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1.

AS PARTICULARIDADES PSICOLOGICAS DA PERSONALIDADE

A personalidade é o conjunto estruturado das características de cada ser humano. Assim


sendo, é o que nos torna únicos, distinguindo-nos de todos as outras pessoas.

1.1. Conceito de personalidade

Características pessoais, formas diferentes de pensar e de agir perante os


acontecimentos. Para se referir à personalidade de alguém deve ter em linha de conta as
suas atitudes, comportamentos, sentimentos, motivações e objectivos de vida.

A personalidade corresponde ao conjunto de características individuais, que são


duradouras e que têm como base estrutura coerente. Assim, embora seja muito
conceptual, a personalidade tem as seguintes características:

 Consistente;
 Estável;
 Estruturada;
 Contínua.

É precisamente a predominância de alguns traços e a minimização de outros que acaba


por constituir a personalidade de cada um. A combinação de todos esse traços irá
resultar numa unidade funcional humana, que torna uma pessoa única e a distingue dos
outros. Assim, a personalidade é, por isso, um conceito que unifica e, simultaneamente,
diferencia.

1.2. Os factores que influem na formação e desenvolvimento da personalidade

São três os factores que influenciam a personalidade. Este estão interligados, embora a
influência desses factores seja diferente nos diferentes indivíduos e nas diferentes fases
da vida. São eles:

 A hereditariedade;
 O meio social;
 As experiencias pessoais.

1.1.1. Hereditariedade (Biológico - maturação – biológico)

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Cada ser humano é único na sua fisiologia e morfologia. O padrão genético estabelecido
no momento em que o ser humano é concebido afecta as características da
personalidade que um indivíduo irá apresentar. Assim sendo, uma lesão que afecte o
cérebro, herdada ou provocada à nascença, pode ter grandes consequências sobre o
comportamento da pessoa. Na definição do temperamento do indivíduo estão as
características individuais do seu organismo, nomeadamente a sua estrutura física e
funcionamento do sistema nervoso e do sistema endócrino, que têm essencialmente
natureza hereditária.

Por outro lado, os factores orgânicos como o peso, a altura e o funcionamento dos
órgãos dos sentidos podem influenciar o desenvolvimento da personalidade. A
maturação corresponde ao processo fisiológico através do qual a hereditariedade actua
após o nascimento.

1.1.2. Meio social

O meio social desempenha um papel fulcral na construção da personalidade. Quando no


referimos ao meio social estamos a falar na família, nos grupos, bem como na cultura
em que determinado individuo está inserido.

A família tem um papel muito importante, principalmente nos primeiros anos de vida,
pelas características e qualidades das relações existentes. O tipo de ambiente e clima em
que se vive também contribui de forma determinante no desenvolvimento da
personalidade.

1.1.3. Experiencias pessoais

No conjunto de experiencias pessoais englobam – se:

 Vivencia pessoais de cada indivíduo;


 Acontecimentos do quotidiano;
 Sonhos;
 Atitudes;
 Comportamentos.

Estes factores cada vez mais acarretam uma enorme importância para o
desenvolvimento ao nível emocional da pessoa na construção da personalidade. Este

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factor é de tal modo importante que pode afectar diferentes capacidades, como as que se
seguem:

 Aprendizagem;
 Fala;
 Emocional;
 Autonomia;
 Relacionamento;

No contexto da personalidade infantil, muitos psicólogos pensam que a partir dos 2 –


3 anos de idade, começam a parecer indícios e manifestações concretas da afirmação do
ego, em que a criança procura afirmar – se perante a família criando situações
embaraçosas, dizendo não frequentemente. Esta fase é conhecida como a crise da
negação.

É a primeira manifestação dos traços distintivos da personalidade e do carácter. Dá – se


a descoberta da sua própria individualidades, ao mesmo tempo, da do outro (da
perspectiva subjectivas da criança). Nesta fase a criança tende a opor – se
vigorosamente ao meio circundante.

O pequeno ser, tomando consciência de si mesmo, pretende colocar-se, como uma


pessoa, no contexto familiar. É a afirmação do Eu. De salientar ainda que, nesta fase, a
criança utiliza a palavra eu em vez de se referir a si na terceira pessoa.

As primeiras manifestações do sentimento de personalidade, por negativa que seja a


forma que as revestem, são o sinal de que cumpriu um novo progresso na distinção
entre o Eu e o Tu.

Outra fase muito importante na formação da personalidade é a adolescência. Nesta fase


as transformações são muito rápidas, só comparáveis ao crescimento de um bebé. A
única diferença é que nesta fase o adolescente tem consciência destas modificações,
enquanto o bebé não.

Nesta fase, em que o adolescente está a tentar adaptar – se a todas estas mudanças (às
vezes ainda se comporta como criança, mas o corpo começa a tornar – se adulto), sendo
pressionado para começar a ter comportamentos adultos. Surge, assim, um
desfasamento entre os comportamentos e as expectativas (dos outros e de si próprio).

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Todas estas mudanças geram insegurança e esta manifesta – se nas relações
interpessoais. O adolescente sente que está a mudar, mas ainda não definiu bem o seu
papel social. Esta insegurança pode gerar isolamento, falta de apoio e carências
afectivas e sociais.

É na adolescência que o individuo:

 Revela a necessidade de afirmação;


 Sente necessidade de criar a sua identidade pessoal, de género e
relacionamento interpessoal.

É nesta etapa da vida que, frequentemente, se registam situações de exagero, definição


de um estilo próprio no que respeita à estética, ao vestuário, à defesa de ideias
estruturadas e concertas e, ainda, à forma de expressão.

Há vivencia que podem marcar definitivamente a personalidade de um indivíduo, como,


por exemplo:

 Relacionamentos amorosos;
 Divorcio;
 Morte de familiares ou amigos próximos;
 Violações;
 Doenças crónicas, entre outros.

Em síntese, o ser humano não deve ser considerado como um produto exclusivo do seu
meio, tal como um conjunto dos reflexos condicionados pela cultura que envolve e
isento de qualquer atributo mais nobre de sentimentos e vontade própria.

1.3. Teoria da personalidade

A busca por explicações sobre a personalidade parece ter mobilizado as mais diversas
áreas do conhecimento humano desde sempre e a tendência em classificar pessoas é tão
antiga quanto a humanidade. Ninguém, absolutamente ninguém, deixa de classificar as
pessoas que conhece, ainda que intimamente, involuntariamente e até
inconscientemente. Todos nós temos desleais, preocupadas, ansiosas, mentirosas,
amorosas, e assim por diante.

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As teorias da personalidade têm os seguintes objectivos:

 Tentar explicar a personalidade dos indivíduos;


 Fazer uma previsão do comportamento futuro dos indivíduos;
 Fazer a prescrição de tratamentos para alguns distúrbios.

1.2.1. Teoria Freudiana Psicanalítica da Personalidade

A psicanálise corresponde, simultaneamente, a uma teoria que explica a construções


psíquicas e emocional, e a uma terapia de distúrbios da personalidade. A psicanálise de
Freud deu uma fonte contribuição para o desenvolvimento da Psicologia ao afirmar que,
para além do comportamento há um inconsciente.

Esta teoria é pautada pelos seguintes factores:

 Forças pulsionais, marcadas pelo inconsciente;


 Importância da infância;
 Relações de objectos.

Freud veio mostrar que, para além do consciente, existe ainda inconsciente. Estudamos
que o consciente era a zona da razão, e que era constituído pelas representações
presentes na nossa consciência, como por exemplo, os raciocínios, as percepções e os
pensamentos. Já o consciente era a zona do psiquismo, onde se incluíam a
agressividade, os recalcamentos, os desejos e os medos.

O inconsciente é , pois, aquilo de que não temos conhecimento e que acaba por afectar o
nosso comportamento. Nele permanecem os elementos instintivos não acessíveis à
consciência e que, de alguma forma, foram reprimidos ou recalcados.

O instinto pode ser definido como toda a força que induz as pessoas a gerirem e é
formado por quatro elementos:

 Uma fonte ou origem;


 Um objectivo;
 Uma pressão;
 Um objecto.

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Freud dirigiu a sua atenção para os instintos básicos, de natureza sexual e agressiva.
Este referiu que é através dos instintos que libertamos energia. À energia que
aproveitamos para os instintos da vida, Freud deu o nome de líbido.

À zona de passagem do consciente para o inconsciente, Freud atribuiu o nome de


subconsciente ou pré – consciente, onde referiu que se encontram as lembranças e a
memória.

Quando grande concepção de Freud é aquela que define a personalidade e é constituída


por três sistemas principais: id, ego e superego.

 ID (inconsciente)
 Instancia primitiva e instintiva do ser humano, formada pelo instintos
inatos e pelos desejos, que podem sofrer posteriormente recalcamentos.
Esses instintos buscam o fazer e uma concretização no imediato;
 Faz parte de tudo aquilo que é herdado desde o nascimento. É a base da
personalidade centrada no indivíduo e está exposta às exigências do
corpo, do ego e do superego;
 Não se baseia em indivíduo em questões de carácter lógico, nem de
origem temporal e espacial.
 EGO (consciente)
 Instância que é formada e distancia-se do id no primeiro ano de vida da
criança;
 Os instintos do id dão ao ego a energia que necessita;
 Ao contrário do id, revela preocupações de carácter lógico, espacial
temporal;
 É o consciente, a parte que está em contacto com a realidade externa;
 Tenta minimizar a tensão e aumentar o prazer e, para que tal aconteça,
tem de regular os impulsos do id;
 Vai funcionar como um mediador entre o id, o superego fenómeno
externos.

