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CARTILHA PARA JOVENS PESQUISADORES

MÓDULO 1.
DADOS, TIPOS DE VARIÁVEIS E
MANEJANDO BANCOS DE DADOS

Alexsandro Luiz de Andrade

Julia Mulinari Peixoto

Pâmela Fardin Pedruzzi

Editoração: Clarissa Erthal Coriolano

1. 1
CARTILHA PARA JOVENS PESQUISADORES

MÓDULO 1.
DADOS, TIPOS DE VARIÁVEIS E
MANEJANDO BANCOS DE DADOS

1. 2
CARTILHA PARA JOVENS PESQUISADORES

MÓDULO 1.
DADOS, TIPOS DE VARIÁVEIS E
MANEJANDO BANCOS DE DADOS

Alexsandro Luiz de Andrade

Julia Mulinari Peixoto

Pâmela Fardin Pedruzzi

Editoração: Clarissa Erthal Coriolano

Versão 1

Outubro de 2020

1. 3
Cartilha do projeto Carreiras Contemporâneas
& Ciências de dados que se constitui enquan-
to projeto de extensão do Laboratório de Ava-
liação e Mensuração Psicológica – LABAMP, da
Universidade Federal do Espírito Santo - UFES,
através da coordenação do Professor Dr. Alex-
sandro Luiz de Andrade e com a participação
dos alunos da Pós Graduação do Programa de
Psicologia da Universidade Federal do Espírito
Santo.

Como citar: De Andrade, A.L., & Pedruzzi, P. F., & Peixo-


to, J.M. (2020). Cartilha para jovens pesquisadores, módu-
lo 1: Dados, tipos de dados e variáveis dos bacos de dados.
27, p. Vitória, ES: Universidade Federal do Espírito Santo.
Recuperado em 5 de novembro, 2020, de: http://labamp.
ufes.br/

1. 4
Dados Internacionais de Catalogação-na-publicação (CIP)
(Biblioteca Setorial do Centro de Ciências Humanas e Naturais da
Universidade Federal do Espírito Santo, ES, Brasil)

Andrade, Alexsandro Luiz de, 1982-


A553c Cartilha para jovens pesquisadores : módulo 1 : dados, tipos
de variáveis e manejo do banco de dados / Alexsandro Luiz de
Andrade, Júlia Mulinari Peixoto, Pâmela Fardin Pedruzzi. –
Dados eletrônicos. – 2020.
27 p. : il. – (Projeto carreiras contemporâneas & ciência de
dados ; 1)

Inclui bibliografia.
Produto técnico (Laboratório de Avaliação e Mensuração
Psicológica) – Universidade Federal do Espírito Santo, Centro
de Ciências Humanas e Naturais.
Modo de acesso: <http://labamp.ufes.br/ciencia-de-dados>.

1. Pesquisa – Metodologia. I. Peixoto, Júlia Mulinari, 1993-.


II. Fardin, Pâmela Pedruzzi, 1994-. III. Universidade Federal do
Espírito Santo. Centro de Ciências Humanas e Naturais. IV.
Título.

CDU: 001.8

Elaborada por Saulo de Jesus Peres – CRB-6 ES-676/O

1. 5
SUMÁRIO

Apresentação 05

Pesquisa Científica 06

Ética em Pesquisa 8

Coleta de Dados 11

Softwares de análise de dados 20

Referências 24

1. 6
APRESENTAÇÃO

Essa cartilha compõe o módulo 1 do material desenvolvido pelo Projeto


Carreiras Contemporâneas & amp; Ciências de dados, que visa proporcio-
nar apoio metodológico para auxiliar jovens pesquisadores na construção e
desenvolvimento de suas pesquisas.

O projeto se constituirá através da elaboração de tutoriais de delineamen-


to de metodologia de pesquisa, que compreendem os temas: apoio para o
processamento de dados qualitativos e quantitativos de pesquisa e análise
de destes dados; suporte acadêmico sob a demanda para os pesquisadores,
alunos e professores, bem como a construção e adaptação de instrumentos
de pesquisa.

