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Técnicas de Entrevista e de Observação

Marcia dos Reis Fagundes


Docente Técnicas de Entrevista e Observação / Psicóloga
CRP 06/83552
Se temos um trabalho que nos
oferece a chance de deixar o
mundo melhor, mesmo que só
um pouquinho e só para
poucas pessoas; se nos
envolvemos neste trabalho
com verdadeira energia de
transformação e nos
realizamos, vemos sentido no
fluxo que escolhemos, ainda
que implique trabalhar muito!
DESENVOLVIMENTO DAS AULAS
CRONOGRAMA
30 horas
1,5 horas/aula
HORÁRIO DAS AULAS -
Início : 19:10
Término : 20:25
METODOLOGIA
• Aulas expositivas remotas
• Exercícios para fixação do conteúdo
• Leituras dirigiridas
• Dinâmicas e Vídeos
• Discussão de textos.
• Simulação (role-play) de entrevistas em sala de
aula, divisão de grupos com a proposta de
dramatização de diversas situações presentes na
entrevista psicológica.
• Fechamento do tema, nos últimos 20 minutos de
cada aula, por meio de exposição dialogada,
para assimilamento dos principais aspectos
abordados em aula.
OBJETIVO
OBJETIVO
Favorecer o domínio de instrumentos e
processos de investigação científica em
Psicologia e desenvolver a competência para
selecionar, avaliar e adequar esses
instrumentos a problemas e contextos
específicos são estudados conteúdos das
técnicas de entrevista e de observação
utilizados no diagnóstico, intervenção
psicológica e psicossocial.
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
Ao término da disciplina, o aluno deverá
ser capaz de:
• Planejar e realizar várias formas de entrevista e de
observação.
• Observar, analisar, descrever e interpretar
comportamentos verbais e não verbais no contexto da
entrevista.
• Ressaltar a importância da auto-observação no que diz
respeito à prática da entrevista.
• Elaborar relatórios e pareceres de acordo com os
modelos técnicos e princípios éticos.
• Demonstrar coerência, clareza e postura reflexiva na
elaboração de relatórios psicológicos.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
1. A entrevista e a observação no processo Psicodiagnóstico.
2. A entrevista e a observação na área clínica.
3. A entrevista de Anamnese.
4. A entrevista clínica realizada em grupo.
5. A entrevista e a observação na empresa: entrevista de seleção de
pessoal.
6. A entrevista e a observação na escola: entrevista com o professor, com
os pais, com o aluno.
7. A entrevista e a observação no contexto da pesquisa: entrevista como
instrumento de pesquisa.
8. A entrevista de triagem.
9. Produção de documentos em diferentes contextos do exercício
profissional.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA

BENJAMIN, A. A entrevista de ajuda. 13ª ed. São Paulo: Martins


Fontes, 2011.

BARROSO, S. M.; COMIN, F. S.; NASCIMENTO, E. Avaliação


Psicológica: da teoria às aplicações. Petrópolis: Vozes, 2015.

MACEDO, M. M. K. & CARRASCO, L. K. (Con)textos de entrevista:


olhares diversos sobre a interação humana. 1ª. Reimpressão. São Paulo:
Casa do Psicólogo, 2014.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

BLEGER, J. Temas de Psicologia: entrevista e grupos. 2ª ed. São Paulo: Martins


Fontes, 2003.

CUNHA, J. A. Psicodiagnóstico – V. 5ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

LOURENÇO, A. da S.; ORTIZ, M. C. M.; SHINE, S. Produção de Documentos em


Psicologia: Prática e Reflexões teórico-críticas. São Paulo: Vetor, 2018.

OCAMPO, M. L. S. O processo psicodiagnóstico e as técnicas projetivas. 11ª ed.


São Paulo: Martins Fontes, 2009.

SCHELINI, P. W. Entrevista na clínica, na empresa e na escola: resumo explicativo.