 SUPEREGO
 Terceira instancia do aparelho psíquico que surge numa fase posterior;

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 Esta instância é constituída a partir de uma parte do ego e surge após o
complexo de Édipo.
 É o pré – consciente e funciona como restrição à actividade consciente, o
ego.
 É formado por princípios éticos e morais e apresenta a capacidade de
avaliar as actividades do ser humano, permite fazer um auto –
observação e formar ideias que está ligado ao seu próprio
desenvolvimento

A crise dos três anos é imediatamente anterior, ou mesmo consciente, com o incido do
Complexo de Édipo.

Freud concluiu que o carácter psíquicos da existência humana não é possível de ser
controlado, previsto e não pode ser analisado de uma forma lógica. Para Freud, esse
carácter é orientado por dois princípios:

 Princípio do prazer;
 Princípio da realidade.

Princípio do prazer: tem como objectivo concretizar os desejos e é responsável por


governar o inconsciente e o id. Tem tendências a entrar em conflito com o consciente,
que é regido pelo princípio da realidade.

Princípio da realidade: rege o lado consciente e diz respeito à adaptação do indivíduo


à realidade social. Tem como objectivo controlar o comportamento do indivíduo e
enquadrá – la nos princípios dessas mesmas sociedades.

Como estes dois princípios, Freud visou encontrar a justificação para determinados
conflitos e frustrações, bem como desejos e objectivos. A sua teoria psicanalítica estuda
principalmente as relações afectivas com pessoas significativas e o Desenvolvimento
Psicossexual, procurando relacionar estas duas vertentes. Freud defendeu, assim, que a
personalidade se desenvolve com base no desenvolvimento Psicossexual e este
desenvolvimento tem tês componentes:

 Orgânica: desenvolvimento pubertário;


 Psicológica: maturidade psicológica do indivíduo (aspectos cognitivos,
afectivos, da personalidade);

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 Social: veriam muito de sociedade para sociedade, de nível social para nível
social. É a sociedade que atribui significados àquilo que se passa, aos
comportamentos, dá informação e exerce pressões diversas.

Este desenvolvimento Psicossexual é:

 Continuo (já que vem desde a infância e vai continuar);


 Complexo;
 Plurideterminado.

Este desenvolvimento processa- se em diferentes estádios. Cada estádio corresponde a


diferentes zonas erógenas do organismo, ou seja, zona que, ao serem estimuladas,
podem causa excitação sexual. A procura constante do prazer do prazer levaram Freud a
dividir a sexualidade em várias fases ou estádios:

1º Estádio: o desenvolvimento psicológico do 1º ano de vida do bebé relaciona – se


com o prazer que este sente ao sugar o leite (fase oral).

2º Estádio: é o contacto com o prazer através da expulsão e retenção das fazes. Ocorre
por volta dos 2 ou 3 anos de idade e corresponde à fase anal.

3º Estádio: descobre a prazer que os órgãos genitais lhe podem causar, fase que dura
alguns anos (fase fálica). É nesta fase que se forma o superego, porque há necessidades
de controlarmos os nossos comportamentos para que possamos reprimir a nossa energia,
o nosso prazer.

4º Estádio: chamada fase latente, surge quando estes complexos são ultrapassados e as
crianças entram na escola, acabando por centrar nesta as suas energias.

5º Estádio: corresponde à fase genital e acontece no princípio da adolescência, fase


seguinte a puberdade.

Freud referiu que, o estado de latência, que se segue a uma “amnésia” infantil, a
criança não se lembra da sexualidade anterior, verificando-se um decréscimo da libido,
mas, na puberdade a sexualidade ressurge, agora dando maior foco às zonas erógenas
genitais.

1.2.2. Teoria Psicossocial de Erikson

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Erikson foi um psicanalista que estudou o desenvolvimento da personalidade numa base
psicossocial, ao contrário de Freud que fez uma abordagem Psicossexual. Segundo a
teoria psicossocial, a personalidade desenvolve – se em oito idades ou estágios ao longo
de toda a vida. Este autor centra a sua teoria no conceito de identidade, e esta está
intimamente ligada com o facto de cada pessoa se sentir única, com uma história própria
vida.

Dimensão biológica: concorda com a psicanálise no que respeita ao facto de o recém –


nascido possuir um imenso leque de impulso, acrescentando a essa perspectiva uma
necessidade de continuidade da experiência.

Dimensão social: a dimensão biológica não tem sentido sem a existência da dimensão
social. Por exemplo, um bebé precisa de se adaptar ao resto da família. Da mesma forma
que a família deve aprender coisas a respeito dos seus hábitos e necessidades.

Dimensão individual: cada pessoa é única, logo nunca duas pessoas constroem
personalidade iguais, nem nunca nascem com a mesma estrutura orgânica. Assim, dois
indivíduos não agem exactamente da mesma forma. Portanto, além das dimensões
biológicas e sociais, há um elemento individual (ego) no desenvolvimento da
personalidade. Para este autor, existem influências sociais, culturais e históricas sobre a
personalidade.

Para Erikson, existem duas formas de lidar com as crises:

 Modo adaptativo: desfecho positivo da crise onde o sujeito está preparado para
seguir para a próxima fase;
 Modo inadaptativo: inadequado.

Essas crises anteriores mal resolvidas são as raízes dos problemas neuróticos. Todos os
aspectos da personalidade podem ser explicados em tornos desses momentos críticos.

1.2.3. Teoria de Aprendizagem Social de Bandura

A teoria de Bandura é designada de aprendizagem social, porque é baseada no que a


criança aprende na interacção com o meio e na observação dos outros.

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Ao contrário de Watson que afirmava que o ambiente modela a personalidade e o
comportamento da criança, Bandura afirma que as ligações entre as pessoas,
comportamentos e ambientais são que a rodeia através da sua própria conduta.

Segundo Bandura, a personalidade resulta da interacção dos seguintes factores:

 Contexto social;
 Factores pessoais (estruturas cognitivas, expectativas, valores, competências);
 Comportamento.

Para ele, a nossa personalidade resulta da interiorização de diversas aprendizagens,


podendo ser de forma directa ou por modelação, isto é, os outros funcionam como
“modelos” e, através da observação dos seus comportamentos e das suas atitudes, temos
tendências a imita – los. Está aprendizagens são grandemente influenciadas por factores
como a importância afectiva do modelo (exemplo: pais), levando-nos a replicar as suas
características, tornando-nos semelhantes.

2. Teoria de carl rogers e a aboradagem centrada na pessoa.

Carl Rogers apresentou uma teoria cujo foco é a pessoa. Nessa teoria que a pessoa tem
naturalmente capacidade de se auto-realizar. Este humanista era contra a teoria de que
a pessoa era dominada pelo impulso e pulsões e que tinha dificuldade em se auto
controlar. Regers toda a responsabilidade da construção do ser reside no próprio
individuo. Esta posição tem por base a exaltação do homem enquanto ser activo e
potencial. Esta posição traduz-se numa libertação do ser humano face ao seu meio e ao
seu inconsciente. Para Rogers, o desenvolvimento pessoal e a construção do ser
dependem indirectamente da pessoa. O homem constrói activamente a sua existência e é
capaz de auto regular a sua estrutura interna em função dos seus objectivos.

Na sua perspectiva, tudo passa pela organização do quotidiano para alcançar as metas
estabelecidas pelo indivíduo.

Rogers concluiu que em cada um de nós existe um impulso natural para sermos os mais
competentes e capazes que biologicamente pusermos ser. Assim, tal como um planta se
desenvolve para se tornar uma planta saudável, e uma semente em si mesma o impulso
para se transformar numa arvore, também uma pessoa tem a capacidade de se tornar
uma pessoa inteira, completa e auto-realizada.

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Para este humanista, a tendência para a auto-realização não é simplesmente mais um
motivo. A auto-realização é sim um impulso essencialmente de natureza motivacional.

Rogers considera que a pessoa tem a autonomia e capacidade suficientes para se


orientar, se distinguir dos demais e aproveitar aquilo a que chamou potencial de
crescimento pessoal. Para ele, na vida tudo flui, não havendo nada que não seja
passível de ser alterado. Da noção de fluidez, Rogers formulou a crença de que as
pessoas não apenas são capazes de crescimento e desenvolvimento pessoal, mas que
essa mudança positiva é uma progressão natural e esperada.

Na sua perspectiva, o ser humano é dotado de capacidade que lhe possibilitam a


conhecimento, a aceitação e a transformação de si próprio. Desta forma, é-lhe possível
solucionar problemas, autoavaliar-se e reger a sua existência de uma forma racional,
sentindo-se assim satisfeitas consigo mesmo. Rogers denominou esta competência de
auto-realização.

