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Título Original: FEMININA E RADIANTE:

Como voltar para a energia Yin e conquistar


o relacionamento dos seus sonhos

Copyright© 2022 por Jaqueline Barbosa


Todos os direitos reservados.
Vedada a produção, distribuição, comercialização,
ou cessão sem autorização prévia dos autores.

Texto:
Jaqueline Barbosa

Revisão:
Lara Souto Santana
Ilka Albuquerque

Projeto Gráfico e Diagramação:


Rafael Gatuzzo

2022
Índice Toque no capítulo e vá direto para a página.

Capítulo 1:
O que mudou depois de Feminina e Poderosa

Capítulo 2:
Como eu cheguei até aqui

Capítulo 3:
O desafio de se relacionar nos tempos modernos

Capítulo 4:
As mulheres de hoje são mais felizes?

Capítulo 5:
O tempo passa diferente para os homens e para as mulheres

Capítulo 6:
Energias equilibradas – será esse o melhor caminho?

Capítulo 7:
Energia Feminina e Masculina

Capítulo 8:
O poder do sentir

Capítulo 9:
O Poder da Vulnerabilidade

Capítulo 10:
Mulher feminina X Mulher fraca

Capítulo 11:
Comunicação feminina

Capítulo 12:
Quando ele ainda não está Yang

Capitulo 13:
5 formas de despolarizar sua relação
Capítulo 14:
A decisão mais importante da sua vida

Capítulo 15:
Palavras finais
FEMININA E RADIANTE
Como voltar para a energia Yin
e conquistar o relacionamento
dos seus sonhos
Capítulo 1

O que mudou
depois de
Feminina
e Poderosa

“Vai no teu rumo, os sinais te ajudarão.”

Flavia Wenceslau
Pouco mais de um ano se passou desde a publicação do meu
primeiro livro sobre feminilidade, o Feminina e Poderosa.

Se você o leu, provavelmente se lembra que eu comecei


o livro contando sobre o meu término de relacionamento
de 9 anos. Sobre como eu estava me sentindo nesse pro-
cesso difícil de sair de uma relação duradoura e pisar no es-
curo, sem saber o que a vida iria me oferecer.

Meu cenário não era muito favorável. Eu estava com trinta


anos e, ao mesmo tempo em que arrumava minhas malas
para sair de casa e deixava tudo para trás, minhas redes so-
ciais estavam cheias de fotos das minhas amigas se casan-
do, tendo filhos, conquistando coisas...e eu ali, tendo que
recomeçar do zero.

É um daqueles momentos nos quais a vida nos tira o chão


e só nos resta seguir em frente, no escuro, sendo guia-
da pela fé, como ao dirigir um carro numa estrada desco-
nhecida, de noite, com neblina e só enxergando um metro
na sua frente.

Era só isso que eu enxergava: o próximo passo.

Minha vontade era de voltar atrás, era voltar para o seguro,


mas a minha intuição me dizia que eu precisava seguir. Ali-
ás, nunca na vida eu tinha me conectado tanto com minha
intuição e com a minha fé como nesse período.

Nos maiores momentos de dor os maiores aprendiza-


dos chegam.

Quando o desespero batia, eu me silenciava. Ia para um can-


tinho (de preferência perto da natureza), fechava meus olhos,
e entrava em contato com a dor. Eu simplesmente sentia
a minha dor.

Eu buscava sair da minha mente que ficava me confundindo


com tantas histórias, e a voltar para o meu corpo, localizar
onde estava doendo e ficar ali com essa dor. Pela primeira
vez na vida, eu não tentei fugir dela. “Venha dor, pode me en-
golir, eu não vou fugir mais para lugar nenhum”.

Quando eu fazia isso, uma avalanche de emoções tomava


conta de mim, me corroendo por dentro, dilacerando o meu
coração. Mas assim como uma onda, ela ia diminuindo. Quan-
to menos eu resistia, menos medo eu tinha de encará-la.

Rezava para eu ter forças. Para enxergar os caminhos. Para


não deixar a razão confundir minha intuição. Ao mesmo tem-
po em que eu pedia, eu já recebia a resposta no mesmo mo-
mento: “Calma, filha. Confia. O que é seu está guardado.”

E eu segui, como neste poema de Elena Mikhalkova:

Em tempos difíceis, siga em frente em pequenos passos...


Faça o que você tem que fazer, mas aos poucos.
Não pense no futuro, ou no que pode acontecer amanhã.
Lave as louças.
Limpe a poeira.
Escreva uma carta.
Faça uma sopa.
Percebe?
Você vai avançando passo a passo.
Dê um passo e pare.
Descanse um pouco.
Se elogie.
Dê mais um passo.
Depois outro.
Você não vai perceber, mas seus passos vão te levando
para frente.
E vai chegar um dia no qual você vai conseguir pensar
no futuro e sorrir.

Os passos foram me levando para frente. Nessa fase, o que


me salvou do fundo do poço foi minha conexão com o femi-
nino. Esse foi um dos momentos mais importantes da mi-
nha vida nos quais eu me agarrei profundamente a ele. Foi
nesse momento em que eu tive a chance de praticar o que
eu tinha aprendido: estar no feminino é aprender a fazer seu
papel e depois soltar, confiando no fluxo da vida e na sabe-
doria do universo.
Quanto mais eu me conectava com meu feminino, mais a vida
parecia acontecer em um fluxo natural.

Sincronicidades foram se multiplicando na minha vida.


Eu pensava numa pessoa com quem não falava há tempos,
ela me mandava uma mensagem um dia depois. Eu pensa-
va que precisava comprar uma coisa X, alguma amiga apa-
recia dizendo que estava desapegando de coisas e que ti-
nha um X para doar. Eu desistia de ir a algum lugar, alguma
coisa ruim acontecia lá. Eu decidia mudar a rota para entrar
na padaria para comprar uma coisa, e ali encontrava alguém
que me dava um insight sobre alguma dúvida que eu es-
tava tendo.

Enfim, eu parecia estar alinhada com o fluxo da vida. Por


mais que eu tivesse inseguranças, meu coração foi meu guia.

Hoje, olhando para trás, sentada e escrevendo aqui mais


um livro sobre feminilidade, eu me surpreendo ao perceber
como a vida me fez chegar até aqui. E enquanto penso nis-
so, vem uma voz risonha de dentro me dizendo: “Você ainda
se surpreende, né? Quando vai passar a confiar 100% que
a vida está a seu favor, basta você não atrapalhar?”

Bom, eu estou no caminho…

Este livro nasceu também dessa confiança. Algumas sema-


nas atrás, eu estava tomando banho, olhando a natureza
pela janela, e essa voz veio novamente dizendo: “Você tem
um novo livro para escrever.”

Junto com essa informação, chegaram os nomes dos capí-


tulos. Saí do banho e, ainda enrolada na toalha e pingando,
peguei o celular e anotei para não esquecer.

Na verdade, não há nada de sobrenatural nisso. É apenas


a nossa intuição. Conectar-se com o feminino é como se co-
nectar com uma frequência de rádio – você passa a receber
informações mais sutis que a razão não alcança.
É como se elas estivessem pairando no ar, esperando uma
antena que esteja pronta para captá-las. Se passamos tem-
po demais no racional (e na energia masculina), perdemos
essa conexão e a vida fica mais difícil. A vida fica truncada,
pesada, parece que nos esforçamos demais e não consegui-
mos os resultados que queremos. Ao passo que, quando nos
conectamos com o feminino, tudo conspira a nosso favor.

Este livro é mais um presente que a vida está me propor-


cionando por meio da conexão com o meu feminino. Desde
que escrevi o Feminina e Poderosa, sinto que aprendi tantas
coisas novas sobre esse universo que realmente este livro
precisava nascer.

O que é uma mulher feminina, além da aparência física?


Por que as mulheres femininas se tornam irresistíveis?
Quais os segredos que elas sabem e que as outras mulhe-
res desconhecem?

Abordarei essas e muitas outras perguntas no decorrer des-


te livro. Esses questionamentos também levaram à criação
do curso Academia Mulheres de Alto Valor, um programa on-
line para ajudar mulheres que querem voltar para a energia
Yin, e sobre a qual eu vou explicar no último capítulo deste
livro caso você tenha interesse em participar.

Escolhi chamar este segundo livro de Feminina e Radiante


porque é assim que tenho me percebido e percebido as mu-
lheres que entraram nessa jornada de voltar para o feminino:
radiantes.

Quando entramos nesse processo de forma verdadeira, nos


livramos de traumas passados que nos mantinham travadas
e enrijecidas; aprendemos a nos amar pelo que somos (e não
pelo que fazemos); aprendemos a receber com alegria e isso
nos tira um peso enorme das costas; aprendemos a falar so-
bre nossas necessidades sem guardar tudo em silêncio.

Tudo isso nos traz uma leveza enorme e transparece na nos-


sa fala, nos nossos movimentos, nos nossos pensamentos
e até no nosso corpo.
Quando uma mulher volta para o feminino, ela volta para casa.
Neste momento, enquanto eu finalizo este capítulo, uma
gatinha aqui da vizinhança entra na minha casa, vem para
o meu colo, e deita ao lado do computador na mesa de tra-
balho. Ela nunca entra no meu quarto. Pesquiso rapidamen-
te no Google qual a simbologia dos gatos: “Devido à sua vi-
são e audição aguçadas e alta inteligência, os gatos foram
utilizados ao longo da história como guardiães e protetores.”
Poderia ser somente uma gatinha, mas eu estou atenta aos
sinais: sinto-me protegida e guiada para escrever esta obra.

Desejo que este livro chegue para você em uma boa hora,
que ele traga algumas das respostas que você procura, que
ele te ajude a clarear os caminhos, que ele seja uma fonte
de alento, mas também que te dê um senso de urgência para
que você não perca mais tempo nos caminhos errados, que
ele tire os véus que estão te impedindo de ver o que precisa
ser visto para a sua vida começar a fluir da forma que você
deseja, que ele te ajude a sair um pouco da sua mente e, fi-
nalmente, que você possa ouvir a voz do seu coração.

Afinal, ele tem todas as respostas.

Com amor,
Jaque Barbosa.
Capítulo 2

Como
eu cheguei
até aqui
Eu achava que era uma expert em relacionamentos. Desde
2011, eu trabalhava como coach de relacionamentos no pro-
jeto Casal Sem Vergonha – atual CSV – que mantinha com
meu ex-parceiro e sócio, Eme Viegas.

Meu trabalho era aconselhar pessoas com textos, vídeos, livros,


e ajudá-las a serem mais felizes nos seus relacionamentos.

O CSV se tornou o maior blog e canal do youtube brasileiro


a falar de relacionamentos. Depois de um tempo, nos tornamos
também hipnoterapeutas e passamos a fazer atendimentos
presenciais ajudando pessoas com dificuldades nas relações.

Até que o nosso relacionamento entrou em crise, muito por


causa de uma despolarização. Mas na época, não tínhamos
ideia do que eram polaridades e como elas poderiam influen-
ciar a vida em casal, então o relacionamento acabou che-
gando ao fim.

Eu me senti totalmente perdida ao ter de voltar para a vida


de solteira, aos 30 anos – uma época na qual todas as mulhe-
res da minha timeline estavam escolhendo vestidos de noiva
e fazendo chás de bebês.

Eu não sabia onde tinha errado. Quanto mais eu buscava aju-


da em livros, terapias, coaches, etc., mais confusa eu ficava.

Eu realmente não estava conseguindo lidar com essa situa-


ção sozinha. A dor era imensa. Eu me sentia triste, sozinha,
confusa – principalmente porque eu era a pessoa que ajuda-
va outras a saírem dessa situação – e estava presa ali, sem
saber como sobreviver. Eu me senti uma grande farsa.

Lembro-me de um dia no qual decidi sair com alguns amigos


para ver se meu ânimo melhorava e, chegando lá, todos es-
tavam em casais.

Comecei a ter uma crise de ansiedade, precisei ir embora,


e nem sei como consegui voltar dirigindo para meu apartamen-
to alugado no Airbnb, que naquele momento, era minha casa.
Lembro-me de entrar no apartamento – que ficava bem
de frente para a praia, com uma vista linda para o mar – che-
gar na varanda, olhar para baixo e, simplesmente, querer
me jogar dali.

Claro que não tive coragem de fazer isso, mas a dor era tanta,
que eu realmente não sabia como seguiria em frente. Já não
conseguia mais enxergar motivos para continuar vivendo.

Os dias foram passando, consegui me manter viva, apesar


de querer morrer todos os dias. Passei por aquela fase doída
que todo mundo já passou um dia – não conseguia comer,
nem dormir, minhas amigas não aguentavam mais ouvir meu
choro, e eu achava que aquela dor duraria para sempre.

Numa das minhas diversas tentativas de sobreviver, eu fui


a uma psicóloga que, enquanto eu chorava e me lamentava,
proferiu as palavras que começaram a mudar a minha vida:

— “Você é um macho de saia.”

O susto me fez parar de chorar na hora, e meu orgulho ferido


quis retrucar e perguntar que tipo de profissional era aquela
para dizer uma coisa dessas? Quem ela achava que era?

Eu fingi que estava escutando o que ela tinha para me falar e,


quando a sessão acabou, eu saí de lá decidida a nunca mais
voltar. De fato, nunca mais voltei. Mas depois que me acal-
mei, as palavras dela ficaram martelando na minha cabeça:

O que ela quis dizer com aquilo?

Como eu era um macho de saia?

Eu estava sendo completamente vulnerável, chorando ali


na frente dela, e ela ainda assim achava que eu estava sen-
do masculina?

O que é ser uma mulher feminina?

Por que isso tinha a ver com o término


do meu relacionamento?
Eu mergulhei num universo de pesquisas sobre este tema,
e um novo portal se abriu para mim. Pela primeira vez
na vida, eu ouvi falar em polaridades – e tudo fez sentido!

Comecei a observar os casais ao meu redor e notei com


surpresa que grande parte deles estavam totalmente despo-
larizados. Comecei a notar que os problemas que as minhas
clientes de hipnoterapia traziam estavam completamente re-
lacionados ao tema das polaridades.

Eu me tornei completamente obcecada por esse assunto.


Dediquei incontáveis horas a estudos e pesquisas, milhares
de reais em cursos, e passei a observar como isso era o que
causava a maioria dos problemas de relacionamentos, tan-
to nas seguidoras do CSV, quanto nos meus atendimentos
como hipnoterapeuta, quanto nos casais ao meu redor.

Voltar conscientemente para a polaridade feminina foi mais


duro do que qualquer terapia que eu já fiz na vida (e olha que
foram muitas!). Eu tive de aprender a soltar o controle, parar
de esconder meus sentimentos, parar de julgar e querer en-
sinar os outros como fazer as coisas, a parar de querer lide-
rar tudo para que tudo saísse do meu jeito, a tirar a másca-
ra da mulher forte que-dá-conta-de-tudo-sozinha e ver todas
aquelas sombras que eu sempre tinha escondido muito bem
dentro de mim vindo à tona.

Se você decidir realmente mergulhar nessa jornada para o fe-


minino, há grandes chances de que você sinta isso também
– e isso é bom, porque é parte da evolução. Todos os seus
sentimentos de rejeição, de achar que não é boa o bastante,
de carência, de abandono – tudo isso vai vir para fora quan-
do você se forçar a soltar o controle. Ou seja, todos os gati-
lhos vão ser ativados. É algo que você não pode evitar se re-
almente quiser fazer essa jornada para o feminino de forma
verdadeira.

Você vai ver nos capítulos a seguir que entrar no feminino


não tem a ver com usar vestidos, assar bolos e falar com
uma voz doce. Isso tudo pode ser uma consequência natu-
ral de quando você volta para o feminino, mas essas coisas
externas não são a transformação verdadeira.

Aliás, eu demorei muito para entender o que, de fato, é en-


trar no feminino. Porque a maioria das fontes de estudo que
eu buscava falavam sobre os atributos externos do feminino.
Mas eu fui entendendo que é perfeitamente possível uma
mulher usar vestido, ser vaidosa, cozinhar, e fazer isso tudo
na energia masculina. Aliás, eu notava que muitas coaches
que ensinavam sobre este tema estavam, na verdade, muito
masculinas!

Foi um longo processo de estudo e – sobretudo – de práti-


ca na minha vida para eu realmente entender o que signifi-
ca ser uma mulher feminina. Eu fui entendendo que entrar
no feminino tem, principalmente a ver, com se permitir ser
vulnerável e soltar o controle – e isso é uma das coisas mais
difíceis que vamos experienciar nas nossas vidas, mas uma
das mais recompensadoras.

Por exemplo: se você for controladora vai fazer tudo a seu


alcance para que as coisas saiam do seu jeito. Você faz isso
porque tem medo de que as coisas dêem errado, de que
não seja amada. Por isso, está sempre fazendo muito, sem-
pre dando conta de tudo, sempre ficando sobrecarregada.
Ou seja, você acha que só tem valor pelas coisas que FAZ
e não por quem É. Isso é operar na energia masculina!

Quando você aceitar o desafio de entrar na jornada do fe-


minino e simplesmente PARAR de fazer as coisas sem ser
solicitada (sem reciprocidade), você terá que lidar com
um sentimento horrível (temporário) de se sentir inútil! Vai
ter um medo profundo e visceral de que, se parar de fazer
as coisas que sempre fez no relacionamento, o seu parceiro
não vai mais amá-la.

Você precisará encarar o medo de ser amada pelo que é –


e não pelo que faz, e com isso, encarar o medo de rejeição
(que, de fato, pode acontecer caso seu parceiro não aceite
entrar na polaridade masculina, como explicarei nos capítu-
los a seguir).
Mas a mágica acontece quando você se permite sentir esse
medo, essa insegurança, essa vulnerabilidade – sem tentar
controlar, sem se adiantar para fazer tudo pelo parceiro sem
que ele peça. Você vai ter de relaxar e confiar. Ou seja, você
incorpora a sombra que tentou esconder durante toda a vida
e, assim, você se cura.

Agora, você não precisa agir presa ao MEDO. Você está livre,
porque vai conseguir sentir o seu valor de somente ser, sem
precisar o tempo inteiro fazer algo para provar que tem valor.

Essa é a verdadeira jornada para o feminino, o motivo pelo


qual poucas mulheres têm coragem de encará-la, porque
soltar o controle é absolutamente assustador.

Vale dizer também que somente entrar no feminino não é ga-


rantia de relacionamentos felizes. Somos seres humanos
complexos. Trazemos nossas bagagens emocionais que in-
fluenciam diretamente nossas vidas. Viemos de sistemas fa-
miliares que, muitas vezes, nos mantém presas a padrões
de autossabotagem. As relações que temos com nossos pais,
por exemplo, influenciam diretamente nossos relacionamen-
tos. Então, voltar para o seu feminino não é, necessariamen-
te, uma garantia, mas é um excelente ponto de partida.

