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1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 2
3 PSICOPEDAGOGIA ................................................................................... 5
1
1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
Bons estudos!
2
2 ASPECTOS COGNITIVOS DA APRENDIZAGEM
Fonte: miro.medium.com
3
desenvolvimento cognitivo infantil. A estimulação precoce irá interagir fortemente com
os órgãos dos sentidos e com a carga genética da criança, produzindo um efeito
decisivo no desenvolvimento cerebral desta, trazendo impactos de longa duração na
fase adulta.
3 PSICOPEDAGOGIA
Fonte: miro.medium.com
5
O termo Psicopedagogia é citado por Bossa (1994) com três conotações
distintas: como uma prática, um campo de investigação e como a pretensão de um
saber científico. Ela ressalta o reconhecimento de diversos autores que enfatizam o
caráter interdisciplinar da Psicopedagogia, ao utilizar conhecimentos de outras áreas
para criar seu próprio objeto de estudo e delimitar seu campo de atuação, recorrendo
não apenas à Psicologia e à Pedagogia, mas também à Medicina, à Psicanálise, à
Fonoaudiologia e a outros campos.
A Psicopedagogia surgiu devido à necessidade de melhor compreender o
processo de aprendizagem. Originou-se na Europa, com seus primeiros registros no
século XIX, oriundos inicialmente de filósofos, médicos e educadores da época,
preocupados com os problemas de aprendizagem identificados em crianças (BOSSA,
1994).
A psicopedagogia é uma área que visa compreender os processos de
aprendizagem desde a infância até a terceira idade, e que busca trabalhar a
autoestima do ser humano, auxiliando e desenvolvendo técnicas para melhorar a
capacidade de ensino. Ao conhecer a psicopedagogia em diferentes vertentes, será
possível abordar os transtornos que causam dificuldade no processo
ensino/aprendizagem. O profissional da educação – em especial, o professor –
contribui para o processo ensino/aprendizagem, independentemente da idade do
aluno (SILVA NAHIME, et al., 2020).
Para Silva Nahime et al., (2020) é por meio do educador que se pode capacitar
e melhorar a educação do indivíduo, avaliando e buscando alternativas para
solucionar os problemas encontrados dentro da sala de aula. Com isso, o
psicopedagogo, em sua prática no ambiente escolar, vem favorecer todos aqueles
que estão inseridos nele. No entanto, os principais fatores para essas nominações
são identificados na falta de estrutura familiar e falta de diagnóstico de transtornos
e/ou distúrbios comuns que ocasionam o baixo rendimento escolar.
O psicopedagogo é aquele profissional que identifica os problemas
relacionados aos distúrbios de aprendizagem, promovendo técnicas e projetos que
alcancem a melhoria do rendimento escolar. Também identifica crianças que precisam
de acompanhamento em outras áreas do conhecimento, e trabalha o comportamento,
a fala, a escrita, entre outros aspectos. Conforme destaca Pontes (2010), o
psicopedagogo contribui para uma boa comunicação entre a escola e a família,
6
fazendo-se necessária a integração de ambas as partes para o desenvolvimento do
educando que apresenta dificuldade na aprendizagem.
Fonte: neuroaprendizagem.com.br
8
Para Tavares e Sousa (2017), a aprendizagem como experiência possui
elementos universais do ser humano, pois permite a disseminação do conhecimento
e garante a semelhança e a continuidade coletiva nesse processo, ao mesmo tempo
que permite a diferenciação e a transformação. Entender que todos precisam
atender a essas necessidades em sua vida para obter um desempenho suficiente e
esperado em sua atuação profissional. Neste caso, o papel dos educadores
institucionais é entender os temas se os participantes atendem às suas
necessidades básicas, e então apresentar as condições para enfrentar as
dificuldades. Normalmente, palavras motivacionais ou elogios podem despertar ou
regenerar a autoconfiança e a autoestima, o que levará o sujeito a superar sua
imaginação.