Carreiras Contemporâneas &amp; Ciências de dados é um projeto de exten-


são com vínculo do Laboratório de Avaliação e Mensuração Psicológica –
LABAMP, da instituição Universidade Federal do Espírito Santo – UFES. O
LABAMP fomenta o desenvolvimento de pesquisas de psicologia aplicada
ao contexto de carreira, trabalho e análise de dados de fenômenos psicológi-
co, o laboratório é coordenado pelo Professor Dr. Alexsandro Luiz de Andra-
de e conta com a participação dos alunos da graduação de Psicologia, bem
como alunos da Pós Graduação do Programa de Psicologia da Universidade
Federal do Espírito Santo.

Este material é viabilizado pelo suporte financeiro recebido no formato de


bolsas de doutorado, apoio técnico e produtividade do Conselho Nacional
de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Cnpq), Coordenação de Aper-
feiçoamento de Pessoal de Nível Superior(CAPES) e Fundação de Amparo à
Pesquisa e Inovação do Espírito Santo. (Fapes)

1. 7
CONHECIMENTO E PESQUISA CIENTÍFICA

A produção de conhecimento teve nas últimas décadas um grande salto e


pode- se dizer que a tecnologia foi fundamental para isso (Soares et al, 2017).
Desse modo, temos uma sociedade que gera extenso número de dados, no
entanto, essa montanha de dados possui pouca utilidade até que esses pos-
sam, de fato, direcionarem-se para a construção de teorias significativas
(Bhattacherjee, 2012).

Nas palavras de Manzato (2012), o homem moderno vê os acontecimentos


naturais, como sendo estruturas organizadas e para explicá-los recorre a
modelos ou métodos. Nesse sentido, caberá ao pesquisador escolher qual
fenômeno almeja estudar para dar significado, direção, sobretudo contexto
a estes dados. Assim, inicia-se o processo de pesquisa.

Uma pesquisa constitui-se por um processo que engloba inúmeras fases,


desde uma formulação sólida de problema até a apresentação dos resulta-
dos obtidos (Gil, 1996). O pesquisador deverá atentar-se a formulação da
sua hipótese, pois através da investigação de como pretende sustentá-la se
dará a sua metodologia de pesquisa. Em relação à metodologia da pesquisa,
esta poderá qualitativa ou quantitativa.

Em síntese, as pesquisas qualitativas são feitas por meio de revisões biblio-


gráficas, grupos focais e entrevistas. Pode-se dizer que as principais caracte-
rísticas da metodologia qualitativa são que seus dados são essencialmente
descritivos; existe um preocupação na compreensão do significado que indi-
víduos dão aos fenômenos; o pesquisador é o principal agente da coleta e a
análise de dados é realizada de maneira indutiva (Pinto, Campos & Siqueira,
2018). Ademais, para maiores informações e aprofundamento da metodolo-
gia qualitativa, sugere-se o material a seguir no Link.

A metodologia quantitativa é o tema de estudo pretendido nesses e nos pró-


ximos materiais produzidos por este grupo de pesquisadores. Tal perspecti-
va metodológica pretende quantificar fenômenos e para isso utiliza técnicas
com alto rigor científico. Podem ser realizadas por meio de coleta de dados
em campo (e.g questionários) e os dados coletados passam por análises
estatísticas para levantamento de evidências de que são válidos e repre-
sentativos. Em pesquisas quantitativas, também é comum o uso de dados de
origem secundária (e.g IBGE, Censo, etc), neste caso os dados comumente

1. 8
são disponíveis em repositório de acesso digital, podendo o pesquisador
trabalhar em busca de entendimento e compreensões da realidade com
as interpretações ali geradas. Ressalta-se a importância de informações
mais detalhadas acerca da metodologia para esse e os próximos tutoriais,
sugestão de leitura de Manzato, A. & Santos, A. (2012) Retrieved from:
Link

Comumente são encontrados debates sobre vantagens e desvantagens


da utilização das abordagens quantitativas e qualitativas. No entanto,
ressalta-se a qualidade e solidez de pesquisas que integrem ambas as me-
todologias. Para aprofundamento nas diversidades metodológicas, suge-
re-se leitura de Bricenõ-León, R (2003) Trabalhando com a Diversidade
Metodológica Retrieved from: Link

1. 9
ÉTICA EM PESQUISA

Os pesquisadores que optarem pela abordagem quantitativa em relação à


coleta de dados com seres humanos deverão seguir as diretrizes éticas pre-
vistas em resolução específica. Segundo a resolução CNS nº 466/1 “pesqui-
sa refere-se à classe de atividades cujo objetivo é desenvolver ou contribuir
para o conhecimento generalizável. O conhecimento generalizável consiste
em teorias, relações ou princípios ou no acúmulo de informações sobre as
quais estão baseados, que possam ser corroborados por métodos científicos
aceitos de observação e inferência”.

