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Múltiplas: Fundamentos
e Metodologias
2018
Copyright © UNIASSELVI 2018
Elaboração:
Prof.ª Graciele Alice Carvalho Adriano
AD243d
Adriano, Graciele Alice Carvalho
Deficiências múltiplas: fundamentos e metodologias. / Graciele Alice
Carvalho Adriano – Indaial: UNIASSELVI, 2018.
194 p. : il.
ISBN 978-85-515-0195-5
Impresso por:
Apresentação
Caro acadêmico! Os estudos sobre a deficiência múltipla englobam
conceitos que permeiam entendimentos referentes à educação inclusiva,
deficiências e a inclusão de pessoas na vida social, ou seja, infere na percepção
da inserção de todos nos diversos segmentos sociais, incluindo a frequência
no ensino nas escolas regulares com o direito ao acesso da Tecnologia
Assistiva e as adaptações de objetos e recursos.
Bons estudos!
III
NOTA
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
UNI
IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 - FUNDAMENTOS CONCEITUAIS DAS DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS.........1
VII
TÓPICO 2 - DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA DE ZERO AOS
TRÊS ANOS DE IDADE..................................................................................................77
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................................77
2 ASPECTOS GERAIS DO BEBÊ COM DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA..........................................77
3 DESENVOLIMENTO DA CRIANÇA DE ZERO A TRÊS ANOS COM DEFICIÊNCIA
MÚLTIPLA...............................................................................................................................................79
3.1 CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA ASSOCIADA
A OUTRAS DEFICIÊNCIAS.........................................................................................................80
3.2 CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA VISUAL ASSOCIADA A OUTRAS DEFICIÊNCIAS......81
3.3 CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA FÍSICA ASSOCIADA A OUTRAS DEFICIÊNCIAS........84
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................86
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................88
VIII
2 FUNÇÕES CEREBRAIS E OS PROCESSOS DE ENSINO E APRENDIZAGEM...................137
3 A INFLUÊNCIA DAS EMOÇÕES NA APRENDIZAGEM.........................................................140
4 PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E O AFETO......................................................................................142
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................146
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................148
IX
X
UNIDADE 1
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Esta unidade tem por objetivos:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, neste primeiro tópico da disciplina Deficiências
Múltiplas: fundamentos e metodologias estudaremos sobre assuntos referentes
a saberes que estruturam o campo conceitual sobre as deficiências múltiplas.
Comentaremos brevemente sobre o processo de organização do conceito, que
sofreu alterações ao longo dos anos, até se constituir como conhecemos atualmente.
Para compreendermos a sua construção, necessitamos analisar as influências das
políticas públicas com a promulgação de alguns documentos que incidiram sobre
a mudança conceitual incorporada no cotidiano social. Dessa forma, estruturamos
o tópico de forma a trazer o contexto em que o termo ‘deficiências múltiplas’ foi
construído com o passar dos anos no desenvolvimento do entendimento social
em relação à integração das pessoas com deficiência.
3
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS CONCEITUAIS DAS DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS
4
TÓPICO 1 | CONSTRUÇÃO HISTÓRICA DO CONCEITO DE DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS
5
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS CONCEITUAIS DAS DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS
6
TÓPICO 1 | CONSTRUÇÃO HISTÓRICA DO CONCEITO DE DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS
DICAS
8
TÓPICO 1 | CONSTRUÇÃO HISTÓRICA DO CONCEITO DE DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS
9
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS CONCEITUAIS DAS DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS
Buscaglia (1997) corrobora e aponta a família como uma força social que
influencia no desenvolvimento do comportamento e formação da personalidade.
Nesse sentido, a família pode ser considerada como uma unidade social inserida
na comunidade de forma mais ampla, simbolizando o meio externo. O sistema
de relação que ocorre se estrutura de forma interdependente, onde as formas
de interação estabelecidas entre os familiares influenciam uns aos outros e as
mudanças atingirão a todos os envolvidos.
10
TÓPICO 1 | CONSTRUÇÃO HISTÓRICA DO CONCEITO DE DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS
Davis et al. (1989, p. 37) cita que “o envolvimento dos pais proporciona
benefícios a vários níveis: às crianças, aos pais, às escolas e, generalizando, infere
melhorias na sociedade democrática", ou seja, por meio da parceria, a família
passa a cooperar no processo de ensino e aprendizagem, demonstrando à
criança confiança e coragem. A criança com deficiência percebe que conseguirá
participar da vida social e ter um relacionamento com os outros, sendo capaz de
se desenvolver em diversos aspectos. Segundo a Convenção sobre os Direitos das
Pessoas com Deficiência (2011, p. 36):
12
TÓPICO 1 | CONSTRUÇÃO HISTÓRICA DO CONCEITO DE DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS
DICAS
13
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
14
AUTOATIVIDADE
15
interações com os outros e o mundo. Mais tarde, a criança frequentará
outro espaço social, a escola, onde continuará seu processo de interação,
desenvolvimento e aprendizagem social. Analise sobre a função da família
e disserte sobre como influencia no processo educacional das crianças com
deficiência múltipla.
16
UNIDADE 1
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, estudaremos sobre as etiologias que ocasionam as
deficiências múltiplas, que podem incluir fatores associados na concepção, pré-
natal, perinatal ou pós-natal. Algumas ocorrências são oriundas de condições
ambientais, como as originadas por acidentes, traumatismos cranianos, e outros.
Incluindo algumas enfermidades que estão associadas às deficiências múltiplas.
19
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS CONCEITUAIS DAS DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS
FIGURA 5 – HIPOTEREIODISMO
21
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS CONCEITUAIS DAS DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS
23
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS CONCEITUAIS DAS DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS
FIGURA 8 – CITOMEGALIA
• Causas: doença genética rara que acomete diversas partes do corpo. Para que
a criança manifeste a síndrome precisa receber duas cópias de gene, uma
herdada pelo pai e outra pela mãe. A sintomatologia decorre da ausência do
gene ALMS1, que codifica uma proteína de função ainda desconhecida.
