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DESENVOLVIMENTO HUMANO

PROF. ESP. BRUNO JOSÉ ARAÚJO DE RESENDE


DESENVOLVIMENTO HUMANO

No âmbito da psicologia, o desenvolvimento humano se refere


à formação da identidade do indivíduo, ou seja, o seu comportamento,
os valores, capacidades, e etc. Neste aspecto, o desenvolvimento
humano leva em consideração vários fatores distintos, como
características genéticas, padrões intelectuais, emocionais, os grupos de
convívio em que está inserido, o desenvolvimento físico, entre outros.
DESENVOLVIMENTO HUMANO
“Estudar o desenvolvimento humano implica no estudo dos aspectos físico-motor,
intelectual, afetivo-emocional e social. Este estudo refere-se ao desenvolvimento mental e
ao desenvolvimento orgânico”.

ASPECTO FÍSICO-MOTOR: é a consideração do


crescimento orgânico, da maturação neurofisiológica, ASPECTO INTELECTUAL: é a
da capacidade de manipulação de objetos e do capacidade de pensar, de raciocinar.
exercício do próprio corpo.

ASPECTO AFETIVO-EMOCIONAL: é o modo ASPECTO SOCIAL: é a maneira como o


particular de cada indivíduo integrar suas indivíduo reage diante das situações que
experiências, é o sentir. envolvem outras pessoas.
FATORES QUE INFLUENCIAM O DESENVOLVIMENTO
HUMANO

HEREDITARIEDADE E GENÉTICA: é a CRESCIMENTO ORGÂNICO: é o aspecto


carga genética do indivíduo que será capaz físico que considera o processo dinâmico que
de estabelecer a sua potencial, que poderá se apresenta visivelmente pelo
ou não se desenvolver. desenvolvimento físico e fisiológico

MATURAÇÃO NEUROFISIOLÓGICA: é o
que torna possível determinado padrão de MEIO: é o conjunto de influências e
comportamento, ou seja, existe um estimulações ambientais que pode alterar os
equipamento neurofisiológico que passa por padrões de comportamento do indivíduo.
uma evolução determinada por fatores
biológicos.
DESENVOLVIMENTO HUMANO
As teorias estudam o desenvolvimento dando ênfase a algum destes aspectos, mas
devemos considerar que o crescer humano supõe que estes aspectos não se separam:

SIGMUND FREUD JEAN PIAGET LEV VYGOTSKY


Estudou o desenvolvimento a partir do Estudou o desenvolvimento a Estudou o desenvolvimento a
aspecto afetivo/psicossexual. partir do enfoque do partir da socio/linguagem.
desenvolvimento cognitivo.

HENRI WALLON ERICK ERICKSON


Estudou o desenvolvimento a partir de ambos os Estudou o desenvolvimento a partir da
fatores, orgânicos e sociais – equilibradamente. personalidade – estados psicossociais.
SIGMUND FREUD
Apresenta uma teoria de desenvolvimento da personalidade (Id, ego e superego),
que segundo ele se processa em uma sequência de estágios psicossexuais que
decorrem desde o nascimento até a adolescência.

2º FASE ANAL – 01 a 03 3º FASE FÁLICA – 03 a 06


1º FASE ORAL – 0 a 01 ano. anos. anos.
Zona Erógena: Boca Zona Erógena: Entranhas e Zona Erógena: Genitais
Os primeiros momento de prazer são controle da bexiga A libido está ligada à genitália e
vivenciados pela boca e pelos lábios. Nela, a criança começa a obter à micção. O desejo de
Isso porque, ao entrar em contato com o controle de seu esfíncter, em manipular os órgãos sexuais e a
seio materno, ela sacia sua fome. Ou que ela tira proveito do ato de curiosidade em diferenciar o
seja, além da sensação agradável do reter as fezes para, em seguida, feminino e o masculino também
toque, um instinto de sobrevivência é desfrutar de prazer e alívio aparecem nesse momento.
aliviado. Isso explica por que elas quando passam pelo ânus.
costumam levar à boca tudo o que
encontram. 5ª FASE GENITAL – a partir 11 anos à vida adulta.
Zona Erógena: Amadurecendo de interesses
4º PERÍODO LATÊNCIA – 06 a 11 anos.
sexuais.
Zona Erógena: Sentimentos sexuais são
A puberdade começa a se manifestar, e os impulsos
inativos.
sexuais não podem mais ser reprimidos – e as
A libido é temporariamente direcionada para o
transformações trazidas pela adolescência têm grande
desenvolvimento intelectual e social da criança. Os
parte nisso. Além disso, a identidade infantil é deixada
pais exercem um papel importante nesse período, já
para trás, em processo de (re)construção identitária.
que desencorajam ou punem os impulsos sexuais.
JEAN PIAGET
De acordo com Piaget, o indivíduo (a criança) aprende construindo e reconstruindo
o seu pensamento, através da assimilação e acomodação das suas estruturas.

