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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 2

2 ASPECTOS COGNITIVOS DA APRENDIZAGEM ..................................... 3

3 PSICOPEDAGOGIA ................................................................................... 5

3.1 Psicopedagogia institucional ................................................................ 7

4 ATUAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO INSTITUCIONAL ............................... 8

4.1 Dificuldades de Aprendizagem ........................................................... 12

4.2 O psicopedagogo e os distúrbios de aprendizagem ........................... 13

4.3 A contribuição do lúdico na atuação psicopedagógica institucional ... 15

5 SISTEMA NERVOSO E COGNIÇÃO ....................................................... 18

5.1 Déficit cognitivo .................................................................................. 21

6 NEUROCIÊNCIA COGNITIVA .................................................................. 22

6.1 Neurociência e educação ................................................................... 26

7 ASPECTOS COGNITIVOS nos distúrbios DE APRENDIZAGEM ............ 28

7.1 Dislexia ............................................................................................... 30

7.2 Disgrafia ............................................................................................. 31

7.3 Discalculia .......................................................................................... 32

7.4 Disortografia ....................................................................................... 33

7.5 Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade ............................ 34

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................... 37

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1 INTRODUÇÃO

Prezado aluno!

O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante


ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável -
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em
tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que
lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!

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2 ASPECTOS COGNITIVOS DA APRENDIZAGEM

Fonte: miro.medium.com

A cognição é uma função psicológica atuante na aquisição do conhecimento, é


a maneira como o cérebro percebe, aprende, pensa e recorda determinado
conhecimento transmitido que é captado pelos sentidos. O desenvolvimento cognitivo
se dá a partir da interação da criança com o meio, o contato com objetos e com as
pessoas, a criança amplia o aprender por meio de novas descobertas e interagindo
com o mundo (ARANHA, 2016).
A aprendizagem é algo adquirido, construído a partir do meio e das interações
sociais (PIAGET, 1971), logo através do desenvolvimento cognitivo é possibilitado à
criança aprender, construir sua inteligência e influenciar o desempenho escolar. Ao
promover estimulação da dimensão cognitiva é ofertado à criança o aprendizado, que
se estrutura como a meta da educação, cabendo ao educador mediar esse processo
em parceria com a família, visto que cada um desses atores desempenha papéis
distintos, porém, primordiais para o desenvolvimento global da criança, o que inclui a
dimensão cognitiva e a aprendizagem (BARTOSZECK; BARTOSZECK, 2012).
Segundo Bartoszeck e Bartoszeck (2012) existem períodos críticos durante o
desenvolvimento infantil onde o grau de plasticidade neuronal é elevado, as
denominadas “janelas de oportunidade”, que se destacam durante a primeira infância
(primeiros seis anos de vida), onde o cérebro da criança está susceptível à
estimulação sensorial, proporcionando o amadurecimento dos sistemas neurais.
Cores, sons, movimentos e afetividade são estímulos sensoriais primordiais para o

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desenvolvimento cognitivo infantil. A estimulação precoce irá interagir fortemente com
os órgãos dos sentidos e com a carga genética da criança, produzindo um efeito
decisivo no desenvolvimento cerebral desta, trazendo impactos de longa duração na
fase adulta.

O desenvolvimento cognitivo infantil durante a primeira infância será


essencial para que ela possa receber instruções e absorver conhecimentos
escolares durante a fase pré-escolar. Contribuindo para que durante seu
processo de escolarização a criança alcance resultados positivos,
consequentemente construindo uma base sólida de aprendizado que irá
influenciar as séries subsequentes (BARTOSZECK; BARTOSZECK, 2012).

Cada criança tem seu próprio tempo de percepção da aprendizagem, possuem


uma forma única de conhecer a realidade e assim desenvolvem o raciocínio lógico ao
decorrer da sua maturação. A aprendizagem ocorre a partir da maturação cognitiva
da criança em ritmos diversos, sendo assim é possível incentivar o aprendizado,
respeitando as singularidades de cada criança e não propor um desenvolvimento
intelectual forçado (PIAGET, 1971).
O desenvolvimento cognitivo infantil foi classificado em quatro estágios
propostos por Piaget (1971):

 1º Sensório-motor (0 a 2 anos): “passagem do caos ao cosmo” estudo


da construção da realidade, funções mentais da criança são limitadas a
reflexos inatos, processo de adaptação e reconhecimento do seu meio,
e é a partir desse reconhecimento (repetição promove a assimilação)
que a criança passa a desenvolver-se cognitivamente.
 2º Pré-operatório (2 a 7 anos): Caracterizado pelo surgimento da função
simbólica (dependente do desenvolvimento da inteligência) e aquisição
da linguagem (fundamental, porém não suficiente para o
desenvolvimento) – relação de dependência. São observadas
características do pensamento infantil: autístico, egocêntrico e
inteligente.
 3º Operações concretas (7 a 11 anos): desenvolvimento da capacidade
de se relacionar com outros sujeitos e realizar articulações entre pontos
de vista diferentes, a interação ocorre de modo coerente e lógico. Início
das operações lógico-concretas, onde a observação do mundo e o
conhecimento adquirido no cotidiano irão basear as respostas.
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 4º Operações formais (a partir dos 11 anos): capacidade de raciocínio a
partir de hipóteses, executa operações a partir de fatos abstratos e
elaborar operações mentais baseadas na lógica formal. As operações
cognitivas infantis que antes eram abstratas adquirem grau de
abstração.

Percebe-se a importância do desenvolvimento cognitivo e da estimulação


desse para a aprendizagem infantil. Sendo fundamental o investimento na primeira
infância, através de políticas que promovam a estimulação infantil, através de
profissionais da educação capacitados e o contato afetivo diário e de qualidade
dessas crianças com seus pais, proporcionando benefícios permanentes ao
desenvolvimento cognitivo, afetivo e social, construindo o aprendizado e influenciando
futuramente na formação. Torna-se imprescindível promover políticas públicas para o
fortalecimento do vínculo familiar e que produzam investimento em creches, pré-
escolas e no educador, visto que estes irão executar papel fundamental no
desenvolvimento cognitivo das crianças (FILGUEIRAS; LANDEIRA-FERNANDEZ,
2014).

3 PSICOPEDAGOGIA

Fonte: miro.medium.com

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O termo Psicopedagogia é citado por Bossa (1994) com três conotações
distintas: como uma prática, um campo de investigação e como a pretensão de um
saber científico. Ela ressalta o reconhecimento de diversos autores que enfatizam o
caráter interdisciplinar da Psicopedagogia, ao utilizar conhecimentos de outras áreas
para criar seu próprio objeto de estudo e delimitar seu campo de atuação, recorrendo
não apenas à Psicologia e à Pedagogia, mas também à Medicina, à Psicanálise, à
Fonoaudiologia e a outros campos.
A Psicopedagogia surgiu devido à necessidade de melhor compreender o
processo de aprendizagem. Originou-se na Europa, com seus primeiros registros no
século XIX, oriundos inicialmente de filósofos, médicos e educadores da época,
preocupados com os problemas de aprendizagem identificados em crianças (BOSSA,
1994).
A psicopedagogia é uma área que visa compreender os processos de
aprendizagem desde a infância até a terceira idade, e que busca trabalhar a
autoestima do ser humano, auxiliando e desenvolvendo técnicas para melhorar a
capacidade de ensino. Ao conhecer a psicopedagogia em diferentes vertentes, será
possível abordar os transtornos que causam dificuldade no processo
ensino/aprendizagem. O profissional da educação – em especial, o professor –
contribui para o processo ensino/aprendizagem, independentemente da idade do
aluno (SILVA NAHIME, et al., 2020).
Para Silva Nahime et al., (2020) é por meio do educador que se pode capacitar
e melhorar a educação do indivíduo, avaliando e buscando alternativas para
solucionar os problemas encontrados dentro da sala de aula. Com isso, o
psicopedagogo, em sua prática no ambiente escolar, vem favorecer todos aqueles
que estão inseridos nele. No entanto, os principais fatores para essas nominações
são identificados na falta de estrutura familiar e falta de diagnóstico de transtornos
e/ou distúrbios comuns que ocasionam o baixo rendimento escolar.
O psicopedagogo é aquele profissional que identifica os problemas
relacionados aos distúrbios de aprendizagem, promovendo técnicas e projetos que
alcancem a melhoria do rendimento escolar. Também identifica crianças que precisam
de acompanhamento em outras áreas do conhecimento, e trabalha o comportamento,
a fala, a escrita, entre outros aspectos. Conforme destaca Pontes (2010), o
psicopedagogo contribui para uma boa comunicação entre a escola e a família,

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fazendo-se necessária a integração de ambas as partes para o desenvolvimento do
educando que apresenta dificuldade na aprendizagem.