• Sintomas: alterações visuais que podem surgir entre a primeira e terceira
semana de vida, com nistagmo (movimento rápido dos olhos). Sensibilidade
à luz iniciada na infância e progride para retinopatia e cegueira. Sintomas
auditivos iniciam entre os oito e 22 anos de idade. Na infância surgem níveis
exageradamente elevados de colesterol, lipídios, triglicerídeos e insulina
no sangue, podendo ocorrer o desenvolvimento de diabetes mellitus e
problemas renais (MELDAU, 2006-2018). O paciente pode apresentar manchas
na pele identificadas como acantose nigricans, escoliose, baixa estatura,
hipotireoidismo, hipotestosteronismo nos meninos, elevação das enzimas
hepáticas e problemas cardíacos. Insuficiência renal que pode surgir entre os
20 a 40 anos de vida.
• Diagnóstico: realizado por meio de teste genético que sequencia a parte em que
se encontra o gene ALMS1 no cromossomo 2.
26
TÓPICO 2 | ETIOLOGIA E SERVIÇOS DESTINADOS ÀS PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS
27
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS CONCEITUAIS DAS DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS
28
TÓPICO 2 | ETIOLOGIA E SERVIÇOS DESTINADOS ÀS PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS
31
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS CONCEITUAIS DAS DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS
DICAS
32
TÓPICO 2 | ETIOLOGIA E SERVIÇOS DESTINADOS ÀS PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS
33
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS CONCEITUAIS DAS DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS
34
TÓPICO 2 | ETIOLOGIA E SERVIÇOS DESTINADOS ÀS PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS
35
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS CONCEITUAIS DAS DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS
DICAS
36
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
37
AUTOATIVIDADE
I- Concepção.
II- Pré-natal.
III- Perinatal.
IV- Pós-natal.
39
40
UNIDADE 1
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, ao longo desta unidade estudamos sobre alguns aspectos
referentes à conceitualização das deficiências múltiplas, percebemos como as
políticas públicas influenciam a condução dos entendimentos sobre o assunto.
Esses aspectos indicaram a oferta de serviços de acordo com o desenvolvimento
da sociedade.
41
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS CONCEITUAIS DAS DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS
42
TÓPICO 3 | PREVENÇÃO DAS DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS
instrumentos cortantes e fogo, que são as causas mais frequentes das deficiências
nesse período de vida. Outros aspectos também precisam ser considerados, como
a desnutrição, problemas metabólicos e maus-tratos na primeira infância.
44
TÓPICO 3 | PREVENÇÃO DAS DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS
quando apresenta uma estrutura que não atende às demandas de uma sociedade
heterogênea.
46
TÓPICO 3 | PREVENÇÃO DAS DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS
DICAS
47
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS CONCEITUAIS DAS DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS
LEITURA COMPLEMENTAR
48
TÓPICO 3 | PREVENÇÃO DAS DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS
49
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS CONCEITUAIS DAS DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS
Figura 3: Imagem TC coronal, RN do sexo M, com Figura 4: Imagem TC axial, RN com 1 mês
1 mês de idade. Circunferência cefálica 29,5 cm. de idade. Circunferência cefálica 27 cm.
Crânio disforme, ventriculomegalia, hipopilasia Ventriculomegalia com septação (seta),
cerebelar (setas), calcificações. (Fonte: http://pubs. calcificações, crânio deformado. (Fonte: http://
rsna.org/doi/10.1148/radio.2016161584. Acesso pubs.rsna.org/doi/10.1148/radio.2016161584.
em: 30 de abril, 2017). Acesso em: 30 de abril, 2017).
50
TÓPICO 3 | PREVENÇÃO DAS DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS
Como não existe, até o momento, uma vacina para a doença, a OMS
recomenda medidas de prevenção, como o controle da população do mosquito
e a exposição limitada a este. Porém, as ações de controle do vetor têm limites
e não podem ser vistas como a única solução para o problema das arboviroses.
Então, em meados de janeiro de 2016, os ministros da Saúde de diferentes países
da América Latina, incluindo o Brasil, fizeram recomendações públicas para
mulheres e casais adiarem a gravidez de seis meses a dois anos devido ao surto
do zika vírus e suas consequências pouco conhecidas. Porém estudos apresentam
que 56% das gestações são provenientes de má qualidade da educação sexual,
falta de acesso a contracepção, alta prevalência de estupros e barreiras culturais
que tornam a negociação das mulheres com seus parceiros difícil. Por isso, a
maioria das informações sobre os riscos ou potenciais provenientes da infecção
pelo Zika vírus é oferecida quando as mulheres já estão grávidas (RAMOS et al.,
2016). Por isso, como adoção de medidas preventivas, eles passaram a observar
que as mulheres com os membros expostos são vulneráveis à picada do mosquito,
e prescreveram o uso de camisas de manga comprida, calças e aplicação de
repelente em áreas do corpo descobertas, reaplicando-o segundo orientação do
fabricante do produto (MARTINS, 2016). Diante disso, autoridades públicas têm
advogado em prol do gerenciamento de gravidez, contracepção e até abstinência
sexual durante a gravidez - trazendo de volta um discurso ideológico sobre a
liberdade e sexualidade femininas.
51
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
52
AUTOATIVIDADE
2 A deficiência não se configura em uma doença, mas pode ser causada por
algumas, como também por acidentes, condições sociais e econômicas,
fatores orgânicos, hereditários ou ainda genéticos. As práticas de prevenção
das deficiências devem ser observadas ao longo da vida dos indivíduos,
incluindo o período anterior à gestação.