O contato com o seu feminino vai te permitir estar mais próxi-


ma dos seus sentimentos, portanto, consigo mesma. A partir
desse ponto, processos importantes de transformação pes-
soal podem acontecer.

Mas antes de falarmos sobre as soluções para conseguir en-


trar no seu feminino e atrair um relacionamento de alto valor,
gostaria de fazer uma análise sobre o desafio de se relacio-
nar nos tempos modernos.
Capítulo 3

O desafio
de se
relacionar
nos tempos
modernos
Nunca vivemos tempos mais desafiadores para relaciona-
mentos do que os tempos atuais. Os desafios que nossos
avós e pais viveram não chegam perto dos que a nossa ge-
ração está precisando enfrentar.

Não era para ser assim, não é mesmo? Hoje temos toda
a tecnologia a nosso favor. Com um clique, podemos nos co-
nectar com pessoas de diferentes partes do mundo. Temos
a liberdade de sair com quantas pessoas quisermos antes
de decidir com qual delas namorar ou casar. Se o casamen-
to deu errado, podemos nos divorciar a qualquer momento.
Podemos criar um “currículo” amoroso nos perfis de redes
sociais e assim podemos transmitir a imagem que quiser-
mos para atrair o tipo de pessoa que queremos.

Mas nunca fracassamos tanto nos relacionamentos como


atualmente.
Na área dos relacionamentos, é bem provável que você
se identifique com uma das duas situações que vou apre-
sentar abaixo:

Cenário 1

Você está solteira. Você já viveu outros relacionamentos


no passado, mas eles não deram certo.

Você curtiu bastante a vida de solteira. Saiu com quem quis.


Teve bastante tempo sozinha para cultivar o seu “amor-pró-
prio”. Saiu para baladas, viajou, curtiu as amigas, saiu com
diferentes homens…

Mas, de um tempo para cá, a vida de solteira não tem mais


te feito feliz.

Você se cansou desses joguinhos de não saber se a pessoa


realmente está a fim de você ou não, cansou de precisar
esconder seus sentimentos para não parecer desesperada
para se casar ou ter filhos.
Está cansada de homens que te dão toda a atenção até che-
gar a hora do sexo – e depois simplesmente não te procuram
mais, ou a coisa esfria de forma irreversível.

Cansou de se sentir mal depois de ter colocado toda a ex-


pectativa em um homem e ter se sentido rejeitada por ele.

Cansou de ter que fazer tudo sozinha – fazer planos sozi-


nha, viajar sozinha, pedir pizza sozinha, ver séries sozinha
na sua cama, se recuperar daquela gripe sozinha sem nin-
guém para te fazer uma sopa ou te oferecer um peito no qual
você possa descansar e se sentir protegida.

Cansou de ver homens afirmarem que não querem compro-


misso, mas depois de certo tempo aparecem namorando ou-
tra pessoa.

Além de ter se cansado de tudo isso, você olha para o re-


lógio e vê que o tempo está passando mais rápido do que
você gostaria.

Quando você tinha seus 20 e poucos anos, o tempo parecia


passar mais devagar!

Você estava focada na sua vida, na sua carreira, e nem


passava pela sua cabeça a possibilidade de não conseguir
se casar, ter uma família, ou envelhecer sozinha na compa-
nhia dos seus pets – que você ama é claro –, mas que não
substituem uma parceria humana.

Agora, o tempo parece passar rápido demais. Nas suas redes


sociais, parece que todos estão se casando, tendo um filho,
tendo o segundo filho, e você parece ter ficado para trás. Seu
relógio biológico está te pressionando. Você passa a ver com
frequência notícias de mulheres congelando óvulos ou so-
frendo para engravidar por causa da idade avançada e você
começa a ficar tensa com isso.

As oportunidades de homens que surgiam na sua vida quan-


do você era mais jovem – e não ligava tanto assim para rela-
cionamentos – não estão surgindo mais. É como se estivesse
parada numa estação de metrô há bastante tempo e sim-
plesmente o metrô não chega; diferente de quando você era
mais jovem que tinha sempre um metrô novo chegando tão
logo você chegava na estação.

Logo vem o medo de ficar sozinha para sempre, e quanto


mais você se preocupa com isso, mais difícil fica encontrar
um homem de alto valor que queira se relacionar.

Parece que os homens modernos simplesmente não querem


mais compromisso, enquanto as mulheres modernas estão
desesperadas para se comprometer.

Esse pensamento te dá muito medo. Muitas vezes você


já chorou sozinha em casa, se perguntando como chegou
nessa situação; como você sempre conseguiu tudo o que
queria na vida, mas não consegue solucionar a área dos re-
lacionamentos; o que há de errado com você?

Você só queria que essa dor passasse e que você conse-


guisse viver solteira, sem precisar de homem nenhum. Mas
você quer um homem para sua vida. Você quer se relacio-
nar. E não conseguir isso dói demais.

Cenário 2

Você está em um relacionamento. Talvez ele seja um namo-


ro, ou talvez um casamento.

No começo, as coisas realmente foram bem. Você tinha bas-


tante admiração e atração por ele. Mas conforme o tempo foi
passando, parece que algo foi morrendo na relação…

Você começou a sentir que você é a pessoa que tem que


puxar tudo! Se você não toma atitude, as coisas não andam.
A vida de vocês fica parada.

Você precisa pensar em tudo, resolver tudo, e quando pede


para ele te ajudar em alguma situação, ele até o faz, mas
com má vontade. E depois você tem que continuar pedindo,
de novo e de novo.

Ele não tem iniciativa para resolver as coisas e parece não


perceber o quão cansada e sobrecarregada você está.
E quando você reclama, parece que você é a chata que nun-
ca está feliz com nada.

Quanto mais o tempo foi passando, mais você foi se sen-


tindo chateada e ressentida com ele. Você cansou de pe-
dir para ele fazer as coisas e ele esquecer. Você se cansou
de ter que cuidar de tudo na vida dele porque se não a vida
dele não anda.

Junto com a admiração, o tesão parece ter ido embora tam-


bém. Ele te procura para sexo, mas você sempre está can-
sada demais, sobrecarregada demais – sexo simplesmente
não é a sua prioridade. Você nota que ele fica ressentido
com isso, mas o que você pode fazer? Ou talvez seja você
que sempre toma a iniciativa para o sexo, e ele parece sem-
pre encontrar uma maneira de fugir.

A cada dia, você fica mais desapontada com esse homem


sem energia masculina dormindo ao seu lado. Esse homem
que não te excita mais. Esse homem que te vê como uma
mãe. Esse homem que parece fazer tudo errado para te pro-
vocar. Esse homem no qual você não pode contar porque
ele não conseguiu liderar nem a vida dele e, nem de longe,
a vida de vocês juntos.

Você tem tido pensamentos recorrentes sobre terminar essa


relação. Mas essa ideia te dá muito medo.

Será que ele sobreviveria sem você?

E como você recomeçaria a vida solteira agora, depois de ter


investido tanto tempo e energia no relacioma,emto?

Você já não é mais tão jovem para recomeçar uma vida


de solteira. Será que teria energia para isso? Será que en-
contraria alguém melhor?
E como seria saber que ele seguiu em frente e está em outro
relacionamento com uma nova mulher? E se ele conseguir
se relacionar de novo e você não?

Esses pensamentos te deixam muito ansiosa, e quanto mais


ansiosa você fica, mais insuportável se torna olhar para
a cara dele.

Talvez, enquanto você lê este livro, ele está jogado


no sofá vendo alguma série ou jogando vídeo game e isso
te dá muita raiva.

Por que somente você tem que fazer algo para salvar a re-
lação? Será que ele não percebe que a relação está indo
para o buraco?

Você vai guardando toda essa mágoa dentro de você e che-


ga uma hora em que você explode com ele – mesmo com
coisas pequenas. Ele então começa a achar que você está
louca. “Por que esse surto enorme simplesmente por que
eu esqueci de levar o lixo para fora ontem de noite?” Mas ele
não entende que não é o lixo! É você ter que sempre lem-
brá-lo do lixo! É a falta de comprometimento dele. É a falta
de consideração com você. É a falta da palavra de honra.

Você simplesmente tem vontade de chorar e largar tudo…


mas está paralisada, sem saber por onde começar.

Até que este livro chegou às suas mãos.

Independente de você ter se identificado com o cenário


1 ou o cenário 2, depois de ler este livro, você vai conseguir
entender a raiz do problema.

Eu vou tirar um véu que está cobrindo os seus olhos, e você


vai conseguir enxergar o verdadeiro e real motivo de seu
sofrimento.

Não vai ser uma jornada fácil.


Você provavelmente nunca teve contato com o conhecimen-
to que eu vou compartilhar contigo neste livro.

Talvez você já tenha lido livros sobre relacionamentos, já te-


nha feito cursos, contratado coaches, ido a terapeutas, mas
não conseguiu resultados efetivos.

Isso acontece porque a grande maioria dos coaches, tera-


peutas, psicólogos não fazem ideia do que é necessário ter
para fazer um relacionamento de longo prazo durar com ale-
gria e felicidade.

Eles estão fazendo o que podem, mas estão te dando péssi-


mos conselhos.

Há poucos experts em relacionamentos que entendem


de uma coisa chamada POLARIDADE. Os que conhecem
sobre polaridades, provavelmente não entenderam o concei-
to de polaridade na sua raiz e seguem dando conselhos so-
bre isso, mas têm uma vida e um relacionamento totalmente
despolarizados.

No passado, homens e mulheres precisavam uns dos ou-


tros para sobreviver. Cada um fazia um papel e por isso eles
continuavam juntos durante a vida toda (na grande maioria
dos casos), porque não existia outra opção. Era uma ques-
tão de sobrevivência!

Hoje em dia, como somos independentes financeiramen-


te, e não precisamos mais uns dos outros, fazer um rela-
cionamento durar com respeito, admiração, amor e paixão
é um grande desafio.

A única forma de fazer isso ser possível é quando esse rela-


cionamento está POLARIZADO da forma correta.

Enquanto você não entender isso, vai continuar sofrendo


na vida amorosa.

Se você estiver solteira, você vai passar por todo o traba-


lho de conhecer pessoas, até conseguir achar uma que gos-
te e conseguir se relacionar com ela, mas depois de algum
tempo, a relação vai começar a ter problemas (como todas
as suas outras do passado) e vai chegar ao fim.
E você terá que recomeçar do zero mais uma vez, sentindo
toda a dor desse processo, de novo e de novo, sem saber
onde está errando.

Se você estiver num relacionamento com a polaridade inver-


tida, ele não vai melhorar sozinho. Provavelmente os esfor-
ços que você tem feito só estão piorando a situação. Quan-
to mais você se esforça, mais você está levando a relação
para o buraco.

Não existe outra saída. Você está prestes a tomar a pílula


vermelha que vai mudar para sempre a forma como você
enxerga as relações.

Você vai olhar para o passado e entender porque os seus


relacionamentos deram errado até hoje. Vai reconhecer mui-
tos erros que cometeu.

Vai doer.

Por isso, eu só recomendo que você continue a leitura des-


te livro se você REALMENTE estiver comprometida a mudar
sua vida amorosa.

Este livro é para você, que se cansou.

Para você que não quer mais ficar solteira, mas simplesmen-
te não consegue achar um relacionamento de alto valor.

Para você que está com medo de terminar a vida sozinha,


de nunca conseguir experienciar a alegria de viver um rela-
cionamento no qual você ama e é amada.

Para você que sente que o seu relógio biológico está te co-
brando e que está com medo de nunca conseguir ter filhos;
de nunca conseguir ter uma família.
Para você que está enxergando o seu relacionamento afun-
dar, e não sabe mais o que fazer para resgatá-lo.

Para você que está morrendo de medo de se separar porque


simplesmente não tem mais forças para continuar.

Para você que se cansou de ser a única a se esforçar nos


relacionamentos; de sentir que, por mais que faça, você não
é valorizada.

Para você que entendeu que não importa o quão bem suce-
dida seja sua carreira, você dificilmente vai estar realizada
de verdade como mulher se não estiver se sentindo ama-
da por você mesma e – por consequência – por um homem
de alto valor.

Para você que entendeu que, se não fizer nada a respeito e,


simplesmente continuar vivendo, achando que a culpa é dos
homens, você nunca vai conseguir ter um relacionamento feliz.

Para você que se cansou de se sentir sozinha, vazia, infeliz,


ansiosa, angustiada…

Para você que entendeu isso tudo e que tem como priorida-
de neste momento solucionar de uma vez por todas a sua
vida amorosa.

Somente nesse mindset, você vai conseguir absorver todas


as coisas que eu vou te falar neste livro de coração aberto.

Porque são conhecimentos que vão te tirar da sua zona


de conforto e vão fazer você rever muitas crenças que você
tinha sobre si até hoje.

Principalmente, porque são conhecimentos que vão mostrar


as suas SOMBRAS. Mas essa vai ser a jornada mais linda –
e recompensadora – que você vai fazer na sua vida.
Capítulo 4

As mulheres
de hoje
são mais
felizes?
Uma grande transformação social, econômica e cultural
aconteceu desde que autora feminista Betty Friedan con-
cluiu, em 1963, que as mulheres da sua geração se sentiam
infelizes e cansadas.

Apesar de muitas coisas terem mudado desde lá, fica a per-


gunta: será que as mudanças que foram conquistadas desde
então fizeram, de fato, as mulheres modernas mais felizes?

Temos levado uma vida que é exatamente o oposto da vida


que nossos avós viveram. Se nas gerações passadas as mu-
lheres foram criadas para acreditar que elas só poderiam
se realizar se estivessem no papel de esposa e mãe, agora
o oposto é visto como verdade: aprendemos que somente
fora desses papéis nós somos capazes de atingir nosso po-
tencial e valor como seres humanos.

Vejamos o caso de uma cliente minha, que vou chamar


de Clarissa. Clarissa chegou à minha clínica de hipnotera-
pia buscando ajuda para tentar preencher um grande vazio
emocional que ela vinha sentindo e também para tentar re-
solver a vida amorosa que andava de mal a pior.

Clarissa é uma mulher de 36 anos, formada em ciências so-


ciais, professora universitária, independente e solteira. Ela
passou a vida inteira focada no que sua mãe lhe ensinou:
na carreira. “Minha filha, foque em você, na sua carreira,
se relacionamento fosse bom ninguém se separava!”.

Clarissa seguiu todos os conselhos da mãe e das mulhe-


res de sua geração, mas, agora, aos 36 anos, sem pers-
pectiva de um relacionamento estável, ela se vê desejando
uma família.

Ela começa a entender que a sua vida sem um relacionamen-


to com profundidade, sem conexões reais, sem família, sem
filhos, é vazia – por mais bem sucedida que seja na carreira.

Ela viajou, subiu de cargo, comprou carro, decorou o apar-


tamento da forma que quis, foi para todas as baladas que
quis, transou com quantos homens desejou...viveu sua liber-
dade ao máximo. Mas toda essa liberdade não trouxe a com-
pletude que ela esperava alcançar quando chegasse a essa
idade. Ela constatou que, no fundo, não estava bem com
ela mesma; não se amava e por isso não conseguia atrair
um relacionamento.

Ela começou a sentir vontade “de casa”. De ter um lar para


onde voltar. De ter uma família. De poder priorizar algo que
não fosse somente a carreira.

“A vontade de ter filhos que chega com o despertar do relógio


biológico geralmente vem de forma suave que muitas mulhe-
res deixam passar. Mas a maioria das mulheres sentem que,
perto da idade de 27, começa a surgir uma crescente insa-
tisfação, um desejo por mais, mesmo que a vida esteja bem
cheia. Seu apartamento parece quieto demais, seu trabalho,
não importa quão interessante e excitante seja, exige menos
dela e seu tempo livre, mesmo que ocupado por atividades
frenéticas, quase ecoa como solidão. Ela começa a perce-
ber todas as mães ao seu redor – principalmente as jovens
e atraentes – empurrando carrinhos pela rua, carregando
seus bebês no supermercado, e enchendo seus carrinhos
com grandes quantidades de carnes, vegetais, enlatados,
vidros, caixas de detergentes, pacotes de fraldas, enquan-
to ela compra um par de itens para seu jantar sozinha. Todo
o horror que um dia ela conectou a bebês – o barulho, a ba-
gunça, aquele monte de brinquedos de plástico, o constante
choro e as exigências que deixam mesmo as mulheres mais
fortes exaustas – são trocados por questões como: o quão
fofos eles são com seus sapatinhos e meias pequenas, sua
amorosidade e, principalmente, a mudança na vida que eles
trazem, tirando a mulher da distração dela mesma e de seus
problemas de sempre.”1

Nos venderam a ideia de que focar somente na carreira, nos


hobbies, e nas nossas coisas, nos garantiria uma vida muito
mais feliz do que a vida das nossas antepassadas. É claro
que fazer tudo isso é muito bom! Precisamos ter uma vida
interessante; precisamos trabalhar, conquistar o que deseja-
mos, sentir que somos realizadas nessas áreas da vida.

1 Do livro What our mothers didn’t tell us, de Danielle Crittenden - Tradução minha.
Mas, muitas vezes, acabamos indo em excesso para esse
lado, acabamos entrando na polaridade masculina e deixa-
mos a área dos relacionamentos de lado.

“Infelizmente, adiar o casamento e todas as responsabilida-


des que chegam com ele, não prolongam a sua juventude.
Só prolonga a sua ilusão. Geralmente isso resulta numa pes-
soa de meia idade que ainda traz consigo todas as frustra-
ções adolescentes sem ganhar nenhuma qualidade da ma-
turidade. Essas qualidades – sabedoria, senso de dever,
disponibilidade de se sacrificar pelos outros, aceitação do en-
velhecimento e da morte – são características que surgem
diretamente dos nossos relacionamentos e comprometimen-
to com os outros. É assumindo os papéis que fomos ensina-
dos a evitar – esposa, marido, mãe, e pai – que construímos
nossa identidade, expandimos nossas vidas e conquistamos
a maturidade que desejamos”2

Clarissa tinha conquistado uma segurança financeira muito


boa, mas ela me confessou que essa segurança não com-
pensava a falta de ter um homem de alto valor do seu lado;
de estar num relacionamento no qual ela se sentisse segura,
protegida e desejada.

Um homem forte, um verdadeiro porto seguro, que passasse


segurança para ela, que se esforçasse para oferecer o me-
lhor para ela porque ele a amaria profundamente e sabe-
ria valorizá-la. Um homem que permitisse que ela relaxasse
quando quisesse, porque ela saberia que ele estaria lá para
cuidar das coisas.

Querer isso não é nenhum tipo de trauma, de carência, de fal-


ta de amor-próprio: essa é a nossa natureza. Toda mulher
tem esse instinto de sobrevivência de ter um homem forte
ao lado e vai sofrer sempre que tentar esconder esse fato
para parecer que não precisa de ninguém para ser feliz.

