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CURSO: Psicologia
SÉRIE: 9º semestre
DISCIPLINA: Psicologia Integrada
CARGA HORÁRIA SEMANAL: 1,5 horas
CARGA HORÁRIA SEMESTRAL: 30 horas
I - EMENTA
II - OBJETIVOS
IV - COMPETÊNCIAS
V - CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
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3. Técnicas de Entrevista e Observação
3.1. A entrevista e a observação no processo psicodiagnóstico e na
clínica
3.2. A entrevista nos processos de anamnese e triagem
3.3. A entrevista realizada em grupo
3.4. A entrevista e a observação na empresa e na escola
3.5. A entrevista e a observação no contexto da pesquisa
4. Técnicas de Investigação da Personalidade
4.1. Principais Teorias da Personalidade
5. Psicologia do Cotidiano
5.1. O cotidiano e sua interpretação
5.2. A observação de fenômenos cotidianos
5.3. Registro da observação: a escrita como construção
6. Técnicas Projetivas
6.1. O conceito de projeção nas técnicas projetivas.
6.2. Fundamentação teórica e características dos testes projetivos.
7. O processo de Psicodiagnóstico Interventivo
8. Plano de Estudos Orientados (Temáticas de Pesquisa em Psicologia e
Projeto de Pesquisa em Psicologia)
8.1. Relevância social de projetos de pesquisas em Psicologia: temas
emergentes que suscitam investigação científica em relação ao
sujeito contemporâneo
8.2. Preocupações éticas ao se elaborar um projeto de pesquisa
8.3. Metodologia de investigação científica em Psicologia: pesquisas
qualitativas e quantitativas
8.4. Produção de textos científicos
VI - ESTRATÉGIA DE TRABALHO
VII - AVALIAÇÃO
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Provas bimestrais: provas individuais, sem consulta, obedecendo aos
parâmetros definidos pela PPC do Curso de Psicologia.
Prova individual e sem consulta, avaliada de zero (0,0) a dez (10,0). A
prova deverá ser composta por 12 questões, sendo 10 questões objetivas e 2
questões dissertativas.
A porcentagem da pontuação das 10 questões objetivas é de 60%, ou
seja, cada uma delas vale 0,6 pontos.
A porcentagem da pontuação das 2 questões dissertativas é de 40%, ou
seja, cada uma delas vale 2,0 pontos.
VIII - BIBLIOGRAFIA
BÁSICA
COMPLEMENTAR
- Sobre Psicodiagnóstico:
BARROSO, S. M.; COMIN, F. S.; NASCIMENTO, E. Avaliação Psicológica:
da teoria às aplicações. Petrópolis: Vozes, 2015.
TRINCA, W. Diagnóstico Psicológico – a prática clínica. São Paulo: EPU,
1984.
4
AMBIEL, R. A. M. et al. Avaliação Psicológica: guia de consulta para
estudantes e profissionais de psicologia. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2011.
NUNES, M. L. T. (Org.) Técnicas projetivas com crianças. São Paulo: Casa
do Psicólogo, 2010.
VILLEMOR-AMARAL, A. E.; WERLANG, B. S. G. Atualizações em métodos
projetivos para avaliação psicológica. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2008.
5
PLANO DE AULAS – PSICOLOGIA INTEGRADA – 2020
Leituras obrigatórias:
(a) FIGUEIREDO, L. C. A constituição do espaço psicológico. In Matrizes do
Pensamento Psicológico. Petrópolis/RJ: Editora Vozes, 1991, p. 9-23.
(b) BICALHO, Pedro Paulo Gastalho de; VIEIRA, Erick da Silva. Direitos
Humanos e Avaliação Psicológica: Indissociabilidade do Compromisso Ético-
Político Profissional. Psicol. cienc. prof., Brasília, v. 38, n. spe, p. 147-158,
2018.
Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-
98932018000400147&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 14 Jan. 2020.
Leituras complementares:
(a) SANTI, P. L. R. A construção do eu na modernidade. Ribeirão Preto/SP:
Ed. Holos, 1998.
(b) ANCONA-LOPEZ, M. A prática psicológica e as estratégias inovadoras. In
RAMOS, C.; SILVA, G.G.; SOUZA, S. Práticas psicológicas em instituições:
uma reflexão sobre os serviços-escola. São Paulo: Vetor, 2006, p.27-34.