Analise as características do conceito de prevenção e assinale com V para
Verdadeiro e F para Falso:
53
Agora, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) V – F – F – V.
b) ( ) V – V – V – F.
c) ( ) F – V – F – V.
d) ( ) F – V – V – F.
MÉDICO SOCIAL
54
UNIDADE 2
CARACTERÍSTICAS E
DESENVOLVIMENTO DA INFÂNCIA À
ADOLESCÊNCIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em cinco tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresenta-
do.
55
56
UNIDADE 2
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Neste primeiro tópico da segunda unidade, estudaremos sobre a
caracterização da deficiência múltipla, incluindo as formas de avaliação de
crianças. Veremos que o modelo transdisciplinar de avaliação inclui a participação
dos familiares, que auxiliam na realização do diagnóstico e das intervenções
educativas.
57
UNIDADE 2 | CARACTERÍSTICAS E DESENVOLVIMENTO DA INFÂNCIA À ADOLESCÊNCIA
58
TÓPICO 1 | CARACTERIZAÇÃO DA DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA
inclusão dos familiares como parte integrante da equipe para realizar o diagnóstico
e as intervenções. Ainda porque reconhece as situações lúdicas como recursos,
que são utilizados para obter informações em relação ao desenvolvimento da
criança.
59
UNIDADE 2 | CARACTERÍSTICAS E DESENVOLVIMENTO DA INFÂNCIA À ADOLESCÊNCIA
60
TÓPICO 1 | CARACTERIZAÇÃO DA DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA
61
UNIDADE 2 | CARACTERÍSTICAS E DESENVOLVIMENTO DA INFÂNCIA À ADOLESCÊNCIA
62
TÓPICO 1 | CARACTERIZAÇÃO DA DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA
63
UNIDADE 2 | CARACTERÍSTICAS E DESENVOLVIMENTO DA INFÂNCIA À ADOLESCÊNCIA
64
TÓPICO 1 | CARACTERIZAÇÃO DA DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA
NOTA
Transtorno do neurodesenvolvimento:
Deficiências intelectuais; Transtornos da Comunicação; Transtorno do
Espectro Autista; Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade;
Transtorno Específico da Aprendizagem; Transtornos Motores
Espectro da esquizofrenia e outros transtornos psicóticos
Transtorno Bipolar e Transtornos Relacionados
Transtornos Depressivos
Transtornos de Ansiedade
Transtorno Obsessivo-compulsivo e Transtornos Relacionados
Transtornos Relacionados a Trauma e a Estressores
Transtornos Dissociativos
Transtorno de Sintomas Somáticos e Transtornos Relacionados
Transtornos Alimentares
Transtornos da Eliminação
Transtornos do Sono-Vigília
Disfunções Sexuais
Disforia de Gênero
Transtornos Disruptivos, do Controle de Impulsos e da Conduta
Transtornos Relacionados a Substâncias e Transtornos Aditivos
Transtornos Neurocognitivos
Transtornos da Personalidade
Transtornos Parafílicos
Outros Transtornos Mentais
65
UNIDADE 2 | CARACTERÍSTICAS E DESENVOLVIMENTO DA INFÂNCIA À ADOLESCÊNCIA
DICAS
66
TÓPICO 1 | CARACTERIZAÇÃO DA DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA
3.6 SURDO-CEGUEIRA
A criança surdo-cega não consiste na pessoa surda que não consegue ver,
ou no cego que não pode ouvir, pensar desta forma a surdo-cegueira seria uma
maneira totalmente equivocada de compreender a deficiência. Para McInnes
(1999), a surdo-cegueira consiste numa deficiência única que necessita de uma
abordagem específica que auxilie a pessoa, com um sistema próprio de suporte
para o atendimento especializado.
67
UNIDADE 2 | CARACTERÍSTICAS E DESENVOLVIMENTO DA INFÂNCIA À ADOLESCÊNCIA
DICAS
68
TÓPICO 1 | CARACTERIZAÇÃO DA DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA
LEITURA COMPLEMENTAR
69
UNIDADE 2 | CARACTERÍSTICAS E DESENVOLVIMENTO DA INFÂNCIA À ADOLESCÊNCIA
70
TÓPICO 1 | CARACTERIZAÇÃO DA DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA
Esse amor da mãe e das outras pessoas, que desde a infância forma
o homem ao longo de toda a sua vida, dá consistência ao seu
corpo interior. É verdade que não lhe proporciona uma imagem
intuitivamente evidente do seu valor externo, mas lhe faculta um
valor potencial desse corpo, valor que só pode ser realizado por outra
pessoa (BAKHTIN, 2006, p. 47).
71
UNIDADE 2 | CARACTERÍSTICAS E DESENVOLVIMENTO DA INFÂNCIA À ADOLESCÊNCIA
72
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• A deficiência múltipla não pode ser separada para uma análise individual,
mesmo quando se pretende entender de que modo as deficiências de forma
isolada se combinam para estruturar deficiências associadas.
73
• A criança com deficiência múltipla sensorial apresenta deficiência visual e
auditiva associadas a condições de comportamentos e comprometimentos, que
pode incluir a área física, intelectual ou emocional, ou ainda dificuldades de
aprendizagem.
74
AUTOATIVIDADE
75
76
UNIDADE 2 TÓPICO 2
DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA DE ZERO
AOS TRÊS ANOS DE IDADE
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, estudaremos sobre o desenvolvimento das crianças de zero
aos três anos de idade, segundo os pressupostos da inclusão, como seres de direitos
aos atendimentos e medidas preventivas desde a fase inicial de sua vida. Desta
forma, apontaremos situações que enfatizam o estímulo ao desenvolvimento
das potencialidades individuais, em virtude das limitações apresentadas nas
deficiências.