A beleza da jornada para conquistar um relacionamen-


to de alto valor é que você vai precisar, primeiro, conseguir
se amar, se respeitar. Vai ter de olhar para dentro de você
como talvez nunca tenha feito na vida.

2 Do livro What our mothers didn’t tell us, de Danielle Crittenden - Tradução minha.
Eu expliquei para Clarissa que não era o seu sucesso ou o seu
dinheiro que estava afastando os homens, era a sua energia
masculina; a falta de conexão com o feminino; a falta de ha-
bilidade de dar para esse homem o que ele precisa para es-
tar motivado. É a falta de habilidade de conseguir INSPIRAR
este homem a querer se devotar a ela.

Isso acontece, porque o homem masculino não está nem


aí para o sucesso financeiro de uma mulher. Ele não precisa
que ela tenha uma carreira de sucesso, que ela tenha Phds,
que tenha viajado o mundo sozinha, que seja super culta,
que seja super jovem, que tenha o corpo perfeito. Isso tudo
ela pode fazer para si, se quiser, – mas sem esperar que es-
ses fatores sejam prioridade para um homem de alto valor.

Esse homem só precisa que ela saiba ser vulnerável, que ela
saiba soltar o controle, que ela confie nele, que ela seja leve,
que ela permita que ele a guie, como numa dança na qual
a mulher relaxa e se permita ser guiada, que ela se deixe
ser protegida, que ela consiga manter seu coração aberto
para receber ele de forma completa como um homem, que
ela seja feminina, que ela seja radiante.

Isso é o que motiva um homem de alto valor a querer se re-


lacionar com uma mulher nos tempos modernos.

Mas a Clarissa não tinha ideia de como fazer isso. Ela sempre
aprendeu que tinha de ser forte, durona, dar conta de tudo
sozinha. Ela sempre aprendeu que as pessoas a amariam
pelo que ela faz, e não somente por quem é. Clarissa se sen-
tia tensa, rígida, controladora, endurecida por dentro. Como
ela iria inspirar um homem de alto valor a querer um relacio-
namento com ela?

Uma mulher com excesso de energia masculina não inspira


homem de alto valor. Ela não tem nada para oferecer que
faça ele querer abdicar dos benefícios da vida de solteiro
para assumir um relacionamento sério com ela.
Esse homem pode até querer sair com ela algumas vezes,
aproveitar um bom sexo, mas não vai escolher essa mulher
para ser a mulher da vida dele.

Uma mulher como Clarissa só vai atrair homens fracos, sem


atitude, sem energia, que se atraem por ela justamente por-
que estão em busca de uma mãe que resolva a vida deles.

Eu iniciei com Clarissa um trabalho profundo de autoco-


nhecimento, no qual ela, pela primeira vez na vida, entrou
em contato com suas emoções. Pela primeira vez na vida,
ela se permitiu sentir, ao invés de racionalizar tudo. Esse
exercício foi pouco a pouco deixando-a mais leve, mais rela-
xada, mais tranquila. Até o seu semblante mudou.

Ao olhar para suas feridas internas, ela entendeu que nunca


tinha se dado o amor que ela merecia, sem honrar suas emo-
ções e dores. Ela sempre tinha fugido delas. Com isso, ela
estava vivendo o tempo inteiro na sua mente. Só que só po-
demos nos conectar com um homem de verdade se ele pu-
der sentir o nosso coração! Por isso ela não conseguia criar
uma conexão profunda com nenhum homem.

Clarissa fez uma jornada linda de olhar para dentro e isso


a deixou cada vez mais serena. Num dos nossos últimos en-
contros, ela me falou que já nem estava mais desesperada
por um relacionamento ou filhos. Ela tinha entregado para
o universo e que, se fosse para ser, seria lindo, mas se não
fosse para ser, tudo bem, ela estava em paz.

Poucas semanas depois, ela me escreveu contando que ti-


nha conhecido um homem muito interessante, e que pela
primeira vez na vida, ela realmente sentia que a conexão
era verdadeira. Ele estava sendo atencioso, respeitador, pre-
sente e honesto. E ela tinha aprendido a compartilhar com
ele sobre o que estava sentindo e isso fez ele se apaixonar
cada dia mais.

Na mensagem, ela me falou: “Eu passei a vida inteira achan-


do que tinha de esconder quem eu era para ser amada.
Só hoje eu entendo que não posso ser amada de verdade,
se não mostrar como eu sou.”

Clarissa conseguiu isso por meio do resgate do feminino.


E para ela, esse senso de urgência foi importante porque
a motivou a buscar uma solução para seu problema e trans-
formar sua vida. Ela entendeu o que vou explicar no pró-
ximo capítulo: o tempo passa rápido principalmente para
nós mulheres.
Capítulo 5

O tempo
passa
diferente para
os homens
e para
as mulheres
Como comentei no capítulo anterior, a nossa geração de mu-
lheres cresceu sendo incentivada a viver como se não hou-
vesse amanhã: “Aproveite tudo!”, “curta mesmo!”, “pense so-
mente em você!”, “foque somente em você!”.

Existe realmente um lado bom disso. A vida é curta mesmo,


e nossa geração acabou tendo a facilidade de viver em tem-
pos com mais oportunidades do que nossos pais – aposto
que seus pais não tiveram oportunidade de viajar o mundo,
nem de trabalhar remotamente, nem de trocar de profissão
no meio da vida para uma “que lhes faça mais feliz”.

A única coisa que não nos contaram, é que o tempo passa


de forma diferente para homens e mulheres. Eu explico:

Desde a infância, meninas e meninos têm tratamentos


diferentes.

Meninas frequentemente são mais “protegidas”, menos co-


bradas, são tratadas com mais paciência pelos pais.

Meninos, no geral acabam tendo menos desses privilégios,


são mais incentivados a correr riscos, são menos consola-
dos quando choram, e precisam provar que são fortes des-
de pequenos.

“Ouçamos Simone de Beauvoir: a criança, ela diz, passa por


um “segundo desmame, menos brutal e mais gradual do que
o primeiro [...] os meninos em especial deixam aos poucos
de receber os beijos e os carinhos a que estavam acostu-
mados. Já a menininha continua a ser adulada, tem permis-
são para se pendurar na saia da mãe, o pai a coloca no colo
e afaga-lhe o cabelo. Ela usa vestidinhos fofos, suas lágrimas
e seus caprichos são recebidos com indulgência, seu cabe-
lo é cuidadosamente arrumado, suas expressões faceirices
divertem os mais velhos – o contato corporal e os olhares
amistosos protegem-na da angústia da solidão. O menini-
nho, ao contrário, não pode sequer ser faceiro; seu empenho
para seduzir e suas manhas são irritantes. Ele aprende que
‘homem não pede beijos [...] homem não se admira no espe-
lho [...] homem não chora.’ Ele é incitado a ‘ser um homen-
zinho’; ele conquistará a aprovação dos adultos se tornando
independente dos adultos. Ele os agradará sem parecer que
os agrada.”3

Ou seja, como afirma o autor israelense Martin Van Creveld,


autor do livro Sexo privilegiado, desde pequenas as mulhe-
res muitas vezes são protegidas:

“Enquanto os meninos são pressionados, as meninas são


protegidas de todos os perigos, como subir em árvores, usar
o balanço, andar de bicicleta ou sair sozinha à noite. Elas
também costumam ter melhores condições de vida. [...] O fra-
casso das meninas é tolerado, ao passo que o fracasso dos
meninos é denunciado, combatido e punido.”

Na adolescência, a coisa não muda muito. Quando meninas


e meninos começam a entrar no universo dos relacionamen-
tos, os meninos, mais uma vez, precisam lutar.

Uma moça de 18 anos, vai estar no ápice da sua juventude


e de sua fertilidade. Por não ter ainda experienciado muitas
dificuldades na vida do que uma mulher mais velha, as jo-
vens tendem a ser mais “leves”. Esse combo faz com que
elas sejam extremamente atraentes para os homens e as co-
loca numa posição de privilégios – elas apenas precisam
“ser”, enquanto os homens precisam “se tornar”. O papel de-
las é esperar o homem se aproximar enquanto ela rejeita
a maioria e escolhe os melhores.

Já no lado masculino, as coisas são diferentes: um jovem


que acabou de chegar à vida adulta não tem muito poder
de escolha. Ele ainda não é bem sucedido, é imaturo, não
tem muita confiança em si mesmo, não desenvolveu pilares
de liderança, prosperidade e proteção.

Ele se acostuma a levar muitos “foras” e ser muito “rejei-


tado” (coisa mais rara para as mulheres da mesma faixa
etária). É como se a mulher já nascesse no topo da monta-
nha, ao passo que os homens devem escalá-la para chegar
a algum lugar.

3 Do livro Sexo privilegiado, de Martin Van Creveld.


Conforme o tempo passa, a situação muda. Ao chegar aos
30, boa parte dos homens já está mais maduro, mais inde-
pendente, mais confiante e melhor financeiramente falan-
do, e isso tende a aumentar conforme ele se aproxima dos
40 ou 50 anos.

Já para a mulher, o cenário é um pouco diferente. A mulher,


que já nasceu no topo da montanha no quesito “poder de es-
colha” nos relacionamentos, acaba se acostumando aos pri-
vilégios. Ela já perdeu a conta de quantos homens já rejei-
tou, e tem a impressão de que sua situação continuará assim
para sempre. Sempre que ela quiser, ela vai poder iniciar
um relacionamento e criar uma família (se esse for seu de-
sejo), porque sempre haverá um homem disponível buscan-
do a sua atenção.

Mas nem sempre funciona assim. Segundo a medicina tradi-


cional chinesa:

“Entre os 25–28 anos de idade, a mulher está no pico da sua


vitalidade; sua energia vital e seu sangue se tornam subs-
tanciais, suas extremidades se tornam fortes, o desenvolvi-
mento dos tecidos e de todo o seu corpo é florescente. Nes-
se estágio, seu corpo atravessa a condição mais forte.

O físico de uma mulher muda da prosperidade para o declí-


nio, gradativamente após a idade de 35 anos.”4
Para a mulher que quer ter uma família e filhos biológicos,
a idade é um grande fator a ser considerado. Estudos mos-
tram que em média a fase mais fértil de uma mulher é entre
os 20 e 30 anos. Por volta dos 35 anos, diminui pela metade
as chances de uma mulher engravidar. Este declínio é pro-
gressivo com o passar dos anos e aos 45 a fertilidade natu-
ral é de aproximadamente 1% .

Ou seja, a narrativa moderna fala que as mulheres devem fo-


car somente na carreira e deixar os relacionamentos em se-
gundo plano; mas ela parece esquecer o fato de que o relógio

4 Do livro Medicina tradicional chinesa, de Bing Wang.


biológico feminino não sabe diferenciar se somos mulheres
modernas ou não; ele tem o tempo de fertilidade natural.

Assim como a história da minha cliente Clarissa, muitas mu-


lheres focam somente na carreira e quando decidem que
querem ter um relacionamento sério, percebem que a situ-
ação não está muito favorável. Principalmente porque essa
mulher geralmente focou demais na carreira, não desenvol-
veu habilidades femininas (pelo contrário, só desenvolveu
sua energia masculina) necessárias para estar em um re-
lacionamento, e encontram uma enorme dificuldade em en-
contrar um parceiro para a vida.

“Quando uma mulher é jovem e razoavelmente atraente,


homens vão passar pela vida dela com tanta regularidade
como trens na estação; mesmo quando a plataforma está va-
zia, ela já sabe que logo chega outro trem. Nenhuma mulher
com a cabeça no lugar iria querer se comprometer com ca-
samento tão cedo. Seu corpo ainda está silencioso na ques-
tão de querer ter filhos. Ela também vai saber da quantidade
de divórcios de hoje em dia e vai querer ser exposta a uma
variedade de homens antes de escolher somente um. Quan-
do estiver namorando com um homem ela vai estar constan-
temente alerta para a possibilidade de outros. Mesmo que
ela se apaixone por um, ela pode dispensá-lo por sentir que
é jovem demais para algo sério. Mas se uma mulher conti-
nua solteira conforme passa dos trinta, ela pode começar
a olhar para o seu relógio e se perguntar porque a estação
está vazia, porque o próximo trem não chega, ou se houve
algum acidente no caminho. Quando o trem chega, ele ge-
ralmente vem com homens pelos quais ela não se interes-
sa, como um metrô de Nova York na madrugada: homens
imaturos, com síndrome de Peter Pan que não conseguem
nem se comprometer com nada além de uma xícara de café,
que dirá com um segundo encontro; solteiros neuróticos com
hábitos estranhos; predadores sexuais que caçam qualquer
mulher que surja pelo caminho; homens recém-divorciados
que querem apenas se divertir; homens com traumas de re-
lacionamentos passados; homens preocupados demais com
suas carreiras sem tempo para comprometimento; homens
que são simplesmente fracos demais ou estranhos demais.
Os homens sensíveis, decentes, de aparência boa que
uma mulher aos 24 rejeitou parecem ter descido em outras
estações.”5

Homens e mulheres sentem-se atraídos uns pelos outros


por diferentes motivos. As mulheres tendem a se interessar
pelos homens baseadas no quão líderes e prósperos eles
conseguiram se tornar. Mas na conquista, para um homem
de alto valor, o quanto uma mulher ganha ou quantos mes-
trados ela fez é algo secundário. Ele pode se apaixonar tan-
to por uma executiva andando na Avenida Paulista em São
Paulo, quanto por uma atendente simples numa farmácia,
se ambas tiverem os pilares de feminilidade que irei abordar
nos capítulos seguintes. Ou seja, os diplomas e o suces-
so profissional são maravilhosos para você, mas no quesito
conquista, eles não são prioridade.

Os homens, que no início da vida adulta eram rejeitados mui-


tas vezes, passam a ter maior poder de escolha conforme
a maturidade chega. O cenário muda.

“A ironia é que, justamente nesse momento, quanto a mu-


lher olha para o seu trabalho e percebe que ela está pronta
para assumir uma vida de família, que os homens parecem
desaparecer. É aí que a crueldade da sua vida de solteira re-
almente começa a aparecer. Enquanto ela está disposta a fi-
car no jogo das “saídas casuais” os homens estão por perto.
Mas no momento em que ela começa a mostrar seu desejo
por algo mais permanente, eles desaparecem.”6

Isso acontece principalmente porque, quando um homem


moderno de alto valor, que se esforçou para se desenvol-
ver, chega à meia idade, ele geralmente não tem pressa. Ele
finalmente conseguiu conquistar uma independência finan-
ceira; ele vê que suas oportunidades de se relacionar com
mulheres interessantes aumentam a cada dia; ele não tem
o aspecto do relógio biológico tão crítico quanto o da mulher.

Nesse momento, a mulher moderna percebe, com grande


dor, que foi enganada. A narrativa moderna disse para ela
que ela só teria de focar em sua carreira e nela mesma, que

5 Do livro What our mothers didn’t tell us, de Danielle Crittenden.


6 Idem.
ela deveria se tornar uma mulher empoderada e que os re-
lacionamentos chegariam de forma natural, mas agora ela
está descobrindo na prática que não é bem assim.

Ou seja, será mesmo que as mulheres foram emancipadas


por essas narrativas modernas ou acabaram se tornando pri-
sioneiras em uma realidade na qual seus desejos e neces-
sidades básicas – como se relacionar, criar vínculos, repro-
duzir, etc. – deixaram de ser algo natural e passaram a ser
uma missão difícil de ser alcançada?

A boa notícia é que, se você conseguir estar presente na sua


feminilidade e na energia Yin, a sua idade terá um peso com-
pletamente diferente de uma mulher que estiver na energia
Yang, porque a sua presença será sempre jovem e radiante,
independente da sua idade.

O homem que estiver ao seu lado e conseguir sentir a sua


energia Yin, e como essa energia o completa, jamais seria
bobo de trocar você por uma mulher mais jovem, apenas pela
idade. Aliás, se esse homem fizer isso, você sabe que não
era o homem que você gostaria de ter como parceiro de vida.

Já a mulher Yang, ficará cada dia mais pesada, mais estres-


sada, se colocando num lugar de vítima e culpando todos
ao seu redor. Ela não sabe entrar em contato com seus sen-
timentos, então a cada ano que passa, ela fica mais cheia
de lixo emocional, e isso se nota na energia dela. Juntando
todo o peso e exaustão da energia Yang, com o fator idade,
fica cada dia mais difícil para essa mulher conseguir encon-
trar um homem de alto valor para ter um relacionamento feliz.
O destino dessa mulher tende a ser um futuro com solidão,
vazio e amargura. Primeiro, porque ela está completamente
longe de casa (da energia Yin natural); e segundo, porque
a energia Yang dela afasta as pessoas.

Essa mulher Yang pode, inclusive, estar num relacionamen-


to, mas, ainda assim, ela vai se sentir num estado completo
de solidão: mesmo tendo conseguido um marido e uma fa-
mília. Ela vai viver em um constante estado de insatisfação
e controle. Por mais que a vida dela, exteriormente, esteja
muito bem, por dentro ela estará sempre infeliz.

A única saída, é voltar para o feminino. É se libertar do exces-


so de energia Yang. É fazer essa jornada de volta para casa.
Capítulo 6

Energias
equilibradas
– será esse
o melhor
caminho?
Alguns anos atrás, eu me achava a rainha das energias fe-
minina e masculina equilibradas dentro de mim.

Eu tinha facilidade em liderar, conduzir, guiar, e também sa-


bia fluir e soltar o controle. Eu achava que uma pessoa equi-
librada precisaria ter 50% de cada tipo de energia e eu tinha
conseguido isso! Até eu começar a perceber que estava com
problemas no meu relacionamento por conta dessa dinâmica.

Hoje em dia, eu consigo mudar de energia, e posso entrar


na energia masculina no meu relacionamento, mas não que-
ro fazer isso porque sei que isso não é saudável numa re-
lação, sei que na energia masculina, eu não estou de acor-
do com o meu propósito de como levar uma vida saudável
a dois. Na verdade, eu estava vivendo com medo de real-
mente adentrar o meu feminino.

Eu sentia medo porque eu sabia que entrar no feminino sig-


nificaria soltar o controle, abraçar minha vulnerabilidade, ter
coragem de viver seguindo minha intuição, significaria tirar
todas aquelas máscaras de mulher-independente-e-bem-
-resolvida que eu usava há tanto tempo, e realmente olhar
para o meu coração, para as dores que estavam ali dentro
e que eu estava jogando para debaixo do tapete para não
ter de encará-las.

Entrar na feminilidade significa viver realmente um processo


de aceitação de amor-próprio.

Significa olhar para as suas dores, suas feridas, e aceitá-las.


Entender que os fatos do passado te trouxeram até aqui,
acolher esses traumas que não podem ser mudados e obter
deles lições preciosas que te deixam interiormente mais for-
te, mais experiente e, portanto, mais feliz, em vez de se res-
sentir e afundar em amargura. Assim, você entende o seu
valor, olha para frente e se desenvolve mais. É a possibilida-
de de conseguir expressar seus sentimentos e seus desejos
sem medo de ser julgada e rejeitada por isso.