(c) AMBIEL, R. A. M. et al. Avaliação Psicológica: guia de consulta para
estudantes e profissionais de psicologia. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2011.
Capítulo 7 - A ética no uso de testes no processo de Avaliação Psicológica.
Maria Cristina Barros Maciel Pellini e Irene F. Almeida de Sá Leme (págs. 163
a 180).
(d) PRIMI, Ricardo. Avaliação Psicológica no Século XXI: de Onde Viemos e
para Onde Vamos. Psicol. cienc. prof., Brasília, v. 38, n. spe, p. 87-97, 2018.
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-
98932018000400087&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 14 Jan. 2020.
6
4a SEMANA: Técnicas de Entrevista e Observação
Apresentação e realização do CASO 2 em sala de aula.
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8a SEMANA: O processo de Psicodiagnóstico Interventivo
Apresentação e realização do CASO 6 em sala de aula.
Leituras obrigatórias:
(a) BICUDO, M. A. V. A pesquisa qualitativa olhada para além dos seus
procedimentos. In: _______ (Org.). Pesquisa qualitativa segundo a visão
fenomenológica. 1ªed. São Paulo: Editora Cortez, 2011, p. 11-28.
(b) MINAYO, M. C. S.; DESLANDES, S. F. Pesquisa social: teoria, método e
criatividade. 22ª ed. Petrópolis: Vozes, 2002, p. 9-29.
Leitura complementar: LUNA, V. S. Planejamento de pesquisa. São Paulo:
EDUC, 2002.
8
16a SEMANA: Plano de Estudos Orientados
Apresentação e realização do CASO 12 em sala de aula.
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ANEXO: EXERCÍCIO E CASOS PARA TRABALHO EM SALA DE AULA
A. I e III, apenas.
B. II e IV, apenas.
C. I, II e III apenas.
D. I, II e IV apenas. (CORRETA)
E. II, III e IV, apenas
1
Questão 31 – Enade 2015 (adaptada).
10
De acordo com a Resolução Nº 009, de 25 de abril de 2018, do CFP,
Avaliação Psicológica é um “processo de investigação de fenômenos
psicológicos, composto de métodos, técnicas e instrumentos, com o objetivo de
prover informações à tomada de decisão, no âmbito individual, grupal ou
institucional, com base em demandas, condições e finalidades específicas”
(CFP, 2018).
Na Cartilha sobre Avaliação Psicológica (CFP, 2013) o Conselho Federal
de Psicologia (CFP) afirma que o processo de avaliação psicológica realizado
junto a pessoas ou grupos é simultaneamente técnico e científico, permitindo
reunir informações sobre fenômenos psicológicos para explicá-los. Os
resultados dessa avaliação podem dar suporte à ação do psicólogo, esteja ele
atuando na área da saúde, da educação, do trabalho, ou outras. Seja qual for a
demanda e a finalidade de determinada avaliação é preciso que o psicólogo a
planeje cuidadosamente.
No exercício aqui proposto o aluno deve, tomando por base essa
formulação do CFP, avaliar três afirmações para, posteriormente, escolher a
alternativa que reúne as afirmações corretas. Na afirmação I é feita referência à
utilidade da avaliação psicológica para o conhecimento de nuances do
comportamento humano, bem como para o subsídio na elaboração de
pareceres com fundamento científico. Na afirmação II é feita referência à
necessidade de se buscar respaldo em estudos realizados com cada
instrumento antes da escolha dos testes a serem utilizados em uma avaliação,
considerando, principalmente, se os instrumentos atendem aos critérios de
validade, precisão e padronização.
11
O uso de instrumentos corretos e adequados à demanda da pessoa ou
de um grupo, maximiza a qualidade de uma avaliação e possibilita levantar
hipóteses. O comportamento humano resulta de uma complexa teia de
dimensões inter-relacionais que interagem para produzi-lo e se torna
praticamente impossível entender e considerar todas as nuances e detalhes a
ponto de prevê-lo por completo. Mas, quanto mais fidedignos forem os
resultados obtidos, maior será a possibilidade de diagnosticar corretamente.
Realizado o processo de avaliação, o psicólogo emitirá um
laudo/relatório, levando em consideração a sua finalidade. Esse documento
reunirá dados sobre os procedimentos adotados e as conclusões resultantes.
Deverá estar fundamentado cientificamente e mostrar-se útil à realização do
devido encaminhamento, apresentando recomendações relativas a possíveis
intervenções ou possível necessidade de acompanhamento psicológico.
