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Botelheiro

Psicologia
A psicologia do desenvolvimento procura descrever, tão completa e exatamente
quanto possível, as funções psicológicas das crianças, em diferentes idades, e descobrir
como tais funções mudam com a idade.
Assim, a Psicologia do Desenvolvimento procura saber como cada função aparece
nas várias idades. Um dos seus objetivos é descobrir quando e como cada tipo de
comportamento vai aparecendo. A psicologia do desenvolvimento visa quatro aspetos:
aspeto físico-motor, aspetos intelectuais, aspetos afetivo-emocional e o aspeto social.
1º infância
Quando um bebé nasce, está sujeito a múltiplos aspetos, o aspeto físico-motor
(crescimento orgânico, maturação neurofisiológica, capacidade de manipulação de
objetos, exercício do próprio corpo.), aspetos intelectuais (capacidade de pensamento,
raciocínio), aspetos afetivo-emocional (Refere-se ao modo particular de o indivíduo
integrar as suas experiências) e o aspeto social (como o individuo reage diante das
situações que envolvem outras pessoas.). todos estes aspetos derivam muito das
vivencias e experiências do bebe. Existem, então, aspeto fundamentais para a vida
emocional: Segurança e autoestima.
Por outro lado, o bebé nasce já com aspetos inatos (afeto)- “algo que nasceu com
o indivíduo”. (tristeza, alegria, raiva) - o desenvolvimento destes mesmo
conhecimentos depende do cuidador, pois, se não existir cuidador, o seu
desenvolvimento pode ficar condicionado. Para o certo desenvolvimento destes
afetos, é importante que exista alguém que responda ás nossas necessidades.
Então, é necessário que exista a 1º relação, ou seja, o vínculo, pois, é fundamental
para o desenvolvimento emocional saudável. Este vínculo, é compreendido, quase
sempre com a relação mãe-bebe (cuidados) onde a mãe (suficientemente boa) está
atenta ás necessidades e tenta que o bebé não seja exposto a muitos estímulos. Se o
bebé for exposto a muitos estímulos condiciona o sistema neurológico e pode
provocar várias consequências, como por exemplo, a hiperatividade. Assim, é notório
que um desencontro entre a necessidade e a resposta condiciona um problema
emocional, isto, faz com que o bebé se adapte a necessidade da mãe. A isto podemos
chamar de falso seff (as respostas não vão de acordo ás próprias necessidades, mas
sim ás dos outros).
Como afirmei anteriormente, a relação mãe-bebé é um processo fundamental para
o desenvolvimento emocional do próprio individuo, contudo é necessário que esta
relação não seja muito intensa, mais ou menos a partir dos 4meses tem de ser
introduzida um novo elemento na relação. O bebé tem de começar a perceber que a
relação com a mãe não é exclusiva.
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Para que exista um bom desenvolvimento emocional, Bowlby disse que existiam 3
tipos de vinculação:

• Segura (ideia que se pode contar com alguém) + facilidade em relacionar


• Ambivalente (quando há ausência de alguém) pessoas inseguras
• Ansiosa (
• não se confia nelas próprias nem nos outros) pessoas evitantes nos
relacionamentos

Para Freud, existem 5 estágios de desenvolvimento psico-sexual.

• Oral- (1 ano) a fonte primária de interação do lactente ocorre através da boca. A


boca é vital para comer e a criança obtém prazer da estimulação oral por meio de
atividades gratificantes
• Anal- (1 a 3 anos) o foco principal da libido estava no controle da bexiga e
evacuações. A criança tem de aprender a controlar suas necessidades
corporais. Desenvolver esse controle leva a um sentimento de realização e
independência.
• Fálico- (3 a 6 anos) o foco principal da libido é sobre os órgãos genitais. Nessa
idade, as crianças também começam a descobrir as diferenças entre machos e
fêmeas.
• Latência- (6 anos – puberdade) O desenvolvimento do ego e superego contribuem
para este período de calma.
• Genital- (puberdade até à morte) - Durante a fase final de desenvolvimento
psicossexual, o indivíduo desenvolve um forte interesse sexual no sexo oposto.
Esta fase começa durante a puberdade, mas passa por todo o resto da vida de uma
pessoa. Em fases anteriores, o foco foi exclusivamente nas necessidades individuais,
porém o interesse pelo bem-estar dos outros cresce durante esta fase. Se as outras
etapas foram concluídas com êxito, o indivíduo deve agora ser bem equilibrado,
tenro e carinhoso. O objetivo desta etapa é estabelecer um equilíbrio entre as
diversas áreas da vida.

Se tudo corre bem, há um bom desenvolvimento e existe a progressão para a


adolescência. Se falha, há fixação, onde existe uma patologia mental.