Na construção da sua teoria, Rogers usou o método clínico. Os conflitos existentes entre
a imagem que o indivíduo tem de si mesmo e a realidade geram problemas de
personalidade. Assim, a realização pessoal passa pelo facto do indivíduo ter a
capacidade de saber fazer a integração das suas experiencias no conhecimento que tem
de si próprio.

A abordagem centrada na pessoa, defendida por Rogers, deve potenciar o crescimento


da pessoa. Esta abordagem deve assentar nos seguintes aspectos:

 Autenticidade: ao expor os seus sentimentos com transparência, sem máscaras,


o indivíduo torna-se autentico perante os outros e para si próprio.
 Aceitação: o indivíduo necessita de ter auto-confiança e de sentir, por parte dos
que o rodeiam, que confiam nele e apreciam os seus comportamentos.
 Empatia: corresponde a uma atitude revestida de compreensão e afecta na
comunicação que se estabelece entre as pessoas.

De salientar ainda que Rogers considera que é melhor que as pessoas decidam o que
fazer por se mesmas, com o apoio dos outros, do que fazerem o que os outros decidem
por elas.

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Abordagem centrada na pessoa foi alvo de algumas críticas baseadas no facto de Rogers
não ter dado relevância a factores como a realidade social e os conflitos inerentes.

2.1. MASLOW E A TEORIA DA AUTO-REALIZAÇÃO

Abraham Maslow (1908 – 1970) foi um psicólogo norte - americano que elaborou uma
teoria da motivação centrada no conceito de auto-realização.

De acordo com Maslow, as necessidades do ser humano encontram-se organizadas


hierarquicamente. Para ilustrar a ideia que defendia, Maslow representou essa hierarquia
através de uma pirâmide, cuja base englobava as necessidades de teor fisiológico e, no
topo, as necessidades associadas à auto-realização.

PIRÂMIDE DAS NECESSIDADES

Satisfação fora do Satisfação no trabalho


trabalho
 Educação  Trabalho desafiante
 Religião  Diversidade e
 Passatempo Auto – Realização autonomia
 Crescimento  Participação nas
decisões
 Crescimento pessoal
 Aprovação da  Reconhecimento
família  Responsabilidade
 Aprovação dos  Orgulho e
amigos Estima reconhecimento
 Reconhecimento da  Protecções
comunidade

 Família  Amizade dos colegas
 Amigos  Interacção com
 Grupos sociais Sociais clientes
 Comunidade  Chefe amigável
 Liberdade  Trabalho seguro

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 Segurança da  Remuneração e
violência benefício
 Ausência de Segurança  Permanência no
poluição emprego
 Ausência de guerras

 Comida  Horário de trabalho


 Água  Intervalo de
 Sexo Fisiológica descanso
 Sono e Repouso  Conforto físico

A pirâmide engloba as seguintes necessidades:

 Fisiológicas;
 De segurança;
 De afecto e de pertença;
 De estima;
 De auto-realização.

Esta concepção feita por Maslow revela o lado optimista da existência do ser humano.
Contudo, a pirâmide de Maslow recebeu algumas criticas que assentavam no facto de
Maslow considerar que todas as pessoas hierarquizavam da mesma forma as suas
necessidades. Para contrapor receptivo a aceitar ajuda monetária.

 A teoria de auto – realização apresenta por Maslow corresponde a uma


perspectiva sobre a motivação e a personalidade. Um ser humano motivado age
e vive com muito mais intensidade. Os diferentes percursos feitos pelo ser
humano ao longo da vida, à medida que concretiza a satisfação de determinadas
necessidades, marcam a sua personalidade.

Existe nesta teoria uma diferença fulcral que a distingue da behaviorista e psicanalista.
Essa diferença reside na sua concepção da motivação humana. Na visão de Maslow, a
pirâmides é o ponto de partida para sua teoria da auto-realização. São as satisfações das
necessidades que formam a personalidade, e a base da acção humana é a motivação.

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2.2.1. MURRAY E A TEORIA DA NECESSIDADES PSICOLÓGICAS

Segundo Murray, o estudo é conhecimento da personalidade só é possível a partir da


análise aprofundada do indivíduo. Como cada pessoa tem uma personalidade diferente,
Murray estudou pormenorizadamente diferentes casos individuais. Para ta, recorreu a
diferente técnicas:

 Análise de biografia;
 Observação directa do comportamento dos indivíduos;
 Entrevistas.

O individuo e a sua historia de vida eram analisados em pormenor, focando-se na alise


do desenvolvimento do individuo quando era criança, as suas experiencias e memorias
mais relevantes, o seu percurso académico, os laços familiares e amigos, as
competências e motivos de interesses, bem como os valores éticos com que rege a sua
existência. Assim, a personalidade dos indivíduos podia ser definida se se conhecesse a
sua história de vida e os seus objectivos para o futuro.

2.2.3. NECESSIDADES

Murray define necessidade como uma força que pode ter origem interna ou externa à
pessoa, e que é responsável pela organização e regência dos mais variados processos
que envolve a mente, desde a memória à acção entre outros.

2.2.1. Necessidades primárias

Estão ligadas a questões de sobrevivência, como, por exemplos, a necessidade de


oxigénio para respirar e de alimentos para saciar a fome.

2.2.2. Necessidades psicogénicas

Resultam das necessidades primárias, mas, em determinadas situações, podem mesmo


superá-las. Tal explica-se pelo de nem todos os indivíduos viverem as necessidades de
igual forma.

Este autor considerou que quando determinadas necessidades são bem aceites pela
sociedade, o indivíduo manifesta-as de forma transparente e, por, isso, são chamadas de
necessidades abertas. Por outro lado, quando as necessidades não podem ser expressas
por motivos sociais e culturais, estas são automaticamente reprimidas. A estas

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chamamos necessidades latentes que, apesar de inconscientes, se revela nos sonhos e
fantasias, entre outros. É importante ressaltar que as necessidades não são revestidas de
universalidade, já que o seu carácter aberto ou latente vai depender da cultura a que o
individuo pertence.

2.2.3 Pressão

Uma pessoa ou mesmo um objecto do meio podem ser a causa da existência de pressão
e esta pode ser facilitadora ou opositora à satisfação de uma necessidade.

Com Murray surge o conceito de tema – unidade, isto é, o padrão psicológico da


pessoa. Este é o produto do mundo como ela procede à organização das relações
estabelecidas entre as suas necessidades e o meio em que está inserido.

2.3. O DESENVOLVIMENTO DA PERSONALIDADE

Tanto o passado o individua como as ambições que este tem para o futuro a sua
personalidade.

Murray defendeu que a primeira infância tem um papel importantíssimo na formação da


personalidade. Na sua análise, distinguiu cinco estádios que caracterizam o
desenvolvimento normal do indivíduo. Quando um indivíduo fica fixo num estádio, a
maturidade está comprometida.

Para a formação da personalidade, Murray salientou vários factores determinantes:

 Estrutura física do indivíduo;


 Cultura a que pertence;
 Grupos em que está inserido;
 Estatuto e papel social;
 Acontecimentos do dia – a – dia.

Uma das aplicações mais conhecidas da teoria de Murray reside na construção de um


dos testes projectivos mais utilizados (TAT), em que se visa o conhecimento e
interpretação das fantasias, desejos e mesmo dos conflitos.

2.3.1. As tendências

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Dá-se o nome de tendência para designar certos instintos, especialmente na medida em
que esses instintos ou impulso são conscientemente experimentados nos
comportamentos que determinam.

2.3.2. Os instintos

Por que razão os organismos se comportam de determinada forma?

Parte da resposta a esta questão reside no facto de algumas características do


comportamento serem governadas por instintos, isto é, por tendências pré –
programadas fundamentais para a sobrevivência de cada espécie.

Freud considerava que o instinto era um esquema herdado e que seguia uma sequência
temporal e inflexível. Por definição, os instintos são tendências ou disposição
permanentes para agir da forma biologicamente determinada e especifica de uma
espécie. O acto instintivo é, assim, o resultado, no comportamento animal, da simbiose
entre as condições específicas resultantes:

 A hereditariedade;
 O meio ambiente;
 O impulso (adaptação, frustração, conflito, fuga).

2.4. CARACTERISTICAS DO INSTINTOS

Todos os instintos têm quatro componentes:

 Uma fonte;
 Uma finalidade;
 Uma pressão;
 Objecto.

A fonte corresponde à produtora de uma necessidade, podendo ser uma parte ou todo o
corpo.

A finalidade é minimizar essa necessidade até não ser necessária mais nenhuma acção,
dando ao organismo a satisfação que ele deseja naquela memento.

A pressão é a força que é usada para satisfazer o instinto e é determinada pela


intensidade ou urgência da necessidade subjacente.
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O objecto de um instinto é qualquer coisa, acção ou expressão que permite a satisfação
da necessidade inicial.

2.4.1. As tendências pessoas (instintos pessoal)

As tendências pessoas relacionam-se com os interesses dos indivíduos e têm como


objectivo o seu desenvolvimento e preservação. Temos como exemplo das tendências
pessoais:

 Alimentação;
 Conforto;
 Descanso;
 Saúde;
 Auto – estima;
 Ambição social.