12
JUSTIFICATIVA. Conforme enunciado na Introdução Teórica, o processo de
avaliação psicológica, recurso para a obtenção de informações sobre
indivíduos e coletivos, permite a formulação de hipóteses com base nas quais
torna-se possível a compreensão de características psicológicas dos indivíduos
e dos coletivos avaliados.
CASO 1: Psicologia do Cotidiano
A sala de aula, o que acontece ali, entre alunas, entre alunas e professoras, na
apresentação de comportamentos, falas e disposições, é um espaço especial
para um exercício de observação. Alunas e alunos são convidados a realizar a
observação do que se passa na própria sala de aula (preferencialmente, elas e
eles devem estar sentados em roda ou se movendo na sala) e, então, construir
um relatório desta observação, durante 15 minutos. Ao final deste tempo, 5
alunos são sorteados para compartilharem e discutirem seus relatórios com os
outros colegas.
CASO 2: Entrevista
2
Questão 16 – Enade 2009.
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questões escolares estão pouco presentes nos roteiros de entrevistas
psicológicas.
PORQUE
Os testes são os instrumentos principais de avaliação psicológica, e os
encaminhamentos desconsideram ações no campo educacional. Tais dados
indicam a necessidade de se repensarem as práticas psicológicas frente aos
encaminhamentos por problemas escolares. (SOUZA, 2005) (adaptado).
Com base na leitura dessas frases, é CORRETO afirmar que
A. A primeira afirmativa é falsa e a segunda é verdadeira.
B. A primeira afirmativa é verdadeira e a segunda é falsa.
C. As duas afirmativas são falsas.
D. As duas afirmativas são verdadeiras e a segunda é uma justificativa correta
da primeira.
E. As duas afirmativas são verdadeiras, mas a segunda não é uma
justificativa correta da primeira. [CORRETA]
A. Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Tanto a primeira quanto a segunda afirmativa são
verdadeiras: (1) a prevalência do enfoque psicanalítico nos psicodiagnósticos,
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observada por Proença (2010) ao analisar prontuários de crianças
encaminhadas com queixa escolar, hipervaloriza aspectos intrapsíquicos das
crianças em detrimento das condições de seu contexto socioambiental; e (2) os
principais instrumentos de avaliação psicodiagnóstica– testes de inteligência,
de desenvolvimento psicomotor e de personalidade – priorizam Aa identificação
de possíveis dificuldades na intrassubjetividade da criança, minimizando ou
mesmo desconsiderando o contexto escolar.
B. Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Essa alternativa, como a anterior, é incorreta, dado serem
verdadeiras as duas afirmativas.
C. Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Essa alternativa, como as anteriores, é incorreta, dado serem
verdadeiras as duas afirmativas.
D. Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Nessa alternativa, como nas anteriores, temos duas
afirmativas verdadeiras, mas resta perguntar se a segunda afirmativa é uma
justificativa correta da primeira. Sendo inadequados os recursos de avaliação,
podemos considerar que a segunda afirmativa justifica a primeira somente
parcialmente. Não a justifica inteiramente porque os testes são apenas uma
pequena parte do sistema de avaliação de um fenômeno muito complexo.
E. Alternativa correta.
JUSTIFICATIVA. Conforme já enunciado nos comentários feitos às alternativas
anteriores, as duas afirmativas são verdadeiras. No entanto, a segunda
assertiva, que pode ser considerada uma consequência da primeira, não a
justifica.
15
ocular: relato de seis casos de enucleação ocular. Marcelo G Nucci e Paulo
Dalgalarrondo)
O teste HTP é uma técnica projetiva de fácil aplicação, uma vez que só exige o
uso de um material simples, como folhas de papel e lápis. Dessa forma, pode
ser utilizado como um instrumento muito útil, em vários contextos da avaliação
psicológica. De acordo com a técnica de aplicação do HTP, é possível afirmar
que:
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III – Deve-se anotar a sequência em que cada desenho foi realizado.
A. Apenas I e II
B. Apenas II e IV
C. Apenas I, II e III [CORRETO]
D. Apenas I, III e IV
E. Apenas II, III e IV
17
V. Um psicólogo clínico poderia visitar a escola para entender melhor o
encaminhamento das crianças.
JUSTIFICATIVA:
De acordo com Milani, Tomael e Greinert (2014), o psicodiagnóstico
interventivo é um processo de investigação que inclui intervenções que podem
trazer mudanças para o paciente desde as consultas iniciais. A aplicação do
psicodiagnóstico interventivo vem sendo utilizada desde a década de 1990.