A preocupação com aspectos da ética em pesquisa são imprescindíveis para


assegurar direitos e zelar pela devida proteção do participante referente à
sua saúde física e mental, bem como garantir o sigilo da participação e das
informações adquiridas com as amostradas investigadas.

No Brasil existem instâncias regionais e institucionais para regular as ques-


tões éticas das pesquisas, sendo estes os Comitês de Ética (CEP), além do
órgão nacional denominado Comissão Nacional de Ética e Pesquisa (CO-
NEP). Conforme consta na resolução 466/12 as pesquisas que englobam
a participação de humanos deverão passar pela avaliação do CEP/CONEP.
Dessa maneira, tal avaliação torna o Conselho de Ética e Pesquisa respon-
sável junto com o pesquisador em assegurar a proteção dos participantes,
e, sobretudo que o processo da pesquisa seja realizado de acordo com os
devidos aspectos éticos. Na Tabela 1 encontram-se os Comitês de Ética da
Universidade Federal do Espirito Santo e seus respectivos meios de contato.

Tabela 1: Comitês de Ética – UFES.

Fonte: Site Universidade Federal do Espírito Santo.


1. 10
O primeiro passo em relação às regras éticas que o pesquisador deve seguir
para desenvolver pesquisas que abranjam seres humanos, é construir um
projeto de pesquisa, o qual deverá estar em consonância com as diretrizes e
normas de ética de sua resolução, Resolução nº 510 de 7/4/2016 do Conse-
lho Nacional de Saúde (CNS). Retrivied from: link Assim, este projeto será
avaliado por uma plataforma específica, denominada Plataforma Brasil, que
fará a realização dessa análise, revisão e monitoramento dos projetos de
pesquisa.

A Plataforma Brasil é o sistema oficial para que os interessados enviem os


respectivos projetos. O procedimento é feito todo pela plataforma, após o
cadastro e envio dos documentos que serão demandados. Site da platafor-
ma: http://plataformabrasil.saude.gov.br/login.jsf

Página inicial

Após a consulta e o cuidado para elaboração do projeto alinhar-se adequa-


damente ao solicitado pela resolução, este deverá ser submetido para ava-
liação e somente com sua aprovação, o início da coleta deverá ser realizado.
Recomendamos que nesta etapa da pesquisa sejam consultados pesquisa-
dores com experiência no uso da plataforma, bem como verificação de ver-
sões regimentais e protocolos de submissão (e.g; tcle).

Em relação ao tramite ético, para além do projeto de pesquisa, o pesquisador


ao aplicar uma pesquisa deverá obrigatoriamente apresentar ao participan-
te o termo denominado Termo de Consentimento Livre e Esclarecido –TCLE.

1. 11
Em suma, o TCLE explícita os objetivos, bem como o procedimento da pes-
quisa, para que os participantes possam acordar ou não com o apresentado.

O TCLE deverá obrigatoriamente apresentar as suas informações em lingua-


gem clara, para que não gere questões ao participante. Sendo este, o termo
que firma legítima o compromisso entre pesquisador e participante.

Segundo consta no manual de orientação do CONEP, o TCLE é um dos prin-


cipais motivos de pendências, tanto pelo pesquisador redigir de forma não
adequada, quanto pela falta de informações, o que configura falha em seu
compromisso com a segurança do participante. Diante disso, reitera-se a
necessidade do pesquisador em seguir corretamente às orientações para a
criação do termo, bem como consulta de versões recentes aprovadas por
outros colegas pesquisadores.

Posteriormente a adequação aos procedimentos que viabilizam os aspectos


éticos e metodológicos do estudo, o pesquisador poderá prosseguir para o
inicio da coleta dos dados.