Porto (2011) destacou que a atuação dos psicopedagogos visa
fundamentalmente ajudar a salvar a identidade da organização. Portanto, os canais
de reflexão serão óbvios, levando a novas ações e criando novos espaços
relacionados à aprendizagem. Um psicólogo educacional qualificado é um
profissional que mostra compromisso e entusiasmo em observar e tratar uns aos
outros como uma pessoa com habilidade, potencial e, o mais importante, uma
personalidade que precisa ser protegida e encorajada.
Bossa (2011) destacou que, em termos de sua função preventiva, depende
do psicopedagogo: detectando possíveis interferências no processo de
aprendizagem e promovendo diretrizes metodológicas a partir das características
dos indivíduos e dos grupos.
Porto (2011) destacou que os psicopedagogos institucionais atuarão
exclusivamente de forma preventiva, visando "evitar" problemas de aprendizagem.
Os educadores psicológicos usam várias fontes de dados e vários métodos, seja por
meio de observações, conversas casuais, entrevistas, documentos, vários tipos de
participantes e várias situações. Os psicopedagogos também precisam se livrar das
próprias opiniões, tanto quanto possível, para que possam fazer uma avaliação
verdadeira e confiável, e fazer recomendações para intervenções futuras, quando
necessário.
A instituição escolar, como todo e qualquer ambiente em que há
relacionamentos sociais, é um local onde existem os conflitos, “sintomas que precisam
ser investigados e diagnosticados a fim de possibilitarem uma direção para atuação
9
mais eficaz dos profissionais” (BASTOS, 2015). Em sua atuação institucional e dentro
do ambiente escolar, o psicopedagogo não só pode como deve intermediar a
resolução desses conflitos, pois a promoção de saúde mental também é parte da
responsabilidade do psicopedagogo institucional, “a psicopedagogia institucional,
assim como a psicopedagogia clínica, pode promover saúde, dada a sua atuação
preventiva” (BASTOS, 2011).
O trabalho psicopedagógico não é limitado ao aluno e ao professor, embora
esses estejam diretamente ligados ao processo de ensino aprendizagem. O fazer do
psicopedagogo institucional deve e alcançar todos os envolvidos no processo, fora e
dentro da escola. O psicopedagogo institucional está apto a planejar juntamente com
a coordenação pedagógica, podendo assessorar pedagogicamente, colaborar com
planos educacionais da escola, realizar o diagnóstico institucional, propor
intervenções adequadas às necessidades encontradas dentro da instituição escolar.
(BOSSA, 2011).
A psicopedagogia institucional age preventivamente, cuidando de analisar os
envolvidos na aprendizagem do aluno, apontando possíveis causadores dos
problemas de aprendizagem. Sobre isso Bastos (2015) declara:
10
político pedagógico quando bem elaborado e aplicado resulta em melhora na
qualidade do ensino e da aprendizagem oferecida pela escola. Assim como o PPP, a
instituição escolar, a prática docente, o convívio familiar também é avaliado.
O psicopedagogo atua conscientizando diretores e professores sobre seus
papéis frente às necessidades individuais e coletivas dos alunos. Também está apto
a “orientar os alunos a lidarem com suas dificuldades e redescobrirem seus
potenciais” (SCALZER E SILVA, 2012). É também de competência desse profissional,
investigar as questões que impedem o aluno de aprender e buscar resolver tais
questões juntamente com a coordenação pedagógica e o corpo docente, ouvindo e
orientando os pais e o aluno.
Fonte: googleusercontent.com
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professores e de outros profissionais ligados aos alunos é prepará-los para
estabelecer uma relação exitosa e madura entre os alunos e a escola.
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os seus comportamentos e cognições, sendo fundamentais para o processo de
aprendizagem das crianças.
Para a neuropsicologia cognitiva, a aprendizagem está relacionada à fase de
aquisição da memória e atenção, sendo definida como uma mudança de
comportamento viabilizada pela plasticidade dos processos neurais cognitivos
resultantes de prática ou experiência anterior (PAULA, BEBER, BAGGIO & PETRY,
2006).