Quando eu entendi isso, eu tive clareza de que eu estava ope-


rando no medo porque era muito assustador e desconfortável
fazer todas essas coisas. Por isso, eu estava me certificando
de nunca, de fato, entrar no meu feminino por completo.

Só que eu percebi que, quando eu não entro no meu femi-


nino por completo, o homem ao meu lado não pode entrar
no masculino. Ambos ficam competindo, infelizes, porque não
conseguem viver cada um sua própria essência por medo.

Então eu entendi que esse equilíbrio de energia que nos en-


sinam é uma ilusão, porque o equilíbrio verdadeiro aconte-
ce de outra forma: para nós mulheres, o equilíbrio é quando
acontece a manifestação maior do feminino, e o masculino
que existe em nós serve ao nosso feminino. Para os homens,
é o contrário.

Desejar buscar um equilíbrio 50%–50% das energias, signifi-


ca não viver verdadeiramente a sua essência. Significa estar
sempre com medo. E quando você não vive o seu feminino
por completo, e o seu parceiro não vive o masculino dele por
completo, ambos estão com medo. Ambos estão sendo co-
vardes juntos, mesmo sem estarem conscientes disso. Am-
bos estão infelizes.

Quando comecei a estudar polaridades em profundidade,


eu entendi que na nossa raiz, homens e mulheres (na gigan-
tesca maioria), são fundamentalmente diferentes e opostos
em suas energias. Todo o resto são apenas traumas que nos
impedem de viver a nossa natureza.

Um homem que tenha as duas energias equilibradas 50%–


50%, vai conseguir falar sobre seus sentimentos, se abrir,
ser vulnerável, mas ele vai ter muita dificuldade em liderar,
e não vai ter essa energia penetrante que a mulher precisa
para estar conectada com ele. Assim como um homem so-
mente com energia masculina, pode virar um sociopata que
só pensa nele mesmo.

Um homem que tem energia masculina dominante, mas tam-


bém integrou o seu feminino, consegue liderar com coragem,
força, e uma extrema devoção por sua parceira.
Ou seja, ele não equilibrou as duas energias. Ele integrou
a energia feminina, e com isso, potencializou a sua ener-
gia masculina. Mesmo tendo integrado o feminino, ele opera
na maior parte do tempo no masculino. Isso é o que o deixa
feliz e relaxado na sua posição natural.

Uma mulher com energia masculina e feminina 50%–50%


sabe liderar, resistir, algumas vezes seguir, mas não sabe
como viver uma vida na qual ela está sempre fluindo, sem
controlar, se abrindo para as oportunidades da vida.

Ao passo que uma mulher somente com energia feminina,


sem nada de energia masculina, vai ser uma “bobinha”, que
só sabe dizer sim, que sofre calada, uma vítima perfeita para
homens que querem tirar proveito dela.

Já a mulher que opera na maior parte do tempo no feminino,


mas também integrou o seu masculino, sabe sempre estar
aberta para a vida. Essa mulher vai, naturalmente, se afastar
quando perceber a falta de devoção e consideração de seu
parceiro, ou de qualquer outra pessoa na vida. Ela faz isso
com naturalidade, porque ela sabe o seu valor. Ou seja, ape-
sar de ela ter integrado a energia masculina dentro dela, ela
escolhe operar na maior parte do tempo na energia femini-
na, porque ela sabe que nessa posição ela consegue servir
seu propósito na vida e nos relacionamentos.

Ou seja, tentar viver no equilíbrio 50%–50% vai te deixar pa-


ralisada, porque essa não é a sua essência. A sua essência
é viver no feminino, tendo integrado o seu masculino.

Se você quiser saber onde você está nessa questão das


energias, basta observar qual tipo de homem você tem atraí-
do na sua vida e qual tipo de relacionamento você tem vivido.

Se você é uma mulher e não está experienciando uma li-


derança totalmente devotada de um homem que te respei-
ta e te ama, ou se você apenas consegue relacionamentos
casuais que não evoluem, você precisa se reconectar com
o seu feminino.
Não perca tempo tentando equilibrar o seu masculino. Seu
masculino já vive dentro de você e tudo na nossa socieda-
de moderna leva as mulheres para o masculino, então, não
se preocupe com ele. Se preocupe em viver o seu feminino
na sua essência. Em se conectar com o seu coração, com
as suas emoções.

Somente assim você vai conseguir se conectar verdadeira-


mente com o coração de um homem, ao invés de ficar vivendo
uma montanha-russa em relações conturbadas e instáveis,
por não saber como inspirar um homem a querer se devotar
para você.
Capítulo 7
Energia
Feminina e
Masculina
“Para que a parceria entre um homem e uma mulher cumpra a
sua promessa, o homem tem de ser homem e a mulher tem de
ser mulher. Nessas parcerias, a mulher se interessa pelo homem
enquanto ele permanece homem, e vice-versa. Isso quer dizer
que o homem desejoso de amar uma mulher como sua parceira,
em igualdade de condições, tem de preservar a necessidade que
tem dela preservando ao mesmo tempo sua incompletude. Em
vez de desenvolver o feminino dentro de si, deve deixar que a
parceira lhe ofereça isso como um presente e aceitá-lo. A mulher
que tenciona amar um homem deve também aceitar o masculino
de sua parte. Quando um homem e uma mulher anseiam por
aquilo que o outro possui, possuindo por sua vez aquilo que
o outro procura, tornam-se iguais na sua incompletude – e na
sua capacidade de dar. Quando ambos respeitam as próprias
limitações e preservam sua necessidade, essa necessidade
mútua os complementa e completa, de sorte que o dar e receber
fortalecem a união.”

(A simetria oculta do amor – Bert Hellinger)


Um homem vai estar mais feliz e realizado em um relaciona-
mento se ele estiver no papel masculino dessa relação. Uma
mulher vai estar mais feliz e realizada num relacionamento
se ela estiver ao lado de um homem em quem confia e que
tem prazer em se permitir ser conduzida – por livre e espon-
tânea vontade.

Você já dançou forró ou qualquer outra dança a dois? Você


já deve ter notado que, nessas danças sempre um conduz
e o outro é conduzido – e é aí que a mágica acontece. Ge-
ralmente, a dança mais prazerosa é aquela na qual o ho-
mem conduz.

O cavalheiro – que conduz – precisa ter algumas habilida-


des como criatividade para criar os passos, clareza na co-
municação para direcionar a parceira, capacidade de liderar
os movimentos, ser um pilar forte de estrutura para dar es-
paço para a dama conseguir fazer os movimentos com se-
gurança e leveza e ser aquele ponto de referência para onde
a dama volta depois de executar os passos.

A dama precisa ter outras características, que são tão im-


portantes quanto – porém, opostas e complementares. Ela
precisa, primeiro de tudo, ter sensibilidade e atenção para
captar os sinais enviados pelo parceiro. Ela precisa saber
executar bem os passos sugeridos por ele e fazer isso com
leveza e charme. Ela precisa saber voltar para o ponto de re-
ferência sempre que necessário.
A magia e alegria da dança acontece nessa sintonia fina
e sutil, na qual tanto quem conduz quando quem é conduzi-
do tem um grande prazer em executar seu papel.
No momento em que a dama decide começar a conduzir tam-
bém, ou em que o cavalheiro não quer conduzir, o fluxo natu-
ral da dança se desmancha. Um começa a pisar no pé do ou-
tro; os passos saem “truncados” ao invés de fluidos.
Assim funciona também com a dinâmica das polaridades
dentro dos relacionamentos: agir de acordo com a polarida-
de é um instinto natural do ser humano.

A energia masculina é ativa, a principal necessidade mascu-


lina é liderar. Um homem que está centrado na energia mas-
culina vai liderar de forma a conquistar um resultado e tam-
bém de oferecer e compartilhar esse resultado com aqueles
que ama – com planejamento, organização e direção. Um ho-
mem masculino saudável vai também ser sempre devoto
às necessidades e sentimentos da mulher que ele ama.

A energia feminina é receptiva, uma mulher no feminino sau-


dável vai estar confortável para receber uma ação e vai re-
ceber o resultado dela. Ela também vai conseguir de forma
vulnerável, expressar como seu homem a faz sentir e assim,
ela vai inspirá-lo a continuar liderando.

Uma mulher que está na energia feminina vai atrair um homem


que esteja na energia masculina – e vai repelir um homem
que esteja na energia feminina. Da mesma forma, um ho-
mem de energia masculina, vai atrair uma mulher de energia
feminina, e vai repelir uma mulher de energia masculina.

As energias masculina e feminina são opostas e complemen-


tares entre si, como você pode ver no quadro abaixo:

ENERGIA FEMININA ENERGIA MASCULINA

Livre e Fluida: cheia de vida. Cheia de direção e propósito.


Ela é como o oceano Uma energia linear e rígida.

Se motiva com elogios Se motiva com desafios

É movida pela sua própria direção.


É movida por amor e emoções
É impessoal e focada em metas,
nas relações pessoais
sem sentimento.

É sobre estar presente


É sobre transcender emoções
no corpo, com suas sensações
em racionalidade.
e sentimentos.

Transforma pequenas coisas Transforma coisas grandes


em grandes em pequenas

Tende a se apegar Tende a soltar

Vive no fluxo; emenda uma Trabalha com compartimentos,


coisa na outra sem interrupção e foca em uma coisa por vez.
Tanto homens quanto mulheres possuem ambas as ener-
gias. O problema é que, atualmente, estamos passando por
uma epidemia de mulheres que estão operando em excesso
na energia masculina e de homens operando em excesso
na energia feminina. A narrativa moderna considera isso como
uma evolução e um empoderamento de ambos os lados.

No entanto, quando falamos de relacionamentos, a dinâmica


que mais funciona, de forma mais natural, é quando a mu-
lher atua no feminino e o homem no masculino, na maior
parte do tempo.

Quando o homem entra no seu domínio, assumindo o co-


mando com responsabilidade e amorosidade, incorporando
a energia masculina, centrando-se emocionalmente e tor-
nando-se competente para conduzir sua mulher a respeitá-
-lo como líder.

Quando a mulher se abre em seu esplendor, soltando o con-


trole, incorporando a energia feminina; baixando a guarda
de forma vulnerável e inspirando (sem esforço) seu homem
a conduzi-la com devoção.

Quando ambos estão polarizados de uma forma saudável,


o homem vai se dedicar a suprir as necessidades e honrar
os sentimentos de sua mulher; ao passo que a mulher vai
se sentir segura expressando o que ela precisa e como ela
se sente, de modo a inspirá-lo a manter sua liderança. Am-
bos estarão felizes.

Mas não é isso que a sociedade nos ensina. Aprendemos


que um relacionamento saudável precisa ter uma divisão
50%–50%, que ambos devem dividir igualmente todas as res-
ponsabilidades, nas mesmas tarefas. (por exemplo: Eu pago
uma conta; ele paga outra; eu faço café hoje, ele faz ama-
nhã, etc.), e que ambos devem se comportar da mesma for-
ma (em que homens e mulheres falam sempre sobre seus
sentimentos). Esse tipo de energia “andrógina” é a receita
para um relacionamento morno, sem admiração, sem cone-
xão, sem tesão. É um relacionamento com polaridade neu-
tra – sempre morno.
Quando um homem não atua na energia masculina, ele não
vai ter nenhum senso de responsabilidade de suprir as ne-
cessidades da sua mulher. Ele pode amá-la, gostar de estar
com ela, mas ele não a enxerga como uma prioridade. Ele
não vai se sentir motivado a liderar com comprometimento
para que as necessidades dela sejam supridas.

Quando um homem está no seu masculino saudável, uma


das suas maiores missões (e satisfações) na vida é conseguir
proteger (de diversas formas, não somente financeiramente)
as pessoas que ele ama, principalmente, a sua mulher. Uma
das suas maiores motivações ao sair da cama todas as ma-
nhãs é sentir que está fazendo o seu melhor para que a sua
mulher esteja segura, feliz e realizada.

Ele vai fazer o melhor para protegê-la fisicamente, mas tam-


bém para proteger o seu coração. Ele oferece seu amor por
meio da liderança dedicada (e não pela vulnerabilidade, ex-
pondo suas emoções, como a narrativa moderna ensina).
Isso é o que o preenche e o que faz com que ele se sinta
um homem de verdade.

Muitos homens não sabem que essa é a missão que vai tra-
zer maior realização para a vida deles. A maioria dos homens
modernos suprimiu esse desejo de liderar e prover, porque
eles aprenderam que masculinidade é tóxica, e que eles de-
veriam ser cada dia mais femininos. Esse homem vai tender
a se tornar egoísta, e vai pensar somente em seus desejos
e necessidades. Ou seja, ao contrário do que o conhecimen-
to popular prega, um homem que atua demais na energia
feminina se enfraquece, e se torna tóxico e doente. Por isso,
o que é tóxico em um homem não é a masculinidade, mas
sim, a falta dela.

Um homem masculino é o que toda mulher quer – pelo me-


nos toda mulher que está verdadeiramente em contato com
suas necessidades, sentimentos e desejos – ou seja, toda
mulher que está conectada com o seu feminino. Toda mu-
lher quer um homem que seja forte, corajoso, capaz, respon-
sável, que tenha valores, que seja focado, que seja seguro
e transmita segurança. Um homem que queira fazê-la feliz
e que sinta alegria nisso.

No entanto, mesmo sem perceber, grande parte das mulhe-


res acabam agindo de forma a extinguir qualquer masculi-
nidade ainda restante nos seus parceiros. Elas fazem isso
quando entram na energia masculina e, assim, fazem com
que o homem perca toda a motivação de ser um bom ho-
mem no relacionamento.

Uma mulher também pode ir para o outro oposto – ir para


a energia feminina tóxica. Quando isso acontece, a mulher
passa a agir somente querendo agradar o outro; ela não tem
vontade própria; ela tem uma apatia; ela não se ama e se sub-
mete a vários tipos de abuso somente por medo de ser rejei-
tada. Essa é uma mulher fraca, que se desconectou da sua
energia feminina.

O antídoto para ambos os casos, é a mulher conseguir se re-


conectar com o seu sentir.
Capítulo 8

O poder
do sentir
Você já viveu uma situação parecida com esta?

Você está saindo com um homem, mas não sabe porque ele
se torna cada dia mais distante. No início, ele sempre te pro-
curava, te elogiava, se esforçava para falar com você várias
vezes ao longo do dia…

Mas você sente que, de um tempo para cá, as coisas foram


esfriando. Você sentiu que ele tem se desconectado de você
e você não sabe como reverter isso.

Você começa a se sentir ansiosa, rejeitada, frustrada. Você


não acredita que vai ter de passar mais uma vez pela dor
da rejeição. Não com ele! Você tinha gostado tanto dele,
a química foi tão boa, os valores de vocês são tão parecidos,
os hobbies, os gostos…

Você se sentiu tão bem ao lado dele!

Você tenta não perder o controle, não se desesperar, ten-


ta respirar, pensar em outra coisa, fazer algo de que gosta.
Mas ele simplesmente não sai da sua cabeça.

Você quer ligar para ele, dizer que está com saudades, per-
guntar o que aconteceu, perguntar se ele gosta de você
ou se estava brincando esse tempo todo, perguntar se você
pode passar na casa dele para vê-lo; quem sabe mandar
um presente para alegrar o dia dele – afinal, ele pode estar
passando por uma fase ruim, por isso não tem mais estado
tão presente.

Você sabe que vai perdê-lo. Você já viveu isso outras vezes.
Várias vezes. Você sabe que precisa fazer algo diferente,
mas não sabe o quê.

Você manda uma mensagem, ele visualiza e não responde.


Depois de dois dias, te responde de forma distante. E você
se sente ainda pior. Por que, afinal, mandou aquela mensa-
gem? Você sabia que não deveria ter mandado…

Você responde de novo, com a esperança de que ele este-


ja em um dia melhor, de que tenha sido somente uma fase,
de que ele realmente não vai querer te perder… e recebe
de volta mais distanciamento.

Seu coração dói, você tem vontade de chorar, ao mesmo


tempo em que tenta se manter forte, afinal você é uma mu-
lher adulta, crescida, com amor-próprio, mas por dentro você
se sente como uma criança ferida e abandonada de novo.

Você conversa com suas amigas e elas falam para você o es-
quecer. Mas se ao menos elas soubessem como ele é espe-
cial, se elas soubessem como vocês tiveram química e co-
nexão, elas não dariam esse conselho.

Você já não sabe mais o que fazer. As mensagens come-


çam a ficar cada dia mais espaçadas, os encontros, cada
dia mais raros.

Veio o fim de ano, as férias, o COVID, e a vida te engo-


liu, provavelmente engoliu ele junto, e você o perdeu. Vocês
se desconectaram de vez. Mais uma vez seu coração foi par-
tido. Mais uma vez, você precisará recomeçar.

Se identificou com essa história?

Acredite, você não está sozinha. A grande maioria das mu-


lheres começa bem um relacionamento, mas com o pas-
sar do tempo, vai entrando na energia masculina e acaba
criando uma desconexão com o homem no qual elas estão
interessadas.

Desde que somos pequenas, aprendemos que para as coi-


sas darem certo, precisamos controlar. Tentamos contro-
lar as pessoas, as situações, os cenários – tudo para que
essas coisas externas não tirem a nossa paz e nos façam
sentir bem.

Geralmente, isso se desenrola desta forma: você está se sen-


tindo carente e sozinha. Você começa a olhar para a sua
vida: o trabalho está OK, a saúde está OK, seu estilo de vida
está OK. Só falta um relacionamento!
Você, então, entra em um estado de ansiedade profunda
para resolver este problema na sua vida. Por fora, você ten-
ta parecer leve e tranquila mas, por dentro, você está com-
pletamente desalinhada, tensa, carente. Você precisa de al-
guém para ajudar a curar essa ansiedade e vazio internos.

Eis que você encontra uma pessoa que parece se encaixar


bem com os seus critérios. Alguém de boa família; próspero;
faz seu tipo físico; com dinheiro suficiente para te proporcio-
nar uma vida de conforto, caso precise. “É ele! Achei a pes-
soa que vai me salvar de mim mesma”.

Então você faz de tudo para controlar essa pessoa. Você


tenta descobrir o perfil de mulher que ele gosta, e começa
a se comportar dessa forma. Você faz de tudo para não er-
rar, afinal, esse homem é muito precioso, é a salvação para
a angústia que está dentro de você.

Vocês começam a se envolver, os encontros se tornam mais


frequentes, e logo vem o medo! Medo de perdê-lo; medo
dele se apaixonar por outra pessoa; medo de você perder
tempo e não dar certo; medo de ter o seu coração quebrado;
medo de se apaixonar novamente.