1. 12
COLETA DE DADOS

A etapa de coleta de dados é uma parte crucial do desenho de um estudo


científico. Seus procedimentos devem ser planejados com muito cuidado
durante o projeto de pesquisa. Dependendo dos objetivos da investigação,
os caminhos percorridos nesse processo podem ser diferentes. Dessa for-
ma, é possível destacar três tipos mais comuns de coleta de dados: coleta
presencial, coleta online e a coleta online com recrutamento presencial -
CORP (Wachelke, & Andrade, 2009).

COLETA PRESENCIAL

O encontro presencial é um dos tipos de coleta mais tradicionais na pesqui-


sa das ciências. Ele possibilita o estabelecimento do rapport com os partici-
pantes e o esclarecimento dos objetivos da pesquisa. Além disso, ao coletar
dados em um ambiente específico, como uma sala de aula ou em um setor de
uma empresa, por exemplo, é possível aproximar-se de uma diversidade de
perfis entre os participantes. Dessa forma, pode-se ser uma oportunidade
de diversificação da amostra. Por outro lado, algumas desvantagens podem
ser citadas com relação à coleta presencial. O tempo pode ser maior, por
conta de indicações, negociações e aproximação de locais para a realização
da pesquisa. Nesse sentido, pode inclusive haver algumas complicações nos
contatos, por conta de possíveis incômodos em ambientes institucionais,
por exemplo, que precisam parar suas atividades para a coleta. A tabulação
e processamento dos dados acontece com menor agilidade, devido a neces-
sidade de organização das informações coletadas através de softwares de
edição de planilhas.

COLETA ONLINE

A coleta online se popularizou bastante nos últimos anos e colaborou para o


desenvolvimento de novas maneiras para obter dados para pesquisas cien-
tíficas (Wachelke, & Andrade, 2009). As redes sociais e mensageiros como
Whatsapp e Telegram têm se manifestado como facilitadores da coleta de
dados online, pois permitem uma divulgação ampla de links e textos relacio-
nados. Ademais, possibilitam inclusive uma coleta indireta, pois através do
compartilhamento de postagens e mensagens, o alcance vai além do próprio
pesquisador. Entre as principais vantagens para este tipo de coleta encon-

1. 13
tram-se a possibilidade de ter grandes amostras sem necessidade de deslo-
camentos e/ou custos; facilidade na exportação dos dados para tabulação e
processamento; oportunidade de chegar a amostras específicas; etc. Como
desvantagens, pode-se apontar menores taxas de participação; dificuldade
na cobertura da população-alvo; viés de seleção; facilidade no abandono
do questionário; entre outros. pesquisador. Entre as principais vantagens
para este tipo de coleta encontram-se a possibilidade de ter grandes amos-
tras sem necessidade de deslocamentos e/ou custos; facilidade na exporta-
ção dos dados para tabulação e processamento; oportunidade de chegar a
amostras específicas; etc. Como desvantagens, pode-se apontar menores
taxas de participação; dificuldade na cobertura da população-alvo; viés de
seleção; facilidade no abandono do questionário; entre outros.

COLETA ONLINE COM RECRUTAMENTO


PRESENCIAL (CORP)

Tipo de coleta de dados proposto por Wachelke, Natividade, Andrade, Wol-


ter e Camargo (2014) é a união da coleta presencial e online através de três
etapas, conforme visto na tabela abaixo. Dessa maneira, é possível asso-
ciar características benéficas de ambos tipos de coleta, como o controle da
amostra participante, a facilidade da organização dos dados, cobertura de
uma maior quantidade de pessoas e a possibilidade de realizar um feedback
da pesquisa, por exemplo.

(Tabela Retirada de Wachelke, Natividade, Andrade, Wolter & Camargo, 2014)

1. 14
PLATAFORMAS ONLINE PARA A COLETA

Para a construção do questionário de coletas de dados, várias plataformas


podem ser consideradas de acordo com a necessidade de cada pesquisa. É
importante lembrar que ao escolher a plataforma para hospedar seu ques-
tionário, deve-se de verificar informações sobre segurança e preservação
dos dados dos respondente, bem como as ferramentas de exportação de
dados, além do tempo de hospedagem e armazenamento da respostas para
assim facilitar as análises posteriores. Entre as principais plataformas dispo-
níveis, podemos citar: SurveyMonkey, Plataforma Qualtrics e o Google For-
mulários, por exemplo. Devido ao fato do serviço do Google Formulários ser
gratuito e prover uma gama ampla de possibilidades frente à coleta de dados
online, ele será utilizado em nossa organização daqui em diante.

