem julgamentos tendenciosos e levam uma pessoa a cometer erros cognitivos em
determinadas situações.

Referências
MARTINS, V. M. N. Deleuze, Guattari, Freud e o problema da
personalidade, Revista EPOS; Rio de Janeiro - RJ, Vol.6, nº1, jan-jun de
2015.

ROCHA, N. Q. A teoria da personalidade na Terapia Cognitiva de Aaron


Beck. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós Graduação em Psicologia,
Juiz de Fora, 2013.

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