Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
— Não...
— Quer sair daqui?
— Gosto deles.
— O que fiz?
— Está usando aquele cheiro que gosto. Está
querendo o que de mim? — A puxei, trazendo para perto
de uma forma que alcançasse seu pescoço e a cheirei,
profundo e lento, sentindo a mistura de cheiros que tanto
gostava em seu corpo.
— Sempre quer.
— Obrigado.
— O que aconteceu?
Não quis ligar, se ele não tinha ligado para mim era
sinal de que estava ocupado, e também foi bom ele não ter
voltado para cá, assim pude pedir e conversar com
Consuelo logo pela manhã, pedindo que ela falasse com
seu primo, me dando, assim, um tempo maior para
conseguir o dinheiro. E isso me tomou o dia todo, mas não
deixei de pensar e me preocupar com o que estava
acontecendo, contudo, o que mais me afetava não era a
preocupação, e sim o fato de que Marco e sua ausência
pelo dia todo provou que eu não era parte de sua família.
Sei que poderia soar egoísta da minha parte, mas me senti
excluída e no escuro e, declaradamente, alguém que não
tinha mesmo nenhum vínculo com a família Valentino.
Claro, que se tivesse algo a mais que só esse favor e a
pena dele, ele teria me ligado e me colocado a par de tudo.
Acho que acabei ficando chateada por estar aqui há quase
vinte e quatro horas sem saber o que está acontecendo.
Até pensei em ligar para Léo, mas evitei de ter que me
expor e deixá-la ver o quanto me afetou ser deixada de
lado.
Jantei sozinha e depois fui para o quarto.
Depois de muito tempo que não fazia isso — acho
que anos —liguei a TV, que mais parecia ser um artigo de
decoração do quarto do que algo funcional. Fiquei
passeando pelos canais até dormir ainda sem notícia
alguma dele.
Acordei assustada com o barulho vindo do banheiro
aceso e a TV desligada.
Não lembrava de ter desligado e muito menos ter
deixado a luz ligada. Com o coração disparado, deixei a
cama e nas pontas dos pés caminhei até a porta do outro
cômodo com cuidado, me deparando com Marco tirando
sua roupa virado na minha direção.
— Desculpa, não queria te acordar. — Ele disse
abrindo poucos botões da camisa e passando-a por cima
da cabeça.
— Não foi nada. Só não esperava por você.
— Eu moro aqui agora, uma hora iria aparecer de
volta, lindinha — balancei a cabeça em silêncio e percebi o
quanto suas palavras saíram em tom de mal humor.
— E deu certo? Como está Don Valentino?
— Preso... Não conseguimos tirá-lo ainda.
— Mas por que?
— Loira, não quero falar sobre isso. Só preciso de
um banho agora...— Frustrada por sua frieza, balancei a
cabeça e, quando estava deixando-o ali, senti sua mão
fechar em meu pulso e me puxar. — E te foder e, depois,
dormir abraçado com você. É disso que preciso agora mais
que tudo.
Sua boca se fechou após me virar e encurvar-se, me
puxando mais para perto de si pelo pescoço, encaixando
meus lábios no seus. Não resisti à pressão que me pediu e
no calejo da sua língua possessiva pedindo para entrar
cedi.
Tudo que senti o dia todo, a ausência e a exclusão,
foram embora assim que me beijou e me envolveu com seu
corpo. Não seria hipócrita em dizer que seu corpo, a
vontade e o desejo que sentia por ele levavam de mim
qualquer sentimento contrário, me fazendo esquecer e me
conectar só nesse momento.
— Está tarde, mas quero entrar naquela banheira
com você no meu colo e sentir sua boceta me engolir todo
— disse rouco ao deixar minha boca.
Como pediu, o deixei se despir, fui até a banheira e
abri as torneiras para encher. Derrubei os sais e deixei a
banheira enchendo, voltando para perto e ficando parada
atrás dele. Marco estava olhando fixo no espelho, já estava
sem roupa e se apoiava com os braços abertos na
bancada da pia, quando me notou pelo reflexo do espelho
e sorriu me encarando.
— Lembro do seu olhar de luxúria quando te encaro
assim pelo espelho — virou-se e me envolveu pela cintura.