Nesta perspectiva, quando o conjunto de habilidades cognitivas, representada
pelas funções executivas, possui alguma alteração, a criança tende a apresentar
problemas de planejamento, organização, dificuldades na inibição, na mudança de
respostas e na criação de estratégias, assim como pobre memória do trabalho, sendo
refletido nas suas dificuldades de aprendizagem (DIAS, MENEZES & SEABRA, 2010).
Fonte:psiqueasy.com.br
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a vida escolar do aluno. É atribuído a várias causas e aspectos diferentes que
podem prejudicar o funcionamento cerebral. Às vezes, as dificuldades de
aprendizagem são tão sutis que essas crianças não apresentam
anormalidades, mas podem apresentar uma inteligência na média ou superior
e serem excepcionais em algumas áreas.
14
Fonseca, 2015 diz que a criança com dificuldade da aprendizagem não deve
ser “classificada” como deficiente, e sim como uma criança normal que aprende de
uma forma diferenciada, a qual apresenta uma discrepância entre o potencial atual e
o potencial esperado. Não pertencendo a nenhuma categoria de deficiência, não
sendo sequer uma deficiência mental, pois possui um potencial cognitivo que não é
realizado em termos de aproveitamento educacional.
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Souza et al., (2017) acredita-se que os psicopedagogos serão capazes de
recorrer a jogos espontâneos e direcionais sob seus cuidados e usar recursos de
recursos como narrativa, fantoches, pintura, música, drama, drama, círculos de
diálogo, jogos de adaptação, quebra-cabeças, etc. Isso permitirá que você observe
seus pacientes de diferentes aspectos sociais, familiares, acadêmicos e emocionais
e determine a origem do problema de uma forma divertida e não dolorosa.
Quando o profissional utiliza tais atividades, é possível diversificar seu
trabalho na avaliação e intervenção do paciente, estimulá-lo a ter mais confiança em
si mesmo, suprimir o medo de errar, superar algumas fragilidades da área de ensino
e reencontrar o caminho do aprendizado .
A ludicidade, ou brincadeiras, são um processo importante para a atuação do
psicopedagogo porque como já assinalado em outros momentos, são fenômenos
inerentes à criança, porque dessa forma, ela irá se desenvolver inserida num contexto
de relações, de interação com o outro, o que pode influenciar de maneira relevante na
sua formação, construindo a imagem de sei própria e do seu entorno. Existem diversos
instrumentos lúdicos, mas jogos e brincadeiras são certamente, os mais indicados
para que o psicopedagogo intervenha com bastante propriedade, pois trata-se de uma
ferramenta que alia fatores tais como objeto de desejo e amor por parte das crianças,
com sua vertente pedagógica, uma vez que eles permitem que a criança adquira
conhecimentos aptidões diversas.
Arnaldo, (2011), enumera fatores que podem ser adquiridos através das
ferramentas lúdicas, e dentre as quais se destaca a expressão corporal e o estimulo
a iniciativa, o que repercute na habilidade da criança em lidar melhor com as emoções
e outros sentimentos como medo, raiva, ansiedade, além de aprender também a
dividir, a desenvolver o sentido de empatia, além de disciplina, respeito ao outro, e
entender que existem regras e que estas precisam ser cumpridas.
Cruz (2011), corrobora ao afirmar que as intervenções do psicopedagogo junto
às crianças com dificuldades de aprendizagem devem ter brinquedos e jogos como
sua principal ferramenta de trabalho, e fazendo dela uma estratégia didática, que
viabiliza a aprendizagem, mas essas estratégias devem ser devidamente planejadas
e orientadas.
A psicopedagogia, enquanto ciência, busca atribuir sentido ao processo de
aprendizagem, utilizando, para isso, diferentes estratégias e métodos para a avaliação
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e intervenção, dentre eles o lúdico (PEREIRA; GONZALEZ, 2019). Consideram-se as
brincadeiras como uma forma efetiva e eficaz de aprendizagem significativa,
proporcionando a criança o desenvolvimento de habilidades cognitivas, motoras e
perceptivas. O desenvolvimento pessoal proporcionado pela ludicidade, junto aos
fatores culturais e sociais, é indicado como facilitadores no processo de construção
do conhecimento, expressão e comunicação, bem como para o integral e pleno
desenvolvimento nos processos educativos (RODRIGUES; OLIVEIRA, 2016;
MODESTO; RUBIO, 2014).