1º ESTÁGIO: SENSORIO – MOTOR 2º ESTÁGIO: PRÉ-OPERATÓRIA


0 a 02 anos de idade. 02 a 07 anos de idade.
É onde se inicia o desenvolvimento das O pensamento da criança está centrado nela mesma,
coordenações motoras, a criança aprende a é um pensamento egocêntrico. E é nesta fase que se
diferenciar os objetos do próprio corpo e os apresenta a linguagem, como socialização da
pensamentos das crianças está vinculado ainda às criança, que se dá através da fala, dos desenhos e
dimensões concretas. No entanto, foco ainda está das dramatizações. Inicio da Teoria da Mente –
nas sensações e áreas motoras MORAL!

3º ESTÁGIO: OPERACIONAL CONCRETO 4º ESTÁGIO: OPERAÇÕES FORMAIS


07 a 11 anos de idade. 11 até a vida adulta.
A criança passa a utilizar o pensamento lógico, É uma fase de transição, de criar ideias e hipóteses
apenas ainda nas dimensões concretas. E a do pensamento. A linguagem tem um papel
predominância do pensamento está vinculado às fundamental para se comunicar. Por isto, a nível da
operações como conservação, classificação, inteligência é possível construir abstrações e testar
reversibilidade, por exemplo. possíveis validações.
LEV VYGOTSKY
Segundo Vygotsky, o desenvolvimento cognitivo se dá por meio linguagem e da
interação social, ou seja, de sua interação com outros indivíduos e com o meio. Esta
linguagem imprime três mudanças essenciais no processo psíquico do homem, que
são: MEDIAÇÃO

1.º - a linguagem permite lidar com os objetos Segundo a teoria Vygotskiana, toda relação do
indivíduo com o mundo é feita por meio de
do mundo exterior mesmo quando eles estão
instrumentos técnicos – como, por exemplo, as
ausentes. ferramentas agrícolas, que transformam a natureza –
e da linguagem – que traz consigo conceitos
2.º - através da linguagem é possível analisar, consolidados da cultura à qual pertence o sujeito. Em
abstrair e generalizar as características dos outras palavras, para Vygotsky todo o aprendizado é
objetos, eventos, situações presentes na necessariamente mediado;
realidade.
A mediação simbólica é um pressuposto essencial
para explicar o funcionamento das funções mentais
3.º - a terceira está associada à função de
superiores sendo uma característica presente em
comunicação entre os homens que garante, toda atividade humana, pois dentro da teoria
como consequência, a preservação, vygotskiana a relação do homem com o mundo não
transmissão e assimilação de experiências é direta e sim mediada através dos instrumentos e
acumuladas pela humanidade ao longo da signos, sendo que o primeiro é externo e o segundo
história. interno.
HENRI WALLON
Desenvolveu a teoria de que a inteligência é organicamente social. A teoria do
desenvolvimento cognitivo de Wallon é centrada na psicogênese da pessoa
completa. Para Wallon a criança é essencialmente emocional e vai se constituindo
um ser sócio – cognitivo gradualmente.

1º ESTÁGIO: IMPULSIVO-EMOCIONAL: 0 a 01 ano. 3º ESTÁGIO: PERSONALISMO: 03 a 06 anos


Por volta dos seis meses a criança manifesta um ✓ Enriquecimento do eu e a construção da
maior numero de expressões emocionais como: raiva, personalidade.
dor tristeza, alegria, começa a engatinhar e por volta ✓ Oposição ao outro – busca de afirmação de si.
dos 9 meses desenvolve o humor. É importante ✓ Sedução – a criança tem necessidade de ser
desde o nascimento conversar com a criança, pois é admirada, para se admirar também.
por meio da linguagem que ela vai se apropriando da ✓ Imitação – personagens são criados a partir
cultura em que esta inserida. das pessoas que a criança admira.
✓ Inteligência se apoia fortemente na atividade
2º ESTÁGIO: SENSÓRIO-MOTOR E PROJETIVO: motora.
01 a 03 anos. ✓ Sincretismo – não separa a qualidade da coisa
Caracteriza-se pela investigação e exploração da em si.
realidade exterior. O andar e a linguagem darão
oportunidade à criança de ingressar em um novo
mundo, o dos símbolos.
HENRI WALLON
Desenvolveu a teoria de que a inteligência é organicamente social. A teoria do
desenvolvimento cognitivo de Wallon é centrada na psicogênese da pessoa
completa. Para Wallon a criança é essencialmente emocional e vai se constituindo
um ser sócio – cognitivo gradualmente.

4º ESTÁGIO: PENSAMENTO CATEGORIAL: 06 a 11 anos.


Desmame afetivo, “idade da razão”, idade escolar. Poder de autodisciplina mental (atenção). Brusca
regressão do sincretismo. Constituição da rede de categorias, dominadas por conteúdos concretos.
Conhecimento operativo racional, função categorial.

5º ESTÁGIO: ESTÁGIO DA PUBERDADE E DA ADOLESCÊNCIA: A partir dos 11 ou 12 anos.