Quanto mais medo você sente, mais tensa você vai ficando,
e mais vai se afastando da sua energia feminina. E o seu
medo se torna uma profecia – realmente, tudo aquilo que
você temia, começa a acontecer.

Você sente ele mais distante; começa a notar que ele olha
para outras mulheres na rua; começa a perceber que ele con-
versa com outras pessoas no whatsapp (seriam outras mu-
lheres?); e o monstrinho da carência que vive dentro de você
começa a crescer, crescer e quando você notou, você está
totalmente tensa, desalinhada, descontrolada, desconecta-
da da sua essência e do seu feminino.

Todas nós já vivemos uma situação ao menos parecida com


essa. Isso acontece porque estamos olhando para o externo
e buscando uma solução para as nossas dores, as nossas
carências, os nossos traumas.
Só que tudo o que é externo se move! Não temos controle
sobre o movimento externo. A vida pulsa, as pessoas têm
uma natureza selvagem, a vida nos transforma. A nossa úni-
ca certeza é de que tudo flui.

Quando depositamos a nossa paz interna em qualquer coisa


externa, ficamos muito fragilizados, porque essa coisa pode
se mover a qualquer instante, levando com ela o nosso chão.

Por isso, o primeiro exercício nessa jornada do feminino


é começarmos a olhar mais para dentro, e menos para fora,
a entrar em contato com os nossos sentimentos e fazer isso
se desapegando das histórias que nossa mente pode criar.

Por exemplo: Ele não te convidou para sair nesse fim de se-
mana e você ficou completamente ansiosa. É quase um ca-
minho natural que você comece a criar diversas histórias
na sua mente, geralmente, nossa mente cria roteiros fanta-
siosos do tipo:

“Eu não acredito que hoje é sexta e ele não me convidou para
sair. O que ele está pensando? Ele acha que estou de brin-
cadeira? Eu não vou me dedicar a uma pessoa que não quer
algo sério comigo! Será que ele está com outra mulher? Será
que foi aquela mulher que comentou na foto mais recente
do Instagram dele? Será que foi aquilo que eu falei no último
encontro? Eu não deveria ter falado aquilo, como eu fui bur-
ra! Aposto que ele agora está se divertindo e eu estou aqui
sofrendo. Quem ele acha que é? Ele está brincando comi-
go? Eu acho que vou ligar para minhas amigas para procurar
algo para fazer. Amanhã é sábado e eu não fiz nenhum plano
porque achei que estaria com ele. Será que eu mando men-
sagem para aquele outro cara? Ai, que falta de ar. Será que
ele vai sumir para sempre? Será que foi o sexo? Será que
ele não gostou de eu ter sugerido aquela posição? Será que
ele está me achando velha demais? Ainda são 20:30, pode
ser que ele ainda me ligue…Eu odeio me relacionar! Acho
que não quero mais sair com ninguém…Será que eu mando
uma mensagem para ele…?”
E assim, a nossa mente pode viajar horas e dias adentro,
como um macaco louco pulando de um lado para outro e nos
levando a sentir um turbilhão de emoções.

Cada pensamento vai intensificar a nossa dor e, de repente,


a angústia e a ansiedade se tornam maiores. Achamos que
a culpa é do outro, quando na verdade, nós é que estamos
carentes e descontroladas. Nós é que estamos desconec-
tadas do nosso feminino e do nosso sentir e presas demais
no nosso racional.

Sem perceber, entramos num looping de ansiedade que


se estende pelos nossos dias. Nos tornamos pessoas sem-
pre ansiosas, porque passamos a estar controladas pelas
histórias da nossa mente. Estamos sempre no racional –
e isso é extremamente masculino e cansativo para nós.

Então este exercício que eu vou te passar agora é o mais im-


portante que você vai precisar fazer nessa jornada do feminino:

Sempre que algum gatilho de dor, tristeza, ansiedade, etc.


surgir por algo externo (por exemplo: ele não ter te ligado),
você vai simplesmente parar e se conectar com o seu corpo.
Você vai prestar atenção onde a dor está. Ela está no seu
peito? No seu estômago? Na sua cervical? Simplesmente
foque em onde está doendo, e permaneça lá.

Você passou a sua vida inteira fugindo dessa dor e ela tem
te mantido refém. É hora de encará-la. É hora de agrade-
cer à condição externa que foi o gatilho para trazer essa dor
à tona. Não, a dor não surgiu porque ele não te ligou. Talvez
você nem goste dele tanto assim! O movimento dele de não
ter te ligado apenas ativou um gatilho de dores profundas
que existiam dentro de você. Dores que você passou a sua
vida inteira tentando evitar. Então agradeça o universo por
ter te colocado diante dessa dor. Agradeça a esse homem
por ele não ter te ligado! Ele foi a ferramenta do universo
para fazer você olhar para dentro.

Apenas fique onde está a dor, e respire. Se permita sentir!


Vai doer, principalmente nas primeiras vezes que você fizer
esse treino. Talvez algumas sensações da sua infância co-
mecem a surgir aí dentro. Talvez você comece a se sentir
como se fosse uma criança, precisando de colo dos seus
pais. Acolha essa criança. Sua mente vai te puxar o tempo
inteiro, criando histórias e tudo bem. Apenas perceba que
sua mente te puxou e volte para o corpo. Fique com a dor,
o tempo que for preciso. Se tiver vontade de chorar, chore.
Qualquer emoção que surgir, não resista, apenas sinta.

Você vai ver que, conforme pratica isso nos seus dias, essa
dor vai aliviando. Você vai fazer uma autoterapia com você.
Você vai ter a oportunidade de acolher esses sentimentos,
como queria que seus pais tivessem feito. Mas eles são so-
mente humanos imperfeitos – alguns, bastante imperfeitos
– e não são responsáveis pelas suas dores. Eles te deram
a vida, agora é com você.

A chave dessa prática de reconexão com o feminino é sair


da mente e se voltar para o corpo, porque sentir dor não quer
dizer que um processo de cura esteja acontecendo. Você
pode estar sentindo dor, e estar na sua cabeça, com pen-
samentos destrutivos que estão ampliando essa dor. Você,
na verdade, estaria aumentando a sua falta de amor-próprio.

Esse exercício só funciona quando você sai da mente, quan-


do para de contar histórias e narrativas do porque essa dor
está lá, e apenas se permite senti-la. Você pode achar que
a dor veio porque ele sumiu, mas na verdade, ela vem de lu-
gares mais profundos. Permita-se sentir essa dor de forma
completa. É uma habilidade que você vai desenvolvendo.
Você vai se dar a aceitação que não recebeu na infância.
Você vai se dar a oportunidade de se amar, sem esperar que
isso venha de outra pessoa.

O que acontece nesse processo? Você começa a se amar,


a se valorizar, e essa energia passa a transbordar em você.
E os outros vão senti-la instantaneamente.

No próximo encontro que você tiver, ao invés de carregar


essa energia tensa, de carência e controle (energia mascu-
lina que repele os homens de alto valor), você vai estar to-
mada de uma energia leve, de paz – porque você fez o seu
trabalho interno. Você se acolheu.

A magia é que você começa a recuperar o seu amor-próprio


e começa a atrair o amor de outras pessoas. Com o tempo,
sua energia feminina de leveza vai se tornando magnética
para os homens de alto valor. Eles sentem que essa sua
energia os alimenta. Ele sente vontade de estar perto dela,
de se conectar com ela.

Você faz o trabalho de amor-próprio, mas isso acaba atraindo


um relacionamento dos seus sonhos. Porque o que um ho-
mem mais quer é encontrar uma mulher que o enfeitice tanto
com a sua energia feminina, que ele simplesmente não tem
outra escolha senão abandonar todos os seus “contatinhos”
e “rolos” para ficar somente com ela.

Essa energia feminina que você vai emanar é o que cria essa
atração irresistível e faz esse homem se apaixonar e querer
se relacionar com você. Mas, para isso, você precisa praticar
esse exercício diariamente. Cada vez que alguma situação
externa te trouxer um gatilho e te gerar dor, agradeça, não
culpe o externo (agradeça!), e simplesmente olhe para den-
tro e coloque sua atenção nessa dor. No fundo de toda dor,
existe paz. Você só precisa aceitá-la e parar de fugir dela.

A paz e a leveza são as bases da energia feminina. Uma mu-


lher que não se ama, que não olha para dentro, e que não
se cura das suas feridas, nunca vai conseguir ser feminina
na sua essência e nunca vai conseguir se relacionar com
um homem masculino. E isso tem a ver com se permitir ser
vulnerável – por mais difícil que isso seja.
Capítulo 9

O Poder da
Vulnerabilidade
Vulnerabilidade é um dos superpoderes da mulher feminina.

Muitas pessoas entendem errado o conceito de vulnerabili-


dade. Acham que vulnerabilidade é fraqueza, que se você
for vulnerável, as pessoas vão abusar de você. Bem, isso
só vai acontecer em dois cenários:

Se você não for vulnerável da forma correta – que é o que


vou te ensinar neste capítulo.

Ou se você estiver lidando com um narcisista, sociopata,


ou um homem que realmente não está pronto para te hon-
rar como mulher – nesse caso, você não deveria estar nes-
sa relação, pois esse homem não é confiável. (Quanto mais
você estiver conectada ao seu feminino e a sua intuição, me-
nos chances você terá de cair nas mãos de um homem com
esse perfil.)

Aprender a ativar verdadeiramente a sua vulnerabilidade


só vai te trazer benefícios. Quando você consegue ser vul-
nerável de verdade, você vai ter o superpoder de se conectar
com o coração de um homem, e ele vai se sentir extremamen-
te motivado para atender as suas necessidades – se esse
homem realmente estiver presente nesse relacionamento.

Aqui vale um adendo: muitas vezes encontramos homens


que são homens de alto valor no geral, mas que não estão
disponíveis para se envolver emocionalmente com a profun-
didade que um relacionamento amoroso demanda. Geral-
mente isso acontece por traumas passados aos quais ele ain-
da esteja apegado. Se esse for o cenário, por mais que você
seja vulnerável, há chances desse homem não responder
bem a essa vulnerabilidade e se afastar ainda mais. Se isso
acontecer, você sabe que fez o que precisava ser feito, e que
você não pode ficar no papel de salvadora da relação. Você
deve respeitar o momento dele e, por amor, se retirar

Mas afinal, o que é vulnerabilidade? A vulnerabilidade acon-


tece quando você está presente no seu corpo, não na sua
mente. Você está energeticamente aberta, está vivendo sem
a guarda alta, sem as armaduras no coração, e fazer isso
exige grande coragem.

Ao longo da vida, vamos aprendendo a colocar essas arma-


duras no nosso coração para nos protegermos. Só que es-
sas armaduras na verdade apenas fazem com que fiquemos
sozinhas, porque ninguém quer chegar perto de um coração
cheio de grades.

Quando aprendemos a entrar na nossa vulnerabilidade, cria-


mos a coragem de tirar essas armaduras no nosso coração
e passamos a caminhar pela vida de peito aberto. Se o cora-
ção for partido, nós sempre estaremos lá para acolher a nos-
sa dor e seguirmos em frente, afinal, são pelas rachaduras
do coração que a luz entra. Passamos a viver com coragem.

Para acolher esses sentimentos que podem surgir quando


você tirar as proteções do coração, você vai precisar fazer
constantemente a prática que eu te ensinei no capítulo ante-
rior de se conectar com os seus sentimentos.

Conforme você for criando intimidade com os seus sentimen-


tos, você vai poder começar a praticar a vulnerabilidade com
o seu parceiro ou com o homem que você estiver conhecen-
do. Isso é o que vai gerar a conexão entre vocês. Por não
saber disso, muitas mulheres acabam fugindo da vulnerabili-
dade e causando uma desconexão no relacionamento.

Veja se você já viveu uma situação parecida: você está


se sentindo carente porque ele teve de desmarcar o encon-
tro na sexta-feira. Você passou sexta-feira e sábado na sua
mente, racionalizando, criando suposições, alimentando res-
sentimentos. No domingo, quando vocês finalmente se en-
contraram, você estava com uma energia muito pesada e não
conseguiu esconder. Só que você também não queria se abrir
com ele porque, na sua mente, ele iria te achar carente, mal
resolvida, dependente, etc. Então você ficou quieta.

Ele notou que tinha algo errado, e perguntou o que acon-


teceu, como você não aguentava mais segurar aquilo tudo,
você explodiu:
“Eu cansei de você ficar desmarcando os nossos encontros!
Se você não quiser me ver, me avise para eu sair com as mi-
nhas amigas! Eu não acredito que você estava trabalhando
tanto que não podia me ver. Mas tudo bem, fim de semana
que vem eu também já tenho planos , então nem precisa
se preocupar porque eu também não estarei disponível.”

Quem sentia a dor nesse momento era a sua criança ferida


que não sabia se expressar. O que ela queria, na verdade,
era um abraço, atenção, ficar junto, mas a sua mente racio-
nal ficou julgando essa dor, dizendo que você não deveria
se sentir assim, e quando você se comunicou com ele, você
apenas explodiu ideias que estavam na sua mente. Você es-
tava completamente desassociada do seu coração.

Em vez de explodir, você poderia ter somente dito de forma


vulnerável:

“Eu fiquei com muita saudades de você na sexta, estou


me sentindo carente.”

Um homem masculino vai receber a sua abertura de coração


como um presente. Imediatamente, ele vai querer te acolher
e resolver a sua dor. Isso só é possível porque, primeira-
mente, você acolheu a sua dor e a expressou porque sa-
bia que ela importava. Ali, você acolheu a sua criança ferida
e mostrou o seu valor. Como consequência, ele também en-
xergou o seu valor e viu como você importa para ele. Nes-
se momento, a polaridade está feita: você expressou seus
sentimentos, ficando na polaridade feminina, e ele pode re-
solver o problema, ficando na polaridade masculina. Ambos
ganham e a conexão surge.

Seu ego sempre vai tentar te fazer se comunicar com a sua


mente, porque ele tem medo de ser vulnerável. Por isso,
você vai precisar ultrapassar essa barreira. Quando seu ego
estiver agindo, você vai tender a usar algumas expressões
que na verdade não demonstram vulnerabilidade, como
estas abaixo:
1. Eu gosto / não gosto
Ex: “Eu não gosto quando você curte fotos de mulheres
nas redes sociais.”
“Gostar ou não gostar” - na comunicação feminina - não
são sentimentos, são opiniões.

2. Seria muito bom se…


Ex: “Seria muito bom se você me abraçasse mais.”
“Seria muito bom” é uma possibilidade, não é algo que
você está sentindo no momento.

3. Eu acho que eu estou sentindo…


Ex: “Eu acho que estou me sentindo confusa.”
Se você “acha”, você não está sentindo! Você está ape-
nas na sua mente analisando.

4. Eu não sinto que…


Ex: “Eu não sinto que você me ama.”
“Não sentir” não é um sentimento. Não se sente em rela-
ção ao outro. “Sente-se” apenas o que há dentro de si. Isso
que se faz em relação ao outro é especular ou presumir.

5. Verbos na noção de passividade que tenham sentido


“negativo” (geralmente, terminados em “ADA”).
Ex: “Estou me sentindo rejeitada.”
Quando você usa um verbo na voz passiva (lembra das
aulas da escola?), você sinaliza que alguém fez algo
para você. Ou seja, você está implicitamente o acusan-
do de ter feito algo (mente racional)ao invés de estar nos
seus sentimentos.

É importante que você simplesmente expresse seus senti-


mentos sem fazer acusações e sem esperar algum resultado
específico. Você os expressa porque eles importam, porque
eles têm valor. É como uma artista que pinta quadros para
expressar o que está dentro dela, de forma natural.

Muitas mulheres possuem muita confiança masculina: elas


sabem liderar, conduzir, opinar, decidir, dizer para um ho-
mem o que ele tem que fazer, etc., mas elas não têm nenhu-
ma confiança feminina. Não é que os homens não gostam
de mulheres confiantes, eles apenas não se atraem por uma
mulher que somente sabe ser confiante na energia masculi-
na, porque ela vai ser muito parecida com ele, em vez de ser
complementar.

O que o atrai, realmente, é a mulher que possui a confian-


ça feminina, que tem coragem de expressar os sentimentos,
soltar o controle e se permitir ser conduzida. A mulher que
se ama tanto e se valoriza tanto sem ter dúvida de que o ho-
mem à sua frente também vai amá-la.

Conforme você for expressando os seus sentimentos de for-


ma vulnerável, você vai começar a tirar essas armaduras
do seu coração, e vai se sentir mais leve e menos angustiada.

No seu relacionamento, você vai sentir a diferença de forma


instantânea. Quando você está apenas na sua mente, no ra-
cional, com o coração fechado, é como se você estivesse
andando por aí com vários cobertores em volta de você, dei-
xando somente a sua cabeça para fora. Seu homem te olha
e enxerga apenas uma grande bola de cobertores, ele não
consegue te enxergar de verdade, e isso não é muito atraente.

Quando você tira esses cobertores de seu corpo, seu ho-


mem vai querer te penetrar: energética e fisicamente, por-
que finalmente ele vai conseguir te ver nua na frente dele.
Você se torna irresistível. Ele vai fazer o possível para prote-
ger o seu coração e satisfazer as suas necessidades. Uma
mulher que anda sem cobertores é extremamente sexy, ra-
diante e magnética. Por isso, a vulnerabilidade é o grande
superpoder feminino que a maioria das mulheres desconhe-
cem. E ele não tem absolutamente nada a ver com fraqueza.
Capítulo 10
Mulher
feminina
X
Mulher
fraca
Quando falo sobre a mulher voltar para o seu feminino, muitas
mulheres confundem isso com fraqueza: “Mas então eu vou
ter que ser aquela mulher bobinha, boazinha que concorda
com tudo e que não pode expressar a sua opinião?”

Bem, isso não poderia estar mais longe da verdade.

Uma das características principais da mulher feminina é o seu


amor-próprio e a sua autoestima. Ela conhece o seu valor,
os seus limites, honra os seus sentimentos, sabe dizer não
quando precisa e sabe se retirar de uma situação quando
sente que ela não está sendo valorizada.

Se você for uma mulher que não sabe se conectar com seus
sentimentos, não sabe reconhecer os seus limites, não sabe
como dizer não, você está se sujeitando a entrar em relacio-
namentos que podem te causar danos e abuso.

Não quero que nenhuma mulher se coloque em risco por ter


entendido esses conselhos de forma errada.

Não quero que você se torne uma mulher fraca e muito me-
nos que você se torne um capacho para algum homem.
Eu quero que você saiba seu valor. Eu quero que você sai-
ba que você merece um homem que se preocupa e cuida
do seu coração.

Muitas mulheres aprenderam a impor limites e dizer não, mas


nesse caminho, muitas delas se tornaram masculinas e de-
fensivas. Ao fazer isso com energia masculina, na verdade,
ela vai repelir cada dia mais o tipo de homem que ela quer:
um homem masculino que seja devotado a ela.