O brincar deve ser conduzido de modo planejado ao ser utilizado em uma
intervenção psicopedagógica, pois, através dele, a criança poderá se comunicar de
forma mais completa, consigo mesma e com o mundo, além de viabilizar a
incorporação de valores culturais e sociais, possibilitando ao profissional trabalhar
conteúdos que ultrapassem a aprendizagem, como autoestima, cooperação,
autoconhecimento e autoimagem (RODRIGUES; OLIVEIRA, 2016).
Sem contraindicações, as especificações legais e a literatura indicam o brincar
como direito de todas as crianças, principalmente no ambiente educativo (PINAZZA;
FESTA, 2017), sendo essencial ao trabalho do educador e também do
psicopedagogo. As atividades lúdicas na psicopedagogia colaboram para os
educandos tenham um melhor desempenho e desenvolvam suas habilidades
intelectuais. A ludicidade é um excelente recurso para o atendimento
psicopedagógico, pois promove a vinculação cognitiva à aprendizagem, sendo
fundamental que durante as intervenções a criança vá se reconhecendo e construa
sua própria forma de aprender (FIGUEIREDO; ASSIS, 2015).
Ao utilizar os jogos, as brincadeiras e a ludicidade em suas avaliações ou
intervenções, o psicopedagogo objetiva resgatar os aspectos emocionais, afetivos e
cognitivos dos conteúdos ministrados pelo educador em sala de aula, motivando o
educando a buscar uma aprendizagem prazerosa. Destaca-se que ao utilizar recursos
lúdicos, o profissional de psicopedagogia deve esclarecer o porquê, para quem é,
quais recursos utilizar, considerando as dificuldades identificadas e a superação das
mesmas. É importante pontuar também que as atividades lúdicas podem ser utilizadas
em intervenções de caráter preventivo e curativo (RODRIGUES; OLIVEIRA, 2016).
Os jogos pedagógicos devem ser explorados na intervenção psicopedagógica,
visto que brincar é universal e rompe as fronteiras entre o diagnóstico e o tratamento,
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fazendo com que aquele passe a ter caráter terapêutico. O lúdico e a ludicidade, como
intervenções psicopedagógicas, auxiliam no desenvolvimento cognitivo, na expressão
motora e corporal. Aprender brincando torna a aprendizagem significativa e mais
concreta ao educando. Neste sentido, é necessário que os profissionais da educação
infantil e psicopedagogos proporcionem ambientes lúdicos, a fim de desenvolver
múltiplas inteligências e habilidades nas crianças (PIRES; QUEIROZ, 2017;
RODRIGUES; OLIVEIRA, 2016).
Torna-se essencial que o psicopedagogo crie situações que estimulem a
aprendizagem, favorecendo o total desenvolvimento de habilidades psicomotoras,
sociais, afetivas e cognitivas, por meio de intervenções próprias para cada criança,
pois cada pessoa é singular e única. Por meio do lúdico, pode-se concluir que a
aprendizagem se torna mais significativa, pois ela faz parte do cotidiano e universo
infantil, promovendo a prevenção de futuros problemas de aprendizagem e
oferecendo meios para se trabalhar as habilidades de cada ser humano
(RODRIGUES; OLIVEIRA, 2016).
Fonte: cienciasecognicao.org
O tecido nervoso é composto por dois tipos de células, que são neurônios e
células gliais. Em resumo, é importante notar que as células neuronais têm muitos
tipos funcionais diferentes, e as células gliais podem ser descritas como uma coleção
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de vários tipos de células diretamente relacionadas aos neurônios, sendo o maior
número de neurônios. Organização com múltiplas funções (SILVA & ZANÃO, 2016).
