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O

PSICODIAGNÓSTICO

PSICOMETRIA E TÉCNICAS DE
EXAME E AVALIAÇÃO PSICOLÓGICOS
- TEPT
O PSICODIAGNÓSTICO
Compreendemos que o ­psicodiagnóstico é um procedimento científico
de investigação e intervenção clínica, limitado no tempo, que emprega
técnicas e/ou testes com o propósito de avaliar uma ou mais
características psicológi­cas, visando um diagnóstico psicológico
(descritivo e/ou dinâmico), construído à luz de uma orientação teórica
que subsidia a compreensão da situa­ção avaliada, gerando uma ou mais
indicações terapêuticas e encaminhamentos.

(HUTZ, 2016)
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A DEMANDA
Pesquisas apontam que a maioria dos
indivíduos encaminhados são crianças,
meninos em maior frequência. (HUTZ,2016).

Prevalecem problemas de atenção, seguidos por


problemas de ­interação social e de ansiedade e
depressão e problemas de aprendizagem
(Graminha & Martins, 1994; Santos, 2006;
Schoen-Ferreira, Silva, Farias, & ­Silvares, 2002;
Scortegagna & Levandoswski, 2004). Problemas
afetivos, de agressividade e de compor­tamento
também são frequentes (Cunha & Benetti, 2009;
Santos, 2006).

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(CUNHA, 2007)
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OBJETIVOS
Classificação simples: comparar a amostra do comportamento do examinando com os resultados de outros
sujeitos da população geral ou de grupos específicos, com condições demográficas equivalentes;
Descrição, interpretando diferenças de escores, identificando forças e fraquezas e descrevendo o
desempenho do paciente, como em uma avaliação de déficits neuropsicológicos.
Classificação nosológica Hipóteses iniciais são testadas, tomando como referência critérios diagnósticos.
Diagnóstico diferencial investigando irregularidades ou inconsistências do quadro sintomático, para
diferenciar alternativas diagnósticas, níveis de funcionamento ou a natureza da patologia.
Avaliação compreensiva do funcionamento da personalidade, examinando, em especial a capacidade de
insight, defesas, para facilitar a indicação de recursos terapêuticos e prever a possível resposta aos mesmos.
Entendimento dinâmico havendo uma integração de dados com base teórica, explicando aspectos
comportamentais nem sempre acessíveis na entrevista.
Preventivo identificando problemas precocemente, avaliando riscos, fazendo uma estimativa de forças e
fraquezas, capacidade para enfrentar situações novas, difíceis, estressantes.
Prognóstico determinando o curso provável do caso.
Perícia forense das questões relacionadas com “insanidade” ou patologias que podem se associar com
infrações da lei, etc.

(CUNHA, 2007)

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OBJETIVOS
Uma pessoa que busca auxílio de um psicó­logo para lidar com o
sofrimento ­geralmente estabelece com o profissional uma relação de
cooperação e aliança de trabalho diferente ­daquele sujeito que é
encaminhado para uma perícia em contexto jurídico. Neste último,
fenômenos como simulação e dissimulação conscientes, inerentes a
essa realidade avaliativa, acabam exigindo cuidados técnicos específicos,
que diferem daqueles eminentemente clínicos. Ainda assim,
reconhecemos a semelhança entre muitos aspectos técnicos adotados
na perícia e no psicodiagnóstico.

HUTZ, 2016)

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O PRIMEIRO CONTATO
“Será que é um paciente?”

 Pergunte e ­anote o nome da pessoa que será avaliada e sua idade


 Solicite uma descrição genérica do problema. Você poderia me adiantar
alguma informação sobre o motivo da avaliação?” e “Quem a está
solicitando?”
 Marque o horário e informe o que será necessário para a primeira
consulta. Em caso de avaliação infantil solicite a presença dos
responsáveis e lembre-se de incluir a criança. Caso não tenha uma
agenda em mãos, diga que ligará depois para confirmar a data.
 Se não puder falar no momento, diga que retornará a ligação, mas nunca
deixe de anotar o nome da pessoa e o número do telefone.