Você não precisa entrar na energia masculina para dizer não.


É bom que você tenha essa habilidade. Mas o que você pre-
cisa fazer primeiro é reconhecer seus sentimentos e enten-
der que eles importam.

Você na verdade precisa conseguir sentir o que está sen-


tindo – e é aí que a maioria das mulheres tem uma enorme
dificuldade. Elas estão demais nas próprias mentes e com
muito medo de sentirem o que sentem: ou vão sentir, mas
vão ignorar esse sentimento, ou o racionalizam.

Por exemplo, você pode estar sentindo algo ruim que foi cau-
sado pelo seu parceiro, mas você não quer lidar com isso,
pois pensa: “ele é um cara legal”, “eu não deveria estar sen-
tindo isso” ou ainda, “se eu falar o que eu estou sentindo ele
vai me achar fraca e vai terminar comigo.”

É aí que muitas mulheres perdem a grande oportunidade


de entrar no seu feminino e inspirar um homem a se de-
votar a ela.

Quando uma mulher se fecha para os seus sentimentos


e passa a operar somente na razão, ela perde a conexão
com a intuição; ela não consegue confiar nos seus sentimen-
tos porque ela já não consegue senti-los.

Por isso, um grande passo para a mulher sair da energia


masculina e começar a entrar na feminina, é ela estar confor-
tável em viver esses sentimentos, honrá-los e reconhecê-los.

Muitas mulheres crescem ouvindo que seus sentimentos


são ruins, ou errados, pelos pais, ou parceiros. Mas isso
é um erro. Eles não são ruins, e eles devem ser honrados,
os bons e os ruins. Quando você consegue fazer isso, você
deve expressá-los para qualquer homem com o qual você
esteja envolvida – logo no primeiro encontro.

Se houver algo que ele esteja fazendo e te deixa desconfor-


tável, ou se ele machucar seus sentimentos, você precisa
expressar isso.

As mulheres aprenderam que isso seria um sinal de fraque-


za ou imaturidade; mas não é, imaturidade seria se você
estivesse reagindo a esses sentimentos sendo dramática,
ou usando uma energia de culpa com o homem.

No entanto, se você conseguir apenas ser vulnerável, dizen-


do por exemplo: “Eu estou me sentindo muito insegura ago-
ra.” , isso não é imaturo. Ao contrário, isso exige uma matu-
ridade incrível, e raras mulheres têm a habilidade de fazer
isso, porque é algo realmente assustador de se fazer.

Você está abrindo o seu coração e deixando-o à mercê


de uma possível rejeição, mas isso deve ser feito, porque
só assim você vai conseguir comunicar de forma clara para
o seu homem que o que ele está fazendo está te magoando.
Só assim, você vai realmente conseguir se relacionar com
o seu homem com coração e não com a mente.

Quando você se expressa dessa forma, você dá a ele uma


oportunidade de fazer algo a respeito disso. Ou seja – ele faz
algo que te faz sentir desconfortável. Você fala: “eu me sin-
to desconfortável com isso”. Ele pergunta o porquê. Você
responde. Como ele reage? Ele ignora seus sentimentos?
Ele tira sarro de você? Ele diz que você não deveria se sen-
tir assim? Ou ele honra esses sentimentos e ajusta a sua
liderança e o comportamento para que você não se sinta
dessa forma?

Se, logo nos primeiros encontros, você já sentir que esse


homem não se importa com seus sentimentos, você precisa
sair dessa relação. Caso contrário, você estará sempre inse-
gura; você sempre precisará estar com a guarda alta; você
vai precisar colocar limites com a sua energia masculina por-
que ele não sabe colocar os próprios limites e isso é perigoso
e nada saudável. Esse homem vai te obrigar a estar sempre
na energia masculina.

É claro que nenhum homem será perfeito, ninguém é. Mas


um homem de alto valor vai se esforçar ao máximo quando
a sua mulher é vulnerável com ele. Quando ela realmente
abre o seu coração e expressa como as atitudes daquele
homem estão fazendo ela se sentir.

Esta é uma das principais características de uma mulher


de alto valor: saber ser vulnerável e fazer isso porque se res-
peita. Uma mulher assim, não tem nada de fraca, pelo con-
trário, ela é uma fortaleza.
Essa mulher tem uma outra habilidade preciosa e que inspira
o seu homem a estar na polaridade masculina – ela sabe ex-
pressar os desejos e necessidades de forma feminina, sem
fazer isso de forma masculina.
Capítulo 11

Comunicação
feminina
Mesmo que a mulher esteja usando palavras calmas e um tom
de voz doce, ainda assim, ela pode estar apenas mascaran-
do sua energia masculina deixando-a um pouco mais sua-
ve, mas no fundo, ainda é energia masculina. Ainda vai criar
desconexão. Chamo isso de “torpedo rosa”.

O único caminho para parar de mandar torpedos rosas


é aprender a se comunicar de forma feminina. Isso vai exigir
coragem de falar com o seu parceiro da forma que ele preci-
sa ouvir. Vai exigir que você consiga ser vulnerável com ele.
No início, pode ser desconfortável e muito assustador.

Esse tipo de comunicação exige coragem, porque você vai


se abrir de forma completa, vai soltar o controle e vai deixar
para o seu homem decidir o que ele quer fazer a respeito
disso. Esse vai ser o grande teste para você realmente des-
cobrir se ele é um homem de alto valor que te merece.

Talvez você ache que já esteja se comunicando com seu par-


ceiro de forma feminina e – mesmo assim – não está tendo
resultados. Existe uma minoria de homens que já se desco-
nectaram tanto do seu masculino, que realmente não sabem
como lidar com uma mulher feminina de verdade. Se esse
for o caso do seu relacionamento, você deveria rever se vale
a pena estar nessa relação, porque não é saudável estar
com um homem que exija que você esteja na sua energia
masculina.

Mas na maioria dos casos, você acha que está usando ener-
gia e comunicação feminina, mas no fundo, não está. Por
isso, antes de decidir terminar um relacionamento, certifique-
se que você realmente entendeu o que é estar na polaridade
feminina e que está se comunicando de forma feminina com
ele. Caso contrário, você vai se separar, pode desperdiçar
um relacionamento bom e vai acabar repetindo os mesmos
erros com o próximo homem.

Comunicar-se de forma feminina não tem a ver com ser gen-


til, falar com uma voz doce, ser educada, falar sobre seus
sentimentos. Isso tudo pode estar incluído numa comunica-
ção feminina, mas isso ainda não é uma comunicação femi-
nina verdadeira. Essa forma de se comunicar não é o que
de fato inspira um homem a querer resolver os seus proble-
mas ou suprir suas necessidades.

Na verdade, ele pode até fazer isso quando você se comu-


nica dessa forma, mas quando ele faz algo somente para
atender um pedido seu (por causa da sua voz meiga, por
exemplo), ele está seguindo um comando seu – portanto,
está na polaridade feminina e você está liderando. Cada vez
que ele faz isso, ele se enfraquece um pouco mais e você
fica mais na polaridade masculina.

Ele vai sentir que está fazendo uma coisa por você por obriga-
ção e não por ser uma vontade genuína dele, ele vai se sen-
tir um escravo. Um homem só consegue se devotar de ver-
dade para o feminino – e não para o masculino disfarçado
de feminino.

Se você ainda não entendeu isso, mas está treinando falar


com ele com um tom de voz suave e fofo, você ainda está
sabotando o seu relacionamento e enfraquecendo o seu ho-
mem enviando muitos torpedos rosas.

Além disso, esse não é realmente o trabalho de fortale-


cer o feminino, isso só coloca mais uma camada de prote-
ção em volta da sua energia masculina, deixando-a ainda
mais forte.

Uma forma clássica na qual mulheres se comunicam no mas-


culino disfarçada de feminino é quando elas dão soluções
para um problema de um jeito delicado.

Por exemplo, ela entendeu que falar: “Estou cansada de a gen-


te ficar o dia inteiro nesse apartamento. Quero viajar.”, seria
masculino.

Então ela treina falar no feminino:

“Estamos passando muito tempo aqui fechados nesse apar-


tamento. Eu me sentiria muito bem indo viajar para alguma
praia. O que você acha?”
Isso ainda é liderar, mesmo que de forma suave. Ou seja,
você ainda está se comunicando de forma masculina, ape-
nas está mascarando isso com um pedido indireto.

A comunicação feminina verdadeira seria dizer algo como:

“Estou me sentindo triste de ficar tanto tempo aqui nesse


apartamento.”

Nesse exemplo, ela está expressando o problema ao invés


da solução.

Ela dá ao seu homem a oportunidade de criar sua própria


solução e presenteá-la com ela. Ele vai se sentir bem fazen-
do isso porque ele vai ter criado uma solução para ela.

Ele vai poder liderar para encontrar uma saída que a deixe
feliz. Pode ser uma viagem; pode ser um hábito novo que
os tire da rotina (como acordar todo dia de manhã e fazer
uma caminhada); pode ser uma programação com um pou-
co de aventura no fim de semana, etc.

Quando ele sente essa responsabilidade de resolver o pro-


blema da sua mulher, ele se sente feliz. Ele sente que está
fazendo o papel que veio fazer aqui no mundo. Ele está vi-
vendo a natureza masculina na essência.

Quando você expõe seu sentimento sem culpa, sem julga-


mentos, sem drama, e permite se abrir para receber os pre-
sentes do universo, você está na energia feminina. É assim
que você vai conseguir se tornar uma mulher leve e radiante.

Independente da situação, você apenas precisa expressar


como se sente. Por exemplo:

“Posso compartilhar com você algo que estou sentindo?


Eu estou me sentindo triste agora.”

Fale simplesmente isso e espere. Naturalmente, ele vai


te perguntar o porquê de você está triste, e nesse momento
você pode seguir:
“Porque você levantou a voz para mim aquela hora na gara-
gem enquanto estávamos estacionando o carro.”

Assim que você comunicar como o comportamento dele


te impactou, um homem de alto valor vai assumir a respon-
sabilidade pelo que fez. Ele pode pedir desculpas, ou refletir
sobre isso e evitar esse comportamento para que isso não
aconteça mais no futuro. Ele vai se sentir inspirado a fazer
o que for preciso para que isso não aconteça mais.

Esse senso de devoção só pode acontecer quando você


dá a ele a oportunidade de assumir responsabilidade pelo
seu comportamento. Ele receberia de uma outra forma caso
você falasse assim:

“Foi imaturo da sua parte levantar a voz para mim naquela


hora na garagem.”

Nessa frase, você estaria falando apenas com a sua men-


te racional, estaria fugindo dos seus sentimentos. Percebe
a diferença? Você o estaria julgando. Quando uma mulher
aponta os erros do homem dessa forma, pode até ser que
ele mude o comportamento porque ele percebeu que não
era apropriado, mas essa mudança não vai vir de um lugar
de devoção. Ele mesmo precisa julgar o seu próprio compor-
tamento para que a mudança seja verdadeira.

Quando uma mulher se comunica sobre seus sentimentos


de forma feminina, ela cria uma conexão instantânea com
o seu homem. Ela não o julga, não o culpa, não o ensina,
não o critica, não o lidera. Ela simplesmente expressa como
ela se sente, deixa para o homem decidir como vai agir dian-
te disso. Se ele for um bom homem, ele vai resolver o pro-
blema. É assim que você o inspira a voltar para a polari-
dade masculina, se vocês estiverem em um relacionamento
despolarizado.

Abaixo, mais exemplos de uma comunicação feminina ruim,


em comparação a comunicação feminina verdadeira, que
eu chamo de Comunicação Feminina Magnética:
Comunicação Feminina
Comunicação Ineficiente
Magnética

Eu quero que você me


Preciso de ajuda para
ajude a pendurar o
pendurar o quadro na parede.
quadro na parede.

Eu preciso que você Eu preciso ficar sozinha


me deixe um pouco sozinha. um pouco.

Você está me deixando triste. Eu me sinto triste.

Eu sinto que você tem me


Eu me sinto sozinha.
deixado muito tempo sozinha.

Eu preciso que você


Eu preciso de um abraço.
me abrace.

Eu preciso que você Eu preciso passar


passe mais tempo comigo. mais tempo com você.

Esse tipo de comunicação deve ser feita sem nenhum tipo


de energia de culpa, reclamação e sem intenções de mani-
pulá-lo para chegar ao resultado que você deseja.

Você precisa expressar o que está sentindo direto do seu


coração, de forma inocente, simplesmente porque honra
os seus sentimentos e sabe que eles importam. Não é pre-
ciso tentar manipulá-lo para fazer algo para você, você ape-
nas se abre e confia que, se ele for um homem masculino,
ele vai ficar motivado para resolver esse problema.

Imediatamente após começar a mudar a sua forma de comu-


nicação, você vai notar a diferença no seu homem. Se ele for
um homem de alto valor, ele vai se inspirar a querer te prote-
ger e satisfazer suas necessidades. Se ele não for, isso vai
se tornar muito claro quando você começar a se comunicar
de forma feminina, porque ele não vai fazer nada a respeito.
Se isso acontecer, você já sabe que você não está segura
nessa relação e deve partir.

No início dessa prática, pode parecer algo mecânico ou não


autêntico. Mas conforme você vai treinando e vai observan-
do os resultados, essa maneira de se comunicar vai se tor-
nar natural para você e você vai se sentir leve e realizada.

Talvez, no início da sua prática, você vai notar que ele ainda
não vai conseguir reagir com liderança e assertividade dian-
te da sua comunicação feminina magnética. Isso faz parte
do processo de adaptação. No próximo capítulo, vou te ex-
plicar como agir se ele ainda não estiver firme na polaridade
masculina.
Capítulo 12

Quando ele
ainda não
está Yang
Uma das mensagens mais frequentes que eu recebo das
minhas clientes e seguidoras é: “Meu relacionamento está
na polaridade invertida; não aguento mais, vou terminar.”

Muitas dessas mulheres terminam os relacionamentos, so-


mente para começarem outros na sequência com os mes-
mos problemas.

Se você não consegue estar na sua energia feminina, trocar


de relacionamento não vai ajudar. Você vai repetir os mes-
mos erros; e mesmo se encontrar um homem com bastante
energia masculina, há grandes chances de, ao longo do tem-
po, você acabar o levando para a energia feminina. Uma mu-
lher no seu masculino tem um grande poder de levar o seu
homem para o feminino, principalmente se ele não estiver
consciente sobre as polaridades.

Se você pensa: “Eu só vou conseguir ser 100% feminina


quando estiver ao lado de um homem 100% masculino”, isso
é um grande erro. Seria a mesma coisa que um homem dis-
sesse: “Eu só vou ser líder quando achar uma mulher que
seja feminina de verdade.” Um homem que está no masculi-
no sabe conduzir a mulher para o feminino, da mesma forma
que a mulher feminina sabe inspirar o seu homem a ir para
o masculino.

Se você sente que está num relacionamento com polaridade


invertida, eu sugiro que não tome nenhuma decisão drástica
(como terminar a relação), sem se certificar que você real-
mente entrou no seu feminino.

Existem grandes chances de você estar fazendo demais nes-


se relacionamento e, sem querer, você o está conduzindo
para a polaridade feminina – porque a polaridade feminina
é aquela que recebe.

Se esse for o seu caso, ou seja, se você perceber que você


está antecipando todas as necessidades dele, a primeira coi-
sa que vai precisar fazer é parar de fazer tudo por ele: o servi-
ço de casa, marcar compromissos para ele, tentar fazê-lo ar-
rumar um emprego melhor, planejar viagens e programas.
Pare tudo, de uma vez mesmo, e observe como ele reage.

O importante é parar sem trazer consigo uma energia de rai-


va e culpa direcionada para ele. Você não vai parar para que
ele comece a fazer as coisas – você vai parar porque você
se ama, se respeita, sabe o seu valor e está cansada de fa-
zer tantas coisas sozinhas. Você vai parar porque você não
se sente bem com todo esse peso nas suas costas.

Quando ele perguntar: “Não vai ter jantar hoje, amor?”, você
simplesmente responde como você está se sentindo, sem
julgamentos nem cobranças: “Amor, eu estou muito cansa-
da hoje para cozinhar.” Observe a reação dele! Se ele for
um homem de alto valor, sua resposta vai ativar instantanea-
mente o instinto dele de querer proteger e prover. Ele vai dar
um jeito – seja cozinhar algo ou pedir delivery. Se ele sim-
plesmente não fizer nada, abrir o armário, pegar um pacote
de salgadinhos e ir comer sozinho no sofá enquanto assis-
te uma série, alerta vermelho ligado. Esse homem não está
honrando os seus sentimentos, ele pensa somente nele.

Comece a criar o hábito constante de falar como você se sen-


te, e nunca de julgar a ação dele. Assim que algo te incomo-
dar, traga para o seu coração, e fale o quanto antes para ele
como você se sente. Quanto mais tempo você demorar para
falar, mais você vai criar histórias na sua mente, e mais res-
sentimento vai guardar. Se isso acontecer, quando finalmente
você decidir falar para ele como se sente, você vai ter tantas
histórias na sua mente que vai ser praticamente impossível
não se comunicar com uma energia de ressentimento.

Esse vai ser o seu maior treino de volta para o feminino: co-
nectar-se aos seus sentimentos e expressá-los sem medo.

Se, após um tempo de prática para entrar no seu feminino


de forma verdadeira, você não sentir NENHUM resultado,
existem duas possibilidades:

Esse homem se perdeu demais do seu masculino e não sabe


mais como voltar para casa. Ele está tão sem virilidade que,
nem fazendo o seu melhor para entrar no feminino, ele rea-
ge. Talvez ele nem queira voltar para casa, porque a vida in-
teira teve benefícios de estar na polaridade feminina. Talvez
ele tenha aprendido isso com os pais; talvez em relaciona-
mentos passados.

Ele tem um perfil egoísta e/ou narcisista. Ele não se importa


com as suas necessidades e apenas pensa nas necessida-
des dele. Ele não é um líder responsável nem confiável. Fi-
car em uma relação com um homem assim não é seguro.

Em ambos os casos, não é recomendável que você perma-


neça nessa relação. O caso número 1 vai te deixar sempre
cansada e desgastada por ter que estar sempre no masculi-
no. O caso número 2 vai te colocar em risco e você vai estar
cada vez mais afundada em um relacionamento tóxico. Por
mais que você o ame, que tenha sentimentos por ele, nessa
hora você precisa se respeitar e se retirar da relação.

Mas se ao praticar a comunicação feminina você estiver


sentindo melhoras, mesmo que pequenas, após ter ajustado
sua polaridade feminina, é um excelente sinal de que a sua
relação ainda tem jeito. Lembre-se que você ainda não está
perfeita na sua feminilidade, nem ele na masculinidade dele.
Siga com paciência e dedicação que os frutos virão aos pou-
cos. certifique-se de que você não esteja fazendo outras ati-
tudes que possam despolarizar seu relacionamento.
Capítulo 13

5 formas
de despolarizar
sua relação
Relacionar-se é um dos grandes desafios dos seres huma-
nos. Todos nós precisamos nos relacionar; isso é uma alter-
nativa inevitável em nossas vidas. Por meio dos relaciona-
mentos, nos conhecemos, enxergamos as nossas sombras,
florescemos, ou podemos nos perder de nós mesmos e aca-
barmos as relações cheias de rancor e traumas.