Link para acesso:


https://docs.google.com/forms/

Para utilizar o serviço, é necessário que você tenha uma conta Google para
efetuar o login. Caso ainda não tenha, é possível acessar o link: https://goo-
gle.com/accounts/login, e clicar em “Criar conta”. Seguindo os passos indica-
dos pela página, é possível criar um e-mail do Google (Gmail) e assim acessar
o Google Formulários através da sua conta para salvar seus questionários,
respostas dos participantes e poder acessá-los sempre que quiser por meio
da nuvem (Google Drive).

O serviço do Google Formulários fornece uma diversidade de formatos de


questões e respostas, como em texto, parágrafo, lista, múltipla escolha, cai-
xas de seleção, entre outros. Um dos tipos mais utilizados é a escalar, que
possibilita a coleta de dados de instrumentos de opinião e percepção. No
link a seguir, você poderá visualizar um exemplo de questionário de por An-
drade et al. (2016), hospedado pelo Google Formulários: Escala de Afetos
sobre o Projeto de Carreira .

Após a confecção do questionário, para compartilhá-lo com os participan-


tes você deverá copiar o link de redirecionamento. Dessa forma será possí-
vel postá-lo em redes sociais, enviá-lo por e-mail ou ainda através de algum
aplicativo mensageiro, como Telegram ou Whatsapp. Para isso, clique em
“Send”:

1. 15
Em seguida, uma pequena janela se abrirá na mesma página. Clique no sím-
bolo de corrente, conforme sinalizado abaixo:

O Google Formulários também fornece uma opção de link reduzido, opção


útil quando houver compartilhamento em um local que tenha uso limitado
de caracteres, como o Twitter, por exemplo. Selecione o link e copie (Crtl+C).

1. 16
Com experiências ao longo do processo de recrutamento e coleta de dados
ao longo dos anos, aprendemos que o compartilhamento sem o devido cui-
dado pode ser um problema para qualidade das informações geradas. Desta
forma, sugerimos uma boa avaliação da melhor estratégia de compartilha-
mento, bem como a possibilidade de sondagem do potencial interessante do
participantes, antes do envio de um link com informações da pesquisa.

EXPORTAÇÃO DO BANCO DE DADOS

Após a coleta de dados, as informações dos participantes devem ser expor-


tadas para um software de edição de planilha (e.g Excel) Esse procedimento
é importante, pois antes de direcionar as informações para os softwares de
análises de dados, o material reunido deve ser organizado a fim de facilitar
o reconhecimento das informações pelos programas de análise. A etapa de
organização dos dados será descrita nos próximos tópicos.

O Microsoft Excel, que faz parte do Pacote Office, é a opção mais utilizada
por pesquisadores. Porém, para a sua utilização no computador à longo pra-
zo, uma licença deve ser adquirida. Há também a possibilidade da utilização
do Excel de maneira online, um serviço que pode funcionar como um “que-
bra-galho”, caso seja necessário. Clique aqui para acessar a versão online.

Uma opção gratuita e de software aberto pode ser o LibreOffice, que tem
uma interface bem parecida com o Pacote Office e que oferece serviços se-

1. 17
melhantes que também podem ser utilizados neste tutorial. Clique aqui para
realizar o download. Para que seja evitado problemas e bugs de formato de
arquivo, sugerimos que utilize somente um software durante o processo de
preparação do banco de dados.

A seguir, exemplificamos como:

Exportar seu banco de dados para uma planilinha de dados. Primeiramente,


abra seu formulário e clique em responses:.

Em seguida, clique no símbolo verde, conforme sinalizado abaixo:

1. 18
Posteriormente, uma planilha online com as respostas dos participantes
será aberta. Automaticamente, ela é salva na sua conta do Google, na nu-
vem (Google Drive) na qual usou para realizar o login. É possível perceber
que as colunas correspondem às questões realizadas e as linhas sinalizam
as respostas de cada participante que respondeu seu questionário. Para sal-
var a planilha em seu computador, você deve clicar em File > Download >
Comma-separated values (csv, current sheet). O procedimento é mostrado
na imagem abaixo.