77
UNIDADE 2 | CARACTERÍSTICAS E DESENVOLVIMENTO DA INFÂNCIA À ADOLESCÊNCIA
que apresente sérias limitações pode se desenvolver de forma a superar outro que
apresente menores comprometimentos. Em suma, o desenvolvimento dos bebês
dependerá dos estímulos e atendimento ofertado desde o início de sua vida.
78
TÓPICO 2 | DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA DE ZERO AOS TRÊS ANOS DE IDADE
DICAS
Para conhecer mais sobre a estimulação precoce em crianças de zero a três anos
de idade, acesse o material disponibilizado pelo Ministério da Saúde.
A estimulação precoce pode ser definida como um programa de acompanhamento e
intervenção clínico-terapêutica multiprofissional com bebês de alto risco e com crianças
pequenas acometidas por patologias orgânicas, buscando o melhor desenvolvimento possível,
podendo contribuir, inclusive, na estruturação do vínculo mãe/bebê e na compreensão e no
acolhimento familiar dessas crianças.
Acesse: <http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2016/novembro/34/Diretrizes-de-
estimulacao-precoce.pdf>.
80
TÓPICO 2 | DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA DE ZERO AOS TRÊS ANOS DE IDADE
81
UNIDADE 2 | CARACTERÍSTICAS E DESENVOLVIMENTO DA INFÂNCIA À ADOLESCÊNCIA
• tocar o rosto das pessoas explorando com o tato cada parte, enquanto
ouvem sua fala;
• tocar objetos de diferentes materiais, texturas, tamanhos e formas;
• brincar com objetos de diferentes sonoridades;
• massagear o corpo do bebê para que descubra o contato e receba afeto;
• auxiliar para que a criança toque seu corpo e construa a consciência
corporal e de suas funções;
• realizar movimentos corporais na cama, solo, poltrona, outros lugares;
82
TÓPICO 2 | DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA DE ZERO AOS TRÊS ANOS DE IDADE
83
UNIDADE 2 | CARACTERÍSTICAS E DESENVOLVIMENTO DA INFÂNCIA À ADOLESCÊNCIA
DICAS
84
TÓPICO 2 | DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA DE ZERO AOS TRÊS ANOS DE IDADE
85
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
86
• As crianças que apresentam deficiência física associada a outras deficiências
necessitam de atividades que contemplem o desenvolvimento global, com
conteúdos aplicados à sua faixa etária, independentemente de sua deficiência.
87
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Aqueles que convivem com a criança devem estimular para que participe
do mundo social, brincadeiras e situações cotidianas, auxiliando a se
expressarem.
b) ( ) Os que convivem com a criança devem permitir que interaja de forma
gradativa e conforme sua vontade, como meio físico e social, evitando
exposições exageradas.
c) ( ) Os familiares devem deixar a estimulação para ser desenvolvida na
escola, por profissionais especializados que conseguirão trabalhar de forma
adequada.
d) ( ) A criança deve, a seu tempo, se relacionar com o meio em que vive,
evitando a presença do medo e instabilidade física e social.
88
UNIDADE 2 TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
No terceiro tópico, estudaremos sobre o desenvolvimento de crianças dos
quatro aos seis anos de idade, período que compreende os anos da Educação
Infantil e a entrada no primeiro ano do Ensino Fundamental. Assim, podemos
adiantar que a criança se desenvolve segundo as possibilidades de estimulação
de suas habilidades e competências. Contudo, as crianças que apresentam
deficiência múltipla possuem certo comprometimento decorrente de suas
deficiências, o que ocasiona algumas limitações, requerendo maior atenção dos
familiares e comunidade em geral.
89
UNIDADE 2 | CARACTERÍSTICAS E DESENVOLVIMENTO DA INFÂNCIA À ADOLESCÊNCIA
90
TÓPICO 3 | DESENVOLVIMENTO DE CRIANÇAS DOS QUATRO AOS SEIS ANOS DE IDADE
• condição física que pode ou não estar seriamente comprometida por causa de
sua saúde;
• movimentos corporais e mobilidade que podem ser limitados ou alterados,
quando a deficiência física for associada;
• dificuldade na exploração do ambiente e formação de conceitos decorrentes
das deficiências sensoriais, como no caso da cegueira ou surdez.
Essas são algumas das situações que permeiam as crianças com deficiência
múltipla, com outras associadas, o que enfatiza a atenção e apoio para que
consiga superar suas limitações e compensar as dificuldades. O apoio incide
em respeitar a fase evolutiva dessas crianças, atuando no desenvolvimento das
emoções e afetividade, para encorajar e estimular suas capacidades, favorecendo
sua autoestima nas conquistas e avanços. De acordo com Carvalho (2000b, p. 19):
91
UNIDADE 2 | CARACTERÍSTICAS E DESENVOLVIMENTO DA INFÂNCIA À ADOLESCÊNCIA
93
UNIDADE 2 | CARACTERÍSTICAS E DESENVOLVIMENTO DA INFÂNCIA À ADOLESCÊNCIA
95
UNIDADE 2 | CARACTERÍSTICAS E DESENVOLVIMENTO DA INFÂNCIA À ADOLESCÊNCIA
• respiração da criança;
• órgãos fonoarticulatórios, como palato, língua, lábios, dentes, bochechas
e outros;
• tensão e relaxamento muscular do corpo e dos órgãos fonoarticulatórios;
• voz e a produção de fonemas.