HUTZ, 2016)

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RAPPORT
Pergunte se foi fácil achar o local, se conseguiu estacionar, como está o
clima na rua ou outras questões impessoais, mas ­nunca indague sobre a
queixa
Se apresentar formalmente;
Responder as perguntas iniciais;
Diminuir crenças irrealistas, paranoides sobre o processo;
Ser honesto com o paciente e nunca prometer o que não poderá cumprir;
Proceder o exame do estado mental.
 Em casos de pacientes que passaram por múltiplos processos, observe
ninguém soube avaliá-lo de fato ou é ele que não aceita o que lhe foi dito
ou a ajuda que lhe foi oferecida?
(ARZENO,2003; HUTZ,2016)

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FORMULAÇÃO DE
HIPÓTESES
 Qual suposição do candidato?
“Como eu sou?”
“Eu vim aqui para me conhecer melhor”.
 Qual a suposição do solicitante?
Será que A tem um transtorno específico de aprendizagem?
Como a paciente B reagiria à situação cirúrgica e à longa recuperação?

(CUNHA, 2007; HUTZ,2016)

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REFORMULAÇÃO DAS
HIPÓTESES
1. Questões emocionais e/ou familiares de A estariam in­terferindo nos
processos de aprendizagem, leitura e escrita?
2. Haveria alguma questão neu­rológica envolvendo as dificuldades de
A?
3. O paciente B apresenta outro transtorno mental associado, em
especial depressão?
4. Há algum problema psicossocial agravante em B?
5. O paciente B obtém ganhos secundários a partir de seus sintomas?

(CUNHA, 2007; HUTZ 2016)

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CONTRATO DE
TRABALHO
Esclarecidas as questões iniciais e definidas as hipóteses e os objetivos do
processo, o psicólogo tem condições de saber qual o tipo de exame que é
adequado para chegar a conclusões e, consequentemente, pode prever o
tempo necessário para realiza-lo.
A duração constitui uma estimativa do tempo em que se pode operacionalizar
as tarefas implícitas pelo plano de avaliação, bem como completar as tarefas
subsequentes até a comunicação dos resultados e recomendações pertinentes.
O psicólogo compromete-se a realizar um exame, durante certo número de
sessões, cada uma com duração prevista, em horário predeterminado,
definindo com o paciente ou responsável os tipos de informes necessários e
quem terá acesso aos dados do exame.
Com base na estimativa do tempo, são estabelecido os honorários, sendo
definidas também a data e as formas de pagamento.

(CUNHA, 2007)

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CONTRATO DE
TRABALHO
INFORME
Trata-se de um processo de investigação, cujo objetivo é responder à pergunta do encaminhamento;
Quais os benefícios para o caso em questão (reconhecer as dificuldades para adequar o mane­jo parental e/ou
escolar; reconhecer as potencialidades para planejar reabilitações e fortalecê-las; identificar o diagnóstico ­para
escolher o melhor tratamento; entre ­tantos outros);
O processo possui uma estimativa de duração (devendo-se explicitar o número de sessões e o tempo de cada
uma);
Com o conhecimento do paciente, entrarei em contato com quem eu julgar necessário, como, por exemplo,
familiares, instituições, médicos e outros profissionais que o atendam – tal contato pode ser telefônico ou
presencial;
Durante o processo, o paciente tem direito a documentos (declaração) que justifiquem faltas ao trabalho, caso
seja necessário; No caso de encaminhamento de escolas ou instituições que não são da área da saúde,
providenciarei um atestado.
Que fará anotações durante a avaliação;
Quais vias de contato ele pode usar com você para, por exemplo, desmarcar o atendimento;
Farei uma ou mais entrevistas devolutivas ao final do processo respeitando os acordos de sigilo;
O processo não inclui o tratamento apenas indicações terapêuticas. (HUTZ, 2016)

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CONTRATO DE
TRABALHO
IMPORTANTE
Tenha um cadastro de seus pacientes, com in­formações como nome
completo, endereço, es­colaridade, profissão, contatos telefônicos e e-mail.
Você mesmo pode preencher esse cadastro ou entregá-lo para que o
paciente o faça enquanto espera a sessão. Pode-se, ainda, acrescentar dados
de saúde geral e de tratamentos ou avaliações anteriores, assim como o
controle dos honorários.
A inadimplência é um problema muito co­mum em nossa profissão e de
difícil solução. A possibilidade de não receber pelo trabalho feito também
deve ser considerada tanto no valor quanto na forma de
pagamento/recebimento. Defina NO CONTRATO os prazos de pagamento de
forma que ele seja feito antes do fim do psicodiagnóstico. Alguns psicólogos
trabalham com contratos por escrito. É uma prática interessante, que pode
ser adotada com o suporte de um advogado. (HUTZ, 2016)