3.1 Psicopedagogia institucional

A psicopedagogia deriva da psicologia e da pedagogia, e surgiu com intuito de


estabelecer o tratamento dos transtornos que prejudicam o desenvolvimento dentro
da sala de aula. Coloca-se em um território que vai além das ambas profissões
citadas, sendo que é através de sua formação que se estuda como se aprende, como
se produzem alterações na aprendizagem, e como reconhecê-las, tratá-las e preveni-
las (CRUVINEL, 2014).
Para compreender a ação do psicopedagogo na instituição de ensino, Vercelli
(2012, p.2) diz:

A psicopedagogia e um campo do conhecimento que faz interlocução com as


áreas da educação e da saúde e possui como objetivo de estudo de
aprendizagem humana. Tem por finalidade compreender os padrões
evolutivos normais e patológicos do processo de aprendizagem,
considerando a influência da família, da escola e da sociedade no
desenvolvimento.

Diante da abordagem, a psicopedagogia na instituição de ensino é uma área


de especialização multidisciplinar que busca entender e solucionar os transtornos de
ensino e de como o ser humano assimila o conhecimento adquirido. Essa profissão
busca melhorar os métodos de ensino, tendo como principal finalidade facilitar o
aprendizado e a compreensão do conteúdo (SILVA NAHIME, et al., 2020).
A psicopedagogia nasceu da resposta às necessidades inerentes à
aprendizagem humana e suas mudanças. Este campo está a receber cada vez mais
atenção no âmbito educacional, que promove a orientação e intervenção escolar,
que se relaciona com o insucesso escolar e com os problemas de aprendizagem
nesta situação. (SCOZ, 1994 apud SOUZA, 2020)
A Psicopedagogia de Portella e Hickel no ambiente escolar mostra que, nesse
campo, ela visa compreender o processo, a relação, o significado e o contexto de
sua ocorrência. A partir da compreensão desses processos, participa da formulação
de estratégias que favoreçam seu desenvolvimento e de alternativas para a
superação dos fatores que os dificultam. Portanto, no cotidiano escolar, a
psicopedagogia busca se conectar com as múltiplas relações de aprendizagem, e
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busca estabelecer as condições de saúde (ações que promovam a aprendizagem
efetiva) entre os envolvidos na construção do conhecimento. Seus profissionais
consideram os aspectos sociais e culturais do ambiente escolar, a diversidade dos
espaços escolares e o espaço mais distinto - a sala de aula (PORTELLA; HICKEL,
2010, p. 375).

4 ATUAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO INSTITUCIONAL

Fonte: neuroaprendizagem.com.br

A principal ocupação da psicopedagogia está centrada na aprendizagem


humana. Portanto, o psicopedagogo se preocupa com o processo de ensino e as
variáveis desse processo, para que haja formas de identificar, lidar e prevenir
mudanças na aprendizagem.
Como campo de estudo e enfrentamento do processo de aprendizagem e
suas dificuldades, a psicopedagogia deve ser globalizada, integrada e sistematizada
nos diversos campos do conhecimento na atuação profissional. Centra-se na
prevenção e intervenção de diferentes problemas de aprendizagem (BOSSA, 2011).
A participação dos psicopedagogos no movimento atual tem como foco a
aprendizagem e o ensino. Educadores psicológicos são profissionais bem treinados
que podem ajudar a identificar e resolver problemas no processo de aprendizagem.
A psicopedagogia institucional é principalmente preventiva. Portanto, todas as
atitudes adotadas por psicopedagogos nas instituições precisam estar atentas a essa
necessidade (TAVARES; SOUSA, 2017).

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Para Tavares e Sousa (2017), a aprendizagem como experiência possui
elementos universais do ser humano, pois permite a disseminação do conhecimento
e garante a semelhança e a continuidade coletiva nesse processo, ao mesmo tempo
que permite a diferenciação e a transformação. Entender que todos precisam
atender a essas necessidades em sua vida para obter um desempenho suficiente e
esperado em sua atuação profissional. Neste caso, o papel dos educadores
institucionais é entender os temas se os participantes atendem às suas
necessidades básicas, e então apresentar as condições para enfrentar as
dificuldades. Normalmente, palavras motivacionais ou elogios podem despertar ou
regenerar a autoconfiança e a autoestima, o que levará o sujeito a superar sua
imaginação.
Porto (2011) destacou que a atuação dos psicopedagogos visa
fundamentalmente ajudar a salvar a identidade da organização. Portanto, os canais
de reflexão serão óbvios, levando a novas ações e criando novos espaços
relacionados à aprendizagem. Um psicólogo educacional qualificado é um
profissional que mostra compromisso e entusiasmo em observar e tratar uns aos
outros como uma pessoa com habilidade, potencial e, o mais importante, uma
personalidade que precisa ser protegida e encorajada.
Bossa (2011) destacou que, em termos de sua função preventiva, depende
do psicopedagogo: detectando possíveis interferências no processo de
aprendizagem e promovendo diretrizes metodológicas a partir das características
dos indivíduos e dos grupos.
Porto (2011) destacou que os psicopedagogos institucionais atuarão
exclusivamente de forma preventiva, visando "evitar" problemas de aprendizagem.
Os educadores psicológicos usam várias fontes de dados e vários métodos, seja por
meio de observações, conversas casuais, entrevistas, documentos, vários tipos de
participantes e várias situações. Os psicopedagogos também precisam se livrar das
próprias opiniões, tanto quanto possível, para que possam fazer uma avaliação
verdadeira e confiável, e fazer recomendações para intervenções futuras, quando
necessário.
A instituição escolar, como todo e qualquer ambiente em que há
relacionamentos sociais, é um local onde existem os conflitos, “sintomas que precisam
ser investigados e diagnosticados a fim de possibilitarem uma direção para atuação

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mais eficaz dos profissionais” (BASTOS, 2015). Em sua atuação institucional e dentro
do ambiente escolar, o psicopedagogo não só pode como deve intermediar a
resolução desses conflitos, pois a promoção de saúde mental também é parte da
responsabilidade do psicopedagogo institucional, “a psicopedagogia institucional,
assim como a psicopedagogia clínica, pode promover saúde, dada a sua atuação
preventiva” (BASTOS, 2011).
O trabalho psicopedagógico não é limitado ao aluno e ao professor, embora
esses estejam diretamente ligados ao processo de ensino aprendizagem. O fazer do
psicopedagogo institucional deve e alcançar todos os envolvidos no processo, fora e
dentro da escola. O psicopedagogo institucional está apto a planejar juntamente com
a coordenação pedagógica, podendo assessorar pedagogicamente, colaborar com
planos educacionais da escola, realizar o diagnóstico institucional, propor
intervenções adequadas às necessidades encontradas dentro da instituição escolar.
(BOSSA, 2011).
A psicopedagogia institucional age preventivamente, cuidando de analisar os
envolvidos na aprendizagem do aluno, apontando possíveis causadores dos
problemas de aprendizagem. Sobre isso Bastos (2015) declara:

“a psicopedagogia preventiva fundamenta-se na observação e na análise


contextualizada e pode ser considerada também um trabalho clínico, na
medida em que requer investigação, análise, olhar e escuta.”

Ao desempenhar tais atribuições, o psicopedagogo institucional busca dar


conta de “problemas” que estejam interferindo na aprendizagem do indivíduo,
observando desde o seu histórico familiar até o ambiente em que é oferecida a
aprendizagem ao aluno, e o momento em que é feita a transmissão de conhecimento
pelo professor.
Dentro da instituição escolar desenvolve seu trabalho dando assistência aos
professores, em tudo o que diz respeito ao processo pedagógico e de aprendizagem,
participa da elaboração no Projeto Político Pedagógico da escola. Fica também sob
sua responsabilidade trabalhar com os grupos existentes dentro da escola, buscando
“levantar suas necessidades, conflitos e contradições realizando uma reflexão
conjunta...” (BASTOS, 2015). Ainda desenvolve, como parte do seu trabalho, a
avaliação psicopedagogia, que se trata de explorar o todo, partindo da elaboração de
um projeto político pedagógico que atenda o alunado em sua diversidade. O projeto

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político pedagógico quando bem elaborado e aplicado resulta em melhora na
qualidade do ensino e da aprendizagem oferecida pela escola. Assim como o PPP, a
instituição escolar, a prática docente, o convívio familiar também é avaliado.
O psicopedagogo atua conscientizando diretores e professores sobre seus
papéis frente às necessidades individuais e coletivas dos alunos. Também está apto
a “orientar os alunos a lidarem com suas dificuldades e redescobrirem seus
potenciais” (SCALZER E SILVA, 2012). É também de competência desse profissional,
investigar as questões que impedem o aluno de aprender e buscar resolver tais
questões juntamente com a coordenação pedagógica e o corpo docente, ouvindo e
orientando os pais e o aluno.