Os neurônios, como outras células, são completamente cobertos pela
membrana plasmática, têm um corpo celular e duas extensões, a saber, dendritos e
axônios. As células nervosas não se tocam diretamente, a comunicação entre essas
células é feita por meio do que chamamos de sinapses, que podem ser químicas ou
elétricas. Entende-se que o sistema nervoso inerva aproximadamente 85 bilhões de
neurônios (SILVA & ZANÃO, 2016). Eles são compostos por pequenos dendritos
estendidos que obtêm informações proximais, grandes axônios estendidos que
enviam informações distais e corpos celulares ou células somáticas., contém o
núcleo e seu código genético e mitocôndrias que fornecem energia (FONSECA,
2014).
Os dendritos estão relacionados à função de receber estímulos, e os axônios
têm a função de transmitir impulsos nervosos. Portanto, o tecido nervoso se
diferencia por ser sensível aos mais diversos estímulos de diferentes ambientes e
situações, e tem a função de receber e processar esses estímulos de maneira
adequada. Por muitos anos, as pessoas têm estudado e discutido sobre a
capacidade do ser humano de se adaptar a diferentes ambientes e situações (SILVA
& ZANÃO, 2016)
Vigotsk (2010) argumentou em seu livro Psicologia Educacional, a Teoria da
Origem das Espécies de Darwin (VIGOTSKY, 2010, apud DARWIN 1859), que
provou que a luta pela sobrevivência é a força motriz e o mecanismo básico da
evolução, assim como aqueles sem adaptação. Atribuímos essa capacidade e
adaptação ao que chamamos de neuroplasticidade, que podemos definir como "a
capacidade do sistema nervoso de mudar em sua função ou estrutura para se
adaptar às necessidades geradas pelo meio ambiente. ” (SILVA; ZANÃO, 2016).
Portanto, depois de ver a importância da adaptabilidade e considerar o que as
mudanças no comportamento genético significam para o processo de aprendizagem,
podemos considerar a neuroplasticidade como um dos alicerces do processo de
aprendizagem. Segundo o livro Neurociência aplicada à aprendizagem:
19
ele vai tomar suas decisões, interagir com seu ambiente e compreender a
realidade que o cerca (PANTANO et al., 2009, p.186).
21
para detectar alterações no desenvolvimento infantil, valorizando aspectos relevantes
ao prejuízo no desempenho acadêmico.
Definir aprendizagem é considerar fatores complexos que fazem parte da
experiência escolar, verificáveis no desempenho acadêmico, a partir do
desenvolvimento de múltiplos fatores associados entre si, bastante associado ao
desenvolvimento infantil. Aprendizagem pode ser considerada como processo
resultante de assimilação de habilidades ou modificações internalizadas à estrutura
intelectual, relativas a mudanças comportamentais processualmente oportunizadas
(ALGERI, 2014), permanecendo em constante progressão e se construindo com
estímulos específicos (SANTOS, 2009). Tendo em vista essa apresentação geral do
termo, não só o ambiente e os estímulos fazem parte da construção da aprendizagem,
mas de igual modo as habilidades ou características intrínsecas do indivíduo
cooperarão para atingir níveis de aprendizagem relevantes ao desempenho
acadêmico e participação de crianças na experiência escolar.
Diversos fatores podem influenciar no desempenho escolar das crianças, estes
fortemente ligados ao próprio funcionamento da escola (CAVALCANTE & SANTOS,
2013). Sendo assim, entende-se desempenho escolar como o resultado da interação
da criança com a escola, seu entorno e problemáticas advindas com a experiência de
educação formal escolar. Tal experiência se dá perante a caracterização de um
ambiente constituído por diversos elementos que se interferem incessantemente na
participação e no desenvolvimento de cada criança.
6 NEUROCIÊNCIA COGNITIVA
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Fonte: quickcachr.fotos.sapo.pt
23
As funções cognitivas, são compostas pelas funções receptivas, funções
retentivas, funções executivas e funções expressivas, conforme Maia (2011). As
funções receptivas são as responsáveis por receber e dar significado às informações
e constituem a percepção, que é “a capacidade de associar as informações sensoriais
à memória e à cognição, de modo a formar conceitos sobre o mundo e sobre nós
mesmos” (LENT, 2010, p. 612).