96
TÓPICO 3 | DESENVOLVIMENTO DE CRIANÇAS DOS QUATRO AOS SEIS ANOS DE IDADE
DICAS
97
UNIDADE 2 | CARACTERÍSTICAS E DESENVOLVIMENTO DA INFÂNCIA À ADOLESCÊNCIA
98
TÓPICO 3 | DESENVOLVIMENTO DE CRIANÇAS DOS QUATRO AOS SEIS ANOS DE IDADE
99
UNIDADE 2 | CARACTERÍSTICAS E DESENVOLVIMENTO DA INFÂNCIA À ADOLESCÊNCIA
100
TÓPICO 3 | DESENVOLVIMENTO DE CRIANÇAS DOS QUATRO AOS SEIS ANOS DE IDADE
101
UNIDADE 2 | CARACTERÍSTICAS E DESENVOLVIMENTO DA INFÂNCIA À ADOLESCÊNCIA
DICAS
102
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• Algumas das crianças que apresentam deficiência física podem ter de forma
associada outras deficiências, como intelectuais ou sensoriais. Contudo, essas
dificuldades não estão intrínsecas na deficiência física, ou seja, nem todos
os deficientes físicos apresentam outras condições específicas relevantes às
necessidades especiais associadas à deficiência múltipla.
103
AUTOATIVIDADE
104
UNIDADE 2
TÓPICO 4
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, estudaremos sobre as crianças no período escolar, os anos
que constituem o Ensino Fundamental. Nessa etapa do desenvolvimento as
crianças sentem necessidade de conhecer o mundo exterior, sobre os fenômenos
que compõem o meio em que vivem. Destacaremos o impresso na LDB/96 em
relação ao período escolar e os serviços de atendimento especializado, garantidos
em lei.
Nessa fase, as crianças voltam sua atenção para o mundo exterior, buscam
conhecer o mundo em que vivem. O interesse está em saber sobre a natureza dos
objetos, funcionamento, finalidades, origem e os componentes que os constituem.
Segundo Carvalho (2000b, p. 58):
106
TÓPICO 4 | DESENVOLVIMENTO DE CRIANÇAS DOS SETE AOS 11 ANOS DE IDADE
107
UNIDADE 2 | CARACTERÍSTICAS E DESENVOLVIMENTO DA INFÂNCIA À ADOLESCÊNCIA
108
TÓPICO 4 | DESENVOLVIMENTO DE CRIANÇAS DOS SETE AOS 11 ANOS DE IDADE
109
UNIDADE 2 | CARACTERÍSTICAS E DESENVOLVIMENTO DA INFÂNCIA À ADOLESCÊNCIA
110
TÓPICO 4 | DESENVOLVIMENTO DE CRIANÇAS DOS SETE AOS 11 ANOS DE IDADE
DICAS
111
UNIDADE 2 | CARACTERÍSTICAS E DESENVOLVIMENTO DA INFÂNCIA À ADOLESCÊNCIA
112
TÓPICO 4 | DESENVOLVIMENTO DE CRIANÇAS DOS SETE AOS 11 ANOS DE IDADE
113
UNIDADE 2 | CARACTERÍSTICAS E DESENVOLVIMENTO DA INFÂNCIA À ADOLESCÊNCIA
114
TÓPICO 4 | DESENVOLVIMENTO DE CRIANÇAS DOS SETE AOS 11 ANOS DE IDADE
muitas das suas limitações serão evitadas quando ingressar na escola. Uma das
grandes dificuldades identificadas condiz com a estrutura do esquema corporal,
que quando desenvolvido precocemente favorece o desenvolvimento das
capacidades psicomotoras, como a coordenação, relações espaciais, temporais,
ritmo e habilidades sensoriais.
115
UNIDADE 2 | CARACTERÍSTICAS E DESENVOLVIMENTO DA INFÂNCIA À ADOLESCÊNCIA
Nos casos de alunos com deficiência sensorial, uma boa parte não
consegue concluir as etapas de escolarização. Contudo, todos possuem o direito
à frequência e às oportunidades educacionais que desenvolvem suas habilidades
e capacidades, incluindo as relacionadas à interação no meio físico e social.
116
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você aprendeu que:
• Nesse sentido, a falta de preparo das escolas regulares para receberem alunos
com deficiência múltipla implica na frequência dessas crianças em classes
específicas para alunos com necessidades especiais, com professor especializado
e currículo adequado.
117
• As crianças com deficiência múltipla que apresentam a deficiência visual, com
cegueira ou baixa visão, necessitam de atenção dos profissionais da educação,
nas dificuldades relacionadas à locomoção, percepção e formação de conceitos.
118
AUTOATIVIDADE
119
120
UNIDADE 2 TÓPICO 5
DESENVOLVIMENTO DE ADOLESCENTES
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, estudaremos uma fase do desenvolvimento caracterizado
pelas mudanças físicas e psicossociais que ocorrem nos jovens, formando sua
identidade pessoal e social. De forma geral, os adolescentes necessitam do apoio
dos familiares e educadores para conseguirem compreender seus conflitos.
121
UNIDADE 2 | CARACTERÍSTICAS E DESENVOLVIMENTO DA INFÂNCIA À ADOLESCÊNCIA
122
TÓPICO 5 | DESENVOLVIMENTO DE ADOLESCENTES
123
UNIDADE 2 | CARACTERÍSTICAS E DESENVOLVIMENTO DA INFÂNCIA À ADOLESCÊNCIA
Art. 93. A empresa com 100 (cem) ou mais empregados está obrigada
a preencher de 2% (dois por cento) a 5% (cinco por cento) dos seus
cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas [...] de deficiência,
habilitadas, na seguinte proporção:
I- até 200 empregados....................................................................2%;
II- de 201 a 500...............................................................................3%;
III- de 501 a 1.000...........................................................................4%;
IV- de 1.001 em diante. ..................................................................5%.