Fonte: googleusercontent.com

Nesse processo vemos a ação da psicopedagogia institucional como basilar na


prevenção e diagnóstico das dificuldades de aprendizagem do aluno, já que essas
dificuldades podem ter sido geradas pela estrutura escolar em que está inserido em
seu dia a dia.
Sobre a atuação da psicopedagogia no contexto escolar, Bossa (2011) declara
que “pensar a escola a luz da Psicopedagogia implica nos debruçarmos
especialmente sobre a formação dos professores”, já que são eles os profissionais
que exercem ação direta sobre os alunos, transmitindo o conhecimento e lidando com
suas emoções e limitações. Pensar a formação e a capacitação do professor a luz da
Psicopedagogia, ampliará a visão desse profissional para o que se tem em sala de
aula e para o que pode vir a parecer. Investir na formação e capacitação de

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professores e de outros profissionais ligados aos alunos é prepará-los para
estabelecer uma relação exitosa e madura entre os alunos e a escola.

4.1 Dificuldades de Aprendizagem

A psicologia cognitiva estuda a mente humana de maneira científica, propondo


explicações para os aspectos cognitivos envolvidos no processo de aprendizagem.
Muitas são as abordagens, dentro da psicologia cognitiva, que estão voltadas a
contribuir cientificamente com o estudo da aprendizagem (COSTA & DOMINGUES,
2013). Dentre elas destaca-se a abordagem do processamento de informações, muito
utilizada nos estudos voltados à temática da aprendizagem, por estudar como as
pessoas utilizam mentalmente aquilo que conhecem e aprendem sobre o mundo,
fazendo uso das habilidades mentais específicas que se assentam nas funções
executivas (STERNBERG, 2010).
O ambiente escolar é um local de socialização em que as crianças aprendem
a conviver com outras crianças, respeitar normas, ter autonomia e a solucionar
atividades que demandam o uso dos recursos cognitivos e emocionais. Para o
desempenho de tais atividades, exigidas com a finalidade de alcançar o objetivo final
da aprendizagem, faz-se necessária à determinação dos objetivos, planejamento para
executá-los e controle dos passos estabelecidos que são realizados através do
desempenho eficiente das funções executivas (CORSO, SPERB, JOU & SALLES,
2013).
Dias, Menezes e Seabra (2010) definem as funções executivas como sendo
um conjunto de processos cognitivos que permite a regulação do comportamento e
da própria cognição, possibilitando o engajamento do indivíduo em ações complexas
voltadas para algum objetivo, sendo fundamentais ao direcionamento e regulação de
habilidades sociais, emocionais e intelectuais. Dentre os processamentos cognitivos
que fazem parte das funções executivas, esses autores apontam: o controle de
impulsos, a atenção seletiva, incorporação e manipulação das informações relevantes
na memória do trabalho, flexibilidade cognitiva e comportamental, monitoramento das
atitudes, planejamento e efetivação das ações. Dessa forma, esses processos
cognitivos em conjunto permitem que o indivíduo inicie, planeje, sequencie e monitore

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os seus comportamentos e cognições, sendo fundamentais para o processo de
aprendizagem das crianças.
Para a neuropsicologia cognitiva, a aprendizagem está relacionada à fase de
aquisição da memória e atenção, sendo definida como uma mudança de
comportamento viabilizada pela plasticidade dos processos neurais cognitivos
resultantes de prática ou experiência anterior (PAULA, BEBER, BAGGIO & PETRY,
2006).
Nesta perspectiva, quando o conjunto de habilidades cognitivas, representada
pelas funções executivas, possui alguma alteração, a criança tende a apresentar
problemas de planejamento, organização, dificuldades na inibição, na mudança de
respostas e na criação de estratégias, assim como pobre memória do trabalho, sendo
refletido nas suas dificuldades de aprendizagem (DIAS, MENEZES & SEABRA, 2010).

4.2 O psicopedagogo e os distúrbios de aprendizagem

Fonte:psiqueasy.com.br

Na prática, o psicopedagogo tem como modelo, papéis assumidos tanto pelo


psicólogo no que tange a atuação clínica, como do pedagogo, no trabalho com
aprendizagem. Historicamente é a partir destes modelos que surge a identidade do
psicopedagogo com uma especificidade que lhe é própria (ALVES et al., 2019).
No pensar de Pain (2014)

[...] o problema de aprendizagem não é um termo para referência de um único


distúrbio, mas a uma ampla gama de problemas que afetam o rendimento e

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a vida escolar do aluno. É atribuído a várias causas e aspectos diferentes que
podem prejudicar o funcionamento cerebral. Às vezes, as dificuldades de
aprendizagem são tão sutis que essas crianças não apresentam
anormalidades, mas podem apresentar uma inteligência na média ou superior
e serem excepcionais em algumas áreas.

Bossa (2014) afirma que: “Os distúrbios de aprendizagem são compreendidos


como termo utilizado para explicar comprometimento neurológico que interferem na
percepção e no processamento de informações pelo aluno impedindo sua
aprendizagem. ” Já Pain (2014) considera a dificuldade para aprender como um
sintoma, que tem uma função positiva, tão integrativa como o aprender, e que pode
ser determinado por:
 Fatores orgânicos: relacionados com aspectos do funcionamento
anatômico, como o funcionamento dos órgãos dos sentidos e do
sistema nervoso central;
 Fatores orgânicos: relacionados às dificuldades especificas do
indivíduo, os quais não são passíveis de constatação orgânica, mas que
se manifestam na área da linguagem ou na organização espacial e
temporal, dentre outros;
 Fatores psicógenos: é necessário que se faça a distinção entre
dificuldades de aprendizagem decorrentes de um sintoma ou de uma
inibição. Quando relacionado a um sintoma, o não aprender possui um
significado inconsciente; quando relacionado a uma inibição, trata-se de
uma retração intelectual do ego ocorrendo uma diminuição das funções
cognitivas que acaba por acarretar os problemas para aprender;
 Fatores ambientais: relacionados às condições objetivas ambientais
que podem favorecer ou não a aprendizagem do indivíduo.

ALVES et al., (2019), ressalta que um indivíduo com dificuldades de


aprendizagem não apresenta necessariamente baixo ou alto QI, significa apenas que
ele está trabalhando abaixo da sua capacidade devido a um fator com dificuldade, em
áreas como, por exemplo, o processamento visual ou auditivo. As dificuldades de
aprendizagem normalmente são identificadas na fase de escolarização, por
profissionais como psicólogos, através de avaliações específicas de inteligência,
conteúdos e processos de aprendizagem.

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Fonseca, 2015 diz que a criança com dificuldade da aprendizagem não deve
ser “classificada” como deficiente, e sim como uma criança normal que aprende de
uma forma diferenciada, a qual apresenta uma discrepância entre o potencial atual e
o potencial esperado. Não pertencendo a nenhuma categoria de deficiência, não
sendo sequer uma deficiência mental, pois possui um potencial cognitivo que não é
realizado em termos de aproveitamento educacional.

4.3 A contribuição do lúdico na atuação psicopedagógica institucional

O interesse pelo processo de aprendizagem não é um tema recente e há muito


tempo é pesquisado / discutido. Sua eficácia pode ser observada não só no ambiente
escolar, mas também na intervenção psicoeducativa. (SOUZA; DIAS; ERNESTO;
2017).
Seja para resolver dificuldades de aprendizagem, seja para reaprender coisas
que foram esquecidas devido a condições patológicas. A promoção desse tipo de
discussão é necessária para uma reflexão mais aprofundada sobre as práticas
pedagógicas atuais e a utilização de atividades lúdicas no ensino de psicologia
preventiva. Os jogos e brincadeiras são de grande importância na infância porque
exibem comportamentos mais alegres e atraentes. As pessoas podem considerar as
características salientes do jogo como um meio de promover a aprendizagem e ter
uma grande base em questões relacionadas à aprendizagem humana (SOUZA,
2020).
Métodos interessantes cooperam com o aprendizado e estabelecem
conexões positivas entre psicoeducadores e pacientes, por isso devem ser usados
em reuniões. Segundo Fernandez, o psicoeducacionalista deve proporcionar “um
espaço cheio de confiança e criatividade, onde possa dar criatividade e lúdico ao
trabalho que desenvolve”. Com essa assertiva, pode-se considerar que não existe
uma receita pronta para ser seguida passo a passo, e nenhum recurso específico
limitado está disponível. Em seu trabalho preventivo, o profissional da educação
deve sempre considerar as características internas e externas do indivíduo que está
sendo cuidado e analisado, não se esquecendo de observar os alunos e suas
capacidades físicas, sociais e emocionais como um todo (SOUZA, 2020).