A fim de aperfeiçoar esse mecanismo, o ser humano conta com a atenção, que
é, de acordo com Lent (2010), a capacidade de focalizar a consciência, ou seja, de
selecionar aquilo que é mais importante e colocar os demais estímulos em segundo
plano. A atenção pode ser classificada em explícita, quando o seu foco coincide com
a fixação visual, e implícita, quando não coincide.
Ela também pode ser classificada de acordo com o tempo em que é mantida
ou à forma como é direcionada aos diferentes estímulos ou tarefas, segundo Maia
(2011): a vigilância é a capacidade de reagir a estímulos prontamente; a atenção
passiva refere-se a atividades automatizadas, mas das quais temos consciência; a
atenção sustentada é a que precisa ser mantida por um longo período de tempo; a
atenção seletiva é a que é direcionada apenas a um estímulo no ambiente; a atenção
dividida é a capacidade de alternar entre mais de um estímulo com igual eficiência. A
atenção, na sala de aula, é necessária o tempo todo para que o aluno tenha um bom
desempenho no seu processo de aprendizagem. Por isso, o professor pode usar
estratégias metodológicas que promovam o exercício da atenção. Também é preciso
considerar que há diversos fatores que podem interferir negativamente na capacidade
de atenção de um indivíduo, como o interesse pela tarefa que deve ser
desempenhada, sua complexidade, seu nível de consciência, além de aspectos
afetivos. A memória faz parte das funções retentivas, responsáveis pelo
armazenamento de informações que possam ser posteriormente recuperadas e
utilizadas. Ela é diferente da aprendizagem, que corresponde ao processo de
aquisição das informações, conforme Lent (2010).
Segue-se a ela a retenção, que pode ocorrer por períodos curtos ou longos,
mas, nos dois casos, as informações podem ser recuperadas ou esquecidas. Há
vários tipos de memória, segundo Lent (2010):
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Conforme Maia (2011), a linguagem é processada no cérebro de forma
modular, “apresenta redes específicas para o processamento de níveis
hierarquizados” (MAIA, 2011, p. 37). Esses níveis correspondem aos fonemas, as
palavras, aos significados, à sintaxe, à pragmática e à prosódia. Além disso, as
intenções e as emoções, bem como o contexto e as características do sujeito que
enuncia, influenciam a produção de discurso e o uso da linguagem em qualquer
situação.
Fonte: cloudfront.net
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As neurociências são ciências naturais, que descobrem os
princípios da estrutura e do funcionamento neurais, proporcionando
compreensão dos fenômenos observados. A Educação tem outra natureza e
sua finalidade é criar condições (estratégias pedagógicas, ambiente
favorável, infraestrutura material e recursos humanos) que atendam a um
objetivo específico, por exemplo, o desenvolvimento de competências pelo
aprendiz, num contexto particular. A educação não é investigada
e explicada da mesma forma que a neurotransmissão. Ela não é
regulada apenas por leis físicas, mas também por aspectos humanos que
incluem sala de aula, dinâmica do processo ensino-aprendizagem,
escola, família, comunidade, políticas públicas. Descobertas em
neurociências não se aplicam direta e imediatamente na escola. A
aplicação desse conhecimento no contexto educacional tem limitações.
As neurociências podem informar a educação, mas não explicá-la ou
fornecer prescrições, receitas que garantam resultados. Teorias psicológicas
baseadas nos mecanismos cerebrais envolvidos na aprendizagem podem
inspirar objetivos e estratégias educacionais. O trabalho do educador pode
ser mais significativo e eficiente se ele conhece o funcionamento cerebral,
o que lhe possibilita desenvolvimento de estratégias pedagógicas mais
adequadas (GUERRA, 2011, p. 3).
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proporcionar estímulos por meio do ensino e, consequentemente, promover novas
e mais intensas sinapses na mente do educando (BARTOSZECK, 2009).