Marília Ancona-Lopez e Mary Santiago são precursoras do psicodiagnóstico
interventivo no Brasil na abordagem fenomenológico-existencial, ao
perceberem melhoras dos pacientes já durante o processo psicodiagnóstico.
Para Evangelista (2016) o psicodiagnóstico interventivo é muito adequado para
atender à clientela dos serviços-escola de Psicologia, dado seu caráter
investigativo voltado para responder às demandas e necessidades da clientela.
Numa perspectiva fenomenológica-existencial, o psicodiagnóstico interventivo
vai ser compreendido como mais do que uma coleta de dados para que o
psicólogo formule uma compreensão sobre o cliente, já que permite que os
clientes formulem uma compreensão sobre si mesmos, contribuindo para a
superação do sofrimento que motivou a busca por ajuda.
Neste sentido, outra dimensão muito importante presente no psicodiagnóstico
interventivo é a presença da família em todo o processo, assim como o acesso
a outros cenários que contribuam para a construção de hipóteses sobre o que
se passa com os clientes, com, por exemplo, visitas à casa e à escola.
18
CASO 73: Pesquisa em Psicologia
19
será quase o dobro do número de homens. Baseado nesses dados o
pesquisador adotou o seguinte procedimento: (1) Sua amostra foi composta por
dois grupos de trabalhadores de diferentes perfis, cada grupo com 200
profissionais. (2) Avaliou o primeiro grupo em 2013 e o segundo em 2015
utilizando escalas de autorrelato (inventários de depressão e de ansiedade) e
entrevistas semiestruturadas. (3) Com base nos dados coletados nas
entrevistas o investigador estabeleceu categorias de resposta para, em
seguida, relacioná-las com os escores brutos das escalas de autorrelato. (4) Ao
interpretar resultados obtidos nas duas amostras o pesquisador constatou uma
relação entre escores de depressão e período durante o qual os profissionais
permaneciam distantes de seus familiares devido à excessiva carga de
trabalho.
Considerando o método utilizado e as variáveis presentes no estudo
apresentado, o aluno é convidado a assinalar a alternativa correta entre cinco
afirmações, devendo identificar: (1) o tipo de pesquisa (descritiva ou
explicativa; quantitativa, qualitativa ou correlacional; sequencial, transversal,
longitudinal prospectiva ou retrospectiva); (2) o tipo de coorte utilizado (mesma
coorte, duas coortes ou diferentes coortes); (3) o tipo de variável (dependente
ou independente) e (4) o fenômeno considerado (depressão e distância dos
familiares). No quadro abaixo é possível visualizar melhor a combinação de
elementos em cada uma das cinco afirmações, cabendo assinalar que a
escolha da alternativa correta demanda conhecimento da definição precisa de
cada um desses elementos.
Diferentes
A Experimental Quantitativa Sequencial Independente Depressão
coortes
Depressão e
Duas
E Descritiva Explicativa Transversal Dependentes distância dos
coortes
familiares
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entre elas. As pesquisas descritivas têm por objetivo identificar as variáveis e
suas relações ou descrever as características do fenômeno estudado. As
pesquisas explicativas têm por objetivo identificar as causas de determinados
fenômenos.
As pesquisas quantitativas têm por objetivo enumerar ou medir eventos
e testar hipóteses, submetendo os dados à análise estatística. Seus principais
instrumentos de coleta são os questionários, escalas e testes. Utilizam
linguagem matemática para descrever, representar e interpretar seus objetos
de estudo: o método busca regularidades com vistas a estabelecer relações
causais que possibilitem realizar previsões.
As pesquisas qualitativas têm por objetivo descrever, analisar e
compreender distintos fenômenos. Nessa modalidade de pesquisa as
informações são coletadas por meio de entrevista, observação e investigação
participativa, entre outros. Busca-se compreender os fenômenos a partir da
ótica dos participantes.
Enquanto as ciências naturais utilizam prioritariamente recursos próprios
das pesquisas quantitativas, nas ciências humanas e sociais tais recursos
associam-se a outros, próprios das pesquisas qualitativas. As pesquisas
correlacionais são utilizadas para estudar fenômenos por meio do
reconhecimento de relações estabelecidas entre eles.