Biblioteca da UNIP, s/d.
AVALIAÇÃO
04/03/2021
O PROCESSO
PSICODIAGNÓSTICO
+ É sem dúvida um dos mais
importantes diferenciais no
trabalho do Psicólogo em relação
a outros profissionais. Isso, porque
quando bem realizado, pode ser
tão terapêutico e esclarecedor
para o paciente quanto o próprio
processo psicoterápico.
+ Psicodiagnóstico é um processo
científico, limitado no tempo, que
utiliza técnicas e testes psicológicos
(input), em nível individual ou não, seja
para entender problemáticas à luz de
pressupostos teóricos, identificar e
avaliar aspectos específicos, seja para
classificar o caso e prever seu curso
possível, comunicando os resultados
(output), na base dos quais são
propostas soluções, se for o caso.
(Cunha, 2000, p. 26).
Psicodiagnóstico

+ É um processo que visa


identificar forças e
fraquezas no
funcionamento
psicológico, com um foco
na existência ou não de
psicopatologia.
O psicodiagnóstico é
caracterizado como um
processo científico, porque
deve partir de um
levantamento prévio de
hipóteses que serão
confirmadas ou infirmadas
através de passos
predeterminados e com
objetivos precisos.
O processo psicodiagnóstico pode ter um ou vários
objetivos, dependendo dos motivos alegados ou
reais do encaminhamento e/ou da consulta, que
Objetivos norteiam o elenco de hipóteses inicialmente
formulada, e delimitam o escopo da avaliação.
Portanto, relacionam-se essencialmente com as
questões propostas e com as necessidades da fonte
de solicitação e “determinam o nível de inferências
que deve ser alcançado na comunicação com o
“receptor” (Cunha,1996).
+ O Psicodiagnóstico compreende
um conjunto de testes, técnicas
e procedimentos que objetivam
chegar a uma conclusão em
relação ao estado psicológico
do paciente, orientada para a
resolução de problemas.
De acordo com o Conselho Federal de Psicologia, com base na resolução
N° 6, de 29 de maio de 2019, em um psicodiagnóstico deve-se
considerar:

“A(o) psicóloga(o) deve: construir argumentos consistentes da observação de


fenômenos psicológicos; empregar referenciais teóricos e técnicos
pertinentes em uma visão crítica, autônoma e eficiente; atuar de acordo com
os princípios fundamentais dos direitos humanos; promover a relação entre
ciência, tecnologia e sociedade; garantir atenção à saúde; respeitar o
contexto ecológico, a qualidade de vida e o bem-estar dos indivíduos e das
coletividades, considerando sua diversidade;”
O processo psicodiagnóstico é uma situação bipessoal
(psicólogo-paciente ou psicólogo-grupo familiar), de duração
limitada, cujo objetivo é conseguir uma descrição e
compreensão, o mais profunda e completa possível, da
personalidade total do paciente ou do grupo família.

Enfatiza também a investigação de algum aspecto em particular,


segundo a sintomatologia e as características da indicação (se
houver). Abrange os aspectos passados, presentes(diagnóstico)
e futuros(prognóstico) desta personalidade, utilizando para
alcançar tais objetivos certas técnicas (entrevista semidirigida,
técnicas projetivas, entrevista de devolução).
Operacionalização

Os comportamentos específicos do psicólogo podem ser


assim relacionados, embora possam variar na sua
especificidade e na sua seriação, conforme os objetivos do
psicodiagnóstico:
Determinar motivos do encaminhamento, queixas e outros
problemas iniciais;

Levantar dados de natureza psicológica, social, médica, profissional


e/ou escolar, sobre o sujeito e pessoas significativa, solicitando
eventualmente informações de fontes complementares;

Colher dados sobre a história clínica e pessoal, procurando


reconhecer denominadores comuns com a situação atual, do ponto
de vista psicopatológico e dinâmico.
Realizar exame do estado mental do paciente
(exames subjetivo) eventualmente
complementado por outras fontes (exame
objetivo);

Levantar hipóteses iniciais e definir os


objetivos do exame;

Estabelecer um plano de avaliação;


✓ Estabelecer um contrato de trabalho com o sujeito ou
responsável;

✓ Administrar testes e outros instrumentos psicológicos;

✓ Levantar dados quantitativos e qualitativos;

✓ Selecionar, organizar e integrar todos os dados


significativos para os objetivos do exame, conforme o
nível de interferência previsto, com os dados da história e
características das circunstanciais atuais de vida do
examinado;
Comunicar resultados (entrevista devolutiva, relatório,
laudo, parecer e outros informes), propondo soluções,
se for o caso, em beneficio do examinado;