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PLANO DE AVALIAÇÃO
O plano de avaliação consiste em traduzir as perguntas em termos de
técnicas e testes;
Programar a administração de uma série de instrumentos e técnicas
adequados ao sujeito específico e especialmente selecionados para
fornecer subsídios para que se possa chegar às respostas para as
perguntas iniciais.
Pode ser estabelecido antes da primeira entrevista (quando há
encaminhamentos claros) ou após quando ainda faltam informações.

(CUNHA, 2007)

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PLANO DE AVALIAÇÃO
1. O que quero avaliar?; o que mais devo considerar? Seria importante
avaliar sintomas depressivos ou ansiosos, por exemplo? Eles estão
presentes?”.
2. Quais os instrumentos e técnicas disponíveis que avaliam isso que
quero saber considerando a idade do avaliando?; “Quais
instrumentos e técnicas estão disponíveis para avaliação da ­
inteligência (p. ex.) de uma criança de 8 anos de idade”?
3. Sei usar tais instrumentos e técnicas?. “Se são es­ses os instrumentos
e técnicas disponíveis con­siderando os objetivos e o paciente, eu
estou ha­bilitado a usá-los?”.

(HUTZ,2016)

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PLANO DE AVALIAÇÃO
A opção por um instrumento específico é delimitada pelas condições do
candidato (comprometimentos permanentes ou temporários de ordem
sensorial, motora, cognitiva, etc.).
Observar
Fatores como hospitalização; uso de determinadas medicações, que
podem ter reflexos nos correlatos comportamentais; o idioma pátrio
do sujeito, se é destro ou canhoto, se usa habitualmente óculos ou
aparelho auditivo, se tem alguma dificuldade na discriminação de cores
ou cegueira para cores.

(CUNHA, 2007)

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AS TÉCNICAS
1. Entrevistas;
2. Observação;
3. Testes psicológicos;
4. Entre outros.
O mero uso de um número reduzido de técnicas, sem
análises qualitativas acerca destas, não dá conta de
compreender em totalidade o comportamento e os
processos mentais.

(MACHADO, 2007)

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OS TESTES E TÉCNICAS SÃO
SELECIONADOS CONFORME
O OBJETIVO.
(CUNHA, 2007)

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PLANO DE AVALIAÇÃO
Inicialmente, os testes gráficos tendem a ser os mais apropriados, uma vez que ­abarcam
aspectos mais dissociados, são mais ­econômicos quanto ao tempo e envolvem materiais
mais simples e familiares ao avaliando, ­propiciando, dessa forma, o estabelecimento de
um vínculo favorável para a continuidade do processo.
Em seguida, pode-se usar os testes que abor­dam, de certa forma, o conflito ou a pro­
blemática que originou o processo.
No caso da necessidade de se verificar as ­características da personalidade, é interessante
que seja acrescentado um teste projetivo e outro psicométri­co, que devem chegar a
conclusões aproximadas, objetivando uma intervalidação de resultados.
 Na sequência, pode-se dar continuidade com a utilização de testes que avaliam as
questões cognitivas, tendo sempre o cuidado de fechar a bateria com um teste que não
eleve a ansiedade, pois isso pode prejudicar o momento da devolução, com a recusa do
avaliando a comparecer à entrevista de devolução.
Se não selecionarmos corretamente os instrumentos corremos o risco de o nosso
trabalho ser desvalorizado simplesmente por uma distribuição inadequada das técnicas.

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(CUNHA, 2007; HUTZ 2016)
CORREÇÃO
Escore bruto deve ser transformado em ponderado. Além disso, deve
verificar o percentil correspondente, o percentual da população em que
se localiza, calcular as médias dos escores em cada escala e considerar o
desvio padrão da média do sujeito e da população antes de chegar a um
entendimento do caso.
Mesmo que o teste seja dito projetivo, muitas vezes é necessária a
consideração de números brutos de percentuais ou da relação numérica
entre escores de categorias, como no Rorschach.

(CUNHA, 2007)

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