As pesquisas são desenvolvidas de modo transversal (seccional) ou
longitudinal (horizontal). Nas pesquisas transversais causas e efeitos são
observados num mesmo momento histórico e nas longitudinais a sequência de
eventos pode ser considerada de modo retrospectivo ou prospectivo: em
pesquisas retrospectivas são estudados fenômenos ou fatos passados que
possam ser considerados causais e nas prospectivas, também conhecidas
como “estudos de coortes”, acompanha-se a evolução de dado fenômeno ou
fato ao longo do tempo. Denomina-se coorte determinado grupo de pessoas
que compartilham os mesmos eventos durante determinado período,
acompanhado prospectivamente. Uma coorte pode ser formada, por exemplo,
de todas as pessoas nascidas em determinada cidade na década de 2000. Nas
pesquisas pode ser utilizada uma única coorte ou mais de uma.
Resumidamente, em estudos longitudinais retrospectivos parte-se do
conhecimento de efeitos em busca de causas, e no prospectivo parte-se do
conhecimento de fatos ou fenômenos, hipoteticamente causas de efeitos
observados no presente.
As variáveis podem ser classificadas de muitos modos. Uma das
classificações possíveis, realizada em função da relação estabelecida entre
variáveis de determinado estudo, considera variável independente a que é fator
determinante para a ocorrência de um resultado, ou seja, aquela que é
condição (ou causa) para a ocorrência de um efeito (consequência) e variável
dependente a que é fator (ou propriedade) resultante, efeito, consequência de
determinada(s) variável(eis) independentes.
21
quantitativa, sequencial, com diferentes coortes, cuja variável
independente é a depressão.
JUSTIFICATIVA. Trata de uma pesquisa experimental por não haver sido
desenvolvida em condições pré-estabelecidas e por não haver manipulado as
variáveis estudadas, assim como não se caracteriza como pesquisa
quantitativa. Trata-se, sim, de uma pesquisa descritiva, cuja variável
independente é a distância dos familiares e não a depressão.
B. Alternativa correta
Considerando-se a metodologia e as variáveis presentes nesse estudo
hipotético, conclui-se que se trata de uma pesquisa) descritiva e
correlacional, transversal, com diferentes coortes, cuja variável
independente é a distância dos familiares.
JUSTIFICATIVA. Trata de uma pesquisa descritiva (tem por objetivo identificar
variáveis e suas relações); correlacional (investiga possíveis relações entre a
alta incidência de quadros depressivos em trabalhadores - variável dependente
- e fatores da vida familiar dessas pessoas - variável independente); transversal
(as causas e efeitos da incidência de quadros depressivos, que têm aumentado
significativamente no Brasil nos últimos anos, são observados num mesmo
momento histórico); foi realizada com diferentes coortes (dois grupos de
trabalhadores com diferentes perfis profissionais) e definiu como variável
independente a distância entre os trabalhadores e seus familiares. Essa
pesquisa conduziu à conclusão de que a escassez de contato familiar
favoreceu a ocorrência de quadros depressivos.
C. Alternativa incorreta
Considerando-se a metodologia e as variáveis presentes nesse estudo
hipotético, conclui-se que se trata de uma pesquisa) explicativa e
quantitativa, longitudinal prospectiva, com mesmo coorte, cuja variável
dependente é a distância dos familiares.
JUSTIFICATIVA. Trata-se de uma pesquisa descritiva e não explicativa;
pesquisa transversal e não longitudinal; sua variável dependente é a depressão
e não a distância dos familiares.
D. Alternativa incorreta
Considerando-se a metodologia e as variáveis presentes nesse estudo
hipotético, conclui-se que se trata de uma pesquisa) descritiva e
qualitativa, longitudinal, retrospectiva, com diferentes coortes, na qual a
distância dos familiares é uma variável independente.
JUSTIFICATIVA. Trata-se, de fato, de uma pesquisa descritiva com diferentes
coortes sendo a distância entre os trabalhadores e seus familiares a sua
variável independente. No entanto, trata-se de uma pesquisa transversal e não
longitudinal.
E. Alternativa incorreta
Considerando-se a metodologia e as variáveis presentes nesse estudo
hipotético, conclui-se que se trata de uma pesquisa) explicativa,
transversal, com duas coortes, na qual tanto a depressão quanto a
distância dos familiares são variáveis dependentes.
JUSTIFICATIVA. Trata-se, de fato, de uma pesquisa descritiva, transversal,
com duas coortes. No entanto, embora a depressão seja de fato sua variável
dependente, sua variável independente é a distância entre os trabalhadores e
seus familiares.