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Souza et al., (2017) acredita-se que os psicopedagogos serão capazes de
recorrer a jogos espontâneos e direcionais sob seus cuidados e usar recursos de
recursos como narrativa, fantoches, pintura, música, drama, drama, círculos de
diálogo, jogos de adaptação, quebra-cabeças, etc. Isso permitirá que você observe
seus pacientes de diferentes aspectos sociais, familiares, acadêmicos e emocionais
e determine a origem do problema de uma forma divertida e não dolorosa.
Quando o profissional utiliza tais atividades, é possível diversificar seu
trabalho na avaliação e intervenção do paciente, estimulá-lo a ter mais confiança em
si mesmo, suprimir o medo de errar, superar algumas fragilidades da área de ensino
e reencontrar o caminho do aprendizado .
A ludicidade, ou brincadeiras, são um processo importante para a atuação do
psicopedagogo porque como já assinalado em outros momentos, são fenômenos
inerentes à criança, porque dessa forma, ela irá se desenvolver inserida num contexto
de relações, de interação com o outro, o que pode influenciar de maneira relevante na
sua formação, construindo a imagem de sei própria e do seu entorno. Existem diversos
instrumentos lúdicos, mas jogos e brincadeiras são certamente, os mais indicados
para que o psicopedagogo intervenha com bastante propriedade, pois trata-se de uma
ferramenta que alia fatores tais como objeto de desejo e amor por parte das crianças,
com sua vertente pedagógica, uma vez que eles permitem que a criança adquira
conhecimentos aptidões diversas.
Arnaldo, (2011), enumera fatores que podem ser adquiridos através das
ferramentas lúdicas, e dentre as quais se destaca a expressão corporal e o estimulo
a iniciativa, o que repercute na habilidade da criança em lidar melhor com as emoções
e outros sentimentos como medo, raiva, ansiedade, além de aprender também a
dividir, a desenvolver o sentido de empatia, além de disciplina, respeito ao outro, e
entender que existem regras e que estas precisam ser cumpridas.
Cruz (2011), corrobora ao afirmar que as intervenções do psicopedagogo junto
às crianças com dificuldades de aprendizagem devem ter brinquedos e jogos como
sua principal ferramenta de trabalho, e fazendo dela uma estratégia didática, que
viabiliza a aprendizagem, mas essas estratégias devem ser devidamente planejadas
e orientadas.
A psicopedagogia, enquanto ciência, busca atribuir sentido ao processo de
aprendizagem, utilizando, para isso, diferentes estratégias e métodos para a avaliação

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e intervenção, dentre eles o lúdico (PEREIRA; GONZALEZ, 2019). Consideram-se as
brincadeiras como uma forma efetiva e eficaz de aprendizagem significativa,
proporcionando a criança o desenvolvimento de habilidades cognitivas, motoras e
perceptivas. O desenvolvimento pessoal proporcionado pela ludicidade, junto aos
fatores culturais e sociais, é indicado como facilitadores no processo de construção
do conhecimento, expressão e comunicação, bem como para o integral e pleno
desenvolvimento nos processos educativos (RODRIGUES; OLIVEIRA, 2016;
MODESTO; RUBIO, 2014).
O brincar deve ser conduzido de modo planejado ao ser utilizado em uma
intervenção psicopedagógica, pois, através dele, a criança poderá se comunicar de
forma mais completa, consigo mesma e com o mundo, além de viabilizar a
incorporação de valores culturais e sociais, possibilitando ao profissional trabalhar
conteúdos que ultrapassem a aprendizagem, como autoestima, cooperação,
autoconhecimento e autoimagem (RODRIGUES; OLIVEIRA, 2016).
Sem contraindicações, as especificações legais e a literatura indicam o brincar
como direito de todas as crianças, principalmente no ambiente educativo (PINAZZA;
FESTA, 2017), sendo essencial ao trabalho do educador e também do
psicopedagogo. As atividades lúdicas na psicopedagogia colaboram para os
educandos tenham um melhor desempenho e desenvolvam suas habilidades
intelectuais. A ludicidade é um excelente recurso para o atendimento
psicopedagógico, pois promove a vinculação cognitiva à aprendizagem, sendo
fundamental que durante as intervenções a criança vá se reconhecendo e construa
sua própria forma de aprender (FIGUEIREDO; ASSIS, 2015).
Ao utilizar os jogos, as brincadeiras e a ludicidade em suas avaliações ou
intervenções, o psicopedagogo objetiva resgatar os aspectos emocionais, afetivos e
cognitivos dos conteúdos ministrados pelo educador em sala de aula, motivando o
educando a buscar uma aprendizagem prazerosa. Destaca-se que ao utilizar recursos
lúdicos, o profissional de psicopedagogia deve esclarecer o porquê, para quem é,
quais recursos utilizar, considerando as dificuldades identificadas e a superação das
mesmas. É importante pontuar também que as atividades lúdicas podem ser utilizadas
em intervenções de caráter preventivo e curativo (RODRIGUES; OLIVEIRA, 2016).
Os jogos pedagógicos devem ser explorados na intervenção psicopedagógica,
visto que brincar é universal e rompe as fronteiras entre o diagnóstico e o tratamento,

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fazendo com que aquele passe a ter caráter terapêutico. O lúdico e a ludicidade, como
intervenções psicopedagógicas, auxiliam no desenvolvimento cognitivo, na expressão
motora e corporal. Aprender brincando torna a aprendizagem significativa e mais
concreta ao educando. Neste sentido, é necessário que os profissionais da educação
infantil e psicopedagogos proporcionem ambientes lúdicos, a fim de desenvolver
múltiplas inteligências e habilidades nas crianças (PIRES; QUEIROZ, 2017;
RODRIGUES; OLIVEIRA, 2016).
Torna-se essencial que o psicopedagogo crie situações que estimulem a
aprendizagem, favorecendo o total desenvolvimento de habilidades psicomotoras,
sociais, afetivas e cognitivas, por meio de intervenções próprias para cada criança,
pois cada pessoa é singular e única. Por meio do lúdico, pode-se concluir que a
aprendizagem se torna mais significativa, pois ela faz parte do cotidiano e universo
infantil, promovendo a prevenção de futuros problemas de aprendizagem e
oferecendo meios para se trabalhar as habilidades de cada ser humano
(RODRIGUES; OLIVEIRA, 2016).

5 SISTEMA NERVOSO E COGNIÇÃO

Fonte: cienciasecognicao.org

O tecido nervoso é composto por dois tipos de células, que são neurônios e
células gliais. Em resumo, é importante notar que as células neuronais têm muitos
tipos funcionais diferentes, e as células gliais podem ser descritas como uma coleção

18
de vários tipos de células diretamente relacionadas aos neurônios, sendo o maior
número de neurônios. Organização com múltiplas funções (SILVA & ZANÃO, 2016).
Os neurônios, como outras células, são completamente cobertos pela
membrana plasmática, têm um corpo celular e duas extensões, a saber, dendritos e
axônios. As células nervosas não se tocam diretamente, a comunicação entre essas
células é feita por meio do que chamamos de sinapses, que podem ser químicas ou
elétricas. Entende-se que o sistema nervoso inerva aproximadamente 85 bilhões de
neurônios (SILVA & ZANÃO, 2016). Eles são compostos por pequenos dendritos
estendidos que obtêm informações proximais, grandes axônios estendidos que
enviam informações distais e corpos celulares ou células somáticas., contém o
núcleo e seu código genético e mitocôndrias que fornecem energia (FONSECA,
2014).
Os dendritos estão relacionados à função de receber estímulos, e os axônios
têm a função de transmitir impulsos nervosos. Portanto, o tecido nervoso se
diferencia por ser sensível aos mais diversos estímulos de diferentes ambientes e
situações, e tem a função de receber e processar esses estímulos de maneira
adequada. Por muitos anos, as pessoas têm estudado e discutido sobre a
capacidade do ser humano de se adaptar a diferentes ambientes e situações (SILVA
& ZANÃO, 2016)
Vigotsk (2010) argumentou em seu livro Psicologia Educacional, a Teoria da
Origem das Espécies de Darwin (VIGOTSKY, 2010, apud DARWIN 1859), que
provou que a luta pela sobrevivência é a força motriz e o mecanismo básico da
evolução, assim como aqueles sem adaptação. Atribuímos essa capacidade e
adaptação ao que chamamos de neuroplasticidade, que podemos definir como "a
capacidade do sistema nervoso de mudar em sua função ou estrutura para se
adaptar às necessidades geradas pelo meio ambiente. ” (SILVA; ZANÃO, 2016).
Portanto, depois de ver a importância da adaptabilidade e considerar o que as
mudanças no comportamento genético significam para o processo de aprendizagem,
podemos considerar a neuroplasticidade como um dos alicerces do processo de
aprendizagem. Segundo o livro Neurociência aplicada à aprendizagem:

As Neurociências também nos forneceram provas de que a aprendizagem


modifica a estrutura física do cérebro e também, por consequência sua
organização funcional, o que para nós educadores é uma prova de como o
conhecimento pode influenciar na vida de um indivíduo e na maneira como

19
ele vai tomar suas decisões, interagir com seu ambiente e compreender a
realidade que o cerca (PANTANO et al., 2009, p.186).