2.4.2. As tendências sexuais (instintos sexual)

O instinto sexual depende da diferenciação entre os sexo, portanto não é peculiar à serie
zoológica. O instinto sexual só exerce a sua função de reprodução quando o indivíduo
amadurece geneticamente. Até esta altura, o instinto sexual é responsável pela
maturação dos órgãos correspondentes.

Portanto, não é apenas a actividade sexual que caracteriza o instinto sexual, mas sim a
preparação para esta fase que acontece em muito a função sexual genital, própria do
indivíduo adulto.

2.4.3. As tendências sociais (instinto social)

Os instintos sociais são aqueles pelos quais um indivíduo se sente semelhante a outro
indivíduo da mesma sociedade, por mais divergentes que sejam as suas actividades, e
opostos que sejam os seus temperamentos. Este instintos englobam a simpatia, a
modéstia, a sociabilidade e ainda, o amor.

2.5. CARÁCTER E TEMPERAMENTO

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A personalidade é, muitas vezes, confundida com o carácter. Contudo, este designa,
antes de mais, as componentes instintos – afectivas da personalidade, enquanto aquele
engloba, além disso, os elementos caracteriais (joviabilidade, agressividade…), mas
também as aptidões cognitivas (imaginação, inteligência…) e ainda as componentes
físicas.

Quanto ao temperamento, remete prioritariamente para as componentes fisiológicas


hereditárias. Portanto, não é mais que um aspecto da personalidade.

Quando vivemos com uma pessoa, podemos facilmente adivinhar a sua forma de agir
ou reagir a um acontecimento. Essa forma de agir, duma maneira geral, é aquilo a que
se chama carácter.

A palavra carácter tem origem no verbo grego que significa gravar, corresponde à
firmeza moral duma pessoa e é o sinal visível da sua natureza interior. O carácter, por
vezes, engana, porque muitas vezes, para manter a sua máscara (personalidade), a
pessoa age de forma diferente do que queria agir (carácter). Por exemplo, há situação
em que um indivíduo está com um sentimento de raiva relativamente a outro, mas não
demonstra nas atitudes, por estar na presença de alguém superior hierarquicamente,
como por exemplo o portão.

Assim, o carácter é um grupo de valores que regem o comportamento humano e resulta


de hábitos repetitivos. Os hábitos de um ser humano determinam o seu carácter, uma
vez que nos tornamos naquilo que fazemos repetidamente.

Exemplos de carácter: honesto/desonesto, mentiroso/sincero, etc.

O temperamento pode ainda definir o temperamento como um conjunto de atitudes,


positivas e negativas, que já nascem com a pessoa. Por exemplo, se compararmos dois
filhos ainda bebés, verificaremos diferenças no teu comportamento. Um chora, bate,
grita. Já o outro fica quieto, até mesmo quando está com fome. Quantos de nós não
desejariam ser diferentes, mais alegres, mais comunicativos ou, pelo contrario, mais
moderados na forma de expressar?

O temperamento traduz-se nas nossas disposições naturais, gostos e preferências.


Enquanto o carácter é adquirido por hábitos, o temperamento é adquirido
geneticamente, não é fruto de uma escolha do indivíduo. Por isso, o temperamento não

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pode ser trocado, mas pode ser transformado. As atitudes positivas podem ser
aperfeiçoadas e as negativas podem sofrer transformação.

Exemplos de temperamento: alegre/triste, dinâmica/apático, extrovertido/introvertido.

2.6. FACTORES QUE INFLUEM NA MODIFICAÇÃO DO


CARÁCTER/TEMPERAMENTO.

O carácter/temperamento pode ser influenciado por factores de diferentes naturezas,


nomeadamente, de ordem física/fisiológica e de ordem psicológica. Analisemos cada
um desses factores e a respectiva influência.

2.6.1. Glândulas sexuais

Estas glândulas diferem no homem e na mulher. No homem são os testículos que estão
responsáveis pela produção de testosterona. Já na mulher são os ovários, aos quais cabe
a função de produzir duas hormonas: a progesterona e os estrogenios. Estas hormonas
sofrem grandes alterações no inicio da adolescência, mais concretamente na puberdade.

O desenvolvimento dos músculos, dos ossos e dos caracteres sexuais primários (traços
que permitem distinguir o género feminino do masculino) deve-se, em grande parte, à
produção de testosterona. Por outro lado, esta hormona é também responsável pela
produção, essencialmente pela produção de espermatozóides através dos testículos.
Simultaneamente, desenvolve-se os caracteres sexuais secundários, ou seja, os órgãos
genitais, crescem os pelos e dá-se uma alteração no timbre.

Nas mulheres, a hormona estrogénio origina a menstruação e a capacidade reprodutiva.


Por outro lado, os estrogenios possibilitam o surgimento dos caracteres sexuais
secundários, como, por exemplo, o crescimento dos pêlos, o desenvolvimento dos seios
e o alargamento da zona da anca. A progesterona promove o crescimento dos órgãos
sexuais e possibilita que uma gravidez decorre com normalidade.

Se os níveis hormonas sexuais não estiverem equilibrados, esses factores vai reflectir-se
automaticamente no temperamento do indivíduo. Vejamos o seguinte exemplo: poucos
dias antes da mulher ser menstruada tem geralmente, sintomas de tensão pré – menstrual
(TPM) e este sintomas incluem: maior irritabilidade, sensibilidade e carência afectiva.
Isto deve-se a alterações dos níveis das hormonas sexuais.

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É no cérebro que se localizam factores tão importantes como o pensamento, a
linguagem, as sensações, a memória e os sonhos. Podemos, assim concluir que o
cérebro contribui de forma determinante sobre o carácter e temperamento do ser
humano.

A medula espinal tem uma dupla função: condutora (transmite as informações dos
receptores ao cérebros e do cérebro aos órgãos efectores) e coordenadora (coordena as
actividades reflexas). Como é de esperar, essa condução e coordenação é fulcral para
um temperamento equilibrado.

2.6.2. Factores Psicológicos

Como vimos anteriormente, o carácter é adquirido por hábitos, enquanto o


temperamento é adquirido geneticamente, não sendo fruto de uma escolha do indivíduo.
Por isso, o temperamento não pode ser trocado, mas pode ser transformado. As atitudes
positivas podem ser aperfeiçoadas e as negativas podem sofrer transformação.

Os hábitos adquiridos por indivíduos ao longo da vida podem ser determinantes para a
determinação do seu carácter. Por outro lado, também o meio em que o indivíduo está
inserido pode modificar o seu temperamento.

8. INTELIGÊNCIA E MOMÉRIA

O conceito de inteligência e memória devem ser entendidos como processo mentais que
permitem ao ser humanos conhecer o seu próximo, bem como o seu meio ambiente.
Analisaremos, de seguida, cada um desses processos de forma pormenorizada.

8.1. Definição de inteligência

Etimologicamente, a palavra inteligência tem origem latina no termo inteigentia, que


tem como significado “compreensão”. A inteligência refere-se às competências
individuais mais complexas e existem três capacidades que, estando interligadas,
permitem caracterizar diferentes factores da inteligência. São elas:

 Capacidade de adaptação ao meio em que está inserido;


 Capacidade de efectuar um raciocínio abstracto;
 Capacidade cognitiva.

Vejamos algumas das definições de inteligência mais correntes entre os psicólogos:

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 É a capacidade de entender símbolos abstractos, conceitos e relações.
 É a capacidade de aprender novas matérias e de aprender com a experiencia.
 É a capacidade de nos adaptarmos a novas situações e de resolver problemas
em sentido lato. Tudo isso é possível, graças à memória que possibilita a
retenção do que foi aprendido.

8.2. Instrumentos de medidas de inteligência

A partir daí, eugenia passou a indicar as pretensões galtonianos de desenvolver uma


ciência genuínas sobre a hereditariedade humana que pudesse, através da
instrumentação matemática e biológica, identificar os melhores membros – como se
fazia com cavalo, porcos, cães ou qualquer animal – portadores das melhores
características, e estímulos a sua reprodução, bem como encontrar os que representavam
características degenerativas e, da mesma forma, evitar que se reproduzissem.

A inteligência é presumidamente herdada e não fruto da acção ambiental. Parte destas


conclusões, obteve-as estudando mais de uma centena de biografias, muitas das quais
eram de elementos da sua própria família. Neste seu livro, Galton afirmava que “ as
forças cegas da selecção natural, como agentes propulsores do progresso, devem ser
substituídas por uma selecção consciente e os homens devem usar todos os
conhecimentos adquiridos pelo estudo e o processo de evolução dos tempos passados, a
fim de promover o progresso físico e moral no futuro”

Para abordar o tema dos instrumentos de medidas de inteligência é, assim, indispensável


falar de Galton, como o introdutor do conceito de medida de inteligência, ao trabalhar
com campo da eugenia (estudo dos aspectos hereditários que poderiam “melhorar” a
espécie humana). A eugenia proporcionou, assim, a base necessária para que se
procedesse ao desenvolvimento de um conjunto de desdobramentos laboratoriais e
praticas experimentais, que assentavam no pressuposto de que as condições sociais
seriam o resultado, enquanto consequências da acção humana, da proliferação de
características físicas e psíquicas transmitidas de geração em geração.