Neste estágio o indivíduo começa a estabelecer os limites de sua autonomia e dependência. Seu
pensamento adquire um nível alto de abstração e reflexão, possibilitando sua inserção nas mais diversas
atividades sociais.
ERICK ERICKSON
Na Teoria Psicossocial do Desenvolvimento, a perspectiva de evolução caminha em
oito estágios. Os primeiros estágios decorrem no período de bebê e da infância, e
os últimos durante a idade adulta e a velhice.

1º ESTÁGIO: CONFIANÇA BÁSICA X DESCONFIANÇA BÁSICA (do nascimento até cerca de 1 ano).
Durante o primeiro ano de vida a criança é substancialmente dependente das pessoas que
cuidam dela, requerendo cuidado quanto à alimentação, higiene, locomoção, aprendizado de
palavras e seus significados, bem como estimulação para perceber que existe um mundo em
movimento ao seu redor. O amadurecimento ocorrerá de forma equilibrada se a criança sentir
que tem segurança e afeto, adquirindo confiança nas pessoas e no mundo.

2º ESTAGIO: AUTONOMIA X VERGONHA E DÚVIDA (01 a 03 anos aproximadamente).


Neste período a criança passa a ter controle de suas necessidades fisiológicas e responder por
sua higiene pessoal, o que dá a ela grande autonomia, confiança e liberdade para tentar novas
coisas sem medo de errar. Se, no entanto, for criticada ou ridicularizada desenvolverá vergonha e
dúvida quanto a sua capacidade de ser autônoma, provocando uma volta ao estágio anterior, ou
seja, a dependência.
ERICK ERICKSON
3º ESTÁGIO: INICIATIVA X CULPA (03 a 05 anos aproximadamente).
Durante este período a criança passa a perceber as diferenças sexuais, os papéis
desempenhados por mulheres e homens na sua cultura (conflito edipiano para Freud)
entendendo de forma diferente o mundo que a cerca. Se a sua curiosidade “sexual”
e intelectual, natural, for reprimida e castigada poderá desenvolver sentimento de culpa
e diminuir sua iniciativa de explorar novas situações ou de buscar novos conhecimentos.

4º ESTAGIO: CONSTRUTIVIDADE X INFERIORIDADE (06 aos 11 anos)


Neste período a criança está sendo alfabetizada e frequentando a escola, o que propicia o convívio com
pessoas que não são seus familiares, o que exigirá maior sociabilização, trabalho em conjunto,
cooperatividade, e outras habilidades necessárias. Caso tenha dificuldades o próprio grupo irá criticá-la,
passando a viver a inferioridade em vez da construtividade.
5º ESTAGIO: IDENTIDADE X CONFUSÃO DE PAPÉIS ( 12 aos 18 anos)
O quinto estágio ganha contornos diferentes devido à crise psicossocial que nele acontece, ou seja,
Identidade Versus Confusão. Neste contexto o termo crise não possui uma acepção dramática,
por tratar-se de a algo pontual e localizado com polos positivos e negativos.

6º ESTAGIO: INTIMIDADE X ISOLAMENTO (Jovem adulto)


Nesse momento o interesse, além de profissional, gravita em torno da construção de relações profundas e
duradouras, podendo vivenciar momentos de grande intimidade e entrega afetiva. Caso ocorra uma decepção
a tendência será o isolamento temporário ou duradouro.
ERICK ERICKSON
7º ESTAGIO: PRODUTIVIDADE X ESTAGNAÇÃO (meia idade)
Pode aparecer uma dedicação à sociedade à sua volta e realização de valiosas
contribuições, ou grande preocupação com o conforto físico e material.

8º ESTAGIO: INTEGRIDADE X DESESPERANÇA (velhice)


Se o envelhecimento ocorre com sentimento de produtividade e valorização do que foi
vivido, sem arrependimentos e lamentações sobre oportunidades perdidas ou erros
cometidos haverá integridade e ganhos, do contrário, um sentimento de tempo perdido
e a impossibilidade de começar de novo trará tristeza e desesperança.
REFERÊNCIAS

BOCK, Ana Mercês Bahia et al. Psicologias: Uma introdução ao estudo de Psicologia. São Paulo:
Saraiva, 2002.
Galvão, Isabel (1999). Henri Wallon:Uma concepção dialética do desenvolvimento infantil. Petrópolis:
Vozes.
Fadiman, James & Frager, Robert (1976), Teorias da Personalidade, São Paulo, HARBRA, 1986
Freud, S. (1905). Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade (no original em alemão, Drei
Abhandlungen zur Sexualtheorie).
PIAGET, Jean. Teoria da aprendizagem na obra de Jean Piaget. São Paulo: UNESP, 2009.
VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. Rio de Janeiro: Martins Fontes, 1996. VYGOTSKY, L.
S. Pensamento e Linguagem. Rio de Janeiro: Martins Fontes, 1998.
SCHULTZ, Duane P; SCHULTZ, Sidney Ellen. Teorias da personalidade. 4ª Edição. São Paulo:
Cengage Learning, 2002.

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