Teoria do desenvolvimento e conhecimento de Piaget


A teoria de Jean Piaget explica como o indivíduo, desde o seu nascimento, constrói o
conhecimento. Onde o desenvolvimento cognitivo procede por estágios. Todas as
pessoas, portanto, desde que tenham um desenvolvimento normal, passam por estas
fases na mesma ordem, com possíveis variações das idades.
Para Piaget, o desenvolvimento cognitivo é um processo de sucessivas mudanças
qualitativas e quantitativas das estruturas mentais (esquema). A construção do
conhecimento ocorre quando acontecem ações que provocam o desequilíbrio no
esquema, necessitando dos processos de assimilação e acomodação para a construção
de novos esquemas e alcance do equilíbrio.
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Os estágios do desenvolvimento cognitivo


1. Sensório-motor (0-2 anos)
2. Pré-operatório (2-7 anos)
3. Operatório concreto (7-11)
4. Operatório formal (12 anos em diante)

1. Sensório-motor (0-2 anos)


• A partir de reflexos neurológicos básicos, o bebê começa a construir esquemas de
ação para assimilar mentalmente o meio. A inteligência é prática. As noções de espaço
e tempo são construídas pela ação. O contato com o meio é direto e imediato, sem
representação ou pensamento.

2. Pré-operatório (2-7 anos)


Também chamado de estágio da Inteligência Simbólica. Caracteriza-se pela
interiorização de esquemas de ação construídos no estágio anterior (sensório-motor).
• É egocêntrica, centrada em si mesma, e não consegue se colocar, abstratamente, no
lugar do outro. • Não aceita a ideia do acaso e tudo deve ter uma explicação (é fase
dos "por quês"). • Já pode agir por simulação, "como se". Possui perceção global sem
discriminar detalhes. Deixa se levar pela aparência sem relacionar fatos.
3. Operatório Concreto (7-11anos)
A criança desenvolve noções de tempo, espaço, velocidade, ordem, casualidade, ..., já
sendo capaz de relacionar diferentes aspetos e abstrair dados da realidade.
Não se limita a uma representação imediata, mas ainda depende do mundo concreto
para chegar à abstração. Desenvolve a capacidade de representar uma ação no sentido
inverso de uma anterior, anulando a transformação observada (reversibilidade).

4. Operatório formal (12 em diante) A representação agora permite a abstração


total. A criança não se limita mais a representação imediata nem somente às
relações previamente existentes, mas é capaz de pensar em todas as relações
possíveis logicamente buscando soluções a partir de hipóteses e não apenas pela
observação da realidade. Em outras palavras, as estruturas cognitivas da criança
alcançam seu nível mais elevado de desenvolvimento e tornam-se aptas a aplicar o
raciocínio lógico a todas as classes de problemas.

■ A Epistemologia Genética proposta por Piaget é essencialmente baseada na


inteligência e na construção do conhecimento e visa responder não só como os
homens, sozinhos ou em conjunto, constroem conhecimentos, mas também
por que processos e por que etapas eles o conseguem fazer.
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■ Grande preocupação da epistemologia genética? Explicar a ordem de sucessão


em que as diferentes capacidades cognitivas se constroem. O fato da formação
de capacidade cognitiva acontecer em períodos sucessivos decorre,
principalmente, de que as competências que vão sendo adquiridas pelo sujeito
ao longo de sua vida, pressuporem outras que lhes são anteriores.

Estagios de desenvolvimento psico-social para Erikson

• Confiança vs. Desconfiança- A primeira etapa da teoria do desenvolvimento


psicossocial de Erikson ocorre entre o nascimento e um ano de idade e é a
fase mais fundamental na vida. Uma criança é totalmente dependente.
Desenvolvimento da confiança é baseado na confiabilidade e qualidade dos
cuidadores da criança. Se uma criança se desenvolve com sucesso a confiança,
vai se sentir segura no mundo.

• Autonomia vs. Vergonha- A segunda etapa da teoria do desenvolvimento


psicossocial de Erikson tem lugar durante a primeira infância e é focada em
crianças que desenvolvem uma maior sensação de controle pessoal. Neste
ponto do desenvolvimento, as crianças estão apenas começando a ganhar um
pouco de independência. Elas estão começando a executar ações básicas por
conta própria e a tomar decisões simples sobre o que elas preferem. Ao
permitir que as crianças façam escolhas e tomem o controle, pais e cuidadores
podem ajudar as crianças a desenvolverem um senso de autonomia.

• Iniciativa vs. Culpa- A terceira etapa do desenvolvimento psicossocial tem


lugar durante os anos pré-escolares. Neste ponto no desenvolvimento
psicossocial, as crianças começam a afirmar o seu poder e controle sobre o
mundo através de liderar o jogo e outras interações sociais.