Fonte: iped.com.br
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Ao identificar os transtornos que ocasionam déficit de aprendizagem, as
crianças que possuem escrita desordenada, dificuldades em organizar e iniciar
tarefas, falha na interpretação textual, confusão dos símbolos matemáticos e
desenvolvimento da leitura contrária dos numerais devem ser encaminhadas aos
profissionais que auxiliarão no desenvolvimento da aprendizagem.
De acordo com Padilha (2012), os transtornos de aprendizagem podem ser
identificados na produção de textos curtos e menos envolventes, como também “com
texto mal organizado nos níveis das sentenças e dos parágrafos, e são menos
prováveis de revisar a ortografia, a pontuação, a gramática ou o corpo do texto para
aumentar a clareza”.
Assim, o diagnóstico acontecerá pelo profissional qualificado, que, juntamente
com o psicopedagogo, a família e toda a equipe pedagógica, poderá promover criar
técnicas, projetos multifuncionais e novas metodologias de ensino para melhorar o
desempenho das crianças prejudicadas pelo déficit de ensino (SILVA NAHIME, et al.,
2020).
Pereira (2017) acredita que o estudo dos termos com dificuldades de
aprendizagem teve início com o estudo de pacientes com AVC, principalmente os
feridos na guerra, que apresentavam dificuldades de aprendizagem após o acidente
e, portanto, passaram a ser um instrumento de pesquisa. Na realização desta
pesquisa, a principal preocupação foi buscar a aprovação do governante. Muitos pais
temiam que seus filhos tivessem dificuldades na linguagem e na escrita e
matemática. Portanto, a pesquisa focou no diagnóstico e na intervenção, então os
instrumentos passaram a ser a avaliação e pesquisa, criado por tecnologia de
diagnóstico.
Existem dois termos que podem alienar a falta de aprendizagem: dificuldades
de aprendizagem e distúrbio de aprendizagem. As dificuldades de aprendizagem
envolvem muitos aspectos como o ambiente da sala de aula, o conteúdo do ensino
e o ambiente real em que os alunos se encontram. Não estimulam o interesse pela
aprendizagem. Nesse caso, a escola como um todo pode ajudar os alunos no
desenvolvimento cognitivo (FRANÇA, 2019).
Os distúrbios de aprendizagem têm mais impacto na vida dos alunos, tanto as
escolas quanto as famílias que precisam da ajuda de profissionais em áreas
específicas para alcançar melhores resultados. “Os distúrbios de aprendizagem
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estão relacionadas a problemas que não são devidos a motivos educacionais”
(FRANÇA, 2019, p. 1). Quando se observa que os alunos não estão se
desenvolvendo por meio de métodos de ensino, é necessário encontrar a causa de
forma específica. Existem vários tipos de obstáculos, incluindo dislexia, caligrafia,
discalculia, dislexia, caligrafia e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade
(TDAH) (VIEIRA E ALMEIDA, 2020).
7.1 Dislexia
30
Dentro das Dislexias adquiridas encontramos dislexias de tipo fonológico,
(dificuldade no uso do procedimento subléxico por lesão cerebral), de tipo superficial
(dificuldade no uso do procedimento léxico por lesão cerebral) e de tipo profunda
(dificuldades no uso de ambos os procedimentos). No que diz respeito às Dislexias
evolutivas encontramos também Dislexia de tipo fonológico, de tipo superficial e de
tipo misto com características idênticas aos tipos de dislexia adquirida, já
mencionados (ABREU, 2012).
Características da Dislexia
Apresenta desempenho superior nas funções não verbais.
Afeta a aprendizagem e a utilização instrumental da leitura.
Dificuldade em selecionar as palavras adequadas para se comunicar.
Pobreza de vocabulário, elaborando frases curtas e simples.
Dificuldade na articulação de ideias.
Soletração defeituosa.
Durante a leitura silenciosa, murmuram ou movimentam os lábios.
Problemas de compreensão semântica, revelam dificuldades na tomada de
consciência de que as palavras faladas e escritas são constituídas por fonemas,
confundem, invertem, substituem letras, sílabas ou palavras, na escrita espontânea
mostram severas complicações (COELHO, 2013).