124
TÓPICO 5 | DESENVOLVIMENTO DE ADOLESCENTES
125
UNIDADE 2 | CARACTERÍSTICAS E DESENVOLVIMENTO DA INFÂNCIA À ADOLESCÊNCIA
126
TÓPICO 5 | DESENVOLVIMENTO DE ADOLESCENTES
DICAS
127
UNIDADE 2 | CARACTERÍSTICAS E DESENVOLVIMENTO DA INFÂNCIA À ADOLESCÊNCIA
LEITURA COMPLEMENTAR
Cada um de nós está cercado de objetos que têm a marca humana e que
constituem os objetos culturais. O primeiro objeto cultural é o corpo do outro
como portador de uma experiência humana, o lugar de uma certa elaboração, de
um certo horizonte. Através de seu corpo vivo, que tem a mesma estrutura do
meu, sei que é como o outro se serve de objetos familiares de um mesmo mundo
físico e cultural do qual compartilhamos. Ao considerar o Sujeito no mundo como
corpo no mundo – corpo que sente, que sabe, que compreende –, Merleau-Ponty
assinala a importância da experiência perceptiva e ensina que o conhecimento
emerge do saber latente que ocorre no corpo próprio.
128
TÓPICO 5 | DESENVOLVIMENTO DE ADOLESCENTES
Uma criança, por exemplo, que nunca enxergou, tem uma experiência
perceptiva diferente daquela que ficou cega nos primeiros anos de vida. Da
mesma forma, uma criança que desde a gestação nunca recebeu informações
sonoras tem uma experiência perceptiva diferente daquela que ficou surda aos
dois ou três anos. Cada uma delas foi percebendo e conhecendo o mundo através
de suas experiências pelos sentidos de que dispunha. As descrições de Hellen
Keller, que perdeu a visão e a audição aos 18 meses, sobre o dia a dia de sua vida,
ilustram, nas suas experiências, suas vias perceptivas.
129
UNIDADE 2 | CARACTERÍSTICAS E DESENVOLVIMENTO DA INFÂNCIA À ADOLESCÊNCIA
130
TÓPICO 5 | DESENVOLVIMENTO DE ADOLESCENTES
131
UNIDADE 2 | CARACTERÍSTICAS E DESENVOLVIMENTO DA INFÂNCIA À ADOLESCÊNCIA
132
RESUMO DO TÓPICO 5
Neste tópico, você aprendeu que:
133
AUTOATIVIDADE
134
UNIDADE 3
DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS E AS
PERSPECTIVAS EDUCACIONAIS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você en-
contrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
135
136
UNIDADE 3
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, no primeiro tópico da Unidade 3 discutiremos sobre
as funções cerebrais e sua relação com os processos de ensino e aprendizagem,
mais precisamente nas informações referentes ao desenvolvimento cerebral em
relação aos processos cognitivos. Ainda, estudaremos sobre a influência das
emoções na aprendizagem, com conceitos referentes às sinapses e ao processo
de construção do conhecimento. Incluímos considerações sobre plasticidade
cerebral, relacionando o assunto a algumas condições em que se encontram os
alunos com deficiências múltiplas, na substituição de funções afetadas por lesões
cerebrais.
137
UNIDADE 3 | DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS E AS PERSPECTIVAS EDUCACIONAIS
consiste no conjunto de órgãos que são responsáveis pela vida mental e social,
assim como o controle do funcionamento de vários outros órgãos. Suas principais
funções se encontram associadas à cognição, motricidade, equilíbrio, sensibilidade
(tato, dor, temperatura, pressão, vibração), sentido (visão, audição, paladar,
olfato) e controle do meio interno (respiração, circulação, liberação hormonal).
Contudo, quando essa situação não ocorre, a criança passa a ser considerada
diferente das demais, como incapaz de iniciar uma tarefa e finalizá-la, inquieta,
com desenvolvimento motor e intelectual defasado. Cabe ao professor, enquanto
mediador do processo de ensino e aprendizagem, acompanhar os diversos estilos
de desempenho dos alunos na sala de aula, reconhecendo as áreas específicas que
poderão ser estimuladas por meio das atividades.
140
TÓPICO 1 | PROCESSOS DE ENSINO E APRENDIZAGEM PARA O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO E AFETIVO
uma emoção e senti-la. O sentido de se ter uma emoção diz respeito à condição em
que o cérebro, induzido por uma lembrança, cena ou situação, incita alterações no
corpo, como alteração nos batimentos cardíacos, suor e queda de pressão arterial.
Sentir a emoção seria a próxima etapa, em que o cérebro registra as alterações
corporais (RELVAS, 2012b).
141
UNIDADE 3 | DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS E AS PERSPECTIVAS EDUCACIONAIS
142
TÓPICO 1 | PROCESSOS DE ENSINO E APRENDIZAGEM PARA O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO E AFETIVO
Para Wallon (2005), as crianças vivenciam sua infância e cabe aos adultos
a função de conhecê-las com propriedade. Assim, a avaliação das crianças
perpassa por um relacionamento afetivo favorável que deve ser estabelecido pelo
professor, o que permitirá sua comunicação espontânea. A afetividade como um
“[...] conjunto de manifestações de fenômenos psíquicos que se apresentam sob
a forma de emoções e de sentimentos, acompanhadas sempre da impressão de
prazer ou desprazer, satisfação ou insatisfação, agrado ou desagrado, alegria ou
tristeza” (BOATO, 2009, p. 68).
143
UNIDADE 3 | DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS E AS PERSPECTIVAS EDUCACIONAIS
de dar autonomia ao aluno” (BOATO, 2009, p. 69). A relação afetiva não pode
causar, de forma nenhuma, a dependência do aluno em relação à atenção do
professor, podendo gerar o bloqueio do seu desenvolvimento.
De acordo com Moraes (2010, p. 212), "[...] as nossas escolhas afetam não
apenas o nosso comportamento atual, as nossas sinapses cerebrais, como também
o comportamento dos companheiros que estão ao nosso redor". A capacidade
de reflexão influencia o desenvolvimento humano no aprimoramento das
habilidades do pensamento. A prática reflexiva como uma forma de intervir no
vir a ser de cada pessoa, no desenvolvimento de suas capacidades e habilidades
segundo as especificidades de cada um.