ORGANIZAÇÃO DO BANCO DE DADOS

Após exportar o banco de dados para o Excel, é necessário realizar uma “lim-
peza” no banco de dados, prévia às análises que serão feitas com as infor-
mações coletadas. Essa limpeza tem como objetivo organizar as respostas
do questionário, avaliar casos omissos e discrepantes, bem como facilitar
a leitura das informações pelos softwares de análise de dados (ex. Jasp, R,
Factor, Spss). Dessa forma, deve-se realizar uma quantificação das variáveis,
quando for necessário; e unificar a escrita das variáveis nominais. Cabe sa-
lientar de forma as espécies de variáveis: quantitativas e qualitativas (ca-
tegóricas). Dentro das variáveis qualitativas existe as nominais (e.g gênero,
cor dos olhos) e as ordinais (e.g escolaridade), enquanto que as quantitativas
podem ser discretas (e.g número de irmãos) ou contínuas (e.g peso). Maiores
informações sobre variáveis em Curado, MA. & Teles, J. & Marocô, J (2014).
Análise de variáveis não diretamente observáveis: influência na tomada de
decisão durante o processo de investigação. Retrieved from: link

1. 19
EXEMPLO 1
USAR A FERRAMENTA “SUBSTITUIR” NO EXCEL

No exemplo abaixo, daremos números que serão correspondentes às res-


postas dos participantes com relação a pergunta sexo: masculino e feminino.
Considerando que estas foram as duas respostas possíveis, será considera-
do 1 = Masculino e 2 = Feminino. Selecione a coluna correspondente a vari-
ável “Sexo”. Na página inicial, clique em “Localizar e selecionar” > “Substituir.
Uma pequena janela será aberta. Dessa forma, no espaço “Localizar:”, digi-
te “Masculino” e no espaço “Substituir por:”, digite 1. Clique em “Substituir
tudo”. Repita o mesmo procedimento para “2” e “Feminino”. O procedimento
pode ser visto nas imagens abaixo:

Antes e Depois da substituição:

1. 20
Faça esse procedimento sempre que achar necessário, de acordo com as
questões que estiverem inseridas em seu questionário. Variáveis como fai-
xa etária, faixa de renda, religião, entre outras, são alguns exemplos na qual
este tipo de substituição pode ser recomendado.

EXEMPLO 2
VARIÁVEIS NOMINAIS

Nem todas as respostas dos participantes são escritas da mesma maneira,


portanto é necessário unificá-las para facilitar a leitura pelos softwares du-
rante as análises. Este costuma ser um processo trabalhoso, porém impor-
tante nesta etapa. Na maioria dos casos, a substituição pode não funcionar,
pois as respostas são derivadas de perguntas nas quais as respostas são es-
critas, ou seja, em formato caixa de texto. O exemplo abaixo ilustra a pergun-
ta “Estado onde mora”. É possível perceber que nem todos os participantes
escreveram o nome de seu Estado de maneira semelhante. Alguns escreve-
ram “ES”, outros “Espírito Santo”; outros escreveram a cidade “Carazinho –
RS”, por exemplo. Por isso, como a questão corresponde ao Estado onde o
participante reside, o procedimento deve ser unificar as respostas, digitan-
do o nome igual para todas as respostas. Um exemplo pode ser visto abaixo:

1. 21
INTRODUÇÃO AOS SOFTWARES DE ANÁLISE
DE DADOS

Os tipos de software para as análises de dados são diversos e sua utilização


depende do objetivo das análises que serão realizadas. Nesse material, os
programas que serão contemplados e que têm seu download recomendado
estão descritos logo abaixo. É importante sinalizar que a escolha de tais sof-
twares teve como principal razão de serem gratuitos e de código aberto para
utilização. Que saber mais sobre a política de software aberto? Consulte o
link,.

1. 22
R (https://www.r-project.org/)

O R é uma linguagem de programação e também um software de


análise. É amplamente difundido por realizar análises estatísticas,
oferecendo pacotes que geralmente são criados por usuários, faci-
litando a adaptação do programa às necessidades de cada um. Ele
usa programação como maneira de entrada e pode ler dados, criar
gráficos, fazer cálculos e análises exploratórias e estatísticas (Ritter,
They & Konzer, 2019).