7.2 Disgrafia
Fonte: psicopedagoga-alphaville.webnode.com
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A Disgrafia afeta a qualidade da escrita, influenciando a forma das letras e das
palavras, contribuindo para que estas sejam irregulares e pouco uniformes. Para que
a escrita seja possível de acontecer deve existir uma facilidade motora por parte do
indivíduo e para que esta facilidade seja possível é necessária uma maturidade por
parte do Sistema Nervoso Central e Periférico, bem como, do desenvolvimento
psicomotor geral. Assim, entende-se que a Disgrafia é alteração da escrita associada
a problemas perceptivo motores (LONA, 2014).
Características da Disgrafia
Perturbação de tipo funcional que afeta a qualidade da escrita do sujeito, no
que se refere ao seu traçado ou a sua grafia. Caracteriza-se ainda por uma caligrafia
deficiente, com letras pouco diferenciadas, mal elaboradas e mal proporcionadas.
Para ser considerada com disgrafia a criança deve apresentar grande parte ou todas
as seguintes condições:
Letra excessivamente grande ou pequena;
Forma das letras irreconhecível, traçado exagerado e grosso ou
demasiadamente suave e imperceptível;
Grafismo trêmulo ou com uma marcada;
Irregularidade, com variações no tamanho dos grafemas;
Escrita demasiado rápida ou lenta;
Espaçamento irregular das letras ou das palavras;
Erros e borrões que quase não deixam possibilidade para a leitura da escrita;
Desorganização geral na folha/texto;
Utilização incorreta do instrumento com que escrevem (COELHO, 2013).
7.3 Discalculia
Características da Discalculia
Uma desordem neurológica específica que afeta a habilidade de uma pessoa
compreender e manipular números.
32
Dificuldades na compreensão e memorização de conceitos matemáticos,
regras e/ou fórmulas;
Dificuldades na sequenciação de números (antecessor e sucessor) ou em dizer
qual de dois é o maior, na diferenciação de esquerda/direita e de direções (norte, sul,
este, oeste);
Dificuldades na compreensão de unidades de medida, em tarefas que
impliquem a passagem de tempo (ver as horas em relógios analógicos) e em tarefas
que implicam lidar com dinheiro;
Dificuldades na resolução de operações matemáticas através de um problema
proposto;
Em casos extremos, fobia à matemática (COELHO, 2013).
7.4 Disortografia
Características da Disortografia
Um conjunto de erros da escrita que afetam a palavra, mas não o seu traçado
ou grafia. Perturbação que afeta as aptidões da escrita e que se traduz por
dificuldades persistentes e recorrentes na capacidade da criança em compor textos
escritos. Falta de vontade para escrever e seus textos são reduzidos.
Organização pobre e pontuação inadequada;
Muitos erros ortográficos de natureza diversa. Apresentam erros de caráter:
linguístico perceptivo – omissões, adições e inversões de letras;
Caráter visoespacial – substitui letras “b”/”d”;
Caráter visioanalítico – não faz associações entre fonemas e grafemas, entre
outros (COELHO, 2013).
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7.5 Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade
35
doenças, a mais famosa é a dislexia, que causa dificuldades na codificação e
decodificação de palavras. Quando a escola encontra um aluno com deficiência de
aprendizagem, ela o transfere para uma equipe profissional, pois só profissionais
como médicos, neurologistas, fonoaudiólogos, psicoeducadores e psicólogos podem
fazer o diagnóstico. (VIEIRA e ALMEIDA, 2020).
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8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
37
CORSO, H. V., SPERB, T. M., JOU, G. I. D., & SALLES, J. F. (2013). Metacognição
e funções executivas: relações entre os conceitos e implicações para a
aprendizagem. Psicologia: teoria e pesquisa, 29(1), 21-29.
DIAS, N. M., MENEZES, A., & SEABRA, A. G. (2010). Alterações das funções
executivas em crianças e adolescentes.
38
HORA, A. F, SILVA, S., RAMOS, M., PONTES, S., & NOBRE, J. P. (2015). A
prevalência do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH): uma
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