144
TÓPICO 1 | PROCESSOS DE ENSINO E APRENDIZAGEM PARA O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO E AFETIVO
DICAS
145
RESUMO DO TÓPICO 1
146
• A produção excessiva de cortisol permanece no organismo por dias,
apresentando propriedades tóxicas ao cérebro, causando a destruição de várias
células cerebrais.
• A prática reflexiva como uma forma de intervir no vir a ser de cada pessoa, no
desenvolvimento de suas capacidades e habilidades segundo as especificidades
de cada um.
147
AUTOATIVIDADE
148
UNIDADE 3
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, estudaremos sobre os aspectos que englobam a inclusão
escolar do aluno com deficiência múltipla na atuação docente e a organização
escolar enquanto promotoras da construção dos saberes, abrangendo a todos
os alunos. Como alternativa de trabalho para propor uma educação inclusiva,
apresentamos uma prática educativa baseada nos projetos pedagógicos. Uma
metodologia inclusiva que inclui o portfólio como instrumento para a construção
dos conhecimentos e avaliação dos alunos.
149
UNIDADE 3 | DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS E AS PERSPECTIVAS EDUCACIONAIS
Segundo Maia (2011, p. 75), "o plano de aula deverá ser embasado por
meio de um esquema já predeterminado para que possa haver uma melhor
compreensão, visando uma organização mais efetiva junto aos profissionais". De
modo geral, cada aluno possui seu tempo de aprendizagem, com limitações e
capacidades, e ao considerarmos os alunos com deficiências múltiplas é preciso
considerar também os limites gestuais e de comportamento.
150
TÓPICO 2 | INTEGRAÇÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA NO PROCESSO EDUCACIONAL
151
UNIDADE 3 | DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS E AS PERSPECTIVAS EDUCACIONAIS
152
TÓPICO 2 | INTEGRAÇÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA NO PROCESSO EDUCACIONAL
153
UNIDADE 3 | DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS E AS PERSPECTIVAS EDUCACIONAIS
DICAS
Para saber mais sobre o assunto, confira o curso livre intitulado Projetos
Pedagógicos: um desafio para a regência, com carga horária de 40 horas.
O curso aborda os conceitos referentes à construção conceitual, elaboração e prática dos
projetos pedagógicos. Apresenta inclusive vídeos com atividades desenvolvidas com alunos,
que podem servir de inspiração!
Confira e aproveite para conhecer outros cursos disponíveis para você, acadêmico da
UNIASSELVI.
156
TÓPICO 2 | INTEGRAÇÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA NO PROCESSO EDUCACIONAL
157
UNIDADE 3 | DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS E AS PERSPECTIVAS EDUCACIONAIS
158
TÓPICO 2 | INTEGRAÇÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA NO PROCESSO EDUCACIONAL
normativas dos mantenedores educacionais, mas que definem sua visão de escola
e educação no projeto político-pedagógico.
A escola precisa de uma mudança emergencial, que não ocorre por meio
de decreto ou lei, mas na vontade política do coletivo em buscar soluções para
seus problemas. Assim, as ações pedagógicas devem ser incorporadas no projeto
político-pedagógico da escola e vivenciadas por uma escola democrática, ou
seja, não basta existir ações individuais que definam a inclusão na escola, faz-
se necessária uma mudança que abrange o coletivo, que todos modifiquem a
organização escolar numa perspectiva inclusiva da diversidade (ROPOLI, 2010).
160
RESUMO DO TÓPICO 2
161
• Para iniciar a avaliação de um portfólio, o professor precisa de clareza sobre
os propósitos educativos e da aprendizagem de cada estudante, incluindo o
currículo escolar.
162
AUTOATIVIDADE
163
Assinale a alternativa que apresenta a resposta correta:
a) ( ) As duas afirmações são verdadeiras e estabelecem relação entre si.
b) ( ) As duas afirmações são verdadeiras, porém não estabelecem relação
entre si.
c) ( ) A primeira afirmação é verdadeira, e a segunda afirmação é falsa.
d) ( ) A primeira afirmação é falsa, e a segunda afirmação é verdadeira.
164
UNIDADE 3
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico, chegamos ao final dos estudos sobre os aspectos que
envolvem o conceito, características e situações referentes à deficiência múltipla.
Assim, pensamos ser necessário discutir as perspectivas e os desafios da escola
para que, efetivamente, desenvolva uma educação inclusiva. O projeto político-
pedagógico é um instrumento peculiar que impulsiona a reorganização dos
espaços, tempos e fazeres na escola, que conta ainda com a participação ativa e
democrática de todos.
165
UNIDADE 3 | DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS E AS PERSPECTIVAS EDUCACIONAIS
A discussão das propostas para uma escola inclusiva deve surgir nos
espaços regulares de ensino, não sendo entendida como algo peculiar das
escolas especiais, mas necessária em todas as instituições de ensino como forma
de garantir uma escola de qualidade e inclusiva (SANTOS, 2011). Para tanto, se
faz necessária formação continuada em serviço e o estímulo à aprendizagem
constante dos professores, para que pensem alternativas que oferecem uma escola
para todos, espaços que acolham diferenças e deficiências.
166
TÓPICO 3 | SUGESTÕES DE ATIVIDADES EDUCATIVAS
167
UNIDADE 3 | DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS E AS PERSPECTIVAS EDUCACIONAIS
168
TÓPICO 3 | SUGESTÕES DE ATIVIDADES EDUCATIVAS
169
UNIDADE 3 | DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS E AS PERSPECTIVAS EDUCACIONAIS
Chocalho adaptado
Confeccionado com duas mini
garrafas pet contendo objetos, como:
contas, guizos, grãos. As garrafas
podem ser unidas com fita adesiva.