Agora que você já entendeu sobre as polaridades, eu vou


te trazer um resumo dos prováveis motivos principais pelos
quais seus relacionamentos não têm dado certo.

Leia com atenção e faça uma reflexão para analisar quais


desses comportamentos você tem apresentado:

1. Você lidera ele

Para um relacionamento estar equilibrado, a dinâmica mais


natural e benéfica para ambos é quando o homem lidera
e a mulher se permite ser conduzida.

À primeira vista, isso pode parecer uma relação de inferio-


ridade, na qual a mulher não tem voz e precisa fazer tudo
o que seu parceiro quer. Ou seja, o papel da mulher se redu-
ziria a uma servidão.

Mas esse conceito não poderia estar mais equivocado. Quan-


do um homem está relaxado na sua natureza masculina, ele
vai ter prazer em conduzir, em antecipar as necessidades
dela, em se preocupar com a segurança dela e da família,
em enxergar melhores caminhos futuros para os quais aque-
le clã pode seguir. Isso é o que o alimenta.

Quando a mulher feminina encontra um homem assim, ela


sente que finalmente pode relaxar, sem precisar dar conta
de tudo sozinha. Ela não precisa pensar em tudo, não pre-
cisa antecipar todos os problemas que poderiam acontecer
e pensar em soluções. Ela fica tranquila em saber que tem
ao seu lado um homem com quem pode contar. Portanto, ela
se permite ser conduzida no relacionamento por livre e es-
pontânea vontade, sempre sabendo que, a qualquer mo-
mento em que ela não estiver feliz com a condução dele, ela
pode se retirar.

Muitas mulheres não entendem isso e não desfrutam do pra-


zer de relaxar e se permitirem serem conduzidas. Como elas
estão acostumadas a liderar e controlar tudo no ambien-
te de trabalho, elas levam essa energia para casa. Ao fa-
zer isso, elas naturalmente ocupam o pólo masculino e tiram
o homem do seu pólo natural. As polaridades se invertem.

Você pode liderar o seu homem de diversas formas. As mais


óbvias são aquelas que envolvem ordens diretas como: “pen-
dure suas calças”, “leve o lixo para fora”, “hoje é dia de pa-
gar a sua conta de telefone”, “você deveria pedir um aumen-
to de salário”, etc.

Mas você também pode liderar seu homem de formas sutis,


sem perceber. Geralmente, você vai notar que usa uma lin-
guagem suave e gentil para fazer isso, como por exemplo:
“Amor, você poderia levar o lixo para fora?” ou dando dicas
do tipo: “Adoraria comer uma comida japonesa hoje.” Essa
comunicação pode parecer feminina na superfície, mas por
trás, você ainda está tentando controlar seu parceiro para
conseguir algum resultado. Portanto, está na energia mas-
culina, usando torpedos rosas.

Uma outra forma na qual você pode estar liderando o seu ho-
mem é quando você se torna emocional demais e dramáti-
ca, e o manipula pelos seus sentimentos. Por exemplo: Você
está se sentindo carente porque ele tem trabalhado demais
e não está te dando atenção. Você começa a chorar, a per-
der o controle, a despejar nele um monte de coisas do pas-
sado, começa a culpá-lo pelo o que está sentindo, etc. Nes-
se caso, a conversa está sendo liderada energeticamente
pelos seus traumas. Falta maturidade.

Como ele é um homem que se preocupa com você, ele vai


querer fazê-la se sentir melhor, então ele pode mudar o com-
portamento para que você pare de chorar e fique bem. Mas
no fundo, ele não está fazendo isso por devoção, mas sim
porque ele se sentiu obrigado a fazê-lo. Você o liderou pelo
seu lixo emocional, em vez de inspirá-lo a se devotar a você.

Uma forma mais eficiente de você fazer isso seria sim-


plesmente abrir o seu coração e falar: “Eu sinto a sua fal-
ta e me sinto sozinha quando você trabalha demais.” Pare
aí e observe como ele vai conduzir a situação. Não o culpe,
não despeje nele suas carências e o lixo emocional de rejei-
ção da sua infância. Apenas diga como você está se sentin-
do. Um homem masculino vai se conectar com você quando
você fizer isso sem julgá-lo e vai encontrar uma solução.

Quando você está sempre tentando liderar e controlar o seu


parceiro, você se sente cansada, sugada, sem energia e ele
vai se sentir completamente desmotivado a se devotar a você.
Ele vai se sentir desconectado, vai perder a admiração, e vai
sentir que perdeu a sua liberdade dentro da relação. Ele não
pode mais ser quem ele é – ele passou a ser o seu escravo.
Essa é uma das características que mais afasta um homem
de alto valor.

Ele não pode se devotar a você se você o estiver liderando,


ele é castrado dessa forma. Se você está em um relacio-
namento, acredite no seu homem, confie que ele vai cuidar
das suas necessidades. Apenas aprenda a comunicar como
você está se sentindo sem culpá-lo por isso.

2. Você aceita uma liderança tóxica

Muitas mulheres se perdem nesse item. Elas intuitivamente


querem seguir o seu parceiro e se permitir serem lideradas,
mas elas fazem isso mesmo quando ele não está levando
em consideração seus sentimentos. Ou seja, ela se permite
ser conduzida por um homem egoísta – e isso é perigoso.

Por exemplo, ele fala: “Vamos para o bar beber com meus
amigos.” Você não gosta de bar, não gosta de bebida, e não
gosta dos amigos dele, que sempre ficam bêbados demais.
Mas ele não se importa. Ele não presta atenção em você
para saber como você se sente em relação a isso.
Você não fala sobre como se sente e aceita a proposta so-
mente por medo de ser rejeitada. Você tem medo de que,
se falar como se sente, ele não vai te amar mais, ou não vai
te ver como uma boa parceira.

Essa atitude demonstra sua falta de amor-próprio. Ao fazê-


-la, você está desonrando seu próprio coração e seus senti-
mentos. Você está dizendo para si, para ele e para o univer-
so que seus sentimentos não importam.

Sabe o que acontece? De fato, esse homem perde o respei-


to por você e a vontade de se devotar a você. Um homem
não vai te respeitar se você sempre fizer as vontades dele;
se não tiver a capacidade de dizer não diante de uma situa-
ção que a incomoda.

Na superfície, pode parecer que um relacionamento no qual


a mulher aceita tudo está bem polarizado – mas não é as-
sim que acontece. No fundo, a mulher está tentando liderar;
ela está tentando conseguir um resultado (fazer com que ele
a ame), e isso vai despolarizar a relação.

Se você se comportar assim e estiver com um homem ego-


ísta, de perfil narcisista, ele vai se aproveitar de você e você
pode ficar presa em uma relação extremamente tóxica
e de codependência. Se você estiver ao lado de um homem
de alto valor, ele não vai se inspirar a se devotar a você e,
cedo ou tarde, vai querer ir embora da relação.

Quando você fica em silêncio e não fala o que sente, você


acumula esse ressentimento, até que uma hora você explode.

Seu homem precisa de feedback. Ele precisa saber como


você está se sentindo para que ele possa ajustar a lide-
rança. Você precisa ter coragem para abrir seu coração.
Ao fazer isso, sua autoestima e seu amor-próprio aumentam
automaticamente.

Diante do exemplo do bar, uma mulher de energia feminina


diria algo como: “Eu não me sinto bem em ir ao bar com seus
amigos porque eles bebem demais, e eu me sinto insegura.”
Um homem que respeita os seus sentimentos vai tomar uma
atitude para resolver isso e vai honrar seus sentimentos.

3. Você está sempre na sua mente e o julga

Outra forma indireta na qual você pode liderar o seu homem


é quando você faz julgamentos diretos sobre o seu comporta-
mento. Por exemplo: “Você está sendo irresponsável ao não
levar o seu carro para revisar.”

Esse tipo de frase, apesar de ter uma intenção positiva por


trás, mostra que você não confia nele. A mulher feminina
sempre fala como ela está se sentindo, sem julgar as ações
do parceiro.

Nesse caso, você teria melhores resultados e o inspiraria


a fazer o que deve ser feito se dissesse: “Eu me sinto inse-
gura em viajar no carro sem que a revisão tenha sido fei-
ta”. Ou seja, você não julgou a ação dele, você mostrou seu
coração e um homem devoto a você vai fazer o necessário
para proteger seu coração.

Um outro exemplo: vamos supor que vocês estão em uma


discussão e ele se exaltou um pouco e falou em um tom mais
alto. Você responde: “Você está sendo desrespeitoso agora.”

Nesse momento, você o está julgando e está entrando


na polaridade masculina. É claro que aqui não estou falan-
do de uma situação na qual ele perde o controle e se torna
agressivo, mas sim de um deslize no qual ele ergueu um pou-
co o tom de voz.

Ninguém é perfeito; muitas vezes cometemos erros. Mas


quando você o julga e aponta o erro dele, você está saindo
do seu coração e está operando na mente. Em vez de você
estar presente no seu coração e comunicar para ele como
você está se sentindo, você está apontando os erros dele.
Assim, ao despejar nele todo o julgamento, você evita fi-
car consigo e sentir. Isso tira o foco do relacionamento para
um ressentimento interno e a relação não melhora – ao con-
trário, só aumenta a tensão.

Nesse momento, o homem perde totalmente a conexão


com você, porque ele não pode mais te sentir. Sua energia
é a energia de um homem. Mesmo se a sua fala for com
boa intenção, você está apenas causando danos na relação
e gerando uma grande desconexão entre vocês.

Isso é pior ainda quando você faz julgamentos com um tom


de voz doce, usando torpedos rosa, do tipo: “Amor, eu sei
que você está fazendo o seu melhor, mas você está erguen-
do seu tom de voz e sendo desrespeitoso comigo”.

Nesse caso, fica difícil para o homem detectar a manipula-


ção e ele vai tender a obedecer porque ele não quer te ma-
goar, mas ele vai fazer isso se sentindo inferior a você e as-
sim você estará tirando a masculinidade dele dia após dia,
até chegar o momento em que você o enxerga como um ho-
mem frouxo e fraco e quer dar um pé na bunda dele. Você
não consegue enxergar a sua influência ao longo dos anos
para ele ter se tornado um homem banana.

O melhor a se fazer seria dizer, assim que ele levantou a voz:


“Eu me sinto triste / insegura / com medo agora.” Sem jul-
gamentos com relação ao comportamento dele; apenas ex-
presse o que está no seu coração e observe como ele vai
liderar essa situação. Se ele não se importar e continuar sen-
do desrespeitoso com você, você sabe que não pode confiar
nesse homem.

4. Você não recebe os presentes dele

Uma das formas com as quais você pode estragar seus rela-
cionamentos é quando você se coloca numa postura de não
receptividade. Você é aquela mulher resistente, dura, rígida
– masculina.

Toda vez que você estiver com um homem e ele demonstrar


algum ato de liderança, isso é um presente dele para você.
Toda vez que ele fala: “vamos para esse caminho”; “olha
essa oportunidade”; “você poderia se sair melhor se fizes-
se X desse jeito”; “vamos jantar hoje naquele restaurante”;
“você está cansada, vamos para a praia descansar um pou-
co nesse fim de semana”; “deixa que eu carrego”; “pode dei-
xar que eu dirijo”; “esse mecânico é ruim, vou levar o seu
carro no outro que eu conheço”; etc., ele está te oferecendo
um presente.

Quando você recusa um presente do seu homem – seja com


palavras, ações, ou mesmo energeticamente (quando você
aceita, mas no fundo, não quer aceitar), você está dizendo
um grande não para o corpo dele todo. Você o está rejeitan-
do. Se você faz isso com frequência, não é de se surpreender
que você não sinta que ele esteja ligado a você, ou que ele
esteja sempre ocupado demais com outras coisas, ou que
ele pareça estar sempre desatento às suas necessidades.
Ele não consegue se conectar com você porque você não
se permite recebê-lo.

Um homem precisa de que você receba os presentes dele,


caso contrário, ele frequentemente vai se perguntar: “O que
eu estou fazendo aqui mesmo?”. Ou ele pode se tornar re-
ativo, distante. Ele simplesmente não vai se sentir inspirado
a investir em você e no relacionamento.

Se você estiver ao lado de um homem de alto valor e se per-


mitir receber os presentes dele, você vai notar que, na maioria
das vezes, ele vai tomar boas decisões para resolver os pro-
blemas de vocês e liderar o clã. Se ele não o fizer, você ape-
nas precisa expressar como se sente (sem julgar as atitudes
dele), para que ele possa ajustar a liderança. Se ao expressar
como você se sente, ele simplesmente não se importa, não
faz nada para mudar, então você não está ao lado de um ho-
mem de alto valor, e deveria sair do relacionamento.

Antes de decidir terminar um relacionamento, é importante


que você se certifique que está fazendo o seu papel feminino
na sua energia, ações e, principalmente, na comunicação.
Muitas vezes, o homem não vai estar perfeito na liderança,
mas isso não é um motivo suficiente para você abandonar
o barco. Vou falar sobre isso em detalhes no próximo capítulo.

5. Você antecipa todas as necessidades dele

Nutrir é um atributo natural feminino, mas muitas mulheres


se perdem nesse item e acabam fazendo demais pelo seu
parceiro, criando despolarização no relacionamento.

Quando você entra no papel de fazer tudo pelo seu ho-


mem, você entra na polaridade masculina, porque o mas-
culino naturalmente oferece mais e o feminino naturalmente
recebe mais.

Se você se identificou com esse item, você provavelmente


tem antecipado todas as necessidades do seu parceiro sem
que ele tenha lhe pedido. Isso é uma forma de controle, por-
que você começa a fazer em excesso esperando que ele re-
tribua. (Aqui me refiro ao servir que vem de uma necessida-
de de controle e de insegurança.)
Você serve, esperando um resultado. O servir saudável acon-
tece quando surge como manifestação natural de um ato
de amor. Ou seja, você sente tanto amor, que esse amor
transborda em você em forma de servir. Esse tipo de fazer
vem de uma energia Yin, e é saudável para o relacionamen-
to. Quando você faz em excesso porque está esperando algo
em troca, essa atitude pode gerar ainda mais afastamento
entre vocês.

Conforme você sente que ele se afasta de você, você pode


sentir a vontade de fazer ainda mais coisas por ele. Talvez
você não seja o bastante, certo? Então você começa a an-
tecipar todas as necessidades dele sem ele te pedir, e com
isso, ele se afasta ainda mais.

Você faz isso porque você se sente feliz quando um homem


tenta suprir suas necessidades sem que você precise dizer.
Então parece natural que o homem também espere a mes-
ma coisa de você. Mas não é assim que acontece, porque
isso destrói a polaridade do relacionamento.
Isso não significa que você não deva fazer nada por ele.
Muitas mulheres modernas acabaram entrando em exces-
so na energia masculina e estão totalmente desconecta-
das das necessidades dos seus parceiros. Elas sentem que
fazer qualquer coisa por um homem, significa se rebaixar.
Um homem não vai se sentir atraído por uma mulher que
seja egoísta. É importante que exista um equilíbrio entre dar
e o receber. No entanto, muitas mulheres acabam indo para
o caminho de fazer demais, esperando que ele retribua. Esse
exagero vem de uma carência, e não da vontade natural que
a mulher tem de nutrir.

Se for o seu caso, se você sente que você tem feito demais
pelo seu homem e que ele está desconectado de você, o me-
lhor é parar de fazer isso, até que o relacionamento volte a fi-
car equilibrado. Tire completamente o foco dele nesse mo-
mento para equilibrar esse excesso. Se ele precisar de algo,
ele vai te pedir e você pode escolher fazer com alegria. Isso
significa parar de fazer massagem nele, parar de acordar
mais cedo para fazer a marmita dele, parar de dar presen-
tes, de marcar consultas para ele, de cozinhar para ele.

Pare e deixe que ele sinalize as coisas das quais sente falta.
Se ele não sinalizar, você deve entender que ele não quer
que você faça essas coisas. Quando ele quiser, ele vai te fa-
lar. Pelo menos nessa fase de transição, você pode inclusive
comunicar isso para ele, dizendo algo do tipo: “Amor, eu amo
fazer coisas por você, mas não quero invadir seu espaço,
então pode ficar à vontade para me pedir coisas quando pre-
cisar, está bem? Vou ficar feliz em fazer por você.”

Faça isso sem uma energia de ressentimento. Ou seja,


se você sempre cozinhou todas as refeições para ele, não
fique na cozinha de cara fechada sentada na mesa olhando-
-o na hora do almoço. Simplesmente siga fazendo as suas
coisas e deixe que ele se manifeste.

Se você estiver habituada a antecipar todas as necessidades


dele, fazer isso será assustador, porque você vai ter medo
de que ele se afaste; de que ele não queira mais ficar com
você; de que ele queira te trocar por outra caso ele não pre-
cise mais de você, mas siga assim mesmo.

Você vai se sentir menos carente. Quando uma mulher in-


veste muito em um relacionamento sem reciprocidade, ela
se sente ansiosa para receber amor de volta. Quando você
economiza energia para si mesma, você se sente menos ca-
rente e ele, automaticamente, sente mais atração por você.

Se você estiver em um relacionamento com um homem que


tenha se desconectado muito do masculino e tenha receio
de te pedir o que ele quer, você simplesmente pode dizer:
“Eu me sinto desconfortável antecipando todas as suas ne-
cessidades. Eu preciso que você me peça o que quer e,
se estiver ao meu alcance, eu vou ficar feliz em fazer.”

Quando você parar de antecipar todas as necessidades


do seu parceiro, você tem grandes chances de sentir que,
automaticamente, ele começa a dar mais atenção, carinho
e vai querer fazer mais coisas por você. Quando isso acon-
tecer, você pode voltar a nutri-lo com carinho, quitutes, etc.,
mas se atente aos excessos para você não se tirar da posi-
ção de receptora e o colocar nesse lugar.

Quando você parar de fazer essas atitudes, você vai sen-


tir uma mudança enorme em seu relacionamento. Se você
estiver solteira, você vai notar que vai conseguir atrair mais
homens de alto valor e que eles estarão mais interessados
em você para um compromisso sério.

Por isso, é importante que você faça essas mudanças nas


suas atitudes o quanto antes. Porque relacionamentos im-
portam e você não quer desperdiçar mais tempo e energia
em uma relação ruim ou correndo atrás de homens que não
querem nada com você.

A vida passa rápido, e nosso tempo é precioso.


Capítulo 14

A decisão
mais
importante
da sua vida
Eu imagino que o processo de leitura de Feminina e Radian-
te tenha sido intenso para você.