22
CASO 84: Avaliação de Inteligência
A. Raciocínio Abstrato
B. Raciocínio Verbal [CORRETA]
C. Raciocínio Mecânico
D. Raciocínio Espacial
E. Raciocínio Numérico
4
Questão 15 – Enade 2009.
23
instrumento é utilizado para medir habilidades relativas ao raciocínio verbal,
abstrato, mecânico, espacial e numérico.
A construção de instrumentos de avaliação deve atender aos seguintes
critérios básicos: ser fundamentado teoricamente e obedecer aos parâmetros
de validade, precisão ou fidedignidade e padronização. Desses critérios, o de
“validade” garante que o instrumento meça efetivamente o que se propõe a
medir. Ao sujeitarmos o próprio critério de “validade” à necessária avaliação é
preciso considerar a “validade de construto”, que indica se o instrumento
produz resultados compatíveis com os obtidos por meio de outros instrumentos
criados para o mesmo fim; a “validade de conteúdo”, que indica se o
instrumento mede efetivamente todos os aspectos do fenômeno em questão –
e somente eles; e a “validade de predição”, que indica se o instrumento pode
predizer com acuidade.
O coeficiente de correlação varia entre menos 1 e mais 1 (-1 e +1). Uma
correlação próxima a zero indica que duas variáveis não estão relacionadas.
Uma correlação positiva indica que duas variáveis movem-se no mesmo
sentido e a relação é tanto mais forte quanto mais a correlação aproxima-se de
mais 1 (+1). Uma correlação negativa indica que duas variáveis movem-se em
sentidos opostos e que a relação também fica tanto mais forte quanto mais
próxima de menos 1 (-1) estiver a correlação. Duas variáveis perfeitamente
correlacionadas positivamente (r=1) movem-se em perfeita proporção no
mesmo sentido, enquanto duas variáveis perfeitamente correlacionadas
negativamente (r=-1) movem-se em perfeita proporção em sentidos opostos. O
coeficiente de correlação varia entre menos 1 e mais 1 (-1 e +1), conforme o
esquema:
-1_______-0,75_______-0,5_______-0,25_______0_______+0,25_______+0.5_______+0,75_______+1
perfeita alta média baixa ausente baixa média alta perfeita
Negativa Positiva
A. Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. No caso descrito, em que foi utilizada a Bateria de Provas de
Raciocínio BPR-5,O para verificar possíveis correlações entre habilidade para
raciocinar e acidentes de trabalho, o teste de Raciocínio Abstrato teve por
resultados -0,065 (total geral); -0,0398 (acidentes no Grupo 1); e 0,144
(acidentes no Grupo 2). Assim, esse teste apresentou correlação negativa
baixa entre os trabalhadores do Grupo 1, o que indica fraca relação entre essa
aptidão e a ocorrência de acidentes de trabalho entre os funcionários cujo
24
tempo de experiência varia entre 1 e 5 anos de trabalho em linha elétrica viva.
A correlação positiva baixa observada entre os trabalhadores do Grupo 2,
embora também indique fraca relação entre essa aptidão e a ocorrência de
acidentes de trabalho, mostra simultaneamente que, quanto maior a
capacidade de raciocínio abstrato, maior a chance de ocorrência de acidentes
de trabalho entre os funcionários cujo tempo de experiência varia entre 6 e 24
anos.
B. Alternativa correta.
JUSTIFICATIVA. O resultado total nas diversas provas evidencia que somente
a prova de Raciocínio Verbal apresentou correlação negativa significativa (-
0,241), revelando que quanto maior a capacidade de raciocínio verbal dos
funcionários, independentemente do tempo de experiência na função, menor a
chance de ocorrerem acidentes de trabalho. Considerando os resultados gerais
(apresentados na coluna “Total Geral”), o teste de Raciocínio Verbal
apresentou correlação significativamente mais alta do que os outros com o total
de acidentes. Isso indica que sua validade sobrepuja a validade dos demais
testes. Assim, as análises correlacionais realizadas evidenciam a validade do
instrumento em relação à maior e à menor probabilidade de ocorrência de
acidentes de trabalho e apontam o teste de Raciocínio Verbal como o mais
válido na correlação com os acidentes de trabalho.
C. Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. No caso descrito, o teste de Raciocínio Mecânico teve por
resultados -0,077 (total geral); -0,297 (acidentes no Grupo 1) e 0,109
(acidentes no Grupo 2). Assim, nesse teste não ocorreram correlações
significativas.
D. Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. No caso descrito, o teste de Raciocínio Espacial teve por
resultados -0,161 (total geral); -0,421 (acidentes no Grupo 1); e 0,087
(acidentes no Grupo 2). Assim, esse teste apresentou um índice de correlação
negativa no Grupo 1 e correlação positiva no Grupo 2, indicando que quanto
maior a capacidade de raciocínio espacial, maior a chance de ocorrência de
acidentes de trabalho entre os funcionários cujo tempo de experiência varia
entre 6 e 24 anos.
E. Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. No caso descrito, o teste de Raciocínio Numérico teve por
resultados -0,068 (total geral); -0,123 (acidentes no Grupo 1); e -0,013
(acidentes no Grupo 2). Assim, não houve ocorrência de correlações
significativas porque o coeficiente de relação encontra-se muito próximo ao
zero.
5
Questão 35 – Enade 2006.
25
quer permanecer com os dois filhos com visitas e fins de semana alternados
com o pai, mas este quer a guarda das crianças, com o mesmo sistema de
visitas e fins de semana alternados, pois julga a mãe negligente com relação às
crianças. Esta acredita que isto se deva ao ressentimento dele por ela ter
solicitado a separação. Várias conversas foram tentadas e não foi possível
chegar a um acordo. O juiz solicita a intervenção de um psicólogo.
O psicodiagnóstico que incluísse entrevistas e métodos projetivos poderia ser
mais útil, neste caso, para
26
Refletir sobre o modelo pericial e articulá-lo à ideia de um
trabalho interventivo significa considerar também que o
encontro com a(s) pessoa(s) que faz(em) parte de um
processo de Vara de Família não é mera condição de
aplicação de instrumentos de avaliação que é demandada
por um terceiro. Supõe considerar que essas pessoas
procuram o Judiciário para resolver conflitos de família
porque não encontraram outra forma de lidar com o
sofrimento que advém deles. (p. 29).
Indicações bibliográficas
27
decisão como vinculada a umasituação de disputa e privilegiando o bem-estar
das crianças envolvidas.
C. Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Vide justificativa da alternativa A.
D. Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Não há, no enunciado da questão, nada que sugira a
existência de transtornos depressivos associados aos comportamentos
descritos.
E. Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. No enunciado da questão não é feita nenhuma referência a
distúrbios de pensamento que pudessem estar influenciando a percepção da
realidade.
A. I, II, IV
B. II, III e IV
C. I, II e III
D. III e IV
E. II, III [CORRETA]
Afirmativa I: incorreta
JUSTIFICATIVA: embora através da aplicação de uma técnica projetiva seja
possível inferir características e traços de inteligência, estas técnicas não são,
via de regra, suficientes para classificações de inteligência.
28
Afirmativa IV: incorreta
JUSTIFICATIVA: As técnicas projetivas para investigação da personalidade
não são necessariamente apropriadas para avaliação da inteligência.
Carolina tem 11 anos e mora com a avó paterna, desde que seus pais se
separaram, há 6 anos. O pai e a mãe, depois da separação tumultuada,
mudaram-se para outros estados e pouco contato tiveram com a menina. O pai
telefona 4/5 vezes no ano e sempre aparece no Natal com muitos presentes
para Carolina. Quando está com ela mantém um relacionamento amigável,
como se fosse um parente muito distante. A mãe nunca mais viu a menina;
apenas conversa por telefone. Passa muito tempo sem ligar, mas às vezes
telefona várias semanas seguidas. Manda, pelo correio, presentes para
Carolina na data de seus aniversários e no Natal. D. Vanda, a avó, cuida de
toda a educação da criança. Recentemente, a mãe voltou e quer ficar com a
criança. O pai quando soube se contrapôs e quer levar Carolina para morar
com ele. A avó não admite que retirem Carolina de sua casa, afinal foi ela
quem praticamente a criou. Neste cenário de brigas, discussões e ameaças,
Carolina não quer mais ir à escola, pois tem medo de ser raptada pelos pais e
está apresentando enurese noturna. A disputa pela guarda da criança vai ser
resolvida na justiça. D. Vanda procura uma psicóloga, sem o conhecimento dos
pais da menina, requisitando um laudo psicológico que a favoreça na disputa,
uma vez que Carolina não quer morar nem com a mãe nem com o pai.
