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Toda pessoa nasce inserida em uma sociedade, na qual passa a ser criadora de
cultura e produtora da história. Quando crianças, construímos nosso conhecimento a
partir da nossa própria realidade, com base nas condições em que vivemos e, também,
a partir do relacionamento com os outros. É nesse sentido que faz toda a diferença ter
o apoio e a orientação de bons profissionais desde a fase escolar.
Hoje em dia, além das ferramentas comuns do dia a dia, escolas contam com
diversos canais tecnológicos, que permitem auxiliar ainda mais no desenvolvimento
cognitivo dos seus alunos. Devemos levar em conta também o quanto as mudanças no
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meio impactam nessa capacidade de desenvolvimento. As novas gerações já nascem
em contato com a tecnologia.
Ao que tudo indica, o futuro da educação infantil será marcado a cada vez mais
pela presença tecnológica. É por isso que, desde os primeiros anos escolares, as
crianças precisam ser preparadas para esse contexto. Um bom desenvolvimento
cognitivo desde os primeiros anos de vida permite melhor integração com novos
processos nos anos seguintes.
Estágio sensório-motor
O período em que as ações são executadas por alguém que ainda não se
reconhece como sujeito é denominado “egocentrismo radical”. Afinal, mesmo não
fazendo inferências a si mesma, a criança pratica atos primitivos que evidenciam um
reconhecimento nas ações. É nessa fase que são iniciadas atividades motoras, como
tocar, agarrar, sugar, chorar, entre outras.
Estágio pré-operatório
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chamado pré-operatório ou pré-operacional, a criança passa a conhecer e assimilar o
meio, utilizando a linguagem e os jogos simbólicos como meio de comunicação.
Ao chegar a essa fase, o indivíduo atinge sua forma final de equilíbrio, ou seja,
consegue alcançar um padrão intelectual que vai perdurar durante toda a idade
adulta. Isso não significa que haverá estagnação das funções cognitivas. Afinal, o
desenvolvimento posterior consistirá na ampliação de conhecimentos, seja em
extensão, seja em profundidade.
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Para o autor, são dois fatores básicos que influenciam o desenvolvimento
cognitivo:
Fatores invariantes
Para Piaget, ao nascer, uma pessoa recebe como herança uma série de
estruturas biológicas — sensoriais e neurológicas —, as quais permanecem constantes
ao longo de toda a vida. Logo, são essas estruturas biológicas que vão predispor o
surgimento de determinadas estruturas mentais. Trata-se de uma questão
estritamente genética, transmitida de pais para filhos.
Com base nisso, considera-se que cada pessoa carrega duas marcas inatas: a
tendência natural à organização e à adaptação. Isso significa que, em última instância,
o principal motor do comportamento do homem é inerente ao ser, algo que já nasce
com ele e, portanto, não é passível de modificação.
Fatores variantes
Aqui, a teoria deixa claro que a inteligência não é herdada, mas construída no
processo interativo entre o homem e o espaço (físico e social) em que está inserido.
Isso daria margem a interpretações de que, o desenvolvimento cognitivo pode ser
moldado inteiramente por pais e educadores.
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Entretanto, sempre é possível adequar-se ao meio, cuidando sempre para que
a singularidade não seja perdida. A busca de novas formas de adaptação engloba dois
mecanismos que, embora diferentes, são indissociáveis:
Assimilação
Acomodação
O vocabulário de uma criança pode começar a ser ampliado, desde que ela
ainda é um bebê. Conversar, ainda que a criança pareça não entender bem o que você
diz, fará com que ela amplie a sua percepção do mundo. Também os brinquedos
educativos permitem que os pequenos exercitem a sua curiosidade, explorando tais
ferramentas.
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Para que tenha valor cognitivo, uma atividade didática precisa ser lúdica. Nesse
sentido, as escolas necessitam adotar ações que divirtam os alunos sem a atribuição
formal de um processo educativo. Com esse cuidado, é possível tornar a experiência
mais atrativa e proveitosa para as crianças. Elas aprendem enquanto se divertem, sem
se dar conta, ao certo, de que estão, na verdade, estudando.
1. Adivinhação
Brincar na água é algo de que o público infantil gosta, além de ser uma
atividade benéfica para crianças com perfil mais agitado. Experimentos com pincéis e
baldes com água limpa podem ser feitos para propor a limpeza de uma parede ou
outra superfície.
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Atividades que desafiam as crianças a ficar em silêncio e/ou imóveis por
determinado período são excelentes para exercitar o controle motor e o autodomínio
das emoções. Um bom exemplo nesse caso é a antiga brincadeira de “estátua”.
4. Cantos e danças
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5. Atividades ao ar livre
6. Plantio e jardinagem
Ensinar o cuidado com as plantas, desde o plantio até a rega das mudinhas, é
uma prática importante para despertar a sensibilidade ecológica em crianças de todas
as idades. Se a escola tiver espaço suficiente, vale até montar uma horta ou jardim.
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7. Olhos vendados
Pedir que algumas crianças guiem os colegas que estão com os olhos vendados
é uma maneira de ensinar sobre amizade e ajuda voluntária. A atividade cria na turma
o senso de cooperação e ética solidária. Além disso, ajuda a estimular a construção de
vínculos de confiança, tão importantes na infância, devido ao seu impacto na idade
adulta.
8. Pintura e desenho
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A criatividade representada em rabiscos e espaços preenchidos com cores é
excelente para expressar sentimentos e dar asas à imaginação dos pequenos. A
vantagem é que eles podem ser feitos com qualquer tipo de material escolar, como
papel sulfite, cartolina, giz de cera, lápis de cor, tinta e pincel.
9. Jogos coletivos
Fonte: https://educacaoinfantil.aix.com.br/desenvolvimento-cognitivo-sala-de-aula/
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DESENVOLVIMENTO COGNITIVO NA APRENDIZAGEM POR MEIO DE
JOGOS E BRINCADEIRAS
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Essa visão é especialmente problemática nas discussões sobre como os jogos e
brincadeiras podem promover o desenvolvimento cognitivo, porque brincar,
usualmente, envolve tipos de aprendizagem iniciados por crianças que não são
facilmente quantificáveis e, portanto, frequentemente, os adultos não têm certeza
sobre como proporcionar tais oportunidades e avaliar a aprendizagem ocorrida
durante experiências ricas e prolongadas dos jogos e brincadeiras.
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materiais e jogos que promovam tais conhecimentos. Também Griffin, Case e Siegler17
vincularam a atividade matemática lúdica ao aumento do desenvolvimento das
“estruturas conceituais centrais” do raciocínio.
Além disso, a maioria dos estudos sobre jogos e brincadeiras é de curto prazo e,
portanto, os resultados relacionados com os ganhos cognitivos de longo prazo,
frequentemente, são indistintos ou ausentes.
Lacunas da pesquisa
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Existem muitas lacunas nas pesquisas da aprendizagem por meio de jogos e
brincadeiras, devido a, no mínimo, quatro razões. Primeiro, tanto os educadores como
os pesquisadores variam em suas definições de aprendizagem por meio de jogos e
brincadeiras, de modo que as experiências de brincadeiras podem diferir em matéria
de duração, quantidade de direção/interferência adulta, materiais disponíveis e
métodos de coleta de dados.
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Implicações para os pais, serviços e políticas
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