Quem não estava de acordo com Galton era Alfred Binet , o introdutor da psicologia
experimental em França, e o seu seguidor T. Simon. Estes foram os responsáveis pela
criação da Escala Métrica da Inteligência. Esta escala era formada por testes que
visavam efectuar a medição das capacidades intelectuais

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Esses testes eram constituídos por perguntas e exercícios de várias naturezas:
linguística; calculo e imagens. Esses exercícios eram sequenciados do mais fácil para o
mais difícil e o seu grau de dificuldade era tanto maior fosse a idade do indivíduo que
fosse realizar o teste. Alfred Binet procedeu à aferição dos seus testes, aplicando-os a
crianças com idades compreendidas entre os três e os onze anos.

A classificação obtida nesses testes correspondia à idade mental da criança. A escala


Métrica de Binet tinha como objectivo avaliar as capacidades requeridas em contexto
escolar e, nesse sentido, Binet considerava que a criança era normal se verificasse que a
idade mental coincidia com a idade cronológica. Logo, se uma criança de 10 anos
apenas tivesse manifestado capacidade para responder às questões dos testes para
crianças de 6 anos, isso demonstrava que a sua idade mental era de 6 anos, pelo que, no
seu entendimento, a criança manifestava um certo atraso.

8.3. A idade mental

A idade mental é dada pelo resultado obtido nos testes da Escala Métrica de
Inteligência, acima descrito, e a idade cronológica corresponde aos anos que passaram
desde o nascimento da criança. Nem sempre a idade cronológica coincide com a idade
mental.

O conceito de Quociente de Inteligência, vulgarmente conhecido por Q.I., foi


introduzido na Alemanha, por Stern, e mais tarde, nos estados unidos da América.
Terman publicou uma nova versão do teste elaborado por Alfred Binet e T.Simon. esta
nova versão foi designada por Escala Stanford – Binet. O termo “Stanford” deve-se ao
nome da Universidade onde Terman dava aulas.

O Q.I. tem como objectivo saber qual a relação existente entre a idade mental (IM) e a
idade cronológico (IC). Visando efectuar o calculo do valor de Q.I., Termon utilizava a
seguinte formula:

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𝟏𝟎
QI= × 𝟏𝟎𝟎
𝐈𝐂
Vejamos o seguinte exemplo
Se uma criança com 8 anos tiver
uma idade mental de 10 anos
tem o seguinte Q.I

𝟏𝟎
QI = × 𝟏𝟎𝟎 = 𝟏𝟐𝟓
𝟖
Verificamos que esta criança
tem um Q.I de 125, o que
significa que a sua
inteligência é acima da
média. Para chegarmos a esta
conclusão temos que
consultar a seguinte tabela,
que estabelece a
correspondência entre o valor
de Q.I. e a sua designação

Q.I. Designação
80 – 89 Lentidão
90 – 109 Inteligência Média
110 – 119 Inteligência Superior
120 – 140 Inteligência Muito Superior

Anos mais tarde, Wechsler criou um teste destinado a pessoas adultas, que denominou
por Escala de Inteligência de Wecheler para Adultos

Estes tipos de inteligência sempre estiveram envolvidos em polémicas. Apesar de este


teste apresentarem as seguintes vantagens:

 Permitiram à Psicologia fazer a descrição quantitativa dos característicos


psicológicos e dos comportamentos;
 São instrumentos de avaliação e classificação que se realizam rapidamente,
tendo um baixo custo económico.

Também apresentam alguns itens menos positivos:

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 São criticados enquanto instrumento de prognósticos e diagnósticos;
 Os resultados obtidos são estáticos, não demonstrando o dinamismo do
psiquismo do ser humano;
 Dão importância ao resultado e não têm em atenção a forma como o indivíduo
o experienciou;
 Não revela os raciocínios efectuados;
 Não têm em atenção os sentimentos do indivíduo;
 O ambiente artificial em que o teste se realiza pode afectar o indivíduo;
 Não tem em atenção as condições sócio – culturais dos sujeitos.

Nas primeiras décadas do século XX, os testes de inteligência foram usados de uma
forma abusiva e provocaram uma situação de discriminação, que racial que sócia. Senão
vejamos o seguinte exemplo: nessa época foram realizados testes de inteligências aos
emigrantes que chegavam aos estados unidos de América e os resultados publicados
pelos psicólogos daquela altura não podiam ser mais discriminatórios: a maioria dos
emigrantes (judeus, húngaros, italianos e russo) era considerada débeis mentais.

Estes testes foram muito usados durante a Primeira Grande Guerra, mas nos anos 60
sofreram um grande constatação, uma vez que diversos psicólogos fizeram a denúncia
de que estes testes conduziam a uma discriminação, pois, no seu entendimento, estes
testes serviam para passar a ideia d que diferentes etnias e diferentes grupos culturas
tinham diferentes capacidades de aprendizagem, sendo estas transmitidas geneticamente
e avaliadas através de um simples número dado pelo teste de Q.I este número é muito
redutor porque acaba por atribuir ao indivíduo um rótulo.

Devemos perceber eu os testes de inteligência pode ser usadas desde que como técnica
complementar a outros métodos e técnicas, para elaborar um diagnóstico, tendo o
cuidado de efectuar o controlo de todas as variáveis.

9. TIPOS DE INTELIDÊNCIA

Nos anos 20, Thorndike veio romper com a idade, até então instalada, que o homem
possuía apenas uma inteligência, de carácter essencialmente conceptual e lógico. Este
autor veio mostrar que existem três tipos de inteligência:

 Inteligencia pratica;

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 Inteligencia social;
 Inteligencia conceptual.

9.1. Inteligência prática

Este tipo de inteligência está relacionado com o manuseamento de objecto,


manifestando-se em respostas concretas a problemas do dia – a – dia. Revela-se quando
o indivíduo inventa, produz e utiliza objectos. Por exemplo, quando um bebé procura
um brinquedo escondido está a revelar uma inteligência prática e põe em jogo as
percepções e o movimento (mesmo que a criança ainda não tenha aprendido a falar).
Esta inteligência é baseada na acção

9.2. Inteligência social

Este tipo de Inteligencia revela-se ao nível dos relacionamentos sociais e da capacidade


de solucionar os conflitos interpessoais. Para tal, é necessário que o indivíduo tenha um
vasto leque de conhecimento prévio, agindo essencialmente de uma forma intuitiva.
Esses conhecimentos advêm da interiorização de regras, de normas e de bem senso.

9.3. Inteligência conceptual

A inteligência conceptual, também denominada inteligência abstracta, tem a sua maior


manifestação no que se refere às competências verbais e simbólicas, pelo que se
subentende que a linguagem e os símbolos são importantíssimos para que o indivíduo
compreenda, raciocine e solucione problemas que lhe são apresentados e, com base
nisso, se sinta apto a tomar decisões.

10. INTELIGÊNCIA E POSSÍVEIS FACTORES DA MESMA

Muitos psicólogos consideram que a inteligência depende da hereditariedade e até


mesmo do sexo. Tais teorias têm normalmente como objectivo a justificação de
determinados preconceito raciais ou de discriminação.

As características intelectuais de todos os seres humanos, desde as crianças até aos


adultos sofrem influência das expectativas feitas acerca deles, que sejam positivas ou
negativas, essas influências é tanto mais forte se provier de pessoas próximas do
indivíduo, como familiares, amigos, etc. Viver em meios em que transmitam confiança

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nas capacidades do ser humano é muito importante, porque eleva a motivação para
aprender, aumenta a ambição e a vontade de concretização de objectivos.

A quantidade e a qualidade dos estímulos fornecidos pelo meio, em constante interacção


com o potencial genético, influenciam a inteligência. Essa desenvolve-se e não é
rigidamente fixada pela hereditariedade.

Para melhor entender a inteligência é importante considerar o factor idade, pois a


inteligência desenvolve-se com a idade, nas relações do indivíduo com o meio.

Acredita-se que hoje em dia, que a hereditariedade coloca certos limites intelectuais ao
determinar o potencial genético, mas que dentro desses limites não existem fronteiras
fixas, sendo o responsável pela sua ultrapassagem, ou não.

Jean Piaget é um construtivista e interacionista na medida em que defende uma posição


não é nem inatista (o património genético é determinante) nem é empirista (tudo advém
do meio), dando ao sujeito um papel activo na construção do conhecimento e do
desenvolvimento.

A concepção de desenvolvimento apresentada por Jean Piaget define a acomodação e a


assimilação como os conceitos básicos da sua teoria. Existe um processo adaptativo
através da assimilação e da acomodação, numa dinâmica interactiva individuo – meio.

Piaget considerava que o conhecimento corresponde a um processo e não a uma


acumulação de conteúdo. Sendo, por isso, o resultado de uma reorganização que vai
ocorrendo ao longo do tempo.