Podemos relacionar a neuroplasticidade aqui mencionada com a plasticidade


explicada por Vigotsky (2009), onde ele explicou a capacidade de armazenar e
adaptar o conhecimento gerado a partir da experiência do aluno, como já explicado,
usando a experiência do aluno. O conhecimento prévio adquirido nesta é necessário
para que possamos proporcionar uma educação mais humana, sendo necessária a
interação entre a experiência do aluno e os conteúdos adquiridos em sala de aula,
para que o aluno possa melhor adaptar esse conhecimento à sua cultura social
Ambiente (LANA; COTTO; MENDES, 2021).
Pelos fatos citados, podemos considerar um bom exemplo de aprendizagem
humana, a capacidade de adaptação a diferentes situações e ambientes, o que nos
leva a evoluir, pois embora a aprendizagem seja um "processo multifatorial" (SILVA;
ZANÃO, 2016, p.192), a educação passa a significar a mudança de comportamentos
hereditário (VIGOTSKY, 2010).
Ainda entrando na pesquisa neuroanatômica básica, veremos que o cérebro
é formado pelo telencéfalo e diencéfalo. O telencéfalo se divide em córtex cerebral
e núcleo basal, responsáveis pelo que chamamos de processos mentais de alto
nível. Esses processos incluem funções cognitivas (memória, atenção, linguagem e
percepção), que são a base do processo de aprendizagem. (SILVA; ZANÃO, 2016).
Segundo Mussen, no livro, “O desenvolvimento psicológico da criança”:

A cognição diz respeito aos “processos mentais superiores”, isto é, às


funções envolvidas na compreensão do mundo que nos cerca – percepção,
linguagem, formação de conceitos, abstração, resolução de problemas,
inteligência e pensamento (MUSSEN, 1967, p.54).

Segundo Hudson (2019) o cérebro tem dois hemisférios, e ambos os


hemisférios são conectados por nervos, o que permite a comunicação entre os dois
hemisférios. Embora ambos os hemisférios estejam se comunicando, um lado
domina. Ele disse que isso afeta nossas percepções, habilidades e personalidades,
o que por sua vez afeta quem somos e o que gostamos de aprender.
É importante enfatizar essa diferença de gostos e habilidades, porque como
educadores, precisamos entender que para que possamos realmente incluir alunos
com ou sem dificuldades de aprendizagem, é necessário entender que esses alunos
têm habilidades diferentes, e porque destes fatores, alguns alunos podem encontrar
20
certas dificuldades em certas atividades, enquanto outros alunos acham mais fácil.
(COUTO; GUIMARÃES; MIRANDA MENDES, 2020).
Para Hudson (2019) considerando que esses alunos aprendem de maneiras
diferentes, é mais eficaz tratar os alunos com DAEs como alunos com diferenças de
aprendizagem, portanto, a prática de ensino é necessária para se adaptar às
dificuldades de cada aluno, pois todos os alunos têm pontos fortes e fracos, que
devem ser trabalhados. Todas essas reflexões nos levam a uma forma de ensino
verdadeiramente inclusiva, em que o sistema educacional se adapta às
necessidades específicas dos alunos, e não o contrário.

5.1 Déficit cognitivo

Na idade escolar, propriamente dita, concebida nos primeiros anos da infância,


o desenvolvimento do conhecimento passará por uma fase chamada operatória
concreta - quando se iniciam as operações de classificação, ordenamento e
construção de ideias comuns sobre noções de número, espaciais, temporais e demais
de lógica elementar (PIAGET, 1972).
Rodrigues e Melchiori (2014) explicam que o período operatório concreto é a
fase na qual ocorrem significativos avanços, pois as crianças começam a raciocinar a
respeito de tudo ao seu redor de forma mais lógica e madura, porém suas habilidades
são executadas apenas na concretude material, necessitando de visualização e
experimentação por vias sensíveis corporais. A forma de aprender é sempre
característica individual de cada criança, o desenvolvimento infantil é marcado e
influenciado por diversos fatores relacionados ao cotidiano e vivências pessoais
daquela criança, em específico, num contexto de relações próprias com seu mundo
em aprendizagem (HEMSING & SKRSYPSACK, 2016).
Esta noção de individualidade no desenvolvimento e na aprendizagem também
será observada entre as crianças ditas com dificuldade de aprendizagem, somando-
se suas inúmeras características biológicas, psicológicas e sociais, que dimensionam
a complexidade de cada caso (DOMINGOS, 2009). Destaca-se ainda que um quadro
de dificuldades de aprendizagem não se apresenta de modo clássico, típico e/ou
isolado numa criança, geralmente se manifesta estando associado a múltiplas
possibilidades de investigação de fatores associados, que efetivamente contribuirão

21
para detectar alterações no desenvolvimento infantil, valorizando aspectos relevantes
ao prejuízo no desempenho acadêmico.
Definir aprendizagem é considerar fatores complexos que fazem parte da
experiência escolar, verificáveis no desempenho acadêmico, a partir do
desenvolvimento de múltiplos fatores associados entre si, bastante associado ao
desenvolvimento infantil. Aprendizagem pode ser considerada como processo
resultante de assimilação de habilidades ou modificações internalizadas à estrutura
intelectual, relativas a mudanças comportamentais processualmente oportunizadas
(ALGERI, 2014), permanecendo em constante progressão e se construindo com
estímulos específicos (SANTOS, 2009). Tendo em vista essa apresentação geral do
termo, não só o ambiente e os estímulos fazem parte da construção da aprendizagem,
mas de igual modo as habilidades ou características intrínsecas do indivíduo
cooperarão para atingir níveis de aprendizagem relevantes ao desempenho
acadêmico e participação de crianças na experiência escolar.
Diversos fatores podem influenciar no desempenho escolar das crianças, estes
fortemente ligados ao próprio funcionamento da escola (CAVALCANTE & SANTOS,
2013). Sendo assim, entende-se desempenho escolar como o resultado da interação
da criança com a escola, seu entorno e problemáticas advindas com a experiência de
educação formal escolar. Tal experiência se dá perante a caracterização de um
ambiente constituído por diversos elementos que se interferem incessantemente na
participação e no desenvolvimento de cada criança.

6 NEUROCIÊNCIA COGNITIVA

22
Fonte: quickcachr.fotos.sapo.pt

As Neurociências são classificadas em cinco grandes disciplinas, de acordo


com a maneira como abordam o estudo do sistema nervoso. A Neurociência
Cognitiva, que também pode ser chamada de Neuropsicologia, conforme Lent (2010),
é uma dessas cinco disciplinas, e se ocupa de capacidades mentais complexas, como
a linguagem, por exemplo, e a leitura, como uma das habilidades linguísticas que
podem ser desenvolvidas pelo ser humano. É possível aprender, desenvolver
habilidades e adquirir conhecimentos graças à capacidade que o cérebro possui de
modificar-se. A aprendizagem consiste em modificar o cérebro por meio da prática
pedagógica, compreendendo-o como um “órgão social” (RELVAS, 2012, p. 15).
Essa modificação é possível devido à neuroplasticidade cerebral, que é a
capacidade que o cérebro tem de, por meio da interação social ou de estímulos do
ambiente, “modificar, de modo permanente ou pelo menos prolongado, a sua função
e a sua forma”. O ser humano possui fases em que essa reorganização do cérebro é
mais suscetível, os chamados períodos críticos. A aquisição da linguagem é o
exemplo de período crítico mais duradouro em seres humanos, segundo Lent (2015),
que pode durar até a adolescência. Porém, o final desses períodos não significa que
o cérebro perdeu completamente sua plasticidade, ela estende-se até a maturidade,
apenas ocorre de forma diferente. A neuroplasticidade é considerada fundamental
para a aprendizagem, já que é graças a ela que o cérebro é capaz de armazenar
informações, “sendo considerada a base funcional da memória” (LENT, 2015, p. 112).
A cognição pode ser entendida como a aquisição de conhecimento e envolve
todos os processos pelos quais as informações passam até serem transformadas,
armazenadas e, posteriormente, recuperadas. Há um conjunto de operações
realizadas pelo cérebro que fazem parte do processo de aprendizagem e que devem
ser consideradas pelo professor ao fazer seus planejamentos e conduzir suas aulas
(RELVAS, 2012).
A consciência central focaliza e intensifica a atenção e a memória operacional,
favorece o estabelecimento de memórias, é indispensável para as operações normais
de linguagem e aumenta a abrangência das manipulações inteligentes que
denominamos planejamento, resolução de problemas e criatividade (DAMÁSIO, 2000
apud PINHO, 2018).