Detalhe: elástico com velcro nas
pontas para fixar junto ao corpo do
aluno, estimulando a audição por
meio do movimento e do som.
Tapete sensorial
Tapete com diferentes texturas,
cores e sensação térmica, para
estimulação sensorial. Podendo
ser confeccionado com: EVA,
estopa, feltro, cortiça, tapete,
carrapicho, madeira, tecido plush,
couro, manta acrílica, etc.
170
TÓPICO 3 | SUGESTÕES DE ATIVIDADES EDUCATIVAS
Painel móvel
Painel móvel com estrutura em
metalon revestido em eucatex Bolsa para
com chapa de aço galvanizado comunicação
para materiais imantados. É Bolsa confeccionada
importante que o painel seja em tecido resistente
móvel para ser posicionado para ser usada pelo
próximo ao aluno e transportado professor no transporte
para todas as dependências da de materiais de
escola. comunicação do aluno,
visando a utilização em
todos os ambientes.
Livro adaptado
Livro de história, adaptado com Prancha de
fichas de comunicação, contendo comunicação
imagens que substituem o texto, Confeccionada
com o objetivo de facilitar a em prancheta
compreensão e a interação do ou papelão, com
aluno. Além de ser um recurso figuras do PCS
para o trabalho com pessoas ou imagens reais,
deficientes, este livro também para facilitar a
pode ser utilizado por alunos que comunicação e
ainda não estão alfabetizados expressão dos
ou que apresentem dificuldades alunos durante as
específicas de leitura. atividades.
Manoplas Poliflex
O talher pode ser O talher também
enfrossado com manopla pode ser engrossado
de bicicleta com peso. com poliflex
E, para ficar o talher na encontrado em lojas
manopla, preencher o para produtos de
interior com mistura de pó refrigeração.
de ferro e cola branca.
Adaptação em PVC
ou tecido
Com velcro para
escova de dentes,
que pode ser
utilizado em outros
objetos de AVD
como o pente,
Contentor de alimentos escova de cabelo,
Em PVC, com hastes para fixar na borda do prato. O batom, etc.
talher poderá ser fixado com velcro na mão do aluno,
caso o mesmo tenha dificuldade em mantê-lo.
Avental prático
Confeccionado
com tecido
atoalhado, forrado
com plástico
ou tecido impermeável, para evitar o
acúmulo de resíduos alimentares e
salivas no vestuário do aluno.
171
UNIDADE 3 | DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS E AS PERSPECTIVAS EDUCACIONAIS
DICAS
172
TÓPICO 3 | SUGESTÕES DE ATIVIDADES EDUCATIVAS
1 Entender
a situação
6 Avaliar 3 Escolher
o uso alternativa
5 Construir 4 Representar
o objeto a ideia
173
UNIDADE 3 | DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS E AS PERSPECTIVAS EDUCACIONAIS
174
TÓPICO 3 | SUGESTÕES DE ATIVIDADES EDUCATIVAS
175
UNIDADE 3 | DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS E AS PERSPECTIVAS EDUCACIONAIS
176
TÓPICO 3 | SUGESTÕES DE ATIVIDADES EDUCATIVAS
177
UNIDADE 3 | DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS E AS PERSPECTIVAS EDUCACIONAIS
178
TÓPICO 3 | SUGESTÕES DE ATIVIDADES EDUCATIVAS
FIGURA 17 – CALENDÁRIO
179
UNIDADE 3 | DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS E AS PERSPECTIVAS EDUCACIONAIS
LEITURA COMPLEMENTAR
180
TÓPICO 3 | SUGESTÕES DE ATIVIDADES EDUCATIVAS
Existe ainda uma ressalva com relação ao impulso nervoso, descrita por
Lent (2001): O impulso nervoso é o principal sinal de comunicação do neurônio,
um pulso elétrico gerado pela membrana, rápido e invariável, que se propaga
com enorme velocidade ao longo do axônio. Ao chegar à extremidade do axônio
o impulso nervoso provoca a emissão de uma mensagem química que leva à
informação – intacta ou modificada – para a célula seguinte.
Diante deste conceito, Relvas (2010) esclarece que existem dois tipos de
memória: a emocional (que realiza este primeiro momento de “sensibilização”) e
a racional (responsável por esta capacidade analítica). Aprendizagem, memória
e sinapse? Conclui-se:
181
UNIDADE 3 | DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS E AS PERSPECTIVAS EDUCACIONAIS
183
UNIDADE 3 | DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS E AS PERSPECTIVAS EDUCACIONAIS
185
RESUMO DO TÓPICO 3
186
AUTOATIVIDADE
187
188
REFERÊNCIAS
ABCMED, 2013. Hipotireoidismo congênito: definição, causas, sintomas,
diagnóstico, tratamento e evolução. Disponível em: <http://www.abc.med.br/p/
saude-da-crianca/513684/hipotireoidismo-congenito-definicao-causas-sintomas-
diagnostico-tratamento-e-evolucao.htm>. Acesso em: jun. 2018.
189
BOATO, E. M. Henri Wallon e a deficiência múltipla. São Paulo: Edições Loyola,
2009.
190
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política
Nacional de Educação Especial. Brasília: MEC/SEESP, 1994.
191
DAVIS, D. et al. As Escolas e as Famílias em Portugal/Realidade e Perspectivas.
Lisboa: Edições Livros Horizonte, 1989.
193
PLETSCH, M. D. Deficiência múltipla: formação de professores e processos de
ensino-aprendizagem. In: Revista Cadernos de Pesquisa, v. 45, p. 12-29, 2015.
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-
15742015000100012&lng=pt&tlng=pt>. Acesso em jun. 2018.
194