— Tira a roupa, loira.
— Tire você — provoquei.
— Com todo prazer. — Diferente da maneira como
sentia que estava se segurando, talvez por estar cansado,
me afastou e segurando a barra da camisola de seda
levantou e passou por minha cabeça e braços erguidos.
Seu olhar me varreu de cima a baixo como sempre,
parecendo uma águia prestes a dar o bote em sua presa.
Pelada e com a banheira quase cheia, Marco
segurou em minha mão e me arrastou até a bacia de
cerâmica enorme, entrando primeiro e sentando, me
trazendo logo em seguida para seu colo sem me penetrar.
— Que delícia! — Fechou os olhos e jogou a cabeça
para trás. — Agora só falta eu senti-la, querida. — Abriu os
olhos e pude ver aquela variação que tanto gostava da cor
deles vibrarem ao mudar a forma como me olhava.
Sem jogos, me encurvei depois que amarrei meu
cabelo todo para cima e o envolvi segurando seu rosto nas
laterais. Encostei os lábios nos seus lentamente e, sem
pressão, movimentei minha boca na sua, abrindo e dando
passagem para a sua, que me envolvia, serpenteando a
língua ao tocar e morder a carne inferior do meu lábio.
Marco me beijava com paciência, diferente das
outras vezes. Era como se degustasse de cada fração
daquele ato, aumentando o contato da minha pele na sua.
— Querida, levanta e desça em cima. — Me pediu
ao sussurrar pausando o beijo. — Quero ficar dentro de
você. Eu também queria, desde ontem à noite, para ser
exata, bem quando recebeu a ligação. Talvez seja por ter
sido a causa da minha frustração de hoje o dia todo, e não
o sentimento de abandono que fiquei martirizando.
Deixei um pouco seu corpo, me levantando para
voltar e sentar no pau farto e quente. Fui descendo
lentamente até o talo, sentindo-o completamente todo
dentro de mim. Gememos quando entrou tudo e me
movimentei, esfregando para frente e para trás. Raspando
deliciosamente meu clitóris duro e fodidamente excitado
em seu púbis, aumentando a pressão por dentro. Não
desgrudamos nossas bocas mais, movimentando-as
rapidamente e com fome. Me movimentei e me ergui
consecutivas vezes, roçando a glande na entrada da minha
boceta. Marco me ajudava a sair e voltar de novo,
segurando no osso do quadril enquanto tornava a engolir
todo seu pau. Eu o sentia contrair cada vez que ia fundo
em mim e aquele roçar, alargando a parede uterina, me fez
esquecer e aumentar a frequência com que subia e descia,
quicando sobre o falo. Fui assim até sentir seus dedos
apertarem contra minha carne, comprimindo o local em que
me segurava. Seu urro dentro da minha boca e sua porra
inundando dentro do meu corpo, me fez sentir o tesão
explodir em mim, contraindo toda minha vulva ao redor da
ereção quente. Gozei em seguida, sentindo os espasmos
do meu corpo me derrubando mole e lânguida. Satisfeita,
encerrei o beijo e repousei minha cabeça em seu ombro,
ofegante, esperando toda a euforia do prazer passar
enquanto suas mãos, agora gentis, acariciava minhas
costas, me tocando com sutileza.
Relaxei naquela noite, mas não consegui dormir,
estava virado e achei que o sexo na banheira com Leah
fosse me deixar calmo e que até conseguiria descansar,
porém estava errado, minha mente girava em círculos
tentando achar alguma solução. Estava preocupado com a
situação em que Giovani se encontrava e da forma como
conseguiríamos resolver. Júlia e Ricco conseguiram o que
queriam com a denúncia e meu irmão, agora, estava preso
por lavagem de dinheiro.
Sim... os Valentino, como qualquer família da máfia,
lavam o dinheiro de forma passiva, tínhamos os negócios
de fachada exatamente para esta função, que sempre foi
mascarar toda a parte ilícita do negócio. Mas em nenhum
momento pensamos que Ricco Donttino alegaria que a Le
Bordon tinha documentos que comprovaria a corrupção. E
foi um lançamento errado que colocou tudo a perder.
— Não!
Um mês se passou...