Jamovi (https://www.jamovi.org/download.html)

É um software gratuito que se assemelha com a interface do conhe-


cido SPSS (Statistical Package for the Social Sciences), realizando
análises estatísticas e organizando os dados em formato de plani-
lha. Possui integração com o R e a possibilidade salvar as análises
realizadas junto com o banco de dados em questão, facilitando as-
sim a replicabilidade do estudo.

Factor http://psico.fcep.urv.es/utilitats/factor/

O Factor é um ótimo software para análise fatorial com formato


leve e linguagem simples. Uma alternativa SPSS, pelo fato de além
de ampliar as opções de análise, ser gratuito e frequentemente é
otimizado.

Jasp (https://jasp-stats.org/download/)

O JASP também oferece uma interface semelhante ao SPSS, como


o formato de planilha para a visualização dos dados. Fornece análi-
ses estatísticas de frequência e bayesianas, facilitando a visualiza-
ção e exportação das análises em tabelas e gráficos.

Iramuteq (http://www.iramuteq.org/)

O Iramuteq é o software que tem integração com a linguagem de


programação R e permite a realização de análises estatísticas sobre
corpus textuais, como discursos, vocabulários, entre outros.

1. 23
A Tabela 2 apresenta os principais tipos de análises estatísticas que serão
explicitadas e o software que fornece suporte a cada uma.

Tendo em vista os softwares apresentados, bem como as respectivas pos-


sibilidades de análise que cada um fornece, o próximo tema apresentará
os passos para realizá-las. Será apresentado o processo de investigação de
evidências de validade de instrumentos a partir de critérios de decisão de
fatores, análise fatorial confirmatória, análise fatorial exploratória e aná-
lise de multigrupo. Indicamos enquanto sugestão de leitura base introdu-
tória para próximo tema Filho, D. & Silva Júnior, J. (2010). Visão além do
alcance: uma introdução à análise fatorial. Retrieved from: link

1. 24
REFERÊNCIAS

Bhattacherjee, A. (2012) Social Science Research: Principles, Methods, and Practices. Tex-
tbooks Collection.

Conselho Nacional de Saúde (Brasil). Resolução n o 466, de 12 de dezembro de 2012. Brasí-


lia, DF, 2012. http://www.conselho.saude.gov.br/web_comissoes/conep/index.html.

Conselho Nacional de Saúde (Brasil). Resolução n o 510, de 07 de abril de 2016. Brasília, DF,
2016. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/cns/2016/res0510_07_04_2016.html

De Andrade, A. L., Pissaia, A. T., Silva, M. Z., & Oliveira, M. Z. D. (2016).Características prote-
anas e afetos sobre carreira de estudantes de Psicologia. Estudos de Psicologia (Campinas),
33(4), 677- 688. https://doi.org/10.1590/1982-02752016000400011

Figueiredo Filho, D.B,, & Silva , J.A. (2010). Visão além do alcance: uma introdução
à análise fatorial. Opinião Pública, 16(1), 160-185. https://doi.org/10.1590/S0104-
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Gil, AC. (1996). Como elaborar projetos de pesquisa. 3ª ed. São Paulo: Atlas S.A,

Goldenberg, P.,Marsiglia, RMG., & Gomes, MHA, editores. (2003). O clássico e o novo: ten-
dências e abordagens em ciências sociais e saúde. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz. https://
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Manzato, A. J.,& Santos, A. B. (2012). A elaboração de questionários na pesquisa quantita-


tiva. Universidade Federal de Santa Catarina, 2012.

Pinto, I. F., Campos, Claudinei J,. & G., Siqueira, C. (2018). Investigação qualitativa: perspe-
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Ritter, M. N. , They, N. H., & Konzen, E. R. (2019). Introdução ao Software R - 2 edição.

Santos Curado, MA., Teles, J., & Marôco, J. (2014). Análise devariáveis não diretamente
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623420140000100019

Wachelke, J., Natividade, J., De Andrade, A. D., Wolter, R. & Camargo, B. (2014). Caracteri-
zação e avaliação de um procedimento de coleta de dados online (CORP) [Characterization
and evaluation of an online data collection procedure (CORP)]. Avaliação Psicológica, 13(1).
143-146. Recuperado de: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/avp/v13n1/v13n1a17.pdf

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sítios temáticos e comunidades virtuais nos resultados de medidas psicológicas aplica-
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S010237722009000300009
1. 25
APOIO

1. 26
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1. 27

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