Encerrar o processo.
Resumo: Passos Psicodiagnóstico
➢ 1. Primeiro contato e entrevista inicial com o
paciente
➢ 2. Aplicação de testes e técnicas projetivas
➢ 3. Encerramento do processo: devolução oral ao
paciente (e /ou a seus pais)
➢ 4. Informe escrito para o requerente.
+ Freud(1981) em seu texto “O
início do Tratamento, de 1913”,
afirma que um erro diagnóstico
impõe ao paciente um esforço
inútil no sentido de que ele nos
expõe seu mundo interno, falando
de seus sofrimentos e angústias e,
ao final, diante do erro, poderá
não mais confiar em um
processo psicoterapêutico que,
se levado a cabo, não alcançará
seu objetivo, que é o da cura.
Viva nesses livros um momento, aprenda neles o que lhe
parecer digno de ser aprendido, mas, antes de tudo, ame-os.
Esse amor ser-lhe-á retribuído milhares de vezes e, como
quer que se torne a sua vida, ele passará a fazer parte, do
tecido do seu ser, como uma das fibras mais importantes, no
meio das suas experiências, desilusões e alegrias.
Ao realizar um processo
psicodiagnóstico devemos ilustrar a
imensa responsabilidade que temos
ao realiza-lo.
O paciente nos delega a
responsabilidade de compreender o
que está acontecendo e,
principalmente, o que levou até a
situação atual.
Para atender esta demanda, é
imprescindível que estejamos
preparados para tal. Isso exige que
possamos atender, da melhor forma
possível, o paciente.
RESPONSABILIDADE

O Diagnóstico Psicológico
pode ser realizado:

✓ Pelo psicólogo, pelo


psiquiatra (e,
eventualmente, pelo
neurologista ou
psicanalista), desde que
seja utilizado o modelo
médico apenas, sem uso
de testes e técnicas
privativas do psicólogo.
✓ Pelo psicólogo clínico
exclusivamente, para a
consecução de
qualquer ou vários dos
objetivos, quando é
utilizado o modelo
psicológico
(psicodiagnóstico),
incluindo técnicas e
testes privativos desse
profissional.
✓ Por equipe multiprofissional
(psicólogo, psiquiatra,
neurologista, orientador
educacional, assistente
social ou outro), para a
consecução dos objetivos
citados, desde que cada
profissional utilize o seu
modelo próprio.
Passos do Processo
Psicodiagnóstico
Geralmente, temos um ponto de partida, que é o Encaminhamento.
CONTRATO DE TRABALHO

+ O Psicodiagnóstico é um
processo limitado no tempo.
Esclarecidas as questões iniciais e
definidas as hipóteses e os
objetivos do processo o psicólogo
tem condições de saber qual o
tipo de exame que é adequado
para chegar a conclusões e,
consequentemente, pode prever o
tempo necessário para realiza-lo.
+ O psicólogo compromete-se a
realizar um exame, durante
certo número de sessões, cada
uma com duração prevista, em
horário predeterminado,
definindo com o paciente ou
responsável os tipos informes
necessários e quem terá acesso
aos dados do exame. São
estabelecidos os honorários,
sendo definidas também a data
e as formas de pagamento.
O contrato de trabalho deve
envolver certo grau de
flexibilidade, devendo ser revisto
sempre que o desenvolvimento
do processo tiver de sofrer
modificações, seja porque novas
hipóteses precisam ser
investigadas, seja por ficar
obstaculizado por defesas do
próprio paciente.
+ Podem parecer importantes resultados
de exames médicos e a análise de
outros materiais que não contribuíram
para a anamnese (Pérez-Ramos,1966),
como fotografias, gravações em
vídeo, diários, desenhos, pinturas,
cadernos escolares, que constituirão
amostras de comportamentos alheios
a situação de testagem, que podem
levar à formulação de hipóteses
subsidiárias ou à confrontação de
informações de testes ou da interação
clínica com dados da vida cotidiana.
Nem todas as hipóteses
levantadas devem ser
necessariamente testadas, sob
pena de o processo se tornar
inusitadamente longo ou
interminável.