Este autor defendia que uma criança, com as suas capacidades intelectuais, começa a
fazer a descoberta do mundo que a rodeia através dos sentidos. Para que a organização
progressiva do conhecimento seja possível, é necessário que ocorra a assimilação e a
acomodação. É graças a este instrumentos do conhecimento, ou estruturas da
inteligência, que para Piaget ocorre a adaptação, isto é o processo através do qual o
organizamos se modifica em função do meio.

A assimilação é o processo mental através do qual o indivíduo faz a integração das


informações do ambiente, nas estruturas cognitivas. Quando ocorre a assimilação se
registam modificações no sujeito, ou seja, quando este está perante uma nova realidade,
não modifica as suas estruturas. É uma integração de novos objectos, mas naquilo que já

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existe, sem modificação das estruturas prévias, designadas por esquemas. No caso da
acomodação já há alteração nos esquemas dos sujeitos.

Para que haja adaptação e desenvolvimento, é necessário que haja equilíbrio entre estes
dois processos: a assimilação, que traduz estabilidade e continuidade, e a acomodação,
que traduz novidade e mudança.

A acomodação é, por sua vez, o processo através do qual as estruturas cognitivas do


sujeito sofrem modificações resultantes da integração das novas informações que
provêm do meio, isto é, corresponde ao processo mental pelo qual os esquemas de acção
(espécie de acção mental, que tanto pode ser básica, como pegar num brinquedo, ou
complexa, como resolver um problema de calculo matemática) e do pensamento se
transformam por estar em contacto com o objecto. Esta sai assim, transformação, onde
os esquemas não sofrem modificação, na acomodação o esquema inicial transforma-se
em função dos novos objectos e do próprio meio.

Vejamos o seguinte exemplo: um bebé recorre a um esquema verbal inicial para chamar
atenção (choro), mas, com o passar do tempo, vai introduzindo alterações a esses
esquema, para que o adulto note que ela não quer dizer sempre a mesma coisa. A
criança necessita de novos estímulos exteriores para se continuar a desenvolver.

Ao processo de regulação entre a assimilação e a acomodação dá-se o nome de


equilibração. Este processo permite a adaptação do individuo ao meio e uma
progressão da inteligência no sentido de um pensamento com uma complexidade cada
vez maior.

Segundo a teoria de Jean Piaget, a inteligência é vista como uma adaptação do sujeito (a
das sua estruturas cognitivas) ao meio em que este está inserido. A inteligência é, assim
construída ao longo do tempo, por estádios. Partindo dos reflexos simples do bebé,
herdada geneticamente a criança vai criando progressivamente estruturas mentais até
atingir o pensamento formal.

Os estádios do desenvolvimento correspondem a estruturas de conjunto que possuem a


sua unidade funcional, o que possibilita definir as suas características. Cada estádio é
diferente dos restantes, do ponto de vista qualitativo, apresentando as suas formas
próprias de adaptação ao meio. São, portanto, etapas de desenvolvimento que se
distinguem da forma qualitativa das fases anteriores e posteriores.

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Os estádios caracterizam-se por uma ordem de sucessão constante, embora possam
verificar-se diferenças cronológicas. De salientar ainda que há uma evolução
integrativa, ou seja, são sempre integradas no estádio seguintes as estruturas adquiridas.

10.1. Estádios de desenvolvimento

Para o Piaget, o desenvolvimento intelectual processa-se em quatro estádios sucessivos:

 Estádio sensor – motor;


 Estádio pré – operatório;
 Estádio das operações concretas;
 Estádio das operações formais.

10.1.1. Estádios sensório-motor (até aos 2 anos)

O estádio sensor-motor decorre aproximadamente nos dois primeiros anos de vida. O


nome deste estádio deve-se à sua principal característica: as crianças iniciam o seu
conhecimento do mundo através das suas acções sobre o meio em que está inserido.
Partindo da modificação dos reflexos inatos, a criança dá inicio ao desenvolvimento da
sua inteligência. Esta inteligência tem uma natureza prática e assenta na manipulação de
objectos (sensório-motor), que se traduz fundamentalmente numa diferenciação entre a
criança e o mundo. Esta acção manipulativa ocorre antes de a criança desenvolver as
capacidades d pensamento e da linguagem. Desde que nasce, o bebé procede à aplicação
dos seus reflexos inatos, como a sucção.

Sendo assim, este período processa-se desde o nascimento até aos dois anos de idade. A
partir da modificação dos reflexos inatos, a criança inicia o desenvolvimento da sua
inteligência, de natureza prática e baseada na acção manipulativa (sensório – motor),
que corresponde essencialmente a uma diferenciação entre a criança e o mundo.

Desde nascimento, o bebé põe em prática os seus reflexos inatos. Senão vejamos o
seguinte exemplo: alguns dias após nascimento o bebé já mama melhor, pois ele vai
assimilando e acomodando a partir dos seus reflexos inatos.

A criança começa por apresentar inicialmente apenas sensações internas, como prazer e
dor mas posteriormente passa a demonstrar a capacidade de seguir com olhar um

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objecto que se desloque no seu horizonte visual. A pouco e pouco, criança vai
reconhecendo que os objectos são autónomos e percebe que existem diferenças entre ele
próprio e o objecto. No entanto, nesta fase, ainda não existe o pensamento como
apresentação interiorizada. Na fase final deste estádio, a criança apresenta as seguintes
características cognitivas:

 Tem a capacidade de conhecer as coisas sem se encontrar a agir


directamente sobre as mesmas;
 Adapta-se ao meio através de esquema sensório – motor;
 Procura os objectivos quando não os encontra no seu campo visual (noção
de permanência dos objectivos);
 Tem noção de sucessão temporal dos acontecimentos;
 Aparece a linguagem, ou função simbólica (18/24 meses);
 Desenvolve as capacidades perceptivas e motoras;
 Apresenta uma inteligência prática que se aplica à resolução de problemas
concretos.

10.1.2. Estádio Pré – operatório (dos 2 aos 5/6 anos)

Este estádio inicia-se aproximadamente aos dois anos de idade e prolonga-se até aos
cinco ou seis anos. Durante este intervalo de tempo, verifica-se que a criança
desenvolve a inteligência representativa, que está associada à aquisição da linguagem. A
criança desenvolve, assim a capacidade de proceder à representação de algo por meio de
outras coisas, isto é, atribuindo-lhe a um determinado significado. A partir desta fase, a
criança está preparada para actual sobre os objectos de uma forma organizada, não
necessitando de manipular directamente os objectos. Todavia verifica-se ainda na
criança um estado de confusão entre a objectividade e subjectividade. A criança fica
presa às características finais do objecto, não existindo reversibilidade de pensamento.

 A função simbólica;
 O pensamento e a linguagem;
 A irreversibilidade do pensamento;
 O perfil egocêntrico;
 O pensamento intuitivo baseado em regras, mas muito sujeito à influência da
percepção.

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10.1.3. Estádio das operações concretas (5 aos 12 anos)

Este estádio com o pensamento operacional (5/8 anos) e prolonga-se até às operações
concretas (8/12 anos). Caracteriza-se por uma inteligência concreta e é neste estádio que
surge o raciocínio da criança, graças à aquisição de uma nova capacidade, a do
pensamento lógico recorrendo a objectos concretos, não sendo, no entanto, um
pensamento abstracto.

Alguns conceitos são adquiridos neste estádio. Aos 9 anos, a criança já revela a noção
de conservação da massa e aos 11 anos revela perceber em que consiste a conservação
do volume. De salientar ainda a capacidade de fazer seriações e classificações.

Vejamos algumas das operações que a criança consegue desenvolver neste estádio:

 Manipulação mental dos objectos;


 Consideração de todas as hipóteses;
 Com base em enunciados verbais, estruturação de um pensamento
proporcional;
 Contar, medir, classificar e seriar.

10.1.3. Estádio das operações abstractas (11/12 aos 14 anos)

Verifica-se que o pensamento atinge um nível de abstracção. Demonstra a capacidade


de raciocinar de forma hipotético – dedutiva sobre hipóteses e proposições. Os
adolescentes desenvolve o pensamento formal e demonstra a capacidade de tirar
conclusões a partir de hipóteses que coloca e não apenas por observação do mundo que
o rodeia.

Neste estádio verificam-se as seguintes características:

 Desenvolvimento do pensamento lógico e formal;


 Maior abstracção;
 Realização de operações sobre teorias;
 Egocentrismos intelectuais;
 Pensamento hipotético – dedutivo;
 Capacidade dedutiva e indutiva de modo sistemático e organizado.

11. CONCEITO DE MEMÓRIA

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A memória é um dos factores mais importantes das actividades celebral.
Frequentemente é solicitada no dia – a – dia, quer processar o registo, quer para
recordar informações tão diversos como um número de telefone, quer para recordarmos
a hora de um compromisso, o local onde deixámos um objecto, o nome de uma pessoa,
entre outros.

O nosso armazém de conhecimentos retidos na memória é muito diversificado. Vai


desde os nossos conhecimentos de carácter geral e cultural, aos nossos conhecimentos
mais recentes alguns procedimentos e gestos que utilizamos de forma automática, bem
como lembranças pessoais. Podemos, então, definir a memória como processo
cognitivo dinâmica de confiança de armazenamentos e recordação de conteúdos
adquiridos (informações, acontecimentos, sentimentos etc.), que permite usar no
presente dados do passado e guardar conteúdos para poderem usado no futuro.