23
As funções cognitivas, são compostas pelas funções receptivas, funções
retentivas, funções executivas e funções expressivas, conforme Maia (2011). As
funções receptivas são as responsáveis por receber e dar significado às informações
e constituem a percepção, que é “a capacidade de associar as informações sensoriais
à memória e à cognição, de modo a formar conceitos sobre o mundo e sobre nós
mesmos” (LENT, 2010, p. 612).
A fim de aperfeiçoar esse mecanismo, o ser humano conta com a atenção, que
é, de acordo com Lent (2010), a capacidade de focalizar a consciência, ou seja, de
selecionar aquilo que é mais importante e colocar os demais estímulos em segundo
plano. A atenção pode ser classificada em explícita, quando o seu foco coincide com
a fixação visual, e implícita, quando não coincide.
Ela também pode ser classificada de acordo com o tempo em que é mantida
ou à forma como é direcionada aos diferentes estímulos ou tarefas, segundo Maia
(2011): a vigilância é a capacidade de reagir a estímulos prontamente; a atenção
passiva refere-se a atividades automatizadas, mas das quais temos consciência; a
atenção sustentada é a que precisa ser mantida por um longo período de tempo; a
atenção seletiva é a que é direcionada apenas a um estímulo no ambiente; a atenção
dividida é a capacidade de alternar entre mais de um estímulo com igual eficiência. A
atenção, na sala de aula, é necessária o tempo todo para que o aluno tenha um bom
desempenho no seu processo de aprendizagem. Por isso, o professor pode usar
estratégias metodológicas que promovam o exercício da atenção. Também é preciso
considerar que há diversos fatores que podem interferir negativamente na capacidade
de atenção de um indivíduo, como o interesse pela tarefa que deve ser
desempenhada, sua complexidade, seu nível de consciência, além de aspectos
afetivos. A memória faz parte das funções retentivas, responsáveis pelo
armazenamento de informações que possam ser posteriormente recuperadas e
utilizadas. Ela é diferente da aprendizagem, que corresponde ao processo de
aquisição das informações, conforme Lent (2010).
Segue-se a ela a retenção, que pode ocorrer por períodos curtos ou longos,
mas, nos dois casos, as informações podem ser recuperadas ou esquecidas. Há
vários tipos de memória, segundo Lent (2010):

Levando em conta o tempo de retenção, pode-se considerar a memória


ultrarrápida, de curta duração e longa duração. Já quanto à sua natureza,
podemos considerar as memórias implícita, explícita e operacional. A primeira
24
é a memória dos hábitos, procedimentos e regras de representação
perceptual, a aprendizagem associativa e a não associativa, todas formas de
memória que não precisam ser descritas com palavras para serem evocadas.
Em contraposição, a memória explícita costuma ser descrita com palavras ou
outros símbolos, e consiste em um subtipo chamado episódico (a memória
dos fatos que ocorrem ao longo do tempo) e um subtipo chamado semântico
(a memória dos conceitos atemporais). Finalmente, a memória operacional é
a que nos serve para a utilização rápida no raciocínio e no planejamento do
comportamento. (LENT, 2010, p. 644)

Segundo Lent (2010) na sala de aula, a consolidação da aprendizagem ocorre


por meio de associações entre o novo conhecimento e o que já se sabe, aquilo que já
está armazenado na memória, pois as informações, no cérebro, são organizadas em
forma de mapas. Dessa forma, é possível armazenar mais informações e recuperá-
las mais facilmente se estiverem associadas umas às outras. Outro fator que regula a
memória são as emoções, que podem enfraquecê-la ou fortalecê-la.
Memorizamos com mais facilidade fatos ou informações que possuam uma
forte carga emocional para nós, seja positiva ou negativa. Além disso, a atenção
também é um importante modulador da memória, pois lembramos mais facilmente de
informações ou fatos importantes quando focalizamos nossa atenção neles. As
funções executivas, de acordo com Maia e Costa (2011), são as responsáveis pelo
processamento da informação, e dela fazem parte a atenção, a memória de trabalho,
a volição, o planejamento, a ação propositiva e a verificação de desempenho.
São elas que “possibilitam nossa interação com o mundo frente às mais
diversas situações que encontramos”. Por meio das funções cognitivas organizamos
nosso pensamento, considerando o que temos armazenados na nossa memória e
nossos objetivos e expectativas para o futuro e, dessa forma, “podemos estabelecer
estratégias comportamentais e dirigir nossas ações de uma forma objetiva, mas
flexível, que permita, ao final, chegar ao objetivo desejado” (COSENZA; GUERRA,
2011, p. 87).
As funções executivas são importantes para a realização de qualquer tarefa
apresentada na sala de aula, além de serem fundamentais para organizar o estudo e
definir metas de aprendizagem. Por fim, temos as funções expressivas, a linguagem
oral, a escrita ou atos motores complexos que, embora tenham sido assim
classificadas, fazem parte de todas as demais funções, já que todas elas são
mediadas pela linguagem.

25
Conforme Maia (2011), a linguagem é processada no cérebro de forma
modular, “apresenta redes específicas para o processamento de níveis
hierarquizados” (MAIA, 2011, p. 37). Esses níveis correspondem aos fonemas, as
palavras, aos significados, à sintaxe, à pragmática e à prosódia. Além disso, as
intenções e as emoções, bem como o contexto e as características do sujeito que
enuncia, influenciam a produção de discurso e o uso da linguagem em qualquer
situação.

6.1 Neurociência e educação

Fonte: cloudfront.net

A neurociência é uma disciplina recente agrupando neurologia, psicologia e


biologia”. Nos últimos anos, as pesquisas realizadas acerca do cérebro humano
vêm se ampliando e novos conhecimentos e descobertas têm permitido a
união entre a pedagogia e a biologia, no que concerne a compreensão
das estruturas cerebrais no processo de aprendizagem. Nesse sentido, as
práticas pedagógicas atuais estão sendo mais elaboradas por meio de estratégias
conectadas com as questões neuronais (BORTOLI; TERUYA, 2017).
As pesquisas em neurociências esclarecem como se processam os
mecanismos cerebrais importantes para a aprendizagem, fundamentando as
práticas pedagógicas aos conhecimentos acerca de como se dá o
funcionamento do cérebro. Diante disso, faz-se necessário entender que:

26
As neurociências são ciências naturais, que descobrem os
princípios da estrutura e do funcionamento neurais, proporcionando
compreensão dos fenômenos observados. A Educação tem outra natureza e
sua finalidade é criar condições (estratégias pedagógicas, ambiente
favorável, infraestrutura material e recursos humanos) que atendam a um
objetivo específico, por exemplo, o desenvolvimento de competências pelo
aprendiz, num contexto particular. A educação não é investigada
e explicada da mesma forma que a neurotransmissão. Ela não é
regulada apenas por leis físicas, mas também por aspectos humanos que
incluem sala de aula, dinâmica do processo ensino-aprendizagem,
escola, família, comunidade, políticas públicas. Descobertas em
neurociências não se aplicam direta e imediatamente na escola. A
aplicação desse conhecimento no contexto educacional tem limitações.
As neurociências podem informar a educação, mas não explicá-la ou
fornecer prescrições, receitas que garantam resultados. Teorias psicológicas
baseadas nos mecanismos cerebrais envolvidos na aprendizagem podem
inspirar objetivos e estratégias educacionais. O trabalho do educador pode
ser mais significativo e eficiente se ele conhece o funcionamento cerebral,
o que lhe possibilita desenvolvimento de estratégias pedagógicas mais
adequadas (GUERRA, 2011, p. 3).