Exemplo: Se o objetivo do
exame for o de uma classificação
simples na área intelectual, para
o encaminhamento ou não da
criança para uma classe especial,
o plano de avaliação deve incluir
apenas os testes que permitam
cumprir tal objetivo.
BATERIA DE TESTES

É a expressão utilizada para


designar um conjunto de testes
ou de técnicas, que podem
variar entre dois ou cinco ou
mais instrumentos, que são
incluídos no processo
psicodiagnóstico para fornecer
subsídios que permitam
confirmar ou infirmar as
hipóteses iniciais, atendendo o
objetivo da avaliação.
Assim, em um processo
psicodiagnóstico, a
escolha da bateria de
testes deve atender as
necessidades específicas
de cada caso,
obedecendo a critérios
bem definidos.
A escolha deve considerar
a idade, sexo,
escolaridade e ,
especialmente, o objetivo
do que se quer avaliar.
Planejar a Bateria de Testes mais
adequada quanto a:

➢ Elementos a utilizar (quantidade e


qualidade dos testes escolhidos);

➢ Sequência (ordem de aplicação);

➢ Ritmo (número de entrevistas que


calculamos para a aplicação dos testes
escolhidos).
A Bateria de Testes é utilizada por duas razões
principais:

✓ Primeiramente, considera-se que nenhum teste,


isoladamente, pode proporcionar uma avaliação
abrangente da pessoa como um todo.

✓ Em segundo lugar, o emprego de uma série de testes


envolve a tentativa de uma validação intertestes dos
dados obtidos, a partir de cada instrumento em particular,
diminuindo, dessa maneira, a margem de erro e
fornecendo melhor fundamento para se chegar a
inferências clínicas (Exner,1980).
Ocampo e colegas (1981) dão primordial importância à
questão da mobilização ou não da Ansiedade na
distribuição sequencial das técnicas .

Pressupondo a presença de um certo grau de Ansiedade


no paciente que inicia um processo de testagem, sugerem
que as técnicas gráficas sejam utilizadas nesse momento
sendo breves e familiares para o paciente, concorrem para
baixar o nível de Ansiedade.
Há Dois tipos Principais de Baterias de Testes:

➢ As baterias padronizadas para avaliações específicas;

➢ E as não padronizadas, que são organizadas a partir de um plano de


avaliação.

A bateria de testes inclui testes psicométricos e testes projetivos.


É conveniente alterná-las, iniciando e completando a bateria com
material pouco ansiogênico.
Administração de Testes e Técnicas: particularidades
da situação da interação com o examinando e do
manejo Clínico:
É sempre importante salientar que o foco da testagem deve ser o
sujeito, e não os testes.

+ Em primeiro lugar, revisar certas particularidades referentes aos


instrumentos e as características do paciente.

Exemplo: Se está prevista uma escala ou teste de que há varias


versões ou formas, é importante conferir se a opção feita é a mais
apropriada e , principalmente, se o material correto esta disponível na
hora exata.
+ Em segundo, o psicólogo deve
estar suficientemente
familiarizado com o instrumento,
jamais utilizando uma técnica em
que não esteja treinado o
suficiente para estar seguro no
manejo.

+ Em terceiro lugar, antes da


entrada do paciente, o psicólogo
deve organizar todo o material
que pretende utilizar, de maneira
que fique acessível e o manejo
seja facilitado.
+ Em quarto lugar , é importante
ter em mente os objetivos para
a inclusão de cada técnica de
bateria. O psicólogo está
utilizando seus instrumentos
para colher subsídios para
testar hipóteses, deve tê-las
bem presentes, de forma a
estar atento a qualquer indício
sugestivo e conseguir
introduzir as perguntas
adequadas, no momento
oportuno, se for o caso.
+ Para a administração de testes, é importante a
determinação da posição do paciente em relação à
do examinando. Se há instruções específicas, estas
devem ser seguidas para que a situação de teste seja
padronizada.

Exemplo: Na aplicação teste Rorschah, há autores que


consideram preferível que o examinando fique ao lado
do examinador, e não à sua frente, para diminuir a
interferência de mensagens faciais, gestuais ou
posturais deste (Exner,1980).
+ Como regra geral, a administração de testes deve ser realizada
em ambiente com boa iluminação e em que haja condições
de privacidade e silêncio.