Quando levanto reflexões como as desse livro, minha inten-


ção não é te desanimar, só desejo tirar o véu e te mostrar
como a vida realmente é, pois quando você entende a re-
alidade, a situação na qual está e, principalmente, quando
entende para onde as narrativas modernas te trouxeram,
você pode reagir e fazer o que deve ser feito para resolver
isso. Só de entender esse problema você já está na frente
da grande maioria das mulheres solteiras que estão frustra-
das e culpando os homens.

Há ainda um outro fator que te coloca à frente de 90% das


mulheres: agora você entende sobre o universo das polari-
dades e sabe que uma mulher feminina vai se destacar dian-
te das outras.

O que torna uma mulher muito mais valiosa para um homem –


independente da sua aparência, da sua idade ou da sua ferti-
lidade – é quão radiante ela é. É a sua habilidade de se manter
leve, vulnerável, receptiva. É o quanto ela se ama – mas não
esse amor-próprio falso mostrado nas redes sociais, e sim
o amor-próprio verdadeiro de uma mulher que reconheceu
o seu valor ao conseguir relaxar no feminino. É a habilidade
de conseguir inspirar o homem a se tornar líder e masculino,
a habilidade de manter ao máximo a polaridade equilibrada
no relacionamento com a energia feminina.

Infelizmente, a maioria das mulheres tendem a se tornar me-


nos radiantes e mais masculinizadas com o passar do tempo
e, portanto, menos valiosas ao olhar dos homens.

O processo de masculinização acontece por tudo aquilo


que você leu neste livro, e se intensifica por causa do ex-
cesso de trabalho em carreiras estressantes, maternidade
solo ou relacionamentos passados com homens fracos que
fizeram com que a mulher precisasse atuar por muitos anos
no masculino. Acrescente isso à questão da aparência
e da habilidade de gerar filhos, e muitas mulheres têm uma
queda enorme no seu potencial de encontrar um homem
de alto valor conforme o tempo passa.

Mas não precisa ser assim. Não com você. Porque você
já deu um primeiro passo enorme para solucionar seus pro-
blemas de relacionamentos ao ler este livro.

Muitas mulheres nunca vão alcançar esse estágio, muitas


vão ficar presas a vida inteira aos padrões tóxicos e nunca
vão conseguir conquistar o que querem em suas vidas amo-
rosas. Então só por você estar aqui, você é especial e tem
muito valor.

Mas o conhecimento que você construiu com este livro é ape-


nas a ponta do iceberg. É apenas o seu portal de entrada
para o universo da feminilidade.

Quando eu terminei meu relacionamento aos 30 anos, eu não


sabia onde tinha errado. Eu simplesmente não sabia por onde
recomeçar, não sabia onde tinha errado e comecei a sentir
um medo imenso de nunca mais conseguir ter um relaciona-
mento de alto valor.

Eu me lembro que um dia, após voltar de uma tentativa


de encontro frustrada com um homem totalmente feminino,
de deitar na minha cama e entrar num processo de choro
profundo em posição fetal que durou pelo menos umas três
horas. Eu me senti uma criança indefesa querendo o colo
da minha mãe.

Nesse processo de choro, eu acessei um lugar profundo den-


tro de mim, uma força que me falou um grande NÃO. Não,
eu não iria me conformar em ficar solteira para sempre. Não
iria me conformar em não ter uma família. Não iria me con-
formar em ter somente uma carreira legal, mas estar infeliz
nos relacionamentos.

Eu queria um relacionamento de alto valor! Eu merecia ser


feliz! Naquele momento, falei para mim mesma que eu faria
de TUDO o que fosse preciso para eu entender onde errei
e conseguir recuperar minha felicidade nos relacionamentos.
Foi nesse período que eu encontrei o tema das polaridades
e tudo fez sentido. Entendi que há alguns anos, eu estava
totalmente na polaridade masculina e que precisava voltar
para a polaridade feminina, mas não fazia ideia de como
fazer isso.

Comecei mudando o externo – vestindo roupas mais femini-


nas, cuidando mais da aparência, mas por dentro eu ainda
continuava com energia masculina. Minha comunicação era
masculina. Eu não sabia ser vulnerável. Eu achava que só se-
ria amada pelas coisas que eu fizesse e não pelo que eu era.

Perdi muito tempo sozinha nessa jornada, sofri muito, fiquei


muito confusa. Até que decidi que precisava de ajuda profis-
sional. Eu investi milhares de reais em cursos focados em re-
almente me ensinar sobre o que era ser feminina de dentro
para fora, e, com essa ajuda profissional, finalmente entendi
o processo, consegui aplicar as mudanças na minha vida,
e consegui finalmente estar de novo em paz comigo e feliz
em um relacionamento de alto valor.

Antes de decidir fazer esses investimentos com ajuda pro-


fissional, eu não estava levando isso com a seriedade que
eu deveria. Eu consumia um pouco de conteúdo gratuito aqui,
lia um livro ali, mas somente no dia em que eu senti aquela
dor dilacerante eu decidi realmente assumir a responsabili-
dade pela minha vida, porque quando eu senti o meu coração
sangrando, eu entendi o processo emocionalmente. Não era
somente uma coisa racional. E essa dor do fundo do poço
me levou a assumir um compromisso comigo mesma para
fazer o que tivesse de ser feito para resolver meu problema.

É nesse estado que você precisa estar para mudar a sua


vida amorosa. Pense nas consequências de continuar como
você está e não fazer nada a respeito para mudar. Algumas
delas, seriam:

Se você estiver solteira:

• Você continuar solteira;


• Nunca achar uma pessoa que você ama e admira
de verdade;
• Nunca ter um relacionamento com reciprocidade;
• Ver as oportunidades de relacionamento com homens
de alto valor diminuírem a cada ano;
• Envelhecer sozinha;
• Talvez não conseguir ter filhos e uma família;

Se você estiver em um relacionamento com


polaridade invertida:

• Continuar vivendo com alguém que não atende suas


necessidades;
• Continuar infeliz no seu relacionamento sem saber como
sair dessa situação;
• Continuar tendo seus sentimentos negligenciados;
• Continuar passando todos os dias da sua vida ao lado
de uma pessoa que não te inspira confiança;
• Ou terminar esse relacionamento / casamento e sofrer to-
das as consequências emocionais e financeiras para você
e para a sua família.

imagine-se vivenciando esses cenários. Sinta dentro do seu


peito. Dói, não é? Você não quer que elas aconteçam, mas
é isso que vai acontecer se você não tomar uma atitude para
mudar. Se não levar a sério essa transformação e essa jor-
nada de volta para o seu feminino.

Eu fui muito honesta comigo com relação às consequências,


por isso eu passei horas chorando na minha cama. Eu sen-
ti dentro de mim a dor de não poder ter um relacionamento
feliz de novo, de ficar sozinha sem alguém com quem dividir
a vida, de viver constantemente aquela angústia e aquela
insegurança no meu peito, de nunca conseguir ser de fato
quem eu sou, de nunca conseguir me amar de verdade,
de ser a mulher que só pensa em carreira e trabalho mas
chora sozinha em casa no fim do dia.
Entender a seriedade dessas consequências me deixou pre-
ocupada de verdade. Eu senti no meu peito aquele NÃO
gigante que salvou a minha vida, que me tirou do buraco
existencial. Eu sabia que cada dia, cada mês, cada ano que
eu deixasse passar sem fazer algo para resolver meu pro-
blema eu estaria vendo o relógio andar me levando para
as consequências que eu tanto temia. Nesse momento, mi-
nha energia masculina (Yang), serviu a minha energia femi-
nina (Yin), me levando à ação.

Se você está sentindo essa preocupação, esse medo, essa


ansiedade – é essa dor que vai te tirar dessa situação em que
você se encontra hoje. Ela vai te fazer entender que você
não pode mais procrastinar. Ela vai te fazer entender que
você sempre levou à sério as suas metas de trabalho e que
agora, precisa levar com seriedade os seus relacionamentos
também. Antes que você chegue a uma situação pior e que
seja muito mais difícil encontrar forças para mudar.

Pense só: se alguém te oferecesse hoje duas opções:

1. 100 mil dólares;


2. Ou resolver os seus problemas amorosos: encontrar
um homem de alto valor, que você ame, que te ame de vol-
ta, com quem você tem parceria, com quem você vai po-
der construir uma vida de conquistas, apoio mútuo e muito
amor para o resto dos seus dias.

Qual das duas opções você escolheria?

Se você escolheu a opção 1, então você sabe que essa não


é a sua prioridade agora.

Mas, se você escolheu a opção dois, eu quero que você acre-


dite que é possível: vai exigir comprometimento e coragem
para se livrar dos seus padrões antigos de relacionamen-
tos, coragem para você enfrentar o medo e soltar o controle.
Muitas pessoas não têm essa coragem – quando elas sen-
tem medo, elas se voltam para as suas desculpas e seus
padrões de autossabotagem, mas eu falo com você que re-
almente está disposta a fazer o que precisa ser feito, mesmo
com medo. Essa é a verdadeira coragem.

Se você realmente quer um relacionamento sério, quer cons-


truir uma família, ainda há tempo. Ou se você quer salvar
um relacionamento que está por um triz, ainda há esperan-
ça. Eu posso te ajudar nesse caminho, porque eu já senti
a sua dor, já estive aí no seu lugar e sei como dói Eu tive
de me refazer das cinzas, me reerguer e fazer essa jornada
difícil – porém maravilhosa – de voltar para o meu feminino.

Posso, então, dizer com toda a certeza: foi a melhor deci-


são que eu tomei na vida. Hoje eu me sinto em paz comi-
go, tranquila nas minhas bases. Aprendi a soltar o controle
e confiar na vida e quando eu fiz isso, de verdade, do fundo
do coração, todo o universo passou a me presentear com
coisas e pessoas mais maravilhosas do que eu poderia al-
gum dia imaginar.

Por isso hoje eu me sinto pronta para te ajudar a renascer


das suas cinzas e se tornar a fênix que você nasceu para
ser. No final de cada ciclo de vida, a fênix queimava em ar-
dor e renascia das cinzas. Eis o renascimento verdadeiro:
morrer para tudo aquilo que não te pertence mais e renascer
para a sua alegria e sua evolução. Quando calamos a voz
da nossa alma nos tornamos gaiolas de nós mesmos. É hora
de abrir os cadeados, deixar a sua fênix renascer em força,
beleza e alegria. Há muito desejo de vida no seu coração
e eu posso sentir isso.

Quando você virar essa chave e tiver se curado de verda-


de de dentro para fora, você vai se sentir completamente
valiosa e vai aceitar cada aspecto do seu feminino – inclu-
sive suas instabilidades e ciclos. Só assim você vai conse-
guir – sem esforço – inspirar a devoção total de um homem
de alto valor.

Ao seu lado, esse homem vai, naturalmente, assumir a sua


dominância, liderar, fazer planos, organizar, cuidar de você
e sentir o desejo de te fazer feliz queimando dentro dele.
Não somente no período da paixão, mas por uma vida toda.
Você só vai conseguir co-criar essa realidade com um homem
de alto valor quando tiver feito o seu trabalho de voltar para
o feminino de verdade. Sem isso, por mais que você encon-
tre um homem masculino maravilhoso, você vai encontrar
uma forma subconsciente de se autossabotar na relação.

Ajudar mulheres a entrarem na sua vulnerabilidade, ajusta-


rem sua comunicação, desenvolverem os pilares de femini-
lidade, soltarem o controle são algumas das muitas outras
coisas que ensinamos no nosso curso online, Academia Mu-
lheres de Alto Valor.

Ali você vai ter oportunidade de mergulhar e de se apro-


fundar nesses temas que você aprendeu aqui no livro, con-
seguir soltar o controle, assumir sua vulnerabilidade, usar
as ferramentas necessárias para conseguir expressar seus
sentimentos e necessidades de forma feminina, e se curar
do seu lixo emocional que tem te deixado presa nos padrões
de relacionamentos infelizes.

Inspirar a devoção dos homens por onde você passar vai


se tornar somente a cereja do bolo se comparado com a alegria
que você vai sentir quando aprender a viver no seu coração.

Ao entrar na Academia Mulheres de Alto Valor, você terá


acesso a um acervo de aulas exclusivas para te guiar nessa
jornada. São vídeo-aulas nas quais explicamos tudo o que
você precisa saber para fazer essa jornada de volta para
o feminino.

Você também vai ter acesso a um grupo de estudos fechado


de alunas no Facebook, e eu estarei lá respondendo dúvidas
e te ajudando no que for preciso, pois sei que essa jorna-
da solitária é muito difícil e falo isso por experiência própria,
caminhei sozinha e errei muito, me enganei muito e perdi
muito tempo.

Eu gostaria muito de ter tido uma ajuda para facilitar meu per-
curso, mas sei que nada foi em vão. As dores que tive nes-
sa jornada me capacitaram para que eu pudesse estar aqui
hoje, escrevendo este livro, e te convidando para vir comigo.
Se você sentiu um quentinho no coração, é com você que
estou falando. Seu momento chegou! O momento de voltar
para a casa, de se livrar dessas dores que têm impedido que
você seja a mulher que nasceu para ser.

Se você estiver pronta, vamos?

CLIQUE AQUI PARA SE INSCREVER NA ACADEMIA


MULHERES DE ALTO VALOR.
Capítulo 15

Palavras
finais

“Coisas do caminho
Deixa o tempo decidir
Deixa a luz no horizonte reluzir

Eu também ainda não sei amar


E é tão pouco o que aprendi sorrir
Conto estrelas onde quer que eu vá
Pro meu coração florir”

Flavia Wenceslau -“Arrebol”♫


Escrevo as palavras finais deste livro sentada em uma ca-
bana na montanha na serra de Santa Catarina. Por “coinci-
dências” da vida, estou em uma viagem na mesma cidade
na qual escrevi também as palavras finais do meu primeiro
livro sobre feminilidade, o Feminina e Poderosa.

Observo pela grande janela de vidro e vejo lá fora como


a natureza funciona em perfeita harmonia. Tudo em seu lu-
gar. Cada elemento complementa o outro e assim o todo
se fortalece. A imensidão das montanhas, a delicadeza das
flores, a sutileza das borboletas, a potência do sol. Todos
importantes.

Lembro da trajetória que me trouxe até aqui. Sinto que cada


passo dessa jornada teve a sua importância. Mesmo os mo-
mentos mais difíceis, mesmo os processos que mais doe-
ram, mesmo aqueles dias em que eu apenas queria chorar
em posição fetal me perguntando porque aquilo tudo estava
acontecendo na minha vida.

Sinto-me guiada nesse caminho. Sei que não estou aqui so-
zinha finalizando mais esse livro. Muitas coisas tiveram que
acontecer para que eu pudesse estar aqui hoje. Muitos seres
me tocaram para que esse conteúdo pudesse sair de mim
e brotar na forma deste livro. Sou grata a todos eles e tenho
certeza absoluta da minha pequenez diante de toda a sabe-
doria que me cerca por inteira. Sinto-me uma aprendiz nes-
se caminho. Afinal, dizem que ensinamos justamente aquilo
que mais precisamos aprender.

Eu não estou hoje ajudando mulheres a voltar para o femini-


no por acaso. Eu tenho uma energia Yang muito forte dentro
de mim, e essa energia me ajudou em muitos momentos,
mas, ao longo da vida, aprendi que ela precisa ser trabalha-
da. Ela precisa estar a serviço da energia Yin, para meu co-
ração florir.

Muitas vezes ainda sinto a energia Yang me puxando para


querer controlar, dominar, prender, mas hoje sei que esse
não é o caminho. Sempre que sinto isso acontecendo, aco-
lho essa energia que faz parte de mim e a direciono para
o seu lugar, que é servir a minha energia Yin.

Assim me sinto em casa.

A força da energia Yin é tão sutil, que sinto que muitas pesso-
as ainda não estão prontas para compreender a sua potên-
cia. Mas no momento em que você é tocada por essa ener-
gia, você sente que esse é seu caminho natural. Tudo faz
sentido. Que você possa ser tocada por ela o quanto antes!

Lembre-se que a jornada da vida é um sonho, um breve so-


pro. Tudo aquilo para que damos uma grande importância
na verdade em pouco tempo não estará mais aqui. Lembrar
disso é lembrar que não temos tempo para brigas, para com-
petição, para ressentimentos.

Cada encontro da nossa vida é precioso, porque ele dura


somente um instante. Onde estão as coisas que você viveu
ontem? E mês passado? E dez anos atrás? Todos esses
momentos viraram apenas lembranças. Tudo isso faz parte
desse grande mistério da vida que nos guia e nos direciona
para os caminhos que precisamos percorrer.

Uma vez ouvi uma frase que me tocou profundamente:


“A mulher feminina não sobe na mesa; ela se ajoelha.” A prin-
cípio, pode parecer que essa frase diminui a mulher, mas
é o contrário.

A mulher feminina se ajoelha porque de repente ela se dá con-


ta de que tem tudo, que basta se abrir para receber que
a vida inteira se aproxima dela oferecendo presentes, que
ela é merecedora de ser feliz apenas por existir, que toda
a vida já aconteceu antes dela estar aqui, e que tudo foi cui-
dado nos mínimos detalhes para que ela pudesse estar hoje,
habitando esse corpo, vivendo essas experiências passagei-
ras e preciosas.

Quando me pego contemplando isso, tenho vontade


de me ajoelhar e apenas agradecer. Sinto uma onda de amor
tão grande me percorrendo por tudo que já recebi na vida, por
todos os ensinamentos, por todas as intuições, pelo meu cor-
po que me permite estar viva neste planeta tão maravilhoso,
por todos os encontros, por toda a magia desta existência,
pelo mistério da vida que me guia nessa jornada tão breve.

Diante de minha pequenez, me ajoelho, e ao fazer isso, sou


um pouco maior.

Agradeço por você estar aqui, por você ter confiado em mim
ao longo desta leitura, mesmo sabendo que eu estou longe
da perfeição e que, na jornada do feminino, aprendo muito
mais do que ensino.

Desejo que você possa deixar o sol com toda a sua luz e ca-
lor entrar em sua vida, que de vez em quando você se permi-
ta voltar a ser criança, andar mais descalça, descansar mais,
respirar, tirar o peso dos ombros de precisar fazer tudo sozi-
nha, contemplar a beleza da vida, soltar o controle e se per-
mitir receber, confiar que você não está sozinha nessa jor-
nada, entender que você já tem tudo de que precisa.

Eu espero que as palavras e a energia deste livro possam ter


te tocado de alguma forma. Espero que o conhecimento que
chegou por meio desta leitura traga luz para a sua existên-
cia e que você se lembre da luz que existe dentro de você.
Espero que você entre tanto em contato com essa luz inter-
na, que ela transborde e que você possa então tocar a vida
de outras pessoas que também estejam nessa jornada.

Com amor,
Jaque.

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