As novas descobertas são ainda recentes, pois remota ao final do século


XX, em que se compreendeu que o neurônio é uma célula capaz de modificar-
se “[...] estrutural e funcionalmente, após lesões, provocando uma reorganização
cerebral que atenda cada fase do indivíduo. O cérebro é entendido como um
sistema aberto, auto organizável, que funciona em circuito de rede” (OLIVEIRA, 2014).
Os estudos sobre o cérebro apontam que as emoções contribuem para a
aprendizagem porque auxiliam a passagem da memória de curto para a
memória de longo prazo, assim como a motivação é indispensável para a liberação
de substância responsável por mobilizar a atenção e reforçá-la na relação com o
objeto que a afetou (BORTOLI; TERUYA, 2017).
De acordo com Oliveira (2014), a neurociência passou a ser assunto de
grande interesse em diferentes áreas do saber, inclusive no âmbito
educacional. No sentido de que a intersecção entre as ciências do cérebro e a
educação, trouxessem subsídios para a elaboração de estratégias pedagógicas
que contribuíssem com os aspectos relacionados entre ensino e
aprendizagem.
Compreendendo que o cérebro não para e que as funções cerebrais são
ativadas por meio de circuitos, entende-se que é por meio dos estímulos do
ambiente que o cérebro é moldado. Assim, os estímulos promovem a formação
de sinapses e, nesse sentido, quanto mais estímulos, mais sinapses são ativadas,
tornando-as mais intensas. Esse é o papel desempenhado pela educação:

27
proporcionar estímulos por meio do ensino e, consequentemente, promover novas
e mais intensas sinapses na mente do educando (BARTOSZECK, 2009).

7 ASPECTOS COGNITIVOS NOS DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM

Fonte: iped.com.br

Identificar as dificuldades encontradas dentro do ambiente escolar ainda é um


grande desafio para muitos docentes, principalmente para os iniciantes que não
possuem uma especialização nesta área e para aqueles que buscam se atualizar para
lidar com a inclusão em sala de aula. Muitos são os fatores que contribuem para o
fraco rendimento escolar, que surgem a partir de obstáculos identificados no processo
de aprendizagem, na desestruturação familiar e na desmotivação pelo ensino. França
(2019) destaca que “essas dificuldades são pontuais e específicas, caracterizadas
pela presença de uma disfunção neurológica, geralmente associada a algum
comprometimento no funcionamento de certas áreas do cérebro”. Assim, os
transtornos que envolvem a leitura, o cálculo e a escrita são os principais agentes que
auxiliam no encaminhamento das crianças aos profissionais que podem minimizar as
dificuldades encontradas no ambiente escolar.
Para compreender melhor a abordagem, Chiarello (2019) assevera que:

Cada estágio do transtorno requer um tratamento diferente, em casos extras


recomenda-se a utilização dos psicofármacos e psicoestimulantes com
prescrição médica para o controle dos sintomas, já os mais simples
necessitam apenas de terapia e metodologias adequadas.

28
Ao identificar os transtornos que ocasionam déficit de aprendizagem, as
crianças que possuem escrita desordenada, dificuldades em organizar e iniciar
tarefas, falha na interpretação textual, confusão dos símbolos matemáticos e
desenvolvimento da leitura contrária dos numerais devem ser encaminhadas aos
profissionais que auxiliarão no desenvolvimento da aprendizagem.
De acordo com Padilha (2012), os transtornos de aprendizagem podem ser
identificados na produção de textos curtos e menos envolventes, como também “com
texto mal organizado nos níveis das sentenças e dos parágrafos, e são menos
prováveis de revisar a ortografia, a pontuação, a gramática ou o corpo do texto para
aumentar a clareza”.
Assim, o diagnóstico acontecerá pelo profissional qualificado, que, juntamente
com o psicopedagogo, a família e toda a equipe pedagógica, poderá promover criar
técnicas, projetos multifuncionais e novas metodologias de ensino para melhorar o
desempenho das crianças prejudicadas pelo déficit de ensino (SILVA NAHIME, et al.,
2020).
Pereira (2017) acredita que o estudo dos termos com dificuldades de
aprendizagem teve início com o estudo de pacientes com AVC, principalmente os
feridos na guerra, que apresentavam dificuldades de aprendizagem após o acidente
e, portanto, passaram a ser um instrumento de pesquisa. Na realização desta
pesquisa, a principal preocupação foi buscar a aprovação do governante. Muitos pais
temiam que seus filhos tivessem dificuldades na linguagem e na escrita e
matemática. Portanto, a pesquisa focou no diagnóstico e na intervenção, então os
instrumentos passaram a ser a avaliação e pesquisa, criado por tecnologia de
diagnóstico.
Existem dois termos que podem alienar a falta de aprendizagem: dificuldades
de aprendizagem e distúrbio de aprendizagem. As dificuldades de aprendizagem
envolvem muitos aspectos como o ambiente da sala de aula, o conteúdo do ensino
e o ambiente real em que os alunos se encontram. Não estimulam o interesse pela
aprendizagem. Nesse caso, a escola como um todo pode ajudar os alunos no
desenvolvimento cognitivo (FRANÇA, 2019).
Os distúrbios de aprendizagem têm mais impacto na vida dos alunos, tanto as
escolas quanto as famílias que precisam da ajuda de profissionais em áreas
específicas para alcançar melhores resultados. “Os distúrbios de aprendizagem

29
estão relacionadas a problemas que não são devidos a motivos educacionais”
(FRANÇA, 2019, p. 1). Quando se observa que os alunos não estão se
desenvolvendo por meio de métodos de ensino, é necessário encontrar a causa de
forma específica. Existem vários tipos de obstáculos, incluindo dislexia, caligrafia,
discalculia, dislexia, caligrafia e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade
(TDAH) (VIEIRA E ALMEIDA, 2020).

7.1 Dislexia

Etimologicamente na palavra Dislexia, dis aponta para dificuldade/perturbação


e lexia signifa leitura (latim) e linguagem (grego) (SERRA, GONÇALVES, &
NOGUEIRA, 2007). A Dislexia indica a presença de dificuldades na leitura e na
linguagem e foi o primeiro termo utilizado globalmente para designar vários problemas
relacionados com a aprendizagem (PÉPIO; MAIA, 2018).
A Dislexia é uma das diversas incapacidades distintas na aprendizagem. É um
distúrbio especifico baseado na linguagem de origem constitucional, caracterizado por
dificuldades na descodificação de palavras isoladas, que geralmente refletem
habilidades insuficientes de processamento fenomenológico. Essas dificuldades na
descodificação de palavras individuais são frequentemente inesperadas em relação à
idade ou a outras capacidades cognitivas; elas são resultantes de uma incapacidade
de desenvolvimento ou de um comprometimento sensorial. A Dislexia manifesta-se
por uma dificuldade variável em diferentes formas de linguagem, incluindo além do
problema na leitura, um problema conspícuo na aquisição de proficiência na escrita e
no soletrar (PÉPIO; MAIA, 2018).
A Dislexia se apresenta de duas formas, Dislexias adquiridas e Dislexias
evolutivas. As Dislexias adquiridas são aquelas em que os indivíduos que já foram
leitores competentes, mas que devido a uma lesão cerebral, deixaram de o ser. As
Dislexias evolutivas encontram-se relacionadas com indivíduos que desde o início do
processo de aprendizagem da leitura, revelaram dificuldades (ABREU, 2012). O
diagnóstico de Dislexia evolutiva pode revelar uma disparidade entre a aptidão de
leitura prevista, com base no nível cognitivo ou intelectual e o nível de leitura
efetivamente examinado a partir de testes formais (LONA 2014).

30
Dentro das Dislexias adquiridas encontramos dislexias de tipo fonológico,
(dificuldade no uso do procedimento subléxico por lesão cerebral), de tipo superficial
(dificuldade no uso do procedimento léxico por lesão cerebral) e de tipo profunda
(dificuldades no uso de ambos os procedimentos). No que diz respeito às Dislexias
evolutivas encontramos também Dislexia de tipo fonológico, de tipo superficial e de
tipo misto com características idênticas aos tipos de dislexia adquirida, já
mencionados (ABREU, 2012).

Características da Dislexia
Apresenta desempenho superior nas funções não verbais.
Afeta a aprendizagem e a utilização instrumental da leitura.
Dificuldade em selecionar as palavras adequadas para se comunicar.
Pobreza de vocabulário, elaborando frases curtas e simples.
Dificuldade na articulação de ideias.
Soletração defeituosa.
Durante a leitura silenciosa, murmuram ou movimentam os lábios.
Problemas de compreensão semântica, revelam dificuldades na tomada de
consciência de que as palavras faladas e escritas são constituídas por fonemas,
confundem, invertem, substituem letras, sílabas ou palavras, na escrita espontânea
mostram severas complicações (COELHO, 2013).