+ Se o desempenho envolve cópia gráfica de figuras, ou desenho,


é essencial que a superfície da mesa não tenha aspereza.

+ As recomendações devem ser seguidas cuidadosamente.


Muitas vezes recomenda-se memorizá-las, e em alguns casos, é
permitido lê-las , ou, ainda mantê-las ao alcance dos olhos para
evitar que o examinador omita ou substitua inadvertidamente
alguma palavra ou expressão.
As respostas deste devem
estar anotadas em sua
integra, isto é, não apenas
especificamente as respostas
ao teste, mas também todas
as suas reações, verbais ou
não.

Recomenda-se a anotação de
ensaios e erros ou de outras
particularidades no
desempenho de uma tarefa,
que podem vir a constituir
importantes indícios sobre os
aspectos cognitivos e
emocionais do paciente.
Um clima descontraído de confiança e
entendimento é necessário, não só para
assegurar o desempenho de teste do
paciente, como para elucidar um
material projetivo genuíno, de forma a
obter amostras variadas de
comportamento que permitam chegar
a um diagnóstico mais preciso.
A situação deve ser manejada de modo
não só a diminuir a ansiedade natural do
paciente, mas a leva-lo a uma atitude de
cooperação. (Mackinnon & Yudofsky, 1988).
CONTRATRANSFERÊNCIA

A relação entre terapeuta e paciente pode ser


muito complexa quando a perspectiva individual de
cada um deles é analisada.
Embora o foco desse encontro seja trabalhar as
necessidades do paciente, o analista também é
afetado no decorrer da terapia.
A Contratransferência se trata das
emoções e sensações que o
terapeuta vive ao longo de uma
sessão. Trata-se de uma reação
interna resultante da relação com o
seu paciente e da forma como o
terapeuta é impactado pelas
histórias dele.
Desse modo acontece uma
identificação pessoal, consciente ou
inconsciente , sentida intimamente
pelo próprio analista com o seu
analisado.
Caso um analista se deixe
guiar pelas manifestações da
contratransferência em si
mesmo o tratamento por ele
realizado fica
comprometido. Ainda que o
profissional não perceba, as
palavras e vivências do
paciente acabam refletindo
em suas próprias
experiências.
Contratransferência
+ Pode acontecer na situação de
testagem, como na terapia, porque a
administração de testes pressupõe uma
interação clínica e, consequentemente ,
pode suscitar respostas inconscientes do
psicólogo a aspectos do
comportamento do paciente.
+ Se o psicólogo percebe em si certas
reações afetivas, como intolerância,
enfado, ansiedade, raiva, etc , frente a
comportamentos do examinando, deve
procurar que não interferiam, ainda
que de forma sutil, no contexto da
testagem.
Diagnóstico e
Prognóstico
Nem sempre o psicólogo precisa
chegar, obrigatoriamente, ao nível mais
elevado para obter uma hipótese
diagnóstica.

Em casos mais graves, apenas o quadro


sintomático e a história clínica contem
informações suficientes para que possa
enquadrar o transtorno numa categoria
nosológica.
+ Para chegar à inferência clínica, chamada de
diagnóstico, o psicólogo deve examinar os dados de
que dispõe ( que englobam informações sobre o
quadro sintomático, dados da história clínica, as
observações do comportamento durante o processo
psicodiagnóstico e os resultados da testagem),
podendo assim considerar várias alternativas
diagnósticas.
Para Mackinnon e Yudofsky
(1988)

“O objetivo da formulação
psicodinâmica é facilitar o
entendimento do médico da
estrutura da personalidade e
conflitos psicológicos do
paciente e desenvolver um
plano de tratamento efetivo”.
Classificação Diagnóstica