Ao processo de memorização de conteúdos chamamos processo mnésico e engloba três


etapas:

 Aquisição (codificação): entrada de conteúdos na memória; nesta etapa os


nossos sentidos são alimentados por informações. A codificação diz respeito ao
estudo da informação, visando o seu registo na memória. A qualidade da
redacção vai depender da qualidade da codificação. Desta forma, uma
informação cujo estudo foi feito de forma superficial terá menos hipóteses de ser
memorizada, armazenadas na memoria e mais tarde recorda, que uma
informação que foi alvo de um estudo mais aprofundado. Por outro lado, a
qualidade da recordação depende ainda de uma boa organização das informações
no instante em que se processa a codificação.
 O armazenamento: consiste na conservação da informação durante um certo
tempo, variável em função das necessidades que se tem dessa informação. Para
que a informação permaneça na memoria o maior tempo possível é importante
utiliza-la regularmente. As novas informações que pretendemos registar na
memória vão conectar-se às informações mais antigas.
 A recordação: consiste na recuperação ou reutilização da informação
previamente armazenando.

Não é possível imaginar a vida do homem sem a memória, pois é devido à existência
deste processo que o homem realiza actividades como ler e escrever, trabalhar no

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computador, vestir-se, calçar-se e mesmo reconhecer as pessoas que nos são íntimas. É,
por isso, que memoria corresponde ao património individual e pessoal que torna cada
única.

Podemos também afirmar que a memória é uma das capacidades mais importantes e
complexos do homem e, a outros níveis possuir, comum a todos os animais, uma vez
que até os animais de estruturas mais simples parecem possuir a capacidade de
memorizar. Vamos centrar o nosso estudo na memória humana, mas os animais também
têm memoria. Todavia, a memória dos animais não lhes dá a possibilidade de evocar os
acontecimentos passados para fazer a sua representação. A memória é também essencial
como suporte de todos os processos de aprendizagem.

A aprendizagem corresponde à aquisição de comportamento ou à alteração de


comportamentos que já existiam por meio da interacção permanente com o meio da
interacção permanente com o meio onde o indivíduo está inserido. A para haver
aprendizagem tem que haver a mudança de alguma coisa e a memoria corresponde à
manutenção dessas mudanças. Para se conseguir memorizar alguma coisa, é preciso
aprender um conteúdo (etapa de aquisição), e para que se verifique uma permanência
das aprendizagens ao longo do tempo, é exigível que essas aprendizagens fingem
gravadas na memória. Se não existisse memória, o individuo teria de estar
continuamente a aprender os mesmos conteúdos, porque os conteúdos que este adquiria,
num determinado instante, imediatamente iriam ser perdidos. Assim, com a memória
temos a possibilidade de estar sempre a aprender conteúdos novos e isso garante-nos um
conteúdo desenvolvimento e um aumento da complexidade das actividades realizadas.

12. TIPOS DE MEMÓRIA

Através dos seus receptores sensitivos, o cérebro grava as informações dadas pelo meio
envolvente. Essas informações são sujeitas a uma codificação e são armazenados por
um determinado intervalo de tempo. Esse intervalo de tempo pode variar entre meros
segundos ou toda uma vida. Deste modo, podemos distinguir diferentes formas de
memórias, segundo o tempo de conhecimentos que contêm, mas também conforme a
duração da recordação. A maioria dos autores defende que devemos considerar três
sistemas de memória que integram a memória dos modelos teóricos:

 Os registos sensoriais;

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 A memoria a curto prazo;
 A memoria a longo prazo.

12.1. Memória sensorial

A memória sensorial corresponde ao conjunto de registos de informação sensorial que


se mantêm armazenados durante algum tempo depois de se extinguir o estímulo
sensorial (visual, auditivo, olfactivo, táctil). É este tipo de memória que possibilita que
vejamos um filme de forma contínua, uma vez que um filme corresponde a uma
sequência de imagem isoladas que por serem mostradas a uma determinada velocidade,
ficam, armazenadas ao nível da memória sensorial, até que surge a imagem seguinte,
provocando a sensação de movimento entre s diferentes fotogramas.

Cada sentido tem a sua memória mas as principais memórias são visuais, auditivas e
tácteis. Já a memória motora corresponde à memorização dos gestos.

A memória visual também é chamada de icónica, porque a palavra ícone tem como
significado imagem e corresponde ao armazenamento visual que transporta uma dada
informação.

A memória auditiva pode também designar-se por ecóica (eco significa repetição). É
através deste tipo de memória que percebemos aquilo que escutamos, visto que fazemos
o armazenamento, durante um breve intervalo de tempo, da mensagem auditiva.

É através deste processo que nos é possível compreender o que a outras pessoas falam e
estabelecer a ligação entre as palavras que compõem um determinado discurso. Se não
nos recordássemos das palavras que constituíam o inicio de uma frase, não teríamos a
capacidade de entender o sentido das últimas palavras.

Os tipos de memória

Segundo a modalidade sensorial:

 Visual
 Auditivo
 Gustativo
 Olfactiva

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 Táctil

Segundo o hemisférico celebral que processa a informação: Hemisfério central


direito e Hemisfério central esquerdo.

Hemisfério Central Direito:

 Rostos
 Trajectos
 Geografia visual
 Figuras geométricas
 Melodias
 Identidade de vozes
 Tons emocionais
 Posições no xadrez

Hemisfério Central Esquerdo:

 Primeira língua e outras


 Escrita
 Leitura
 Cálculo aritmético
 Nome de pessoas
 Números de telefone
 Nomes de rua

12.2. Memória a curto prazo

Este tipo de memória corresponde ao armazenamento de conteúdos num curto intervalo


de tempo (cerca de 30 segundo), após a extinção do estímulo. Esse tempo de
armazenamento depende de vários factores:

 Do indivíduo;
 Da informação a armazenar;
 Da forma como é apresentada a informação.

Pode também ser chamada de memória do trabalho ou operacional. Durante mais tempo
e é, até certo ponto, mais facilmente controlável que a memória sensorial.

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Este tipo de memória apresenta a capacidade e proceder ao registo de cerca de sete
itens. Por exemplo, quando recebemos uma chamada telefónica de alguém a informar-
nos de um contacto de telefone que necessitamos, temos a capacidade de o memorizar
durante algum tempo até marcar esse número para estabelecer a nova chamada.
Contudo, passado algum tempo já não nos conseguimos lembrar de qual era o número,
pois recorremos à memória a curto prazo.

12.3. Memória a longo prazo

Consiste na memorização de conteúdos durante períodos longos (horas, dias, meses,


anos ou mesmo para sempre). É neste tipo de memória que ficam registados resultantes
da aprendizagem e a extensão da sua capacidade de retenção é praticamente ilimitada.

Este tipo de memória permite-nos ler, reconhecer trajectos, de identificar pessoas


conhecidas, de recordar episódios da nossa infância. Podemos até afirmar que a sua
duração é ilimitada. A memória a longo prazo contém dados que têm origem na
memória a curto prazo.

13. FACTORES QUE INFUEM NA MEMORIZAÇÃO

Um psicólogo, de seu nome Hermann Ebbinghaus, que nasceu na Alemanha em 1850,


fez a sua formação académica em diferentes áreas: Historia, literatura, filosofia e
psicologia. Em 1885, iniciou os seus estudos relativos aos processos inerentes à
memória. Segundo ele, a memória era constituída por um sistema de armazenamento
que possibilitava o registo de conteúdos a longo prazo. Desde então, a memória humana
foi alvo de imensos estudos.

Apesar da controvérsia que os seus trabalhos provocam, o Hermenn contribuiu de


forma inegável para impulsionar uma serie de estudos dedicados à memória, embora
inseridos em diferentes perspectivas como associacionista, a cognitivista e a
construtivista.

Este autor ficou conhecido a nível internacional quando utilizou um método de estudar
o processo do esquecimento, que assentava a sua conhecida curva de esquecimento,
que demonstrou que a maior parte do esquecimento se produz logo após a aprendizagem
de uma forma mais lenta daí por diante.

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A amnésia infantil diz respeito à ausência quase total de lembranças antes dos 3 anos.
Os trabalhos realizados até ao momento sobre o assunto sugerem que antes dos 5/6
anos, as lembranças não são afectivamente episódicas.

Para alguns psicólogos defensores do cognitivismo, isso deve-se a um mecanismo de


codificação característica das lembranças. Outros pesquisadores acreditam num
mecanismo particular de recuperação, visto que esse período da vida fornece dicas
particularmente eficazes: o inicio da vida adulta, o casamento, o nascimento do primeiro
filho, o primeiro emprego, entre outros.

13.1. A clareza e vivacidade de impressão

Uma matéria que seja estudada a partir de resumo onde a informação esteja descrita de
forma clara, organizadas, esquemática e apelativa desperta no individuo um enorme
interesse, tornando mais fácil agradável o processo de estudo e memorização.