Pretende apresentar o laudo ao juiz, quando for aberto o processo.
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E. A psicóloga deve ouvir a menina e seu laudo deve estar baseado nos
desejos desta.
JUSTIFICATIVA:
De acordo com Milani, Tomael e Greinert (2014), o psicodiagnóstico
interventivo é um processo de investigação que inclui intervenções que podem
trazer mudanças para o paciente desde as consultas iniciais. A aplicação do
psicodiagnóstico interventivo vem sendo utilizada desde a década de 1990.
Marília Ancona-Lopez e Mary Santiago são precursoras do psicodiagnóstico
interventivo no Brasil na abordagem fenomenológico-existencial, ao
perceberem melhoras dos pacientes já durante o processo psicodiagnóstico.
Para Evangelista (2016) o psicodiagnóstico interventivo é muito adequado para
atender à clientela dos serviços-escola de Psicologia, dado seu caráter
investigativo voltado para responder às demandas e necessidades da clientela.
Numa perspectiva fenomenológica-existencial, o psicodiagnóstico interventivo
vai ser compreendido como mais do que uma coleta de dados para que o
psicólogo formule uma compreensão sobre o cliente, já que permite que os
clientes formulem uma compreensão sobre si mesmos, contribuindo para a
superação do sofrimento que motivou a busca por ajuda.
Neste sentido, outra dimensão muito importante presente no psicodiagnóstico
interventivo é a presença da família em todo o processo, assim como o acesso
a outros cenários que contribuam para a construção de hipóteses sobre o que
se passa com os clientes, com, por exemplo, visitas à casa e à escola.
6
Questão 14 – Enade 2015.
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Pesquisa 2: Os relacionamentos íntimos, dentre eles o namoro, pressupõem a
existência de identidades e representações sociais, que são compartilhadas
através de comportamentos, normas e valores sociais. Objetivou-se identificar
a representação social e a particularização em função da identidade sexual e
experiência com o namoro. Para tal, a amostra foi composta por 183
estudantes universitários, com média de idade de 22 anos. Foi utilizado um
questionário auto aplicado em situação coletiva. (BERTOLDO, R. B.;
BARBARA, A. Representação social do namoro: a intimidade na visão dos
jovens. PsicoUSF [online], v. 11, n.2, 2006 (adaptado).
A. I, apenas.
B. III, apenas.
C. I e II, apenas.
D. II e III, apenas. [CORRETA]
E. I, II e III.
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possibilitam utilizar instrumentos abertos, que captam em maior profundidade o
fenômeno estudado e, em 3, é afirmado que os questionários autoaplicáveis
(como os utilizados na Pesquisa 2) são comuns em pesquisas realizadas online
e possibilitam a obtenção de dados quantitativos e qualitativos. Depois de
avaliar as três afirmações, o aluno deverá assinalar a alternativa que contempla
a(s) afirmação(ões) correta(s).
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Quanto aos questionários auto aplicados em situação coletiva,
comumente utilizados em pesquisas online, cabe lembrar que o questionário é
o principal instrumento de levantamento de dados por amostragem porque
favorece a coleta de todo tipo de informações e reduz a variabilidade das
respostas, dada a padronização das perguntas. Sendo assim, os questionários
favorecem a coleta de informações objetivas, mas reduzem o acesso a
variabilidade e reduzem a complexidade das respostas dos participantes.
Embora o foco desta questão recaia sobre a coleta de dados, é útil fazer
referência a um procedimento de análise de dados coletados. Como os dados
não falam por si, para analisá-los é preciso categorizá-los, ou seja, agrupá-los
em função de significados comuns. A categorização, classificação dos
elementos das mensagens realizada com base em determinados critérios,
possibilita sintetizar as comunicações coletadas dando destaque a seus
aspectos mais importantes. Dessa forma, embora a entrevista semiestruturada
focalize diversos tópicos, estes não constituem categorias de análise. As
categorias são extraídas da análise do conteúdo das entrevistas.
Assim, é somente após a realização do trabalho de campo, em que o
pesquisador tem acesso ao material advindo dos participantes - por meio de
questionários ou entrevistas - torna-se possível realizar a etapa de
categorização do conteúdo. A categorização, classificação dos elementos das
mensagens, realizada com base em determinados critérios, possibilita sintetizar
as comunicações coletadas, dando destaque a seus aspectos mais
importantes.
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