“Fica facultado ao psicólogo o uso do Código Internacional de


Doenças – CID, ou outros códigos de diagnóstico, científica e
socialmente reconhecidos, como fonte de enquadramento de
diagnóstico.”
&único, do Art.1º, da Resolução CFP nº015/96, de 13 de dezembro
de 1996.
2 sistemas mais
difundidos e
usados são:
A classificação diagnóstica, conforme esse sistema, além de útil, fidedigna
e muito viável para a comunicação entre profissionais, leva o psicólogo ou
o psiquiatra a realizar a sua coleta de dados de forma sistemática e
organizada, sendo também adequada para a descrição dos sujeitos em
trabalhos de pesquisa.
Desta forma, todo psicólogo
que inclui o
psicodiagnóstico entre suas
atividades específicas deve
não só se familiarizar com
esse sistema de
classificação, mas utilizá-lo
em seus laudos, sempre que
for pertinente.
Comunicação dos Resultados
O informe ou a comunicação dos resultados constitui uma
unidade essencial do psicodiagnóstico e ,portanto, deve ser
previsto no contrato de trabalho com o sujeito e/ou responsável.
Na operacionalização do
processo, a comunicação dos
resultados deve se realizar
como último passo.
É da responsabilidade do
psicólogo definir seu tipo,
conteúdo e forma.
referem ser esta uma “comunicação verbal
Ocampo e Arzeno(1981)
Devolução descriminada e dosificada dos resultados do processo” o psicólogo
deve ter a sensibilidade necessária para determinar o que pode e o
que não pode ser dito. E que venha em benefícios deles.
Conforme o
Código de Ética:

“o psicólogo está obrigado a fornecer a este (ao examinando) as informações que foram
encaminhadas ao solicitante e a orientá-lo em função dos resultados obtidos”.

Mas para que a comunicação seja eficaz, deve ser clara, precisa e inteligível. Portanto , a
linguagem científica tem de ser traduzida para um modo acessível e enfatizando as questões
que serão mais úteis.
O Sigilo Profissional
compromete o
psicólogo a não
fornecer certas
informações, ou a
prestá-las somente a
quem de direito e
sempre contemplando
o benefício do paciente.
Exemplo: Criança com
suspeita de traços
psicóticos - deve ser
obrigatoriamente
comunicada ao
profissional responsável
pelo tratamento
neurológico, já que a
criança pode responder
de forma diferente a
certos medicamentos e
contamos com a ética
profissional do
neurologista.
Continuação do exemplo:
Para a escola, interessa mais
saber que existe um
problema, como se
manifesta, qual a melhor
maneira de lidar com ele e
que está havendo um
atendimento diferenciado
para o mesmo.
Já no caso da escola possuir
uma psicóloga, esta poderá
receber um laudo mais
extenso e profundo , do
qual saberá selecionar as
informações que sabe que
deve prestar à professora.
Quem solicita um psicodiagnóstico deve ter assegurado o seu direito à
comunicação dos resultados, o que deve constar já no contrato de
trabalho.

Teoricamente, e regularmente, o direito à devolução é obrigatório, e,


na prática, é exatamente esse direito que facilita o rapport e a
confiança no profissional que escolheu.

Embora cada problema tenha a sua especificidade, na verdade, pode


ser apresentado sob diferentes perspectivas, conforme as
características peculiares, nível social e profissão da pessoa a quem se
está relatando os resultados.
Rapport

É uma palavra de origem


francesa (rapporter), que
significa “trazer de volta”
ou “criar uma relação”.
O conceito de Rapport é
originário da psicologia,
utilizado para designar a
técnica de criar uma ligação
de empatia com outra
pessoa, para que se
comunique com menos
resistência.
Ao psicólogo cabe fazer a descriminação dos aspectos sadios e
dos menos sadios do paciente e , de posse das informações de
cada situação, é dele a responsabilidade do que pode ou não
pode ser comunicado.

Entendemos que os aspectos sadios devem ser retomados ao


longo da devolução uma vez que isto possibilita o paciente e seus
responsáveis identificar seus aspectos saudáveis para lidar com
os menos saudáveis.
A partir da maior valorização da teoria
psicanalítica de Freud, a atitude do
psicólogo mudou. Antes disso,
somente os testes eram valorizados,
depois, houve a tentativa de levar para
o psicodiagnóstico as características
do processo psicanalítico.

A entrevista livre se tornou super


valorizada. Em consequência disso,
aconteceu uma aproximação afetiva
entre o paciente e o psicólogo, bem
como um enriquecimento da
compreensão do paciente.
Livro: Psicodiagnóstico V /
Leitura dirigida: Caso Ilustrativo 5ºedição, p.(125 a 138).

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