7.2 Disgrafia

Fonte: psicopedagoga-alphaville.webnode.com

31
A Disgrafia afeta a qualidade da escrita, influenciando a forma das letras e das
palavras, contribuindo para que estas sejam irregulares e pouco uniformes. Para que
a escrita seja possível de acontecer deve existir uma facilidade motora por parte do
indivíduo e para que esta facilidade seja possível é necessária uma maturidade por
parte do Sistema Nervoso Central e Periférico, bem como, do desenvolvimento
psicomotor geral. Assim, entende-se que a Disgrafia é alteração da escrita associada
a problemas perceptivo motores (LONA, 2014).

Características da Disgrafia
Perturbação de tipo funcional que afeta a qualidade da escrita do sujeito, no
que se refere ao seu traçado ou a sua grafia. Caracteriza-se ainda por uma caligrafia
deficiente, com letras pouco diferenciadas, mal elaboradas e mal proporcionadas.
Para ser considerada com disgrafia a criança deve apresentar grande parte ou todas
as seguintes condições:
Letra excessivamente grande ou pequena;
Forma das letras irreconhecível, traçado exagerado e grosso ou
demasiadamente suave e imperceptível;
Grafismo trêmulo ou com uma marcada;
Irregularidade, com variações no tamanho dos grafemas;
Escrita demasiado rápida ou lenta;
Espaçamento irregular das letras ou das palavras;
Erros e borrões que quase não deixam possibilidade para a leitura da escrita;
Desorganização geral na folha/texto;
Utilização incorreta do instrumento com que escrevem (COELHO, 2013).

7.3 Discalculia

A Discalculia define-se como uma desordem neurológica específica


relacionada com a capacidade de uma pessoa, em compreender e manipular números
(LONA, 2014).

Características da Discalculia
Uma desordem neurológica específica que afeta a habilidade de uma pessoa
compreender e manipular números.

32
Dificuldades na compreensão e memorização de conceitos matemáticos,
regras e/ou fórmulas;
Dificuldades na sequenciação de números (antecessor e sucessor) ou em dizer
qual de dois é o maior, na diferenciação de esquerda/direita e de direções (norte, sul,
este, oeste);
Dificuldades na compreensão de unidades de medida, em tarefas que
impliquem a passagem de tempo (ver as horas em relógios analógicos) e em tarefas
que implicam lidar com dinheiro;
Dificuldades na resolução de operações matemáticas através de um problema
proposto;
Em casos extremos, fobia à matemática (COELHO, 2013).

7.4 Disortografia

A Disortografia é uma perturbação da escrita, é dela que advém a grande


dificuldade em escrever corretamente as palavras. É possível haver uma Disortografia
sem que haja uma Dislexia. Contudo, sempre que existe um diagnóstico de Dislexia,
a Disortografia, encontra-se mais ou menos evidente (LONA, 2014).

Características da Disortografia
Um conjunto de erros da escrita que afetam a palavra, mas não o seu traçado
ou grafia. Perturbação que afeta as aptidões da escrita e que se traduz por
dificuldades persistentes e recorrentes na capacidade da criança em compor textos
escritos. Falta de vontade para escrever e seus textos são reduzidos.
Organização pobre e pontuação inadequada;
Muitos erros ortográficos de natureza diversa. Apresentam erros de caráter:
linguístico perceptivo – omissões, adições e inversões de letras;
Caráter visoespacial – substitui letras “b”/”d”;
Caráter visioanalítico – não faz associações entre fonemas e grafemas, entre
outros (COELHO, 2013).

33
7.5 Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade

O denominado Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) tem


paulatinamente ganhado um lugar de destaque quando consideramos a prevalência
dos quadros psicopatológicos da infância e adolescência na atualidade. Nas últimas
décadas foram realizadas inúmeras investigações cientificas que tomam como objeto
a prevalência do TDAH (HORA, SILVA, RAMOS et al., 2015; POLANCZYK, WILLCUT,
SALUM et al., 2014; RIVERA, 2016). Pesquisas do campo médico apontam que o
diagnóstico de TDAH apresentou um expressivo crescimento desde a última década
(POLANCZYK et al., 2014; RIVERA, 2016).
Afetam a criança nos mais diversos âmbitos, como no escolar, em que se
instala a demanda de que tenha seu corpo e comportamentos disciplinados em nome
do bom aproveitamento escolar, muitas vezes ocultando impasses que dizem respeito
à própria instituição de ensino; e no familiar, em que pais balizados por um saber
médico, que aponta para a etiologia orgânica do TDAH, percebem-se pouco
implicados com os sintomas dos filhos, optando por um tratamento medicamentoso.
Temos nesse caso, do lado da criança, em um só tempo, corpo, fala e angústia
silenciados; via de regra ela não é escutada, mas julgada a partir de seus
comportamentos. O desejo tanto do lado da escola como do da família é silenciar a
criança e “sua agitação” (LACET; ROSA, 2017).
O TDAH tem sua etiologia atualmente associada à neurobiologia, segundo o
DSM (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais). O discurso médico
contemporâneo, representado pela psiquiatria biológica e pelas neurociências,
estabelece o diagnóstico de TDAH baseado na noção de déficit, incapacidade e
disfunções atencional, motora e do controle da impulsividade, articulando-os algumas
vezes a problemas comportamentais no âmbito familiar. As disfunções são colocadas
em primeiro plano e as funções psíquicas e orgânicas entendidas de maneira
desarticulada entre si e em relação ao processo de constituição da subjetividade. O
sintoma, nesse caso, equivale à doença em si e encontramos assim, as mesmas
disfunções do TDAH atribuídas às mais diferentes posições subjetivas e estruturas,
como autismo, psicose e retardo mental (LEGNANI & ALMEIDA, 2009)

Strysk; Gracino (2019) as crianças podem ter dificuldades de aprendizagem


na linguagem oral e escrita. Pode haver problemas de audição na linguagem falada,
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que podem interferir com a linguagem de alguma forma por meio da fala, e podem
ser problemas de visão ou do sistema nervoso ao escrever, dificultando a absorção
de letras. A barreira da linguagem é a dislexia, o que dificulta a codificação e
decodificação de palavras. Pessoas com dislexia observam as palavras como se
estivessem dançando, como em um filme: Como as estrelas da terra, o menino tem
dislexia, mas até seus familiares encontrar este menino ele passou por muitos
momentos difíceis em sua vida, e foi rotulado de preguiçoso e não inteligente até
que passou pelos olhos da professora que mudou sua história, o que na verdade
aconteceu com muitos alunos, eles precisam ter consciência através da visão de
ensinar às suas próprias limitações e dificuldades. De acordo com Streisk e Gracino,

De acordo com o DSM – 5 (APA, 2014), a dislexia é um transtorno específico


da linguagem que afeta a habilidade de leitura, abrangendo seus aspectos de
fluência, velocidade e compreensão. Com isso, todas as habilidades
acadêmicas ficam comprometidas, considerando – se que a leitura é
essencial para as demais aprendizagens (STREISK; GRACINO, 2019, p.74).

Segundo França (2019), quando o professor constatar que seu aluno


apresenta sinais de distúrbio de aprendizagem, deverá dirigir-se ao setor de gestão
escolar, que por sua vez encaminhará a criança a uma equipe dedicada para
avaliação, que pode ser composta por médicos, neurologistas, fonoaudiólogos,
psicopedagogos, psicólogos, etc. Dessa forma, a criança poderá aceitar o
tratamento necessário e as atividades de ensino relacionadas às suas limitações,
tendo em vista que a tolerância é o melhor caminho para o seu desenvolvimento
cognitivo. “Também é responsabilidade desta instituição promover uma maior
integração dos alunos com os demais membros da comunidade escolar”. Portanto,
a escola deve ser responsável por proteger e cuidar da permanência das crianças
em sala de aula, atentando para o não isolamento social, promovendo a interação,
aproximando as famílias e integrando-se à comunidade escolar (FRANÇA, 2019, p.
1).
As dificuldades de aprendizagem ocorrem no desenvolvimento cognitivo dos
alunos. No processo de alfabetização, ou seja, quando os conceitos de letras e
números são introduzidos, é óbvio que esse tipo de obstáculo pode ocorrer de
diferentes formas. Na linguagem falada, faz a leitura difícil, na escrita, seja dislexia,
ortográfica ou manuscrita, isso levará à troca de letras difíceis de reconhecer, pois o
caderno carece do conceito espacial de linhas e letras qualificadas. Das três

35
doenças, a mais famosa é a dislexia, que causa dificuldades na codificação e
decodificação de palavras. Quando a escola encontra um aluno com deficiência de
aprendizagem, ela o transfere para uma equipe profissional, pois só profissionais
como médicos, neurologistas, fonoaudiólogos, psicoeducadores e psicólogos podem
fazer o diagnóstico. (VIEIRA e ALMEIDA, 2020).

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