Produtividade vs. Inferioridade- quarta etapa psicossocial tem lugar durante os


primeiros anos escolares, cerca de 5 anos de idade a 11.
▪ Através de interações sociais, as crianças começam a desenvolver um sentimento
de orgulho em suas realizações e habilidades.
▪ As crianças que são encorajadas e elogiadas pelos pais e professores desenvolvem
um sentimento de competência e crença em suas habilidades. Aquelas que
recebem pouco ou nenhum incentivo de pais, professores ou colegas vão duvidar
de suas habilidades para ser bem sucedidas.
▪ Sucesso no equilíbrio nesta fase do desenvolvimento psicossocial leva à força
conhecida como a competência ou a crença de nossas próprias capacidades para
lidar com as tarefas definidas antes de nós.
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Adolescência

• Identidade vs. Confusão de identidade- O quinto estágio psicossocial ocorre


durante a adolescência, às vezes turbulentas. Esta fase tem um papel
essencial no desenvolvimento de um senso de identidade pessoal que
continuará a influenciar o comportamento e desenvolvimento para o resto da
vida de uma pessoa. Durante a adolescência, as crianças exploram a sua
independência e desenvolvem um sentido de si.

Vida adulta

• Intimidade vs. Isolamento- Esta fase abrange o período de início da idade


adulta, quando as pessoas estão explorando as relações pessoais. Erikson
acreditava que era vital que as pessoas desenvolvessem relações estreitas e
comprometidas com outras pessoas. Aquelas que são bem sucedidas nesta
etapa irão formar relacionamentos que são duradouros e seguros.

• Generatividade vs. Estagnação- Durante a idade adulta, continuamos a


construir nossas vidas, com foco em nossa carreira e família. Aqueles que são
bem sucedidos durante esta fase vão sentir que estão contribuindo para o
mundo por ser ativos em sua casa e na comunidade.

• Integridade vs. Desespero- O estágio psicossocial final ocorre durante a


velhice e está focado em refletir sobre a vida. Neste ponto do
desenvolvimento, as pessoas olhar para trás sobre os acontecimentos de suas
vidas e determinar se elas estão felizes com a vida que viveram ou se
arrependem das coisas que fizeram ou deixaram de fazer.

Heinz kohut- 2 aspetos fundamentais

• Sentimento de grandiosidade- para que isto aconteça é preciso existir uma


relação com uma pessoa que responda as nossas necessidades. Saber que está
a ser cuidado.
• Idealizar uma figura- 1 adulto capaz de proteger, figura de proteção.
Se um destes pontos falhar, não é possível desenvolver uma autoestima saudável.

Desenvolvimento- fase adulta


1. Intimidade vs. Isolamento
2. Generatividade vs. Estagnação
3. Integridade vs. Desespero

1. Intimidade significa capacidade de intimidade sexual, pois agora a genitalidade


desenvolve-se com vista à maturidade genital (ou seja, íntima mutualidade
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sexual), mas significa também “a capacidade para desenvolver uma autêntica e


mútua intimidade psicossocial com uma outra pessoa, seja na amizade, em
encontros eróticos ou em inspiração conjunta.”.
O perigo desta etapa é o isolamento, que significa a incapacidade de correr riscos
para a própria intimidade, muitas vezes devido ao medo das consequências dessa
mesma intimidade (filhos, responsabilidades familiares, etc.).
A verdadeira intimidade só é possível se o indivíduo já tiver desenvolvido a sua
identidade (estádio anterior à intimidade).

2. A etapa da generatividade é a fase da maturidade da pessoa humana.


“A generatividade é a preocupação em estabelecer e orientar a geração seguinte.”.
No entanto, o facto de se ter ou querer ter filhos não significa automaticamente
generatividade.
O conceito de generatividade inclui a capacidade de produtividade e criatividade da
pessoa na relação consigo própria e com os que a rodeiam. Generatividade significa,
pois, capacidade de ir para além dos interesses pessoais, de ir para além das certezas
pessoais.
O perigo desta etapa é exactamente esse, a que Erikson denomina de estagnação.
“Sempre que tal enriquecimento falha completamente, ocorre uma regressão e uma
necessidade obsessiva de pseudo-intimidade, por vezes, com um difuso sentimento de
estagnação, tédio, depauperamento interpessoal.”.
3. Culminar do progressivo amadurecimento da pessoa humana
Este crescimento permite ao indivíduo ser capaz de aceitar o seu ciclo vital e daqueles
que se tornaram significantes ao longo desse mesmo ciclo. Na integridade, a pessoa
não receia encarar todo o seu ‘caminho percorrido’, levando-o a compreender o
percurso das pessoas que acompanharam o seu ciclo de vida, “livre do desejo de que
eles fossem diferentes, e uma aceitação do facto de que a vida de cada um é da sua
própria responsabilidade.”.
O perigo desta etapa reside no desespero: o facto de o indivíduo sentir que o tempo é
demasiado curto para voltar a recomeçar a sua vida com vista a encontrar rumos
alternativos para a integridade.

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