13.2. A lógica/sentido no conteúdo da mataria a memorizar

Existem condições que são mais favoráveis a uma boa memorização da matéria:

 Lógica: elaborar resumos da matéria que assentem numa perspectiva lógica e


repleta de sentido;
 Repetição: a investigação tem demonstrado que a repetição da informação que
estamos a prender garante a sua transição para a memória a longo prazo.
 Semelhança de contexto de codificação e de recuperação: a informação,
independentemente de qual seja, encontra-se sempre associada a uns contextos
característicos. Dai que uma informação seja recuperada mais facilmente num
contexto similar àquele no qual se processo a aprendizagem.

O interesse

A profundidade da codificação, isto é, a maneira como efectuamos o estudo da


informação constitui um papel importantíssimo na sua boa memorização. Por outro
lado, quando, por exemplo, um aluno está a estudar uma matéria de que gosta bastante,
consegue memorizá-la muito mais facilmente.

Grau de inteligência

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Grau de inteligência, também chamado de quociente de inteligência, mostra a relação
existente entre a idade mental (IM) e a idade cronológica (IC) e, embora não se possa
considerar este factor de modo isolado, geralmente, quando maior for o grau de
inteligência mais facilmente o individuo memoriza o conteúdo que pertence.

14. O ESTADO DE SAÚDE/ESTADO DO SISTEMA NERVOSO

Quando um indivíduo se encontra saudável física e mentalmente, apresenta uma maior


disponibilidade e sucesso na memorização de diferentes conteúdos. Para isso, há
factores que são determinantes como: as horas de sono adequadas, a ausência de stress,
a motivação, a tranquilidade e de bom estado de saúde.

A importância do sono: o sono engloba varias fases de sono lento, compreendidas


desde o adormecimento e o sono profundo até à fase de sono paradoxal (onde
geralmente sonhamos). Diversas experiencias realizadas, tanto como seres humanos
com animais, vieram mostrar a importância do sono paradoxal no processo de
memorização. Por exemplo, mostrou-se que, no ser humano, as informações que são
memorizadas antes do memento de adormecer ficam melhor memorizadas do que se
forem aprendidas durante o dia.

Tal veio mostrar que o sono paradoxal melhora o armazenamento da informação. Este
resultado pode, todavia, justifica-se pela menor existência de interferências durante a
noite, comparativamente com o que acontece durante o dia.

Stress e outros factores: a investigação mostra que o envelhecimento não é o único


factor responsável pela degradação do desempenho da memória. Esta está também
relacionada com as circunstanciais e os acontecimento do dia – a – dia, como, por
exemplo: o cansaço, e o stress a motivação, a distracção, o afectam de estarmos
apressados, de termos sido interrompidos, de estamos doentes ou sob o efeito de um
sedativo, entre outros. Assim, as preocupações degradam a memória, e isto por várias
razões. A primeira é que um bom funcionamento da memória passa por um sono de boa
qualidade. Ora, as preocupações provocam perturbações do sono. Da mesma forma, as
preocupações podem dar origem a depressões, que por sua vez podem dar origem a
alterações da capacidade da memória.

As emoções: quando uma infirmação é codificada, o contexto emocional pode


desempenhar um papel importante no favorecimento da recuperação dessa informação.

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O recalcamento da recordação: em caso de situação traumatizante para o indivíduo, é
possível que a informação seja recalcada o mais profundamente possível, como se o
indivíduo pretendesse, assim, proteger-se dela.

14.1. O Esquecimento

É útil que o conhecimento a ser recordado tenha sido emocionalmente relevante, que
tenha abalado as escalas de valores. Desde que uma cena tenha algum valor, desse que
na altura houvesse suficiente emoção, o cérebro apreende imagens, sons, odores e
sabores, num registo multimédia, e irá recupera-los na altura própria. Com o tempo, a
recordação poderá desvanecer-se. Com o tempo, e com a imaginação de um fabulista,
o material será em beirado, baralhando e voltará a sua ordenada num romance ou um
argumento cinematográfico. Passo a passo, aquilo que começou como imagem fílmicas
não – verbais poderá mesmo transformar-se num relato verbal fragmentada recordava
tanto pelas palavras de uma narrativa como por elementos visuais e auditivos.

14.2. CONCEITO

A memória do ser humano tem um carácter adaptativo, pois apresenta a capacidade de


adquirir armazenar e recuperar informação. Assim, impõem-se a seguinte questão:

Será que toda a informação adquirida permanece armazenada na memória?

A memória é constituída por recursos de natureza biológica e cognitiva. Para


assegurarem o carácter adaptativo da memória, esses recursos colocam-lhe algumas
restrições. Daí armazenemos tudo aquilo que vivenciamos. Deste modo, o esquecimento
constitui-se como uma condição da memória. Ele não corresponde, geralmente, a
qualquer tipo de doença, mas sim a uma condição necessária para a saúde da própria
memória. Não podemos desenvolver o tema da memória sem falar em esquecimento. O
esquecimento não pode ser visto como uma falha da memória, visto que ele é, como
referimos, uma condição da própria memória: é pelo facto de esquecermos que
continuamos a armazenar novas informações.

O esquecimento tem uma função selectiva, dando que afasta informações que não são
úteis ou necessárias, e ocorre nos diferentes níveis de memória. O esquecimento é,
então, a incapacidade de reter, recordar ou reconhecer uma informação.

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O papel do esquecimento é fulcral na memória sensorial e na memória a curto prazo, já
que apenas é possível fazer o registo eficaz de novas informações se as informações
anteriores, ou parte delas, forem extintas. Por acção do esquecimento, apagam-se da
memória a longo prazo alguns factos que, se assim não fosse, poderiam originar
problemas do foro psicológico.

15. FACTORES QUE EXPLICAM O ESQUECIMENTO

É importante conhecer as causas que explicam a manutenção e a perda de informação.


Estas têm sido objecto de várias investigações. O esquecimento pode ocorre como
consequência de vários factores. Entre outras causas, foram identificadas as seguintes:

 Desaparecimento e alteração do traço mnésico;


 Interferências de novas aprendizagens;
 Motivações inconscientes.

15.1. Desaparecimento e alteração do traço mnésico

Uma teoria explicativa para o esquecimento assenta no desaparecimento do traço


mnésico. Comecemos por recordar que o traço mnésico é a capacidade de recordar
todas as informações que estão codificadas na nossa memória.

Ao longo do tempo, o traço mnésico extinguir-se-ia graças à falta de repetição do


exercício. Contudo, nem sempre isto se verifica, pois há aprendizagens que nunca
esquecemos, como, por exemplo, andar de bicicleta, mesmo que estejamos muito tempo
sem o fazer. Por outro lado, por vezes há situações distintas que ocorrem no mesmo
período da nossa vida, e de uma lembramo-nos perfeitamente e outras esquecemo-nos
completamente.

15.2. Interferências de novas aprendizagens

As informações armazenadas podem ser alteradas pela aprendizagem de novos


conteúdos e respectivas memorizações. Diz-se que ocorre uma interferência entre as
novas aprendizagens e os conteúdos que já estavam retidos na memória, o que pode
conduzir ao esquecimento no fundo, o individuo deixa se ser capaz de se lembrar de
uma informação, visto que este se encontra baralhada com lembranças.

Podemos distinguir dois tipos de interferências:

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 Inibição retroactiva: corresponde ao mecanismo através do qual as memorias
mais recentes afecta a possibilidade do indivíduo se lembrar de acontecimentos
mais antigos. A informação mais recente afecta, assim, negativamente a
recordação da informação anterior.
 Inibição proactiva: corresponde ao mecanismo através do qual as memórias
mais recentes afectam a capacidade de recordar acontecimentos mais recentes.
Há assim uma influência negativa da aprendizagem antiga sobre a lembrança de
uma nova informação.

15.3. Motivação inconsciente

De acordo com Freud, existem motivações inconscientes que fazem com que nos
esqueçamos de determinados factos indesejáveis ou que não beneficiem a nossa saúde
psicológica. Daí que Freud apresente uma justificação para que nos esqueçamos de
determinados factor e recalcamento. Este corresponde a uma de defesa que consiste em
transferir para o inconsciente acontecimentos traumáticos, lembranças que afligem, que
causam uma sensação de desconforto ao indivíduo.

Por outro lado, Freud refere, ainda os simples esquecimentos do quotidiano, a que
chama actos falhados. Segundo o autor estes estariam fortemente ligados a motivos de
natureza inconscientes. Como por exemplo de actos falhados temos:

 Lapsos;
 Esquecimento de palavras;
 Esquecimento de datas;
 Intencionalidade de dizer uma coisa dizer outra, entre outros.

Em síntese, lembrar significa reconstruir. Essa reconstrução da informação


armazenadas, que o indivíduo tem a capacidade de chamar à lembrança, não é
reproduzida de forma integral quando é lembrada. Isto acontece porque os conteúdos
são alvo de transformação, resultado de várias influências:

 De tempo;
 Das atitudes;
 De novas vivencias;
 Dos valores e sentimentos do sujeito.

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Todas as informações armazenadas sofrem reelaboração, transformação e deformação.

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